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Combatendo a Violência Doméstica

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Combatendo a 
Violência 
Doméstica
SEST – Serviço Social do Transporte
SENAT – Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte
Fale Conosco
0800 728 2891
ead.sestsenat.org.br 
Curso on-line – Administração de Pessoas –
Brasília: Sest/Senat, 2016.
66 p. : il. – (EaD)
1. Combatendo a Violência Doméstica. 2.
Comportamento criminal. I. Serviço Social do 
Transporte. II. Serviço Nacional de Aprendizagem 
do Transporte. III. Título.
CDU 343.55
3
Sumário
Apresentação 5
Unidade 1 | Violência Doméstica: O Que É? 7
1. Violência Doméstica: O Que É? 8
Glossário 11
Atividades 12
Referências 13
Unidade 2 | Formas de Violência 14
1. Formas de Violência 15
Glossário 17
Atividades 18
Referências 19
Unidade 3 | Lei Maria da Penha 20
1. Maria da Penha 21
2. O Que Faz Essa Lei? 22
3. Um Pouco Mais sobre a Lei 23
Glossário 24
Atividades 25
Referências 27
Unidade 4 | A Quem Procurar em Caso de Violência Doméstica 28
1. A Quem Procurar em Caso de Violência Doméstica 29
2. E Quando o Homem é a Vítima? 30
Glossário 32
Atividades 33
Referências 35
Unidade 5 | A Política de Atenção à Criança e ao Adolescente 36
4
1. A Política de Atenção à Criança e ao Adolescente 37
2. Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) 38
Glossário 41
Atividades 42
Referências 43
Unidade 6 | Consequências Físicas e Psicológicas da Violência 44
1. Consequências Físicas e Psicológicas da Violência 45
Glossário 47
Atividades 48
Referências 50
Unidade 7 | Violência Doméstica contra Idosos e Adultos com Capacidade Diminuída 51
1. Violência Doméstica contra Idosos e Adultos com Capacidade Diminuída 52
Glossário 55
Atividades 56
Referências 58
Unidade 8 | Intervenção sobre Agressores Conjugais 59
1. Intervenção sobre Agressores Conjugais 60
2. Um Exemplo Positivo 61
Glossário 62
Atividades 63
Referências 64
Gabarito 65
5
Apresentação
Prezado(a) aluno(a),
Seja bem-vindo(a) ao curso Combatendo a Violência Doméstica ! 
Neste curso, você encontrará conceitos, situações extraídas do cotidiano e, ao final de 
cada unidade, atividades para a fixação do conteúdo. No decorrer dos seus estudos, 
você verá ícones que tem a finalidade de orientar seus estudos, estruturar o texto e 
ajudar na compreensão do conteúdo. 
O curso possui carga horária total de 20h e foi organizado em 8 unidades, conforme a 
tabela a seguir.
Unidades Carga Horária
1 - Violência Doméstica: O Que É? 2 horas
2 - Formas de Violência 3 horas
3 - Lei Maria da Penha 2 horas
4 - A Quem Procurar em Caso de 
Violência Doméstica
2 horas
5 - A Política de Atenção à Criança e 
ao Adolescente
3 horas
6 - Consequências Físicas e 
Psicológicas da Violência
2 horas
7 - Violência Doméstica contra 
Idosos e Adultos com Capacidade 
Diminuída
4 horas
8 - Intervenção sobre Agressores 
Conjugais
2 horas
6
Fique atento! Para concluir o curso, você precisa:
a) navegar por todos os conteúdos e realizar todas as atividades previstas nas 
“Aulas Interativas”;
b) responder à “Avaliação final” e obter nota mínima igual ou superior a 60; 
c) responder à “Avaliação de Reação”; e
d) acessar o “Ambiente do Aluno” e emitir o seu certificado.
Este curso é autoinstrucional, ou seja, sem acompanhamento de tutor. Em caso de 
dúvidas, entre em contato por e-mail no endereço eletrônico suporteead@sestsenat.
org.br ou pelo telefone 0800 72 82 891.
Bons estudos!
 
7
UNIDADE 1 | VIOLÊNCIA 
DOMÉSTICA: O QUE É?
8
1. Violência Doméstica: O Que É?
Na apresentação do curso, demos a 
você os parabéns por participar de 
uma discussão tão importante nos 
dias atuais. Não apenas o Brasil, mas 
o mundo inteiro necessita encontrar 
formas de diminuir a violência em todos 
os níveis. No caso deste curso, o foco é 
o enfrentamento à violência doméstica. 
E será que estamos tão distantes assim 
dos grandes problemas mundiais? 
Afinal, o que é violência? E o que torna a 
violência doméstica um tipo particular de agressão?
Se você procurar o significado de violência no dicionário, vai encontrar palavras como 
opressão, uso de força, ação, constrangimento, submissão, coação, etc. Palavras duras 
que, de uma forma ou de outra, representam a ação opressora de uma pessoa sobre 
outra. 
Violência é muito mais do que agressão física. A opressão de uma pessoa pode ter 
várias faces, como constrangimento e intimidação. 
De todas as formas de agressão, a violência doméstica é uma das mais difíceis de 
ser combatida, pois é uma das mais difíceis de ser enxergada. Isso acontece porque 
ela é praticada no ambiente familiar, por pessoas muito próximas das vítimas – que 
geralmente são crianças, adolescentes, idosos e, em sua maioria, mulheres. 
 a
O mundo de hoje não aceita mais a cultura da violência. 
Precisamos caminhar na direção da paz e do respeito mútuo, e o 
começo dessa mudança, como não poderia deixar de ser, é no 
ambiente familiar. Nesse contexto, a mulher ocupa um papel 
especial e merece toda a atenção.
9
A legislação brasileira considera violência doméstica e familiar contra a mulher “qualquer 
ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, 
sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial” (Artigo 5.º da Lei n.º 11.340/2006).
 a
Esta é uma posição de que precisamos lutar para perder! 
 
A Organização das Nações Unidas (ONU) aponta que a violência 
doméstica é a principal causa de lesões em mulheres entre 15 e 
44 anos no planeta e o Brasil é o sétimo país que mais mata 
mulheres no mundo. 
O Instituto Avante Brasil elaborou um gráfico que mostra o crescimento do feminicídio 
(homicídio de mulheres) no Brasil entre 1996 e 2012:
Fonte: Instituto Avante Brasil.
 e
Segundo o gráfico, o índice de assassinatos caiu em 2007 por 
causa da entrada em vigor, em 2006, da Lei “Maria da Penha”. 
Ponto positivo! Mas, se você observar o gráfico, o índice voltou 
a crescer em 2008. Precisamos de mais ações e denúncias!
10
• Uma em cada cinco brasileiras já sofreu alguma forma de 
violência doméstica cometida por um homem. 
 
• No Brasil, cerca de 80% dos casos de agressão contra mulheres 
foram cometidos por parceiros ou ex-parceiros. 
 
• Dados mostram que 56% de brasileiras e brasileiros conhecem 
um homem que já agrediu uma parceira e 54% conhecem ao 
menos uma mulher que sofreu algum tipo de agressão do 
parceiro. 
 
• Diante de uma lista de atitudes violentas contra mulheres, 56% 
dos homens admitem já ter cometido algumas delas e, na 
maioria dos casos, mais de uma vez. 
 
Fonte: SPM, 2015.
Agora é com você! 
 
Conforme dissemos, a violência doméstica é um problema mundial. Por 
isso, é importante conhecer a realidade da violência doméstica não apenas 
no Brasil, mas também em outras partes do mundo. A ativista americana 
Mary Ellsberg coordenou uma pesquisa sobre o assunto na Nicarágua e na 
América do Sul. O resultado dessa pesquisa está no documento “Candies in 
hell” (Doces no inferno). Acesse este link, leia o comentário sobre o livro e 
descubra o porquê do título. 
 
http://derepentealgolegal.blogspot.com.br/2016/03/candies-in-hell-
doces-no-inferno.html 
Ótimo, você acaba de finalizar a unidade e está apto a testar seus 
conhecimentos nas questões referentes a ela. Prossiga em seus estudos 
para concluir o restante de seu curso.
11
Glossário
Homicídio: destruição de uma vida humana; assassinato.
Lesão: ferimento.
Omissão: ato ou efeito de deixar de lado, desprezar ou esquecer.
Opressão: estado ou condição de quem se encontra oprimido.
12
 d
1) Segundo o que foi estudado na primeira unidade, violência 
pode ser conceituada como: 
 
a.( ) O emprego de força, constrangimento, abuso, opressão, 
por meio de uma pessoa, para ajudar outra pessoa a fazer algo. 
 
b. ( ) O emprego de força, constrangimento, abuso, opressão 
sobre uma pessoa, para obrigá-la a fazer algo contra a sua 
vontade. 
 
c. ( ) O emprego de convencimento, abuso, opressão, elogios, 
por meio de um grupo de pessoas, para obrigar outra pessoa a 
fazer algo. 
 
d. ( ) O emprego de sedução, força e convencimento, por meio 
de um grupo de pessoas, para ajudar outra pessoa a fazer algo 
contra a sua vontade. 
 
