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Direito Civil - Obrigações - resumo

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Direito Civil II
Fundamentos do Direito das Obrigações 
Conceito de obrigação: vínculo jurídico que une credor e devedor em torno de uma prestação, que pode ser de dar, fazer e não fazer.
Elementos constitutivos subjetivos: sujeitos da obrigação (pessoa física, pessoa jurídica e entes despersonificados)
→ sujeito ativo: pode agir em decorrência da obrigação (credor).
→ sujeito passivo: pode ser acionado em decorrência da obrigação (devedor).
Elementos constitutivos objetivos: objeto imediato = prestação. O objeto deve ser:
Licito: a licitude da obrigação vai além do respeito ao direito positivo para atingir também a moralidade. É ilícito um objeto ilegal e também um objeto imoral.
Possível: possibilidade jurídica e física relativa e absoluta. Possibilidade relativa são coisas possíveis apenas para alguns e impossíveis para outras, possibilidade absoluta são coisas impossíveis para todos. A impossibilidade relativa não afeta a obrigação, a absoluta gera nulidade.
Determinado: possui gênero, quantidade e qualidade.
Determinável: possui gênero e quantidade, mas não qualidade.
Sem gênero e quantidade o objeto é indeterminável. O contrato é nulo.
Aferição econômica: só interessa para o direito regular situações que tenham apreciação econômica, ainda que não sejam matérias.
Objeto da obrigação (mediato):
Dar: pode ser coisa certa ou incerta (determinada/determinável)
Fazer: pode ser fungível (substituível) ou não fungível. Pode ser feita pelo devedor ou por terceiro.
Não fazer: obrigação de não fazer algo.
Vínculo jurídico: é o que une os sujeitos e a prestação.
Debito: circunstância jurídica de estar como devedor de alguém. Estar vinculado a prestar algo para alguém (vinculo espiritual).
Responsabilidade: consequência patrimonial do inadimplemento do débito. (descumprimento do debito) (vinculo patrimonial/material)
Existe responsabilidade (hafteng) sem divida, como o caso do fiador, que responde sem ser devedor. Também existe divida (should) sem responsabilidade, como o caso da divida de jogo.
Direitos Reais X Direitos Pessoais
Os direitos reais estabelecem a relação de uma pessoa com uma coisa, enquanto os direitos pessoais ou obrigacionais estabelecem a relação entre duas ou mais pessoas.
direitos reais = pessoa + coisa
direitos pessoais = pessoa + pessoas
Teoria unitária: defende existir somente uma categoria pois em tudo se discute propriedade e por isso nega autonomia ao direito obrigacional.
Teoria dualista: entende haver ramos diferentes do direito. É a teoria adotada pelo nosso sistema.
	Diferenças
	Direitos reais
	Direitos pessoais
	Objeto
	Coisa
	Prestação
	Sujeito
	Indeterminados
	Determinados ou determináveis.
	Duração
	Perpétuos. Tem tendência de durar para sempre.
	Temporários. Nascem com a finalidade de se extinguir.
	Formação
	Previstos apenas em lei.
	Nascem da vontade das partes.
	Ação 
	Pode ser movida contra qualquer um que desrespeitar os direitos. (erga omnes)
	Só pode ser movida contra as pessoas vinculadas na obrigação.
Figuras Híbridas
São institutos jurídicos que estão entre os direitos pessoais (obrigações) e os direitos reais. Não são direitos reais porque não estão previstos em lei como tal (principio da taxatividade). Também não são direitos pessoais puros, simples, na medida em que surtem consequências diversas das obrigações, se assemelhando aos direitos reais.
Exemplos:
Obrigação “propter rem”: é aquela que recai sobre uma pessoa pelo fato de tal pessoa titularizar uma dada situação jurídica. Há uma obrigação dessa espécie sempre que o dever de prestar vincule quem for titular de um direito sobre determinada coisa, sendo a prestação imposta precisamente por causa dessa titularidade da coisa. É obrigado a prestar quem tiver um direito sobre certa coisa. Ex: obrigação imposta aos proprietários e inquilinos de um prédio de não prejudicarem a segurança, o sossego e a saúde dos vizinhos (CC, art. 1.277). Por se transferir a eventuais novos ocupantes do imóvel é também denominada obrigação ambulatória. Caracterizam-se, assim, as obrigações propter rem pela origem e transmissibilidade automática.
