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Mecânica Descomplicada SEST - Serviço Social do Transporte SENAT - Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte Qualquer parte dessa obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte. Fale Conosco 0800 728 2891 ead.sestsenat.org.br CDU 621 99 p. :il. – (EaD) Curso on-line – Mecânica Descomplicada – Brasília: SEST/SENAT, 2017. 1. Engenharia mecânica. 2. Mecânica. I. Serviço Social do Transporte. II. Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte. III. Título. 3 Sumário Apresentação 6 Módulo 1 8 Unidade 1 | Composição Básica e Funcionamento Veicular 9 1. Estrutura Básica dos Veículos 11 2. Chassi 11 3. Carroceria 14 Glossário 16 Atividades 17 Referências 18 Unidade 2 | Conhecendo o Sistema Motor 19 1. Constituição Básica do Motor 21 4. Árvore de Manivelas 26 Glossário 27 Atividades 28 Referências 29 Unidade 3 | Sistemas de Lubrificação e Arrefecimento 30 1. Sistemas de Lubrificação 32 2. Sistema de Arrefecimento 36 Glossário 39 Atividades 40 Referências 41 Módulo 2 42 Unidade 4 | Sistemas de Alimentação e Escapamento 43 1. Sistema de Alimentação 45 2. Motores Flex 46 3. Tanque de Combustível 47 4. Sistema de Escapamento 48 4 5. Filtros do Veículo 49 5.1. Filtros de Ar 49 5.3. Filtros de Óleo 50 Glossário 51 Atividades 52 Referências 53 Unidade 5 | Direção, Transmissão e Embreagem 54 1. Sistemas de Direção 56 2. Sistema de Transmissão 57 2.1. Transmissão Automática (ou Câmbio Automático) 59 3. Embreagem 60 Glossário 62 Atividades 63 Referências 64 Unidade 6 | Sistema de Suspensão, Rodas e Pneus 65 1. Sistema de Suspensão 67 2. Molas e Amortecedores 69 3. Rodas e Pneus 70 4. Calibragem de Pneus 73 Glossário 74 Atividades 75 Referências 76 Módulo 3 77 Unidade 7 | Sistema de Freios 78 1. Sistema de Freios 80 2. Comando Hidráulico 82 3. Freios a Disco 83 4. O ABS como Item de Segurança 83 5 Glossário 85 Atividades 86 Referências 87 Unidade 8 | Luzes Indicadoras e Instrumentos do Painel 88 1. Painel de Instrumentos 90 2. Motor, Freios, Bateria, Temperatura e Óleo 91 3. Lâmpadas, Faróis, Lanternas e Pisca-alerta 92 4. Alertas de Funcionamento dos Equipamentos Básicos 93 5. Limpadores e Desembaçadores 94 6. Itens Opcionais 94 Glossário 96 Atividades 97 Referências 98 6 Apresentação Prezados Alunos, Desejamos boas-vindas ao curso de Mecânica Descomplicada. Vamos trabalhar juntos para desenvolver novos conhecimentos e aprofundar as competências que vocês já possuem! O curso de Mecânica Descomplicada tem uma carga horária de 42 horas-aula, divididas em oito unidades, estruturadas conforme tabela a seguir: Unidades Carga Horária Unidade 1 – Composição básica e funcionamento veicular 6 horas-aula Unidade 2 – Conhecendo o sistema motor 6 horas-aula Unidade 3 – Sistemas de lubrificação e arrefecimento 6 horas-aula Unidade 4 – Sistemas de alimentação e escapamento 6 horas-aula Unidade 5 – Direção, transmissão e embreagem 5 horas-aula Unidade 6 – Sistema de suspensão, rodas e pneus 6 horas-aula Unidade 7 – Sistema de freios 4 horas-aula Unidade 8 – Luzes indicadoras e instrumentos do painel 3 horas-aula Nesse sentido, este curso foi desenvolvido para que os alunos aumentem seu conhecimento em mecânica e ajudem a promover a melhoria do setor. Para isso, foram utilizadas algumas referências bibliográficas, apresentadas ao final deste material, que serviram como base para seu desenvolvimento e elaboração. No início de cada unidade vocês serão informados sobre o conteúdo a ser abordado e os objetivos a serem alcançados. 7 O curso de Mecânica Descomplicada está dividido em unidades para facilitar o aprendizado. Esperamos que este Curso seja muito proveitoso para vocês! Nosso intuito maior é apresentar dicas, conceitos e soluções práticas para ajudá-los a resolver os problemas encontrados no seu dia a dia de trabalho. Bons estudos! Mecânica Descomplicada MÓDULO 1 9 UNIDADE 1 | COMPOSIÇÃO BÁSICA E FUNCIONAMENTO VEICULAR 10 Unidade 1 | Composição Básica e Funcionamento Veicular f Você sabe qual a diferença de chassi e carroceria? Onde podemos encontrar a numeração do veículo? Qual a principal função da suspensão? Muitas pessoas não entendem de carro, portanto, para aprofundar seus conhecimentos acerca da manutenção e mecânica, é preciso, antes de tudo, conhecer os veículos. Para iniciar o Curso, vamos apresentar a você a composição básica e o funcionamento veicular! Fonte: www.shutterstock.com 11 1. Estrutura Básica dos Veículos Apesar de serem encontradas algumas variações no conjunto final, de maneira geral, os veículos possuem os mesmos elementos básicos: chassi, carroceria e motor. Você conhece as outras partes básicas? O chassi é considerado o suporte do veículo. Sobre ele, vem a carroceria, que é uma espécie de casca ou cobertura que abriga os passageiros e as cargas. Os veículos automotores possuem, ainda, um motor e um sistema de transmissão, responsáveis por gerar energia e colocar o veículo em movimento. Além desses elementos, todo veículo deve possuir um sistema de direção, que permite ao condutor deslocar o veículo na direção desejada. Por fim, para que seja mais confortável, o veículo deve possuir um sistema de suspensão, que protege os passageiros e as cargas de oscilações e trepidações em terrenos irregulares. A seguir, vamos detalhar alguns componentes dos veículos. 2. Chassi O chassi, ou chassis em inglês, é uma estrutura de suporte. Além de suportar a carroceria e o motor, outros componentes são acoplados ao chassi: motor, sistema de freios, caixa de marcha, transmissão, rodas, entre outros. Quando o veículo está andando, os esforços que o chassi sofre são intensos e, por isso, ele deve ter um formato resistente. Em geral, ele é constituído por duas travessas paralelas feitas de aço chamadas longarinas. Entre as longarinas, no meio do chassi, existe um “X” ou diversas travessas menores perpendiculares que melhoram a resistência do chassi à torção, impedindo que a carroçaria também se torça. Todas as travessas são rebitadas entre si, de maneira que formam uma única estrutura sólida. 12 As longarinas e travessas são fabricadas com chapas de aço bastante grossas. Nos modelos mais simples e mais comuns, as vigas de aço são retas. Em alguns modelos, as vigas são pré-moldadas em formato de “U”, o que permite uma resistência ainda maior. b Assista a esse pequeno vídeo mostrando um chassi de automóvel: http://tinyurl.com/hv46nqw O esquema de chassi separado da carroceria equipa principalmente os veículos comerciais, como caminhões e picapes, pois reduz a possibilidade de trincas na estrutura, uma vez que esses veículos são mais exigidos na sua utilização, geralmente na capacidade de carga. a Não se confunda! Chassi também é o nome que se dá ao Número de Identificação do Veículo – NIV (ou Vehicle Identification Number, em inglês), composto por 17 caracteres alfanuméricos que identificam os veículos automotores em geral. Fonte: www.shutterstock.com 13 Vários modelos de veículo não possuem um chassi propriamente dito. A carroçaria se une ao assoalho formando um único conjunto. Esses tipos de veículos são chamados “monoblocos”. Nesses casos, os esforços são suportados, simultaneamente, pelo chassi e pela cobertura. O chassi monobloco é também chamado carroceria monobloco. O assoalho, as laterais e o teto da carroçaria são construídos como se fossem um único conjunto. Uma das vantagens é a redução do peso, pois esse tipo de carroçaria é bem mais leve, sendo mais comum noscarros modernos. Em suas extremidades, o chassi apoia-se sobre os dois eixos: o dianteiro e o traseiro. Na parte dianteira, em geral, localizam-se o motor e a caixa de mudanças. Já na parte traseira, localizam-se o diferencial e o tanque de combustível. Essa configuração permite uma estrutura equilibrada, com uma boa distribuição de pesos: metade do peso fica sobre o eixo dianteiro e a outra metade sobre o eixo traseiro. Conhecer as medidas exatas do chassi é imprescindível. Caso o chassi seja danificado em um acidente, por exemplo, ficando empenado ou torto, ele precisa ser imediatamente restaurado. No entanto, esse serviço só pode ser feito quando se conhece precisamente suas medidas. Consulte sempre as informações fornecidas pelo fabricante e verifique outros chassis do mesmo modelo de veículo em boas condições. Fonte: www.shutterstock.com 14 e As oficinas mecânicas devem sempre possuir manuais completos dos veículos mais comuns, facilitando o acesso às informações necessárias à manutenção e aos consertos dos veículos. O manual apresenta todas as medidas originais dos chassis dos veículos. Quando o chassi entorta, é necessário corrigi-lo para que ele retome suas medidas originais. O chassi desalinhado pode prejudicar o alinhamento dos eixos e das rodas, ocasionando um desgaste maior de vários componentes. No entanto, nem sempre acidentes e batidas são responsáveis pelos danos no chassi. Algumas vezes, empenamentos podem surgir por outras causas, como, por exemplo, uma situação de grande esforço e flexão ou concentração acentuada de cargas. Essas situações são causadas, principalmente, pelo excesso de peso ou quando as cargas estão mal distribuídas pelo veículo. Devido à possibilidade de ocorrência de avarias na estrutura do chassi, antes de iniciar o alinhamento, deve-se observar se ele não apresenta trincas ou partes soltas. Verifique todas as conexões rebitadas ou soldadas entre as longarinas e travessas para certificar-se de que estejam perfeitas. 