LITERATURA QUESTIONARIO II

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(UFPE) “É nos Sonetos que encontramos o melhor conjunto da obra poética
amadurecida de ...................................... . O poeta via na série completa dos sonetos,
muitos deles desentranhados de outras coleções já publicadas, os marcos da sua
própria autobiografia espiritual.”
O texto refere-se a:
Antero de Quental.
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Ramalho Ortigão.
Cesário Verde.
Antero de Quental.
Eça de Queirós.
Almeida Garrett.
Resposta C.
Comentário: De acordo com José Veríssimo, os Sonetos retratam a
trajetória filosófica e moral de Antero de Quental. Os poemas
tornaram-se importantes e de complexa temática.
A discordância entre a literatura e a modernização, na primeira metade do século XIX
presentifica-se de maneira nítida e profunda. Pelas obras literárias percebe-se uma
cosmovisão marcada pelo choque com o cotidiano imediato e as evidências de um
mal-estar. Os textos revelam uma ânsia de evasão deste presente circunstancial e
descolorido. Na busca de compreensão, o artista valoriza a imaginação criadora: a
arte se converte em manifestação da alma... e, assim, tem-se o:
Romantismo.
Simbolismo.
Parnasianismo.
Romantismo.
Barroco.
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Modernismo.
Resposta C.
Comentário: Foi no Romantismo que os poetas passaram a produzir
poemas cujas temáticas eram o mal-estar frente à sociedade e aos
indivíduos, a imaginação do poeta em oposição ao excesso de
formalismo e rebuscamento do Barroco, entre outras.
Caminho
Tenho sonhos cruéis; n’alma doente
Sinto um vago receio prematuro.
Vou a medo na aresta do futuro,
Embebido em saudades do presente...
Saudades desta dor que em vão procuro
Do peito afugentar bem rudemente,
Devendo, ao desmaiar sobre o poente,
Cobrir-me o coração dum véu escuro!...
Porque a dor, esta falta d’harmonia,
Toda a luz desgrenhada que alumia
As almas doidamente, o céu d’agora,
Sem ela, o coração é quase nada:
Um sol onde expirasse a madrugada,
Porque é só madrugada quando chora.
[...]
Camilo Pessanha, no contexto geral de sua obra, trata do sentimento de dor. Com
base nisso, considere as seguintes afirmações a respeito do soneto acima:
I. O sentimento de dor, metaforizado pelo sol, é rejeitado pelo poeta porque lhe
provoca sonos cruéis.
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II. O sentimento de dor, metaforizado pela madrugada, ainda enquanto sofrimento, é
essencial ao coração humano.
III. A dor, metaforizada pelo sol, é rejeitada pelo poeta porque falta a ela um pouco de
harmonia.
IV. O poeta experimenta um sentimento ambivalente em relação à dor.
Interpreta corretamente o soneto o que se afirma apenas em:
I.
Comentário: A poética de Camilo Pessanha é carregada de
música, sugestões e símbolos, bem ao gosto do Simbolismo. 
Na tradição simbolista, a arte poética é associada à música. Veem-se nos poemas de
Camilo Pessanha. Das informações a seguir, qual NÃO colabora a essa associação?
Descrição objetiva de uma situação ou cena colabora na
musicalidade poética.
Títulos, tais como Viola chinesa e Violoncelo, de Camilo Pessanha,
são sugestivos dessa musicalidade nos poemas simbolistas.
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Trechos poéticos como “Só, incessante, um som de flauta chora, /
Viúva, grácil, na escuridão tranquila, /
– Perdida voz que de entre as mais se exila, /
– Festões de som dissimulando a hora – “, de Camilo Pessanha,
mostram a relação entre música e poema.
Trechos poéticos como “Mas que cicatriz melindrosa /
Há nele que essa viola ofenda / E faz que as asitas distenda /
Numa agitação dolorosa?”, de Camilo Pessanha, imitam um som, que
no caso é o de viola chinesa, por meio da repetição de fonemas
nasais (ofenda/ distenta).
As rimas e o ritmo ajudam na musicalidade poética simbolista.
Descrição objetiva de uma situação ou cena colabora na
musicalidade poética.
Resposta E.
