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Sistema Monetário e Inflação

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I. O SISTEMA MONETÁRIO 
 
1. O significado da moeda 
 
Moeda ​é o conjunto de ativos na economia que as pessoas usam regularmente para 
comprar bens e serviços de outras pessoas. De acordo com a definição dos economistas, a 
moeda inclui apenas aqueles poucos tipos de riqueza que são geralmente aceitos por 
vendedores em trocas de bens e serviços. 
A moeda tem três funções na economia: é um meio de troca, uma unidade de conta e 
uma reserva de valor. 
Um ​meio de troca é algo que os compradores dão aos vendedores quando compram 
bens e serviços. 
Uma ​unidade de conta é um padrão de medida que as pessoas usam para anunciar 
preços e registrar débitos. 
Uma ​reserva de valor é algo que as pessoas podem usar para transferir poder de compra 
do presente para o futuro. 
Os economistas usam o termo liquidez para descrever a facilidade com que um ativo 
pode ser convertido em meio de troca da economia. Como a moeda é o meio de troca da 
economia, ela é o mais líquido dos ativos disponíveis. A liquidez dos demais ativos varia muito. 
Quando as pessoas decidem sob que forma manter sua riqueza, precisam levar em 
consideração a liquidez de cada ativo em relação à sua utilidade como reserva de valor. A moeda 
é o ativo mais líquido, mas está longe de ser perfeita como reserva de valor. Quando os preços 
sobem, o valor da moeda cai. 
Quando a moeda assume a forma de uma mercadoria com valor intrínseco, é chamada 
de ​moeda-mercadoria ​. O termo “valor intrínseco” significa que o item teria valor mesmo que 
não fosse usado como moeda. Exemplos: ouro, cigarro. 
A moeda sem valor intrínseco é chamada de ​moeda de curso forçado (fiat money). Isso 
significa que o instrumento utilizado é moeda por decreto governamental. 
 
2. O Banco Central 
 
O ​Banco Central é uma instituição planejada para supervisionar o sistema bancário e 
regular a quantidade de moeda na economia. A primeira tarefa é regular as atividades dos 
bancos e garantir a saúde do sistema bancário. Mais especificamente, o Banco Central 
monitora as condições financeiras de cada banco e facilita as transações bancárias realizando 
compensação de cheques. A segunda e mais importante tarefa é controlar a quantidade de 
moeda disponível na economia, denominada oferta de moeda. 
As decisões dos formuladores de políticas a respeito da oferta de moeda constituem a 
política monetária ​. 
O Banco Central controla a oferta de moeda por meio da compra e venda de títulos do 
governo em operações do mercado aberto. Se a decisão é aumentar a oferta de moeda, o Banco 
Central emite dinheiro e o usa para comprar títulos do governo que estão nas mãos do público 
nos mercados de títulos do país. Após a compra, o dinheiro passou para as mãos do público. 
Inversamente, se a decisão é diminuir a oferta de moeda, o Banco Central vende títulos do 
governo de sua carteira nos mercados de títulos. Após a venda, o dinheiro recebido pelos títulos 
saem das mãos do público. Portanto, uma compra/venda de títulos realizada no mercado aberto 
aumenta/reduz a oferta de moeda. 
 
3. Os bancos comerciais e a oferta de moeda 
 
Os depósitos que os bancos recebem, mas não emprestam, são chamados de ​reservas​. 
Sistema de reservas fracionários é um sistema bancário no qual os bancos mantêm 
apenas uma parte de seus depósitos como reserva. A fração dos depósitos que um banco 
mantém como reserva é chamada de ​razão de reserva​. Essa razão é determinada por uma 
combinação da regulamentação governamental e da política do banco. 
A quantidade de moeda que o sistema bancário gera com cada dólar de suas reservas é 
chamado de ​multiplicador da moeda ​. É a recíproca da razão de reserva. Se ​R ​é a razão entre as 
reservas e os depósitos para cada banco (ou seja, a razão de reserva), então a razão entre os 
depósitos e as reservas no sistema bancário (ou seja, o multiplicador de moeda) deve ser ​1/R​. 
Essa fórmula mostra como a quantidade de moeda que os bancos criam depende da razão de 
reserva. 
 
