Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Clube da ConsultoriaClube da ConsultoriaClube da ConsultoriaClube da Consultoria Instituto Militar de EngenhariaInstituto Militar de EngenhariaInstituto Militar de EngenhariaInstituto Militar de Engenharia Guia de Estudos para Processos Guia de Estudos para Processos Guia de Estudos para Processos Guia de Estudos para Processos SeletivosSeletivosSeletivosSeletivos de Consultorias de Consultorias de Consultorias de Consultorias VVVVersão 2007ersão 2007ersão 2007ersão 2007 2 ÍNDICE 1 INTRODUÇÃO........................................................................................................3 2 OS PROCESSOS SELETIVOS NO BRASIL.......................................................3 2.1 McKinsey & Company ..............................................................................................3 2.2 Bain & Company .......................................................................................................5 2.3 The Boston Consulting Group ...................................................................................7 2.4 Booz Allen Hamilton .................................................................................................7 2.5 Roland Berger ............................................................................................................8 2.6 AT Kearney................................................................................................................9 3 GMAT .......................................................................................................................9 4 ENTREVISTAS DE CASO.....................................................................................10 5 RECURSOS DISPONÍVEIS NO CD.....................................................................11 6 SUGESTÕES E ATUALIZAÇÕES .......................................................................13 7 ANEXO A - GUESSTIMATES ..............................................................................14 7.1 Dados brasileiros para Guesstimates .........................................................................14 7.2 Dados mundiais para Guesstimates ...........................................................................16 7.3 Exercícios de Guesstimates........................................................................................16 7.4 Estruturando o pensamento em Market Sizing ..........................................................19 3 1. Introdução Bem vindo a este CD de treinamento. Se você o está abrindo, é sinal que está interessado em desenvolver uma carreira de consultor em uma das grandes consultorias do mercado mundial. Para isso, é necessária a preparação prévia para os processos seletivos. Tendo em vista que os processos seletivos se assemelham, este CD tem por finalidade ajudá- lo na difícil tarefa de receber uma proposta de uma das grandes consultorias. Este arquivo constitui-se de uma descrição sumária dos conteúdos disponíveis neste CD. Todo material aqui disponível foi encontrado na Internet entre os anos de 2005 e 2007. Bom, comecemos. 2. Os Processos Seletivos no Brasil Conforme já foi dito, os processos seletivos das consultorias se assemelham bastante. Não poderia ser diferente no Brasil. A seguir, serão contadas as etapas dos principais processos seletivos para entrar no primeiro nível da consultoria, que chamaremos genericamente de Business Analyst ou BA. Note que esse termo é utilizado pelas consultorias McKinsey, ATKearney e Roland Berger e corresponde ao Associate Consultant da Bain & Company, ao Consultant da Booz Allen Hamilton e ao Associate do Boston Consulting Group. Esses cargos são destinados àqueles que não cursaram ainda um MBA. 2.1 McKinsey and Company A tradicional consultoria McKinsey, possui um processo seletivo bastante longo, composto de 6 fases. A primeira fase, como em todas consultorias, é a análise de currículo. Alunos das principais universidades brasileiras não precisam se preocupar em geral com essa fase. A segunda fase é composta de 2 testes: matemática e lógica. Esses testes (que ao contrário de outras consultorias, não são baseados em GMAT) em geral não costumam impor