Buscar

Introdução à Eletricidade, Geradores e Motores Elétricos de Aeronaves

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 163 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 163 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 163 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Introdução à 
Eletricidade, 
Geradores e 
Motores Elétricos 
de Arenoves
SEST – Serviço Social do Transporte
SENAT – Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte
ead.sestsenat.org.br 
CDU 629.73
163 p. :il. – (EaD)
Curso on-line – Introdução a Eletricidade, Geradores e 
Motores Elétricos de Aeronaves – Brasília: 
SEST/SENAT, 2016.
1. Aeronave - aspectos elétricos. 2. Engenharia 
aeronáutica. I. Serviço Social do Transporte. II. Serviço 
Nacional de Aprendizagem do Transporte. III. Título.
3
Sumário
Apresentação 7
Unidade 1 | Teoria dos Elétrons 9
1 O Átomo 10
1.1 Elétrons, Prótons e Nêutrons 12
1.1.1 Camadas de Elétrons e Níveis de Energia 13
1.1.2 Elétrons de Valência 14
1.1.3 Transferência de Elétrons 15
1.1.4 Fluxo de Elétrons 15
1.2 Condutor 16
1.3 Isolante 17
1.3.1 Semicondutor 17
1.4 Eletricidade Estática 18
1.5 Campo Eletrostático 21
Glossário 23
Atividades 24
Referências 25
Unidade 2 | Geração de Eletricidade 26
1 Força Eletromotriz 27
2 Resistência de um Condutor 28
2.1 Fontes de Corrente Contínua 29
2.2 Bateria de Chumbo-Ácido 30
2.3 Bateria de Níquel Cádmio (NiCd) 33
2.4 Resistor 35
2.5 Circuitos de Corrente Contínua em Série e em Paralelo 38
2.5.1 Circuitos em Série 38
4
2.5.2 Circuitos em Paralelo 39
2.5.3 Circuito Misto 41
2.6 Lei de Ohm 43
2.7 Cálculo e Medição de Potência Elétrica 54
2.8 Determinação da Relação Tensão, Corrente e Resistência nos Circuitos Elétricos 58
2.8.1 Reostato 59
2.8.2 Potenciômetro 60
2.9 Terminologia Elétrica 63
2.9.1 Condutores 63
2.9.2 Chave Interna de Dispositivos Elétricos 64
Glossário 66
Atividades 67
Referências 68
Unidade 3 | Teoria da Corrente Alternada 69
1 Conceito de CA 70
2 Indutância e Indutores 73
2.1 Características do Indutor 74
2.2 Reatância Indutiva 77
2.3.1 Comportamento do Capacitor em CC 81
2.3.2 Fatores que Afetam a Capacitância 83
2.3.3 Comportamento do Capacitor em CA 84
2.4 Componentes e Símbolos Básicos 94
Glossário 103
Atividades 104
Referências 105
Unidade 4 | Pesquisa de Pane 106
5
1 Instrumentos de Medição 107
2 Medição da Tensão, da Corrente, da Resistência e da Continuidade 109
2.1 Curto-Circuito na Massa 109
2.2 Curto-circuito entre Fios 110
2.3 Circuito Aberto 111
2.4 Dispositivos de Proteção e Controle de Circuitos 113
2.4.1 Disjuntores 113
Atividades 116
Referências 117
Unidade 5 | Magnetismo 118
1 Tipos de Ímãs 119
2 Eletromagnetismo 119
3 Transformadores 121
3.1 Transformadores de Voltagem 122
3.2 Transformadores de Corrente 124
Glossário 125
Atividades 126
Referências 127
Unidade 6 | Motores e Geradores 128
1 Teoria do Motor Elétrico e do Gerador de Corrente Contínua 129
2. Geradores de CC e de CA 132
2.1 Geradores de CC 132
2.2 Geradores de CA 134
3 Regulagem da Tensão de um Gerador 139
3.1 Generator Control Unit ou Unidade de Controle do Gerador 140
3.2 Funções do GCU 141
6
4 Relé Diferencial 142
5 Sincronismo entre Geradores CA 142
6 Manutenção de um Gerador 145
Glossário 148
Atividades 149
Referências 150
Unidade 7 | Componentes de Circuito 151
1 Inversores 152
2 Diodos 153
3 Transistores 155
Glossário 159
Atividades 160
Referências 161
Gabarito 162
7
Apresentação
Prezado(a) aluno(a),
Seja bem-vindo(a) ao curso Introdução à Eletricidade, Geradores e Motores Elétricos 
de Aeronaves! 
Neste curso, você encontrará conceitos, situações extraídas do cotidiano e, ao final de 
cada unidade, atividades para a fixação do conteúdo. No decorrer dos seus estudos, 
você verá ícones que tem a finalidade de orientar seus estudos, estruturar o texto e 
ajudar na compreensão do conteúdo. 
O curso possui carga horária total de 30 horas e foi organizado em 7 unidades, conforme 
a tabela a seguir.
Unidades Carga Horária
Unidade 1 | Teoria dos Elétrons 4h
Unidade 2 | Geração de Eletricidade 5h
Unidade 3 | Teoria da Corrente Alternada 5h
Unidade 4 | Pesquisa de Pane 4h
Unidade 5 | Magnetismo 4h
Unidade 6 | Motores e Geradores 4h
Unidade 7 | Componentes de Circuito 4h
8
Fique atento! Para concluir o curso, você precisa:
a) navegar por todos os conteúdos e realizar todas as atividades previstas nas 
“Aulas Interativas”;
b) responder à “Avaliação final” e obter nota mínima igual ou superior a 60; 
c) responder à “Avaliação de Reação”; e
d) acessar o “Ambiente do Aluno” e emitir o seu certificado.
Este curso é autoinstrucional, ou seja, sem acompanhamento de tutor. Em caso de 
dúvidas, entre em contato por e-mail no endereço eletrônico suporteead@sestsenat.
org.br.
Bons estudos!
9
UNIDADE 1 | TEORIA DOS 
ELÉTRONS
10
Unidade 1 | Teoria dos Elétrons
O movimento dos elétrons é o principal fator responsável pela geração de eletricidade. 
Os elétrons têm matéria e uns possuem maior facilidade que outros para transportar 
eletricidade. Por isso, são classificados como condutores, semicondutores ou isolantes. 
Para o claro entendimento destes conceitos, é importante conhecer previamente a 
composição e a estrutura do átomo. 
1 O Átomo
A palavra átomo foi utilizada pela primeira vez pelo filósofo grego Demócrito, por 
volta de 400 a.C. Para ele, todo tipo de matéria era formado por pequenas partículas 
indivisíveis: os átomos. No entanto, Demócrito não conseguiu comprovar esse conceito 
e seu modelo tornou-se apenas filosófico (VIEIRA, 2013). 
Atualmente, sabe-se que o átomo pode ser dividido em partículas menores, mas essa 
descoberta não reduz a importância da contribuição dos estudos de Demócrito para os 
ramos da física e da química modernas. 
Em 1808, o cientista inglês John Dalton conseguiu confirmar a existência dos átomos 
por meio de experimentação. Em seus experimentos, Dalton observou que os átomos 
permaneciam inalterados durante as reações químicas.
Em 1886, o físico alemão Eugen Goldstein descobriu o próton. Posteriormente, o 
cientista neozelandês Ernest Rutherford aperfeiçoou os estudos e o próton foi definido 
como uma unidade com carga elétrica 
positiva que pertence ao átomo. A 
descoberta do próton abriu caminho 
para a descoberta do elétron, em 1897, 
pelo físico britânico Joseph Thomson. Os 
elétrons, ao contrário dos prótons, são 
unidades com carga elétrica negativa. 
Sendo assim, Thomson pensou no átomo 
como um pudim de passas, no qual há 
elétrons (carga negativa) dispersos em 
uma nuvem de carga elétrica positiva, 
conforme ilustra a Figura 1.
Figura 1: Modelo atômico de Thomson
11
No entanto, em 1911, Rutherford refutou o modelo atômico concebido por 
Thomson. Após experimentos que consistiam em bombardear uma fina lâmina de 
ouro, com partículas positivas, Rutherford constatou que, embora muitas partículas 
atravessassem a lâmina, uma pequena parte ou era refletida ou sofria desvios. Essa 
pequena parcela não atravessava a lâmina porque havia colidido com outras partículas 
positivas. Com base nisso, desenvolveu seu modelo atômico, no qual havia um núcleo 
de carga elétrica positiva, rodeado por elétrons (carga elétrica negativa). Esse núcleo 
era muito pequeno se comparado ao seu tamanho total e nele concentrava-se quase 
toda a massa do átomo.
Contudo, alguns questionamentos foram levantados. Como as partículas do núcleo 
não se repelem, uma vez que todas têm carga elétrica positiva? Se as partículas do 
núcleo e as que rodeiam esse núcleo são de cargas opostas, por que, então, não se 
atraem? (GRUPO VIRTUOUS, 2015). 
Respondendo a tais questões, em 1932 
o físico inglês James Chadwick postulou 
acerca da existência de partículas 
eletricamente neutras, os nêutrons, que 
estavam juntas aos prótons no núcleo, 
impedindo o desmanche doátomo, 
conforme a Figura 2.
Atualmente, predomina na comunidade 
científica, o modelo atômico do 
dinamarquês Niels Bohr. Considerado 
um aperfeiçoamento da teoria de 
Rutherford, Bohr postulou que os 
elétrons estão dispostos em camadas 
de energia. Embora alvo de críticas, o modelo proposto por Bohr ainda é o que 
melhor explica a realidade dos átomos e, portanto, será o modelo mais explorado e 
aprofundado nesta unidade.
O átomo é considerado a construção mais básica de toda matéria. A matéria é tudo 
aquilo que possui massa e volume e, portanto, ocupa lugar no espaço. Basicamente, 
é tudo aquilo em que se consegue tocar. A matéria pode ser encontrada nos estados 
sólido, líquido, gasoso e, até mesmo, na forma de plasma. Dessa forma, o átomo se faz 
presente em todos os elementos da tabela periódica. 
Figura 2: Modelo atômico de Rutherford, após a 
descoberta de Chadwick 
12
Entende-se por elemento toda substância que não pode ser reduzida para uma 
simples forma mediante meios químicos como, por exemplo, o ferro, o ouro, a prata e 
o oxigênio. Além desse ponto de redução, esses elementos deixam de ser o que são, 
pois perdem suas características mais essenciais (AIRBUS GROUP, 2006).
O elemento químico é formado por 
apenas um tipo de átomo. A combinação 
de dois ou mais elementos químicos é 
chamada de componente. Um exemplo 
de componente é a água (H2O), que 
possui dois átomos de hidrogênio (H) 
e um átomo de oxigênio (O). A menor 
partícula de um componente que pode 
ser dividida chama-se molécula, como 
representada na Figura 3.
1.1 Elétrons, Prótons e Nêutrons
O átomo faz parte da composição de toda matéria e é formado por três partículas 
subatômicas: elétrons, prótons e nêutrons. Essas três partículas determinam as 
propriedades específicas de cada elemento. O átomo de oxigênio, por exemplo, tem 
número de prótons, elétrons e nêutrons diferente do átomo de ferro que, por sua vez, 
é diferente do átomo de hidrogênio. Há mais de 100 elementos na tabela periódica. 
Segundo a teoria da cinética da matéria, as partículas (elétrons, prótons e nêutrons) 
presentes nos átomos estão sempre em movimento. Isso porque a matéria se contrai 
quando é resfriada e se expande quando é aquecida, com exceção da água/gelo 
(AIRBUS GROUP, 2006). 
 e
A água tem maior volume no estado sólido 
Uma garrafa com líquido, colocada no congelador, pode quebrar 
após o congelamento. Isso mostra que a água tem maior volume 
no estado sólido.
Figura 3: Molécula de água formada por átomos de 
oxigênio e hidrogênio 
13
Nas Figuras 4 e 5 pode-se observar que os prótons e nêutrons ocupam o centro do 
átomo, o núcleo. Os prótons possuem carga positiva e os nêutrons não possuem carga. 
Essas duas partículas têm, aproximadamente, a mesma massa. 
A partícula de carga negativa, o elétron, orbita o núcleo do átomo e apresenta massa 
aproximadamente 1.837 vezes menor se comparada aos prótons. Por tal motivo, o 
peso de um átomo é determinado pelo número de prótons e de nêutrons no núcleo e o 
peso do elétron é desconsiderado neste cálculo. Como os prótons e nêutrons ocupam 
o centro do átomo, são os elétrons que orbitam o núcleo e se movem durante uma 
reação química. 
No átomo de hidrogênio, ilustrado na Figura 4, observa-se a presença de um próton e 
um nêutron e, orbitando o núcleo, um elétron. Na Figura 5 tem-se um átomo de 
oxigênio, que apresenta uma estrutura mais complexa por possuir oito elétrons 
orbitando o núcleo, com oito prótons e oito nêutrons. O átomo tem carga neutra 
quando o total de carga positiva de prótons e nêutrons é igual ao total de carga 
negativa de elétrons em órbita do núcleo. 
 e
A transferência de elétrons faz o material perder alguns elétrons 
e se deteriorar 
A corrosão é formada pela transferência de elétrons entre 
materiais diferentes. Como exemplo tem-se a fuselagem do 
avião, feita de alumínio, e os rebites ou parafusos feitos de aço.
Figura 5: Um átomo de oxigênio contendo oito 
prótons e oito nêutrons
Figura 4: Um átomo de hidrogênio, seu elétron e 
núcleo (composto por um próton) 
14
1.1.1 Camadas de Elétrons e Níveis de Energia
As camadas de elétrons e os níveis de energia são explicados pelo modelo atômico do 
dinamarquês Niels Bohr, ainda vigente e utilizado pela comunidade científica. Para os 
elétrons orbitarem o núcleo, necessitam de um nível de energia. O total de energia de 
