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* * * LUPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO Maria Cecilia da Fonseca Salgado Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO * * * LUPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO É uma das Doenças Difusas do Tecido Conjuntivo (Colagenoses). Caracteriza-se por acometimento de múltiplos órgãos e presença de alterações imunológicas variadas, com formação de auto-anticorpos. Lupus : termo deve-se às lesões que lembram mordida de lobo Etiologia desconhecida * * * LUPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO Prevalente em mulheres 10:1, com idade entre 15 e 45 anos. Após os 60 anos, 3:1. Fatores etiopatogênicos: Genéticos Hormonais Ambientais Infecciosos (?) * * * LUPUS - ETIOPATOGENIA Fatores Genéticos: Maior freqüência de HLA DR2 e DR3. Muito encontrado em uma mesma família, pacientes com LES e outras doenças do colágeno. Maior positividade do FAN em familiares do que na população geral. Associação com doenças imunológicas hereditárias. Linhagens de camundongos que desenvolvem espontâneamente a doença. * * * FATORES HORMONAIS Parece ser um dos fatores de desencadeamento da doença: Grande prevalência no sexo feminino em período fértil, agravamento e desencadeamento com anticoncepcionais. No camundongo NZB/NZW a fêmea tem doença mais grave. * * * Fatores etiopatogênicos DROGAS: Algumas substâncias são capazes de induzir a formação de auto-anticorpos e uma síndrome chamada de Lupus-like, que é mais branda. São a procainamida, hidralazina, D-penicilamina, hidrazida, sulfonamidas, fentoína, etc.. FATORES AMBIENTAIS: Ultravioleta desnatura o DNA das células epidérmicas, bem como induz a apoptose do queratinócito, deslocando o antígeno Ro para a superfície da célula. * * * LES: Patogenia Mecanismos de lesão são variados: A) Depósito de Imunocomplexos com ativação de complemento: vasculites, nefrite, serosites, lesões cutâneas, etc. B) Anticorpos citotóxicos: anemia hemolítica, leucopenia, linfopenia. C) Anticorpos contra antígenos teciduais ou reação cruzada com estes: neurológica * * * LUPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO Sintomas gerais: emagrecimento, febre, astenia, adinamia, fadiga: 65 a 80% de doença ativa. Desaparecem com a melhora do quadro. Artralgia: 90%. Artrite: 70%. Miopatia: cerca de 20% Anorexia, náuseas e vômitos: 11 a 56% * * * LES: PELE Ocorrem em cerca de 80% dos casos Vespertilho ou asa de borboleta: são típicas e ocorrem em cerca de 40 a 50% dos casos. Lupus discoide: 20%. Deixam seqüelas hipocrômicas ou hipercrômicas e áreas de atrofia. Face, couro cabeludo, orelhas e tronco (áreas expostas ao sol). Outras: erupções maculopapulares, urticariformes, bolhas, etc... Lupus subagudo: intermediárias, eritematosas tendendo a anulares, com anti-Ro +. * * * Lesão em couro cabeludo: Lupus discóide * * * LESÕES DE PELE COM ATROFIA * * * LESÃO EXTENSA EM COURO CABELUDO COM ALOPÉCIA TOTAL * * * LESÕES ERITEMATOSAS EM TRONCO Clique para editar o estilo do título mestre Clique para editar o estilo do subtítulo mestre * * * LUPUS BOLHOSO * * * Depósito de imunocomplexos na junção dermo epidérmica * * * LESÃO RENAL: 45 a 65 % dos casos Classificação histológica: Classe I – Glomérulo normal Classe II – Nefrite mesangial Classe III – Glomerulonefrite proliferativa segmentar e focal Classe IV – Glomerulonefrite proliferativa difusa Classe V- Glomerulonefrite membranosa Classe VI- Glomerulonefrite esclerosante * * * LESÃO RENAL Classe I: glomérulo normal a todas as técnicas. Assintomática. Normal à M.O., mas com depósitos de imunocomplexos na M.E. Classe II: -GN mesangial: alterações mesangiais puras - expansão