3. Carroceria Corresponde à estrutura montada sobre o chassi e que geralmente define a sua forma. Também chamada de carroçaria, ela oferece aos motoristas e passageiros uma proteção contra sol, chuva, vento, poeira e outras condições adversas. A carroceria pode ser constituída por uma única peça ou por diversas peças soldadas ou parafusadas entre si. Geralmente feita de aço, ela pode ser construída diretamente sobre o chassi ou separadamente, sendo posteriormente presa a ele. 15 c Nos veículos mais modernos, a carroceria já vem protegida de fábrica contra ferrugem e outros agentes nocivos ao metal. Com essa proteção, a carroceria fica livre de maiores danos com poluição, poeira ou barro. Riscos, pequenas batidas ou amassados na lataria podem acontecer com qualquer veículo. O mais importante é não deixar o conserto da carroceria para mais tarde. a Evite transtornos! Retardar o conserto pode acarretar prejuízos ainda maiores. Pequenos retoques e outros reparos resolvem rapidamente esses problemas. Resumindo O veículo possui diversas partes e sistemas que você deve conhecer. A primeira coisa que aprendemos a reconhecer nos veículos é sua forma e aparência externa. Como todo equipamento, os veículos exigem alguns cuidados básicos para ter uma vida mais longa. Portanto, para cuidar bem de seu veículo você precisa conhecer cada uma de suas partes e seu funcionamento. Esses cuidados, além de representarem economia e segurança, garantem a valorização do veículo na hora da revenda. 16 Glossário Longarina: viga do chassi de automóveis. Imprescindível: que não se pode dispensar ou renunciar. Avaria: falha, mau funcionamento. 17 d 1) De maneira geral, os veículos são muito semelhantes. Podemos dizer que seus componentes básicos são: ( ) carcaça, carroceria e motor. ( ) chassi, carroceria e motor. ( ) chassi, portas e motor. ( ) casca, cobertura e motor. 2) O _______________________ possui assoalho, laterais e teto construídos de maneira tal que trabalhem como se fossem um único conjunto. ( ) chassi lateral. ( ) chassi fixo. ( ) chassi monotrava. ( ) chassi monobloco. 3) A carroceria corresponde à estrutura montada por cima do chassi, que geralmente define a sua forma. A carroceria normalmente realiza a função de cobrir os passageiros e as cargas. ( ) Certo ( ) Errado 4) Coloque V (verdadeiro) ou F (falso): ( ) Chassi é outro nome dado à carroceria. ( ) Todo chassi tem formato em U. ( ) A carroceria protege motorista e passageiros. ( ) Antes do alinhamento, verifique se o chassi está fissurado. Atividades 18 Referências AUTOMATIK. Guia para as luzes espia no painel. Portal da internet, 2013. Disponível em: <http://automatik.com.br/2013/04/luzes-espia/>. Acesso em: 5 maio 2016. BELLAGUARDA, G. M. Reparadoras de veículos e oficina mecânica. Porto Alegre: SEBRAE/RS, 2006. COSTA, P. G. A bíblia do carro. 2001 – 2002. Disponível em: <https://www.rastrum. com.br/dir_smb/manuais/automotivos/Mecanica%20Automotiva.PDF>. Acesso em: 3 nov. 2016. HSW. How Stuff Works – Como Tudo Funciona. Portal da internet, 2016. Disponível em: <http://www.hsw.uol.com.br>. Acesso em: 3 nov. 2016. KARDEC, A; NASCIF, J. Manutenção: função estratégica. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1998. LIMA, I. M.; REIS, N. G. Gestão de Empresas de Transportes. IDAQ/CNT: Brasília, 1997. MARÇAL, R. F. Gestão da Manutenção. Ponta Grossa: Programa de Pós-Graduação em Engenharia da Produção (PPGEP). Ponta grossa, 2004. REVISTA MECÂNICA ONLINE. Curso básico de mecânica gratuito. Portal da internet, 2016. Disponível em: <https://www.iped.com.br/cotidiano/curso/mecanica- automotiva>. Acesso em: 3 nov. 2016. SAE BRASIL – Sociedade de Engenheiros para a Mobilidade. Página oficial. Portal da internet, 2016. Disponível em: <http://www.saebrasil.org.br>. Acesso em: 3 nov. 2016. SINDIREPA – Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado de São Paulo. Página oficial. Portal da internet, 2016. Disponível em: <http:// portaldareparacao.com.br/>. Acesso em: 3 nov. 2016. VALENTE, A. M.; PASSAGLIA, E.; NOVAES, A. G. Gerenciamento de transporte e frotas. São Paulo: Pioneira, 1997. 19 UNIDADE 2 | CONHECENDO O SISTEMA MOTOR 20 Unidade 2 | Conhecendo o Sistema Motor f Como funciona um motor de partida? Quais são as partes e como funciona o motor? Você já ouviu falar da árvore de manivelas? O motor é um dos componentes mais importantes em qualquer veículo automotor. Ele é responsável por fornecer a energia capaz de produzir movimento, convertendo energia calorífica, produzida pela combustão, em energia mecânica. Nesta Unidade, vamos conhecer mais sobre os motores e seu funcionamento. Fonte: www.shutterstock.com 21 1. Constituição Básica do Motor O corpo do motor é um bloco de ferro fundido que apresenta em seu interior um buraco de forma cilíndrica denominado “cilindro”. Dentro do cilindro, desloca-se o pistão, que realiza um movimento de subida e descida. Atravessado no pistão, há um pino localizado em uma haste chamada biela. Na outra extremidade, a biela se prende a um eixo que tem a forma de uma manivela. O nome correto dessa peça é árvore de manivelas, vulgarmente conhecida por virabrequim. Quando o pistão sobe e desce, a biela o acompanha e obriga a árvore de manivelas a virar, como se fosse uma manivela. e Atualmente, não existe mais nenhum automóvel com motor de um cilindro, nem mesmo dois. O normal é automóvel com quatro, seis ou oito cilindros. Os motores com um ou dois cilindros são reservados a motocicletas, barcos ou máquinas estacionárias do tipo bombas d’água, serra etc., e máquinas para serem usadas onde não háeletricidade. Num dos extremos da árvore de manivelas há uma roda pesada de ferro que se chama volante. Sua função é manter o movimento da árvore de manivelas uniforme, evitando trancos. Sem o volante, o motor não funciona corretamente. Quando o cilindro queima a mistura e empurra o pistão para baixo, também está dando um impulso ao volante. Por sua vez, essa energia que o volante acumula, ele devolve ao próprio pistão, quando este se encontra no tempo de compressão. Com isso, o motor opera de maneira mais suave. a Quanto maior for o peso do volante, tanto mais suave será o funcionamento do motor. Por outro lado, quanto mais pesado o volante, tanto mais devagar responde o motor quando se precisa aumentar a sua rotação. Diz-se então que a sua aceleração é baixa. 22 Na parte superior do cilindro do motor existem dois orifícios que possuem duas válvulas de abertura e fechamento. Uma é a válvula de admissão e a outra é a válvula de escapamento. Ainda na parte superior do cilindro, perto das duas válvulas, existe uma pequena peça chamada vela. Sua função é produzir e liberar, no momento adequado, a faísca que irá incendiar o combustível. Durante o movimento de subida e descida, o pistão passa por dois pontos extremos: o ponto mais alto e o ponto mais baixo. Nesses pontos, ele inverte o sentido de seu movimento e, por isso, nesses dois pontos a sua velocidade é nula. Costuma-se chamar a esses dois pontos de Ponto Morto Superior (PMS) e Ponto Morto Inferior (PMI). Quando o pistão se encontra no PMS, a biela e a árvore de manivelas estão voltadas para cima. Quando o pistão muda o sentido de seu movimento e chega ao PMI, a biela desce e a árvore de manivelas vira, ficando virada para baixo. Os pistões comprimem a mistura de combustível e ar, que é depois inflamada por uma vela de ignição e queimada no interior dos cilindros. À medida que a mistura se inflama, expande-se, empurrando o pistão para baixo. Essa mistura gasosa é formada no carburador ou, nos motores mais modernos, calculada pela injeção eletrônica, e admitida nas câmaras de explosão. b Assista ao vídeo e veja como é interessante o funcionamento de um motor: http://tinyurl.com/zenxjo9. 2. Motor de Arranque (ou Motor de Partida) A energia inicial necessária para colocar o motor em movimento é fornecida pelo motor de arranque, que tem a função de acionar o motor do automóvel até que este tenha condições de funcionar sozinho, ou seja, de dar a partida no veículo. Após o arranque inicial, o motor de arranque fica inoperante, permanecendo parado durante o funcionamento do motor. 23 O motor de arranque se engrena em uma cremalheira que envolve o volante do motor, constituído por um disco pesado, fixado à extremidade do virabrequim ou árvore de manivelas. O volante do motor amortece os impulsos bruscos dos pistões e origina uma rotação relativamente suave ao virabrequim. O dispositivo de engrenamento é um conjunto de peças que fica sobre o prolongamento do eixo do induzido, cuja função é transmitir o movimento do eixo do induzido para o motor do veículo, fazendo-o girar. A transmissão do movimento é realmente feita pelo pinhão, que se engrena com a coroa do volante. A dificuldade principal é que normalmente o pinhão deve ficar desligado da coroa e só se dar o engrenamento durante a partida. Tão logo o motor “pegue”, o pinhão deve, novamente, desligar-se da coroa para evitar que o motor do veículo arraste o motor de partida a uma rotação muito elevada, o que pode até danificá-lo. Fonte: www.shutterstock.com 24 3. O Motor de Quatro Tempos Os motores funcionam seguindo um mesmo princípio: queima-se o combustível e se formam gases em grande quantidade. Essa queima gera uma pressão grande sobre o pistão, empurrando-o para baixo e forçando o virabrequim a virar. Apesar de seguirem os mesmos princípios, os motores podem ser distintos e obter esse mesmo efeito, podendo ser: motor de quatro tempos, motor de dois tempos, motor diesel etc. Existe também um motor chamado Wankel, que possui um sistema rotativo diferenciado. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR DE 4 TEMPOS PRIMEIRO TEMPO - ADMISSÃO SEGUNDO TEMPO - COMPRESSÃO - O pistão está no PMS e começa a descer. - Abre-se a válvula de admissão, e a de escapamento permanece fechada. - O pistão aspira a mistura gasosa que penetra no cilindro até chegar ao PMI. - Ao final, a válvula de admissão se fecha. - O cilindro fica totalmente cheio de mistura gasosa (ar + combustível). - O pistão começa a subir. - As válvulas de admissão e de escape permanecem fechadas. - Ao subir, o pistão comprime a mistura da câmera de explosão e esta se aquece. - Como resultado da compressão, a mistura se vaporiza. - O virabrequim completa uma volta. 25 TERCEIRO TEMPO - EXPLOSÃO QUARTO TEMPO - ESCAPAMENTO - As válvulas permanecem fechadas. - Quando a mistura está fortemente comprimida, a vela solta uma faísca - A mistura, ao ser inflamada pela faísca, expande-se, impelindo o pistão para baixo - Formam-se gases da explosão, que empurram violentamente o pistão para baixo. - O pistão inicia seu movimento descendente. - O pistão sobe em direção ao PMS. - A válvula de admissão permanece fechada, e a válvula de escapamento se abre. - O pistão expulsa os gases de resultantes da combustão de dentro do cilindro - Quando o pistão atinge o PMS, a válvula de escapamento se fecha - Inicia-se um novo ciclo. h O princípio de funcionamento em quatro tempos foi desenvolvido na década de 1870 pelos alemães e é utilizado até hoje pela indústria automotiva. Esses motores são os mais comuns no mundo inteiro e são conhecidos também como “motores Otto”. Isso porque foram pensados, pela primeira vez, por um engenheiro alemão chamado Nícolas Otto. 26 4. Árvore de Manivelas O nome popular e mais usado pelos mecânicos para essa peça é “virabrequim”. Tecnicamente, a árvore de manivelas é uma barra que vira e exerce esforço. Na linguagem comum, essa peça é também chamada de “eixo”. O virabrequim é muito difícil de ser fabricado devido à sua forma irregular. Essa é uma peça fundamental para o funcionamento do motor. Ela fica submetida a esforços muito elevados, e deve manter seu funcionamento correto tanto em alta como em baixa rotação. Os virabrequins modernos trabalham em rotação muito elevada, normalmente até 7.000 rpm, e, em carros esportes, até 8.500 rpm. Em cada manivela, é ligada uma biela e, entre elas, estão localizados os munhões, que são peças que se apoiam nos mancais. A excessiva lubrificação dos mancais faz com que o virabrequim praticamente flutue em um banho de óleo durante o seu funcionamento. Além da facilidade oferecida pela lubrificação, raramente o virabrequim se quebra, pois atualmente o aço utilizado em sua fabricação é muito resistente e durável. a Quando o virabrequim não está perfeitamente equilibrado, o motor começa a trepidar e passa a forçar os mancais. Para consertar o problema, os virabrequins devem ser reequilibrados por máquinas especiais. As trocas de óleo e do filtro devem ser feitas nos períodos recomendados, caso contrário, é provável que o virabrequim venha a ter problemas, porque a contaminação do óleo lubrificante com partículas abrasivas acaba riscando o virabrequim, diminuindo assim sua vida útil. A estocagem é outro ponto importante: deve ser feita sempre na vertical para não empenar a peça. Fonte: www.shutterstock.com 27 A diferença básica entre os virabrequins é o número de mancais. Quanto maior o número de mancais, mais dividido fica o esforço que eles suportam.Assim eles podem ser menores no tamanho e ter vida útil mais longa. Por outro lado, quanto menor o número de mancais, mais barato fica o motor. Primeiro, devido à economia com a quantidade de mancais. Segundo, devido ao próprio formato do virabrequim, mais simples. Terceiro, devido ao formato do bloco do motor, que também fica mais simples. Resumindo A energia calorífica resultante da combustão da mistura gasosa se converte em energia mecânica por intermédio dos pistões, bielas e virabrequim. Graças a essa conversão, o veículo consegue se movimentar. Cada motor transforma a energia de uma maneira distinta. Assim, o rendimento do motor depende da quantidade de energia calorífica que ele transforma em energia mecânica. Para suportar tamanho esforço, a estrutura do motor deve ser bastante rígida, suportando as elevadas pressões a que estão sujeitos os mancais do virabrequim e as demais peças internas. Glossário Inoperante: que não é capaz de operar e que não produz o efeito esperado. 28 d 1 - Coloque V (verdadeiro) ou F (falso): ( ) O moderno motor de 4 tempos é uma inveção do século XXI. ( ) O motor de arranque também é chamado de motor de partida. ( ) A queima do combustível no motor produz gases. ( ) Dentro do poistão do motor desloca-se o cilindro. 2 - O nome mais comum utilizado para se referir à arvore de manivelas é: ( ) Caixa de manivelas. ( ) Árvore de marchas. ( ) Virabrequim. ( ) Viramanivelas. 3 - No motor de 4 tempos, o segundo tempo é aquele em que ocorre: ( ) Compressão. ( ) Admissão. ( ) Explosão. ( ) Combustão. 4 - O motor de arranque fornece ao veículo a energia necessária para colocar o motor em movimento. Ele alimenta o veículo com energia durante todo o tempo em que o veículo precisar e estiver em movimento. ( ) Certo ( ) Errado Atividades 29 Referências AUTOMATIK. Guia para as luzes espia no painel. Portal da internet, 2013. Disponível em: <http://automatik.com.br/2013/04/luzes-espia/>. Acesso em: 5 maio 2016. BELLAGUARDA, G. M. Reparadoras de veículos e oficina mecânica. Porto Alegre: SEBRAE/RS, 2006. COSTA, P. G. A bíblia do carro. 2001 – 2002. Disponível em: <https://www.rastrum. com.br/dir_smb/manuais/automotivos/Mecanica%20Automotiva.PDF>. Acesso em: 3 nov. 2016. HSW. How Stuff Works – Como Tudo Funciona. Portal da internet, 2016. Disponível em: <http://www.hsw.uol.com.br>. Acesso em: 3 nov. 2016. KARDEC, A; NASCIF, J. Manutenção: função estratégica. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1998. LIMA, I. M.; REIS, N. G. Gestão de Empresas de Transportes. IDAQ/CNT: Brasília, 1997. MARÇAL, R. F. Gestão da Manutenção. Ponta Grossa: Programa de Pós-Graduação em Engenharia da Produção (PPGEP). Ponta grossa, 2004. REVISTA MECÂNICA ONLINE. Curso básico de mecânica gratuito. Portal da internet, 2016. Disponível em: <https://www.iped.com.br/cotidiano/curso/mecanica- automotiva>. Acesso em: 3 nov. 2016. SAE BRASIL – Sociedade de Engenheiros para a Mobilidade. Página oficial. Portal da internet, 2016. Disponível em: <http://www.saebrasil.org.br>. Acesso em: 3 nov. 2016. SINDIREPA – Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado de São Paulo. Página oficial. Portal da internet, 2016. Disponível em: <http:// portaldareparacao.com.br/>. Acesso em: 3 nov. 2016. VALENTE, A. M.; PASSAGLIA, E.; NOVAES, A. G. Gerenciamento de transporte e frotas. São Paulo: Pioneira, 1997. 30 UNIDADE 3 | SISTEMAS DE LUBRIFICAÇÃO E ARREFECIMENTO 31 Unidade 3 | Sistemas de Lubrificação e Arrefecimento f Você sabe como evitar que o motor esquente demais? Como saber se temos que colocar água no radiador? O que é e qual a importância do sistema de arrefecimento? A lubrificação e o arrefecimento buscam diminuir o atrito que ocorre com a movimentação das peças do motor, além de refrigerar as partes aquecidas pelo atrito. Nesta Unidade, vamos conhecer melhor esses processos. Fonte: www.shutterstock.com 32 1. Sistemas de Lubrificação A função do óleo no motor não é apenas reduzir o atrito e o desgaste das peças móveis do motor. A lubrificação também é importante para evitar que os gases quentes escapem devido à alta pressão durante o funcionamento do motor e é responsável por dissipar o calor das zonas quentes do motor para o ar por meio do cárter. Além disso, a lubrificação reduz a corrosão dos metais expostos e absorve alguns dos resíduos nocivos gerados durante a combustão. O óleo da lubrificação fica no cárter, localizado na parte inferior do motor. Ele é bombeado aos apoios principais passando por um filtro. A bomba é capaz de impulsionar vários litros de óleo por minuto. A partir dos apoios principais, o óleo segue através dos orifícios de alimentação ou canais para passagens abertas no virabrequim e para os apoios das cabeças das bielas. As paredes dos cilindros e as buchas dos pinos dos pistões são lubrificadas pela aspersão do óleo que sai pelos lados dos apoios e é dispersado pela rotação da árvore de manivelas. O óleo em excesso é retirado dos cilindros por segmentos ou anéis raspadores existentes nos pistões e regressa ao cárter. b Assista a um vídeo mostrando como se dá a lubrificação:http://tinyurl.com/gqz9qzq Fonte: www.shutterstock.com 32 33 O lubrificante é utilizado principalmente com a finalidade de diminuir o atrito e refrigerar as partes aquecidas durante o atrito. Porém, ele também evita o contato de metal contra metal, o que acarreta desgaste e aquecimento adicionais e, ainda, a corrosão e os depósitos. Para isso, os lubrificantes devem possuir certas propriedades, dentre as quais a mais importante é a viscosidade. Uma das características utilizadas para medir a capacidade de lubrificação de um óleo é a sua viscosidade. Essa medida, associada a outras propriedades, permite classificar o óleo do motor. Viscosidade é a medida da resistência que um determinado óleo oferece ao movimento. A viscosidade varia com a temperatura, pois quanto maior a temperatura, menor a viscosidade. A resistência que o óleo opõe ao movimento depende também da velocidade com que as peças se deslocam: quanto mais depressa as peças se deslocam, maior é a resistência que o óleo oferece. Utilize sempre o óleo indicado pelo fabricante do motor. Utilizar um óleo mais viscoso do que o indicado pode ajudar a reduzir a fuga de gases comprimidos. No entanto, ele poderá reduzir o torque e a potência do motor. Existem várias classificações para os óleos lubrificantes, sendo as principais a SAE e a API. Classificação SAE: estabelecida pela Sociedade dos Engenheiros Automotivos dos Estados Unidos, classifica os óleos lubrificantes pela sua viscosidade, que é indicada por um número. Quanto maior esse número, mais viscoso é o lubrificante. b Compreenda os tipos de óleo e viscosidade:http://tinyurl.com/h4aoe6w Classificação API: desenvolvida pelo Instituto Americano do Petróleo, baseia-se em níveis de desempenho dos óleos lubrificantes. Classificados por duas letras, a primeira indica o tipo de combustível do motor, e a segunda, o tipo de serviço. 