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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE FI´SICA FI´SICA I – 2014/1 SEGUNDA PROVA – 23/05/2014 VERSA˜O: A Nas questo˜es em que for necessa´rio, considere que g e´ o mo´dulo da acelerac¸a˜o da gravidade. Sec¸a˜o 1. Mu´ltipla escolha (10×0,5 = 5,0 pontos) 1. Um cilindro so´lido rola sem deslizar, com velocidade an- gular constante, sobre uma superf´ıcie horizontal. Dentre os diagramas abaixo, I), II), III) e IV), aquele que repre- senta corretamente os vetores velocidade (indicados por setas) dos pontos A (topo), C (base) e B (centro), pon- tos pertencentes a perferia do cilindro (sec¸a˜o reta), em relac¸a˜o a um referencial fixo na Terra e´ (a) I (b) II (c) III (d) IV (e) nenhum deles 2. Dois discos de massas m e 3m esta˜o ligados por uma mola ideal comprimida sobre uma mesa horizontal lisa. Em um dado instante a forc¸a da mola sobre o primeiro disco e´ ~Fel e uma forc¸a ~F paralela ao plano da mesa esta´ aplicada sobre o segundo disco, como mostra a figura (mesa vista de cima). No instante considerado a ace- lerac¸a˜o do centro de massa do sistema constitu´ıdo pelos discos e pela mola e´ (a) ~F 4m ; (b) ~F + ~Fel 4m ; (c) ~F + 2~Fel 4m ; (d) ~F − 2~Fel 4m ; (e) ~F − ~Fel 4m . 3. Uma esfera oca e r´ıgida de massa M e raio R tem mo- mento de ine´rcia Icm = (2/3)MR 2 relativo a um eixo que passa pelo seu centro de massa. Relativamente a um eixo que tangencia a periferia da esfera e e´ paralelo ao eixo que passa pelo centro de massa, o momento de ine´rcia da esfera e´ (a) Icm (b) (1/3)MR2 (c) (5/3)MR2 (d) (7/10)MR2 (e) 2Icm 1 4. Um sistema e´ constitu´ıdo de treˆs part´ıculas de mesma massa localizadas nos semi-eixos positivos OX, OY e OZ a uma mesma distaˆncia a da origem, como indica a figura. O vetor posic¸a˜o ~rcm do centro de massa do sis- tema e´ (a) a 2 (ˆı+ ˆ+ kˆ); (b) a 3 (ˆı+ ˆ+ kˆ); (c) a(ˆı+ ˆ+ kˆ); (d) a 6 (ˆı+ ˆ+ kˆ); (e) 2a 3 (ˆı+ ˆ+ kˆ). 5. Um carro tem uma roda de massa M e raio R com mo- mento de ine´rcia Icm = (3/4)MR 2 relativo ao seu eixo de simetria que passa pelo seu centro de massa. O carro arranca em movimento retil´ıneo com a roda patinando na pista de modo que a velocidade ~vcm de seu centro de massa esteja relacionada com a sua velocidade angular de rotac¸a˜o ω por meio de vcm = ωR/2. Nesse caso, a energia cine´tica da roda e´ (a) (1/4)MR2ω2; (b) (5/4)MR2ω2; (c) (3/4)MR2ω2 (d) MR2ω2. (e) (1/2)MR2ω2; 6. Um disco fino e homogeˆneo de raio a encontra-se em re- pouso sobre uma superf´ıcie horizontal sem atrito. Num dado instante aplicam-se na periferia do disco treˆs forc¸as tangenciais e uma radial, todas de mesma intensidade F com direc¸o˜es, sentidos e pontos de aplicac¸a˜o conforme indicados na figura. Nesse instante, o mo´dulo do tor- que resultante τO em relac¸a˜o ao centro O do disco e´ (a) aF/3; (b) aF/2; (c) aF ; (d) 2aF . (e) 3aF . 7. Um menino de massa encontra-se parado em uma das extremidades de um barco que esta´ em um lago tran- quilo. Inicialmente o conjunto (barco-menino) move-se com velocidade constante, em relac¸a˜o a um referencial inercial fixo colocado na margem do lago. Num dado instante o menino move-se para a outra extremidade do barco e ao chegar neste lugar ele para. Para o sistema barco-menino, desprezando-se o atrito entre o barco e a a´gua, pode-se afirmar que (a) A sua velocidade antes do menino se movimentar e´ diferente de depois do menino parar. (b) A sua velocidade e´ a mesma de antes do in´ıcio do movimento do menino e depois do menino parar. (c) A sua velocidade pode ser nula depois do menino parar. (d) Na˜o se pode determinar a sua velocidade, pois na˜o se conhece a velocidade do menino sobre o barco. (e) Na˜o se pode determinar a sua velocidade, a me- nos que sejam conhecidas as massas do menino e do barco. 