um elétron é o principal fator que determina o raio da órbita dos elétrons. O número 
máximo de elétrons, que cada camada da órbita pode conter, é o mesmo para todos 
os átomos. 
Na Figura 6.A, cada camada possui o número máximo de elétrons que pode conter. A 
Figura 6.B mostra que o átomo pode possuir sete camadas de elétrons. A camada mais 
próxima ao núcleo apresenta baixa quantidade de energia, pois pode conter apenas 
dois elétrons. À medida que as camadas se afastam do centro do átomo, o número de 
elétrons aumenta e, consequentemente, maior se torna sua energia. A eletricidade 
ocorre com o movimento dos elétrons da última camada, chamada de camada de 
valência. 
1.1.2 Elétrons de Valência
O número de ligações químicas formadas pelo átomo denomina-se valência. As 
partículas responsáveis por esta função são os elétrons da camada mais externa do 
átomo, os elétrons de valência. Sendo assim, nesta camada, o número de elétrons é um 
fator determinante na valência de um átomo. 
Figura 6.A: Níveis de energia em cada camada do átomo 
Figura 6.B: Quantidade máxima de elétrons em cada camada do átomo 
15
O processo pelo qual um átomo perde ou ganha elétrons é a ionização. Na ionização, 
formam-se os íons, que são compostos químicos com número de prótons diferente do 
número de elétrons. Há dois tipos de íons: os cátions e os ânions. Ao perder elétrons, 
o átomo fica carregado positivamente, pois o número de prótons é superior ao de 
elétrons. Assim, originam-se os cátions ou íons positivos. Por outro lado, ao ganhar 
elétrons, o átomo fica carregado negativamente, pois o número de elétrons é maior 
que o de prótons. Dessa forma, têm-se os ânions ou íons negativos. Destaca-se que o 
átomo é considerado neutro quando sua carga positiva é igual à carga negativa.
1.1.3 Transferência de Elétrons 
Os elétrons de valência orbitam a camada mais externa ao centro do átomo. Alguns 
elétrons são mais fortemente atraídos pelo núcleo e estão em camadas mais próximas 
a ele. Outros orbitam a camada mais externa e não possuem uma forte ligação com o 
núcleo. Esta última categoria de elétrons é denominada de elétrons livres, pois eles 
podem facilmente ser liberados da atração positiva exercida pelos prótons no núcleo 
do átomo. Os elétrons livres podem transitar de um átomo para outro, dando origem 
à corrente elétrica.
1.1.4 Fluxo de Elétrons 
A capacidade de ganhar ou de perder elétrons é determinada pela valência de um 
átomo. A valência também é responsável por definir a propriedade química e elétrica 
que o átomo possuirá. Com base nessa propriedade, o material pode ser de três 
tipos: condutor, isolante e semicondutor. A inclusão de um material em uma dessas 
categorias depende de sua capacidade de produzir elétrons livres, pois quanto maior 
a quantidade de elétrons livres, maior a corrente elétrica conduzida por esse material 
(AIRBUS GROUP, 2006).
16
1.2 Condutor
O material condutor é aquele que possui muitos elétrons livres e, portanto, maior é 
sua facilidade em produzir corrente elétrica. Na aviação, dois condutores são usados 
mais comumente: o alumínio e o cobre. Embora o alumínio seja mais leve que o cobre, 
seus elétrons livres encontram maior dificuldade de deslocamento. A essa dificuldade 
dá-se o nome de resistência natural do material ou resistividade. Entretanto, apesarde 
mais pesado, o cobre é melhor condutor de eletricidade que o alumínio.
Se o sistema elétrico de um avião for feito com fios de cobre, seu diâmetro, ou bitola, 
será pequeno e não pesará muito, pois o cobre é um condutor com baixa resistividade. 
Por outro lado, se os fios usados na aeronave são de alumínio, serão mais grossos, uma 
vez que este material tem maior resistência à passagem de corrente do que o cobre, 
embora ambos sejam classificados como condutores de eletricidade. 
Cada material possui um valor de resistividade, o que possibilita uma melhor 
compreensão de sua fórmula, como demonstrado na tabela 1.
Assim, o projeto do fabricante é que determina qual condutor será utilizado. Na fórmula 
da resistividade (ρ), observa-se que quanto maior o comprimento do fio (L) maior sua 
resistência (R). Ao mesmo tempo, quanto maior a área (A), menor a resistência do fio 
(R) de eletricidade.
Tabela 1: Cálculo da resistividade de um material
17
Na Figura 7 é possível notar que a resistência está inversamente proporcional à área e 
o comprimento do fio está diretamente proporcional à resistência. 
1.3 Isolante 
O material isolante é aquele que, em condições normais, pouco conduz ou, 
simplesmente, não conduz a corrente elétrica, pois não possui elétrons livres. São 
exemplos de materiais isolantes: o vidro, a cerâmica e o plástico.
1.3.1 Semicondutor
O material semicondutor é aquele que, por possuir características de condutor e isolante, 
não conduz nem isola a corrente elétrica de forma apropriada. O silício e o germânio 
estão entre os materiais com esta classificação. Quando o material semicondutor está 
com baixa corrente em temperatura ambiente, funciona como isolante. Entretanto, 
caso haja uma corrente passando por este material, os elétrons livres aparecem e ele 
fica com características de condutor. Os elementos semicondutores são, comumente, 
utilizados nos componentes de eletrônica. 
Figura 7: Variação da resistência conforme 
comprimento do condutor 
18
1.4 Eletricidade Estática
Há dois tipos de eletricidade: a dinâmica, criada pelo movimento dos elétrons livres, 
e a estática, na qual há ausência deste movimento. A eletricidade estática é formada 
pelo atrito de materiais não condutores de eletricidade, tais como a mica, o vidro e 
a borracha. O atrito causa um desbalanceamento de cargas, originando-se, assim, a 
eletricidade estática em sua superfície.
Essa eletricidade não é benéfica para a aeronave, pois sua presença pode causar ruídos 
ou interferências nas transmissões de rádio, bem como a queima de placas de circuitos 
eletrônicos nos computadores dos aviões.
Durante o abastecimento, a empresa abastecedora de combustível precisa colocar 
um cabo, ligando a aeronave ao caminhão com o intuito de equalizar as superfícies. 
Isso evita a formação de centelhas que possam inflamar o combustível, visto que o 
avião e o caminhão de abastecimento acumulam eletricidade estática, decorrente do 
atrito com o ar ao se deslocarem. Assim, o cabo de ligação mantém as duas superfícies 
equalizadas, não ocorrendo fluxo de carga elétrica. No entanto, caso ocorra este 
fluxo, é descarregado pela massa (lataria) do caminhão, mantendo o processo de 
abastecimento seguro.
 h
O megômetro é utilizado em testes de resistência de isolamento. 
Os descarregadores estáticos também protegem as aeronaves 
contra a incidência de raios. Por tal motivo, são de extrema 
importância e devem ser testados periodicamente com um 
aparelho chamado megômetro.
A eletricidade estática também está presente quando a aeronave se encontra em 
voo, sobretudo em função do atrito de sua fuselagem com o deslocamento do ar. 
Para eliminá-la, descarregadores estáticos são instalados nas pontas das superfícies 
de controle primárias, uma vez que a corrente se acumula nas extremidades de 
superfícies irregulares. 
19
Na distribuição de cargas 
elétricas, em superfícies com 
pontas, observa-se que o 
acúmulo se concentra nas 
extremidades. Em superfícies 
redondas, a distribuição de 
cargas ocorre de maneira 
uniforme, como é possível 
observar nas Figuras 8.A e 8.B.
Quando a eletricidade chega às 
pontas das asas, 
estabilizadores verticais e 
horizontais são consumidos 
pelos descarregadores estáticos, que são pequenas antenas localizadas ao longo da 
aeronave responsáveis por descarregar a energia estática acumulada na fuselagem em 
função do atrito com o ar. O aileron, o leme de direção e o profundor são superfícies 
móveis presas a superfícies fixas. Dessa forma, é necessário prover a estas superfícies 
um caminho de fácil acesso para suas extremidades, nas quais se encontram os 
descarregadores estáticos.
Assim, uma ligação, com cabo de aço, é feita 
entre todas as partes móveis do avião e as fixas. 
O processo pelo qual se realiza esta ligação é 
chamado metalização elétrica, que “[...] estabelece 
um caminho eletricamente condutivo entre duas 
ou mais partes metálicas, de forma a assegurar o 
mesmo potencial elétrico entre elas” (CARBONE; 
SILVA; SILVEIRA JÚNIOR, 2008, p. 75). 
Além disso, para Carbone, Silva e Silveira Júnior 
(2008. p. 79), na metalização “[...] as partes fixas 
são ligadas por meio de contato físico e as partes 
móveis são ‘ligadas’ ao restante da aeronave com 
cordoalhas metálicas”. Como exemplo, tem-se: 
portas e fuselagem, aileron e asa, profundor e estabilizador, como mostra a Figura 9. 
Figura 9: Ligação por parafuso por meio 
de cabo condutor 
Figura 8.A: Distribuição de carga em superfície com ponta 
Figura 8.B: Distribuição de carga em superfícies redondas 
20
A Figura 10 ilustra a eletricidade estática proveniente do deslocamento da aeronave 
durante o voo. 
Na Figura 11, observa-se a importância dos descarregadores estáticos, sobretudo no 
caso da perda de alguns deles. 
Figura 10: Eletricidade estática no deslocamento 
Figura 11: Instalação e localização dos descarregadores estáticos 
21
A eletricidade estática é prejudicial aos equipamentos eletrônicos dos aviões, tendo 
em vista que a maioria das aeronaves atuais utiliza tecnologia de ponta, como o fly-
by-wire (sistema de controle por cabo elétrico). Tais equipamentos possuem proteção 
extra contra este tipo de problema, mas cabe ao técnico de manutenção de aeronaves 
observar os cuidados no manuseio e saber identificar a simbologia de equipamento 
sensível a electrostatic discharge (ESD) ou, em português, descarga eletrostática, 
gerado pela fricção de um material com o outro. 
O atrito provocado pelo movimento de uma pessoa, usando roupas de frio feitas de lã, 
com o vento, chega a criar uma voltagem no corpo humano de 12.000 a 35.000 volts. 
Ao tocar os conectores elétricos de um circuito integrado, a pessoa pode destruir o 
equipamento eletrônico.
Sendo assim, como proteção, usam-se pulseiras contra ESD, que descarregam a 
eletricidade estática na estrutura do avião, pois ficam ligadas à fuselagem do avião. 
Outra medida a ser adotada é transportar o equipamento sensível a ESD em embalagens 
antiestáticas. 
As Figuras 12.A, 12.B e 12.C apresentam maiores detalhes sobre o símbolo de 
identificação de equipamentos ESD, bem como as embalagens apropriadas para seu 
transporte.
1.5 Campo Eletrostático
Ao redor de um corpo eletricamente carregado existe um campo de força. Esse campo 
é chamado de campo eletrostático ou dielétrico, o qual é representado por linhas de 
força que se estendem em todas as direções do corpo carregado e terminam onde há 
Figura 12.A: Equipamento de proteção individual contra a descarga elétrica no solo 
12.B: Proteção para equipamentos sensíveis à descarga elétrica 
12.C: Exemplos de materiais que dissipam a eletricidade 
22
uma carga igual e com sinal oposto, vistoque elétrons com a mesma carga se repelem 
e com cargas opostas se atraem. Para melhor entendimento da ação do campo 
eletrostático, linhas são usadas para representar a direção e a intensidade do campo 
elétrico, conforme mostra as Figuras 13.A e 13.B.
O avião é como uma esfera oca, então sua parte interna é neutra. Por isso, os elétrons 
se concentram na parte externa da esfera, mesmo que milhares de volts estejam ali. 
Esse fenômeno é utilizado para assegurar a vida dos operadores do gerador de Vana 
de Graaff.
Assim, caso um raio atinja o avião, os passageiros da aeronave não recebem a descarga 
elétrica, pois a energia é consumida pelos descarregadores estáticos nas extremidades 
das superfícies (asa, aileron, profundor e leme de direção) da aeronave, conforme 
explicitado anteriormente. As Figuras 14.A e 14.B ilustram a comparação de uma esfera 
oca com a parte externa de um avião. 
Figura 13.A: Corpos carregados eletricamente com sinais iguais 
Figura 13.B: Corpos carregados eletricamente com sinais opostos 
Fonte: ESTADOS UNIDOS – FAA (s.d.)
Figura 14.A: A carga em uma esfera oca 
Figura 14.B: A carga na parte externa de uma aeronave 
23
Resumindo 
 
