Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Instituto de Matema´tica - IM/UFRJ Ca´lculo Diferencial e Integral IV - MAC248 Primeira prova unificada - Escola Polite´cnica / Escola de Qu´ımica - 20/05/2010 Questa˜o 1: (2.0 pontos) (a) (1.0 ponto) Verifique se a se´rie ∞∑ n=2 (−1)n n √ ln(n) e´ absolutamente convergente, condicional- mente convergente, ou divergente. (b) (1.0 ponto) Determine o raio e o intervalo de convergeˆncia da se´rie de poteˆncias ∞∑ n=1 (x− 3)3n n28n Questa˜o 2: (2.0 pontos) (a) (1.0 ponto) Encontre a se´rie de Maclauren da func¸a˜o f(x) = x2e−x, em torno do ponto x = 0, e o respectivo raio de convergeˆncia. Sugesta˜o: use a se´rie de Maclauren de g(x) = ex em torno de x = 0. (b) (1.0 ponto) Usando o ı´tem (a) e derivac¸a˜o da se´rie de poteˆncias, mostre que ∞∑ n=1 (−1)n2n+1(n+ 2) n! = −4. Questa˜o 3: (3.5 pontos) (a) (1.0 ponto) Expresse a func¸a˜o f(t) = { 1/2; 0 ≤ t < pi 2 cos(pi − t); pi ≤ t. usando a func¸a˜o degrau e calcule a sua transformada de Laplace L(f). (b) (2.5 pontos) Resolva o seguinte problema de valor inicial:{ y′′(t)− 4y′(t) + 4y(t) = (h ∗ g)(t) y(0) = 0, y′(0) = 1; onde h(t) = e−2t e g(t) = u1(t). Questa˜o 4: (2.5 pontos) Considere a equac¸a˜o diferencial (2x2 − 1)y′′(x) + 3xy′(x) + xy(x) = 0 (∗) (a) (1.0 ponto) Verifique que x = 0 e´ ponto ordina´rio da equac¸a˜o. Encontre a relac¸a˜o de recorreˆn- cia da soluc¸a˜o em se´rie de poteˆncias de (∗), em torno de x = 0. (b) (1.0 ponto) Encontre a soluc¸a˜o geral da equac¸a˜o (∗) em torno de x = 0, explicitando as duas soluc¸o˜es linearmente independentes (bastam os quatro primeiros termos de cada soluc¸a˜o). (c) (0.5 ponto) Determine o raio de convergeˆncia mı´nimo para a soluc¸a˜o encontrada no ı´tem (b). Regras: • Durac¸a˜o da prova: 120 minutos • Na˜o e´ permitido ( nem necessa´rio ) o uso de calculadoras, consulta a qualquer fonte e nem se ausentar da sala por qualquer motivo. • Mantenham os celulares e similares desligados e dentro das bolsas/mochilas. As bolsas e mochilas devera˜o ser guardadas na mesa do professor ou junto ao quadro em local afastado do aluno. TABELA DE TRANSFORMADAS DE LAPLACE NO VERSO Pa´gina 1 de 2 Ca´lculo Diferencial e Integral IV - MAC248 Primeira prova unificada - Escola Polite´cnica / Escola de Qu´ımica - 20/05/2010(continuac¸a˜o) Tabela Ba´sica de Transformadas de Laplace • L {1} = 1 s , s > 0 • L {uc(t)} = e −cs s , s > 0 • L{eat} = 1 s− a , s > a • L {tn} = n! sn+1 , s > 0, com n sendo um inteiro • L {sen at} = a s2 + a2 , s > 0 • L {cos at)} = s s2 + a2 , s > 0 • L {uc(t).g(t− c)} = e−csG(s) • L{ectg(t)} = G(s− c) • L {(f ∗ g)(t)} = L {∫ t 0 f(t− τ)g(τ)dτ } = F (s).G(s) • L{f (n)(t)} = snF (s)− sn−1f(0)− · · · − f (n−1)(0) • L {(−t)nf(t)} = F (n)(s) Pa´gina 2 de 2 Instituto de Matema´tica - IM/UFRJ Ca´lculo Diferencial e Integral IV - MAC248 Gabarito prim. prova unificada - Escola Polite´cnica / Escola de Qu´ımica - 20/05/2010 Questa˜o 1: (2.0 pontos) (a) (1.0 ponto) Verifique se a se´rie ∞∑ n=2 (−1)n n √ ln(n) e´ absolutamente convergente, condicional- mente convergente, ou divergente. Soluc¸a˜o: Consideremos a se´rie de valores absolutos ∞∑ n=2 1 n √ ln(n) , seja f(x) = 1 x √ ln(x) , x ≥ 2 como f ′(x) = − 2ln(x) + 1 2x2(ln(x))3/2 < 0 para x ≥ 2, f(x) e´ decrescente. Ale´m disso f(x) e´ cont´ınua pois 1 x e´ continua para x > 0, 1√ y e´ continua para y > 0 e finalmente ln z > 0 e´ continua para z > 1, e f(n) = 1 n √ ln(n) , portanto pode-se usar o Teste da Integral ∫ ∞ 2 dx x √ ln(x) = lim A→∞ 2(ln(x))1/2 ∣∣A 2 =∞, concluimos que a se´rie ∞∑ n=2 ∣∣∣∣∣ (−1)nn√ln(n) ∣∣∣∣∣ e´ divergente. Seja agora bn = 1 n √ ln(n) > 0. Temos que lim n→∞ bn = lim n→∞ 1 n √ ln(n) = 0. E tambe´m que bn > bn+1, n ≥ 2 (provado acima pois, bn = f(n) ). Assim, pelo Teste da Se´rie Alternada, conclui-se que ∞∑ n=2 (−1)n n √ ln(n) e´ convergente. Portanto a se´rie ∞∑ n=2 (−1)n n √ ln(n) e´ condicionalmente convergente. (b) (1.0 ponto) Determine o raio e o intervalo de convergeˆncia da se´rie de poteˆncias ∞∑ n=1 (x− 3)3n n28n Soluc¸a˜o: Seja an = (x− 3)3n n28n , usando o Teste da Raza˜o lim n→∞ ∣∣∣∣an+1an ∣∣∣∣ = limn→∞ |x− 3|3n+3|x− 3|3n n2(n+ 1)2 8n8n+1 = |x− 3|38 limn→∞ n2(n+ 1)2 = |x− 3|38 , Pa´gina 1 de 6 Ca´lculo Diferencial e Integral IV - MAC248 Gabarito prim. prova unificada - Escola Polite´cnica / Escola de Qu´ımica - 20/05/2010(continuac¸a˜o) logo a se´rie converge absolutamente para todo x tal que |x− 3|3 8 < 1 ⇔ |x− 3|3 < 8 ⇔ |x− 3| < 2, o raio de convergeˆncia da se´rie e´ R = 2. Encontremos agora o intervalo de convergeˆncia, temos que |x− 3| < 2 ⇔ −2 < x− 3 < 2 ⇔ 1 < x < 5. Logo os extremos do intervalo sa˜o x = 1 e x = 5. Substituindo o valor de x = 1 na se´rie de poteˆncias: ∞∑ n=1 (1− 3)3n n28n = ∞∑ n=1 (−1)3n8n n28n = ∞∑ n=1 (−1)n n2 converge absolutamente, pois ∞∑ n=1 1 n2 e´ convergente pois uma e´ p-se´rie onde p = 2 > 1. Substituindo o valor de x = 5 na se´rie de poteˆncias: ∞∑ n=1 (5− 3)3n n28n = ∞∑ n=1 8n n28n = ∞∑ n=1 1 n2 convergente. Portanto o intervalo de convergeˆncia da se´rie e´ [1, 5]. Questa˜o 2: (2.0 pontos) (a) (1.0 ponto) Encontre a se´rie de Maclauren da func¸a˜o f(x) = x2e−x, em torno do ponto x = 0, e o respectivo raio de convergeˆncia. Sugesta˜o: use a se´rie de Maclauren de g(x) = ex em torno de x = 0. Soluc¸a˜o: Sabemos que g(x) = ex = ∞∑ n=0 xn n! , tem raio de convergeˆncia R =∞. Enta˜o f(x) = x2e−x = x2 ∞∑ n=0 (−x)n n! = ∞∑ n=0 (−1)n n! xn+2, logo x2e−x = ∞∑ n=0 (−1)n n! xn+2 abs. convergente ∀x ∈ R (1) tambe´m tem raio de convergeˆncia R =∞. (b) (1.0 ponto) Usando o ı´tem (a) e derivac¸a˜o da se´rie de poteˆncias, mostre que ∞∑ n=1 (−1)n2n+1(n+ 2) n! = −4. Pa´gina 2 de 6 Ca´lculo Diferencial e Integral IV - MAC248 Gabarito prim. prova unificada - Escola Polite´cnica / Escola de Qu´ımica - 20/05/2010(continuac¸a˜o) Soluc¸a˜o: Como a se´rie (1) converge absolutamente, podemos derivar. Derivando cada lado da equac¸a˜o (1), obtem-se 2xe−x − x2e−x = { ∞∑ n=0 (−1)n n! xn+2 }′ = { x2 − x 3 1! + x4 2! + ... + (−1)nx n+2 n! + ... }′ = 2x− 3x 2 1! + ... + (−1)n(n+ 2)x n+1 n! + ... = ∞∑ n=0 (−1)n n! (n+ 2)xn+1 assim obtemos a seguinte igualdade 2xe−x − x2e−x = ∞∑ n=0 (−1)n(n+ 2) n! xn+1, tomando x = 2, 0 = ∞∑ n=0 (−1)n(n+ 2) n! 2n+1 ⇒ ∞∑ n=1 (−1)n(n+ 2)2n+1 n! = −4. Questa˜o 3: (3.5 pontos) (a) (1.0 ponto) Expresse a func¸a˜o f(t) = { 1/2; 0 ≤ t < pi 2 cos(pi − t); pi ≤ t. usando a func¸a˜o degrau e calcule a sua transformada de Laplace L(f). Soluc¸a˜o: Observe que cos (pi − t) = cos (t− pi), enta˜o f(t) = (u0(t)− upi(t))1 2 + upi(t)2 cos (t− pi), portanto F (s) = L{f(t)} = e −0s s 1 2 − e −pis s 1 2 + 2 e−piss s2 + 1 = 1 2s − e −pis 2s + 2e−piss s2 + 1 . (b) (2.5 pontos) Resolva o seguinte problema de valor inicial:{ y′′(t)− 4y′(t) + 4y(t) = (h ∗ g)(t) y(0) = 0, y′(0) = 1; Pa´gina 3 de 6 Ca´lculo Diferencial e Integral IV - MAC248 Gabarito prim. prova unificada - Escola Polite´cnica / Escola de Qu´ımica - 20/05/2010(continuac¸a˜o) onde h(t) = e−2t e g(t) = u1(t). Soluc¸a˜o: Como h e g sa˜o continuas por partes. Vemos que f(t) = (h ∗ g)(t) tem Transformada de Laplace F (s) = L{h(t)}L{g(t)} = 1 s+ 2 e−s s . Aplicando a Transformada de Laplace em ambos os lados da EDO obtemos (s2 − 4s+ 4)Y (s)− 1 = e −s s(s+ 2) , segue que Y (s) = 1 (s− 2)2 + e−s s(s+ 2)(s− 2)2para s > 0. Usando a tabela de Transformadas de Laplace obtemos y(t) =L−1 { 1 (s− 2)2 } + L−1 { e−s s(s+ 2)(s− 2)2 } =te2t + u1(t)z(t− 1), (2) aplicando frac¸o˜es parciais e usando a tabela de Transformadas de Laplace z(t) =L−1 { 1 s(s+ 2)(s− 2)2 } =L−1 { 1 8s − 1 32(s+ 2) − 3 32(s− 2) + 1 8(s− 2)2 } = 1 8 − e −2t 32 − 3e 2t 32 + te2t 8 , (3) por (2) and (3) segue que y(t) = te2t + u1(t) ( 1 8 − e −2(t−1) 32 − 3e 2(t−1) 32 + (t− 1)e2(t−1) 8 ) . Questa˜o 4: (2.5 pontos) Considere a equac¸a˜o diferencial (2x2 − 1)y′′(x) + 3xy′(x) + xy(x) = 0 (∗) (a) (1.0 ponto) Verifique que x = 0 e´ ponto ordina´rio da equac¸a˜o. Encontre a relac¸a˜o de