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ACIDENTE POR PICADAS DE ABELHA EM EQUINO

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1 
 
ACIDENTE POR PICADAS DE ABELHA EM EQUINO 
JOANDES HENRIQUE FONTEQUE¹, RUBENS PERES MENDES¹, 
ANDERSON FERNANDO DE SOUZA¹, MILENA CAROL SBRUSSI 
GRANELLA¹, LETÍCIA ANDREZA YONEZAWA¹, JULIETA VOLPATO¹. 
 
¹Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV), Universidade do Estado de 
Santa Catarina (UDESC), Lages, SC, Brasil. 
 
Resumo 
Descreve-se um caso de ataque de abelhas (Apis mellifera) em uma 
égua de 3,5 anos. O animal fora amarrado próximo a uma colmeia que 
não tinha sido avistada. Na avaliação clínica apresentava apatia, 
anorexia, extenso edema de cabeça e região ventral, dispneia severa, 
mucosas ictéricas, linfonodos submandibulares aumentados e urina de 
coloração enegrecida. O hemograma demonstrou anemia hemolítica e 
na bioquímica sérica observou-se lesão muscular, azotemia e lesão 
hepática. A urinálise observou-se hemoglobinúria e houve aumento do 
tempo ao Teste de Coagulação Sanguínea. Como tratamento instituiu-
se terapia com fluidos intravenosa com solução de ringer com lactato 
associada à furosemida, prometazina e hidrocortisona, posteriormente 
administrou-se dexametasona e manitol 20%. Compressas térmicas 
foram aplicadas sobre áreas de edema. Houve adequada resposta ao 
tratamento recebendo alta após 30 dias. Casos graves de ataques de 
abelhas em grandes animais são raros e o rápido encaminhamento 
médico é fundamental para prover um prognóstico favorável ao 
paciente. 
Palavras-chave: abelha, equino, veneno, acidente. 
BEE STINGS IN A HORSE 
 
 42º Congresso Bras. de Medicina Veterinária e 1º Congresso Sul-Brasileiro da ANCLIVEPA - 31/10 a 02/11 de 2015 - Curitiba - PR
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Abstract 
Describes a bee attack case (Apis mellifera) in a mare of 3.5 years. The 
animal tied outside near a beehive that had not been realized. In clinical 
evaluation showed apathy, anorexia, extensive edema of head and 
ventral region, severe dyspnea, jaundiced mucous membranes, 
increased submandibular lymph nodes and urine blackish color. The 
blood count showed hemolytic anemia and serious biochemistry was 
observed muscle injury, azotemia, liver damage. In urinalysis presented 
hemoglobinuria and increase in clotting time. The treatment was applied 
intense intravenous fluid Lactated Ringers lactate associated with 
furosemide, promethazine and hydrocortisone subsequently applied 
dexamethasone and mannitol. Thermal compresses were applied to 
edema areas. There was adequate response to treatment and was 
discharged after 30 days. Bass bees in large animal attacks are rare 
cases and the rapid medical referral is essential to provide a favorable 
prognosis to the patient. 
Key-words: bee, horse, poison, accident. 
 
INTRODUÇÃO 
 Os acidentes decorrentes por ataque de abelhas são raros em 
grandes animais, porém são casos graves e podem ser fatais, devido às 
reações alérgicas e tóxicas causadas pela apitoxina (Sakate, 2008). As 
manifestações clínicas variam conforme a quantidade de picadas 
recebidas e da susceptibilidade do indivíduo, resultando desde reações 
alérgicas localizadas até quadros graves de envenenamento (Cardoso 
et al., 2003) caracterizados por hemólise e rabdomiólise. 
 