Esta unidade demonstrou que o átomo é a estrutura básica de toda matéria. 
Formado por nêutrons, prótons e elétrons, o átomo possui camadas de 
energia. O movimento dos elétrons de sua última camada é responsável 
por gerar eletricidade. 
 
A capacidade de ganhar ou perder elétrons define se o material é condutor, 
semicondutor ou isolante. Há dois tipos de eletricidade: a dinâmica e a 
estática. Esta última, formada pelo atrito de materiais não condutores, é 
prejudicial aos equipamentos da aeronave. Além disso, há um campo de 
força, denominado campo eletrostático, ao redor de um corpo eletricamente 
carregado. 
Glossário
Aileron: parte móvel dos bordos de fuga das asas de aeronaves de asa fixa, que serve 
para controlar o movimento de rolamento da aeronave.
Corrosão: ação que ocorre entre materiais metálicos tais como o alumínio, o ferro e o 
cobre; tem graus de valência diferentes. 
Dielétrico: resistência que uma matéria oferece ao deslocamento de elétrons.
Estabilizadores verticais e horizontais: os estabilizadores verticais controlam o movimento 
do avião para a esquerda ou para a direita e são acionados pelo piloto por pedais embaixo do 
painel de instrumentos. Os estabilizadores horizontais controlam o movimento de subida e 
de descida do avião e são acionados pelo piloto por meio da manche.
Plasma: descrito como o quarto estado da matéria, o plasma possui consistência 
pastosa, gelatinosa.
Profundor: superfície de controle móvel horizontal existente na extremidade traseira 
da cauda dos aviões; o movimento dos profundores faz com que o nariz da aeronave 
direcione-se para baixo ou para cima.
Superfície de controle primária: aileron, leme de direção e profundor são os responsáveis 
pelo movimento em cima dos três eixos da aeronave: rolagem, guinada e arfagem.
24
 a
1) Julgue verdadeiro ou falso. O átomo é a estrutura básica 
de toda matéria. 
 
Verdadeiro ( ) Falso ( ) 
 
2) Julgue verdadeiro ou falso. A capacidade de ganhar ou de 
perder elétrons é determinada pela valência de um átomo. 
 
