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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO - INSTITUTO DE FI´SICA FI´SICA II-A - 2011/2 - RESOLUC¸A˜O DA PROVA FINAL - DATA: 1a Questa˜o[P1] (2,5) (a) (1,0) Chamamos Vb o volume total dos troncos que formam a balsa. Sobre a balsa atuam 2 forc¸as: Pb=ρm Vbg, seu pro´prio peso, e E=ρaVag, empuxo ou forc¸a da a´gua sobre a balsa, Va e´ o volume da a´gua deslocada. Em equil´ıbrio: E = Pb =⇒ ρmVbg = ρaVag =⇒ Va/Vb = ρm/ρa = 0, 8 Assim, temos 80% do volume total da balsa mergulhada na a´gua =⇒ 20% fora. (b) (1,5) A condic¸a˜o a procurar para obter o nu´mero mı´nimo de troncos para transportar a caixa corresponde a` uma situac¸a˜o limite onde a balsa - com seus X troncos - esta´ totalmente mergulhada na a´gua =⇒ Va = Vb. Sobre a balsa atuam agora 3 forc¸as: Pb = ρmVbg, E = ρaVag e N a forc¸a que a caixa exerce sobre ela, numericamente igual ao seu pro´prio peso mcg, onde mc e´ a massa da caixa. Em equil´ıbrio: E = Pb +mc g =⇒ ρaVb = ρmVb +mc A massa total da balsa ρmVb, como tem X troncos a massa de cada tronco e´ ρmVb/X. A massa da caixa, que e´ igual ao do dobro de massa de cada tronco, e´ enta˜o escrita como mc = 2ρmVb/X. Assim ρaVb = ρmVb +mc =⇒ ρaVb = ρmVb + 2ρmVb/X Usando ρm = 0, 8ρa ρaVb = 0, 8ρaVb + 2× 0, 8ρaVb/X =⇒ 1, 0 = 0, 8 + 1, 6/X =⇒ X = 8 .......... l................... l.......... 2a Questa˜o[P1/PF] (2,5) (a) (1,5) Partindo da equac¸a˜o de movimento do sistema, obtenha a expressa˜o para a posic¸a˜o x2(t), o per´ıodo T2 e a velocidade ma´xima v (2) max dos corpos antes da cola ser dissolvida. Considerando as forc¸as que atuam em um corpo de massa gene´rica M preso a` mola e afastado de uma distaˆncia x de sua posic¸a˜o de equil´ıbrio (veja figura abaixo) e usando a segunda lei de Newton encontraremos ~Fres = M~a =⇒ M~a = ~N + ~P + ~F . Contudo temos que ~a = d 2x dt2 xˆ, ~N = Nyˆ, ~P = −Mgyˆ, ~F = −kx xˆ e com isso teremos M d2x dt2 xˆ = (N −Mg)yˆ − kx xˆ . Ou seja, devemos ter que N = Mg e tambe´m devera´ ser satisfeita a equac¸a˜o diferencial M d2x dt2 = −kx. =⇒ d 2x dt2 + ω2x = 0 , onde ω2 = k/M . Como a constante ω2 e´ positiva e na˜o nula, enta˜o a soluc¸a˜o desta equac¸a˜o diferencial sera´ da forma x(t) = A cos (ωt+ φ) sendo as constantes A e φ dependentes das condic¸o˜es iniciais do sistema, as quais, para o caso do problema, devem implicar em ter { x(0) = ∆x dx(0) dt = 0 =⇒ { A cosφ = ∆x −ωA senφ = 0 =⇒ { A = ∆x ; φ = 0 . Com isso teremos a posic¸a˜o do corpo com o tempo dada pela expressa˜o x(t) = ∆x cos (√ k M t ) . 1 Deste resultado tiramos que o per´ıodo T do movimento harmoˆnico descrito pelo corpo, definido pela condic¸a˜o x(t+T ) = x(t), sera´ dado por T = 2pi ω =⇒ T = 2pi √ M k . Por sua vez, pela conservac¸a˜o da energia mecaˆnica do sistema, devemos ter que Kmax = 1 2 kA2 =⇒ 1 2 Mv2max = 1 2 k(∆x)2 =⇒ vmax = √ k M ∆x . Na situac¸a˜o inicial, quando os dois corpos ainda se encontram presos, teremos que M = 2m e assim, ao particu- larizarmos para este caso os resultados gerais obtidos acima, concluiremos que x2(t) = ∆x cos (√ k 2m t ) , T2 = 2pi √ 2m k e v(2)max = √ k 2m ∆x . (b) (1,0) Assumindo que a cola se dissolve e o outro corpo se solta quando a mola esta´ na posic¸a˜o de ma´xima extensa˜o, repita o procedimento do item anterior e obtenha as grandezas f´ısicas x1(t), T1 e v (1) max para o corpo que permanece ligado a` mola. Devemos observar que, na situac¸a˜o descrita pelo problema, o segundo corpo se solta com velocidade nula e o corpo que parmanece ligado a` mola inicia uma segunda fase de movimento com as mesmas condic¸o˜es iniciais da situac¸a˜o anterior, so´ que agora para o caso em que M = m. Portanto, particularizando para este segundo caso os resultados gerais obtidos acima, tiramos que x1(t) = ∆x cos (√ k m t ) , T1 = 2pi √ m k e v(1)max = √ k m ∆x . x k M g Y X 0 N P F Figura 1g .......... l................... l.......... 3a Questa˜o[P1] (2,5) (a) (1,25) Nessas condic¸o˜es, a onda progressiva de pressa˜o e´ dada por p(x, t) = po sin (kx− ωt) , (1) uma vez que a onda de pressa˜o sempre esta´ em quadratura (defasada de 90◦) com a onda de deslocamento. Atrave´s dessa equac¸a˜o e da seguinte relac¸a˜o: p(x, t) = −B ( ∂s(x, t) ∂x ) , (2) e´ poss´ıvel relacionar a amplitude po com a amplitude so. Realizando a derivada na equac¸a˜o anterior, obte´m-se que p(x, t) = −B [−sok sin (kx− ωt)] = (Bkso) sin (kx− ωt) , (3) 2 e pela Eq. (1), determina-se de imediato que po = Bkso . (4) Para explicitar po em termos de so, vs, ρo e ω, basta explicitar B e k em termos das constantes vs, ρo e ω. Isso e´ feito com a identidade fornecida no enunciado, B = v2s ρo , (5) e com a relac¸a˜o existente entre o nu´mero de onda k e a frequeˆncia angular ω, k = ω vs . (6) Substituindo as constantes B e k, dadas pelas Eqs. (5) e (6), respectivamente, na Eq. (4), encontra-se a expressa˜o desejada: po = ( v2s ρo )( ω vs ) so = vsρoωso . (7) (b) (1,25) Pela Figura 2, o valor absoluto de ∆ ps e´ precisamente o valor da amplitude da onda de pressa˜o po, po = ∆ ps = 4, 0 mPa , (8) e o per´ıodo de oscilac¸a˜o dessa onda e´ de T = 2, 0 ms. E´ interessante notar que na abscissa da Figura 2 cada divisa˜o vale 0, 5 ms, sendo que um per´ıodo de oscilac¸a˜o dessa onda de pressa˜o compreende 4 dessas diviso˜es. A partir do valor do per´ıodo T , pode-se determinar a frequeˆncia angular de oscilac¸a˜o ω da onda de pressa˜o: ω = 2pi T = 3, 14 k rad s . (9) O valor da constante k e´ encontrado atrave´s da Eq. (6), enunciada no item anterior, e dos valores de ω e da velocidade da onda vs = 343 m/s, fornecida no enunciado: k = ω