2) Violência doméstica é: 
 
a. ( ) O assassinato sistemático de trabalhadoras domésticas. 
 
b. ( ) A violência praticada contra empregadas domésticas. 
 
c. ( ) A violência praticada pelas empregadas domésticas. 
 
d. ( ) A violência praticada no ambiente familiar. 
 
3) Conforme o que foi estudado na primeira unidade, 
feminicídio é: 
 
a. ( ) O assassinato de crianças. 
 
b. ( ) O assassinato de mulheres. 
 
c. ( ) O assassinato de freiras. 
 
d. ( ) O assassinato de idosos.
Atividades
13
Referências
AGÊNCIA PATRÍCIA GALVÃO. Dossiê Violência contra as mulheres – violência 
doméstica e familiar. Portal da internet, 2016. Disponível em: <http://www.
agenciapatriciagalvao.org.br/dossie/violencias/violencia-domestica-e-familiar-contra-
as-mulheres/>. Acesso em: 7 abr. 2016.
BOTELHO, F. M. Mapa da violência contra a mulher. Portal da internet Instituto Avante 
Brasil, 2015. Disponível em: <http://institutoavantebrasil.com.br/topicos/mapa-da-
violencia-contra-a-mulher/>. Acesso em: 8 nov. 2016.
BRASIL. Lei no 11.340, de 7 de agosto de 2006. Cria mecanismos para coibir a violência 
doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da Constituição 
Federal. Brasília, 2006. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm>. Acesso em: 8 nov. 2016.
ELLSBERG, Mary et al. Candies in hell: women’s experiences of violence in Nicaragua. 
Social Science & Medicine, v. 51, p. 1595-1610, 2000. Disponível em: <http://citeseerx.
ist.psu.edu/viewdoc/download?doi=10.1.1.473.5453&rep=rep1&type=pdf>. Acesso 
em: 8 nov. 2016.
FIOCRUZ. Documentário mostra como foi a criação do Dicionário Feminino da Infâmia. 
Portal da internet, 2016. Disponível em: <http://tinyurl.com/p5xcvpp>. Acesso em: 8 
nov. 2016. 
OMS – ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Estudio multipaís de la OMS sobre 
salud de la mujer y violencia doméstica contra la mujer. OMS, 2005. Disponível 
em: <http://www.compromissoeatitude.org.br/wp-content/uploads/2012/08/OMS_
estudiomultipais_resumendelinforme1.pdf>. Acesso em: 8 nov. 2016.
SPM – SECRETARIA DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES. Viver sem violência é direito 
de toda mulher. Cartilha, abril de 2015. Disponível em: <http://www.spm.gov.br/
central-de-conteudos/publicacoes/publicacoes/2015/livreto-maria-da-penha-2-web-1.
pdf>. Acesso em: 15 abr. 2016.
 
14
UNIDADE 2 | FORMAS DE 
VIOLÊNCIA
15
1. Formas de Violência
No Brasil, temos uma legislação bastante avançada no que se refere à violência 
doméstica. A Lei Maria da Penha mudou a forma como a violência contra a mulher é 
abordada. Podemos dizer que se trata de uma lei que começou pela luta de uma única 
mulher e se tornou patrimônio de todas as brasileiras. 
Na unidade 3, vamos abrir um espaço apenas para falar da Lei Maria da Penha. Por 
enquanto, vejamos o que a lei considera como violência doméstica e familiar a seguir.
Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:
I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade 
ou saúde corporal; 
II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause 
dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe 
o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, 
comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, 
humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição 
contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito 
de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à 
autodeterminação;
III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a 
presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante 
intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou 
a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer 
método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou 
à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que 
limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;
IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure 
retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de 
trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, 
incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades;
V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, 
difamação ou injúria. (BRASIL, 2006)
16
Como podemos ver, a Lei Maria da Penha é bastante abrangente e completa quando 
trata de definir o que é violência contra a mulher. Essas definições são fundamentais 
e visam proteger a mulher de qualquer tipo de agressão doméstica, que pode vir 
também do padrasto ou madrasta, sogro ou sogra, cunhados, irmãos, enfim, de todo o 
universo familiar. E observe como em algumas situações, como nos casos de violência 
sexual, é importante definir com clareza o que caracteriza esses atos.
 e
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada 
três mulheres do planeta experimentam alguma forma de 
violência ao longo de sua vida, sendo que uma em cada cinco 
dessas mulheres sofre violência do tipo sexual.
O Código Penal Brasileiro afirma, ainda, que: “a violência sexual pode ser caracterizada 
de forma física, psicológica ou com ameaça, compreendendo o estupro, a tentativa de 
estupro, o atentado violento ao pudor e o ato obsceno.” (BRASIL, 2006)
Na próxima unidade, vamos falar um pouco mais sobre a Lei Maria da Penha, que está 
completando 10 anos. Conheceremos também sobre a mulher que foi responsável por 
isso se tornar realidade.
Você acaba de concluir o conteúdo desta unidade. Agora, você pode 
prosseguir para testar o que já aprendeu até este momento e, na 
sequência, avançar em seus estudos até finalizar os tópicos deste curso. 
Mãos à obra!
17
Glossário
Coação: constrangimento físico ou moral.
Contumaz: insistente, frequente.
Degradar: privar de dignidade, humilhar.
Injúria: difamação, ofensa, insulto.
Integridade: característica ou estado daquilo que se apresenta ileso, intato, que não 
foi atingido ou agredido, que está inteiro.
Obsceno: que fere o pudor.
Retenção: ato ou efeito de reter.
18
 d
1) Segundo a Lei Maria da Penha, as formas de violência são: 
 
a. ( ) Física, psicológica, de gênero e sexual. 
 
b. ( ) Física, psicológica, sexual, patrimonial e moral. 
 
c. ( ) Física, institucional, sexual e de gênero. 
 
d. ( ) Física, sexual, moral, institucional e psicológica. 
 
2) Como foi visto na unidade 2, a violência psicológica causa: 
 
a. ( ) Dano emocional e diminuição da autoestima da mulher. 
 
b. ( ) Dano à integridade física ou a saúde corporal da mulher. 
 
c. ( ) Dano e perda de objetos, documentos pessoais, bens e 
valores da mulher. 
 
d. ( ) Dano emocional e perda de documentos e bens da 
mulher. 
 
3) É enquadrado como violência sexual contra a mulher: 
 
a. ( ) Mantê-la sob vigilância 
 
b. ( ) Destruir seus bensc. ( ) Controlar suas ações 
 
d. ( ) Forçá-la a se casar
Atividades
19
Referências
BRASIL. Lei no 11.340, de 7 de agosto de 2006. Cria mecanismos para coibir a violência 
doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da Constituição 
Federal. Brasília, 2006. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm>. Acesso em: 8 nov. 2016.
CNJ – CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Formas de violência. Portal da internet, 
2016. Disponível em: <http://www.cnj.jus.br/programas-e-acoes/lei-maria-da-penha/
formas-de-violencia>. Acesso em: 8 nov. 2016.
ELLSBERG, Mary et al. Candies in hell: women’s experiences of violence in Nicaragua. 
Social Science & Medicine, v. 51, p. 1595-1610, 2000. Disponível em: <http://citeseerx.
ist.psu.edu/viewdoc/download?doi=10.1.1.473.5453&rep=rep1&type=pdf>. Acesso 
em: 8 nov. 2016.
SPM – SECRETARIA DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES. Viver sem violência é direito 
de toda mulher. Cartilha, abril de 2015. Disponível em: <http://www.spm.gov.br/
central-de-conteudos/publicacoes/publicacoes/2015/livreto-maria-da-penha-2-web-1.
pdf>. Acesso em: 15 abr. 2016.
 
20
UNIDADE 3 | LEI MARIA DA 
PENHA
21
1. Maria da Penha
Até este momento, falamos sobre a famosa “Lei Maria da Penha”. Mas quem é Maria da 
Penha e por que há uma lei com seu nome?
Maria da Penha nasceu em Fortaleza (CE). É farmacêutica bioquímica e 
mestre em Parasitologia pela Universidade de São Paulo (USP). Hoje está 
aposentada. 
 