Verdadeiro ( ) Falso ( ) 
Atividades
25
Referências
AIRBUS GROUP. Technical training manual maintenance course – T1 (V2500-A5/
ME): electrical power. [S.l.]: Airbus Group, 2006. 308 p. 
CARBONE, E. C; SILVA, L. F; SILVEIRA JÚNIOR, L. Metalização elétrica em aeronaves. 
In: ENCONTRO LATINO AMERICANO DE PÓS-GRADUAÇÃO, 8., 2008, São José dos 
Campos. Anais... São José dos Campos: Universidade do Vale do Paraíba/FEAU, 2008. 
Disponível em: <http://www.inicepg.univap.br/cd/INIC_2008/anais/arquivosINIC/
INIC0274_01_O.pdf>. Acesso em: 3 abr. 2015.
EMBRAER GRUPO (Brasil). Aircraft general. [S.l.]: Embraer Grupo, 2014.
FAA – FEDERAL AVIATION ADMINISTRATION. Aviation maintenance: technician 
handbook airframe. Disponível em: <http://www.faa.gov/regulations_policies/
handbooks_manuals/>. Acesso em: 27 fev. 2015.
FERRARO, N. G.; RAMALHO JUNIOR, F.; SOARES, P. A. T. Os fundamentos da física: 
eletricidade, introdução à física moderna e análise dimensional. 9. ed. São Paulo: 
Moderna, 2007.
GRUPO VIRTUOUS. Modelo de Rutherford. 2015. Disponível em: <http://www.soq.
com.br/conteudos/em/modelosatomicos/p3.php>. Acesso em: 14 abr. 2015.
INDOLENCES ([S.l.]). Stylised lithium-7 atom. 2007. Disponível em: <https://commons.
wikimedia.org/wiki/File:Stylised_Lithium_Atom.svg>. Acesso em: 2 abr. 2015.
MARTINS, F. L. Eletricidade básica. [S.l.]: Sotreq, 2011. 308 slides, color.
MUSEU DAS COMUNICAÇÕES DE MACAU (China). Laboratório de diodos. Macau, 
China, 2014. Disponível em: <http://macao.communications.museum/por/exhibition/
secondfloor/moreinfo/2_16_0_DiodeLab.html>. Acesso em: 20 abr. 2015.
VIEIRA, F. T. Átomos, moléculas e íons: química tecnológica I. Diamantina, MG: UFVJM, 
2013. 19 slides, color. Disponível em: <http://site.ufvjm.edu.br/flavianatavares/
files/2013/04/1-Quim-Tec-I-Átomos-Moléculas-e-Íons-aula-de-10-10-2013.pdf>. 
Acesso em: 4 abr. 2015.
26
UNIDADE 2 | GERAÇÃO DE 
ELETRICIDADE
27
Unidade 2 | Geração de Eletricidade
A corrente elétrica é formada pelo movimento dos elétrons. No entanto, é a força 
eletromotriz a responsável por impulsionar a corrente elétrica pelos condutores. O 
fluxo da corrente, além de encontrar resistência, pode passar pelo circuito elétrico, 
seguindo um mesmo sentido ou não. Além disso, é o resistor que controla o fluxo da 
corrente no circuito. Tais conceitos serão aprofundados para melhor compreensão 
acerca do funcionamento da eletricidade. 
1 Força Eletromotriz
Diferentemente da corrente elétrica, que pode facilmente ser visualizada como um 
fluxo, a voltagem é variável e funciona como uma bomba, impulsionando os elétrons 
por meio dos condutores. Os elétrons em movimento formam a corrente elétrica, mas 
o que a impulsiona na eletricidade dinâmica é a voltagem. A força (ou pressão) que 
movimenta os elétrons é chamada de força eletromotriz (FEM).
Nas aeronaves, a FEM é formada pelo gerador do motor, gerador da Auxiliary Power 
and Unit (APU), bateria ou Ground Power Unit (GPU). Como exemplo, aponta-se a 
bateria, que fornece 12 ou 24 volts, demonstrando ter uma força de um lado, e zero 
volt no outro lado. A diferença entre os terminais da bateria gera uma movimentação 
nos elétrons, denominada de corrente. 
A Figura 15 ilustra uma simulação da 
voltagem, em dois tanques de água, com 
diferentes pressões. O tanque A tem 12 psi 
de pressão e o tanque B tem 2 psi. Logo, 
há uma diferença de 10 psi entre eles. Ao 
abrir a torneira, a água do tanque de maior 
pressão flui para o de menor pressão, até 
ocorrer a equalização das duas pressões, 
que faz parar o fluxo de água. 
Figura 15: Diferença de pressão entre dois tanques 
28
Tal conceito também se aplica à FEM, pois ao haver a equalização entre o que é 
fornecido e o que é consumido, a energia elétrica atinge a equalização e o fluxo de 
corrente cessa. Portanto, para ter corrente elétrica, é necessário que exista uma FEM 
entre dois pontos. A FEM também é conhecida como pressão elétrica ou diferença de 
potencial (DDP) e a unidade de medida da voltagem é o volt, representado pela letra 
(V) maiúscula. 
2 Resistência de um Condutor 
Foi observado que a FEM fornecida para um circuito elétrico movimenta os elétrons, 
criando um fluxo de corrente elétrica. No entanto, o fluxo de corrente encontra 
resistência ao deslocamento, em razão do próprio material do condutor. A soma de 
componentes elétricos (geradores, fios condutores, componentes elétricos diversos) 
é chamada de circuito elétrico. 
A resistência determina o quanto de correnteflui pelo circuito elétrico. Dessa forma, 
quanto maior a resistência do circuito, menor o fluxo de corrente. E, quanto menor a 
resistência do circuito, maior o fluxo de corrente. É a relação entre voltagem, corrente 
e resistência, que define o projeto de qualquer circuito elétrico de uma aeronave. Caso 
o valor de duas destas unidades seja conhecido, é possível encontrar o valor da terceira 
unidade por meio dos conceitos da Lei de Ohm.
Quatro propriedades determinam a resistência: material, comprimento, área e temperatura. 
Para demonstrá-la, novamente a fórmula da resistividade do condutor é utilizada.
Onde:
 