 
II. CRESCIMENTO DA MOEDA E INFLAÇÃO 
 
1. As causas da inflação 
 
A maioria dos economistas utiliza essa teoria para explicar os determinantes de longo 
prazo do nível de preços e da taxa de inflação. 
A oferta e a demanda de moeda determinam o valor da moeda. 
Teoria quantitativa da moeda ​: teoria que afirma que a quantidade de moeda disponível 
determina o nível de preços e que a taxa de crescimento na quantidade de moeda disponível 
determina a taxa de inflação. 
O crescimento da quantidade de moeda é a principal causa da inflação. “A inflação é 
sempre e em todo lugar um fenômeno monetário” economista Milton Friedman. 
O efeito imediato de uma injeção de moeda é criar um excesso de oferta de moeda. 
Antes da injeção, a economia estava em equilíbrio. As pessoas tendem a se livrar desse excesso 
de moeda de várias maneiras: elas podem comprar bens e serviços, conceder empréstimos às 
outras por meio da compra de títulos ou por meio do depósito desse excesso de moeda em 
contas de poupança. Esses empréstimos permitem que outras pessoas comprem bens e 
serviços. A maior demanda por bens e serviços faz com que os preços dos bens e serviços 
aumentem. O aumento no nível de preços, por sua vez, eleva a quantidade de moeda 
demandada porque as pessoas necessitam de mais dólares para cada transação. Finalmente, a 
economia atinge um novo equilíbrio em que a quantidade de moeda demandada é igual à 
quantidade de moeda ofertada. Dessa forma, o nível geral dos preços dos bens e serviços 
ajusta-se para trazer a oferta e a demanda de moeda para o equilíbrio. 
​Equação quantitativa: ​M x V = P x Y​, em que relaciona a quantidade de moeda (M) e a 
velocidade da moeda (V) ao preço da produção (P) e quantidade total produzida (Y) de bens e 
serviços da economia. 
Essência da teoria quantitativa da moeda: 
❖ A velocidade da moeda é relativamente estável ao longo do tempo. 
❖ Como a velocidade é estável, quando o benco central altera a quantidade de 
moeda (M), ele causa alterações proporcionais no valor nominal da produção (P x 
Y). 
❖ A produção de bens e serviços da economia (Y) é determinada, principalmente, 
pela oferta de fatores (trabalho, capital físico, capital humano e recursos 
naturais) e pela tecnologia de produção disponível. Em particular, como a moeda 
é neutra, ela não afeta a produção. 
❖ Sendo a produção (Y) determinada pela oferta de fatores e pela tecnologia, 
quando o banco central altera a oferta de moeda (M) e induz alterações 
proporcionais no valor nominal da produção (P x Y), essas alterações se refletem 
em alterações no nível de preços (P). 
❖ Portanto, quando o banco central aumenta rapidamente a oferta de moeda, o 
resultado é uma alta taxa de inflação. 
O ​princípio da neutralidade monetária ​afirma que variações na quantidade de moeda 
influenciam as variáveis nominais, mas não as variáveis reais. A maioria dos economistas 
acredita que a neutralidade monetária descreve aproximadamente o comportamento daeconomia no longo prazo. 
Imposto inflacionário ​é a receita arrecadada pelo governo por meio da criação de 
moeda. É quando o governo aumenta sua receita por meio da emissão de moeda. Um governo 
pode pagar parte de suas despesas simplesmente emitindo moeda. Contudo, quando os países 
confiam demasiadamente nesse imposto inflacionário, o resultado é a hiperinflação. 
O ​Efeito Fisher é o ajustamento, na proporção de um para um, da taxa de juros nominal 
à taxa de inflação. ​Quando o banco central aumenta a taxa de crescimento da moeda, o resultado é um 
aumento na taxa de inflação e uma elevação na taxa de juros nominal. Esse ajuste da taxa de juros 
nominal à taxa de inflação é o Efeito Fisher. 
Taxa de juros nominal = taxa de juros real + taxa de inflação 
Taxa de juros real = taxa de juros nominal - taxa de inflação 
 