Foi casada com um professor universitário colombiano, Marco Antonio 
Viveros Heredia, com quem teve três filhas. 
 
Depois do nascimento de sua segunda filha, o marido mudou e passou a 
agredi-la sucessivamente até que, em maio de 1983, ele lhe deu um tiro nas 
costas – com uma espingarda – enquanto ela dormia. 
 
Marco Antonio alegou inocência e disse que o tiro havia sido dado por 
assaltantes. Enquanto as investigações prosseguiam, Maria da Penha 
sofreu várias cirurgias, mas ficou paraplégica. 
 
Meses depois do atentado, ela voltou para casa, onde sofreu nova tentativa 
de homicídio. O marido tentou eletrocutá-la na banheira. 
 
Marco Antônio foi julgado e condenado por duas vezes, anos depois dos 
crimes, mas saiu em liberdade devido a recursos impetrados por seus 
advogados de defesa. 
 
Maria da Penha decidiu contar sua história e, em 1994, publicou o livro 
“Sobrevivi... Posso Contar” que, em 1998, serviu de instrumento para que 
ela, em parceria com o CLADEM (Comitê Latino-americano e do Caribe para 
a Defesa dos Direitos da Mulher) e CEJIL (Centro pela Justiça e o Direito 
Internacional), denunciasse o Brasil na Comissão Interamericana de Direitos 
Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA). 
22
Em 2001, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos responsabilizou 
o Brasil por negligência, omissão e tolerância em relação à violência 
doméstica contra as mulheres. 
 
Por conta disso, o governo brasileiro teve de rever suas políticas para 
mulheres, atender aos tratados internacionais e cumprir algumas 
recomendações, entre elas mudar a legislação brasileira para que 
preservasse e protegesse mulheres em situação de violência doméstica e 
punisse seus agressores. 
 
E assim, por meio da Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres, com a 
parceria de organizações não governamentais e juristas, o Brasil criou um 
projeto de lei que foi aprovado por unanimidade na Câmara e no Senado 
Federal e, em 7 de agosto de 2006, foi transformado na Lei Federal no 
11.340, conhecida também como Lei Maria da Penha. 
 
Fontes: SPM, 2015.
2. O Que Faz Essa Lei?
A Lei Maria da Penha define violência doméstica contra a mulher como crime, elenca e 
explica quais são suas formas e indica maneiras de evitar, enfrentar e punir a agressão. 
Também define a responsabilidade de cada órgão público no auxílio à mulher que está 
sofrendo qualquer forma de violência.
A lei dá ao juiz o poder de conceder medidas protetivas de urgência. Tais medidas servem 
para proteger a mulher que está sofrendo violência – como seu encaminhamento para 
um programa de proteção, o pagamento de pensão alimentícia para ela e os filhos, a 
proteção do patrimônio do casal (para que não seja dilapidado) e a prisão preventiva 
de quem praticou a agressão.
Garante ainda a inclusão da vítima em programas governamentais de assistência, 
atendimento médico, serviços que ajudem a promover sua capacitação, geração de 
trabalho, emprego e renda e, caso ela precise se afastar do trabalho por causa da 
violência, garante também seu emprego pelo período de até seis meses.
23
As medidas protetivas são aplicadas quando o juiz acata o pedido feito pela vítima.
A lei também define medidas voltadas para quem pratica a violência contra a mulher, 
como a obrigatoriedade de afastamento do lar, proibição de fazer contato ou chegar 
perto da vítima, suspensão de porte de armas e prisão, entre outras.
 e
Não custa nada lembrar: a Lei Maria da Penha é aplicável a 
qualquer pessoa que cometa violência contra mulheres de 
qualquer idade. Essas pessoas podem ser tanto homens quanto 
mulheres: marido, namorado ou namorada, ex-namorado ou ex-
namorada, companheiro ou companheira, pai, mãe, irmão, irmã, 
padrasto, madrasta, filho, filha, sogro, sogra e até mesmo 
primos, primas, tios, tias e outros parentes.
3. Um Pouco Mais sobre a Lei
• A Lei não vale só para agressão física. Constrangimento, isolamento, insulto, 
abuso sexual, calúnia, tudo isso pode ser alvo da Lei Maria da Penha. E a vigilância 
constante, o ciúme doentio que limita a liberdade da mulher? Também!
• Se seu patrimônio for prejudicado, se seus bens forem subtraídos, se seus 
documentos foram destruídos, a mulher pode recorrer à Lei Maria da Penha.
• Já foi dito, mas não custa lembrar: a Lei vale também quando a agressão parte de 
uma mulher. Mas não vale quando a vítima é um homem.
• Agressão por meios eletrônicos, difamação nas redes sociais, vazamento de 
arquivos pessoais? Lei Maria da Penha!
• A Lei Maria da Penha também para violência psicológica: humilhação, chantagem, 
ridicularização, exploração, etc.
24
 b Conhecer esta lei na íntegra, acesse o portal do Palácio do Planalto a partir do link a seguir. 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/
Lei/L11340.htm 
Agora é com você! 
 
Assista ao documentário “Silêncio das Inocentes”, que mostra como se 
processa no Brasil a aplicação da Lei nº 11.340/2006, popularmente 
conhecida como Lei Maria da Penha, e veja os depoimentos de algumas 
mulheres que conseguiram sobreviver a seus agressores. Depois reflita: o 
que ainda precisa ser feito para evitar que as mulheres continuem sendo 
vitimadas? 
 
https://www.youtube.com/watch?v=uxXKiSli9KY
Ótimo, você acaba de finalizar sua unidade e está apto a testar seus 
conhecimentos nas questões referentes a ela. Prossiga em seus estudos 
para concluir o restante de seu curso.
Glossário
Medida protetiva: medida de proteção.
Na íntegra: na totalidade.
Recurso impetrado (impetrar): reclamação apresentada contra uma ação ou fato.
Unanimidade: qualidade do que é unânime; em conformidade com a opinião de todos.
25
 d
1) Por que a Lei Federal nº 11.340/2006 é conhecida como 
“Lei Maria da Penha”? 
 
a. ( ) Porque foi feita para homenagear Maria da Penha depois 
que ela publicou um livro sobre violência doméstica. 
 
b. ( ) Porque foi criada por uma jurista de nome Maria da 
Penha. 
 
c. ( ) Porque foi depois que Maria da Penha, vítima de violência 
doméstica, denunciou o Brasil por não ter uma lei que protegesse 
as mulheres que ela foi criada. 
 
d. ( ) Porque era preciso compensar Maria da Penha porter 
sido a maior das vítimas de violência doméstica no país. 
 
2) Por quê o Brasil foi responsabilizado pela Comissão 
Interamericana de Direitos Humanos em 2001? 
 
a. ( ) Porque preservava e protegia as mulheres em situação de 
violência doméstica. 
 
b. ( ) Porque foi negligente, omisso e tolerante com a violência 
doméstica contra as mulheres. 
 
c. ( ) Porque demorou a reconhecer que Maria da Penha tinha 
sido vítima de violência doméstica. 
 
d. ( ) Porque se negou a mudar a legislação brasileira para 
defender as mulheres contra a violência.
Atividades
26
3) Algumas das atribuições da Lei Maria da Penha são: 
 
a. ( ) Responsabilizar os órgãos públicos pela violência e dar 
aos juízes amplos poderes para decidir o destino de vítimas e 
agressores. 
 
b. ( ) Definir as formas de violência doméstica contra a mulher 
e as medidas voltadas para quem pratica a violência contra a 
mulher. 
 
c. ( ) Encaminhar os agressores para programas de proteção e 
as vítimas para lares temporários. 
 
d. ( ) Nenhuma das alternativas anteriores.
27
Referências 
BRASIL. Lei no 11.340, de 07 de agosto de 2006. Lei Maria da Penha. Brasília, 2006. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/
l11340.htm>. Acesso em: 07/04/2016.
INSTITUTO MARIA DA PENHA. Quem é Maria da Penha. Disponível em: <http://www.
mariadapenha.org.br/>. Acesso em: 07/04/2016.
 