Sendo:
R = resistência (em Ohm)
ρ = resistividade do material
L = comprimento do condutor
A = área do condutor
29
Na fórmula, é possível observar 
que o comprimento do condutor 
é diretamente proporcional à 
resistência. Logo, quanto maior o 
comprimento do condutor maior 
a resistência ao fluxo de corrente 
do circuito elétrico. Além disso, a 
área é inversamente proporcional à 
resistência. Portanto, quanto maior a 
área do condutor menor a resistência 
ao fluxo de corrente do circuito 
elétrico, conforme o demonstrado na Figura 16. É válido ressaltar que a unidade de 
medida da corrente elétrica é o ampère, simbolizado como (A). 
2.1 Fontes de Corrente Contínua 
Entende-se por corrente contínua a corrente elétrica cujo fluxo de elétrons, a passar 
pelo circuito, segue constantemente em um mesmo sentido e, portanto, é sempre 
positiva ou negativa. A corrente contínua é encontrada em pilhas e baterias. 
Existem quatro tipos de fontes de corrente contínua: a mecânica (gerador CC ou 
dínamo), a química (bateria), a fotoelétrica (luz) e a térmica (calor). Nesta unidade será 
abordada apenas a fonte química, especificamente as baterias. Os geradores serão 
explicitados mais adiante.
As baterias são usadas na aviação em emergências, caso ocorra alguma falha em todas 
as fontes de eletricidade. Então, utiliza-se a bateria para funcionamento dos geradores 
dos motores e dos geradores de emergência, instrumentos essenciais ao voo, e para 
garantir a comunicação entre a aeronave e a torre de controle. 
As baterias são identificadas pelo material utilizado em suas placas. Podem ser de 
chumbo-ácido ou de níquel cádmio NiCd.
Figura16: Resistência varia de acordo com o 
comprimento do condutor 
30
2.2 Bateria de Chumbo-Ácido
As baterias de chumbo-ácido possuem de seis a 12 células conectadas em série. 
Em um circuito aberto, quando não está ligada ao sistema elétrico, a bateria de 
seis células fornece, aproximadamente, 12 volts. A bateria de 12 células fornece, 
aproximadamente, 24 volts. Cada célula possui placas positivas de peróxido de chumbo 
PbO2, placas negativas de chumbo (Pb) esponjoso e eletrólito (água destilada – H2O, 
e ácido sulfúrico – H2SO4). 
O eletrólito é o meio que transporta os elétrons e torna-se mais viscoso a baixas 
temperaturas, dificultando a reação química entre as placas positivas e negativas. Caso 
sua viscosidade seja elevada, os elétrons sofrerão maior resistência ao deslocamento 
e, consequentemente, haverá perda de carga da bateria. 
Quando nova, a bateria vem carregada, porém suas células estão secas. Isso significa 
que não foram adicionados o ácido sulfúrico e a água destilada. Assim, o mecânico de 
manutenção de aeronaves deve preparar o eletrólito, que é justamente a mistura das 
duas substâncias, com um peso específico. O peso é medido com um aparelho chamado 
densímetro, que deve indicar uma carga completa quando marcar entre 1275 e 1300, 
conforme a Figura 17.
Figura 17: Densímetro 
31
Tabela 2: Relação entre o peso específico e o estado de carga para a bateria selada chumbo-ácido a 70º
A bateria possui células e válvulas de abastecimento de água destilada e de ventilação 
dos gases internos, formadas pela reação do eletrólito com as placas de chumbo, 
conforme demonstrado na Figura 18.A. A bateria chumbo-ácido, depois de carregada 
com o eletrólito, está pronta para o funcionamento e precisa, apenas, a manutenção 
do nível de água nas células e a adição de água destilada, pois a água evapora na reação, 
como mostra a Figura 18.B.
Peso 
Específico
Ponto de 
Congelamento
Estado de Carga (SOC) Para a bateria 
selada Chumbo-Ácido a 70
0C 0F SOC 12 volt 24 volt
1.300 -70 -95 100% 12;9 25.8
1.275 -62 -80 75% 12.7 25.4
1.250 -52 -62 50% 12.4 24.8
1.225 -37 -35 25% 12.4 24.0
1.200 -26 -16
1.175 -20 -04
1.150 -15 +05
1.125 -10 +13
1.100 -08 +19
Figura 18.A: Bateria de chumbo-ácido 
Figura 18.B: Ligação das células da bateria 
32
a) Construção da célula da bateria de chumbo-ácido
A conexão da bateria ao sistema elétrico é efetuada por meio de uma conexão rápida 
e sua capacidade de carga é medida em ampère-hora (Ah). Portanto, uma bateria com 
capacidade de um Ah descarrega em uma hora, se estiver com o consumo máximo, que 
é de um ampère em uma hora. A mesma bateria descarrega em meia hora se fornecer 
dois ampères, em 20 minutos se fornecer três ampères e, assim, sucessivamente. 
Quanto maior o consumo, menor sua capacidade em horas. Ao mesmo tempo, quanto 
menor o consumo, maior seu tempo de descarregamento em horas. Logo, se apenas 
meio ampère é utilizado, a bateria descarrega em duas horas.
A corrente aquece a bateria na descarga rápida, ocasionando a redução de sua eficiência 
e o total de ampère-hora de saída. Para as baterias dos aviões, em razão de sua 
capacidade, é estabelecido como tempo de descarga um período de cinco horas. No 
entanto, esse tempo é somente uma base e não significa, necessariamente, o tempo 
total que a bateria fornece corrente. Em condições normais de serviço, a bateria pode 
estar completamente descarregada em poucos minutos, assim como pode não ser 
descarregada, se os geradores fornecerem energia suficiente para carregá-la. As 
Figuras 19.A e 19.B ilustram o assunto. 
Figura 19.A: Plugue de ventilação à prova de 
vazamento Figura 19.B: Desconexão rápida da bateria de 
chumbo-ácido 
33
A capacidade de ampère-hora de uma bateria depende da área efetiva das placas. A 
conexão da bateria em paralelo aumenta a capacidade de ampère-hora. A conexão das 
baterias em série aumenta o total de voltagem, mas não sua capacidade de ampère-
hora. 
b) Ciclo de vida útil de uma bateria 
O ciclo de vida útil de uma bateria é definido em função do número de cargas/descargas 
completas que pode executar, antes de sua capacidade normal de carga ficar abaixo 
de 80% de sua capacidade inicial. A vida da bateria varia de 500 a 1300 ciclos. Vários 
fatores podem causar a deterioração de uma bateria e encurtar sua vida útil. 
O primeiro fator é a descarga excessivamente rápida, que pode causar excesso de 
depósito de sulfato nas placas. O segundo é o carregamento ou descarregamento 
rápido da bateria, que pode resultar em superaquecimento das placas e liberação de 
resíduos de material ativo. O acúmulo de material ao redor das placas causa curto-
circuito e resulta em descarga interna das placas.
2.3 Bateria de Níquel Cádmio (NiCd)
Na bateria de níquel cádmio, o material ativo na placa positiva (ânodo) é o hidróxido 
de níquel NiOOH e na placa negativa (cátodo) é o cádmio esponjoso (Cd). A solução do 
eletrólito é hidróxido de potássio KOH e água destilada.
As baterias NiCd são usadas mais frequentemente em aeronaves de grande porte que 
voam a grandes altitudes. Diferentemente da bateria chumbo-ácido, o eletrólito da 
bateria NiCd não reage com as placas e não transporta elétrons porque sua função é 
apenas lubrificar as células. O estado de carga da bateria NiCd não pode ser medido 
pelo peso específico da solução do eletrólito de hidróxido de potássio, sobretudo em 
razão do peso específicodo eletrólito não mudar com o estado de carga da bateria.
A única maneira de determinar, com exatidão, a carga da bateria NiCd é efetuando um 
ciclo completo de carga/descarga. Chamado de deep cycle (ciclo profundo), consiste 
em descarregar as 20 células para um potencial igual a zero e carregá-las lentamente. 
34
A combinação entre temperatura alta e carregamento rápido pode ocasionar fogo ou 
explosão, como mostra a Figura 20.A. Para evitar riscos, a bateria possui um sensor de 
temperatura entre as placas, conforme pode ser observado na Figura 20.B. O sensor aciona 
um alarme de superaquecimento, na cabine de comando, para que o comandante possa 
adotar os procedimentos adequados de ação corretiva, como o desligamento da bateria. 
Um aspecto negativo da bateria de NiCd refere-se à constante carga e à infrequente 
descarga, visto que algumas células que a compõem podem descarregar de forma 
desequilibrada em relação às outras. Por isso, pode-se pensar que a bateria está 
carregada quando, na verdade, não está. Para que tal equívoco não seja cometido, é 
necessário provocar uma descarga completa.
Importante destacar que a bateria de NiCd é, usualmente, intercambiável com a bateria 
chumbo-ácido. Quando uma bateria chumbo-ácido é substituída por uma de NiCd, é 
necessário limpar e secar o compartimento, bem como limpar todos os resíduos ácidos 
da bateria anterior. 
Figura 20.A: Célula danificada por alta 
temperatura 
Figura 20.B: Sensor de temperatura na bateria 
NiCd 
35
2.4 Resistor
O resistor é o componente da eletricidade responsável pelo controle do fluxo de 
corrente. Assim, quanto maior for a resistência imposta pelo resistor ao fluxo de 
corrente, menor a corrente. Ao mesmo tempo, quanto menor a resistência, maior a 
corrente no circuito. A passagem da corrente pelo resistor gera calor. A dissipação do 
calor é usada na aeronave no sistema de degelo da hélice, por exemplo, o qual dissipa 
o calor por resistências elétricas, aquece as pás da hélice e quebra o gelo. 
Outra aplicação do resistor é na proteção contra chuva e gelo. Os para-brisas são 
aquecidos pela passagem de corrente elétrica acima de resistências que dissipam calor. 
A letra que representa a resistência é a letra grega ômega (Ω). A simbologia do resistor 
fixo é demonstrada na Figura 21.
O resistor possui um código de cores para que o técnico em manutenção de aeronaves 
identifique seu valor. O código consiste em faixas coloridas, sendo uma das faixas usada 
para indicar a tolerância de erro do resistor. Isso se deve à dificuldade de fabricação 
de um resistor com valor exato. A Figura 22 mostra os códigos e explica como usar as 
cores dos resistores, lidas do fim para o centro.
Figura 21: Simbologia do resistor fixo 
36
Quando o sistema de marcas do fim para o centro é usado, o resistor pode ter três 
ou quatro faixas de cores. A primeira, próxima ao final do resistor, indica o valor do 
primeiro dígito e nunca é a faixa das cores ouro ou prata. A segunda indica o valor do 
segundo dígito e, assim como a primeira, nunca pode estar nas cores ouro ou prata. A 
terceira faixa mostra o número de zeros a ser adicionado aos dois dígitos, encontrados 
nas duas primeiras faixas, exceto em dois casos:
• Se for da cor ouro, os dois primeiros dígitos devem ser multiplicados por 10%;
• Se for da cor prata, os dois primeiros dígitos devem ser multiplicados por 1%. 
Tabela 3.A: Tabela de código de cores de resistores e sua utilização 
Tabela 3.B: Marca da faixa do final para o centro
Figura 22: Representação do código de cores de resistores 
37
No caso de uma quarta faixa, será usada para achar a tolerância em porcentagem, 
como indicado na Tabela 3.A. Se não houver a quarta faixa, a tolerância será de 20%.
Na Figura 22 não há a quarta faixa. Portanto, a tolerância é de 20%. Sendo assim, tem-
se a faixa vermelha (dígito 2), a verde (dígito 5) e a amarela (sinaliza quatro dígitos 
zero: 0000), formando o número 250.000. Nesse caso, a tolerância do resistor é de 
50.000 Ω (20% de 250.000). Assim:
250.000 Ω + 50.000 Ω = 300.000 Ω (resistência máxima);
250.000 Ω – 50.000 Ω = 200.000 Ω (resistência mínima).
Ressalta-se que os resistores variáveis são construídos de modo que sua resistência 
possa ser alterada facilmente, tanto manual quanto automaticamente. Há dois tipos 
básicos de ajuste manual: o reostato e o potenciômetro. 
Na Figura 23 observam-se outros exemplos de resistores e suas faixas de cores.
Figura 23: Exemplos de resistores e suas faixas de cores 
38
2.5 Circuitos de Corrente Contínua em Série e em Paralelo
Os circuitos em série e em paralelo são utilizados em todos os sistemas das aeronaves. 
Como exemplo tem-se os circuitos elétricos dos geradores que estão em paralelo. 
As diferenças entre os circuitos estão relacionadas ao comportamento da tensão e 
da corrente. Conforme abordado anteriormente, a tensão é a diferença de potencial 
(DDP), pois é a pressão que vai impulsionar os elétrons por meio do condutor. A 
corrente, por sua vez, refere-se ao movimento dos elétrons livres dentro do condutor. 
Em um circuito elétrico, o sentido real da corrente é do polo negativo para o positivo. 
No entanto, para facilitar o aprendizado, será utilizado o sentido convencional: polo 
positivo para o negativo. É válido ressaltar que a unidade de medida da corrente é o 
ampère (A), a da tensão é o volt (v) e a da resistência é o Ohm (Ω). 
2.5.1 Circuitos em Série
Primeiramente, para o entendimento dos circuitos em série, será analisado o circuito 
com relação ao comportamento da corrente, como o representado na Figura 24. 
Quanto à nomenclatura: R é resistor (Ω), i é corrente (A), (E) é tensão (V) e A é 
amperímetro.
Figura 24: Exemplo de circuito em série 
39
No exemplo da Figura 24, a corrente (I) de saída é de 2A. A corrente sai do polo positivo 
da fonte de tensão (E), percorre todo o circuito, passa pelos resistores R1, R2, e R3 e 
chega ao polo negativo. Nota-se que a corrente não se divide, sendo a mesma em todo 
o circuito. 
Observa-se que na Figura 25.A, as lâmpadas estão acesas. No entanto, se o condutor 
quebrar a lâmpada ou a lâmpada queimar, como ocorre na Figura 25.B, a corrente não 
fluirá no circuito e nenhuma lâmpada acenderá. Este fenômeno é uma das características 
do circuito em série. Para calcular a resistência total do circuito elétrico em série, todas 
as resistências elétricas devem ser somadas: Rt = R1 + R2 + R3.
2.5.2 Circuitos em Paralelo
A Figura 26 representa um circuito elétrico com relação ao comportamento da corrente. 
Novamente, (R) é resistor (Ω), (i) é corrente (A), (E) é tensão (V) e (A) é amperímetro.
Figura 25.A: Lâmpadas ligadas em um circuito em série 
Figura 25.B: Retirada de uma lâmpada do circuito em série 
40
Na Figura 26, a corrente total que passa pelo circuito, impulsionada pela DDP, é de 6A. 
No entanto, a corrente divide-se pelo circuito elétrico ao passar pelos resistores R1, R2 
e R3, passando a valer 2A. Em seguida, segue para o polo negativo com os mesmos 6A 
que tinha quando saiu da fonte. Sendo assim, no circuito em paralelo, a corrente se 
divide pelo circuito. No exemplo da Figura 26, a corrente foi dividida em valores iguais, 
o que indica que as resistências são de mesmo valor.
Na Figura 27.A há duas lâmpadas acesas. Se o condutor quebrar ou a lâmpada queimar 
como acontece na Figura 27.B, a corrente continua a fluir no circuito e as lâmpadas que 
a receberam permanecem acesas, ao contrário do que ocorre no circuito em série. Este 
fenômeno é uma das características do circuito em paralelo. 
Figura 27.A: Lâmpadas em circuito paralelo 
Figura 26: Exemplo de circuito elétrico em paralelo 
41
Para calcular a resistência total do circuito elétrico emparalelo devem ser utilizadas as 
seguintes fórmulas: 
• Para cálculo da resistência total em várias resistências de uma vez
 1 = 1 + 1 + 1 +... ;
Rt R1 R2 R3
• Para cálculo da resistência total, em somente duas resistências, de uma vez
2.5.3 Circuito Misto 
No circuito elétrico misto ocorre uma mistura entre o circuito em série e o circuito em 
paralelo, conforme mostram as Figuras 28 e 29. 
Na Figura 28, as resistências R1 e R2 estão em série e, portanto, é utilizada a fórmula: 
R1.2 = R1 + R2
Figura 27.B: Retirada de uma lâmpada no circuito paralelo 
Rt = R1 x R2 
 R1 + R2
_______
Figura 28: Circuito elétrico misto 
42
Depois de utilizar a fórmula e obter R1.2, o circuito elétrico misto é representado como 
mostra a Figura 29.
Ainda de acordo com a Figura 29, observa-se que as resistências R3 e R4 e as resistências 
R6 e R7 também estão em série. Sendo assim, para calcular as resistências totais de 
cada um destes conjuntos utiliza-se a fórmula pela qual se somam seus valores:
R3.4 = R3 + R4 e R6.7 = R6 + R7.
Após este cálculo, o circuito se mostra segundo apresentado na Figura 30.
Agora que as resistências dos circuitos em série foram calculadas, observa-se que 
neste circuito restaram as resistências em paralelo. Sendo assim, as resistências R3.4 e 
R6.7 serão calculadas com base na seguinte fórmula: 
Figura 29: Circuito elétrico misto após soma das resistências R1 e R2 
Figura 30: Circuito elétrico misto após soma das resistências R3 + R4 e R6 + R7 
43
A Figura 31 mostra como fica o circuito elétrico a partir do último cálculo.
Como as resistências restantes estão em série, basta apenas somar seus valores para 
obter a resistência total ou equivalente. Sendo assim:
Rt = R1.2 + R3.4 + R5.
O resultado final é demonstrado na Figura 32. 
2.6 Lei de Ohm 
A Lei de Ohm foi desenvolvida pelo físico alemão George Simon Ohm (1787-1854) e 
define a relação entre corrente, voltagem e resistência em um circuito elétrico. As 
fórmulas das figuras a seguir mostram a conexão dessas unidades. 
Figura 31: Circuito elétrico misto após cálculo das resistências R3.4 e R6.7 
Figura 32: Resistência total em um circuito elétrico misto 
44
A voltagem aplicada em um circuito impulsiona uma corrente, mas a intensidade da 
corrente, fluindo no circuito, depende da resistência. Sendo assim: quanto maior 
a corrente no circuito, menor a resistência e, quanto menor a corrente, maior a 
resistência. 
Na Lei de Ohm, a tensão e a corrente comportam-se de maneiras diferentes no circuito 
elétrico em série e no circuito em paralelo. No circuito em série, a corrente percorre 
todo o circuito elétrico sem divisão, mas ao passar por uma resistência há consumo de 
energia, o resistor dissipa alguma corrente. A este consumo é dado o nome de queda 
de tensão ou queda de voltagem. Como cada resistência varia de valor em um circuito 
elétrico, tem-se uma queda de voltagem diferente em cada resistência do circuito. 
 e
As baterias e os geradores 
No avião, a bateria ou o gerador fornecem a FEM necessária 
para movimentar os elétrons no circuito (corrente). O consumo 
da corrente acontece nas bombas elétricas de combustível, nas 
telas do sistema de aviônicos, nos faróis de pouso e na iluminação 
da cabine de passageiros. Assim, a corrente é consumida, o que 
gera uma queda de voltagem em cada unidade de consumo. Se 
a corrente for consumida da bateria, descarrega-se. Porém, caso 
seja consumida do gerador, este mantém o fornecimento da 
voltagem para o consumo em todo o avião, pois no projeto 
dimensiona-se o consumo elétrico dos diversos sistemas que 
utilizam a energia para seu funcionamento
Figura 33.A: Fórmula da Lei de Ohm isolando-se a variável E 
Figura 33.B: Fórmula da Lei de Ohm isolando-se a variável I 
Figura 33.C: Fórmula da Lei de Ohm isolando-se a variável R 
45
Para melhor compreensão de como se dá o comportamento da tensão e da corrente, em 
um circuito elétrico em série, alguns exercícios sobre o funcionamento das resistências, 
com as respectivas soluções, estão expostos a seguir. 
Exercício 1
Cálculo da corrente que percorre o circuito elétrico, mostrado na Figura 34, e a queda 
de voltagem quando passa pelas resistências.
Solução do exercício 1
Primeiramente, a resistência total do circuito deve ser encontrada. E, uma vez que R6 
e R7 estão em série, aplica-se a fórmula:
Rt = R6 + R7 → Rt = 2 + 1 → Rt = 3 Ω
Como a corrente elétrica não se divide no circuito em série, portanto, é a mesma ao 
percorrer todo o circuito, utiliza-se a fórmula da Lei de Ohm:
I = E → I = 9 → I = 3 A
 Rt 3
A corrente que circula no circuito é de 3 A. Essa corrente é consumida pelas resistências, 
provocando uma queda de tensão. Nas resistências, a soma das quedas de tensão tem 
que ser igual a da fonte que, no caso, é de 9 v. Como os valores da corrente do circuito e 
os valores das resistências foram obtidos anteriormente, é possível encontrar a queda 
de tensão em cada resistência por meio da fórmula da Lei de Ohm:
E = I x R6 
E6 = 3 x 2 = 6 v
Figura 34: Circuito elétrico em série 
46
Se a queda de tensão em R6 é de 6 v, então a queda na resistência R7 é de 3 v, visto que 
o total de voltagem fornecido pela fonte é de 9 v: 
E7 = I x R7 
E7 = 3 x 1 = 3 v
Exercício 2
Cálculo do valor de R4, sabendo que a corrente que circula no circuito é de I = 0,2 A, 
conforme representado na Figura 35.
Solução do exercício 2
Se a corrente do circuito é I = 0,2 A, primeiramente deve ser calculado o valor da queda 
de tensão em cada resistor, lembrando que a soma dos valores da queda deve ser igual 
à tensão do circuito, que é de 100 v.
Queda de tensão em R1: Queda de tensão em R2: Queda de tensão em R3: 
E1 = I x R1 E2 = I x R2 E3 = I x R3 
E1 = 0,2 x 10 = 2 v E2 = 0,2 x 50 = 10 v E3 = 0,2 x 100 = 20 v
Se a soma das quedas de tensão é igual ao valor da fonte, tem-se:
Et = E1 + E2 + E3 + E4 → 100 = 2 + 10 + 20 + E4 → E4 = 100 – 32 → E4 = 68 v
Com estes valores calculados, é possível encontrar o valor de R4:
R4 = E4 → R4 = 68 → R4 = 340 Ω
 I 0,2
Figura 35: Circuito elétrico em série 
47
Na leitura do circuito em paralelo, a corrente e a tensão se comportam de forma 
diferente em relação ao circuito em série. No circuito em paralelo, a corrente se divide e 
a queda de tensão em cada resistência é igual. Sendo assim, para melhor entendimento 
do comportamento da tensão e da corrente, em um circuito elétrico em paralelo, o 
exercício proposto a seguir exemplifica o funcionamento das resistências.
Exercício 3
Cálculo da corrente total que percorre o circuito elétrico da Figura 36 e valor da 
corrente que passa por R1 e R2. 
 