Comentário: Aspectos técnico-estilísticos, formais, sintáticos,
semânticos colaboram na relação poema e música, ou seja, são
responsáveis pela musicalidade do poema simbolista.
Num bairro moderno
Dez horas da manhã; os transparentes
Matizam uma casa apalaçada;
Pelos jardins estancam-se os nascentes,
E fere a vista, com brancuras quentes,
A larga rua macadamizada.
Rez-de-chaussée repousam sossegados,
Abriram-se, nalguns, as persianas,
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E dum ou doutro, em quartos estucados
Ou entre a rama dos papéis pintados,
Reluzem, num almoço, as porcelanas.
Como é saudável ter o seu conchego,
E sua vida fácil! Eu descia,
Sem muita pressa, para o meu emprego,
Aonde agora quase sempre chego
Com as tonturas duma apoplexia.
[...]
A leitura dessas estrofes de Cesário Verde permite a seguinte análise.
A postura aí assumida é eminentemente expressionista, na medida
em que esse poeta deforma o real, seguindo os pressupostos do
ideário naturalista.
A postura aí assumida é eminentemente expressionista, na medida
em que esse poeta deforma o real, seguindo os pressupostos do
ideário naturalista.
A subjetividade do “eu lírico” é permeada por profunda emoção –
um resquício da estética romântica que entra em contradição com
o ideário realista que o poeta abraçou.
Na abordagem do real, o “eu lírico” comporta-se como um
observador frio e impessoal das pessoas e das coisas, conforme
determinavam os postulados do Realismo.
A subjetividade desse poeta emana diretamente da observação do
real, que lhe ativa as sensações, levando-o a promover juízos de
valor.
A objetividade desse poeta é fotográfica, por isso mesmo altamente
comprometida com o ideário positivista em voga no tempo.
Resposta A.
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Comentário: Participante do Realismo português, Cesário Verde tem,
porém, uma visão subjetiva a ponto de estudiosos discutirem se ele é
de fato poeta realista. Essa visão do poeta se manifesta em um
impressionismo pictórico, pois a impressão do real importa mais do que
a representação do real. 
Os versos abaixo são do português Soares de Passos.
Vai alta a lua! na mansão da morte
Já meia-noite com vagar soou.
Que paz tranquila; dos vaivénsda sorte
Só tem descanso quem ali baixou.
Que paz tranquila!... mas eis longe, ao longe
Funérea campa com fragor rangeu;
Branco fantasma semelhante a um monge,
Dentre os sepulcros a cabeça ergueu.
Esses versos caracterizam o Ultrarromantismo devido:
ao gosto pelo fúnebre e ao tom melodramático.
à beleza estética.
à predestinação para a grandeza.
ao gosto pelo fúnebre e ao tom melodramático.
à relação entre Deus e o homem.
à introspecção subjetiva.
Resposta C.
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Comentário: A posição do sujeito poético frente à morte é de
dramaticidade. Parece-nos que o sujeito está à espera da morte.
Paisagens de inverno II
Passou o outono já, já torna o frio... 
– Outono de seu riso magoado. 
Álgido inverno! Oblíquo o sol, gelado... 
– O sol, e as águas límpidas do rio. 
Águas claras do rio! Águas do rio, 
Fugindo sob o meu olhar cansado, 
Para onde me levais meu vão cuidado? 
Aonde vais, meu coração vazio? 
Ficai, cabelos dela, flutuando, 
E, debaixo das águas fugidias, 
Os seus olhos abertos e cismando... 
Onde ides a correr, melancolias? 
– E, refratadas, longamente ondeando, 
As suas mãos translúcidas e frias... 
Sobre este poema de Camilo Pessanha, pode-se afirmar:
O tempo é associado à água (fugidias do rio) e às estações do ano.
O tema é a decepção com a própria vida e o desejo de não existir.
O uso dos pronomes pessoais (eu, me) e dos possessivos (meu,
minha, meus) coloca o eu lírico e sua crise existencial no cerne da
poesia.
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As imagens referem-se à vida da infância rural, causando
sofrimento no interior do poeta.
A referência à água remete à passagem do tempo e,
consequentemente, à passagem da vida.
A água permite fuga sem retorno aos locais mais distantes.