28
UNIDADE 4 | A QUEM 
PROCURAR EM CASO DE 
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
29
1. A Quem Procurar em Caso de Violência Doméstica
Tanto quem sofre a agressão quanto quem sabe que ela ocorre com alguém pode e 
deve buscar ajuda.
Quando se é a vítima, a denúncia da violência deve ser feita de preferência na Delegacia 
da Mulher. Se não houver uma na cidade, deve ser feita na delegacia comum mais 
próxima. Se for uma situação de emergência, deve-se ligar para o 190 e pedir apoio da 
polícia. Nesse caso, a vítima ou o informante deve comunicar a gravidade e a urgência 
da situação. 
Se a mulher estiver insegura, em dúvida 
sobre o que fazer, pode ligar para a 
Central de Atendimento à Mulher, 
acessada pelo telefone 180. A ligação 
é gratuita e a central funciona 24 
horas por dia, todos os dias da semana, 
inclusive nos feriados. 
As atendentes são mulheres treinadas e preparadas para orientar vítimas em qualquer 
parte do País (e também fora do Brasil). Explicam como agir para se proteger e denunciar 
agressões, prestam esclarecimentos no aspecto tanto jurídico quanto psicológico, 
respondem dúvidas e indicam instituições e locais próximos – para onde as mulheres 
poderão se dirigir para completar o socorro necessário.
 a
Conforme você viu, não é apenas a vítima que pode denunciar a 
violência. Qualquer pessoa que tiver conhecimento desses atos 
também pode denunciar o ato e procurar ajuda! 
Quem não sofre a agressão, mas sabe de alguém que a está sofrendo, ouve ou 
presencia a violência enquanto ela está sendo praticada, pode chamar a polícia por 
meio do telefone 190. Se a polícia for avisada a tempo, o agressor poderá ser preso em 
flagrante.
30
Há outros locais em que as vítimas de violência podem obter ajuda e orientação:
• Hospitais públicos e serviços de saúde: atendem mulheres vítimas de 
violência e, no caso de estupro, garantem o acesso aos serviços de 
contracepção de emergência, proteção e prevenção a doenças sexualmente 
transmissíveis/AIDS e aborto previsto por lei. 
 
• Centro Especializado de Atendimento à Mulher (CEAM): oferece apoio 
psicológico, social e jurídico. 
 
• Serviço de abrigamento: acolhe mulheres ameaçadas e seus filhos. 
Presta também assistência psicológica e jurídica. 
 
• CREAS – Centro de Referência Especializada da Assistência Social: 
oferece ajuda psicológica e social. 
 
• CRAS – Centro de Referência e Assistência Social: oferece apoio 
psicológico e social. 
 
Fonte: SPM, 2015. 
2. E Quando o Homem é a Vítima?
Pouco se fala sobre isso. Os casos de violência doméstica contra os homens costumam 
permanecer escondidos entre as quatro paredes da vida conjugal. E os principais 
responsáveis por isso são as próprias vítimas. Isso acontece porque, em uma sociedade 
conservadora como a nossa, os homens que sofrem de violência doméstica sentem 
dificuldade em admitir esse tipo de agressão e preferem esconder ou disfarçar.
Vergonha, constrangimento, medo de terminar um relacionamento e das 
consequências que isso pode ocasionar. Em muitos casos, as razões dos homens são 
idênticas às das mulheres quando se trata de ocultar as agressões, como o temor 
de perder a convivência com os filhos. No entanto, mesmo em situações parecidas, 
homens e mulheres tem tratamento diferente pela legislação brasileira. 
31
A Lei Maria da Penha não contempla os casos em que o homem é a vítima. E como 
os registros desse tipo de ocorrência são raros, ainda existem muitas dúvidas sobre a 
melhor maneira de se recorrer à justiça. Mas, mesmo lentamente, essa realidade vem 
mudando. Muitos juristas defendem que os benefícios da Lei “Maria da Penha” sejam 
estendidos a todos os cônjuges, independentemente do gênero. Ou seja, homens e 
mulheres deveriam, igualmente, ser protegidos da violência doméstica. 
O melhor caminho para mudar a realidade do homem agredido é a conscientização. 
Quanto mais homens denunciarem maus tratos sofridos, mais a legislação precisará 
abrir espaço para abrigar essas vítimas silenciosas.
Agora é com você! 
 
Imagine que você conhece alguém que sofre violência doméstica, mas ela 
não quer ir à polícia denunciar o agressor. 
 
Para ajudar a compreender os mecanismos que fazem sua amiga silenciar, 
quando na verdade deveria fazer o oposto, assista ao depoimento da 
americana Leslie Morgan Steiner, em que ela conta por que as mulheres 
que sofrem violência se mantêm ao lado de quem as agride. O vídeo é em 
inglês, mas possui ferramenta de legendas em vários idiomas, inclusive 
português. Confira! 
 
http://www.ted.com/talks/leslie_morgan_steiner_why_domestic_
violence_victims_don_t_leave 
 
Reflita sobre qual é o impacto do depoimento dessa sobrevivente da 
violência sobre alguém como a sua amiga e que argumentos tal depoimento 
traz para ajudar quem sofre em silêncio.
Muito bem, você concluiu o conteúdo da unidade. Agora, você está apto 
para testar seus conhecimentos na bateria de questões. Ao finalizar esta 
etapa, prossiga em seus estudos.
32
Glossário
Emergência: ocorrência de perigo, situação crítica
Constrangimento: embaraçar, acanhar
33
 d
1) Onde devem ser feitas as denúncias de violência 
doméstica? 
 
a. ( ) No CRAS, para os assistentes sociais. 
 
b. ( ) Na Delegacia da Mulher, numa delegacia comum ou pelo 
190. 
 
c. ( ) Nos centros especializados de atendimento à mulher, 
para os plantonistas. 
 
d. ( ) Exclusivamente pelo telefone, no 180, para as 
atendentes. 
 
2) O que fazem os Centros Especializados de Atendimento à 
Mulher? 
 
a. ( ) Funcionam como lares temporários para as vítimas de 
violência. 
 
b. ( ) Oferecem apoio psicológico, social e jurídico às 
mulheres. 
 
c. ( ) São espaços em que as mulheres e seus filhos convivem 
com outras vítimas até superarem os traumas. 
 
d. ( ) São locais em que as mulheres recebem atendimento 
médico.
Atividades
34
3) A Central de Atendimento à mulher oferece que tipo de 
serviço às vítimas? 
 
a. ( ) Atende mulheres vítimas de violência e, no caso de 
estupro, garante o acesso aos serviços de contracepção de 
emergência, proteção e prevenção a DST 
 
b. ( ) Acolhe mulheres ameaçadas e seus filhos. Também presta 
assistência psicológica e jurídica.c. ( ) Informa como agir para se proteger e como denunciar 
agressões, dá esclarecimentos em âmbito jurídico e psicológico, 
entre outros. 
 
d. ( ) Acolhe vítimas de estupro
35
Referências 
BRASIL. Lei no 11.340, de 7 de agosto de 2006. Cria mecanismos para coibir a violência 
doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da Constituição 
Federal. Brasília, 2006. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm>. Acesso em: 8 nov. 2016.
________. Ministério da Saúde. Política Nacional de Redução da Morbimortalidade 
por Acidentes e Violências. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 34, n. 4., 
ago. 2000. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S0034-89102000000400020>. Acesso em: 8 nov. 2016.
SPM – SECRETARIA DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES. Viver sem violência é direito 
de toda mulher. Cartilha, abril de 2015. Disponível em: <http://www.spm.gov.br/
central-de-conteudos/publicacoes/publicacoes/2015/livreto-maria-da-penha-2-web-1.
pdf>. Acesso em: 15 abr. 2016.
 
36
UNIDADE 5 | A POLÍTICA DE 
ATENÇÃO À CRIANÇA E AO 
ADOLESCENTE
37
1. A Política de Atenção à Criança e ao Adolescente
Violência doméstica contra crianças e adolescentes são atos e/ou omissões – praticados 
por pais, parentes ou responsáveis legais – que lhes causem dor ou dano de natureza 
física, sexual e/ou psicológica .
Observe que, pela definição acima, a violência pode abranger atos que vão muito além 
da agressão física. Esta é uma visão bastante atual do problema e demonstra o quanto 
a legislação brasileira está sintonizada com as grandes questões de direitos humanos 
no mundo de hoje.
Segundo a legislação brasileira, criança é a pessoa de até 12 
anos de idade e adolescente, aquela entre 12 e 18 anos de idade.
Todo adulto tem o dever de proteger crianças e adolescentes. Pensando por esse 
caminho, quando um adulto comete qualquer tipo de violência dessa natureza, está 
negando os direitos dessas mesmas crianças e adolescentes e cometendo, portanto, 
uma transgressão. 
Conforme já dissemos anteriormente, a violência se manifesta de diversas formas. 
Vejamos como ela se dá com relação a crianças e adolescentes, lembrando que o 
detalhamento chega a ser chocante em alguns aspectos. Mas, até por isso, é muito 
importante que tenhamos acesso a ele: 
Violência física: toda ação que causa dor física, desde um 
simples tapa até o espancamento fatal. 
 