Solução do exercício 3
Neste exemplo observa-se que a voltagem fornecida ao circuito de 9 v alimenta os 
pontos A e B. Logo, a queda de tensão em R1 apresenta o mesmo valor da queda em 
R2. No circuito em paralelo, a corrente é diferente para cada resistor. No entanto, 
pode-se inferir que a corrente que vai passar por R1 é menor que a corrente que passa 
por R2, pois o valor da resistência R1 é maior e, logo, a corrente é menor. O valor da 
resistência total do circuito é encontrado pela fórmula: 
Rt = R1 x R2 → Rt = 3 x 2 → Rt = 6 → Rt = 1,2 Ω
 R1 + R2 3 + 2 5
Figura36: Circuito elétrico em paralelo 
48
É importante observar que a resistência total sempre é inferior à menor resistência 
do circuito. Após encontrar o valor da resistência total, e dado o valor da tensão, é 
possível calcular a corrente total do circuito (It):
It = E → It = 9 → It = 7,5A
 Rt 1,2
A corrente de 7,5 A divide-se entre R1 e R2. Como no circuito em paralelo, a queda de 
tensão é a mesma nas resistências, então a queda de voltagem de R1 e R2 é de 9 v. 
Assim, calcula-se a corrente em R1 e R2 , uma vez que são de valores diferentes:
I1 = E → I1 = 9 → I1 = 3 A
 R1 3
I2 = E → I2 = 9 → I2 = 4,5 A
 R2 2
Observa-se que R1, maior resistência, passou à corrente de menor valor.
Até o momento foram abordados dois tipos de circuitos: em série e em paralelo. No 
entanto há também o circuito misto, que é uma combinação das duas modalidades 
anteriores. Para melhor entendimento, apresenta-se a solução de um exercício 
relacionado ao circuito elétrico misto.
Exercício 4 
Considerando a associação de três resistores ôhmicos, cujas resistências equivalem a 
R1 = 6,8 Ω, R2 = 4,0 Ω e R3 = 16 Ω, como mostra a Figura 37. Sabendo que a intensidade 
da corrente elétrica que passa por R2 vale 2,0 A, determinar:
a) a intensidade da corrente que passa por R1;
b) a DDP entre os pontos A e C. 
c) 
 
49
Solução do exercício 4
A Figura 37 exemplifica um circuito misto. Se um multímetro for utilizado, é possível 
visualizar que a queda de tensão, nas resistências em paralelo, é igual. Entretanto, 
na R1, a queda é diferente pelo fato de estar em série no circuito. Como a corrente 
que passa por R2 foi mencionada no exercício, pode-se achar sua queda de tensão. 
Conhecendo o valor de R2 é possível calcular a queda de tensão de R3, tendo em vista 
que estão em paralelo e, portanto, a queda de tensão é a mesma. 
E2 = I x R2 → E2 = 2 x 4 → E2 = 8 v
Então: 
E2 = E3
Assim, pode-se encontrar a resistência total, somente do circuito em paralelo formado 
pelas resistências R2 e R3, por meio da fórmula:
R2.3 = R2 x R3 → R2.3 = 4 x 16 → R2.3 = 64 → R2.3 = 3,2 Ω
 R2 + R3 4 + 16 20
Figura 37: Circuito elétrico misto 
50
Observa-se que o circuito ficou com duas resistências em série, como na Figura 38:
Como a queda de tensão em cima de R2.3 é de 8v e a resistência total do trecho R2.3 é 
igual a 3,2 Ω, pode-se encontrar o valor da corrente usando a seguinte fórmula: 
I2.3 = E → I2.3 = 8 → I2.3 = 2,5 A
 R 3,2
Se 2 A passam por R2 então 0,5 A passa por R3. Assim, a corrente total do circuito é 2,5 
A. Tendo em vista que R1 está na entrada do circuito, pode-se calcular o valor da queda 
de tensão em R1:
E1 = I x R1 → E1 = 2,5 x 6,8 → E1 = 17 v
A tensão total no circuito pode ser encontrada pela soma das quedas de tensão ou 
pela fórmula das resistências em série. Em seguida, com o valor da corrente total e da 
resistência total, é possível encontrar a tensão total no circuito:
Rt = R1 + R2.3 → Rt = 6,8 + 3,2 → Rt = 10 Ω
Et = It x Rt → Et = 2,5 x 10 → Et = 25 v ou Et = E1 + E2.3 → Et = 17 + 8 → Et = 25 v
Figura 38: Circuito elétrico misto com duas resistências em série 
51
Em um circuito elétrico em paralelo, com todas as resistências iguais, a resistência total 
é o valor de uma resistência dividido pelo número destas resistências, conforme ilustra 
as Figuras 39.A e 39.B.
A partir da apresentação anterior, acerca do funcionamento dos circuitos elétricos, 
seus cálculos e suas fórmulas, a explanação sobre a aplicação prática destes conteúdos 
em um circuito do avião, torna-se mais clara. 
Na Figura 40.A observa-se a operação da iluminação ambiente da cabine de comando, 
responsável por deixá-la mais escura ou mais clara. 
Figura 40.A: Iluminação ambiente da cabine de comando 
Figura 39.A: Exemplo de circuito elétrico em paralelo com duas resistências iguais 
Figura 39.B: Exemplo de circuito elétrico em paralelo com três resistências iguais 
52
As Figuras 41.A e 41.B mostram a localização das luzes na cabines de comando.
Figura 41.A: Localização das luzes na cabine de comando 
Figura 41.B: Esquemático do percurso da corrente elétrica na cabine de comando 
53
Na Figura 41 há um circuito elétrico no qual quatro lâmpadas são percorridas por uma 
corrente. Assim, observa-se que a resistência do circuito é alta e, portanto, a corrente 
é baixa. Isto faz com que as lâmpadas acendam com pouco brilho na cabine de comando. 
Nas Figuras 42.A, 42.B e 42.C é possível observar os sistemas de iluminação externa da 
aeronave, nos quais o circuito elétrico também se faz presente.
Algumas aeronaves de grande porte usadas para transporte de passageiros utilizam 
uma tela que reproduz os sistemas elétricos, hidráulicos, pneumáticos e do ar 
condicionado. Isso possibilita à tripulação e à manutenção uma visão geral do que está 
em operação. A tela verde indica que os sistemas estão operando de forma correta. 
Entretanto, se algum componente do sistema elétrico está inoperante, a tela fica 
vermelha com um X demarcando o local da falha, conforme demonstrado na Figura 43. 
 