vs = 3, 14 343 k rad m = 9, 15 rad m . (10) E para finalizar, o valor da amplitude da onda de deslocamento so e´ estabelecido atrave´s do resultado do item anterior, Eq. (7), e dos valores de ω, po, ρo e vs: so = po ωρovs = (4, 0) (3, 14)(1, 21)(343) µm = 3, 07 nm. (11) .......... l................... l.......... 4a Questa˜o[P1/PF] (2,5) (a) (1,0) As ondas estaciona´rias unidimensionais sa˜o descritas, de uma maneira geral, pela expressa˜o y(x, t) = (a cos kx + b sen kx) (c cosωt+ d senωt), onde k e´ o nu´mero de onda e ω e´ a frequeˆncia angular. A relac¸a˜o entre ω e k e´ dada por ω = kv onde v = √ T/µ com µ = m/L. Aplicando as condic¸o˜es de contorno y(0, t) = 0, y(L, t) = 0 y(0, t) = 0 e y(L, t) = 0 . encontraremos que{ a (c cosωt+ d senωt) = 0 =⇒ a = 0 b sen kL (c cosωt+ d senωt) = 0 =⇒ k = kn = npi/L com n = 1, 2, 3, . . . Ao levarmos em conta este resultado teremos para ω wn = knv =⇒ wn = vnpi/L, . No primeiro modo normal de vibrac¸a˜o, teremos: y(x, t) = b sen [pix L ] (c sen [ vpit L ] + d cos [ vpit L ] ) . 3 Agora, usando as condic¸o˜es inicias: ∂y(x, 0) ∂t = 0 =⇒ b sen [pix L ] (c vpi L ) = 0 =⇒ c = 0 y(x, 0) = Asen [pix L ] = b sen [pix L ] (d ) =⇒ bd = A E finalmente a expressa˜o resultante para a onda estaciona´ria no primeiro modo: y(x, t) = A sen [pix L ] cos [ vpit L ] . (b) (0,6) A velocidade transversal dos pontos da corda e´ dada por: v(x, t) = ∂y(x, t) ∂t = −Av pi L sen [pix L ] sen [ vpit L ] . (c) (0,6) O comprimento de onda λ; knλn = 2pi para n=1 =⇒ λ1 = 2L = 1, 6m. E a frequeˆncia de oscilac¸a˜o: v = λnfn onde v = √ T µ = 80 m/s, para n=1 =⇒ f1 = 50 s−1 (d) (0,3) Calculando a velocidade no ponto pedido: v(x, t) = ∂y(L/2, t) ∂t = −Av pi L sen [ piL 2L ] sen [ vpit L ] . vemos que a velocidade ma´xima vmax(L/2, t) e´ dada por: vmax(L/2, t) = Av pi L =⇒ 15, 7m/s . ..........l................... l.......... 5a Questa˜o[P2] (2,5) (a) (0,9) Sabemos que a vrms das mole´culas de um ga´s em equil´ıbrio te´rmico e´ proporcional a` raiz quadrada de sua temperatura absoluta. 1 2 v2rms = √ 3kT m A distribuic¸a˜o mais larga tem maior vrms, logo corresponde a` temperatura maior. (b) (0,8) A velocidade mais prova´vel corresponde ao valor da velocidade onde a curva da distribuic¸a˜o atinge seu valor ma´ximo. Portanto, os valores mais prova´veis sa˜o, aproximadamente, 200 m/s e 400 m/s. (c) (0,8) O nu´mero de mole´culas com velocidades entre 400 m/s e 500 m/s corresponde a` a´rea sob a curva da distribuic¸a˜o entre esses dois valores de velocidade. Cada pequeno retaˆngulo no gra´fico da Figura 3 corresponde a 0, 50× 1017 s/m ×100 m/s, ou seja, 5, 0× 1018 mole´culas. Na curva mais larga temos, aproximadamente, 4 pequenos retaˆngulos sob a curva, ou seja 2, 0× 1019 mole´culas. Na curva estreita, a a´rea e´ de, grosseiramente, um pequeno