grandes dificuldades (para engenheiros). O tempo em geral não sobra, mas também não falta. Passando dessa fase de testes, os candidatos são convidados a à realizar a terceira fase do processo, que também se constitui de um teste, mas dessa vez de “business sense”. Esse 4 teste (chamado de Initial Problem Solving, ou IPS) em geral é composto de três cases escritos com questões objetivas (“de marcar X”). Um dos cases em geral é mais fácil que os outros e é interessante começar por ele. As informações sobre os cases está colocada ao longo das questões, ou seja, dá-se alguma informação e fazem-se algumas perguntas e assim vai indo. Algumas vezes informações posteriores podem ajudar em perguntas anteriores. Fique atento. A quarta fase do processo é uma entrevista pessoal com o pessoal do recrutamento da McKinsey. Essa entrevista serve, basicamente, pra avaliar se o candidato se encaixa no perfil da empresa. Nela, o entrevistador pede para o entrevistado relatar experiências da sua vida em que tenha demonstrado, por exemplo, liderança, trabalho em grupo, capacidade de persuasão, “achieving”, grande impacto sobre uma situação, etc... Em geral o entrevistador pede que o candidato divida cada história em capítulos e dê-lhes títulos. Cabe ressaltar que uma das grandes características da McKinsey é que ela sempre busca líderes para suas fileiras. Tendo sido constatado que você se encaixa no perfil da empresa, você será convidado para a fase chave do processo: o MckDay. Para essa fase, você é convidado a se hospedar em um hotel de São Paulo (obviamente tudo pago pela empresa) no qual ficará um dia inteiro, da manhã ao final da tarde, realizando diversas atividades. Em geral você chega no dia anterior à noite e dorme lá, para no outro dia estar disposto. O dia começa com um café da manhã com um consultor, onde ele explicará cada uma das atividades do dia. As atividades são: Group Case, Advanced Problem Solving (APS), Role Play, Case Interview, MckDay1 e MckDay2. No Group Case, os candidatos são divididos em grupos de 4 a 6 pessoas às quais é dado um case para resolver. Em geral, são dados 5 minutos para os candidatos lerem o material sobre o case e mais 30 minutos para resolvê-lo e saber o que apresentar posteriormente para os consultores. O tempo é muito curto e vale a pena dividir o trabalho em duplas. Após esses 35 minutos de trabalho, os membros do grupo têm que apresentar o seu trabalho para os consultores. O APS, (assim como o IPS, já visto) é um teste de “business sense”. Esse teste, entretanto, é muito mais quantitativo que o IPS. O tempo para a realização desse teste é curto também. É aconselhável que questões que demandam muitos cálculos matemáticos sejam puladas e deixadas para o final, se houver tempo de resolvê-las. O Role Play lembra os jogos de RPG com os quais brincávamos quando crianças. Como seu nome já diz, o candidato é chamado a atuar em um papel: o papel de Business Analyst. Há um 5 entrevistador que atua como seu gerente e passa uma tarefa pra você. Depois disso, o entrevistador muda de papel: vira seu cliente e você tem que executar a tarefa que lhe foi passada. Após isso, o entrevistador volta a ser seu gerente e você tem que relatar o que aconteceu no encontro como cliente. A Case Interview é uma entrevista de case individual como outra qualquer. Em seção posterior trataremos especificamente desse tipo de entrevista. O MckDay1 e o MckDay2, sem dúvida, são as atividades mais interessantes do dia. São um case em um formato diferente. No MckDay1, lhe é entregue um envelope com 3 conjuntos de papéis. Um deles é composto de diversas informações escritas sobre o case (como por exemplo, uma entrevista com o cliente). Outro é um conjunto de gráficos e tabelas sobre o contexto do case. O último, por fim, é o mais importante: é um conjunto de slides de PowerPoint impressos. O detalhe é que esses slides não estão totalmente preenchidos. A sua tarefa é, baseado nos dados dos outros papéis, completar esses slides (entre 5 e 10 slides). É dada aproximadamente 1 hora para isso, mas os candidatos não costumam conseguir completar tudo. Na verdade isso não é exatamente crítico. O importante é que você tenha uma noção de o que