34 Um fluxo insuficiente de lubrificante pode causar um desgaste mais acelerado ou problemas nas engrenagens das peças móveis devido ao atrito entre os metais. Ele também pode causar um funcionamento deficiente do motor devido à destruição das superfícies dos segmentos ou anéis dos pistões, permitindo a passagem de gases muito quentes. Os óleos lubrificantes para motores foram formulados para otimizar seu desempenho, auxiliando a: • reduzir o consumo de óleo e combustível graças à baixa fricção; • manter motor limpo, mesmo em condições severas de operação; • reduzir o desgaste e prolongar a vida do motor.Atualmente, são muito utilizados os óleos sintéticos, que possuem uma ligação química mais resistente do que os óleos minerais. Sua viscosidade se mantém por mais tempo e apresenta menor variação com a temperatura. Dessa maneira, os óleos lubrificantes sintéticos oferecem maior economia de combustível e no próprio consumo de lubrificantes. Além disso, com o uso de óleos sintéticos, o motor mantém-se limpo sem acumular sedimentos no cárter. a Um nível de óleo muito baixo é causa frequente de avarias nos componentes do motor. Por isso, verifique sempre os níveis do óleo do motor, da transmissão, do sistema hidráulico e dos eixos, obedecendo aos intervalos regulares sugeridos pelo fabricante descritos no manual do veículo. Todo o óleo usado e retirado dos motores deve ser tratado como um resíduo perigoso para o ambiente, pois contém substâncias cancerígenas e poluentes (chumbo, níquel e cobalto). Para o descarte desse material, siga todas as normas presentes na legislação. 35 b Veja o destino que o óleo de lubrificação usado tem: http://tinyurl.com/z6fbjv7 Nunca permita a queima do óleo, pois ela pode produzir dioxinas tóxicas, vapores e névoa que irritam as vias respiratórias, podendo também causar danos no sistema nervoso e nos pulmões. e O nível de óleo deve estar sempre entre as marcas “Mín.” e “Máx.” da vareta de medição, garantindo que a bomba tenha condições de captar no cárter o óleo necessário e que o lubrificante não alcance as partes superiores dos cilindros e das câmaras de combustão do motor. Manter um nível baixo pode causar danos ou quebra do motor. Já o nível muito alto pode causar carbonização excessiva, o que leva à perda de rendimento. b Assista ao vídeo e veja como deve ser feita a troca de óleo do motor: http://tinyurl.com/z4ntxp8. 36 2. Sistema de Arrefecimento O sistema de arrefecimento equivale ao que conhecemos como sistema de resfriamento ou sistema de refrigeração. Apesar de ser menos conhecido e menos utilizado, arrefecimento é o nome correto para esse processo. Todos os motores precisam ser resfriados, pois eles se aquecem durante o funcionamento. Apenas um quarto de toda a energia gerada no motor a explosão é utilizada; o calor restante é dissipado. A queima de combustível gera calor e a câmara de combustão fica quente. Em consequência disso, todos os componentes do motor ficam quentes e precisam ser resfriados, caso contrário, suas peças aumentam de tamanho e não funcionam adequadamente. Se o cilindro não for resfriado, não haverá dissipação de calor. Quando isso ocorre, o pistão se dilata e se prende a ele. Nos casos em que a temperatura da água de refrigeração se eleva, é porque os pistões “agarraram” no cilindro. Diz-se, então, que o motor “engripou” ou “fundiu”. Existem dois tipos de sistema de resfriamento: o direto e o indireto. No sistema direto, o ar circula através das aletas existentes no exterior dos cilindros e na cabeça dos cilindros, resfriando as peças do motor. Já no sistema indireto, um líquido de resfriamento (geralmente água) circula pelos canais existentes no interior do motor, sendo posteriormente resfriado pelo ar. b Sistema de arrefecimento do motor:http://tinyurl.com/h8klhdb O resfriamento por ar sem condutores próprios e sem circulação forçada por meio de ventilador não permite um efeito uniforme em todos os cilindros. Para resolver essa dificuldade, os motores arrefecidos a ar possuem um ventilador que faz incidir sobre os cilindros uma corrente de ar. Um controle termostático regula o fluxo do ar para garantir as condições térmicas satisfatórias para o funcionamento do motor. Esse tipo 37 de motor é mais ruidoso que um motor arrefecido por água, pois a camisa de água amortece uma grande parte do ruído do motor. Normalmente, os motores resfriados a ar são de pequeno porte. a Nos motores grandes, a quantidade de calor a ser retirada é tão grande que o sistema de resfriamento por água é mais indicado. Uma exceção bastante comum é o resfriamento de motores de avião, que são resfriados a ar. Primeiro, porque esse elemento é abundante. Segundo, porque, devido à velocidade de deslocamento, ele é capaz de dissipar todo o calor gerado. Um sistema de resfriamento por água apresenta as seguintes partes: • uma camisa de água, que rodeia as partes quentes do motor, tais como os cilindros, as câmaras de explosão e as saídas do escapamento; • um radiador, no qual a água quente do motor é arrefecida pelo ar; • um ventilador, que faz circular o ar através do radiador; • mangueiras existentes na parte superior e inferior do radiador e que o ligam ao motor para estabelecer um circuito fechado; • uma bomba, que faz circular a água. Durante o processo de arrefecimento, a água entra em contato com o cilindro e resfria todas as peças que se aquecem no motor , ficando aquecida com o calor retirado. Em seguida, a água aquecida caminha para o radiador por uma mangueira que existe na parte de cima do motor. A água entra no radiador, que é uma peça formada por colmeias, onde um ventilador gira e faz o ar passar pela colmeia em alta velocidade. Fonte: www.shutterstock.com 38 O ar entra pela frente do carro, pela grade do radiador, passa pelo radiador e resfria a água que se encontra no seu inferior. O ar se aquece, mas ainda pode ser aproveitado para resfriar o bloco do motor. A água que se encontra dentro do radiador está mais fria e, como ela é mais pesada que a água quente, desce e vai parar no fundo do radiador. A água fria segue por uma mangueira que conecta o radiador ao motor e retorna ao motor para novamente esfriá-lo. Um termostato montado na saída da água do motor reduz a circulação da água até que o motor atinja a temperatura normal de funcionamento. Para o perfeito funcionamento de um motor, seja qual for sua velocidade, a temperatura do líquido de arrefecimento em um ponto próximo do termostato deve se manter entre 80º e 115º C. Quando há falta de água no radiador ou no caso de esforço excessivo (subidas longas e acentuadas), pode ocorrer sobreaquecimento do motor. Para impedir que isso ocorra, é preciso que o radiador tenha um orifício por onde o excesso de vapor possa sair. Costuma-se dizer que esse é um orifício ou tubo de “alívio”, porque alivia a pressão. O vapor ou a água em excesso escorre por ele e cai no chão, embaixo do veículo, sem perigo para as pessoas. Saindo da parte superior, existe um pequeno tubo que desce ao longo do radiador até aparecer por baixo dele. Trata-se do “ladrão”, como é conhecido, e se destina a deixar escapar qualquer excesso de água que porventura exista no radiador, quando este se enche ou quando a água ferve. Resumindo Os sistemas de lubrificação e arrefecimento têm a função de permitir o resfriamento do motor, principalmente das partes que produzem mais calor durante o seu funcionamento. Óleos lubrificantes e líquidos de arrefecimento são especialmente fabricados segundo as especificidades de cada tipo de veículo. Lembre-se de seguir as instruções do fabricante do motor e adquirir os óleos e líquidos adequados. O motor irá funcionar muito melhor, gerando menores despesas, e terá uma vida útil muito mais longa. 39 Glossário Dissipado: desaparecer ou dispersar-se Incidir: atingir, algo ou alguém que seja afetado de alguma forma. 40 d 1 - O sistema de arrefecimento equivale ao que conhecemos como sistema de resfriamento ou sistema de refrigeração. ( ) Certo ( ) Errado 2 - Um sistema de arrefecimento do motor que utiliza água para o resfriamento é composto principalmente por: ( ) ventilador, exaustor, bomba e mangueiras. ( ) radiador, ventilador, bomba e mangueiras. ( ) radiador,ventilador, exaustor e mangueiras. ( ) exaustor, ventilador, anilhas e mangueiras. 