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Prof.ª Fernanda Araújo Curso Engenharia Civil Materiais de Construção 1 UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO Unidade Acadêmica do Cabo de Santo Agostinho - UACSA Aula 03 Aglomerantes minerais: O gesso Aglomerante aéreo e inorgânico obtido por calcinação do minério natural gipso (CaSO4 . 2H2O). Constituído essencialmente de: • sulfato de cálcio hemidratado (CaSO4 + 1/2H2O) • anidritas solúvel e insolúvel (CaSO4) • gipsita (CaSO4 .2H2O). Na construção civil Forros de gesso. Decoração. Revestimentos. pastas e argamassas. Paredes divisórias. gesso acartonado. gesso reforçado com fibras. Blocos, Colas. Empregos do gesso Outros usos • Molde – cerâmica – fundição – dentário • Imobilização (engessamento) – humanos – animais • Adubo – gipsita Produção de aproximadamente 3,3 Mt/ano (2013) Industria nacional baixo nível técnico variabilidade do produto Tendências multinacionais novos usos materia prima reciclada ? Mercado brasileiro Emprego crescente Jazidas de gipsita Reservas nacionais: ~ Pernambuco conta com 126 empresas produtoras de gesso na região do Araripe. A produção média é de cerca de duas mil toneladas mensais, o que configura uma produção anual de gesso de 3,02 milhões de toneladas Araripina - PE Reservas naturais amplas duração??? Consumo de energia < dentre os aglomerantes Poluição do ar Combustíveis CO2 (pequeno) libera H2O Impacto ambiental Gesso Calcinação Moagem Gipsita Extração CaSO4.2H2O 1,5 a 2 H2O 150 ~ 350 oC Gesso químico Moagem grossa – estocagem homogeneização. Secagem Moagem fina – ensilagem Calcinação ◦ Único forno produto hemidrato puro ou gipsita e anidrita ◦ Dois fornos hemidrato e separados anidrita Moagem ◦ Em conformidade com a utilização Construção pré-fabricação, revestimentos Moldagem arte A composição depende da aplicação ◦ Controle da finura ◦ Teores controlados de cada um sulfato ◦ Em algumas aplicações são utilizados aditivos retardadores de pega maior flexibilidade de aplicação. Cuidados ◦ Umidade – afeta o desempenho na aplicação, o dihidrato formado age como um acelerador de pega Hemidrato de fórmula (CaSO4.0,5H2O) ou β’ ◦ 140-160°C ◦ É a fase mais comum em gessos de construção Anidrita III ou anidrita solúvel (CaSO4.ξH2O) ◦ 160-190°C ◦ Altamente reativo – age como acelerador de pega Anidrita II ou anidrita insolúvel (CaSO4) ◦ > 250°C ◦ Quando produzida a 350°C é chamada de anidrita supercalcinada reage lentamente com a água. ◦ Quando calcinada a temperaturas entre 700°C - 800°C. Hidrata-se apenas após alguns meses. ◦ A hidratação da anidrita consome 2 moléculas de água diminuição da porosidade do gesso aumento da resistência mecânica (dureza). Anidrita I (CaSO4) – anidrita de alta temperatura ◦ > 1200°C ◦ Fase de pega e endurecimento lentos Acima de 1.450°C, ocorre a dissociação da anidrita em anidrido sulfúrico e óxido de cálcio. Gipsita (CaSO4.2H2O ) ◦ Pode estar presente no produto devido ao tempo de calcinação insuficiente ou por moagem grossa da matéria prima ◦ Acelerador da reação de hidratação (agem como núcleos de cristalização do hemidrato e anidrita solúvel) Fenômeno químico ◦ Material em pó (anidro) + água dihidrato Formação pasta homogênea consistente e trabalhável Aumento da consistência endurecimento ganho de resistência 1° Aglomerante a receber estudo científico ( LAVOISIER, 1798 e Le CHATELIER, 1887). Fenômeno químico (dissolução) cristalização endurecimento Hemidrato Espécies iônicas: Ca e SO4 2- Microcristais – dihidratos Núcleos de cristalização onde depositam os íons Crescimento de cristais Curva do calor de hidratação: Microcalorimetria de um hemidrato ( s min h Etapa 1 (até 30s): início da dissolução Etapa 2 (2 a 3 minutos): é o período de indução, hidratos começam a se organizar formando um retículo cristalino. ◦ Afetado pelo tempo de mistura, temperatura da água de amassamento ou presença de impurezas ou aditivos. Etapa 3: é o período de aceleração, coincide com o início da pega. A solução se torna supersautrada e os hidratos precipitam formando cristais. Etapa 4: diminuição da velocidade de reação; depois de a curva passar por um máximo, a velocidade decresce progressivamente, observando-se o fim da hidratação. O consumo da água de amassamento pela formação da gipsita hidratada aumenta a consistência da pasta dando início à