escreveria em cada um dos slides. Isso porque a próxima atividade é o MckDay2, no qual você é colocado em uma sala com um consultor e passa a apresentar os seus slides para ele. Em um MckDay, participam de 10 a 20 pessoas. Há relatos de MckDays em que só passou uma pessoa assim como MckDays em que 50% dos candidatos passaram. Portanto, a avaliação no MckDay não é comparativa. Basta você ser bom. Se você passar no MckDay, diz a lenda que você tem mais de 50% de chances de receber uma proposta da McKinsey. A sexta e última fase é composta de entrevistas com Partners (sócios) da empresa. Em geral, essa fase é constituída de entrevistas de case. São feitas no mínimo duas entrevistas com sócios. Se ambos acharem que você tem os requisitos para entrar na McKinsey, você ganha a proposta. Se eles ficarem em dúvida, você é convidado a fazer pelo menos mais uma entrevista, até ter um veredicto final se você deve ou não receber proposta. 2.2 Bain & Company O processo seletivo da Bain é composto de basicamente 6 fases também. A primeira fase, assim como na McKinsey, é a análise curricular. A segunda fase é uma bateria de testes. Inicialmente é aplicado um teste no modelo GMAT. Os testes GMAT da Bain costumam ser 6 os mais exigentes dentre as consultorias das quais trataremos neste guia. Além de serem difíceis, eles exigem bastante velocidade. Na mesma fase do GMAT é ainda realizado um teste de “business sense”. Assim como na McKinsey, esse teste é composto de cases escritos (em geral 2) com perguntas obejtivas associadas. Diferentemente daquela, entretanto, nesse teste de business, os dados vêm separados das perguntas. Assim, o candidato deve procurar no bloco de dados aqueles que lhe são pertinentes para responder as perguntas. Em geral, se o candidato resolver ler primeiro todos dados e depois fazer os testes, ele vai ter problemas com o tempo. Sendo assim, aconselha-se que o candidato tente ir verificando os dados ao longo do que as perguntas requisitam. O tempo nesse teste também é um fator fundamental. A fase de testes costuma eliminar grande parte dos candidatos na Bain, sendo, dentre as consultorias uma das mais exigentes. Aqueles que conseguem passar pela fase de testes são chamados para a terceira fase do processo: case em grupo. Grupos pré-definidos de 3 a 5 pessoas são formados e lhes é apresentado um case (em uma tela). Em geral essa dinâmica é constituída de 3 etapas. Em cada uma dessas etapas é dada uma tarefa e um tempo para ela ser realizada. Após esse tempo, os grupos vão para uma sala comum e apresentam suas conclusões. A Bain costuma exigir qualidades quantitativas de seus consultores, o que é influencia fortemente seu processo seletivo. Não é diferente nos cases em grupo. Essa fase serve para avaliar tanto a capacidade de trabalho em grupo quanto sua capacidade de estruturar problemas. Após ter sido aprovado no case em grupo, o candidato é chamado para a primeira fase de entrevistas (entrevistas com Consultants). Se for aprovado nessa fase, é chamado para a segunda fase de entrevistas (entrevistas com Managers). Se for aprovado nessa fase, é chamado para a última fase de entrevistas (entrevistas com Partners). Cada uma dessas fases de entrevistas é composta de 2 entrevistas de case. Conforme já foi mencionado, a Bain aprecia o foco quantitativo em suas entrevistas. Além disso, conforme sua política de implementação, os consultores prezam que os candidatos dêem soluções implementáveis nos seus cases. Em alguma das entrevistas iniciais o candidato é chamado a contar um pouco da sua vida pessoal ou algo de seu currículo em inglês. Alguns candidatos relatam ter passado por entrevistas totalmente em inglês. Muitos candidatos optam por realizar as três fases de entrevistas (6 entrevistas em um mesmo dia), a chamada Maratona Bain. Apesar da Maratona 7 ser cansativa, é extremamente compensador sair da Bain com a proposta de trabalhar em uma das mais respeitáveis consultorias do mundo após um longo dia de trabalho mental. 