2. Os custos da inflação 
 
A principal causa da inflação é o crescimento da quantidade de moeda. Quando o banco 
central cria moeda em grandes quantidades, o valor da moeda cai rapidamente. Para manter os 
preços estáveis, o banco central deve manter um rígido controle sobre a oferta de moeda. 
Os custos da inflação são mais sutis. Incluem o custo de sola de sapato associado à 
redução da moeda mantida, os custos de menu associados a reajustes mais frequentes dos 
preços, maior variabilidade dos preços relativos, mudanças não-intencionais nas obrigações 
tributárias decorrentes da não-indexação do código tributário, confusões e inconveniências e 
redistribuições arbitrárias de riqueza entre devedores e credores. Muitos desses custos são 
elevados durante uma hiperinflação, mas a dimensão desses custos em tempos de inflação 
moderada não é tão clara. 
Quando o banco central reduz a taxa de crescimento da moeda, os preços sobem menos 
rapidamente, como sugere a teoria quantitativa da moeda. Porém, enquanto a economia faz 
essa transição para uma menor taxa de inflação, a mudança na política monetária causa efeitos 
que produzem ruptura sobre a produção e o emprego. Ou seja, muito embora a política 
monetária seja neutra no longo prazo, ela tem profundos efeitos sobre as variáveis reais no 
curto prazo. 
 
 
III. MACROECONOMIA DAS ECONOMIAS ABERTAS 
 
1. Fluxos internacionais de bens e capital 
 
Economia fechada: uma economia que não interage com outras economias do mundo. 
Economia aberta: uma economia que interage livremente com outras economias do 
mundo. 
Exportações: bens e serviços produzidos internamente e vendidos no exterior. 
Importações: bens e serviços produzidos no exterior e vendidos internamente. 
Exportações líquidas/balança comercial​: o valor das exportações de um país menos o 
valor de suas importações. 
Superávit comercial: ​um excesso de exportações sobre as importações. 
Déficit comercial: ​um excesso de importações sobre as exportações. 
O termo ​fluxo líquido de capitais externos​, também chamado de investimento externo 
líquido, refere-se à compra de ativos estrangeiros por residentes internos menos a compra de 
ativos internos por estrangeiros. Como cada transação internacional envolve uma troca de um 
ativo por um bem ou serviço, o investimento externo líquido de um país é sempre igual às suas 
exportações líquidas. 
A poupança de uma economia pode ser usada tanto para financiar o investimento 
interno como para comprar ativos no exterior. Portanto, a poupança nacional é igual ao 
investimento interno mais o investimento externo líquido. 
 
2. Preços das transações internacionais: taxas de câmbio real e nominal 
 
A ​taxa de câmbio nominal ​é a taxa a qual uma pessoa pode trocar a moeda de um país 
pela de outro. 
Quando a taxa de câmbio muda de modo que um dólar compre mais moeda estrangeira, 
essa mudança é chamada de ​apreciação ​do dólar. Se a taxa de câmbio muda de modo que um 
dólar compra menos moeda estrangeira, essa mudança é chamada de ​depreciação ​ do dólar. 
A ​taxa de câmbio real é a taxa a qual uma pessoa pode trocar os bens e serviços de um 
país pelos bens e serviços de outro país. 
 