Ônus real: é um gravame que recai sobre uma coisa e a acompanha. Seria hipoteticamente como se a coisa tivesse a divida. Ex: renda constituída sobre imóvel, situação na qual o dono de um imóvel gruda nesse imóvel um encargo de pagar uma pensão mensal para alguém. Quem for dono do imóvel tem que pagar senão o imóvel pode ser usado para o pagamento.
Obrigação com eficácia real: das figuras híbridas é a mais vinculada com o direito das obrigações porque é, na verdade, uma obrigação. Porém, por algum acréscimo de cláusula, essa obrigação ganha força além de uma simples obrigação. Obrigações com eficácia real são as que, sem perder seu caráter de direito a uma prestação, transmitem-se e são oponíveis a terceiro que adquira direito sobre determinado bem. Certas obrigações resultantes de contratos alcançam, por força de lei, a dimensão de direito real. 
Obrigação “propter rem” X ônus real
A responsabilidade pelo ônus real é limitada ao bem onerado, não respondendo o proprietário além dos limites do respectivo valor, pois é a coisa que se encontra gravada; na obrigação propter rem responde o devedor com todos os seus bens, ilimitadamente, pois é este que se encontra vinculado. Os primeiros desaparecem, perecendo o objeto, enquanto os efeitos da obrigação propter rem podem permanecer, mesmo havendo perecimento da coisa. Os ônus reais implicam sempre uma prestação positiva, enquanto a obrigação propter rem pode surgir com uma prestação negativa. Nos ônus reais, a ação cabível é de natureza real, nas obrigações propter rem, é de índole pessoal. 
Fontes das obrigações 
São fatos jurídicos que dão origem aos vínculos obrigacionais, em conformidade com as normas jurídicas, ou melhor, os fatos jurídicos que condicionam o aparecimento das obrigações.
Contrato é o acordo de vontades destinado a estabelecer uma ou mais obrigações.
Quase-contrato é a manifestação de uma vontade de que faz nascer obrigação (ato unilateral).
Delito era o dano intencionalmente causado no direito romano.
Quase delito era o dano não intencionalmente causado. Ambos são ato ilícito atualmente.
Classificação das obrigações 
Dar: é aquela por meio da qual alguém se obriga a transferir a propriedade de algo a outrem. 
Coisa certa: gênero, quantidade e qualidade. É coisa individualizada, que se distingue por características próprias. A venda de um veículo, por exemplo, é obrigação de dar coisa certa, pois um veículo se distingue pelo número da placa, pelo motor, pela cor, etc.
Coisa incerta: gênero e quantidade. Quem define a qualidade é o devedor. Em vez de se considerar a coisa em si, ela é considera genericamente. Por exemplo, dez sacas de café sem especificação da qualidade. Coisa incerta não perece.
Art. 244: o direito das obrigações trabalha com o principio da boa-fé.
Restituir: o código não trata de maneira autônoma a obrigação de restituir, mas estabelece como uma subespécie da obrigação de dar. Trata-se da pessoa que tem a posse de algo que lhe foi transferida pelo dono e a ele tem que ser devolvida.
Transferência de propriedade: as coisas móveis têm sua propriedade transferida no momento da entrega. A propriedade imóvel se transfere no momento em que o titulo é registrado na matricula do imóvel.
REGRA 1: o bem acessório segue o principal. Os acréscimos que uma coisa tenha são os acessórios e acompanham a coisa. O dono da coisa também é o dono dos acréscimos → art. 237 CC.
- Na venda o devedor é o dono até entregar a coisa.
REGRA 2: na obrigação de restituir aplica-se a regra acima enquanto o devedor estiver de boa fé, mas o direito proíbe o enriquecimento sem causa do dono que deverá indenizar o devedor pelos acréscimos que fez. O devedor pode até reter a coisa enquanto não receber. Se de má fé; o devedor não pode reter e só percebe pelas benfeitorias. (voluptuárias, necessárias e uteis→ no caso das uteis
e necessárias o devedor tem o direito de restituição e retenção até o pagamento, no caso das voluptuárias tem o direito de tirar ou receber) necessárias.
-Comodato= empréstimo → o dono é credor {Art 238, 241, 242}
REGRA 3: se a coisa perece (total ou parcialmente), sem culpa, quem arca com o prejuízo é o dono, pois existe uma regra central que diz “Res Perit Domino”, que quer dizer “a coisa perece para o dono”.
