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O conceito de derivada deve fazer parte do currículo do Ensino Médio? Muito se tem discutido sobre o currículo de matemática nos ensinos fundamental e médio das escolas brasileiras. Um tema presente nesses debates é o ensino de derivada no ensino médio. Há quem defenda que uma abordagem do conceito ainda no ensino médio traria benefícios para o aluno. Como ponto positivo podemos destacar que o aluno se sentiria motivado de estudar um assunto que normalmente é visto apenas no ensino superior. Ao se deparar com o assunto na universidade, o aluno não encararia com estranheza. Além disso, o conceito de derivada daria sentido a assuntos do ensino médio como o estudo de gráfico de funções, por exemplo. A interdisciplinaridade seria explorada também, no sentido de que o aluno poderia deduzir algumas fórmulas de física em vez de decorá-las. Por outro lado, um aluno do ensino médio não possui maturidade necessária para o aprendizado de um conceito como esse. Apesar de não ser um assunto muito complexo e abstrato, o professor, antes de falar em derivada, deve abordar minimamente o conceito de limite e esse sim é um conceito bastante abstrato para ser dado no ensino médio. Como agravante, temos em nosso cenário uma preparação fraca dos professores para ensinar conteúdo de cálculo no ensino médio. De acordo com a comunicação “CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL NO ENSINO MÉDIO: uma análise nas escolas de ensino médio da cidade do Natal/RN” de Anderson Guimarães Guedes (IFESP), pouco mais de 40% dos professores acham que possuem um preparo bom para ensinar elementos de cálculo no ensino médio. No restante, 25% acham seu preparo ruim e 22% dos professores acham seu preparo péssimo. Podemos perceber que esses dados não acontecem somente em Natal. Vemos essa situação em todo o Brasil. Com base no exposto, podemos concluir que acrescentar o conceito de derivada no currículo do ensino médio não é uma boa ideia. Pelo menos não agora. Antes de pensar em inserir o assunto no currículo, devemos debater a capacitação dos professores e um melhor planejamento para o cronograma atual. Em um futuro não muito próximo onde temos professores bem formados e tempo suficiente para trabalhar podemos discutir melhor o ensino de elementos do cálculo no ensino médio.
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