8. Um corpo r´ıgido gira em torno de um eixo fixo com velo- cidade angular constante ω quando, a partir do instante t = 0, passa a ter uma acelerac¸a˜o angular constante de mo´dulo α e sentido oposto ao da velocidade angular. Denotando por t1 o tempo gasto pelo corpo para sua velocidade angular atingir o valor nulo e por θ1 o seu deslocamento angular do instante t = 0 ate´ o instante t1, podemos afirmar que (a) t1 = 1 ω e θ1 = ω2 α ; (b) t1 = ω α e θ1 = ω2 α ; (c) t1 = α ω e θ1 = ω2 α ; (d) t1 = α ω e θ1 = ω2 2α ; (e) t1 = ω α e θ1 = ω2 2α . 2 9. Duas part´ıculas de mesma massa caem verticalmente e colidem com uma mesa horizontal lisa com a mesma ve- locidade. Uma das part´ıculas colide ela´sticamente com a mesa sem sair da vertical e a outra colide de forma to- talmente inela´stica com a mesa. Denotando por ∆~Pel a variac¸a˜o do momento linear da primeira part´ıcula na co- lisa˜o ela´stica, por ∆~Pin a variac¸a˜o do momento linear da segunda part´ıcula em sua colisa˜o totalmente inela´stica, podemos afirmar que (a) ∆~Pel = ∆~Pin (b) |∆~Pel| < |∆~Pin| (c) ∆~Pel 6= ~0 e ∆~Pin = ~0 (d) ∆~Pel = 2∆~Pin (e) ∆~Pel = −2∆~Pin 10. Duas part´ıculas inicialmente separadas sofrem uma co- lisa˜o totalmente inela´stica na auseˆncia de forc¸as exter- nas. Pode-se afirmar, sobre o sistema constitu´ıdo pelas duas part´ıculas, que (a) a energia cine´tica do centro de massa do sistema e´ a mesma antes e depois da colisa˜o; (b) o mo´dulo da velocidade do centro de massa do sistema e´ menor antes do que depois da colisa˜o; (c) a energia cine´tica total do sistema e´ a mesma an- tes e depois da colisa˜o; (d) o mo´dulo da velocidade do centro de massa do sistema e´ maior antes do que depois da colisa˜o; (e) a energia cine´tica total do sistema e´ menor antes do que depois da colisa˜o. 3 Sec¸a˜o 2. Questo˜es discursivas (2×2,5 = 5,0 pontos) Na˜o sera˜o consideradas respostas sem justificativa; expresse-as somente em func¸a˜o dos dados fornecidos. 1. Treˆs part´ıculas A, B e C, deslizando sobre uma mesa horizontal sem atrito, se aproximam da origem de um sistema de eixos OXY no plano da mesa. Todas as treˆs part´ıculas atingem a origem simultaneamente e permanecem unidas apo´s a colisa˜o, sem perder contato com a mesa, deslocando-se ao longo do eixo OX no sentido positivo com velocidade de mo´dulo V desconhecida. As part´ıculas A, B e C teˆm massas respectivas mA = m, mB = 3m e mc = 4m, onde m e´ uma constante conhecida. Antes da colisa˜o as part´ıculas teˆm velocidades de mo´dulos respecticos vA = 3v, vB = v e vC = 2v, onde v e´ uma constante conhecida. A part´ıcula C tem velocidade na direc¸a˜o e sentido do eixo OX e a part´ıcula B tem velocidade com direc¸a˜o e sentido indicados na figura por meio do aˆngulo conhecido β (0 < β < π/2). A velocidade da part´ıcula A tem o sentido indicado na figura mas sua direc¸a˜o e´ desconhecida e indicada pelo aˆngulo α (0 < α < π/2) a ser determinado. Calcule a) o aˆngulo α; b) O mo´dulo V da velocidade apo´s a colisa˜o em func¸a˜o de v; c) a variac¸a˜o da energia cine´tica do sistema formado pelas treˆs part´ıculas no processo de colisa˜o. 2. Um fio inextens´ıvel de massa desprez´ıvel e´ enrolado diversas vezes em torno da periferia de um cilindro macic¸o de raio R2, segue horizontalmente ate´ a periferia de outro cilindro de raio R1, pela qual passa e segue verticalmente, ate´ sua extremidade, na qual esta´ supenso um bloco de massa m. Os cil´ındros, cada um tambe´m de massa m, sa˜o homogeˆneos e podem girar sem atrito, cada um em torno de seu eixo fixo. O bloco desce verticalmente puxando o fio que fica tenso e faz os cilindros girarem, sem deslizar sobre suas periferias. (O momento de ine´rcia de um cilindro homogeˆneo de massa M