pega. Os cristais formados ao redor de núcleos ficam progressivamente mais próximos e se aglomeram, aumentando a viscosidade aparente da pasta. O prosseguimento da hidratação leva à formação de um sólido contínuo com porosidade progressivamente menor e resistência progressivamente maior. A pega e o endurecimento são afetados por diferentes fatores, principalmente: finura e forma dos grãos, relação a/g, temperatura da água, velocidade e tempo de mistura e aditivos Início e fim de pega Hidratação das Anidritas – durar meses Aglomerante de baixo consumo de energia (350°C) Endurecimento rápido; Plasticidade da pasta fresca e lisura da superfície endurecida belos acabamentos de paredes e tetos; Após endurecido, não é estável na água (aglomerante aéreo); Ensaios Variação NBR 13207/94 Módulo de Finura Fino < 1,1 Grosso > 1,1 Massa Unitária - > 700 Kg/m3 Resistência à compressão 9 a 30 MPa > 8,4 Mpa Dureza 33 a 53 MPa > 30 Mpa Tração na flexão 4 a 10 MPa Aderência 0,4 a 1,6 MPa Aplicação Variação NBR 13207/94 Início Revestimento 3,5 a 30 min > 10 min Fundição 4 a 10 min Fim Revestimento 5 a 25 min > 45 min Fundição 20 a 45 min Propriedades Gesso de Construção Civil ENSAIOS Propriedades físicas da pasta Água de consistência normal Tempo de pega Calor de hidratação Propriedades mecânicas Dureza Resistência à compressão Determinada em amostra seca, por peneiramento na série padrão de peneiras (0,840 mm, 0,420 mm, 0,210 mm, 0,105 mm), sob água corrente. A massa retida em cada peneira é determinada após secagem em estufa a 110°C. Granulometria do pó Densidade de massa aparente Determinada em recipiente com capacidade de (1.000 ± 20) cm3; recebe o gesso vertido através de um funil cônico, de 15 cm de altura, colocado sobre um tripé, contendo uma peneira de 2,0 mm de abertura, e ajustado na metade da altura do funil. Funil utilizado para ensaio de densidade de massa aparente de gesso Peneira Malha 2 mm Funil recipiente Aparelho para determinação da massa unitária Altura padrão, 95 mm Ensaio de determinação de massa Unitária NBR 12127/91 Preencher o recipiente (de volume e tara conhecidos) até formar um cone como mostra a figura. Ensaio de determinação de massa Unitária NBR 12127/91 1000. V m Mu Leitura Final 9 mm Leitura Inicial 40 mm A consistência é considerada normal quando for obtida uma penetração de (30 2) mm.Água de consistência Normal NBR 12128/91 Determinação do tempo de pega NBR 12128/91 É determinado com a pasta na consistência normal, sem o retardador, em aparelho de Vicat provido de haste de (300 ± 0,5) g e de agulha com diâmetro de (1,13 ± 0,02) mm. O início de pega é considerado quando a agulha estaciona a 1 mm da base, e o final, quando a agulha não mais penetra na pasta, deixando uma leve impressão. Aparelho de Vicat Escala graduada em mm Agulha de Vicat com diâmetro de 1,13 mm Massa total da haste = 300 g para este ensaio a pasta deve ser preparada sem retardador Agulha Haste Escala Tempo de pega NBR 12128/91 Início de pega A agulha estaciona 1 mm acima da base da base Fim de pega A agulha não deixa impressão na superfície Determinação do tempo de pega NBR 12128 Consiste em colocar uma bolacha de pasta de gesso sobre a superfície de um vidro; a bolacha é cortada com uma lamina de aço. O início de pega é definido como o momento em que o corte não mais se fecha quando a lâmina deixa impressão de corte na pasta. O fim de pega é definido como o momento em que não aparece impressão digital na pasta por pressão do dedo indicador. Determinação do tempo de pega DIN 1168 Fonte: IBRACON Fonte: JOHN; CINCOTTO (2007) Resistência à compressão NBR 1218 São moldados cubos de 5 x 5 cm em pasta de consistência normal. Desmoldagem com 3 h Cura a 40ºC até secagem Resistência à compressão 500 N/s F = carga de ruptura A = área R = resistência à compressão Velocidade de carregamento de 500 N/s A F R Propriedades Mecânicas – NBR 12129/91 Molde de PVC CPs cúbicos de 50 mm de aresta Os ensaios são realizados em corpos-de-prova cúbicos de 50 mm de aresta, moldados em moldes com três compartimentos. A dureza é determinada pela medida da profundidade de impressão de uma esfera de aço duro, com (10,0 ± 5,0) mm de diâmetro, sob uma carga fixa, de (500 ± 5) N em superfícies com área mínima de 2.500 mm2. O resultado é calculado pela equação sendo: F = carga em Newton; φ = diâmetro da esfera em milímetros; T = média da profundidade em milímetros. Dureza 500 N Esfera de aço Determinação da Dureza F = carga em Newton = Diâmetro da esfera em milímetros P = média da profundidade em mm P F D .. 