3 - A lubrificação é muito importante para o bom funcionamento do motor. Dentre os fatores que a tornam imprescindível estão: ( ) reduzir o atrito e o desgaste das peças móveis do motor. ( ) aumentar a produção de calor no motor sob alta pressão. ( ) manter o calor das zonas quentes do motor, evitando resfriá-lo. ( ) aumentar a corrosão dos metais expostos. 4 - No sistema de arrefecimento por água, durante o processo de resfriamento, a água entra em contato com o cilindro e com todas as peças que se aquecem no motor. Ela resfria essas partes e fica aquecida com o calor retirado. ( ) Certo ( ) Errado Atividades 41 Referências AUTOMATIK. Guia para as luzes espia no painel. Portal da internet, 2013. Disponível em: <http://automatik.com.br/2013/04/luzes-espia/>. Acesso em: 5 maio 2016. BELLAGUARDA, G. M. Reparadoras de veículos e oficina mecânica. Porto Alegre: SEBRAE/RS, 2006. COSTA, P. G. A bíblia do carro. 2001 – 2002. Disponível em: <https://www.rastrum. com.br/dir_smb/manuais/automotivos/Mecanica%20Automotiva.PDF>. Acesso em: 3 nov. 2016. HSW. How Stuff Works – Como Tudo Funciona. Portal da internet, 2016. Disponível em: <http://www.hsw.uol.com.br>. Acesso em: 3 nov. 2016. KARDEC, A; NASCIF, J. Manutenção: função estratégica. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1998. LIMA, I. M.; REIS, N. G. Gestão de Empresas de Transportes. IDAQ/CNT: Brasília, 1997. MARÇAL, R. F. Gestão da Manutenção. Ponta Grossa: Programa de Pós-Graduação em Engenharia da Produção (PPGEP). Ponta grossa, 2004. REVISTA MECÂNICA ONLINE. Curso básico de mecânica gratuito. Portal da internet, 2016. Disponível em: <https://www.iped.com.br/cotidiano/curso/mecanica- automotiva>. Acesso em: 3 nov. 2016. SAE BRASIL – Sociedade de Engenheiros para a Mobilidade. Página oficial. Portal da internet, 2016. Disponível em: <http://www.saebrasil.org.br>. Acesso em: 3 nov. 2016. SINDIREPA – Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado de São Paulo. Página oficial. Portal da internet, 2016. Disponível em: <http:// portaldareparacao.com.br/>. Acesso em: 3 nov. 2016. VALENTE, A. M.; PASSAGLIA, E.; NOVAES, A. G. Gerenciamento de transporte e frotas. São Paulo: Pioneira, 1997. Mecânica Descomplicada MÓDULO 2 43 UNIDADE 4 | SISTEMAS DE ALIMENTAÇÃO E ESCAPAMENTO 44 Unidade 4 | Sistemas de Alimentação e Escapamento f O que é o sistema de alimentação do veículo? Quais os tipos de combustível disponíveis no Brasil? Onde podem estar localizados os tanques de combustível? Para um perfeito funcionamento do motor e dos sistemas de lubrificação e arrefecimento, é necessário, também, cuidar dos filtros, responsáveis por proteger o veículo e suas peças de impurezas do ar, água e óleo utilizados. Nesta Unidade, vamos conhecer o sistema de alimentação de combustível e os filtros que o veículo deve possuir. Fonte: www.shutterstock.com 45 1. Sistema de Alimentação a O sistema de alimentação do motor a explosão é composto pelo tanque de combustível, carburador e coletor de admissão, além de vários filtros, necessários ao bom funcionamento do conjunto. A carburação é um dos processos essenciais ao deslocamento do veículo, pois ela alimenta o motor e permite que ele arranque facilmente, mantenha a aceleração, seja econômico, funcione com máximo rendimento e não perca a potência e morra durante o deslocamento veicular. O processo completo da carburação tem início quando a gasolina se mistura com o ar e termina quando ocorre a sua combustão nos cilindros. Na alimentação do carburador, interferem os seguintes elementos: um tanque de combustível colocado distante do carburador; uma bomba que puxa a gasolina do tanque ao carburador; e vários filtros que impedem a entrada de impurezas, o que pode prejudicar o carburador e a bomba. e Em geral, o tanque de combustível fica colocado em posição oposta a do motor, sendo um localizado na parte da frente e outro localizado na parte de trás do veículo. Essa distribuição visa a uma melhor distribuição de pesos sobre o veículo, com o objetivo de obter maior estabilidade e reduzir os riscos de incêndio. Você se lembra da mistura gasosa que entra no cilindro do motor e é queimada? Essa mistura é feita pelo carburador. Sua principal função é misturar homogeneamente uma determinada quantidade de gasolina (ou outro combustível) com outra de ar, formando essa mistura gasosa e fornecendo uma proporção adequada da mistura pulverizada ou atomizada a cada cilindro do motor para sua combustão. 46 Para cada situação, existe uma proporção adequada para a mistura de ar e combustível. A mistura para a combustão completa (com menor quantidade de resíduos) tem a proporção de quinze partes de ar para uma parte de gasolina. No entanto, essa mistura não proporciona máxima potência e economia. O arranque do motor pode exigir uma mistura com menor proporção de ar, composta por uma parte de ar para uma parte de gasolina. Já para obter maior economia, a mistura deverá ser menos rica, com dezesseis partes de ar para uma de gasolina. 2. Motores Flex Os produtos resultantes da combustão da mistura gasosa incluem o monóxido de carbono (altamente tóxico), o anidrido de carbono, hidrocarbonetos e óxidos de azoto. A proporção desses produtos nos gases de escapamento depende da mistura utilizada, ou seja, do tipo de combustível empregado. b Assista ao vídeo sobre os cuidados adicionais que devemos tomar com os motores flex: http://tinyurl.com/hcdvkgu. Muitos motores aceitam mais de um tipo de combustível e são chamados motores flex. Os motores flex estão equipados com componentes próprios no sistema de alimentação, em função da corrosão causada pelos diferentes tipos de combustível. A própria gasolina comercializada já vem misturada com o álcool. Além desses, os motores podem aceitar outros tipos de biocombustíveis e etanóis. 47 a Quando o combustível de alimentação é apenas o álcool, as peças do motor são tratadas por processos químicos contra corrosão, recebendo revestimento interno no tanque, bomba e carburador bicromatizado. Esse processo é identificado por cor e brilho diferentes da cor e do aspecto tradicionais das mesmas peças para gasolina. 3. Tanque de Combustível O tanque de combustível é uma peça simples, mas cuidadosamente projetada em função do espaço que o modelo do veículo proporciona. Por esse motivo, o tanque de combustível de um tipo de veículo não se adapta a outro, devido ao seu formato, volume e capacidade, além de apresentar acabamento interno adequado ao tipo de combustível aceito pelo veículo. Os tanques são externamente confeccionados de plástico ultrarresistente e recebem tratamento especial para evitar a evaporação do combustível, bem como um revestimento interno contra a ferrugem resultante da evaporação. Normalmente, o tanque é dividido em câmaras, reduzindo o deslocamento de combustível com o movimento do veículo (freadas bruscas, curvas acentuadas). Sua capacidade varia segundo o modelo do veículo e as características do motor. Na maior parte dos veículos, existe um tanque de combustível de reserva e uma luz de advertência no painel que se acende quando o nível de combustível está baixo. Os tanques apresentam tubos de respiro no tampão que permitem a entrada de ar à medida que o combustível é consumido. Fonte: www.shutterstock.com 48 4. Sistema de Escapamento A principal função do escapamento é oferecer uma via de escape aos gases residuais do motor. Além disso, ele atenua o ruído com a saída dos gases sob alta pressão. Quando bem regulado, o sistema de escapamentopode acelerar a saída dos gases resultantes da combustão no motor. Os gases queimados que saem dos cilindros do motor devem ser imediatamente eliminados. Esse processo é feito por meio de um cano de escapamento ligado ao coletor de escapamento. O cano de escapamento solta os gases residuais geralmente na parte de trás do veículo para não incomodar os passageiros. Por isso, ele normalmente passa por baixo da carroçaria e vai até a parte traseira do veículo. Nos veículos com motor traseiro, o cano de escapamento é mais curto. b Assista ao vídeo sobre as funções e os cuidados que devemos ter com o escapamento: http://tinyurl.com/j4c7njn. Para reduzir os ruídos da combustão e do escapamento dos gases do motor, existe uma peça ao longo do cano de escapamento chamada “silencioso”, que apresenta diversos canos furados dentro de uma câmara. Esse conjunto funciona como um colchão de ar, de amortecimento, que reduz o barulho quando os gases de escapamento passam por ele. Após atravessar o coletor de escape, a tubulação e o silenciador, os gases são expelidos pelo tubo traseiro. 49 e A vida útil do escapamento é de cerca de dois anos, pois, com o tempo de uso, é natural a deterioração. Quando o motorista notar alterações no nível de ruído do veículo, caracterizado por sopros de gases, chocalhos no catalisador, som estridente e ressonâncias ao trocar marchas, é recomendável verificar o sistema de escape em um centro automotivo especializado. 5. Filtros do Veículo Os filtros são elementos imprescindíveis, responsáveis por eliminar sujeiras e impurezas do óleo, dos líquidos e do ar. Filtros eficazes protegem os motores e outras peças, mantendo a segurança de toda a operação e reduzindo os custos com a manutenção veicular a médio e longo prazo. 