2.3 The Boston Consulting Group O Boston Consulting Group (BCG) tem um processo curto, baseado em três fases. A primeira fase é constituída de teste de matemática e análise de currículo. Note que as duas coisas são analisadas conjuntamente. Portanto se você tiver um currículo bom mas não foi tão bom no teste, você ainda pode passar. O contrário também vale: mesmo aqueles que forem muito bem no teste podem ser eliminados por algum aspecto em seu currículo (como seu histórico escolar, por exemplo, que é requerido pelo BCG). O teste do BCG, ao contrário dos das outras consultorias, não é objetivo: o candidato tem que escrever a resposta. Mas a resposta é, em geral um número. O teste é baseado em GMAT – Problem Solving. O tempo é bastante curto. Tendo passado dessa primeira fase, o candidato é chamado a uma fase de entrevistas (realizadas por Project Leaders, em geral). Os cases do BCG em geral são mais complexos que os das outras consultorias, exigindo maior grau de conhecimento de business. Há relatos de candidatos que tiveram que realizar entrevistas totalmente em inglês no BCG. Mesmo que o case não seja em inglês, em alguma das entrevistas, o seu inglês será testado (contando, por exemplo uma experiência pessoal em inglês). Se for aprovado nas entrevistas com Project Leaders, o candidato é então chamado a fase de entrevistas com os sócios. 2.4 Booz Allen Hamilton O processo seletivo da Booz Allen Hamilton (BAH) foi o mais reduzido e objetivo de todos, constituído de 2 fases. A primeira fase é constituída de um teste de lógica e matemática e uma redação. Esse teste possui um formato diferente. Com 33 perguntas divididas em 11 blocos de 3 perguntas. Cada bloco de 3 perguntas possui 16 alternativas (que devem ser utilizadas para as 3 perguntas), tornando impossível o chute. Para esse teste, é interessante rever conceitos básicos de probabilidade e estatística, que podem ser úteis. Grande parte dos candidatos reclama que o tempo é muito curto para responder a todas perguntas (33 perguntas em 1 hora). A redação (em português) em geral é uma dissertação 8 sobre algum tema atual de relevância (para isso, é interessante estar atualizado com as notícias dos jornais). Também é realizada análise curricular nessa fase. Históricos escolares são valorizados. Tendo passado dessa fase, o candidato é chamado a realizar uma fase única de entrevistas (3 entrevistas). Em geral são balanceados cases qualitativos com cases quantitativos. Em algum momento, o candidato é chamado a contar um pouco da sua vida pessoal ou algo de seu currículo em inglês. Alguns entrevistadores podem fazer mais de um case em sua entrevista. Tendo sido aprovadonas entrevistas, o candidato recebe a proposta. Alguns candidatos relatam ter passado por uma última fase de entrevistas com sócio. 2.5 Roland Berger O processo seletivo da Roland Berger (única consultoria européia, dentre as grandes do mercado) inicia de forma tradicional, com uma prova ao estilo GMAT. Além desse teste, na primeira fase o candidato deve preencher um formulário (característico da Roland Berger) em que deve falar sobre experiências, estudos, etc. Note que é muito importante preencher devidamente esse formulário. Bons candidatos que não foram aprovados na primeira fase confessaram ter negligenciado no preenchimento do formulário. São valorizadas as variedades de experiências. Os aprovados nessa prova são então chamados a uma primeira fase de entrevistas. A primeira fase de entrevistas em geral ocorre com dois consultores. É freqüente no meio das entrevistas os candidatos serem questionados sobre assuntos atuais, que estão na mídia, por exemplo. Portanto, fique por dentro de tudo que está acontecendo no mundo. Conhecimento geral é importante. Candidatos também relatam terem sido requisitados a fazer contas rápidas e de cabeça nessas entrevistas. Após essa fase, em alguns casos há uma segunda fase de cases com um Principal da Roland Berger. Após essas fases de cases, os aprovados são chamados a participarem do “Case Weekend”, realizado em geral em algum hotel, no qual um caso é entregue aos grupos para ser resolvido durante o fim de semana. Após isso, os grupos tem que apresentar a sua resolução do case. A Roland Berger convida diretores de empresas de renome para assistir às apresentações, dando suas opiniões e contribuindo para o processo seletivo. 9 Após essa fase, os candidatos aprovados são convidados a conversarem com os sócios e receberem propostas. 