10 mm Impressão provocada pela esfera São ensaiadas 3 faces do cubo e valor de profundidade é a média das três leituras Leitura da profundidade de impressão Leitura inicial Leitura final 500 N Esfera de aço Determinação da Dureza F = carga em Newton = Diâmetro da esfera em milímetros P = média da profundidade em mm P F D .. Fonte: JOHN; CINCOTTO (2007) Fonte: JOHN; CINCOTTO (2007) Materiais à base de gesso, geram bons desempenhos: Quanto à resistência mecânica (chegando até 17MPa), Resistência ao fogo libera vapor da água Condutibilidade térmica(Capacidade do material de se deixar atravessar por um fluxo de calor) GESSO Baixo coeficiente de condutibilidade térmica (em torno de 0,26) Baixa densidade, pois apresenta grandes vazios nos espaços inter- cristalinos Material mal condutor de calor – Bom isolante térmico Todavia dificulta fixação de elementos que gerem cargas; (cargas suspensas) produzem compostos expansivos, na presença de umidade, quando ligados ao cimento; São bastante susceptíveis ao desenvolvimento de bolor, principalmente em edifícios com má ventilação e insolação; A pasta de gesso fresca propicia a corrosão de peças de aço-carbono comum, pois não é alcalina e não pode passivar o aço. Aplicações: ◦ divisórias de gesso acartonado ◦ Revestimento de alvenaria - Plasticidade da pasta fresca e lisura da superfície endurecida: ◦ acabamentos decorativos de paredes e tetos ◦ Forros ◦ ornamentos pré-moldados Placas lisas de gesso com dimensões de 60 cm x 60 cm, com borda reforçada para forros suspensos. Chapas de gesso revestidas externamente por duas lâminas de papel, são denominadas de dry wall. O papel kraft que reveste absorve os esforços de tração. Para aplicação em ambientes úmidos recebe tratamento com hidrofugante Revestimento para tetos e paredes, em uma ou mais camadas com acabamento liso e homogêneo, NBR 13867/1997. Aplicação manual e mecânica. Substrato: blocos de concreto, blocos de concreto celular, blocos cerâmicos... Espessura recomendada: revestimento aplicado manualmente = 5 2mm, revestimento aplicado mecanicamente = 10 5mm (MEDEIROS; BARROS, 2007). Elevada aderência; Dispensam prazos prolongados de cura, em geral, de uma a duas semanas; Facilitam acabamento decorativo, podendo dispensar o uso de massa corrida no caso de pintura; Baixa massa específica (da ordem de 1.050kg/m3); Baixa condutibilidade térmica e demandam grande energia para a sua desintegração por ação térmica; Mantém equilíbrio higrotérmico com o meio ambiente A faixa de consistência que permite a aplicação de pastas de gesso mostrou que a pasta pode ser aplicada quando a consistência encontra-se entre 28 mm (início) e 0 mm (fim). Aparelho de Vicat modificado - para determinação da consistência da pasta (NBR 12128) DIVISÓRIAS INTERNAS EM GESSO Utilizar tipos de blocos com características hidrofugantes para a primeira fiada e áreas molhadas, detalhando a impermeabilização. • DIVISÓRIAS INTERNAS EM GESSO Dimensões grandes (três blocos forma um metro quadrado de área), elevando a produtividade; Precisão milimétrica, com superfícies planas e encaixe do tipo macho-fêmea, facilita a elevação das paredes, A conferência do alinhamento e planicidade; A união dos blocos se faz com fina camada de cola de gesso, não necessitando de controle de espessura; • Possibilita corte com serrote/serra com praticidade e precisão, as sobras são facilmente reaproveitadas na própria elevação, gerando pouco resíduo; Instalações elétricas podem seguir os vazios dos blocos ou em rasgos na alvenaria; As alvenarias podem ser aplicadas sobre piso pronto, sem necessitar de apicoamento, possibilitando sua remoção . A cola de gesso possui excelente aderência entre blocos de gesso e com outros materiais (concreto, cerâmica, madeira, materiais fibrosos, entre outros); • -Perfis moldados, em complementação às placas de gesso, utilizados para a realização de acabamento de bordas e produção de detalhes arquitetônicos como sancas - Fibro-gesso: fibra adicionada para melhorar a resistência à tração e ao impacto. - Porta corta-fogo. - Isolante acústico.
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