mesangial e/ou hipercelularidade leve (+) - hipercelularidade ++ EAS normal ou hematúria e/ou proteinúria discreta * * * LESÃO RENAL Classe III – GNSF (segmentar e focal): associada com alterações mesangiais leves ou moderadas com lesões ativas necrosantes - com lesões ativas e esclerosantes - com lesões esclerosantes Já há doença renal, podendo haver hematúria e proteinúria moderada. * * * LESÃO RENAL Classe IV: GNPD (proliferativa difusa) -Sem lesões segmentares -Com lesões ativas necrotizantes -Com lesões ativas e esclerosantes -Com lesões esclerosantes. É a classe mais grave, com prejuízo da função renal, proteinúria moderada a maciça, hemácias e cilindros no EAS. * * * Classe V – Glomerulonefrite Membranosa Proteinúria com síndrome nefrótica inicial. Hematúria, hipertensão e Insuficiência renal Classe VI – Glomerulonefrite Esclerosante: Insuficiência renal grave LESÃO RENAL * * * IMUNOFLUORESCÊNCIA DO GLOMÉRULO: DEPÓSITOS DE IMUNOCOMPLEXOS * * * LUPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO -Comprometimento cardíaco: Pericardite: 18 a 45% dos casos. Dor e atrito pericárdico. Tamponamento é raro. Endocardite: 13 a 50% das necropsias (verrucosa: Libman-Sacks) Miocardite: cerca de 8% -Pleuropulmonar: Pleuris: 41 a 56% Pneumonite lúpica: cerca de 5% * * * Pericardite sem derrame pleural * * * Alterações Vasculares Vasculites cutâneas: 20 a 30%. Polpas digitais e mucosas do nariz e da boca. Fenômeno de Raynaud: 20 a 30% Tromboses venosas e arteriais: nos pacientes com anticardiolipina. Osteonecrose: 10% Vasculite? Anticardiolipina? Terapia com corticosteróides? * * * OSTEONECROSE EM LUPUS: POSSÍVEL CORRELAÇÃO COM ANTICORPO ANTICARDIOLIPINA * * * EXAMES LABORATORIAIS Anemia (hemolítica ou não) Leucopenia Trombocitopenia FAN e outros auto-anticorpos Diminuição do complemento sérico quando em atividade Provas inflamatórias tocadas em fase de atividade (proteínas de fase aguda) * * * Auto-anticorpos Anticorpos antinucleares: 95% de positividade do FAN em doença ativa e 70% em inativa (por HEp 2). Anti-DNA: 50 a 60% Anti-Sm: 20 a 30% Anti-Ro: 30 a 40% Anti-La: 10 a 20% Fator Reumatóide: 20% Anticorpos antifosfolipídio: 35 a 45% * * * Anticorpos antifosfolipídio Anticardiolipina IgG Anticardiolipina IgM Lupus Anticoagulante São anticorpos que favorecem à trombose arterial e venosa, abortamento, perda fetal. * * * FATOR ANTINUCLEAR HOMOGÊNEO: anti-DNA e anti-histona PONTILHADO grosso: anti-Sm PONTILHADO fino: Anti-Ro e Anti-La PONTILHADO pleomórfico: bem específico. Membrana nuclear contínua: mais raro * * * FATOR ANTINUCLEAR: Membrana nuclear contínua * * * FAN PADRÃO MEMBRANA NUCLEAR CONTÍNUA * * * FATOR ANTINUCLEAR Pontilhado fino * * * Fator antinuclear padrão homogêneo * * * CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO: necessários 04 critérios 1-Lesão em vespertilho 2-Lupus discóide 3-Fotossensibilidade 4-Ulceração nasal e/ou oral 5-Artrite não erosiva 6-Pericardite e/ou pleuris 7-Anemia hemolítica e/ou leucopenia (<4000) e/ou plaquetopenia (<100.000) 8- Psicose e/ou convulsão 9- Comprometimento renal (cilindrúria e/ou proteinúria) 10- Anticorpos antinucleares (FAN) 11- Anti-DNA, anti-Sm, anticardiolipina. * * * LUPUS: TRATAMENTO O tratamento deve ser individualizado Dependerá do padrão de acometimento e dos órgãos acometidos A observação e o acompanhamento clínico são fundamentais Medidas como evitar o sol e alguns medicamentos, como por exemplo os estrógenos, também são importantes. * * * MEDICAMENTOS UTILIZADOS NO LUPUS ANTIMALÁRICOS CORTICOSTERÓIDES (baixa dose: até 0,5 mg/kg/dia e altas doses: 01mg/kg/dia ou em forma de pulso IMUNOSSUPRESSORES: Azatioprina, MTX e principalmente a Ciclofosfamida