2.6 AT Kearney Assim como as suas concorrentes, a AT Kearney inicia seu processo com um teste ao estilo GMAT. Os aprovados nessa fase são convidados a participar de um dia de cases em São Paulo. Esse dia de cases reúne diversas faculdades (alguns falam em quase 100 candidatos). Na parte da manhã, é realizado um case em grupo. Um grupo de aproximadamente 5 pessoas recebe um case escrito e tem mais ou menos 1 hora para resolve- lo e elaborar a apresentação. Enquanto preparam esse case, há um consultor observando o grupo. Após isso, os consultores trocam de salas e o grupo apresenta a resolução do case. Os candidatos aprovados na parte da manhã realizam 2 entrevistas nas parte da tarde. Essas entrevistas em geral são cases quantitativos, não muito complicados. Após essas duas entrevistas, os consultores se reúnem e decidem quem foi aprovado. Os aprovados são chamados para uma terceira entrevista ao final da tarde. Assim, acaba o dia. Os aprovados nesse dia de cases são, por fim, chamados a uma última fase: uma entrevista com um sócio da empresa. Alguns relatam que essa entrevista é em inglês. 3. Graduate Management Admission Test (GMAT) Os testes GMAT foram concebidos para avaliar os candidatos a MBA nos Estados Unidos em relação às suas capacidades analíticas, matemáticas e lingüísticas. Hoje em dia (apesar de uma desrecomendação clara dos seus elaboradores), ele é largamente utilizado em processos seletivos de consultorias. O teste original, é composto principalmente de 2 essays além de 5 partes quantitativo- verbais de testes de múltipla escolha: Reading Comprehension, Sentence Correction, Problem Solving, Critical Reasoning e Data Sufficiency. As consultorias no Brasil costumam utilizar somente Problem Solving, Data Sufficiency e Critical Reasoning em seus processos seletivos. Esse teste, em geral é o começo de cada processo seletivo. McKinsey, BCG e Booz Allen utilizam testes que não são propriamente o GMAT. Entretanto, estudando para o 10 GMAT o candidato estará (indiretamente) se preparando para os testes dessas consultorias também. No CD em que está este arquivo, pode ser encontrado um diretório contendo recursos de preparação para o GMAT. 4. Entrevistas de case As entrevistas são as ferramentas mais utilizadas pelas consultorias para avaliar os seus candidatos na capacidade de resolver problemas. Além disso, entrevistas costumam avaliar a desenvoltura e a confiança do candidato, além de seu conhecimento de business. A entrevista tradicional divide-se em três partes: apresentação do candidato, case e perguntas finais. Na apresentação do candidato, em geral são discutidos dados do currículo do candidato. Esteja preparado para a pergunta mais freqüente nessa parte: “Me conte um pouco sobre sua vida”. Saiba seu currículo de cor (no caso da Roland Berger, saiba também o seu formulário de candidatura de cor). A segunda fase é o case. Existem basicamente 3 tipos de case: qualitativos (ou business case), quantitativos (ou guesstimates) e brainteasers. Em geral as consultorias costumam dosar casos quantitativos com qualitativos. Brainteasers costumam ser território de sócios e diretores (nas últimas fases). A terceira fase é a de perguntas. Nela, o entrevistador abre espaço para que sejam realizadas perguntas sobre a empresa e sobre sua carreira. Lembre-se que para ter sucesso na entrevista, não basta “crack the case”. Há habilidades muito mais “soft” que são avaliadas. Empatia, interesse e vontade de trabalhar na empresa ficam em evidencia nessa parte da entrevista. No CD em que está este arquivo, encontram-se diversos recursos para se preparar para essas entrevistas. Note que, preparando-se para as entrevistas de case, o candidato prepara-se automaticamente para os cases em grupo e para os testes de business. 