Figura 41: Circuito elétrico do sistema de iluminação da cabine de comando 
Figura 42.A: Farol de pouso 
Figura 42.B: Luzes de navegação 
Figura 42.C: Luz anticolisão 
54
2.7 Cálculo e Medição de Potência Elétrica
Quando a corrente flui por um circuito resistivo, a energia é dissipada em forma de 
calor e definida como a habilidade de produzir trabalho, visto que a potência é a razão 
de energia usada no circuito. O calor dissipado foi estudado por James Watt e, devido 
ao seu nome, a unidade de medida da potência elétrica é o Watt.
A potência é a quantidade de energia que o circuito consome. A potência consumida 
pelo circuito, formado pelos geradores dos motores das aeronaves, está na unidade de 
medida Kilo Volt Ampères (KVA). O KVA trata-se de uma potência aparente, logo, uma 
potência teórica fornecida para aquecimento ou criação de um campo magnético nos 
geradores. A potência real consumida pelo circuito é medida em watts. Nas aeronaves, 
emprega-se um esquemático elétrico, com geradores normais e geradores de 
emergência com suas potências, como na Figura 44.
Figura 43: Tela que reproduz o sistema elétrico da aeronave 
Figura 44: Esquemático elétrico de uma aeronave com geradores normais e de emergência 
55
Nas Figuras 45.A e 45.B percebe-se que, ao serem ligados os geradores, as barras AC 
BUS 01 e AC BUS 02 são energizadas. A alimentação de energia é de 30/40 KVA 
115/200v. Isto ocorre porque os geradores são as principais fontes de fornecimento de 
energia. Na Figura 45.C há a explicação desse sistema de geradores bem como suas 
indicações no painel.
Figura 45.B: Indicação do sistema de geradores no painel 
Figura 45.A: Sistema de geradores 
56
Quando a APU é ligada, como mostra o painel da Figura 45.B, os dois contatos superiores 
se fecham para permitir à APU alimentar os dois barramentos, portanto, os contatos 
dos geradores estão desligados. A APU tem capacidade de 40 KVA 115/200 v. A fonte 
externa (GPU) funciona no circuito de forma igual. A APU e a GPU são dimensionadas 
para o mesmo KVA de potência dos geradores. 
A análise do gerador de emergência requer que os geradores dos motores e o gerador 
da APU estejam inoperantes. O gerador de emergência, conhecido como Ram Air 
Turbine (RAT), é uma hélice e, na maioria das aeronaves, está localizada em um 
compartimento nafuselagem. Opera para fornecer a energia essencial aos sistemas 
que devem funcionar em uma emergência. A capacidade do gerador de emergência é 
reduzida: 15 KVA 115/200 v. Quando a fuselagem é estendida, o ar de impacto gira a 
hélice que gera a energia elétrica, conforme as Figuras 46.A e 46.B.
Figura 45.C: Esquemático do sistema de geradores 
Figura 46.A: Localização do gerador de emergência 
57
O entendimento sobre como a potência é dimensionada no circuito da aeronave torna 
possível calculá-la. Entretanto, sua nomenclatura deve ser conhecida. Sendo assim, (P) 
é potência, (E) é tensão e (i) é corrente elétrica. O cálculo é feito de acordo com a 
seguinte fórmula:
P = E x i
Conforme abordado anteriormente, E = i x R. Logo, a fórmula pode ser desenvolvida 
em função da corrente (i):
P = E x i → P = (ix R) x i → P = i2 x R
Ou em função da tensão (E): 
i = E e P = E x i
 R
 Assim:
P = E ( E ) x i → P = E2. 
 R R
Figura 46.B: Gerador de emergência RAT 
58
Para facilitar a consulta e a aprendizagem a Figura 47 traz todas as fórmulas e as 
variações utilizadas nos cálculos de potência, corrente, resistência e tensão.
 h
Fator de potência 
O fator de potência de um gerador é dado pela razão entre a 
potência real e a potência aparente, segundo a fórmula: 
FP = Pot. Verdadeira (watts) x 100 
Pot. Aparente (VA)
Importante destacar que, em algumas aeronaves turbo-hélices, o motor de partida 
é elétrico, mas, após certa RPM da hélice, o motor de partida se transforma em um 
gerador. Assim, uma unidade executa duas funções: partida e geração.
2.8 Determinação da Relação Tensão, Corrente e Resistência 
nos Circuitos Elétricos
Conforme abordado anteriormente, quanto maior a DDP de um circuito elétrico, maior 
a corrente que flui por ele. No entanto, a resistência do circuito diminui o fluxo da 
corrente. Assim, quanto maior a resistência no circuito, menor a corrente e vice-versa. 
Um exemplo é o circuito de controle de intensidade da iluminação dos instrumentos 
Figura 47: Fórmulas para calcular potência, corrente, resistência e tensão 
59
de indicação de controle de voo do cockpit das aeronaves. Para alterar o brilho dos 
instrumentos da cabine de comando, com o objetivo de não ofuscar a vista dos 
comandantes entre voos noturnos e diurnos, utiliza-se o recurso do potenciômetro de 
intensidade variável. 
Como base para se determinar a relação entre as unidades tensão, corrente e resistência, 
usam-se os dispositivos de resistências variáveis, chamados de potenciômetro e 
reostato. Esses resistores variáveis são construídos para que o valor da resistência 
possa ser mudado facilmente, tanto de modo manual quanto automático. 
2.8.1 Reostato
A Figura 48.A mostra o símbolo esquemático do reostato, usado para variar a corrente 
fluindo no circuito. Na Figura 48.B o reostato aparece ligado em série com o circuito. 
Ao variar o braço móvel do ponto A para B, altera-se o valor da resistência imposta ao 
circuito. 
Assim, se o braço estiver próximo ao ponto A, a resistência no circuito é mínima e a 
corrente aumenta. Contudo, se o braço móvel estiver próximo ao ponto B, a resistência 
é máxima e a corrente diminui, como mostra a Figura 48.C. Portanto, o reostato controla 
o fluxo de corrente por meio da alteração da resistência no circuito.
Figura 48.A: Símbolo esquemático do reostato 
60
2.8.2 Potenciômetro 
O potenciômetro é usado para variar a tensão no circuito e possui três terminais. Na 
Figura 49.A, a representação esquemática do potenciômetro mostra que os terminais 
1 e 2 são fixos e o terminal 3 é variável. Este componente é muito usado para controlar 
os volumes nos painéis de áudio de VHF. 
Na Figura 49.B observa-se que se o braço móvel estiver na posição 1, a voltagem é 
aplicada à carga. Se o braço ocupar a posição 3, a voltagem aplicada à carga é igual a 
zero. O potenciômetro, exibido na Figura 49.C permite o controle da voltagem entre 
zero e a voltagem máxima a ser aplicada à carga. 
Figura 48.B: Reostato conectado em série 
Figura 48.C: Reostato conectado em série 
61
Figura 49.A: Símbolo esquemático do potenciômetro 
Figura 49.B: Esquemático do potenciômetro 
Figura 49.C: Potenciômetro 
62
A explicação sobre o potenciômetro favorece a análise dos painéis da cabine de 
comando, no que diz respeito ao controle de brilho das telas, nas quais são visualizados 
os instrumentos, conforme é possível notar nas Figuras 50.A e 50.B.
A Figura 50.A mostra a representação do painel de instrumento principal. Nele há 
várias telas, cujo brilho é ajustado manualmente pelo comandante, variando para voos 
noturnos e diurnos. Cada tela possui diferentes instrumentos:
• PFD – display primário de voo no qual há indicação do velocímetro e do altímetro 
da aeronave, por exemplo;
• MFD – display de multifunção no qual se encontra a de indicação do radar 
meteorológico, entre outras;
• EICAS – sistema de alerta à tripulação e de indicação do motor.
Nas Figuras 50.A e 50.B, pode se verificar, ainda, os painéis com indicação de 
potenciômetro. Cada potenciômetro tem o nome do painel conforme varia a tensão.
Figura 50.A: Painel de instrumento principal da cabine de comando 
Figura 50.B: Painel com potenciômetro de intensidade variável 
63
2.9 Terminologia Elétrica 
A linguagem da terminologia elétrica, abordada em conjunto à simbologia elétrica, 
facilita a aprendizagem, pois os termos adotados na parte técnica de eletricidade 
básica possuem forte relação com os símbolos adotados em circuitos elétricos.
2.9.1 Condutores 
As Figuras 51.A e 51.B ilustram os dois métodos usados para demonstrar condutores 
que se cruzam ou que estão interligados. Na Figura 51.A, o método (A), usado para 
demonstrar o cruzamento de condutores, é usado também para a interligação de 
condutores (A), como mostra a Figura 51.B. Da mesma forma, se o método (B) é 
empregado para retratar o cruzamento de condutores, é usado, igualmente, para 
interligação (B).
A Figura 52.A indica os diversos tipos de fiação encontrados pelo técnico de manutenção 
de aeronaves. Os tipos mais comuns de fios são: fio simples, fio blindado simples, fio 
blindado duplo, fio blindado triplo e fio blindado torcido. 
Os fios blindados, mostrados na Figura 52.B, são conhecidos como shielded. Nota-se 
o círculo pontilhado ao redor dos fios, representando o campo magnético a ser criado 
pela passagem da corrente elétrica.
 