Taxa de câmbio real = Taxa de câmbio nominal x Preço interno / Preço externo 
 
3. Uma teoria da determinação da taxa de câmbio: paridade do poder de compra 
 
A teoria “paridade do poder de compra” declara que uma unidade de qualquer moeda 
dada deveria ser capaz de comprar a mesma quantidade de bens em todos os países. 
Essa teoria se baseia no princípio chamado “lei do preço único”, que afirma que um bem 
deve ser vendido pelo mesmo preço em todas as localidades. Caso contrário, haveria 
oportunidades inexploradas de lucro. Ela também nos revela que a taxa de câmbio nominal 
entre as moedas de de dois países depende do nível de preços nesses países. 
Uma implicação-chave dessa teoria é o fato de que as taxas de câmbio nominais mudam 
quando os níveis de preços mudam. O nível de preços em um país qualquer ajusta-se para 
equilibrar a quantidade de moeda ofertada e demandada. Como a taxa de câmbio nominal 
depende dos níveis de preços, depende também da oferta e da demanda de moeda em cada 
país. Quando o banco central de um país aumenta a oferta de moeda e provoca uma elevação no 
nível de preços, ele também provoca a depreciação da moeda do país em relação a outras 
moedas do mundo. Em outras palavras, quando banco central emite grandes quantidades de 
moeda, a moeda perde valor, tanto em termos de bens e serviços que pode comprar, quanto em 
termos da quantidade de outras moedas que pode comprar. 
 
IV. TEORIA MACROECONÔMICA DA ECONOMIA ABERTA 
 
1. Oferta e demanda de fundos para empréstimos e de câmbio 
 
Para analisar a macroeconomia das economias abertas, dois mercados são centrais: o 
mercado de fundos de empréstimos e o mercado de câmbio de moeda estrangeira. No mercado 
de fundos de empréstimos, a taxa de juros real se ajusta para equilibrar a oferta de fundos para 
empréstimos (provenientes da poupança nacional) e a demanda por fundos para empréstimos 
(provenientes do investimento interno e do investimento externo líquido). No mercado de 
câmbio, a taxa de câmbio real se ajusta para equilibrar a oferta de dólares (proveniente do 
investimento externo líquido) e a demanda por dólares (proveniente das exportações líquidas). 
Como o investimento externo líquido é parte da demanda por fundos para empréstimos e provê 
a oferta de dólares para câmbio, ele é a variável que liga esses dois mercados. 
Uma política que reduza a poupança nacional, como um déficit orçamentário do 
governo, reduz a oferta de fundos para empréstimos e eleva a taxa de juros. Uma taxa de juros 
mais elevada reduz a oferta de dólares no mercado de câmbio. O dólar se aprecia e as 
exportações líquidas caem. Uma baixa poupança impede o crescimento do capital, da 
produtividade e dos padrões de vida, independentemente de a economia ser aberta ou fechada. 
 
2. Efeitos de políticas e eventos em uma economia aberta 
 
Uma ​política comercial é uma política do governo que influencia diretamente a 
quantidade de bens e serviços que um país importa ou exporta. A política comercial assume 
diversas formas. Uma política comercialcomum é a tarifa, um imposto sobre bens importados. 
Outra é a cota de importação, um limite sobre a quantidade de um bem que pode ser produzido 
no exterior e vendido internamente. 
As políticas comerciais não afetam a balança comercial. Ou seja, políticas que 
influenciam diretamente as exportações ou as importações não alteram as exportações líquidas. 
As exportações líquidas são iguais ao investimento externo líquido, que é igual à poupança 
nacional menos o investimento interno. As políticas comerciais não afetam a balança comercial 
porque não alteram a poupança nacional ou o investimento interno. Para quaisquer níveis 
dados de poupança nacional e investimento interno, a taxa de câmbio real se ajusta para 
manter o mesmo equilíbrio comercial, independente das políticas comerciais que o governo 
adote. E, embora as políticas comerciais não afetem a balança comercial total de um país, elas 
atingem empresas, indústrias e países específicos. Quando o governo americano impõe uma 
cota de importação sobre um produto estrangeiro, uma empresa nacional que produz esse 
mesmo produto enfrenta menos competição estrangeira e venderá mais. 
Quando os investidores mudam suas atitudes em relação à posse de ativos de um país, 
os efeitos para a economia do país podem ser profundos. Mais especificamente, a instabilidade 
política pode induzir a fuga de capitais, que tende a aumentar as taxas de juros e provocar a 
depreciação da moeda. (​Fuga de capitais: uma grande e súbita redução de demanda pelos ativos 
localizados em um país.) 
 