11 5. Recursos disponíveis no CD Neste CD encontram-se recursos para preparação para o GMAT e para os cases. No diretório principal encontram-se dois guias sobre carreira em consultoria. É interessante o candidato ler inicialmente (pode ser em diagonal) esse material para começar a se ambientar ao mundo das consultorias. Posteriormente, a preparação se divide em duas: GMAT e cases. A preparação para cases deve ser contínua e gradual. A preparação para GMAT (para engenheiros) em geral pode se concentrar em um único mês antes de começar os processos seletivos. Lembro ainda, que de nada adianta ser o papa dos cases se não se for capaz de passar pelas provas de GMAT. A preparação para GMAT consiste em conhecer o sistema de cada parte do teste (Problem Solving, Critical Reasoning e Data Sufficiency) e praticá-los incessantemente controlando o tempo. Não custa lembrar que o tempo é uma variável importante desses testes sendo, em geral, o grande limitante. Além dos recursos contidos na pasta GMAT, se o usuário achar necessário, há diversos livros de preparação à venda nas livrarias (no Rio de Janeiro, há esse tipo de literatura na livraria da FGV). A preparação para case deve constituir-se de duas partes: leituras e práticas individuais e práticas em grupo. Sendo assim, é interessante que o candidato reúna um conjunto de pessoas interessadas nesses processos seletivos que se reúnam, ao menos 2 vezes por semana para executar a prática de cases. A preparação básica de cases (ver diretório “Básico” do CD) consiste em 1. Ler os guias básicos de case (Vault e Wetfeet) (subdiretório “Cases”). 2. Ver apresentações de consultorias sobre cases. (no corpo principal do diretório “Básico”). 3. Ler sobre cada empresa de consultoria, entender as peculiaridades de cada uma (subdiretório “Carreira”). Também fazem parte da preparação inicial para os processos de consultoria a elaboração de um currículo adequado e de uma cover letter bem escrita (subdiretório“Currículo”) Dentro dessa preparação inicial, convém que as reuniões do grupo de estudo versem sobre os cases contidos nos guias Vault e Wetfeet mencionados. Na reunião, divide-se o 12 grupo em duplas. Cada um da dupla aplica um caso ao outro (os casos devem estar pré- preparados pelo entrevistador). Depois trocam-se as duplas, até que todos tenham sido entrevistados por todos. Em cada reunião, em geral só é necessário que cada pessoa prepare um ou, no máximo, dois casos (para grupos de 4 a 6 pessoas). Com essa preparação básica, espera-se que o candidato comece a compreender a lógica de um case, consiga distinguir os tipos de casos e tenha condição de imprimir alguma estrutura ao caso. Após isso, passa-se à parte mais maçante do treinamento: praticar, praticar e praticar. No diretório intitulado “Médio”, há diversos guias criados por diversos clubes de consultoria de universidades americanas. Vale a pena ler os frameworks por eles sugeridos mas, sem dúvida, a parte mais aproveitável deles são os exemplos de case para praticar. Nessa fase, aconselho que o grupo de estudos se reúna diariamente e pratique com esses casos até a exaustão. Somente praticando se aprende. Após ter certa segurança (não se preocupe, você nunca vai se sentir completamente seguro na arte dos cases antes de ter uma proposta de consultoria na mão), você pode partir para o estudo avançado. No diretório “Avançado” constam dois documentos: “Case in Point” e “Crack the Case”. O primeiro deve ser lido inicialmente. Possui uma interessante abordagem que ajuda ao candidato a classificar os business cases. Ele ajuda a ter idéias na hora da entrevista sobre alguns assuntos. O segundo é considerado um guia bastante difícil. Muitos dizem que ele deveria ser usado tão somente pelos candidatos pós-MBA se prepararem. Entretanto, seus casos são extremamente completos e são preparados para aplicar em uma entrevista nas reuniões. Além disso, esses cases possuem uma grande quantidade de dados, gráficos, tabelas, algo comum em casos da Bain e do BCG ( e nos cases escritos de todas consultorias que se utilizam desse recurso). Por fim, o CD possui mais um diretório: “Suplementar”. Esse diretório possui alguns livros interessantes de serem consultados mas que não são estritamente parte da preparação para o processo seletivo. 