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Método das Aproximações Sucessivas (MAS) Introdução O método da dicotomia tem como inspiração o teorema de Bolzano "seja f uma função contínua num intervalo [a, b] contido em R. Se f troca de sinal nos extremos desse intervalo, então existe pelo menos uma raiz real de f contida em [a, b]". Portanto, uma limitação do método da Dicotomia é o fato de não poder ser aplicado para o caso de raízes de multiplicidade par, pois para podermos achar uma raiz α por esse método é necessário que ela esteja isolada em [a,b] , que f seja contínua e troque f de sinal em [a,b]. Método das aproximações sucessivas O método das aproximações sucessivas, tem como inspiração o Teorema do ponto fixo. Idéia do teorema do ponto fixo: Seja α uma raiz de f , isolada no intervalo [a, b], ou seja, f (α) = 0. Obter uma função φ, tal que a raiz αseja ponto fixo de φ, ou seja, φ(α) = α. Logo, o problema de achar um zero de f será modificado para o de achar um ponto fixo de αααα. Como construir a função φ para calcular as iteradas do método das aproximações sucessivas? Partindo da equação f(x) = 0, através de manipulações algébricas (somando x nos dois membros, isolando o x em um dos lados da equação, etc. )chegamos a uma equação equivalente Página 1 de 5Método das aproximações sucessivas 21/8/2009file://F:\DISCIPLINAS\CALC_NUM\AULAS\zeros\metodo_aprox_sucessivas.htm φ(x) = x se a raiz de f é ponto fixo da função φ, temos que φ(α) =α. Portanto, podemos construir uma seqüência de valores xk a partir da estrutura algébrica definida pela φ. Essa seqüência é dada pelos valores φ(xk ) = xk+1 , para k = 0, 1, 2, 3, ...para x0 uma aproximação (chute) inicial. Mas apenas encontrar uma φ dessa forma, não significa que a seqüência gerada por ela converge para a raiz. OBSERVAÇÕES: Para garantirmos a convergência da seqüência { xk } para a raiz, algumas hipóteses devem ser verificadas. Essas hipóteses são definidas pelo teorema do ponto fixo, e são hipóteses que envolvem a função φ. Exemplo: aplicando o método para determinar as raízes de f(x) = x2 - x - 2. Todos sabemos que as raízes são 2 e -1, mas sempre é bom testarmos com exemplos simples e principalmente, aqueles que conhecemos as respostas. Passo1: Isolar a raiz. [0, 3] é um intervalo que contém a raiz 2 e [-2,0] é um intervalo que contém a raiz -1. Passo2: definir a função φ através de manipulações algébricas e verificar se φ(α) =α. Observação: verificar se a raiz é ponto fixo da função φ é algo que não poderemos testar em problemas onde de fato não conhecemos a raiz exata. Isso só poderá ser feito a posteriori, ou seja, se encontramos um valor que é ponto fixo da φ devemos verificar se ele é também raiz da f. Página 2 de 5Método das aproximações sucessivas 21/8/2009file://F:\DISCIPLINAS\CALC_NUM\AULAS\zeros\metodo_aprox_sucessivas.htm f(x) = x2 - x -2 <=> x2 - x -2 = 0 a) - x = 2- x2 => φ1 (x) = x2 - 2 (esta é apenas uma das possibilidades) φ1(2) = 22- 2 = 2 ( 2 é ponto fixo de φ1) φ1(-1) = (-1)2 - 2 =-1 (-1 é ponto fixo de φ1) b) x ( x-1) = 2 => x = 2/(x-1) => φ2 (x) = 2/(x-1) φ2 (2) = 2/(2-1) = 2 ( 2 é ponto fixo de φ2 ) φ2 (-1) = 2/(-1-1) = -1 ( -1 é ponto fixo de φ2 ) Neste caso, para as duas funções que construímos, as duas raizes são pontos fixos de ambas. Isso nem sempre ocorre. Passo3: para um chute inicial, dentro do intervalo que contém a raiz, efetuar as iteradas Calculando as iteradas para o caso (a)φ1 (x) = x2 - 2, com valores diferentes de chute inicial, valores em negrito nas colunas dos xk para k = 0 temos Para o chute inicial xk = 0 observamos que a seqüência das iteradas de φ1 converge para a raiz 2 e para os demais chutes iniciais não temos a convergência. chute inicial x0 0 3 2.1 x1 -2 7 2.41 x2 2 47 3.808 x3 2 2.207 X 103 12.502 Página 3 de 5Método das aproximações sucessivas 21/8/2009file://F:\DISCIPLINAS\CALC_NUM\AULAS\zeros\metodo_aprox_sucessivas.htm Calculando agora as iteradas para o caso (b) φ2 (x) = 2/(x-1), com valores diferentes de chute inicial (as colunas dos xk ) No caso do chute xk = 0, também observamos que a seqüência das iteradas de φ2 converge para a raiz -1. Complete a tabela com os outros chutes iniciais e verifique o que ocorreu. Observe, como neste caso a convergência é muito mais lenta que no caso anterior. Passo4: definir o critério de parada O critério de parada que usamos nesses exmplos foi certamente nada profissional, pois ficamos calculando as iteradas até atingir uma das raizes. Raramente saberemos o valor da raiz e portanto NUNCA devemos deixar um algoritmo em loop ATÉ QUE UM DETERMINADO VALOR SEJA ATINGIDO. Qualquer que seja o método iterativo, implemente chute inicial x0 0 -1.2 -2 x1 -2 x2 -0.667 x3 -1.2 x4 -0.909 x5 -1.048 x6 -0.977 x7 -1.012 x8 -0.994 x9 -1.003 x10 -0.999 x11 -1 x12 -1 Página 4 de 5Método das aproximações sucessivas 21/8/2009file://F:\DISCIPLINAS\CALC_NUM\AULAS\zeros\metodo_aprox_sucessivas.htm sempre um critério de parada por número máximo de iterações (ITMAX). Mas lembre-se que se o algoritmo parou por atingir ITMAX o resultado precisa ser analisado com cuidado, pois não atingiu uma precisão pré-definida para ela. Este é um caso típico onde vamos usar delimitações do erro absoluto ou do relativo para estabelecer a parada. Antes de definir as condições sobre f e φ, que garantem a convergência das iteradas, é importante observar que: 1. isolar a raiz em um intervalo deve ser feito, independente do método iterativo que vamos usar e isto nem sempre é uma tarefa fácil; 2. diferentes valores do chute inicial, levam a seqüências com comportamentos diferentes (convergêntes ou não); 3. nem sempre a função φ adequada para uma raiz é para outra. Página 5 de 5Método das aproximações sucessivas 21/8/2009file://F:\DISCIPLINAS\CALC_NUM\AULAS\zeros\metodo_aprox_sucessivas.htm
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