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QUESTA˜O 1 Uma barra homogeˆnea de comprimento b e massa m esta´ pendurada por uma das suas extremidades em um eixo horizontal de tal forma que ela pode oscilar livremente no plano vertical. A barra esta´ presa a uma parede vertical por uma mola com constante ela´stica k que esta´ ligada a sua outra extremidade (ver figura). O atrito entre a barra e o eixo e´ desprez´ıvel. Resolva o problema no referencial da Terra como se ele fosse inercial. Sa˜o conhecidos o comprimento e a massa da barra, a constante ela´stica da mola e a acelerac¸a˜o da gravidade. O momento de ine´rcia da barra em relac¸a˜o ao seu centro de massa e´ ICM = mb2/12. Despreze a resisteˆncia do ar. a) (0,5) Isole a barra e coloque todas as forc¸as que atuam sobre ela; b) (1,0) Demonstre que quando a barra oscila com pequenas amplitudes, o deslocamento x da sua extremidade inferior satisfaz a equac¸a˜o de um oscilador harmoˆnico simples c) (0,5) Calcule a frequeˆncia angular de oscilac¸a˜o da barra para pequenas amplitudes. d) (0,5) Sabendo que para pequenas oscilac¸o˜es o deslocamento da extremidade inferior da barra e´ dado por x(t) = A cos(ωt+φ), obtenha os valores de A e φ para as condic¸o˜es iniciais x(0) = 0 e vx(0) = v0 (v0 > 0). Obs: A variac¸a˜o de comprimento da mola pode ser considerada aproximadamente igual a x(t) e o aˆngulo entre a barra e a mola pode ser considerado aproximadamente igual a 90◦. SOLUC¸A˜O Q1 a) As forc¸as que atuam na barra sa˜o o seu peso, a forc¸a da mola e a forc¸a que o eixo exerce sobre ela. b) Pela dinaˆmica de rotac¸a˜o em torno de um eixo fixo temos que: IA d2θ dt2 = −mgsenθ b 2 − kxb (1) 1 O momento de ine´rcia da barra em relac¸a˜o ao ponto A e´ IA = mb2 12 +m ( b 2 )2 = mb2 3 (2) Para pequenas oscilac¸o˜es temos que senθ ≈ θ ≈ xb .Logo a equac¸a˜o da barra se reduz a: mb2 3 d2 dt2 (x b ) = −mgx b b 2 − kxb =⇒ d 2x dt2 + 3 ( g 2b + k m ) x = 0 (3) c) Pela equac¸a˜o anterior temos que: ω = √ 3 ( g 2b + k m ) (4) d) A velocidade da extremidade inferior da barra e´: vx(t) = −ωAsen(ωt+ φ) (5) Logo, temos que x(0) = A cosφ = 0 =⇒ φ = pi 2 ou − pi 2 (6) vx(0) = v0 = −Aωsenφ > 0 =⇒ A = v0 ω , φ = −pi 2 =⇒ x(t) = v0 ω cos ( ωt− pi 2 ) (7) QUESTA˜O 2 Uma corda de viola˜o possui densidade linear de 7,5 g/m e esta´ sob uma tensa˜o F=300 N. Os suportes fixos esta˜o a uma distaˆncia de L=90 cm. A corda esta´ oscilando de acordo com o padra˜o de onda estaciona´ria que pode ser visto na figura abaixo. Determine: a) (0,5) A velocidade escalar das ondas progressivas que, combinadas, geram esta onda estaciona´ria. b) (0,5) O comprimento de onda da onda estaciona´ria. c) (0,5) A frequeˆncia das ondas progressivas, que quando combinadas, geram a onda estaciona´ria. d) (1,0) A func¸a˜o y = f(x, t) que descreve os deslocamentos transversais da corda. Sabe-se que em t=0 a velocidade transversal de todos os pontos da corda era nula e que o seu deslocamento ma´ximo era de 1 cm, o deslocamento sendo positivo nas proximidades de x = 0. Considere x = 0 e x = L como os extremos da corda. SOLUC¸A˜O Q2 a) v = √ F µ = √ 300N 7, 5× 10−3 kg/m = 200m/s (8) b) L = 3 2 λ =⇒ λ = 2L 3 = 60cm = 0, 6m (9) c) fλ = v =⇒ f = v λ = 200 0, 6 Hz ≈ 333, 3 Hz (10) 2 d) y(x, t) = ymsen(kx) cos(ωt+ φ) uy(x, t) = −ωymsen(kx)sen(ωt+ φ) uy(x, 0) = −ωymsen(kx)sen(φ) = 0 =⇒ φ = 0 ou pi. Como y(x, 0) deve ser positivo para x pequeno, decorre que φ = 0. Assim y(x, t) = ymsen ( 2pi λ x ) cos(2pift), onde λ e f esta˜o dados nos ı´tens anteriores e ym = 1 cm. QUESTA˜O 3 Dois alto-falantes esta˜o localizados a distaˆncias s1 = 22 m e a s2 = 20 m de um ouvinte