Mora do credor é exceção a “res Perit Domino” pois embora o vendedor dono ainda fosse o dono ele não arca com este prejuízo, pois o credor estava atrasado → art. 400 CC
{Art 234, 235, 236, 239 CC}
Regra 4: Quando parece por culpa, sempre o culpado responde. 
Regra 5: coisa incerta não perece, ou seja, na obrigação de dar coisa incerta o devedor não pode alegar perecimento para não entregar a coisa, pois ele tem várias opções para entregar. (art. 246 CC.)
Classificação:
Obrigação de “dar dinheiro” ou obrigação pecuniária:
Nominalismo: pelo nominalismo a obrigação de dar dinheiro cumpre-se com a entrega do valor nominal, e não do valor substancial. De acordo com o referido princípio, o devedor de uma quantia em dinheiro libera-se entregando a quantidade de moeda mencionada no contrato ou título da dívida, e em curso no lugar do pagamento, ainda que desvalorizada pela inflação, ou seja, mesmo que a referida quantidade não seja suficiente para a compra dos mesmos bens que podiam ser adquiridos, quando contraída a obrigação. 
Atual: se o credor da obrigação de pagar a quantia quiser manter o poder de compra, ele precisa incluir uma clausula de atualização ou clausula de escala móvel, através da qual o valor da prestação deve variar de acordo com os índices do custo de vida.
Atual + Juros: na obrigação de pagar dinheiro o credor pode lucrar a partir do contrato, mas existe uma limitação que atualmente é a taxa SELIC.
Moeda Estrangeira: é proibido celebrar contrato em moeda estrangeira. Em contratos internacionais é permitida a contratação em moeda estrangeira, mas obrigatoriamente este contrato é atrelado a um contrato de câmbio pois a empresa brasileira não pode receber moeda estrangeira.
Dívida em dinheiro X Dívida de valor
Na primeira, o objeto da prestação é o próprio dinheiro, como ocorre no contrato de mútuo, em que o tomador do empréstimo obriga-se a devolver, dentro de determinado prazo, a importância levantada. Quando, no entanto, o dinheiro não constitui objeto da prestação, mas apenas representa seu valor, diz-se que a dívida é de valor. A obrigação de indenizar, decorrente da prática de um ato ilícito, por exemplo, constitui dívida de valor, porque seu montante deve corresponder ao do bem lesado. 
Obrigação de fazer/não fazer: é aquela em que a prestação é uma conduta, sendo positiva (ação), negativa (omissão) ex: Contratar com vizinho que não pode fazer o muro até tal altura.
Obrigação de fazer infungível: Neste caso, havendo cláusula expressa, o devedor só se exonerará se ele próprio cumprir a prestação, executando o ato ou serviço prometido, pois foi contratado em razão de seus atributos pessoais. 
Fungibilidade: prestação fungível é aquela que pode ser feita por qualquer pessoa e infungível somente pelo devedor. No passado a diferença era importante pois o credor só podia exigir o cumprimento da prestação fungível. Atualmente em qualquer caso o credor pode exigir cumprimento pois há mecanismos de coerção para ambos (art. 536 CPC). 
Inadimplemento: é a consequência do não cumprimento da obrigação de fazer.
Sem culpa → o contrato se desfaz, o credor não tem responsabilidade. (art. 186 CPC)
Com culpa → caso o não cumprimento da obrigação decorra de culpa do devedor, o credor pode optar pela conversão da obrigação em perdas e danos (indenização).
Obrigação de declarar à vontade: acontece quando o devedor, em contrato preliminar, promete emitir declaração de vontade para a celebração do contrato definitivo. Exemplo: quando o vendedor do veículo promete endossar o certificado de propriedade, para que o adquirente, depois deste pagar todas as prestações, possa transferi-lo para o seu nome na repartição de trânsito. Nesses casos, o legislador estabelece que a sentença do juiz que condena o devedor a emitir declaração de vontade, depois de transitada em julgado, produzirá todos os efeitos da declaração não emitida. (art. 501 CPC)
Obrigação alternativa
Obrigação alternativa é a que compreende dois ou mais objetos e extingue-se com a prestação de apenas um. Existe obrigação alternativa quando se devem várias prestações, mas, por convenção das partes, somente uma delas há de ser cumprida, mediante escolha do credor ou do devedor. 