DESCRIÇÃO DE CASO 
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 Uma égua, mestiça, de 3,5 anos, pesando 290 Kg, foi 
encaminhada ao atendimento logo após ter sida atacada por um 
enxame de abelhas. O animal tinha sido amarrado próximo a uma 
colmeia que não tinha sido vista. Ao exame físico observou-se apatia, 
pirexia (39°C), dispneia inspiratória, taquipnéia (100 mpm), taquicardia 
(80 bpm), extenso edema de cabeça e região ventral, mucosas ictéricas, 
linfoadenomegalia e urina de coloração enegrecida (Figura 1 e 2). Os 
exames laboratoriais, hemograma, bioquímica sérica e urinálise foram 
realizados repetidamente durante o internamento e respectivamente 
cursaram com anemia hemolítica (Ht: 20%), azotemia (ureia: 
56,66mg/dl), leão muscular (AST: 1669,20UI/L; CK:324,9 UI/L), lesão 
hepática (GGT: 19,1UI/L; LDH: 3395,00UI/L), hemoglobinúria e tempo 
de coagulação aumentado (19 minutos). Instituiu-se fluidoterapia 
intravenosa intensa com solução de ringer com lactato, furosemida 
(0,5mg/kg, IV), prometazina (0,4mg/kg, IV) e hidrocortisona (4mg/kg, IV), 
posteriormente utilizou-se dexametasona (0,1mg/kg) e manitol (20%). 
Compressas térmicas foram aplicadas sobre áreas de edema. Durante o 
internamento desenvolveu pneumonia, sendo tratada com penicilina 
benzatina (40.000UI/kg, IM). Após sete dias houve redução do edema, 
melhora da condição respiratória, voltando a ingerir alimento e a urina 
apresentou-se de coloração amarelada. Recebendo alta após 30 dias de 
internamento. 
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DISCUSSÃO 
Figura 1. Égua, mestiça, 3,5 anos, apresentando 
edema na região da cabeça e intensa dispneia 
respiratória, após ataque por abelhas (Apis 
melífera. 
Figura 2. Coletas seriadas de urina por micção espontânea de égua acometida 
por picadas de abelhas (Apis mellifera) durante o internamento. Da esquerda 
para a direita, observa-se a evolução da coloração no momento do internamento 
coloração bem enegrecida (hemoglobinúria) e aspecto límpido no último frasco 
no 10° dia. 
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 As terapias instituídas têm por objetivo apenas minimizar os efeitos 
deletérios causados pela apitoxina que são proporcionais ao número de 
picadas sofridas em relação ao peso vivo do animal. Os efeitos da 
toxicidade do veneno cursam com hemólise, insuficiência renal aguda, 
coagulação intravascular disseminada, trombocitopenia, rabdomiólise, 
disfunção hepática com inicio imediato ou em até 12-24 horas (Figheira 
et al., 2007). Um ponto importante seria a remoção precoce dos ferrões, 
pois, parte do veneno continua sendo inoculado no paciente após o 
ataque. No caso descrito não foi possível visualizar a presença destes, 
devido à cobertura pilosa e o intenso edema. A terapia instituída neste 
caso foi efetiva, com recuperação completa do animal, apresentando 
apenas nos locais dos ferrões necrose da pele. 
 
CONCLUSÃO 
 Conclui-se que o ataque por abelhas, mesmo raro em grandes 
animais, pode ocorrer necessitando de atendimento imediato. 
 
REFERÊNCIAS 
CARDOSO, J. L. C.; FRANÇA, F. O. S.; WEN, F. H; MÁLAQUE, C. M. 
S.; HADDAD JUNIOR, V. Animais peçonhentos no Brasil. Biologia, 
clínica e terapêutica dos acidentes. 2ª ed. São Paulo: Sarvier, 2008. 
468p. 
FIGHERA, R.; SOUZA, T.; BARROS, C. Acidente provocado por picada 
de abelhas como causa de morte de cães. Ciência Rural, v. 37, n. 2, p. 
590-593, 2007. 
SAKATE, M. Zootoxinas. In: SPINOSA H. S.; GÓRNIAC, S. L.; 
PALERMO-NETO J. Toxicologia aplicada à medicina veterinária. São 
Paulo: Manole; 2008. p. 209-55. 
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