O, situado na junc¸a˜o dos dois tubos, conforme a figura abaixo. Um gerador de sinais coloca os dois alto-falantes em fase (∆P (t) = ∆Pmsen(−2pift)) com as mesmas amplitudes de pressa˜o (∆Pm = ∆Pm1 = ∆Pm2) e frequeˆncias (f = f1 = f2) e o som de cada um deles e´ transmitido ao ouvinte, sem perdas e em forma de onda progressiva unidimensional, atrave´s de dois tubos. A frequeˆncia das ondas sonoras esta´ dentro do intervalo aud´ıvel de 20 Hz a 20 kHz. a) (0,6) Obtenha as func¸o˜es ∆P1(s1, t) e ∆P2(s2, t) para os sinais de pressa˜o observados pelo ouvinte provenientes de cada uma das fontes em func¸a˜o de suas distaˆncias s1 e s2, da frequeˆncia f e do tempo t. b) (0,7) Qual e´ a pressa˜o resultante da soma das duas ondas observada pelo ouvinte? c) (0,6) Qual e´ a frequeˆncia mais baixa para a qual o ouvinte ira´ ouvir um sinal de mı´nimo, devido a` interfereˆncia destrutiva? d) (0,6) Qual e´ a frequeˆncia mais baixa para a qual o ouvinte percebera´ um sinal ma´ximo? SOLUC¸A˜O Q3 a) Uma onda progressiva se deslocando ao longo de um eixo s tem como equac¸a˜o: ∆P (s, t) = ∆Pmsen(ks− 2pift) onde k = 2piλ = 2pif vs . Logo: ∆P (s, t) = ∆Pmsen [ 2pif ( s vs − t )] e portanto: ∆P1(s1, t) = ∆Pmsen [ 2pif ( s1 vs − t )] e ∆P2(s2, t) = ∆Pmsen [ 2pif ( s2 vs − t )] 3 b) ∆PT (t) = ∆P1(s1, t) + ∆P2(s2, t) = ∆Pmsen [ 2pif ( s1 vs − t )] +∆Pmsen [ 2pif ( s2 vs − t )] c) A interfereˆncia das duas ondas produzira´ um sinal de mı´nimo sempre que: cos [ 2pif ( s1 − s2 2vs )] = 0 (11) ou seja, 2pif ( s1−s2 2vs ) = 2(m− 1)pi2 , onde m = 1, 2, 3.... Logo: f = 2m− 1 2(s1 − s2)vs = (2m− 1) 340 m/s 2× 2, 0 m = (2m− 1)× 85 Hz, (12) A menor frequeˆncia (que esta´ na faixa aud´ıvel) e´, portanto f = (2× 1− 1)× (85 Hz) = 85 Hz d) No caso de ma´ximo cos [ 2pif ( s1 − s2 2vs )] = 1 (13) ou seja, 2pif ( s1−s2 2vs ) = mpi, onde m = 1, 2, 3 .... Logo: f = m s1 − s2 vs = m 2, 0 m × 340 m/s = m× 170 Hz (14) Portanto f = 1× 170 Hz = 170 Hz. QUESTA˜O 4 Uma das formas de estimar a variac¸a˜o de pressa˜o no interior da Terra e´ considera´-la como uma esfera composta por um fluido homogeˆneo com densidade constante e ρ = 13 × 103 kg/m3. A acelerac¸a˜o da gravidade no interior desse fluido aumenta linearmente com a distaˆncia r do ponto ao centro da Terra e o seu mo´dulo e´ dado por g(r) = gSR r, onde gS e´ a acelerac¸a˜o da gravidade na superf´ıcie da Terra (gS = 9, 8 m/s2) e R e´ o raio da Terra (6, 4× 106 m). Considere a pressa˜o na superf´ıcie da Terra como sendo 1 atm (1 atm ≈ 105 Pa): a) (1,0) Obtenha a pressa˜o p no interior da Terra como func¸a˜o de r; b) (1,0) Calcule a pressa˜o no centro da Terra (r = 0); c) (0,5) Esboce o gra´fico da pressa˜o como func¸a˜o de r. 4 SOLUC¸A˜O Q4 a) Partimos da equac¸a˜o dp dr = −ρg(r) que da´ a variac¸a˜o de pressa˜o com a altura a partir do centro da Terra (quanto mais subimos, menor a pressa˜o). Uma simples integrac¸a˜o de r = 0 ate´ um ponto r qualquer no fluido∫ p(r) p(0) dp = − ∫ r 0 ρg(r)dr = −ρgS R ∫ r 0 rdr (15) nos leva a` expressa˜o para p(r) dada por p(r) = p(0)− ρgS 2R r2 (16) onde p(0) e´ a pressa˜o no centro da Terra. Assim, vemos que a pressa˜o diminui quadraticamente quando subimos desde o centro para a superf´ıcie terrestre, ate´ atingir o valor de 1 atm (ou 105 Pa). b) A pressa˜o no interior da Terra pode ser obtida a partir do valor de p na super´ıcie p(R) = patm = p(0)− ρgSR 2 =⇒ (17) p(0) = patm+ ρgSR 2 = 105 Pa+ (13× 103 kg/m3)× (9, 8 m/s2)× (6, 4× 106 m) 2 ≈ 4×1011 Pa (18) c) Como p(r) e´ uma func¸a˜o quadra´tica de r com p(0) no centro da Terra e p(R) = patm na superf´ıcie, temos 5
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