Quem escolhe: O Código Civil respeita, em primeiro lugar, a vontade das partes. Em falta de estipulação ou de presunção em contrário, a escolha caberá ao devedor. 
Meio termo: devedor não pode dar o mais barato e o credor não pode exigir o mais caro → não se aplica para obrigação alternativa.
Escolha: 
Periódica → quando a prestação for periódica, a escolha também é.
 Várias pessoas → quando a escolha cabe a várias pessoas, em caso de divergência, o juiz dá um prazo, findo o qual ele decide.
Parcialmente sem culpa:
De uma → entrega a outra
De ambas → resolução do contrato (desfazimento do contrato).
Perecimento com culpa quando o devedor escolhe:
 De uma → quando há culpa pelo perecimento de uma das coisas cuja escolha cabe ao devedor, ele apenas entrega a outra.
 De ambas → é necessário apurar qual pereceu por ultimo, então é pago o valor desta e mais uma indenização (dano).
 *Só existe indenização se houver dolo ou culpa e dano.
Perecimento com culpa quando o credor escolhe:
De uma → o credor escolhe receber o valor da coisa perecida ou ficar com a outra e indenização.
De ambas → o credor pode escolher qualquer uma das coisas para receber o valor e mais indenização por eventuais danos.
Obrigações facultativas 
Conceito: para o credor se aplica o regime jurídico de uma obrigação simples, enquanto para o devedor se aplica o regime jurídico de uma obrigação alternativa. 
Consequência: na obrigação facultativa o credor não pode exigir qualquer das coisas, mas somente a “coisa principal”. O devedor por sua vez pode entregar, a seu exclusivo critério, a coisa principal ou a coisa secundária.
Uma clausula contratual que estabeleça obrigação alternativa usaria a partícula “ou”. No caso da obrigação facultativa a clausula estabelece que o credor comprou coisa certa “e” determinada mas o devedor, caso queira, pode entregar outra no lugar (normalmente dinheiro).
Perecimento: o perecimento da coisa na obrigação facultativa funciona como se fosse uma obrigação simples, do ponto de vista do credor. Perecida a coisa principal sem culpa a obrigação se resolve e o credor não pode exigir a outra, mas do ponto de vista do devedor, perecendo a coisa com culpa ou sem ele pode entregar a coisa secundária.
Obrigação de meio X Obrigação de resultado
Obrigação de meio é aquele em que o devedor não se compromete a atingir o resultado, mas somente a empreender todos os meios para atingir este resultado. Obrigação de resultado, também chamada obrigação de fim, é aquela em que o devedor se compromete a atingir o resultado.
Obrigações divisíveis/indivisíveis
Conceito preliminares: a discussão a respeito da divisibilidade das obrigações só existe se houver multiplicidade subjetiva, ou seja, mais de um credor e ou mais de um devedor, pois havendo só um credor ou devedor a obrigação é simples e só se extingue com o adimplemento total. 
→ Obrigação divisível é aquela em que a coisa pode ser dividida. 
→ Obrigação indivisível é aquela em que a coisa ou a prestação não pode ser dividida por questões físicas, jurídicas ou econômicas. 
→ Dinheiro sempre é divisível e por isso toda a obrigação indivisível que, inadimplida, se transforma em pecuniária, passa a ser divisível.
Resolução em perdas e danos
Se torna divisível: dinheiro.
Culpa de um: se a coisa perece por culpa de um dos devedores e se transforma em divida
de dinheiro, todos rateiam o valor da coisa mas só o culpado paga a indenização.
Culpa de todos: a obrigação indivisível, convertida em pecúnia por culpa de todos os devedores todos rateiam o valor da coisa e a indenização. 
Ainda indivisíveis com vários devedores: o adimplemento da obrigação indivisível só ocorre com a entrega da coisa. Qualquer dos devedores pode ser processado pela entrega da coisa e, se isso acontecer, ele entrega a coisa e cobra dos demais a respectiva proporção no valor da coisa. 
Indivisível com vários credores
Cada um pode exigir: existindo vários credores, qualquer credor pode cobrar a coisa inteira. Não precisa da anuência dos demais credores. Se os demais credores que não participaram do processo de exigência quiserem sua parte em dinheiro eles poderão exigir, mas deverão ratear as despesas de cobrança. 