13 6 Sugestões e Atualizações Este arquivo e o CD no qual foi incluído foram desenvolvidos sem fins lucrativos para orientar às gerações futuras do Instituto Militar de Engenharia a respeito dos processos seletivos das principais consultorias que atuam no mercado brasileiro. Todas as descrições escritas neste arquivo foram redigidas baseadas nos processos seletivos do ano 2007, podendo estar sujeitas a alterações nos anos seguintes. Peço àqueles que possuam críticas, sugestões, dúvidas, reclamações ou agradecimentos que as direcionem para o meu e-mail. No mais, desejo a todos boa sorte e, principalmente, bom trabalho de preparação. Espero que eu os tenha ajudado. Sejam felizes! Diego Bartels Eng. Computação – IME 2007 bartels00@gmail.com 14 7 Anexo A – Guesstimates Abaixo uma série de dados importantes para Guesstimates convertidos para casos brasileiros. Além disso, Guesstimates comuns no Brasil. Agradecimentos especiais a Renato Purita Paes Leme (IME2007 – Eng. Computação) por essa seção. 7.1 Dados brasileiros para Guesstimates População brasileira: 180 milhões Rio de Janeiro: 5 milhões de habitantes São Paulo: 10 milhões de habitantes Distribuição etária: percentagem Pessoas (milhões) pessoas/idade 0-14 anos 25% 45 3 15-65 anos 70% 126 2,52 65-... anos 5% 9 ? 15 Alfabetização: 85% da população ~ 150 milhões População urbana: 85% da população ~ 150 milhões Desses 80% ou 85% de população urbana, 30% vivem em grandes metrópoles PIB brasileiro: 1,5 trilhões de dólares agricultura 10% indústria 40% serviços 50% PIB per capita: $8.400,00 Força de Trabalho: 90 milhões (50% da população) Taxa de desemprego: 10% População abaixo da linha da pobreza: 20% Telefonia: Linhas convencionais: 50 milhões Celulares: 100 milhões Veículos: 40 milhões de veículos no Brasil circulando no Brasil (1/3 em São Paulo) 25 milhões de carros Renda individual (percentagem das pessoas ocupadas com mais de 10 anos) menos de 2 salários 70% de 2 a 5 salários 20% de 5 a 10 salários 6% de 10 a 20 salários 3% mais de 20 1% Renda familiar (reais, percentagem da população total) 0 - 1000 50% 1000 - 2000 25% 2000 - 6000 20% 6000 - ... 5% 16 Usuários de internet: 25 milhões Fontes: CIA: https://www.cia.gov/cia/publications/factbook/geos/br.html IBGE: http://www.ibge.gov.br/brasil_em_sintese/ 7.2 Dados mundiais para Guesstimates População mundial: 6,5 bilhões Usuários de internet: 1 bilhão População dos Estados Unidos: 300 milhões População da China: 1,3 bilhões 7.3 Exercícios de Guesstimates 7.3.1 Avaliar o número de fraldas vendidas por dia no Brasil Perguntas a serem feitas: que tipo de fralda: para bebê, geriátrica, para pacientes em hospital, ... Caso seja para bebê, descartável? Façamos essa estimativa supondo que são fraldas para bebê. Temos: População brasileira: 180 milhões Bebê usam fraldas até 2 anos e meio ou 3 anos. No primeiro ano, eles usam mais fraldas, 6 fraldas/dia, já nos próximos, esse número cai para 4 fraldas/dia. A população brasileira é jovem, logo a concentração nas primeiras idades é maior. 25% da população tem entre 0 e 15 anos o que nos dá aproximadamente 3 milhões de habitantes por intervalo de um ano nessa faixa. anos população Fraldas/dia*bebê fraldas/dia 0 3 6 18 1 3 4 12 2 3 4 12 42 O que nos dá 42 milhões de fraldas consumidas por dia no Brasil. Talvez valha a pena retirar uma pequena porcentagem de quem não usa fralda. Como fraldas hoje são uma artigo 17 barato, essa percentagem é bem baixa, digamos em torno de 10%. Temos então algo como 38 milhões de fraldas vendidas por dia no Brasil. 7.3.2 Avaliar o mercado de combustível no Brasil 35 milhões de veículos circulando no Brasil Digamos: 10 milhões de veículos comerciais (táxis, ambulâncias, transporte, ... 25 milhões de veículos particulares Um carro médio roda 10 km usando 1 litro Em média, uma pessoa para ir e voltar do trabalho gasta 30 km Temos então 3 litros usados por dia O que nos dá 75 milhões de litros por dia para os carros particulares. Já os carros comerciais devem rodar bem mais quilômetros por dia, digamos quatro ou cinco vezes mais, adotemos cinco vezes mais. Temos então 150 milhões de litros para esses carros comerciais, o que nos dá ao todo: 225 milhões de litros usados por dia. 7.3.3 Quantos tubos de pasta de dente são vendidos por mês 180 milhões de pessoas no Brasil 45 milhões de famílias (média de 4 pessoas por família) 1 família usa 3 tubos de pasta de dente por mês 130 milhões de tubos por mês Essa estimativa é um pouco alta, pois nem toda a família usa