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Resenha: Precisamos Falar Sobre o Kevin

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Universidade Paulista – UNIP
Curso de Psicologia
Precisamos Falar Sobre o Kevin
Goiânia
Março de 2017
Precisamos falar sobre a Mãe de Kevin.
O filme Precisamos Falar com o Kevin da diretora Lynne Ramsay é, sem duvidas, um filme violento. Mas não com a violência escancarada, como estamos acostumados, a violência do filme encontra-se nos detalhes. E o porquê disso? Porque vemos Kevin aos olhos da mãe. Eva é a mãe de Kevin, casada com Franklin. Por amor ao marido, Eva torna-se mãe, mas é a contragosto, pois é nítido o desconforto, uma das cenas que exemplificam bem esse ponto se dá quando a criança chora pela mãe e ela não consegue acalentar, ao contrario ela prefere deixar o barulho ensurdecedor de uma britadeira sobrepor o do choro. Esse tipo de rejeição é remete-nos a formação reativa, da psicanálise freudiana. Essa formação reativa nada mais é que uma defesa do inconsciente, sendo usada para camuflar e proteger seus desejos ou sensibilidade. Eva não ama o filho e busca sempre autopunição por isso. 
O pai ao contrario da mãe dá total atenção ao filho e sempre dá razão a este, diferentemente da mãe. A partir dai vemos que Kevin não adquire noções de limites, o pai procura tapar o buraco deixado pela mãe e revela-se tão ruim na paternidade quanto Eva. Eva tem medo de perder o amor de Franklin por não ser uma boa mãe, medo fundamentado no fato de Franklin ser incapaz de ver defeitos no filho. Um desses exemplos da falta de limite da criança se dá em vários momentos, e principalmente no mais ilustrado pela psicanálise: a fase anal. O menino usa fraldas mesmo em idade avançada e toda vez que quer punir a mãe, faz cocô, para que ela o troque. 
O nascimento da irmã, Célia, agrava a situação de Kevin e de toda a família. Eva frustra-se mais, Kevin sente-se cada vez mais isolado. Kevin busca a violência para mostrar o quanto sofria pelo abandono sentimental e comete um massacre no colégio que estuda, com um arco e flecha, esporte que o pai incentivava. Não vemos a violência explicita apenas os detalhes dessa violência, pois o filme emula a visão da mãe. Ela não consegue aceitar que o filho seja um assassino e muito, além disso, Eva aceita a condição de culpabilidade pelos atos do filho.

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