*Extinção por um credor: na obrigação indivisível com mais de um credor se um dos credores tem extinto o seu crédito (por perdão, quitação, confusão, ou qualquer outro motivo) o credor que não perdoou pode exigir a coisa abatendo o crédito perdoado o que, na pratica, obriga o credor que exigir a entregar para o devedor o respectivo valor perdoado. Com relação ao desembolso do credor que exigiu dois raciocínios são possíveis: a) o credor exige este prejuízo do credor que perdoou; b) o credor nada exige do outro pois desembolsou mais porém obteve mais.
Devedor se exonera pagando a todos: o devedor só se exonera da obrigação obtendo a quitação de todos os credores. Se não for possível ele deve exigir garantia por parte daquele que assinou a quitação pois se for processado pelos outros credores ele se ressarce com essa garantia.
Devedor se exonera pagando a um com garantia de quitação: o devedor só se exonera da obrigação obtendo a quitação de todos os credores. Se não for possível ele deve exigir garantia por parte daquele que assinou a quitação pois se for processado pelos outros credores ele se ressarce com essa garantia.
Obrigações divisíveis
Conceito: são aquelas cuja prestação pode ser repartida e, havendo multiplicidade de credores e/ou devedores o direito considera tantas obrigações quantos forem os sujeitos da relação.
Pagamento a um credor: o pagamento feito a um dos credores não extingue o crédito com os outros, mas somente cada um por sua cota.
Não pagamento de um dos devedores: o não pagamento de um dos devedores não afeta os demais.
Paralização da prescrição entre credores/devedores: causas interruptivas ou suspensivas da prescrição somente afetam os sujeitos envolvidos nessas causas, não podendo prejudicar devedores que não participaram ou beneficiar credores que não participaram.
Solidariedade
Conceito: solidariedade é um vínculo que permite que todas as pessoas envolvidas numa obrigação se responsabilizem não só pela sua parte, mas também pelas partes dos outros. Solidariedade não se presume, decorre de lei ou da vontade das partes. (art. 932)
Espécies: solidariedade ativa é a multiplicidade de credores solidários, solidariedade passiva é a multiplicidade de devedores solidários.
Condições diferentes: é possível, mesmo havendo solidariedade, estabelecer condições diferentes entre os solidários. Exemplo: 3 devedores são solidários, mas um deles só pode ser cobrado após se formar na faculdade.
Solidariedade 
Caracteriza-se a obrigação solidária pela multiplicidade de credores e/ ou de devedores, tendo cada credor direito à totalidade da prestação, como se fosse credor único, ou estando cada devedor obrigado pela dívida toda, como se fosse o único devedor. 
Solidariedade ativa
Conceito: é a multiplicidade de credores em que cada credor pode cobrar o todo. O devedor libera-se pagando a qualquer um dos credores, que, por sua vez, pagará aos demais a quota de cada um. Obs: nas obrigações indivisíveis o fato de cada credor poder cobrar toda a coisa deriva da indivisibilidade da coisa enquanto na solidariedade não se discute se a coisa é divisível ou não, pois sempre qualquer credor pode cobrar tudo.
Pagamento a um credor
→ antes de demandado: se o devedor, ainda não processado, por qualquer dos credores, paga a qualquer deles, ele está liberado.
→ depois de demandado: caso o devedor seja processado por um dos credores, ele só se libera pagando a este que o processou.
Refração de crédito: decorre da morte de um dos credores, caso em que, os herdeiros, isoladamente, só podem exercer o crédito da sua cota parte, mas conjuntamente eles conservam a solidariedade do defunto. *EXAME
Exceções pessoais do devedor contra um credor: as defesas que o devedor possa utilizar contra um dos credores solidários, ele não pode utilizar contra os outros se são defesas de índole pessoal.
Comunicabilidade de decisão judicial
→ contrária aos credores = não comunica: A solidariedade ativa é instituto que busca preservar o crédito, de maneira que decisões contrárias aos credores só atingem aqueles credores que se sujeitaram a esta decisão, participando do processo.
→ favorável = comunica, salvo se fundada em defesa pessoal do credor: pelos mesmos motivos do item anterior, se a decisão é favorável a um determinado credor em ação movida pelo devedor, esta decisão se comunica aos demais credores, a não ser que essa defesa utilizada pelo credor seja de índole pessoal.
Pagamento a um credor: se o devedor paga a um dos credores parte da divida, a divida diminui proporcionalmente, mas ainda pode ser cobrada por todos.