 
V. DEMANDA E OFERTA AGREGADA 
 
1. Flutuações econômicas 
 
Recessão: ​um período de queda da renda real e aumento do desemprego. Uma 
depressão é uma recessão grave. 
 
a) Fato I: as flutuações econômicas são irregulares e imprevisíveis 
 
As flutuações na economia são frequentemente chamadas de ciclo de negócios. Como 
sugere o termo, as flutuações econômicas correspondem a mudanças nas condições dos 
negócios. Quando o PIB real cresce rapidamente, os negócios vão bem. Durante tais períodos 
de expansão econômica, as empresas descobrem que os clientes são abundantes e que seus 
lucros são crescentes. Por outro lado, quando o PIB real cai durante as recessões, os negócios 
passam a ter problemas. 
O maior período da história sem recessões foi a expansão econômica de 1991 a 2001. 
 
b) Fato II: a maioria das variáveis macroeconômicas flutua junta 
 
O PIB real é a variável mais comumente usada para monitorar as variações de curto 
prazo na economia porque é a medida mais abrangente da atividade econômica. O PIB real 
mede o valor de todos os bens e serviços produzidos em um dado período de tempo; mede 
também a renda total (corrigida pela inflação) de todas as pessoas na economia. Quando o PIB 
real cai durante uma recessão, caem também a renda pessoal, os lucros das empresas, as 
despesas de consumo, as despesas de investimento, a produção industrial, as vendas no varejo, 
as vendas de imóveis residenciais, as vendas de carros e assim por diante. 
Embora muitas variações macroeconômicas flutuam juntas, as flutuações se dão em 
medidas diferentes. 
c) Fato III: com a queda na produção, o desemprego cresce 
 
As variações na produção de bens e serviços da economia são correlacionadas com 
variações na utilização da força de trabalho na economia. Em outras palavras, quando o PIB 
real cai, a taxa de desemprego aumenta. Esse fato não surpreende: quando as empresas 
decidem produzir uma quantidade menor de bens e serviços, demitem trabalhadores, 
aumentando o número de pessoas desempregadas. 
 
Y (PIB) = C (consumo) + I (investimento) + G (compras do governo) + EL (exportações líquidas) 
 
2. Curva de demanda agregada 
 
Curva de demanda agregada: ​uma curva que mostra a quantidade de bens e serviços 
que as famílias, as empresas e o governo desejam comprar a cada nível de preços. 
A curva de demanda agregada tem inclinação negativa por três motivos. Primeiro, um 
nível de preços menor eleva o valor real da moeda mantida em mãos pelas famílias, o que 
estimula as despesas de consumo ( ​o efeito riqueza ​). Segundo, um nível de preços menor reduz 
a quantidade de moeda demandada pelas famílias; à medida que as famílias tentam converter 
moeda em ativos que rendem juros, as taxas de juros caem, estimulando as despesas de 
investimento ( ​o efeito taxa de juros​). Terceiro, à medida que um nível de preços menor reduz as 
taxas de juros, o dólar se deprecia no mercado de câmbio de moeda estrangeira, o que estimula 
as exportações líquidas ( ​o efeito taxa de câmbio ​). 
Qualquer política ou acontecimento que eleve/reduza o consumo, o investimento, as 
compras do governo ou as exportações líquidas para um nível de preços dado aumenta/diminui 
a demanda agregada. 
 
3. Curva de oferta agregada 
 
Curva de oferta agregada: ​uma curva que mostra a quantidade de bens e serviços que as 
empresas decidem produzir e vender a cada nível de preços. 
A curva de oferta agregada de longo prazo é vertical. No longo prazo, a quantidade 
ofertada de bens e serviços depende das disponibilidades de trabalho, capital, recursos naturais 
e tecnologia da economia, mas não depende do nível geral de preços. 
A curva de oferta agregada de curto prazo tem inclinação positiva. De acordo com a 
teoria dos salários rígidos, uma queda inesperada no nível de preços eleva temporariamente os 
salários reais, induzindo as empresas a reduzir o emprego e a produção. De acordo com a teoria 
dos preços rígidos, uma queda inesperada do nível de preços deixa algumas empresas com 
preços temporariamente muito elevados, o que reduz suas vendas e as leva a reduzir a 
produção. De acordo com a teoria das percepções equivocadas, uma queda inesperada no nível 
de preços leva os ofertantes a acreditar, erroneamente, que seus preços relativos caíram, o que 
os induz a reduzir a produção. Todas as três teorias implicam que a produção se desvia de sua 
taxa natural quando o nível de preços se desvia do nível de preços esperado. 
Acontecimentos que alteram a capacidade de produção da economia, como variações de 
trabalho, capital, recursos naturais ou tecnologia, deslocam a curva de oferta agregada de curto 
prazo (e podem deslocar também a curva de oferta agregada de longo prazo). Além disso, a 
posição da curva de oferta agregada de curto prazo depende do nível de preços esperado. 
 