e raio R relativo ao seu eixo e´ MR2/2.) a) Fac¸a um diagrama das forc¸as externas que agem sobre o cilindro de raio R1.b) Calcule o mo´dulo da acelerac¸a˜o com que desce o bloco. c) Obtenha o mo´dulo da acelerac¸a˜o angular de cada cilindro. d) Calcule o mo´dulo da tensa˜o no trecho vertical do fio e o mo´dulo da tensa˜o no trecho horizontal do fio. 4 Universidade Federal do Rio de Janeiro Centro de Cieˆncias Matema´ticas e da Natureza Instituto de F´ısica Segunda Prova de F´ısica IA - 23/05/2014 Respostas para provas h´ıbridas Gabarito das Questo˜es objetivas (valor=5,0 pontos) Versa˜o A Questa˜o (a) (b) (c) (d) (e) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Versa˜o B Questa˜o (a) (b) (c) (d) (e) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Versa˜o C Questa˜o (a) (b) (c) (d) (e) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Versa˜o D Questa˜o (a) (b) (c) (d) (e) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 1 Questa˜o discursiva 1 (valor=2,5 pontos) a) valor=0,8 pontos Pela conservac¸a˜o do momento linear do sistema, ~Pi = ~Pf , segundo os eixos coordenados OX e OY , pa(cosα ıˆ+ sinα ˆ)− pb(cos β ıˆ+ sinβ ˆ) + pc ıˆ = MV ıˆ ou seja, 3mv cosα − 3mv cos β + 4m2v = 8mV (i) 3mvsenα− 3mvsenβ = 0 (ii) Levando-se em conta os dados fornecidos e a relac¸a˜o (ii) obtemos m 3v sinα = 3mv sinβ =⇒ sinα = sinβ ∴ α = β. b) valor=1,2 pontos Se agora levarmos em conta o u´ltimo resultado onde α = β, e a relac¸a˜o obtida na equac¸a˜o (i) do sistema de equac¸o˜es, obtemos ( ( ( (( ( m 3v cosα − � � � � �� 3mv cos β + 4m 2v = 8mV ∴ V = v. c) valor=0,5 ponto Nesse caso que Ki = Ka +Kb +Kc = 1 2 mav 2 a + 1 2 mbv 2 b + 1 2 mcv 2 c e Kf = 1 2 MV 2. A partir dos dados fornecidos, encontramos Ki = 1 2 { m 9v2 + 3mv2 + 4m 4v2 } = 14mv2, en- quanto Kf = 1 2 8mv2 = 4mv2. Com isso, ∆Kif = Kf −Ki = −10mv 2. 2 Questa˜o discursiva 2 (valor=2,5 pontos) a) valor=0,4 pontos As forc¸as que agem sobre o cilindro de raio R1 esta˜o indicadas na figura. As setas in- dicam o sentido e direc¸a˜o e acima ou ao lado delas os seus mo´dulos, como no livro texto. b) valor=1,7 pontos Considerando o sentido de cima para baixo para o movimento do bloco e aplicando a segunda lei de Newton, • o movimento do bloco sera´ dado por m~a = ~FR = ~Tb + ~Pb =⇒ Mg − T1 = ma (i) • para o movimento de rotac¸a˜o do primeiro cilindro, considerando como positivo o sentido anti-hora´rio de rotac¸a˜o e calculando os torques em relac¸a˜o ao seu centro encontramos a relac¸a˜o I1~α1 = ~τR = ~τF1 + ~τP1 + ~τT1 + ~τT2 ou seja, I1α1 = R1(T1 − T2) (ii), • analogamente para o movimento de rotac¸a˜o do segundo cilindro encontramos, I2~α2 = ~τR = ~τF2 + ~τP2 + ~τT2 o que resulta em ter I2α2 = R2T2 (iii) Neste ponto devemos observar que a presenc¸a do fio acarreta a condic¸a˜o de v´ınculo a = α1R1 = α2R2 Ao utilizarmos as relac¸o˜es acima, (i), (ii) e (iii) e a condic¸a˜o de v´ınculo obtemos o sistema de equac¸o˜es, mg − T1 = ma R1T1 − R1T2 = I1α1 R2T2 = I2α2 → mg − T1 = ma (iv) T1 − T2 = a1I1/R 2 1 (v) T2 = a2I2/R 2 2 (vi) A resoluc¸a˜o do sistema de equac¸o˜es da direita nos da´ a acelerac¸a˜o a = g 1 + I1/(mR21) + I2/(mR 2 2 ) . Como I1 = 1 2 mR2 1 e I2 = 1 2 mR2 2 enta˜o, a = g 1 + 1 2 + 1 2 =⇒ a = g 2 . 3 c) valor=0,2 pontos Utilizando o resultado obtido para a acelerac¸a˜o do bloco nas equac¸o˜es de v´ınculo, obtemos α1 = g 2R1 e α2 = g 2R2 . d) valor=0,2 pontos Levando em conta o resultado para a acelerac¸a˜o do bloco nas relac¸o˜es obtidas anteriormente, das linhas (v) e (vi) do sistema de equac¸o˜es encontramos T1 = ( I1 R2 1 + I2 R2 2 ) g 2 =⇒ T1 = ( 1 2 m+ 1 2 m ) g 2 =⇒ T1 = 1 2 mg . Da mesma forma, encontramos T2 = ( I2 R2 2 ) g 2 =⇒ T2 = ( 1 2 m ) g 2 =⇒ T2 = 1 4 mg . 4
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