Violência sexual: configura-se como todo ato ou jogo sexual, 
relação hetero ou homossexual, entre um ou mais adultos 
(parentes de sangue ou afinidade e/ou responsáveis) e uma 
criança ou adolescente, tendo por finalidade estimular 
sexualmente uma criança ou adolescente ou utilizá-los para 
obter uma estimulação sexual sobre sua pessoa ou outra pessoa. 
(...)
38
Violência fatal: atos e/ou omissões praticados por pais, 
parentes ou responsáveis em relação à criança e/ou adolescente 
que, sendo capazes de causar-lhes dano físico, sexual e/ou 
psicológico podem ser considerados condicionantes (únicos ou 
não) de sua morte. 
 
Negligência: representa uma omissão em prover as necessidades 
físicas e emocionais de uma criança ou adolescente. Configura-
se quando os pais (ou responsáveis) falham em alimentar, vestir 
adequadamente seus filhos etc., quando tal falha não é o 
resultado de condições de vida além do seu controle. 
 
Fonte: AZEVEDO, Maria Amélia e GUERRA, Viviane N. de Azevedo. Violência doméstica 
contra crianças e adolescentes – um cenário em (des)construção. LACRI/IPUSP.
 e
A negligência pode ser moderada ou severa. Nas casas em que 
os pais negligenciam severamente os filhos observa-se, de modo 
geral, que eles nunca providenciam alimentos para a família, 
não há uma rotina e não há roupas limpas para as crianças. O 
ambiente doméstico é muito sujo, com lixo espalhado por todos 
os lados. Muitas vezes as crianças são deixadas sozinhas por 
vários dias. Algumas acabam falecendo por inanição, outras em 
consequência de acidentes domésticos. Geralmente há consumo 
elevado de drogas ilícitas e de álcool entre esses pais, além de 
severas desordens de personalidade. 
 
Fonte: Adaptado de Azevedo, 2016.
2. Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)
A lei que discorre sobre a proteção integral à criança e ao adolescente é conhecida 
como ECA, ou Estatuto da Criança e do Adolescente. É a Lei nº 8.069, promulgada em 
1990. Ela estabelece que: 
39
É dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou violação 
dos direitos da criança e do adolescente. A União, os Estados, 
o Distrito Federal e os Municípios deverão atuar de forma 
articulada na elaboração de políticas públicas e na execução de 
ações destinadas a coibir o uso de castigo físico ou de tratamento 
cruel ou degradante e difundir formas não violentas de educação 
de crianças e de adolescentes (...). (BRASIL, 1990)
O ECA estipula que o cuidado e o zelo com crianças e adolescentes são de 
responsabilidade de todos os cidadãos, principalmente pais e responsáveis, educadores, 
profissionais da área da saúde e da justiça, enfim, a sociedade como um todo e os 
órgãos públicos. Também define as ações que devem ser promovidas para divulgar e 
garantir os direitos da infância e juventude e elenca uma série de políticas de 
atendimento, como campanhas educativas, formação de profissionais de diversas 
áreas para atuarem na proteção e socorro a crianças e adolescentes, criação de órgãos 
de apoio e monitoramento – entre eles, o Conselho Tutelar. 
O Conselho Tutelar é um órgão permanente e autônomo, 
encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos 
direitos da criança e do adolescente. (BRASIL, 1990)
Cada município deve ter, no mínimo, um Conselho Tutelar, com cinco conselheiros 
eleitos pela população local. Suas atribuições são, entre outras:
• Atender crianças e adolescentes vítimas de violência ou sob suspeita de violência;
• Atender e aconselhar pais ou responsáveis, aplicando as medidas previstas no 
ECA;
• Requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, 
previdência, trabalho e segurança para prestar o atendimento e o encaminhamento 
necessários; 
• Encaminhar os casos de violação dos direitos da criança ou adolescente a 
autoridades judiciárias e Ministério Público;
40
• Promover e incentivar, na comunidade e nos grupos profissionais, ações de 
divulgação e treinamento para o reconhecimento de sintomas de maus tratos 
em crianças e adolescentes.
Diante da suspeita (ou da constatação) de violência contra menores, é recomendável 
entrar em contato com o Conselho Tutelar mais próximo. Os conselheiros irão averiguar 
a denúncia e dar o encaminhamento necessário ao caso.
 a
Dependendo do grau de violência contra a criança e o 
adolescente, o Conselho Tutelar poderá solicitar medidas 
emergenciais, como seu afastamento imediato do convívio 
familiar, a fim de preservá-los até que o processo seja finalizado.
Agora é com você! 
 
A violência choca e deixa marcas profundas nas crianças. Marcas que as 
seguem por toda a vida. 
 
Assista a uma reportagem sobre violência contra crianças e adolescentes, 
feita em 2013 e veiculada no programa Fantástico a partir do link a seguir. 
 
https://www.youtube.com/watch?v=UEUCcsZZi08 
 
Depois, reflita: o que mudou de 2013 para cá? O que pode ser feito para 
diminuir os altos índices de agressões e abusos contra crianças e 
adolescentes?
Você acaba de concluir o conteúdo desta unidade. Agora, você pode 
prosseguir para testar o que já aprendeu até este momento e, na 
sequência, avançar em seus estudos até finalizar os tópicos deste curso. 
Mãos à obra!
41
Glossário
Inanição: estado de debilidadeextrema provocado pela fome.
Zelo: cuidado.
42
 d
1) De acordo com a legislação brasileira, criança é a pessoa 
de até... 
 
a. ( ) 10 anos 
 
b. ( ) 12 anos 
 
c. ( ) 11 anos 
 
d. ( ) 14 anos 
 
2) Conforme foi estudado na unidade 5, é considerado 
negligência: 
 
a. ( ) Não dar atenção à criança. 
 
b. ( ) Não providenciar alimentação para a criança. 
 
c. ( ) Não brincar com a criança. 
 
d. ( ) Não dar amor à criança. 
 
3) O que é considerado violência doméstica contra crianças e 
adolescentes? 
 
a. ( ) Qualquer ato e/ou omissão- praticados por pais, parentes 
ou responsáveis legais- que lhes cause dor ou dano de natureza 
física, sexual e/ou psicológica a eles. 
 
b. ( ) Qualquer ato que cause dano de natureza física a eles. 
 
c. ( ) Qualquer ato que cause dano de natureza psicológica a 
eles. 
 