4. Explicações para as flutuações econômicas de curto prazo 
 
Modelo de demanda agregada e oferta agregada: ​o modelo que a maioria dos 
economistas usa para explicar as flutuações de curto prazo na atividade econômica em torno de 
sua tendência de longo prazo. No eixo horizontal está a produção total de bens e serviços da 
economia, no eixo vertical está o nível geral de preços. A produção e o nível de preços se ajustam 
até chegar ao ponto em que as curvas (retas) de oferta agregada e de demanda agregada se 
cruzam. 
Uma possível causa das flutuações econômicas é um deslocamento na demanda 
agregada. Quando a curva de demanda agregadase desloca para a esquerda, por exemplo, a 
produção e os preços caem no curto prazo. Com o tempo, à medida que uma mudança no nível 
de preços esperado faz com que os salários, os preços e as percepções se ajustem, a curva de 
oferta agregada de curto prazo se desloca para a direita e a economia retorna à sua taxa natural 
de produção, com um nível de preços novo e menor. 
Outra possível causa das flutuações econômicas é um deslocamento na oferta agregada. 
Quando a curva de oferta agregada se desloca para a esquerda, o efeito de curto prazo é a queda 
na produção (recessão) e o aumento dos preços (inflação) - uma combinação chamada 
estagflação ​(um período de queda na produção e elevação nos preços). Com o tempo, à medida 
que salários, preços e percepções se ajustam, o nível de preços volta para o seu nível original e a 
produção se recupera. Entretanto, os formuladores de políticas que podem influenciar a 
demanda agregada não podem contrabalançar simultaneamente esses dois efeitos adversos. 
 
 
VI. INFLUÊNCIA DAS POLÍTICAS MONETÁRIA E FISCAL SOBRE A 
DEMANDA AGREGADA 
 
1. Política monetária e demanda agregada 
 
Teoria da preferência pela liquidez: ​a teoria de John Keynes segundo a qual a taxa de 
juros se ajusta para equilibrar a oferta de moeda e a demanda por moeda. 
Um aumento no nível de preços aumenta a demanda por moeda e aumenta a taxa de 
juros que equilibra o mercado de moeda. Como a taxa de juros representa o custo dos 
empréstimos, taxas de juros mais elevadas reduzem o investimento e, portanto, a quantidade 
demandada de bens e serviços. A curva de demanda agregada, com inclinação negativa, 
expressa essa relação entre o nível de preços e a quantidade demandada. 
Os formuladores de políticas podem influenciar a demanda agregada por meio da 
política monetária. Um aumento na oferta de moeda reduz a taxa de juros de equilíbrio para 
qualquer nível de preços dado. Como uma taxa de juros menor estimula as despesas de 
investimento, a curva de demanda agregada desloca-se para a direita. Inversamente, uma 
diminuição da oferta de moeda eleva a taxa de juros de equilíbrio para qualquer nível de preços 
dado e desloca a curva de demanda agregada para a esquerda. 
 