recorreˆn- cia da soluc¸a˜o em se´rie de poteˆncias de (∗), em torno de x = 0. Soluc¸a˜o: Como P (x) = 2x2−1, Q(x) = 3x e R(x) = x, sa˜o anal´ıticos (polinoˆmios) e P (0) = −1 6= 0, enta˜o x = 0 e´ ponto ordina´rio da equac¸a˜o. Temos que: y(x) = ∞∑ n=0 anx n abs. convergente |x| < R (4) Pa´gina 4 de 6 Ca´lculo Diferencial e Integral IV - MAC248 Gabarito prim. prova unificada - Escola Polite´cnica / Escola de Qu´ımica - 20/05/2010(continuac¸a˜o) e y′(x) = ∞∑ n=1 nanx n−1 ⇒ y′′(x) = ∞∑ n=2 n(n− 1)anxn−2 abs.convergente |x| < R Substituindo as equac¸o˜es dadas em (4) na EDO resulta que: (2x2 − 1) ∞∑ n=2 n(n− 1)anxn−2 + 3x ∞∑ n=1 nanx n−1 + x ∞∑ n=0 anx n = 0, em |x| < R equivalentemente ∞∑ n=0 (2n(n− 1) + 3n)anxn − ∞∑ n=0 (n+ 2)(n+ 1)an+2x n + ∞∑ n=1 an−1xn = 0, escrevendo os primeiros termos para comec¸ar as somas a partir de 1, obtemos −2a2 + ∞∑ n=1 {n(2n+ 1)an − (n+ 2)(n+ 1)an+2 + an−1}xn = 0 para |x| < R (5) da equac¸a˜o (5) e usando propriedades, deduzimos: a2 = 0, an+2 = n(2n+ 1)an + an−1 (n+ 2)(n+ 1) , ∀n ≥ 1. (6) (b) (1.0 ponto) Encontre a soluc¸a˜o geral da equac¸a˜o (∗) em torno de x = 0, explicitando as duas soluc¸o˜es linearmente independentes (bastam os quatro primeiros termos de cada soluc¸a˜o). Soluc¸a˜o: Da equac¸a˜o (6) temos que a2 = 0. Escolhendo valores sucessivos de n na equac¸a˜o (6) temos: Para n = 1: a3 = a1 2 + a0 6 . (7) Para n = 2: a4 = a1 12 . Para n = 3: a5 = 21a3 20 ⇒ a5 = 21 40 a1 + 7 40 a0. Para n = 4: a6 = 36a4 + a3 30 ⇒ a6 = 7 60 a1 + 1 180 a0. Substituindo esses coeficientes na equac¸a˜o y(x) = ∑∞ n=0 anx n temos y(x) = a0(1 + 1 6 x3 + 7 40 x5 + 1 180 x6 + · · · ) + a1(x+ 1 2 x3 + 1 12 x4 + 21 40 x5 + · · · ). Portanto, as duas soluc¸o˜es linearmente independentes sa˜o: y1(x) = 1 + 1 6 x3 + 7 40 x5 + 1 180 x6 + · · · , y2(x) = x+ 1 2 x3 + 1 12 x4 + 21 40 x5 + · · · Pa´gina 5 de 6 Ca´lculo Diferencial e Integral IV - MAC248 Gabarito prim. prova unificada - Escola Polite´cnica / Escola de Qu´ımica - 20/05/2010(continuac¸a˜o) (c) (0.5 ponto) Determine o raio de convergeˆncia mı´nimo para a soluc¸a˜o encontrada no ı´tem (b). Soluc¸a˜o: Temos neste caso que p(x) = Q(x) P (x) = 3x 2x2 − 1 , q(x) = R(x) P (x) = x 2x2 − 1 . Usando as propriedades da se´rie geome´trica, observe que 1 2x2 − 1 = − 1 1− 2x2 = − ∞∑ n=0 (−2x2)n = ∞∑ n=0 (−1)n+12nx2n, e a se´rie converge absolutamente para todo nu´mero real x, tal que 2x2 < 1⇔ |x| < 1/√2. Logo o raio de convergeˆncia de p(x), Rp = 1/ √ 2 e o raio de convergeˆncia de q(x), Rq = 1/ √ 2. Seja Ry o raio de convergeˆncia para a soluc¸a˜o encontrada no ı´tem (b), enta˜o Ry ≥ min{Rp, Rq} = 1√ 2 . Pa´gina 6 de 6
Compartilhar