TALIDOMIDA DAPSONA MICOFENOLATO MOFETIL RITUXIMABE TÓPICOS: CORTICOSTERÓIDES, PIMECROLIMO, ETC * * * LUPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO: TRATAMENTO CLOROQUINA: Difosfato (4mg/kg) e Hidroxicloroquina (6mg/kg) CORTICOSTERÓIDES: oral- no máximo 0,5mg/kg em lesões cutâneas e artrite; 0,5 a 1 mg/kg em serosites; 1 a 2mg/kg em anemia hemolítica e trombocitopenia grave e em acometimento do SNC; 0,5 mg/kg associado a imunossupressores em lesão renal. Pulsoterapia de corticóide: 1g EV/dia de metilprednisolona por 3 dias. Indicações: Nefrite, alterações hematológicas graves e lesões do SNC. * * * Imunossupressores Pulso de Ciclofosfamida: 10mg/kg com aumento mensal de 10% ou 0,5 a 0,75 mg/m2, durante 06 a 08 meses, passando a trimestral por dois anos. Principal indicação: lesão renal grave. Ciclofosfamida Oral: 1 a 2 mg/dia Azatioprina: 1 a 2 mg/kg. Nefrite, hematológico e SNC. Micofenolato mofetil: principalmente em lesão renal * * * LUPUS: PELE O medicamento de escolha inicialmente é a CLOROQUINA: Difosfato (4mg/kg) ou Hidroxicloroquina (6mg/kg) Leva pelo menos três meses para obter efeito adequado Evitar o sol (ultra-violeta): filtro solar de no mínimo 15 FPS (ideal por volta de 30) CORTICOSTERÓIDES: oral- no máximo 0,5mg/kg de prednisona ou o equivalente de deflazacort, devendo ser usado apenas nos casos que não respondem às condutas anteriores. * * * PELE: OUTRAS OPÇÕES Talidomida: excelente resposta, mas dificuldade para uso em mulheres férteis. Neuropatia periférica: principal efeito colateral Dapsona: mais indicada para Lupus Bolhoso Tópicos: corticóides, pimecrolimus, etc... * * * Tratamento dos sintomas articulares Costumam responder bem a Cloroquina e antiinflamatórios não-hormonais Corticosteróides orais: apenas em casos refratários Imunossupressores, como Azatioprina e Methotrexato têm boa resposta * * * SEROSITES Droga de eleição: corticosteróides na dose de 0,5 a 1,0 mg/kg/dia, de acordo com a intensidade do acometimento Boa resposta a AINH, especialmente a Indometacina * * * Alterações Hematológicas Corticosteróides: avaliar a indicação de acordo com a gravidade. Anemia hemolítica e trombocitopenia: deve ser feita dose alta, de 1 a 2 mg/kg/dia. Pulsoterapia com corticóides ou com imunossupressores quando necessário Gamaglobulina venosa: ótimos resultados, porém alto custo Danazol: alguns casos * * * Sistema Nervoso Central - Avaliar se é causado pelo Lupus ou por anticorpo antifosfolipídio Corticosteróides em altas doses: 1 a 2 mg/kg/dia Corticosteróides sob forma de pulso- casos mais graves Imunossupressores: a) oral – Ciclofosfamida ou sendo mais leve Azatioprina ou b) Pulso de ciclofosfamida- formas mais graves ou não resposta aos corticóides Associar anticonvulsivantes quando necessário * * * MANIFESTAÇÕES RENAIS TRATAMENTO DE ACORDO COM A GRAVIDADE E O TIPO HISTOLÓGICO A BIÓPSIA RENAL PODE SER MUITO ÚTIL NESSES CASOS. * * * LESÃO RENAL 1-Nas formas focais a conduta pode ser expectante. 2-Nos casos mais leves, com pouca alteração do sedimento urinário, preservação da função renal e complemento normal: corticosteróides em dose de até 01 mg/kg/dia. 2-GNPD: com hematúria, cilindrúria, IR, hipertensão, complemento baixo. Pulso de Ciclofosfamida é o mais indicado. A dose deve ser menor se o paciente tiver Insuficiência renal. * * * LESÃO RENAL 3- PULSO DE CORTICÓIDE seguido de CICLOFOSFAMIDA ORAL ou em pulso 4- Pulso de ciclofosfamida e corticóide oral 4-NOVOS MEDICAMENTOS: MICOFENOLATO E RITUXIMABE. Indicados quando não houver resposta ou em situações especiais. O micofenolato pode por vezes ser escolhido por não ser esterilizante.
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