d. ( ) Qualquer ato que cause dano de natureza sexual a eles. 
Atividades
43
Referências 
BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do 
Adolescente e dá outras providências. - Estatuto da criança e do adolescente (ECA). 
Brasília, 1990. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.htm>. 
Acesso em: 8 nov. 2016.
BRAUN, SUZANA. A violência sexual infantil na família: do silêncio à revelação do 
segredo. Porto Alegre: Age, 2002.
CONANDA – CONSELHO NACIONAL DE DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. 
Legislação sobre crianças e adolescentes. [s.d.]. Disponível em: <http://www.sdh.
gov.br/sobre/participacao-social/conselho-nacional-dos-direitos-da-crianca-e-do-
adolescente-conanda>. Acesso em: 8 nov. 2016.
44
UNIDADE 6 | CONSEQUÊNCIAS 
FÍSICAS E PSICOLÓGICAS DA 
VIOLÊNCIA
45
1. Consequências Físicas e Psicológicas da Violência
Crianças e adolescentes, quando vítimas de violência doméstica, geralmente 
apresentam sintomas físicos e psicológicos associados.
Como sofrem fortes traumas, sentem dificuldade em confiar nos outros e se relacionar, 
desenvolvem baixa autoestima e mudam seu comportamento. Podem se tornar 
tristes, tensos, agitados, rebeldes ou ter reações demasiadamente infantis para sua 
idade. Podem apresentar um declínio do aproveitamento escolar e dificuldades de 
compreensão, se recusar a participar de atividades de que antes gostavam e começar 
a faltar às aulas. Também podem se tornar agressivos, autoritários e reproduzir o 
comportamento de seus agressores com outros. 
Lesões na cabeça, vergões e marcas na pele, queimaduras e fraturas constantes 
(principalmente nos braços) podem ser indicativos de atos violentos com cintos, ferros 
de passar roupa, cigarros acesos, cabides, vassouras e outros objetos.
A falta de higiene, doenças recorrentes, magreza extrema, por exemplo, também 
podem indicar negligência para com a criança e o adolescente.
Menores que sofrem abuso sexual por vezes também podem apresentar 
comportamentos de sexualização precoce. 
A criança submetida à violência doméstica com punição física 
acaba sendo “treinada” a aceitar a agressão como forma de 
ensinar submissão e obediência. Os sentimentos associados a 
essas agressões, como raiva, angústia, ansiedade, medo, terror, 
ódio, acompanham-na até a vida adulta. Os padrões de agressão 
se tornam, então, modelos de comportamento e são dirigidos a 
outros adultos (companheiros, companheiras, esposas, maridos) e 
filhos. (BRAUN, 2002)
Nas mulheres, as consequências físicas mais visíveis são hematomas e vergões 
(predominantemente no rosto e nos braços), bem como inflamações e contusões, além 
de ferimentos que podem deixar sequelas graves, como traumatismos, problemas 
motores e deficiências físicas.
46
Os sintomas psicológicos mais 
frequentes em mulheres vítimas 
de violência doméstica são insônia, 
pesadelos, falta de concentração e 
memorização, irritabilidade, falta de 
apetite, transtornos mentais como a 
depressão, ansiedade, síndrome do 
pânico, estresse pós-traumático, além 
de comportamentos autodestrutivos, 
como o uso de álcool e drogas, ou mesmo 
tentativas de suicídio. (FONSECA; 
LUCAS, 2006)
Podem ocorrer também confusão mental, baixa autoestima (imagem negativa de si 
mesma, considerando-se fraca, incapaz, inferior e dependente), dificuldades de se 
relacionar com outras pessoas (por conta da desconfiança e do medo), transtornos 
alimentares, tendência ao isolamento.
Além das consequências físicas e psicológicas, ocorrem ainda consequências financeiras 
(dificuldades para obter o próprio sustento), consequências profissionais (alto índice 
de faltas, abandono do emprego ou perda do emprego), desagregação familiar, entre 
outras.
Agora é com você! 
 
Muitas vezes, as vítimas de abusos e agressões não conseguem falar. Mas 
conseguem se manifestar de outras formas. 
 
Um documentário de Marta Hierro e Alberto Jarabo conta a história e 
mostra desenhos feitos por crianças abusadas e agredidas. O título é 
sugestivo: “Los monstruos de mi casa” (Os monstros de minha casa).
47
Você poderá ver alguns desses desenhos e conhecer a história das crianças 
que os fizeram através do link a seguir. Vale a pena conferir! 
 
http://www.psiconlinews.com/2013/09/os-monstros-da-minha-casa-
desenhos-de.html 
 
Se você fosse uma dessas crianças, como se expressaria?
Muito bem, você concluiu o conteúdo da unidade. Agora, você está apto a 
testar seus conhecimentos na bateria de questões. Ao finalizar esta 
etapa, prossiga em seus estudos.
Glossário
Contusão: lesão produzida por golpe ou impacto, sem causar ruptura da pele; 
traumatismo.
Declínio: diminuição.
Desagregação: desestruturação, separação, desunião.
Sequela: consequência.
Sexualização: referente ao caráter ou aspecto sexual, conteúdo ou conotação sexual 
ou erótica.
Submissão: obediência, subordinação.
Vergões: arranhados, ferimentos.
Traumatismo: lesão ou ferida produzida por ação violenta.
48
 d
1) Crianças e adolescentes vítimas de violência tendem a 
apresentar algumas consequências físicas mais frequentes. 
Quais são elas? 
 
a. ( ) Redução do aproveitamento escolar, agressividade, 
apatia. 
 
b. ( ) Lesões na cabeça, vergões e marcas na pele, queimaduras 
e fraturas constantes (principalmente nos braços). 
 
c. ( ) Redução do aproveitamento escolar e dificuldades de 
compreensão, recusa em participar de atividades de que antes 
gostavam. 
 
d. ( ) Hematomas e vergões (predominantemente no rosto e 
nos braços), tristeza, apatia, agressividade. 
 
2) Algumas das consequências emocionais da violência contra 
mulheres são... 
 
a. ( ) Dificuldades para obter o próprio sustento, alto índice de 
faltas, abandono de emprego ou perdão do emprego. 
 
b. ( ) Lesões na cabeça, insônia, pesadelos, falta de apetite, 
fraturas constantes. 
 
c. ( ) Tristeza, tensão, agitação, rebeldia, passa a ter reações 
demasiadamente infantis para sua idade. 
 
d. ( ) Insônia, pesadelos, falta de concentração e memorização, 
irritabilidade, falta de apetite, transtornos mentais como a 
depressão, ansiedade, síndrome do pânico, estresse pós-
traumático, comportamentos destrutivos.
Atividades
49
3) Crianças e adolescentes, quando vítimas de violência 
doméstica, costumam apresentar: 
 
a. ( ) Mais sintomas físicos que psicológicos. 
 
b. ( ) Sintomas físicos e psicológicos associados. 
 
c. ( ) Mais sintomas psicológicos que físicos. 
 
d. ( ) Apenas sintomas físicos.
50
Referências 
AZEVEDO, Maria Amélia e GUERRA, Viviane N. de Azevedo. Violência doméstica 
contra crianças e adolescentes – um cenário em (des)construção. LACRI/IPUSP. [s.d.]. 
Disponível em: <http://www.unicef.org/brazil/pt/Cap_01.pdf>
BRAUN, SUZANA.A violência sexual infantil na família: do silêncio à revelação do 
segredo. Porto Alegre: Age, 2002. 
FONSECA, P. M. da; LUCAS, T. N. S. Violência doméstica contra a mulher e suas 
consequências psicológicas. Fundação Baiana para o desenvolvimento das Ciências/ 
Escola Baiana de Medicina e Saúde Pública, 2006. Disponível em: <http://newpsi.bvs-
psi.org.br/tcc/152.pdf>. Acesso em: 15 abr. 2016.
SPM – SECRETARIA DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES. Viver sem violência é direito 
de toda mulher. Cartilha, abril de 2015. Disponível em: <http://www.spm.gov.br/
central-de-conteudos/publicacoes/publicacoes/2015/livreto-maria-da-penha-2-web-1.
pdf>. Acesso em: 15 abr. 2016.
51
UNIDADE 7 | VIOLÊNCIA 
DOMÉSTICA CONTRA IDOSOS 
E ADULTOS COM CAPACIDADE 
DIMINUÍDA
52
1. Violência Doméstica contra Idosos e Adultos com 
Capacidade Diminuída 
“Considera-se violência 
contra o idoso qualquer 
ação ou omissão 
praticada em local 
público ou privado que 
lhe cause morte, dano 
ou sofrimento físico ou 
psicológico” (Estatuto 
do Idoso – Lei n.º 
10.741/2003.)
Considera-se idosa a pessoa com idade igual ou superior a 60 
anos.
Assim como crianças, adolescentes e mulheres, também idosos e adultos com 
capacidade diminuída (pessoas com deficiência mental/intelectual) são vítimas de 
diferentes formas de violência doméstica.
“Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem 
impedimento de longo prazo de natureza física, mental, 
intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais 
barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na 
sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. 
(...) 
53
Considera-se violência contra a pessoa com deficiência qualquer 
ação ou omissão, praticada em local público ou privado, que lhe 
cause morte ou dano ou sofrimento físico ou psicológico”. 
(BRASIL, 2015)
Existem três formas principais de violência contra idosos e pessoas com capacidade 
diminuída:
• Estrutural: ocorre devido à desigualdade social provocada pela pobreza, miséria 
e discriminação. É o tipo mais banal e cruel de violência, pois acontece pela 
exclusão social.
• Institucional: ocorre em instituições assistenciais de longa permanência (asilos e 
clínicas). Em muitos casos, os idosos e pessoas com capacidade diminuída sofrem 
maus tratos, são despersonalizados, destituídos de qualquer poder e vontade. 
Ou seja, perdem sua própria identidade. Em outros casos, sofrem alimentação 
inadequada ou insuficiente, falta de higiene e cuidados médicos adequados. A 
violência contra essas pessoas também acontece com problemas na gestão das 
políticas sociais (serviços de saúde, assistência, previdência social).
• Interpessoal: ou intrafamiliar, acontece nas relações cotidianas com as 
famílias. Abusos e negligências, problemas de espaço físico nas residências e de 
dificuldades econômicas, somados a uma visão preconceituosa que os considera 
um “fardo”, contribuem para a violência.
Algumas categorias que definem as formas de violência mais praticadas contra a 
população idosa são aceitas internacionalmente:
• Abuso físico, maus tratos físicos ou violência física: uso da força física para 
obrigar os idosos a fazerem o que não desejam ou para feri-los, provocando 
incapacidade ou morte.
• Abuso psicológico, violência psicológica ou maus tratos psicológicos: 
agressões verbais que visam aterrorizar os idosos, humilhá-los, restringir sua 
liberdade e isolá-los da convivência social.
• Abuso sexual, violência sexual: ato sexual com pessoas idosas por meio de 
violência física ou ameaças.
54
• Abandono: violência que se manifesta pela ausência dos responsáveis familiares, 
institucionais ou governamentais no momento de prestarem assistência a uma 
pessoa idosa necessitada de proteção.
• Negligência: recusa ou omissão de cuidados básicos devidos e necessários aos 
idosos pela família ou pelas instituições.
• Abuso financeiro e econômico: é a exploração ilegal ou imprópria dos 
idosos, ou a utilização de seus recursos financeiros e patrimoniais sem o seu 
consentimento. Enquadram-se também nesse item o estelionato (golpes 
praticados predominantemente contra idosos) e roubos (principalmente nos 
dias de receber a pensão).
• Autonegligência: é a conduta autodestrutiva da pessoa idosa, que ameaça sua 
própria saúde ou segurança ao recusar-se a cuidar de si mesma. Auto isolamento, 
recusa em tomar banho, se alimentar, tomar os medicamentos.
Adultos com capacidade diminuída, muitas vezes, acabam sendo isolados por suas 
famílias e afastados do convívio social. A justificativa, quase sempre, é de que esse 
isolamento os protegeria, mas na verdade isso pode ser a negação do problema e 
configura uma forma de violência.
Geralmente, os adultos com capacidade diminuída vítimas de violência têm dificuldade 
ou estão impossibilitados de pedir ajuda (por conta de suas limitações motoras, mentais 
ou sensoriais), por isso é importante que equipes de saúde orientem e acompanhem as 
famílias dessas pessoas, fornecendo apoio e informações para que esses adultos sejam 
incluídos não apenas na família, mas na sociedade. 
Os idosos mais vulneráveis são os que dependem física ou mentalmente de seus 
agressores, principalmente quando apresentam capacidade diminuída, alterações de 
sono, incontinência e dificuldades de locomoção, necessitando de cuidados intensivos. 
O risco aumenta ainda mais quando o agressor depende economicamente do idoso e 
quando é dependente de álcool ou drogas, possui algum problema de saúde mental ou 
está atravessando um período de estresse intenso.
Em caso de suspeita ou constatação de violência contra idosos ou adultos com 
capacidade diminuída, deve-se entrar em contato com a autoridade policial (delegacia 
de polícia) mais próxima, ou, caso haja na cidade, com a Delegacia do Idoso. Também 
é possível denunciar pelo “Disque Idoso” (os números variam de estado para estado).
55
Resumindo 
 