5.1. Filtros de Ar O filtro de ar elimina as partículas nocivas do ar, evitando desgastes do motor. A eficácia e a capacidade de filtragem são obtidas misturando fibras finas e mais grosseiras no agente filtrante. Filtros de ar que contêm agentes filtrantes aumentam a eficácia de filtragem, diminuindo o desgaste natural do motor. Quando a área de filtragem é muito grande, esses agentes adicionados aumentam a capacidade do filtro de reter o pó e evitam sua obstrução prematura, prolongando sua vida útil. Normalmente, os filtros de ar são substituídos a cada 15.000 quilômetros rodados, caso contrário, o motor do veículo pode aumentar o consumo de combustível. 50 Existem vários tipos de filtros de ar, e suas formas e dimensões geralmente dependem do espaço ocupado pelo motor. O filtro com elementos de papel é o mais utilizado por ter uma maior leveza e capacidade. O elemento filtrante é fabricado com papel fibroso tratado com resina e dobrado em sanfona, a fim de oferecer uma melhor superfície de contato com o ar que o atravessa. 5.2. Filtros de Combustível Os filtros de combustível devem ser substituídos de acordo com as indicações do fabricante de cada veículo. Quando essa troca não é feita, o motor passa a não responder quando solicitado acima de determinadas rotações. Além disso, a bomba de combustível pode até queimar devido ao esforço excessivo. O emprego de aditivos no combustível pode ajudar a limpar os injetores e os pistões do motor. Combustíveis aditivados podem prolongar a vida útil do filtro de combustível, protegendo o motor da corrosão com agentes que previnem as emulsões do gasóleo com água e evitam o envelhecimento do combustível. 5.3. Filtros de Óleo Em quase todos os veículos, o óleo passa por um filtro localizado na parte exterior do cárter que retém todas as impurezas antes do óleo entrar no motor. O filtro possui uma válvula de derivação, uma vez que, com o passar do tempo e à medida que retém as impurezas, ele pode ficar obstruído e não permitir a passagem do óleo sob alta pressão ou frio, quando ele fica muito espesso. Alguns filtros de óleo são chamados centrífugos e consistem em um recipiente circular que, ao girar com grande velocidade, é capaz de separar e expelir as partículas sólidas, que são retidas nas suas paredes enquanto o óleo passa através de um condutor central. Fonte: www.shutterstock.com 51 e O ideal é substituir os filtros de óleo sempre que for feita a troca, pois o óleo novo pode perder suas características e se deteriorar rapidamente quando passar por um filtro velho. Quando os filtros de óleo ficam entupidos, obstruindo a circulação do óleo, existe um risco maior de aumento da temperatura do motor. Quando isso ocorre, o óleo deixa de fluir normalmente, causando falha nos componentes do motor. No entanto, muitas vezes, as pessoas optam por substituir o óleo em períodos mais curtos, ou seja, a cada 3 mil ou 5 mil quilômetros. Nesse caso, verifique o manual do proprietário e consulte os prazos indicados para a troca dos filtros. Resumindo A tecnologia relacionada ao sistema de alimentação e escapamento dos veículos vem passando por aperfeiçoamento e grande evolução. Atualmente, muitos motores a explosão são alimentados por mais de um tipo de combustível, como, por exemplo: álcool, gasolina, diesel, biodiesel etc. A preocupação com a redução da poluição ambiental fez com que as empresas desenvolvessem motores e equipamentos que reduzem as emissões de partículas e gases poluentes na atmosfera, auxiliados, ainda, por filtros mais modernos e potentes, capazes de eliminar grande parte desses resíduos. Glossário Eficácia: alcança os resultados planejados, característica do que produz os efeitos esperados. 52 d 1 - O _____________________ com elementos de papel é o mais utilizado e tem uma maior leveza e capacidade. O elemento filtrante é fabricado com papel fibroso tratado com resina e dobrado em sanfona, a fim de oferecer uma melhor superfície de contato com o ar que o atravessa. ( ) filtro de óleo. ( ) filtro de ar. ( ) filtro de combustível. ( ) filtro do radiador. 2 - Os tanques de combustível são externamente confeccionados de plástico ultrarresistente e recebem tratamento especial para evitar a evaporação do combustível, bem como um revestimento interno contra a ferrugem resultante da evaporação. ( ) Certo ( ) Errado 3 - São funções do sistema de escapamento: ( ) Oferecer uma via de escape aos gases residuais do motor. ( ) Acelerar a saída dos gases resultantes da combustão. ( ) Coletar e armazenar os gases residuais do motor. ( ) Atenuar o ruído com a saída dos gases sob alta pressão. 4 - O sistema de escapamento tem o mesmo funcionamento que o sistema de arrefecimento. Eles são dois nomes diferentes para os sistemas que retiram fumaça e calor do motor. ( ) Certo ( ) Errado Atividades 53 Referências AUTOMATIK. Guia para as luzes espia no painel. Portal da internet, 2013. Disponível em: <http://automatik.com.br/2013/04/luzes-espia/>. Acesso em: 5 maio 2016. BELLAGUARDA, G. M. Reparadoras de veículos e oficina mecânica. Porto Alegre: SEBRAE/RS, 2006. COSTA, P. G. A bíblia do carro. 2001 – 2002. Disponível em: <https://www.rastrum. com.br/dir_smb/manuais/automotivos/Mecanica%20Automotiva.PDF>. Acesso em: 3 nov. 2016. HSW. How Stuff Works – Como Tudo Funciona. Portal da internet, 2016. Disponível em: <http://www.hsw.uol.com.br>. Acesso em: 3 nov. 2016. KARDEC, A; NASCIF, J. Manutenção: função estratégica. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1998. LIMA, I. M.; REIS, N. G. Gestão de Empresas de Transportes. IDAQ/CNT: Brasília, 1997. MARÇAL, R. F. Gestão da Manutenção. Ponta Grossa: Programa de Pós-Graduação em Engenharia da Produção (PPGEP). Ponta grossa, 2004. REVISTA MECÂNICA ONLINE. Curso básico de mecânica gratuito. Portal da internet, 2016. Disponível em: <https://www.iped.com.br/cotidiano/curso/mecanica-automotiva>. Acesso em: 3 nov. 2016. SAE BRASIL – Sociedade de Engenheiros para a Mobilidade. Página oficial. Portal da internet, 2016. Disponível em: <http://www.saebrasil.org.br>. Acesso em: 3 nov. 2016. SINDIREPA – Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado de São Paulo. Página oficial. Portal da internet, 2016. Disponível em: <http:// portaldareparacao.com.br/>. Acesso em: 3 nov. 2016. VALENTE, A. M.; PASSAGLIA, E.; NOVAES, A. G. Gerenciamento de transporte e frotas. São Paulo: Pioneira, 1997. 54 UNIDADE 5 | DIREÇÃO, TRANSMISSÃO E EMBREAGEM 55 Unidade 5 | Direção, Transmissão e Embreagem f Quais as partes do sistema de direção? Qual a função do sistema de transmissão? Como funciona na prática a embreagem? Nesta Unidade, estudaremos os sistemas de direção, considerado por muitos técnicos o sistema mais importante no veículo quando o assunto é segurança. Para que o sistema de direção funcione corretamente, é preciso, também, que o sistema de transmissão e embreagem esteja regulado e em plenas condições. Fonte: www.shutterstock.com 56 1. Sistemas de Direção A função básica do sistema de direção é a de transmitir para as rodas o movimento de rotação que o condutor transfere ao volante e à coluna de direção. Isso é possível graças a duas peças: um parafuso sem-fim e um componente dentado. Quando a coluna de direção gira, o componente dentado transfere essa rotação ao parafuso sem-fim, que também gira. Essas peças ficam no interior de uma carcaça chamada caixa de direção, que possibilita a lubrificação das engrenagens e, ao mesmo tempo, constitui uma proteção contra poeira. e O sistema de direção deve ser capaz de amortecer os choques das rodas, evitando que essa vibração chegue aos braços do motorista. Agora vamos falar da direção hidráulica. Seu princípio de funcionamento é bastante simples. Ela é um sistema com óleo sob pressão que exerce a maior parte do esforço necessário para girar as rodas. A pressão do óleo é aplicada justamente no instante em que o motorista vira o volante da direção. Nesse sistema, existe uma bomba de funcionamento contínuo que fornece a pressão hidráulica desejada. Uma válvula especial abre ou fecha quando se gira o volante. Ao abrir, ela permite que o óleo sob pressão seja aplicado a um pistão que, por sua vez, aciona a barra de direção. e Por ser um sistema de custo elevado, apenas os veículos mais pesados (caminhões e ônibus) ou os mais caros possuem a direção hidráulica como item de série, permitindo maior conforto. 57 2. Sistema de Transmissão O sistema de transmissão é composto pela embreagem, caixa de velocidades, diferencial, semiárvores, homocinéticas e rodas, todos ligados entre si por sistemas de engrenagens. A função da transmissão é levar às rodas a energia do motor para que o veículo entre em movimento. Em um veículo convencional, a transmissão começa no motor e prolonga-se pela embreagem, caixa de câmbio, eixo de transmissão e diferencial, até chegar às rodas traseiras. Alguns tipos de veículo, como aqueles com motor dianteiro e tração traseira, dispensam o eixo de transmissão. e As engrenagens têm como objetivo efetivar transformações de movimento, que são: direção e velocidade. Elas executam a transmissão com extrema precisão, ora alterando a força, ora alterando a velocidade. Toda engrenagem pode ser entendida como uma alavanca múltipla com um único ponto de centro. Quanto maior o braço da alavanca, maior será o movimento conseguido. A caixa de câmbio permite ao motor fornecer às rodas a força motriz apropriada às condições de deslocamento. Assim, quanto maior for o número de rotações do virabrequim em relação ao número de rotações das rodas, maior será a força motriz transmitida às rodas, verificando-se, ao mesmo tempo, uma proporcional redução da velocidade do automóvel. A caixa de mudança, ou caixa de câmbio, realiza três funções distintas: I. permite um desligamento entre os eixos motor e transmissor, possibilitando ao motor funcionar com o veículo parado; Fonte: www.shutterstock.com 58 II. permite aumentar ou diminuir a potência do motor por meio de engrenagens; III. permite inverter a marcha sem alterar o sentido de rotação do motor. Utilizando a alavanca seletora, o condutor escolhe: • primeira marcha - força; • segunda marcha - força; • terceira marcha - rotações intermediárias; • quarta marcha - velocidade de cruzeiro; • quinta marcha - velocidade de cruzeiro, baixo torque; • marcha a ré - reversão do movimento; • ponto morto - interrupção do movimento. O COMPORTAMENTO DAS ENGRENAGENS PONTO MORTO PRIMEIRA MARCHA Em ponto morto, não há qualquer transmissão de energia mecânica. Todas as engrenagens, exceto as utilizadas para inversão de marcha, estão engrenadas. Permite a maior redução de velocidade, com o objetivo de obter um torque mais elevado. A engrenagem apropriada fica no eixo secundário, transmitindo a energia mecânica. 