Demais formas de extinção: quaisquer outras formas de extinção também extinguem proporcionalmente a divida, mantendo a possibilidade de qualquer dos credores de cobrar o restante.
Confusão: significa mistura das qualidades de credor e devedor de uma obrigação na mesma pessoa. Caso um dos credores solidários se confunda, se misture com o devedor, a divida é reduzida na exata fração do crédito do credor confundido, subsistindo para os demais credores as suas cotas que podem ser cobradas da pessoa surgida pela confusão.
Solidariedade passiva 
Conceito: é a possibilidade de que o credor cobre a dívida inteira de qualquer dos devedores. Se um dos devedores quita a divida ele pode cobrar dos demais devedores a cota parte de cada um.
Pagamento parcial: o pagamento parcial reduz o valor da divida (não produz qualquer outro efeito). 
Renuncia a solidariedade: qualquer pessoa pode renunciar a seus direitos. O credor tem um direito que é o de cobrar tudo de qualquer dos devedores. Ele pode renunciar a isso, ou seja, renunciar aa solidariedade somente em relação a um dos devedores, e nesse caso, deste só pode cobrar a cota parte.
Cobrança de um: se o credor cobra (não importa o valor) de um dos devedores, isso não significa que ele renunciou aa solidariedade a qualquer dos devedores.
Morte de um devedor: se um devedor morre, cada herdeiro só precisa pagar o percentual da divida do pai, herdado e mesmo assim limitado aos bens que receberam. Todos os herdeiros do devedor, conjuntamente, podem ser processados pelo total (exatamente como o pai poderia).
Remissão a um devedor: se o credor perdoa um dos devedores, a consequência jurídica é que o devedor perdoado está livre, mas o crédito foi reduzido na medida do devedor perdoado, podendo o restante ser cobrado de qualquer dos devedores.
Cláusula adicional não pode agravar: qualquer dos devedores pode adicionar cláusulas ao contrato, mas jamais podem piorar a situação dos demais devedores.
Inadimplemento culposo: se a culpa causou o dano, só o culpado indeniza. 
→ culpa de um: se apenas um causou o dano, somente ele tem o dever de ressarcir o dano causado ao credor.
→ culpa de todos: se o inadimplemento decorreu da culpa de todos, todos devem indenizar os prejuízos sofridos pelo credor, mas entre si, ocorre o rateio dessa indenização. 
→ mora pelo principal: como a obrigação principal é devida por todos, o atraso no pagamento gera juros, e esses juros serão suportados por todos mas ressarcidos entre os devedores por aquele culpado pelo atraso.
Defesas: 
→ pessoais: qualquer devedor só pode
alegar em sua defesa matérias que lhe sejam pessoais ou que sejam gerais. Um devedor não pode alegar em sua defesa matérias que sejam pessoais de outro devedor.
→ gerais: as defesas gerais que são aquelas relativas a toda obrigação, podem ser usadas por qualquer dos devedores. (ex: ilegalidade da obrigação)
Pagamento por um: 
→ cobra dos demais: o codevedor que pagou o todo pode cobrar de cada um dos outros a respectiva cota parte.
→ insolvência de um: se um dos devedores se tornar insolvente a sua cota parte é rateada entre os outros, inclusive aqueles já exonerados da solidariedade pelo credor.
Dívida no interesse de um: se a dívida foi contraída no exclusivo interesse de um dos devedores e o outro devedor arcou com a dívida, ele pode cobrar integralmente do devedor interessado.
_________________até aqui prova bimestral (07/04) __________________
Obrigações naturais
Conceito: são aquelas que não geram responsabilidade, ou seja, existe o should (debito/divida) mas não o haftung (responsabilidade).
Espécies: 
Essencialmente: são aquelas que nascem sem gerar responsabilidade. Ex: dívida de jogo. (art. 814, CC)
Acidentalmente: são aquelas que nascem perfeitas mas por algum motivo, se tornam naturais. Ex: divida prescrita. 
Classificação das obrigações
Principais X Acessórias
Obrigações principais são aquelas que “tem vida própria”, enquanto as acessórias dependem da existência de uma obrigação principal. Se desfeita a obrigação principal, fica sem efeito a obrigação acessória. Mas, o desfazimento da obrigação acessória, em regra, não atinge a obrigação principal.
Líquidas X Ilíquidas
Condicionais X A termo X Modais (com encargo)

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