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FEP2195 – Física Geral e Experimental para a Engenharia I Gabarito da Prova 1 – 02/04/2009 ________________________________________________________________________________ 1) Uma pessoa de 90 kg (incluindo a massa do seu pára-quedas) salta com velocidade inicial nula de um helicóptero que está parado no ar a 465 m do solo. Após 8 segundos, ela abre o seu pára- quedas e sofre instantaneamente uma desaceleração de módulo 15 m/s2 que vai diminuindo linearmente (é uma aproximação!) durante 6 segundos até chegar a zero. No final deste período de 6 segundos, a velocidade da pessoa torna-se constante e possui um módulo de 5 m/s até chegar no solo. Adote um referencial com eixo y positivo para cima e origem no solo. a) (0,5) Faça um diagrama do corpo livre (diagrama de força) da pessoa, indicando todas as forças que atuam sobre ela (considere o ar como um fluido). Escreva a segunda lei de Newton para o primeiro trecho da queda (até a abertura do pára-quedas). b) (0,5) Calcule o módulo da velocidade terminal desta pessoa caso ela não abra o pára-quedas. Despreze nos cálculos a força de empuxo e suponha que o módulo da força de atrito do ar seja fa=Dv2 onde v é a velocidade e D = 0.25 kg/m (dica: veja o que acontece com a aceleração quando a velocidade aumenta). c) (1,0) Faça um esboço da aceleração da pessoa em função do tempo durante os 20 primeiros segundos e determine a sua velocidade no instante em que abriu o pára-quedas. d) (0,5) Sabendo que a duração total do salto foi 64 segundos e que a pessoa caiu 83 m durante os 6 segundos que ela foi desacelerada, calcule a distância percorrida até a abertura do pára-quedas. ________________________________________________________________________________ a) As forças que atuam sobre a pessoa são a força peso, a força de empuxo e a força de atrito do ar. No referencial sugerido, a segunda lei de Newton durante o primeiro trecho da queda pode ser escrita como (1) PEfmaF ayy −+=−=∑ b) Desprezando o empuxo e levando em conta a expressão de P e fa, a equação (1) pode ser reescrita como (2) v2 ymaDmg =− À medida que a pessoa vai caindo, a sua velocidade aumenta, o que aumenta o módulo da força de atrito e portanto diminui a aceleração. Chega um momento em que a velocidade é tão grande que a força de atrito possui exatamente o mesmo módulo que a força peso, o que anula a aceleração. Nesta condição, o corpo segue com velocidade constante, chamada de velocidade terminal. Para encontrar o valor da velocidade terminal, basta anular a aceleração na equação (2): 60 /25.0 /1090 v 0v 2 2 m/s mkg smkg D mgDmg ±=×±=±=→=− O módulo da velocidade terminal é portanto 60 m/s. P r E r af r 0 y c) Para qualquer tipo de movimento, ∆v(t) é sempre igual à área de baixo da curva a(t) entre os dois instantes considerados. Portanto, aqui, v(14)-v(8) é igual à área do triângulo entre os momentos t = 8 s e t = 14 s. 5045545)14(v)8( v /45/156 2 1)8(v)14(v 2 m/s-m/sm/s-- smsms ==−=→=××=− d) De t = 14 s até t = 64 s, a velocidade da pessoa é constante e vale, em módulo, 5m/s. Portanto, a distância percorrida no terceiro trecho é mssmtd 25050/5v3 =×=∆= . A distância percorrida antes da abertura do pára-quedas (primeiro trecho) é então mddd 13225083465465 321 =−−=−−= 0 a (m/s2) t (s) 4 8 12 16 20 -10 15 ________________________________________________________________________________ 2) Uma massa puntiforme é lançada num plano xy horizontal no tempo t = 0 s, da posição )( 1 mjr rr = com velocidade )/( 34v smji rrr += , e é submetida a uma aceleração constante )/( 86 2smjia rrr −= . Despreze qualquer tipo de atrito e determine a) (0,5) o ângulo que faz o vetor velocidade com o eixo x em t = 1s; b) (1,0) o instante em que