59 SEGUNDA MARCHA TERCEIRA MARCHA A segunda marcha também permite redução de velocidade e elevação no torque. A terceira marcha utiliza rotação em velocidade intermediária, ligando o eixo primário diretamente ao eixo secundário. A potência é transmitida pela caixa de mudanças sem a intervenção das engrenagens. QUARTA MARCHA MARCHA RÉ Nas quarta e quinta marchas, a perda de atrito direta pelas engrenagens é insignificante, sendo adequadas para velocidades altas (velocidade de cruzeiro). Em marcha a ré, uma terceira engrenagem (engrenagem intermediária) inverte o sentido de rotação normal do eixo secundário. 2.1. Transmissão Automática (ou Câmbio Automático) A função de uma transmissão automática é permitir que o motor trabalhe com o automóvel parado, além de iniciar a transmissão suave e progressiva de energia mecânica necessária ao deslocamento à medida que o motorista acelera o motor, apertando o acelerador. 60 Esse sistema é composto de duas partes rotativas principais: um impulsor, acionado pelo motor, e uma turbina que aciona a caixa de mudanças. Cada uma dessas partes tem a forma de uma calota esférica e contém certa quantidade de divisórias radiais chamadas pás. As duas calotas estão alojadas, voltadas uma para a outra, em um cárter cheio de óleo, e separadas por um pequeno espaço para evitar qualquer contato entre si. Ao selecionar automaticamente a marcha, o sistema avalia os parâmetros de rotação, a programação, o sensor de posição de borboleta, a rotação e a velocidade, a aceleração linear e lateral, e escolhe a melhor relação e o momento adequado para trocar as marchas. Tudo isso é feito com muita segurança, para que não haja excesso de rotação e perigo ao usuário. 3. Embreagem A embreagem é o sistema de ligação entre o motor e o câmbio. Sua função é permitir ao condutor ligar e desligar o motor do sistema de transmissão de forma suave e progressiva. Ela fica localizada no interior da caixa seca e fixada ao volante do motor por meio de parafusos, interligando o movimento do motor ao câmbio por meio do eixo piloto ou primário. Ao acionar a embreagem, separam-se três partes do conjunto da embreagem: o volante do motor, o disco e o platô, ou placa de pressão da embreagem. O volante do motor está fixado por meio de parafusos ao virabrequim e gira solidariamente com este; o disco de embreagem se encaixa por meio de estrias no eixo primário da caixa de cambio e, assim, também gira com o virabrequim; o platô da embreagem fixa o disco de encontro ao volante do motor. b Veja como funciona o sistema de embreagem:http://tinyurl.com/ham392c. 61 As duas faces do disco da embreagem sãorevestidas com um material de fricção. Quando o pedal da embreagem é pressionado, o virabrequim e o eixo primário da caixa de câmbio passam a ter movimentos independentes. Assim que o condutor retira o pé da embreagem, eles voltam a ser solidários, com giros dependentes. e O disco da embreagem e o platô não estão ligados rigidamente ao volante do motor, podendo ambos aproximar-se ou afastar- se dele. Os tipos de embreagem disponíveis comercialmente são: a) embreagem simples - tipo monodisco a seco; b) embreagem bidisco - dois discos a seco; c) embreagem dupla; d) embreagem multidisco - composta por uma série de discos metálicos colocados lado a lado; e) embreagem cônica; f) embreagem hidráulica. Existe uma embreagem para cada tipo de veículo; e seu projeto deve obedecer às exigências da montadora e do mercado. O conjunto de embreagem normalmente é composto por: a) disco de fricção; b) disco ou placa de pressão - platô; c) rolamento de encosto - colar; d) garfo de acionamento. 62 Resumindo O desempenho do veículo está diretamente ligado às engrenagens do câmbio, à embreagem e à sua capacidade de transmissão de energia. Se as marchas arranharem para engatar e sempre que o pedal da embreagem trepidar ou precisar ser acionado com muita força, será necessário verificar a necessidade de manutenção no veículo, pois algo não está funcionando bem. Lembre-se de que problemas na transmissão podem ser causados por problemas na direção e vice-versa. Glossário Distintas: diferentes. 63 d 1 - Coloque V (verdadeiro) ou F (falso): ( ) A embreagem é o sistema de ligação entre o motor e o câmbio. ( ) A caixa de câmbio permite inverter a marcha sem alterar o sentido de rotação do motor. ( ) O volante do motor gira independente do virabrequim. ( ) A direção hidráulica é um sistema com óleo sob pressão. 2 - A ___________________ permite maior redução de velocidade e oferece torque mais elevado. ( ) primeira marcha. ( ) segunda marcha. ( ) terceira marcha. ( ) quarta marcha. 3 - A embreagem é o sistema de ligação entre o motor e o câmbio. Sua função é permitir ligar e desligar o motor do sistema de transmissão de forma suave e progressiva. Quando o condutor aciona a embreagem, separa-se em três partes o conjunto da embreagem: o volante do motor, o disco e o platô, ou placa de pressão da embreagem. ( ) Certo ( ) Errado 4 - Nesta posição, não há qualquer transmissão de energia mecânica. Todas as engrenagens, exceto as utilizadas para inversão de marcha, estão engrenadas. ( ) Marcha a ré. ( ) Quinta marcha lenta. ( ) Sexta marcha acelerada. ( ) Ponto morto. Atividades 64 Referências AUTOMATIK. Guia para as luzes espia no painel. Portal da internet, 2013. Disponível em: <http://automatik.com.br/2013/04/luzes-espia/>. Acesso em: 5 maio 2016. BELLAGUARDA, G. M. Reparadoras de veículos e oficina mecânica. Porto Alegre: SEBRAE/RS, 2006. COSTA, P. G. A bíblia do carro. 2001 – 2002. Disponível em: <https://www.rastrum. com.br/dir_smb/manuais/automotivos/Mecanica%20Automotiva.PDF>. Acesso em: 3 nov. 2016. HSW. How Stuff Works – Como Tudo Funciona. Portal da internet, 2016. Disponível em: <http://www.hsw.uol.com.br>. Acesso em: 3 nov. 2016. KARDEC, A; NASCIF, J. Manutenção: função estratégica. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1998. LIMA, I. M.; REIS, N. G. Gestão de Empresas de Transportes. IDAQ/CNT: Brasília, 1997. MARÇAL, R. F. Gestão da Manutenção. Ponta Grossa: Programa de Pós-Graduação em Engenharia da Produção (PPGEP). Ponta grossa, 2004. REVISTA MECÂNICA ONLINE. Curso básico de mecânica gratuito. Portal da internet, 2016. Disponível em: <https://www.iped.com.br/cotidiano/curso/mecanica- automotiva>. Acesso em: 3 nov. 2016. SAE BRASIL – Sociedade de Engenheiros para a Mobilidade. Página oficial. Portal da internet, 2016. Disponível em: <http://www.saebrasil.org.br>. Acesso em: 3 nov. 2016. SINDIREPA – Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado de São Paulo. Página oficial. Portal da internet, 2016. Disponível em: <http:// portaldareparacao.com.br/>. Acesso em: 3 nov. 2016. VALENTE, A. M.; PASSAGLIA, E.; NOVAES, A. G. Gerenciamento de transporte e frotas. São Paulo: Pioneira, 1997. 65 UNIDADE 6 | SISTEMA DE SUSPENSÃO, RODAS E PNEUS 66 Unidade 6 | Sistema de Suspensão, Rodas e Pneus f Como funciona o sistema de suspensão? Saberia dizer a diferença entre o pneu remoldado e o pneu recapado? O que é exatamente a roda? A maior parte dos veículos possui sistemas complexos que atuam de maneira conjunta para proporcionar conforto aos seus ocupantes. Nesta Unidade, vamos estudar o sistema de suspensão, rodas e pneus, que, em conjunto, proporcionam o amortecimento nos veículos. Fonte: www.shutterstock.com 67 1. Sistema de Suspensão O sistema de suspensão é responsável por garantir maior conforto aos passageiros ou às cargas transportadas durante o deslocamento. Juntamente com rodas e pneus, ele suporta esforços consideráveis e atua aliviando as irregularidades do terreno sobre o qual o veículo passa. Vamos entender como é esse processo. O sistema de suspensão é composto principalmente por molas e amortecedores, mas todos os demais componentes que ajudam a reduzir as vibrações no interior do veículo também são considerados componentes da suspensão, como pneus, estofamento, borrachas etc. A função desse sistema é aliviar as irregularidades do pavimento sobre o qual os veículos circulam, permitindo que os ocupantes realizem seus deslocamentos com maior conforto. e Um bom sistema de suspensão deve incluir molejamento e amortecimento. O primeiro consiste na resistência elástica a uma carga, e o segundo, na capacidade de absorver parte da energia de uma mola após ter sido comprimida. O princípio de seu funcionamento é absorver a energia, fazendo com que o impacto da vibração dure o menor tempo possível. Para auxiliar essa absorção, o sistema conta ainda com a ajuda de almofadas nos bancos dos veículos e, para que todo o processo ocorra com o menor nível de ruído possível, as molas são instaladas sobre peças de borracha, que aumentam a suavidade do movimento. 