retaˆngulo, ou seja, 5, 0× 1018 mole´culas. .......... l................... l.......... 6a Questa˜o[P2/PF] (2,5) (a) (0,7) Calcule em cada ciclo, a quantidade de calor QA transferida a` fonte quente ao gastar no refrigerador uma energia, por ciclo, de W = 200 J. Se W = 200 J e η = QB/W = 5.0 =⇒ QB = 1000 J. 4 Como QA = W +QB , teremos QA = 1200 J. (b) (1,0) Determine a variac¸a˜o da entropia do universo (reservato´rios te´rmicos + refrigerador) ∆Suniv por ciclo. A pontuac¸a˜o total so´ sera´ atribuida para o aluno que explicitar o seguinte: Como a transfereˆncia de calor entre o sistema e os reservato´rios ocorre com a temperatura constante: o reservato´rio de temperatura mais alta TA ganha calor mantendo sua temperatura constante, ja´ o reservato´rio de menor temperaturaTB , perde calor mantendo a sua temperatura constante, assim: ∆SA = ∫ dQ TA = 1 TA ∫ dQA = QA TA , ∆SB = ∫ dQ TB = 1 TB ∫ dQB = −QB TB (12) ∆Suniv = ∆SA + ∆SB = QA TA + −QB TB = 1200 300 − 1000 270 = 8 27 = 0, 2963 J/K (13) (c) (0,8) Compare e discuta o rendimento deste refrigerador com um refrigerador de Carnot operando entre as mesmas tempe- turas. A performance de um refrigerador de Carnot operando entre TA = 300 K e TB = 270 K e´ ηC = TB TA − TB = 270 300− 270 = 9, 0 como era esperado, Carnot tinha raza˜o, a performance do refrigerador dele e´ sempre maior do que a de outro refrigerador, ηC > η. .......... l................... l.......... 7a Questa˜o[P2] (2,5) (a) (0,5) Processo adiaba´tico: T V γ−1 = cte, γ = 5/3 para ga´s monoatoˆmico. TA V γ−1 A = TB V γ−1 B TB = TA ( VA VB )γ−1 TB = TA r 2/3 Analogamente, TC = TD r 2/3 Note que, como r > 1, enta˜o TB > TA e TC > TD, como era de se esperar. (b) (2,0) A→ B: processo adiaba´tico ⇔ Q = 0 (0,1) portanto: −W = ∆Eint = 3 2 nR∆TAB = 3 2 nRTA(r 2/3 − 1) > 0 (0,3) Como W < 0, ele e´ realizado sobre o sistema (compressa˜o). (0.1) B → C: W = 0 (0,1) ∆Eint = Q = CV n∆TBC = 3 2 nR (TD − TA)r2/3 > 0 (0,3) Como Q > 0 (0,1) ele e´ absorvido pelo sistema. 5 C → D: processo adiaba´tico ⇔ Q = 0 (0,1) e, portanto: −W = ∆Eint = 3 2 nR∆TCD = 3 2 nRTD(1− r2/3) < 0 (0,3) Como W > 0, ele e´ realizado pelo o sistema (expansa˜o). (0,1) D → A: W = 0 (0,1) ∆Eint = Q = CV n∆TDA = 3 2 nR (TA − TD) < 0 (0,3) Como Q < 0 (0,1), ele e´ cedido pelo sistema. Note que ∑ ABCDA ∆Eint = 0, como deve ocorrer em um ciclo! .......... l................... l.......... 8a Questa˜o[P2/PF] (2,5) (a) (0,8) O W realizado pela a´gua e´: W = P0(Vf − Vi) = (1, 01× 105Pa) (1, 671− 1, 00)m3 = 169 kJ (b) (0,8) O calor absorvido pela a´gua e´: Q = Lvm = 2256 kJ/kg × 1kg = 2256 kJ (c) (0,9) Conforme a definic¸a˜o de ∆S temos que: ∆S = ∫ dQ T = Lvm T = 2256 373 kJ K = 6, 05 kJ/K .......... l................... l.......... 6
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