o corpo cruza o eixo x assim como o vetor posição onde isto ocorre; c) (0,5) o vetor velocidade desta massa para um observador que se desloca com )/( 21v smji rrr +−= ; d) (0,5) a distância entre a massa e observador no tempo t = 1 s, supondo que observador estava na posição )( 14 mjir rrr += no instante t = 0 s. ________________________________________________________________________________ a) Como ar é constante, podemos usar as fórmulas do MRUV. )( 510)1(v )( )83()64()86()34(v)(v 0 m/sji m/sjtittjijitat rrr rrrrrrrrr −=→ −++=−++=+= O ângulo θ que )1(vr faz com o eixo x é tal que ) 2 1 arctg(- 2 1 10 5 )1(v )1(v =→−= − == θθ x yTg b) O vetor posição é dado por )( )431()34()86( 2 1)34()1( 2 1 v)( 222200 m jttitttjitjijtatrtr rrrrrrrrrrr −+++=−+++=++= Para cruzar o eixo x, a coordenada y da posição deve ser nula, o que acontece quando 0.25sou t s 1 t 8 53- )4(2 1)4(433- 2 4bb- 0431 22 2 −==→ − ± = −× ×−×−± = −± →=−+ a ac tt Só tempos positivos nos interessam. Portanto, no tempo t = 1 s, a posição é: )( 7)14131()1314()1( 22 m ijir rrrr =×−×++×+×= c) Usando a fórmula da velocidade relativa de um corpo em dois referenciais diferentes, obtemos loomlm /// vvv rrr += , onde loomlm /// v e v,v rrr são respectivamente a velocidade da massa em relação ao referencial local, a velocidade da massa em relação ao referencial do observador e a velocidade do referencial do observador em relação ao referencial local. Portanto, )/( )81()65()21()83()64(vvv /// smjtitjijtitlolmom rrrrrrrrr −++=+−−−++=−= d) O vetor posição do observador é )( )21()4()21()14(v)( 00 mjtittjijitrtr ooo rrrrrrrrr ++−=+−++=+= No tempo t = 1 s, o observador está na posição )( 33)1( mjiro rrr += e a massa está na posição )( 7)1( mirm rr = (ver item b). A distância entre os dois é o módulo do vetor rr∆ , onde )( 34)33(7)1()1( mjijiirrr om rrrrrrrr −=+−=−=∆ Portanto, a distance vale mrd 5)3(4 22 =−+=∆= r ________________________________________________________________________________ 3) Um pequeno cubo, de massa m, é colocado no interior de um funil, a uma distância r do seu eixo vertical de simetria. A parede do funil faz um ângulo θ com a horizontal e o coeficiente de atrito estático entre o funil e o coubo é µe. a) (1.0) Calcule o ângulo máximo θmax que o funil pode ter para que o corpo não deslize quando o funil está parado. Faça um diagrama do corpo livre (diagrama de forças) do cubo. b) (1.5) Suponha que o funil possua um ângulo θ menor que aquele determinado no item a). Se o funil for posto para girar em torno do seu eixo vertical de simetria com uma frequência constante de b rotações por segundo, calcule o valor máximo bmax da frequência de rotação do funil para que o cubo não comece a deslizar para cima. Faça um diagrama do corpo livre do cubo. ________________________________________________________________________________ a) Como o cubo fica parado, a primeira lei de Newton deve ser usada. Usando o referencial da figura, ∑ ∑ =→−== =→−== (2) cos cos0 (1) 0 θθ θθ mgNPNF senmgffPsenF y eex Sabemos que Nf ee µ≤ , sendo que o sinal = vale logo antes do deslizamento. Substituindo fe na equação (1) e usando (2), obtemos: eeee TgsenmgmgNf µθθθµµ =→=== cos O ângulo θmax é portanto earcTgµθ =max r θ P rθ N r ef r y x b) Neste caso, a força de atrito estático aponta no outro sentido e é mais fácil usar o seguinte referencial para tratar o problema: Como a trajetória do cubo é circular, o cubo será acelerado radialmente, e precisamos usar a segunda lei de Newton. (2) 0 cos (1) v cos 2 =−−= ==+= ∑ ∑ PsenfNF r mmasenNfF ey xex θθ θθ Sabemos que Nf ee µ≤ , sendo que o sinal = vale logo antes do deslizamento. Substituindo fe na equação (2), obtemos: (3) cos 0 cos θµθ θµθ sen mgNmgsenNN e e − =→=−− Substituindo (3) em (1), obtemos: θµθ θθµ θ θµθ θ θµθ µ sen sengr r msen sen mg sen mg e e ee e cos )cos( v v cos cos cos 2 − + ±=→ = − + − O sinal só indica que o corpo pode girar num sentido ou no outro. Como o cubo completa b rotações por segundo, uma volta completa será realizada em 1/b segundos, que é o período T do movimento. Portanto, a velocidade pode também ser escrita como: ) (cos4 )cos( cos )cos( 2 2v 2max θµθpi θθµ θµθ θθµ pi pi senr sengb sen sengr rb T r e e e e − + =→ − + === P r θ N r ef r y x θ ________________________________________________________________________________ 4) No sistema da figura abaixo, os blocos 1 e 2 possuem massa respectiva m1 e m2 e são interligados via roldanas ideais (sem massa nem atrito, uma fixa e outra móvel) pelas quais passam fios ideais (sem massa, flexíveis mas inextensíveis). O bloco 1 é apoiado sobre uma mesa horizontal com a qual possui coeficiente de atrito estático µe = 0,6 e cinético µc = 0,5. a) (1,0) Determine o valor mínimo da razão m1/m2 para que o sistema permaneça em equilíbrio. Faça um diagrama do corpo livre (diagrama de forças) dos corpos relevantes para o problema. b) (1,0) Determine o módulo da aceleração da massa m2 quando m1 = 2kg e m2 = 1kg. c) (0,5) Determine o vetor força que a haste que suporta a roldana fixa exerce sobre a mesa, em termos dos vetores unitários i r e jr . Despreze o peso da haste. ________________________________________________________________________________ a) Os corpos relevantes para o problema são as duas massas e a polia móvel. Como o sistema deve permanecer em equilíbrio, precisamos usar a primeira lei de Newton para cada um dos corpos: (3) 0 2 Corpo (2) 0 (1) 0 1 Corpo 2222 11 11 gmTPTF gmNPNF TffTF y y eex =→−== =→−== =→−== ∑ ∑ ∑ 1 2 x y 1T r 1P r ef r N r 1T r 2T r 2T r 2T r 2P r (4) 2 20 móvel Polia 2121 TTTTFy =→−==∑ Sabemos que Nf ee µ≤ , sendo que o sinal = vale logo antes do deslizamento. Substituindo fe na equação (1) e usando as equações (2), (3) e (4), a equação (1) pode ser reescrita como 3 10 6,0 22 22 2 1 2211 ===→==== e ee m m gmTgmNT µ µµ Portanto, o valor mínimo de 2 1 m m deve ser 3 10 . b) Quando m1 = 2 kg e m2 = 1 kg, 2 2 1 = m m , valor que é menor que 3 10 . Portanto o sistema não permanecerá em equilíbrio e haverá movimento dos corpos. Os diagramas dos corpos livres permanecem idênticos, mas a força de atrito estático deve ser substituída pela força de atrito cinético. Agora, precisamos aplicar a segunda lei de Newton: (7) 2 Corpo (6) 0 (5) 1 Corpo 2222 111 111 PTamF gmNPNmaF NTfTmaF yy yy ccxx −=−= =→−=== −=−== ∑ ∑ ∑ µ (8) 2 20 móvel Polia 2121 TTTTamF pypy =→−==−=∑ A polia móvel e o bloco 1 possuem o mesmo módulo da aceleração, já que os dois se deslocam juntos. Todavia, toda vez que eles se deslocam de uma certa distância d, o corpo 2 se desloca de 2d, o que lhe confere uma aceleração 2 vezes maior. Temos portanto: (9) 2 12 xy aa = Usando as relações (6) e (9), podemos rescrever (5) como: (10) 11111111 gmamNamfamT cxcxcx µµ +=+=+= Substituindo agora em (7), obtemos: 2 12 12 2 122122 1 2 2 122 2 1 2 1 2 2 111 2 2 1 2 2 22 2 / 3 10 6 2040 214 1025,021014 4 24 244 24 2 2 22- sm mm gmgm a gmgmamam gm gm a mam m gm a m gm m gmam gm m T gm m TP a c y cyy cy y c y cx y = − = +× ×××−×× = + − =→ −=+→−=+→ + − = + − = − == µ µµ µµ c) Como o peso da haste pode ser desprezado, as forças aplicadas pela haste sobre a mesa são aquelas que são diretamente aplicadas sobre a polia fixa. As únicas forças que atuam sobre a polia são as duas tensões no fio, cujos módulos valem T1. T1 pode ser obtido a partir da equação (10): (N) 3 40 3 40 3 4010 3 101025,0 2 3 10 2 2 1 2 11111 jiF Ngm a mgmamT c y cx rrr −−=→ =+=××+×=+=+= µµ x y 1T r 1T r
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