2. Política fiscal e demanda agregada 
 
Os formuladores de políticas podem influenciar a demanda agregada por meio da 
política fiscal. Um aumento nas compras do governo ou uma reduçao nos impostos deslocam a 
curva de demanda agregada para a direita. Uma redução nas compras do governo ou um 
aumento nos impostos deslocam a curva de demanda agregada para a esquerda. 
Quando o governo altera despesas ou impostos, o deslocamento da demanda agregada 
resultante pode ser maior ou menor do que a alteração fiscal. O efeito multiplicador tende a 
amplificar os efeitos da política fiscal sobre a demanda agregada. O efeito deslocamento tende a 
amortecer os efeitos da política fiscal sobre a demanda agregada. 
Efeito multiplicador: os deslocamentos adicionais na demanda agregada que ocorrem 
quando uma política fiscal expansionista aumenta a renda e, portanto, aumenta as despesas de 
consumo. 
Efeito deslocamento (crowding out): a queda na demanda agregada que ocorre quando 
uma política fiscal expansionista eleva a taxa de juros e, portanto, reduz as despesas de 
investimento. 
Estabilizadores automáticos: ​alterações da política fiscal que estimulam a demanda 
agregada quando a economia entra em recessão, sem que os formuladores de políticas tenham 
de fazer qualquer ação deliberada. 
 
Como as políticas monetária e fiscal podem influenciar a demanda agregada, o governo 
por vezes usa esses intrumentos de política para tentar estabilizar a economia. Segundo os 
defensores da política de estabilização ativa, as variações nas atitudes das famílias e das 
empresas deslocam a demanda agregada; se o governo não reage, o resultado serão flutuações 
indesejáveis e desnecessárias na produção e no emprego. De acordo com os críticos da política 
ativa de estabilização, as políticas monetária e fiscal funcionam com tal atraso que tentativas de 
estabilizar a economia muitas vezes acabam sendo desestabilizadoras. 
VII. O TRADEOFF ENTRE INFLAÇÃO E DESEMPREGO 
 
1. A curva de Phillips 
 
Curva de Phillips: ​a curva que mostra o tradeoff entre inflação e desemprego no curto 
prazo. 
A curva de Phillips descreve uma relação negativa entre inflação e desemprego. Ao 
expandir a demanda agregada, os formuladores de políticas podem escolher um ponto na curva 
de Phillips com maior inflação e menor desemprego. Ao contrair a demanda agregada, podem 
escolher um ponto na curva com menor inflação e maior desemprego. 
O tradeoff entre inflação e desemprego descrito na curva de Phillips só se sustenta no 
curto prazo. No longo prazo, a inflação esperada se ajusta às mudanças na inflação vigente e a 
curva de Phillips no curto prazo se desloca. Como resultado, a curva no longo prazo é vertical à 
taxa natural de desemprego. 
A curva de Phillips no curto prazo também se desloca por causa de choques na oferta 
agregada. Isto é, após um choque de oferta adverso, os formuladores de políticas precisam 
aceitar uma taxa de inflação mais elevada para qualquer taxa de desemprego dada ou uma taxa 
de desemprego mais elevada para qualquer taxa de inflação dada. 
 
2. O custo de reduzir a inflação 
 
Taxa de sacrifício: ​a perda de produção anual, em pontos percentuais, medida no 
processo de redução da inflação em 1 ponto percentual. 
Quando o banco central contrai o crescimento na oferta de moeda para reduzir a 
inflação, ele move a economia ao longo da curva de Phillips no curto prazo, o que resulta em um 
desemprego temporariamente elevado. O custo da desinflação depende da rapidez com que as 
expectativas de inflação caem. Alguns economistas argumentam que um compromisso com a 
baixa inflação, desde que tenha credibilidade, pode reduzir o custo da desinflação ao induzir 
um rápido ajustamento das expectativas. 
 
3. Relação entre inflação e desemprego por Milton Friedman em 1968: 
 
“Há sempre um tradeoff temporário entre inflação e desemprego. Não há tradeoff 
permanente. O tradeoff temporário vem não da inflação em si, mas da inflação não esperada, o 
que geralmente significa um aumento na taxa de inflação. A crença difundida de que existe um 
tradeoff permanente é uma versão sofisticada da confusão entre “alta” e “crescente” que todos 
reconhecemos em formas mais simples. Uma taxa de inflação crescente pode reduzir o 
desemprego, ao passo que uma taxa de inflação alta não o fará.”

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