pasta de dentes. Devemos subtrair a população muito pobre, comunidades isoladas, ... – mesmo assim ainda temos um numero pequeno desses que não usam. Eu diria, 20%. Assim, tiramos 26 milhões, arredondemos para 25 milhões. Logo, temos: 105 milhões de tubos vendidos por dia no Brasil 7.3.4 Qual o número de celulares no BrasilNas grandes metrópoles, praticamente 100% da população tem celular. Nas áreas urbanas, mas não metrópoles, digamos que 50% da população tem um celular e que nas áreas rurais, 10% tenham. Assim, temos: 18 % populacao % celulares celulares rural 20 36 10 3,6 urbana(metropoles) 30 54 90 48,6 urbana(demais) 50 90 40 36 total = 88,2 Note que estamos pensando na população inteira. Note que nem todas as faixas de idade têm celular. Em geral, vamos supor que essas percentagens que consideramos valem para a faixa de 15 – 65 anos, e que, fora dessa faixa, a população com celular é muito pequena se comparada a essa. Assim, colocam,os um fator de 70% e obtemos: 62 milhões de celulares no Brasil. 7.3.5 Número de McDonalds no Brasil Usando uma abordagem semelhante a dos celulares, vamos comparar a taxa de McDonalds por população em metrópoles, regiões urbanas que não são metrópoles e áreas rurais. Tomemos como parâmetro o Rio de Janeiro, que tem 5 milhões de habitantes (cidade do Rio de Janeiro). Baseados na nossa experiência, podemos supor aproximadamente 60 ou 70 McDonalds em toda a cidade, o que nos dá, aproximadamente 14 McDonalds para um grupo de um milhão de habitantes em uma metrópole. Considere que em um centro urbano fora de uma metrópole esse número é 1/5 do valor nas metrópoles, ou seja, 3 McDonalds para cada 1 milhão de habitantes. Nas áreas rurais, consideremos o número de McDonalds inexpressivos. % populacao (M hab) McDonalds/milhão de habitantes McDonalds/M hab rural 20 36 0 0 urbana(metropoles) 30 54 14 756 urbana(demais) 50 90 3 270 Total: 1026 O número correto de McDonalds no Brasil é 1200. Esses dados estão disponíveis no documento McOnomics 19 (http://www.mcdonalds.com.br/institucional/pdfs/mconomics/2005/mconomics_2005_port.p df), disponível no site do McDonalds. Outras estatísticas interessantes do McDonalds que podem ser úteis para comparação quando avaliando outros negócios: − 1200 pontos de venda − 1,5 milhões de clientes por dia − 1200 clientes / dia . loja − 30 mil funcionários − faturamente de 3,5 milhões de reais por dia 7.3.6 Estimando o número de carros no Brasil O número de carros pessoais é aproximadamente 25 milhões no Brasil. Queremos construir um raciocínio para estimar esse número. Uma saída é dividir a população brasileira em faixas de renda e estimar o número de carros por família (50 milhões de famílias no Brasil). O que nos dá um total de 22,5 milhões de carros, um número próximo de 25 milhões. Para estimar o número de carros totais (carros de empresas, táxis, ...) eu diria que para cada 5 carros pessoais circulando na rua existe 1 táxi ou carro de empresa. Assim, o número desses carros seria 5 vezes menor, algo em torno de 5 milhões de carros. 7.4 Estruturando o pensamento em Market Sizing O objetivo do Market Sizing é saber que fração da população brasileira é consumidora de um determinado produto ou serviço. Uma abordagem inicial é pensar em: − Faixas etárias − Faixas de renda classe renda % familias (M) carros/familia carros (M) A 6000 - ... 5 2,5 2,5 6,25 B 2000 - 6000 20 10 1 10 C 1000 - 2000 25 12,5 0,5 6,25 D ... - 1000 50 25 0 0 Total 22,5 20 Vemos como o nosso mercado se distribui nessas duas dimensões (dependendo do problema, só uma das dimensões pode ser considerada). Atribuímos pesos a cada faixa e em seguida somamos tudo. Peso, no caso do exemplo das fraldas, era o consumo de fraldas/dia de cada faixa de idade. Outra dimensão que vale a pena olhar é: população urbana, rural. Pode valer a pena dividir a população urbana em metropolitana e em áreas urbanas menores. Em determinados problemas, é mais fácil estimar o mercado por família do que por pessoa (por exemplo, animais de estimação são mais facilmente contados por família do que por pessoa). Use que o Brasil tem 3,5 – 4 pessoas por família em média, o que dá um total de 50 milhões de famílias no Brasil.
Compartilhar