68 Veja os efeitos do sistema de suspensão nas ilustrações a seguir. VEÍCULO SEM SUSPENSÃO VEÍCULO COM SUSPENSÃO EFICIENTE Quando o veículo não possui suspensão, todas as irregularidades da superfície de rolagem são transmitidas aos passageiros e às cargas, que balançam junto com o veículo. Quando o veículo possui um sistema de suspensão eficiente, o veículo balança para cima e para baixo, mas os passageiros e as cargas em seu interior não sentem (ou sentem pouco) essas oscilações. As asperezas menores do terreno são completamente absorvidas por pneus e estofados, e os passageiros nem chegam a sentir essas irregularidades. Quando as irregularidades são maiores, as molas e os amortecedores são requisitados, ajudando a diminuir seus efeitos. Suspensão independente A suspensão independente foi desenvolvida para oferecer ainda mais comodidade aos passageiros e às cargas transportadas. Nesse sistema, cada roda possui molas e amortecedores com movimentos independentes uns dos outros. Normalmente, os veículos apresentam suspensão independente no eixo traseiro, não sendo tão comum para o eixo dianteiro. A vantagem da utilização de suspensão independente é que, durante o deslocamento do veículo em terreno irregular, as vibrações de uma roda não passam para a outra roda do eixo, a carroçaria balança menos e as rodas permanecem mais tempo em contato com o solo. Por esses motivos, o veículo se torna mais confortável e mais seguro. 69 2. Molas e AmortecedoresAs molas e os amortecedores são montados sobre as rodas, ou seja, recebem a energia proveniente do terreno depois destas. A função principal das molas é transformar as irregularidades do terreno em oscilações. A mola exerce outra função, sendo importante também para manter as rodas alinhadas em relação ao chassi ou a carroçaria. Já os amortecedores têm a função de absorver a energia da oscilação, protegendo a carroceria e seus ocupantes contra os solavancos provocados pelas irregularidades do pavimento e permitindo que a mola volte mais rapidamente à sua forma inicial. As molas são normalmente fabricadas com formato helicoidal (formato de hélice), sendo esse o mais indicado para maior absorção de energia. Apesar de existirem vários tipos de molas, todos eles, entretanto, executam a mesma função. Nas extremidades, a mola possui formato horizontal para que se assentem melhor sobre as superfícies. Essas extremidades planas atuam como uma alavanca que aplica torção à parte restante da mola. As duas extremidades estão normalmente ligadas ao chassi ou à carroceria por pinos com buchas de borracha. a O aço utilizado na fabricação das molas deve ser bastante flexível e resistente, para que elas possam ser flexionadas e resistir aos esforços durante o movimento do veículo. Se o aço das molas não for bom, elas podem se entortar e, consequentemente, as rodas podem perder o alinhamento, prejudicando a estabilidade do veículo. e Os primeiros amortecedores eram constituídos de vários discos e seu funcionamento era baseado no atrito entre eles. Atualmente, os amortecedores são hidráulicos, nos quais o movimento de um pistão pressiona o óleo a passar através de pequenos orifícios que oferecem resistência à sua passagem. 70 O tipo de amortecedor mais utilizado é o telescópico, que tem o formato de um cilindro com um pistão ligado a uma haste. A extremidade fechada do cilindro está ligada à articulação ou ao eixo da roda, enquanto a extremidade oposta está ligada à carroceria. Nesses amortecedores, o movimento da roda é transmitido a uma alavanca que faz mover o eixo do braço do amortecedor. Quando o pistão do amortecedor se desloca para um dos topos do cilindro, o óleo é impelido através de uma válvula e atinge o outro topo, amortecendo assim a oscilação da mola. b Assista ao vídeo e veja quais são os sinais de desgaste dos amortecedores: http://tinyurl.com/hyv2gx8. 3. Rodas e Pneus As dimensões das rodas (largura e raio) interferem no conforto durante o deslocamento. Uma roda grande permite anular a maior parte das irregularidades do terreno. No entanto, adotar rodas muito grandes nem sempre é uma solução viável e adequada. O pneu, elemento que envolve a roda, tem estrutura semitubular de borracha, cheio de ar em seu interior. Ele possui uma carcaça interior resistente, com cabos metálicos (talões) incorporados na zona de contato com a roda, e paredes laterais flexíveis, destinadas a absorver as pressões que lhes são impostas. Para contribuir com o conforto do veículo, os pneus funcionam como uma almofada de ar sobre a qual se apoia, suportando esforços consideráveis quando o automóvel acelera, freia ou faz uma curva. e As ranhuras da banda de rodagem (frisos) facilitam a aderência ao solo em variadas condições de rolamento. 71 O desenho das ranhuras varia de acordo com o tipo de superfície sobre o qual o veículo irá circular a maior parte do tempo. Um pneu com ranhuras profundas é ideal para a lama, mas impróprio para condução em alta velocidade. b Você sabe o que é o TWI? Veja como medir o desgaste dos pneus: http://tinyurl.com/jz23ja4. O comportamento de um pneu não depende apenas da sua concepção e dos materiais utilizados na sua fabricação, mas também da pressão do ar. Utilize sempre a pressão recomendada pelo fabricante do pneu e do veículo presente no manual. A pressão recomendada assegura a aderência necessária, menos aquecimento e atrito e, consequentemente, menor consumo de gasolina e maior durabilidade. Pneus com câmera apresentam uma câmara de ar independente, feita de borracha. Já os pneus sem câmera comportam o ar em seu interior e possuem um revestimento interno de borracha macia aderente, destinada a vedar o ar. Em relação ao pneu com câmera, o modelo sem câmera apresenta algumas vantagens: é mais fácil de montar; quando furado, ele esvazia mais lentamente; permite tapar temporariamente os furos sem remover a roda. Atualmente, os pneus tendem a ser mais largos e mais baixos, apresentando maior aderência ao pavimento e, portanto, maior estabilidade. Dessa maneira, o veículo se comporta melhor em alta velocidade e nas curvas. Os pneus se diferenciam em função do processo de fabricação de sua carcaça. Os mais comuns são os diagonais, com lonas cruzadas (pneu comum), e os radiais, com lonas estabilizadoras. Para que sejam considerados bons, os pneus devem ser extremamente resistentes aos choques, mas suficientemente flexíveis para amortecer os impactos a que são submetidos. 72 PNEU DIAGONAL PNEU RADIAL Carcaça constituída por duas ou mais lonas ou camada de tela, sobrepostas transversal e diagonalmente, umas sobre as outras, formando um entrelaçado. As camadas mantêm sua resistência, mesmo quando solicitadas em várias direções. Além do revestimento interior, o pneu apresenta várias tiras e materiais de enchimento para reforço da carcaça. Carcaça constituída por duas partes: as lonas, ou telas, e um anel de lonas ou telas estabilizadoras. Os fios da lona se estendem em ângulo reto, o que proporciona grande flexibilidade e conforto, mas pouca ou nenhuma estabilidade direcional. O desgaste é menor quando o veículo faz uma curva, e a duração do pneu é maior. Em baixas velocidades, apresenta menor conforto que o pneu diagonal. 73 4. Calibragem de Pneus A pressão de inflação deve seguir as recomendações do manual do proprietário e deve ser medida com os pneus frios pelo menos uma vez por semana. Após conduzir o veículo por algum tempo, os pneus se aquecem e, em consequência do calor, a pressão de inflação se eleva. Não utilize pneus recauchutados nas rodas dianteiras. A utilização de aros ou componentes quebrados, trincados, desgastados ou enferrujados pode resultar em falha do conjunto e criar uma condição de risco. A utilização de aros de roda recuperados não é recomendada em hipótese alguma. a Aros danificados devem ser imediatamente substituídos, pois qualquer tentativa de recuperação pode alterar totalmente suas características originais, afetando seriamente a segurança do veículo e a de seus ocupantes. Fonte: www.shutterstock.com 74 Resumindo A suspensão é um conjunto de peças e cada uma depende da outra para o perfeito funcionamento do sistema. Sua manutenção é de extrema importância para a segurança do automóvel e do motorista. Se todos os itens estiverem em perfeita condição, o sistema de suspensão absorve todas as irregularidades do solo e garante a estabilidade do veículo. Em boas condições de uso, a suspensão assegura a aderência dos pneus, evita derrapagens e diminui a distância de frenagem. Porém, se as peças estiverem desgastadas, a dirigibilidade do automóvel estará comprometida. Glossário Aspereza: irregular, não é agradável ao toque. 75 d 1 - O desenho das ranhuras dos pneus é projetado em função do local por onde o veículo irá circular a maior parte do tempo. Por exemplo: um pneu com ranhuras profundas é ideal para a lama. ( ) Certo ( ) Errado 2 - Em baixas velocidades, é mais confortável trafegar com: ( ) pneus radiais. ( ) pneus diagonais. ( ) indiferente, ambos são confortáveis.
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