O tempo é associado à água (fugidias do rio) e às estações do ano.
Resposta E.
Comentário: A mudança de estação e a força da água
com que corre denotam a rápida progressão temporal.
Que alternativa contém apenas características românticas?
Sentimentalismo – valorização da natureza – religiosidade –
egocentrismo – miscigenação dos gêneros literários –
metaforização.
Fusionismo – dualismo – sentido dilemático da vida – oposições,
paradoxos e antítese – metaforização.
Simplicidade – bucolismo – pastoralismo – relacionalismo –
“poesia de gramática”.
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Sentimentalismo – valorização da natureza – religiosidade –
egocentrismo – miscigenação dos gêneros literários –
metaforização.
Formalismo – temas greco-latinos e patrióticos – preferência pelas
formas fixas e versos alexandrinos – impassibilidade – denotação
– descritivismo.
Musicalidade – sinestesia – sugestão – não separação de sujeito e
objeto – metaforização – fusão de concreto + abstrato.
Resposta C.
Comentário: Voltados essencialmente para o eu lírico, os poemas do
Romantismo refletiam os sentimentos do sujeito, bem como seu
egocentrismo. Além disso, a natureza e a religiosidade fazem parte do
Romantismo. As características da alternativa “a” fazem parte do
Barroco; da alternativa “b”, do Arcadismo; da alternativa “d”, do
cclassicismo; e da alternativa “e”, do Simbolismo.
Relacione as colunas.
Coluna A Coluna B
1. Barroco. ( ) Exacerbação do sentimento, envolto numa visão de
amor idealista.
2. Arcadismo. ( ) Visão dualista do universo, refletida numa linguagem
antitética.
3. Romantismo ( ) Expressão constante e quase monótona da
fugacidade da vida.
 ( ) Ênfase na incorrespondência amorosa das tiranas
donzelas.
 ( ) Sobre exaltação da beleza feminina, superior aos
elementos da
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 Natureza.
 De cima para baixo, a resposta correta é: 
3, 1, 2, 2, 1. 
3, 1, 1, 2, 1.
2, 1, 1, 3, 2.
1, 3, 2, 1, 2.
3, 1, 2, 2, 1. 
2, 1, 2, 3, 1.
Resposta D.
Comentário: Cada período literário é marcado por características mais
específicas que justamente opõem um período e outro. No caso do
Romantismo, por exemplo, os poemas são exaltados no que diz
respeito ao sujeito poético e aos seus sentimentos e ideias.
Tormento do ideal
Conheci a Beleza que não morre
E fiquei triste. Como quem da serra
Mais alta que haja, olhando aos pés a terra
E o mar, vê tudo, a maior nau ou tôrre,
Minguar, fundir-se, sob a luz que jorre:
Assim eu vi o Mundo e o que ele encerra
Perder a cor, bem como a nuvem que erra
Ao pôr do Sol e sobre o mar discorre.
Pedindo a forma, em vão, a ideia pura,
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Tropeço em sombras na matéria dura,
E encontro a imperfeição de quanto existe.
Recebi o batismo dos poetas,
E, assentado entre as formas incompletas,
Para sempre fiquei pálido e triste.
Esse soneto é de Antero de Quental. As afirmações abaixo referem-se ao verso
“Recebi o batismo dos poetas” que exprime:
I. Evidente postura religiosa assumida por Antero de Quental, que lhe permite ver a
Beleza como se fosse uma autêntica alegria de Deus.
II. A convicção de que o poeta é fadado a contemplar a Beleza, o que tem como
consequência a sensação de imperfeição do mundo e o sentimento de melancolia.
III. A ideia de que a contemplação da Beleza depende exclusivamente de sua vontade
e de sua razão, conforme ditavam os princípios do realismo oitocentista.
É correto o que se afirma em:
II, apenas.
III, apenas.
II, apenas.
I, II e III.
I e II, apenas.
II e III, apenas.
Resposta B.
Comentário: As obras de Antero de Quental passaram por três fases:
uma sobre juventude, outra sobre revolução, militante, e, por fim, uma
de tom metafísico, voltada para a expressão da angústia de quem
busca um sentido para a existência, tal como percebemos no poema
lido que trata da contemplação da beleza e sentimento de melancolia.
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