A violência contra o idoso (e também contra crianças e mulheres e pessoas 
com limitações) é praticada desde muito, muito tempo. 
 
Costuma-se associar a velhice e o velho a coisas negativas, feiura, morte, 
doença, entre outras coisas. Maltratar um idoso e matá-lo era justificado 
pois ele “estava no fim da vida”, “com o pé na cova”. Há contos que mostram 
de forma irônica e cômica o tratamento dispensado aos velhos de séculos 
atrás. Mais do que uma ficção, esses contos denunciam um pensamento 
que ainda persiste: o de que os velhos não merecem viver. E quando se 
apaixonam por alguém mais novo, incomodam. 
Ótimo, você acaba de finalizar sua unidade e está apto a testar seus 
conhecimentos nas questões referentes a ela. Prossiga em seus estudos 
para concluir o restante de seu curso.
Glossário
Despersonalizado: que perdeu a personalidade; descaracterizado, desvalorizado.
Destituído: privado de algo, deposto.
Impedimento: algo que causa dificuldade.
Incontinência: falta de controle.
Interação: ação mútua, relacionamento, comunicação.
Obstruir: atrapalhar.
Sensorial: relativo às sensações.
56
 d
1) Considera-se idosa a pessoa com idade igual ou superior 
a: 
 
a. ( ) 55 anos 
 
b. ( ) 60 anos 
 
c. ( ) 65 anos 
 
d. ( ) 70 anos 
 
2) O que constitui a violência psicológica praticada contra 
idosos? 
 
a. ( ) Exploração ilegal ou imprópria dos idosos, utilização de 
seus recursos financeiros e patrimoniais sem o seu 
consentimento. 
 
b. ( ) Abandono e falta de assistência, da parte tanto da família 
quanto das instituições. 
 
c. ( ) Uso da força física para obrigar os idosos a fazerem o que 
não desejam ou para feri-los, provocando incapacidade ou 
morte. 
 
d. ( ) Agressões verbais que visam aterrorizar os idosos, 
humilhá-los, restringir sualiberdade e isolá-los da convivência 
social. 
 
Atividades
57
3) Quem são os idosos mais vulneráveis à violência 
interpessoal? 
 
a. ( ) Os que ameaçam sua própria saúde ou segurança ao 
recusar-se a cuidar de si mesmos. 
 
b. ( ) Os que dependem física ou mentalmente de seus 
agressores, principalmente quando apresentam dificuldades de 
locomoção, necessitando de cuidados intensivos. 
 
c. ( ) Os que são dependentes de álcool ou drogas, possuem 60 
anos ou mais e estão atravessando um período de estresse 
intenso. 
 
d. ( ) Os que vão buscar a pensão mensalmente no banco.
58
Referências
BRASIL. Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da 
Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Brasília, 2015. Disponível 
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm>. 
Acesso em: 9 nov. 2016.
_______. Secretaria de Direitos Humanos. Manual de Enfrentamento à Violência 
contra a Pessoa Idosa. 2014. Disponível em: <http://www.sdh.gov.br/assuntos/
pessoa-idosa/publicacoes/violencia-contra-a-pessoa-idosa> Acesso em: 17 abr. 2016.
_______. Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003. Dispõe sobre o Estatuto do Idoso 
e dá outras providências. Brasília, 2003. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
CCivil_03/leis/2003/L10.741.htm>. Acesso em: 9 nov. 2016.
_______. Ministério da Saúde. Violência intrafamiliar. Orientações para a prática em 
serviço – “Violência contra pessoas portadoras de deficiências”. Cadernos de Atenção 
básica no 8. Brasília, 2002. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/
cd05_19.pdf> Acesso em: 1ª jun. 2016.
_______. Ministério da Saúde. Política Nacional de Redução da Morbimortalidade 
por Acidentes e Violências. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 34, n. 4, 
ago. 2000. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S0034-89102000000400020>. Acesso em: 8 nov. 2016.
MINAYO, Maria Cecília de Souza. Violência contra idosos: O Avesso do respeito 
à experiência e à sabedoria. 2. ed. Secretaria Especial dos Direitos Humanos, 2005. 
Disponível em: <http://www.observatorionacionaldoidoso.fiocruz.br/biblioteca/_
livros/18.pdf> Acesso em: 17 abr. 2016.
POMILIO, Robinson. A violência contra o idoso. Monografia de especialização em 
Políticas de Gestão em Segurança Pública. PUC/SP. 2007. Disponível em: <http://www.
observatorionacionaldoidoso.fiocruz.br/biblioteca/_monografias/1.pdf> Acesso em: 
17 abr. 2016.
 