Figura 51.A: Cruzamento de condutores Figura 51.B: Interligação de condutores 
64
2.9.2 Chave Interna de Dispositivos Elétricos 
A ligação interna é comum nos dispositivos elétricos por sua função de fechar ou de 
abrir o circuito, conforme representado nas Figuras 53.A, 53.B e 53.C. 
Figura 52.A: Tipos comuns de fios 
Figura 52.B: Blindagem de um fio 
Figura 53.A: Chave de dispositivos elétricos de 
polo duplo 
Figura 53.B: Chave de polo simples de uma 
posição 
Figura 53.C: Chave de polo simples de dupla 
posição 
65
Resumindo 
 
Esta unidade explicitou que, embora a corrente elétrica seja formada pelo 
movimento dos elétrons, é a força eletromotriz que os impulsiona através 
dos condutores. O fluxo, no entanto, encontra resistência ao deslocamento, 
em função do próprio material do condutor, de seu comprimento, sua área 
e sua temperatura. 
 
O resistor é o componente de eletricidade responsável por controlar o 
fluxo de corrente e possui um código de cores para sua identificação. A 
corrente elétrica é denominada contínua quando o fluxo de elétrons segue 
sempre em uma mesma direção. 
 
Como fontes de corrente contínua destacam-se a pilha e a bateria. Esta 
últimaé identificada pelo material usado em suas placas, podendo ser de 
chumbo-ácido ou de níquel cádmio. O circuito de corrente contínua pode 
ocorrer em série ou em paralelo. No primeiro caso, a corrente não se divide 
ao percorrer o circuito. Quando a corrente flui por meio de um circuito 
resistivo, a energia é dissipada em forma de calor. A quantidade de energia 
que o circuito consome é denominada potência. 
66
Glossário
Altímetro: indica a altitude do avião. 
Amperímetro: instrumento para medir o fluxo de corrente ligado em série no circuito.
Auxiliary Power and Unit (APU): turbina que fornece energia elétrica, pneumática e 
ar condicionado com o avião em solo.
Cockpit: cabine de comando, na qual o piloto e o copiloto operam a aeronave.
Ground Power Uni (GPU): motor a diesel ligado a um gerador para fornecer energia 
elétrica ao avião.
Multímetro: aparelho com funções para medir voltagem, corrente e resistência em 
circuitos elétricos.
Psi: libras por polegada quadrada.
Turbo-hélice: aeronave cujo motor tem uma hélice acionada por uma turbina.
Velocímetro: indica a velocidade do avião.
Viscoso: diz-se de fluido que é muito espesso e escorre lentamente.
67
 a
1) Julgue a alternativa verdadeira ou falsa: Diferentemente 
da corrente elétrica, que pode facilmente ser visualizada 
como um fluxo, a voltagem é variável e funciona como uma 
bomba, impulsionando os elétrons por meio dos condutores. 
 
Verdadeiro ( ) Falso ( ) 
 
2) Julgue a alternativa verdadeira ou falsa: O resistor é o 
componente da eletricidade responsável pelo controle do 
fluxo de corrente. Assim, quanto menor for a resistência 
imposta pelo resistor ao fluxo de corrente, maior a corrente. 
Ao mesmo tempo, quanto menor a resistência, maior a 
corrente no circuito. 
 
Verdadeiro ( ) Falso ( ) 
Atividades
68
Referências
AIRBUS GROUP. Technical training manual maintenance course – T1 (V2500-A5/
ME): electrical power. [S.l.]: Airbus Group, 2006. 308 p. 
CARBONE, E. C; SILVA, L. F; SILVEIRA JÚNIOR, L. Metalização elétrica em aeronaves. 
In: ENCONTRO LATINO AMERICANO DE PÓS-GRADUAÇÃO, 8., 2008, São José dos 
Campos. Anais... São José dos Campos: Universidade do Vale do Paraíba/FEAU, 2008. 
Disponível em: <http://www.inicepg.univap.br/cd/INIC_2008/anais/arquivosINIC/
INIC0274_01_O.pdf>. Acesso em: 3 abr. 2015.
EMBRAER GRUPO (Brasil). Aircraft general. [S.l.]: Embraer Grupo, 2014.
FAA – FEDERAL AVIATION ADMINISTRATION. Aviation maintenance: technician 
handbook airframe. Disponível em: <http://www.faa.gov/regulations_policies/
handbooks_manuals/>. Acesso em: 27 fev. 2015.
FERRARO, N. G.; RAMALHO JUNIOR, F.; SOARES, P. A. T. Os fundamentos da física: 
eletricidade, introdução à física moderna e análise dimensional. 9. ed. São Paulo: 
Moderna, 2007.
GRUPO VIRTUOUS. Modelo de Rutherford. 2015. Disponível em: <http://www.soq.
com.br/conteudos/em/modelosatomicos/p3.php>. Acesso em: 14 abr. 2015.
INDOLENCES ([S.l.]). Stylised lithium-7 atom. 2007. Disponível em: <https://commons.
wikimedia.org/wiki/File:Stylised_Lithium_Atom.svg>. Acesso em: 2 abr. 2015.
MARTINS, F. L. Eletricidade básica. [S.l.]: Sotreq, 2011. 308 slides, color.
MUSEU DAS COMUNICAÇÕES DE MACAU (China). Laboratório de diodos. Macau, 
China, 2014. Disponível em: <http://macao.communications.museum/por/exhibition/
secondfloor/moreinfo/2_16_0_DiodeLab.html>. Acesso em: 20 abr. 2015.
VIEIRA, F. T. Átomos, moléculas e íons: química tecnológica I. Diamantina, MG: UFVJM, 
2013. 19 slides, color. Disponível em: <http://site.ufvjm.edu.br/flavianatavares/
files/2013/04/1-Quim-Tec-I-Átomos-Moléculas-e-Íons-aula-de-10-10-2013.pdf>. 
Acesso em: 4 abr. 2015.
69
UNIDADE 3 | TEORIA DA 
CORRENTE ALTERNADA
70
Unidade 3 | Teoria da Corrente Alternada 
Nas aeronaves, há dois tipos de correntes elétricas: a contínua (CC) e a alternada (CA). 
A contínua não varia e vem das baterias. A alternada é variável, sendo ora positiva e 
ora negativa. Tal oscilação gera uma frequência. Como as aeronaves utilizam a CA de 
115 v e 400 Hz, os fios condutores são mais finos, pois a corrente elétrica é baixa. O 
mesmo não ocorre com a CC, que usa baixa voltagem de 28 v, e cujos fios precisam 
ser mais grossos em função do maior fluxo de corrente. A CA apresenta, ainda, outras 
vantagens sobre a CC, exploradas nesta unidade. 
1 Conceito de CA 
Nos aviões, são especificados 115 v CA e 400 Hz, fornecidos pelos geradores dos 
motores. Nesse sentido, a CA tem substituído largamente a CC por ser transmitida a 
longas distâncias, de forma mais rápida e econômica. Isso reduz o peso e o tamanho 
dos geradores, além de ocupar menos espaço, pois seus fios condutores são mais finos. 
Em razão da presença de frequência, a CA faz o circuito elétrico ter características 
diferentes em relação à CC. As características da CA geram a reatância capacitiva e a 
reatância indutiva, abordadas mais adiante. Ao fazer a comparação entre os gráficos a 
seguir, é possível verificar a diferença entre as ondas da CC e CA.
Gráfico 1: Forma de onda CC
71
Para melhor compreensão da CA, valores que aparecem em sua geração devem ser 
conceituados: o instantâneo, o pico e o efetivo (Root mean square – RMS). 
O valor instantâneo é aquele medido em qualquer ponto da onda formada pela 
frequência. Ao observar o Gráfico 3, o valor instantâneo pode ser medido de 0º ao pico 
de 90º ou de 90º até 180º. Logo, é possível medi-lo em qualquer parte da onda. 
Gráfico 2: Forma de onda CA 
Gráfico 3: Valor instantâneo, de pico e efetivo 
72
Portanto, o valor de pico é aquele medido no topo máximo positivo ou no topo máximo 
negativo da onda, sendo o valor instantâneo máximo que, no Gráfico 3, é 90º e 270º. O 
valor máximo de pico é 1,41 vezes o valor efetivo. 
O valor efetivo, também conhecido como valor RMS, é o valor real entregue ao circuito, 
com as perdas que são consideradas na transformação de calor no circuito. Ainda no 
Gráfico 3, nota-se que o valor efetivo é 0.707 vezes o valor máximo. Sendo assim, 
define-se:
VP = 1,41 x Vrms.
Onde:
VP = valor de pico;
Vrms = valor real de consumo.
A voltagem fornecida nas tomadas das residências é 110 v ou 220 v, por exemplo. 
Contudo, se a mencionada fórmula for aplicada, para que o valor de pico que sai da 
estação fornecedora, seja encontrado, o valor real é determinado:
VP = Vrms x 1,41 → Vrms = 110 x 1,41 → Vrms = 155 v
VP = Vrms x 1,41 → Vrms = 220 x 1,41 → Vrms = 310 v
É válido ressaltar que a fórmula, para o valor efetivo ou RMS, é: 
Vrms = 0,707 x VP
Assim, utilizando esta fórmula, com o valor de 310 v de pico, tem-se, conforme mostra 
a Figura 55:
Vrms = 0.707 x VP → Vrms = 0.707 x 310 → Vrms = 220 v
A corrente e a voltagem estão diretamente ligadas. Logo, a corrente e a voltagem 
alternadas podem estar com suas frequências iguais ou defasadas. Quando ambas, 
em conjunto, atingem o pico máximo, considera-se que estão em fase. Porém, quando 
atingem os picos máximos, em tempos diferentes, encontram-se fora de fase. Esta 
defasagem ocorre pelo fato de a CA ter frequência. Os gráficos 4 e 5 ilustram a relação 
entre a corrente e a voltagem. 
 
73
Outra característica da CA é que no circuito há três possibilidades de resistência: a 
resistiva, criada por meio dos resistores; a indutiva, criada por bobinas (fios de cobre 
enrolados); e a capacitiva, criada pelos capacitores. 
2 Indutância e Indutores
Um indutor é um fio condutor enrolado em várias voltas que se transformam em 
bobinas. O indutor armazena corrente.
 Gráfico 4: Voltagem e corrente em fase 
 Gráfico 5: Voltagem e corrente fora de fase 
74
2.1 Características do Indutor
O físico e químico inglês, Michael Faraday (1791-1867), descobriu que o movimento de 
um ímã em uma bobina de fios gerava

Outros materiais