59
UNIDADE 8 | INTERVENÇÃO 
SOBRE AGRESSORES 
CONJUGAIS
60
1. Intervenção sobre Agressores Conjugais
As políticas públicas estão focadas no atendimento às vítimas de violência. Mas essa é 
apenas uma parte do trabalho a ser feito. Na verdade, prevenir é muito mais importante 
do que atender vítimas. Isso se faz com ações previstas na Lei “Maria da Penha”, que 
prevê o desenvolvimento de trabalhos de orientação, encaminhamento, prevenção 
– entre outros –, voltados para a vítima, o agressor e os familiares, por meio de um 
atendimento feito por profissionais especializados nas áreas psicossocial e jurídica e 
na da saúde.
Além disso, o juiz pode determinar o comparecimento obrigatório do agressor a 
programas de recuperação e reeducação.
É importante salientar que, na violência doméstica, se estabelece um vínculo doentio 
entre agressor e vítima que necessita de ajuda para ser rompido.
Existem muitas razões para uma mulher não conseguir romper uma relação violenta, 
como por medo das ameaças do parceiro (inclusive ameaças de morte), por depender 
financeiramente dele, por achar que vai perder o amor dos filhos, por acreditar que ele 
vai mudar, por acreditar que a violência faz parte de todo relacionamento, por se sentir 
isolada e só.
A pesquisadora Heleieth Saffioti (2004) diz que todos os envolvidos na relação violenta 
devem ter o desejo de mudar e que é por essa razão que uma relação violenta não 
muda significativamente quando se trabalha exclusivamente com a vítima.
A vítima pode até apresentar algumas mudanças, mas se a parte agressora permanecer 
como sempre foi, seu modo de agir se manterá e a relação poderá, inclusive, tornar-se 
ainda mais violenta. 
Saffioti (2004) também alerta: “Todos percebem que a vítima precisa de ajuda, mas 
poucos veem essa necessidade no agressor. As duas partes precisam de auxílio para 
promover uma verdadeira transformação da relação violenta”. 
61
2. Um Exemplo Positivo
No Rio Grande do Norte, a promotora de Justiça do Ministério Público, 
Érica Veras, citou o exemplo do grupo reflexivo de homens, criado em 2009, 
para agressores que respondem a processos pela Lei Maria da Penha. O 
objetivo do grupo, segundo ela, é o de esclarecer a esses homens que a 
violência contra a mulher é um problema sócio-histórico e, por meio da 
reflexão, fazê-los mudar a atitude, quebrando o ciclo da violência. 
 
O grupo funciona uma vez por semana, por duas horas e são dez encontros 
obrigatórios. Ali também acontece a troca de experiências, pois é dado 
espaço e voz aos participantes. Entre as frases que Érica relatou escutar 
nesse grupo, estão “Eu não bati nela. Eu bati no atrevimento dela” ou “Eu 
pensei que não podia bater na mulher dos outros, mas na minha eu não 
sabia que era proibido”. A promotora afirmou que os resultados do grupo 
estão superando as expectativas. 
 
— Nós esperávamos reduzir (a reincidência) em 50%, mas já temos três 
anos de funcionamento do grupo, mais de 300 homens já passaram pelo 
grupo em três cidades diferentes do Rio Grande do Norte e 
surpreendentemente nós mantemos o índice de reincidência zero — disse. 
(BRASIL, 2015)
“Há quem diga que a culpa é do álcool, das drogas e do ciúme, 
mas esses são apenas fatores que podem desencadear uma crise 
de violência, não são as causas, e não servem como justificativas.” 
(SPM, 2015)
Infelizmente, a violência contra as mulheres continua fazendo muitas vítimas. Mesmo 
com a Lei Maria da Penha, o número de feminicídios permanece em patamares muito 
altos. 
A conclusão a que se chega é que, apesar de muito se ter feito para reduzir a violência, 
ainda há muito a se fazer. 
62
Agora é com você! 
 
Depois de tudo o que você leu e viu sobre violência doméstica, reflita: qual 
poderia ser sua maior contribuição para combatê-la? 
 
O que você pode fazer agora, amanhã e depois para ajudar nesse combate?
Parabéns! Você concluiu todo o conteúdo deste curso. Você está pronto 
para finalizar seus estudos testando seu conhecimento na bateria final 
de questões. Siga em frente!
Glossário
Feminicídio: assassinato de mulheres.
63
 d
1) Quais as ações que a Lei Maria da Penha prevê para os 
agressores? 
 
a. ( ) A Lei Maria da Penha não prevê nenhuma ação para 
agressores. Ela está focada apenas nas mulheres vítimas de 
violência. 
 
b. ( ) Prevê a orientação e o encaminhamento dos agressores a 
programas de recuperação e reeducação. 
 
c. ( ) Prevê apenas a punição e a prisão dos agressores. 
 
d. ( ) Prevê uma assistência jurídica para os agressores. 
 
2) Como é o atendimento às vítimas, aos agressores e aos 
familiares previsto pela Lei Maria da Penha? 
 
a. ( ) É um atendimento multidisciplinar. 
 
b. ( ) É um atendimento jurídico. 
 
c. ( ) É um atendimento psicológico 
 
d. ( ) É um atendimento médico. 
 
3) Que palavras completam adequadamente a frase: “As 
___________ estão focadas predominantemente no 
____________ vítimas de violência”. 
 
a. ( ) políticas públicas e atendimento a idosos 
 
b. ( ) políticas públicas e atendimento a todas as 
 
c. ( ) políticas públicas e atendimento a crianças 
 
d.( ) políticas públicas e atendimento a mulheres
Atividades64
Referências
AGÊNCIA PATRÍCIA GALVÃO. Dossiê Violência contra as mulheres – violência 
doméstica e familiar. Portal da internet, 2016. Disponível em: <http://www.
agenciapatriciagalvao.org.br/dossie/violencias/violencia-domestica-e-familiar-contra-
as-mulheres/>. Acesso em: 7 abr. 2016.
AGÊNCIA SENADO. Políticas públicas podem ajudar a reeducar agressores de 
mulheres, dizem especialistas. Portal da internet, 2015. Disponível em: <http://
www12.senado.leg.br/noticias/materias/2015/12/01/politicas-publicas-podem-
ajudar-a-reeducar-agressores-de-mulheres-dizem-especialistas> Acesso em: 9 nov. 
2016.
BEIRAS, Adriano; RIED, Juliana; TONELI, Maria Juracy Filgueiras. Políticas públicas e 
programas de atendimento: homens autores de violência contra a mulher. Congreso 
Iberoamericano de Masculinidades y Equidad, Barcelona, 2011. Disponível em: <http://
www.cime2011.org/home/panel2/cime2011_P2_AdrianoBeiras_JulianaReid.pdf>. 
Acesso em: 9 nov. 2016.
BRASIL. Lei no 11.340, de 7 de agosto de 2006. Cria mecanismos para coibir a violência 
doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da Constituição 
Federal. Brasília, 2006. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm>. Acesso em: 8 nov. 2016.
_______. Ministério da Saúde. Violência intrafamiliar. Orientações para a prática em 
serviço – “Violência contra pessoas portadoras de deficiências”. Cadernos de Atenção 
básica no 8. Brasília, 2002. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/
cd05_19.pdf> Acesso em: 1ª jun. 2016.
SAFFIOTI, Heleieth. Gênero, Patriarcado e Violência. São Paulo: Fundação Perseu 
Abramo, 2004. 
SPM – SECRETARIA DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES. Viver sem violência é direito 
de toda mulher. Cartilha, abril de 2015. Disponível em: <http://www.spm.gov.br/
central-de-conteudos/publicacoes/publicacoes/2015/livreto-maria-da-penha-2-web-1.
pdf>. Acesso em: 15 abr. 2016.
65
Gabarito
Questão 1 Questão 2 Questão 3
Unidade 1 B D B
Unidade 2 B A D
Unidade 3 C B B
Unidade 4 B B C
Unidade 5 B B A
Unidade 6 B D B
Unidade 7 B D B
Unidade 8 B A B
	Apresentação
	Unidade 1 | Violência Doméstica: O Que É?
	1. Violência Doméstica: O Que É?
	Glossário
	Atividades
	Referências
	Unidade 2 | Formas de Violência
	1. Formas de Violência
	Glossário
	Atividades
	Referências
	Unidade 3 | Lei Maria da Penha
	1. Maria da Penha
	2. O Que Faz Essa Lei?
	3. Um Pouco Mais sobre a Lei
	Glossário
	Atividades
	Referências 
	Unidade 4 | A Quem Procurar em Caso de Violência Doméstica
	1. A Quem Procurar em Caso de Violência Doméstica
	2. E Quando o Homem é a Vítima?
	Glossário
	Atividades
	Referências 
	Unidade 5 | A Política de Atenção à Criança e ao Adolescente
	1. A Política de Atenção à Criança e ao Adolescente
	2. Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)
	Glossário
	Atividades
	Referências 
	Unidade 6 | Consequências Físicas e Psicológicas da Violência
	1. Consequências Físicas e Psicológicas da Violência
	Glossário
	Atividades
	Referências 
	Unidade 7 | Violência Doméstica contra Idosos e Adultos com Capacidade Diminuída
	1. Violência Doméstica contra Idosos e Adultos com Capacidade Diminuída 
	Glossário
	Atividades
	Referências
	Unidade 8 | Intervenção sobre Agressores Conjugais
	1. Intervenção sobre Agressores Conjugais
	2. Um Exemplo Positivo
	Glossário
	Atividades
	Referências
	Gabarito

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