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Disciplina: MANEJO DA IRRIGAÇÃO Tema: UMIDADE DO SOLO Data: 1; 8; 10 e 22 / 6 / 2017 Semestre: I / 2017 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS CURSO DE AGRONOMIA Professor: Silvânio Rodrigues dos Santos OBJETIVO DA AULA Apresentar os conceitos e pontos de umidade do solo de interesse na irrigação bem como os principais métodos de determinação. 29/06/2017 1. CONCEITOS E APLICAÇÕES A solução do solo é expressa em termos proporcionais tanto com base em massa quanto em volume. 29/06/2017 Em que: U = umidade em base massa (g g-1); Ma = massa de água (g); Ms = Massa da fração sólida do solo (g); θ = Umidade em base volumétrica (cm3 cm-3); Va = volume de água (cm3); Vt = volume total do solo (cm 3). Para se calcular o volume (ou lâmina) de água a ser reposto(a) ao solo visando mantê-la mais facilmente disponível às plantas, é utilizada a umidade em base volume. Caso seja necessário, pode-se calcular o seu valor à partir da umidade em base massa. 29/06/2017 Em que: Ds = Densidade relativa do solo (adimensional); ρs = Massa específica do solo (g cm -3); ρa = Massa específica da água (g cm -3) = 1,0 g cm-3. 1. CONCEITOS E APLICAÇÕES 2. PONTOS DE UMIDADE 2.1. Capacidade de campo (θcc): Limite superior de água armazenada no solo uma vez que há equilíbrio entre o Ψg e o Ψm do solo. 29/06/2017 Medido em campo (método da bacia) ou estimado à partir da curva de retenção de água no solo: solo arenoso: Ψm = -6 kPa a -10 kPa; solo de textura média: Ψm = -10 kPa e solo argiloso: Ψm = -33 kPa. Método da bacia: 29/06/2017 Variação da umidade com o tempo de um solo classe textural Franco (areia = 31,0 dag kg-1; silte = 43,0 dag kg-1; argila = 26,0 dag kg-1), na camada de 0-0,20 m. Montalvânia-MG, 2010. UCC = 0,304 g g -1 (19,44 h após saturação). (θCC = 0,426 cm 3 cm-3) 2. PONTOS DE UMIDADE y = 0.3865x-0.081 R² = 0.9323 0.24 0.25 0.26 0.27 0.28 0.29 0.30 0.0 50.0 100.0 150.0 200.0 250.0 300.0 350.0 Um id ad e (g g -1 ) Tempo (h) C ri té ri o a d o ta d o : a U C C c o rr e s p o n d e à v a ri a ç ã o e m t o rn o d a m é d ia n o i n te rv a lo d e 2 4 h o ra s ( d U / d T = 0 ,1 * U / 2 4 ) 29/06/2017 y = -0.016ln(x) + 0.319 R² = 0.9591 y = -0.015ln(x) + 0.2955 R² = 0.9762 y = -0.014ln(x) + 0.3139 R² = 0.9791 y = -0.015ln(x) + 0.3057 R² = 0.9757 0.18 0.2 0.22 0.24 0.26 0.28 0.3 0.32 0.0 100.0 200.0 300.0 400.0 500.0 600.0 700.0 θ (m 3 m -3 ) Tempo (h) θ0-20 θ20-40 θ40-60 θ60-80 Logaritmo (θ0-20) Logaritmo (θ20-40) Logaritmo (θ40-60) Logaritmo (θ60-80) Variação da umidade com o tempo no perfil de um Latossolo Vermelho eutrófico. Janaúba-MG, 2012. θcc (cm3 cm-3): θcc0-20 θcc20-40 θcc40-60 θcc60-80 0.2746 0.2549 0.2770 0.2651 16 h 15 h 14 h 15 h 2. PONTOS DE UMIDADE F ra n c o a rg ilo -a re n o s o ( a re ia = 4 7 d a g k g -1 ; s ilt e = 1 9 d a g k g -1 ; a rg ila = 3 4 d a g k g -1 ) 2.2. Ponto de murcha permanente (θpmp): Limite inferior de água armazenada no solo no qual as plantas não conseguem absorver água. 29/06/2017 Mais comumente estimado à partir da curva de retenção de água no solo: Ψm = -1500 kPa. 2.3. Umidade crítica (θc): Umidade mínima do solo irrigado sem haver prejuízos na produção de determinada cultura. Pode ser obtido em condições experimentais; estimado à partir da curva de retenção de água no solo ou mediante o fator de disponibilidade de água (f). 2. PONTOS DE UMIDADE 29/06/2017 2. PONTOS DE UMIDADE fquadro22FAO56 = fator de disponibilidade de água tabelado, segundo Allen et al. (2006), adimensional (válido para o intervalo: 0,1 ≤ f ≤ 0,8); ETc = Evapotranspiração da cultura esperada (média histórica) para cada fase (mm d-1). 2.4. Umidade atual (θa): umidade medida em determinada momento visando o monitoramento em relação aos pontos descritos acima. 29/06/2017 Monitoramento da umidade do solo em área cultivada por bananeira ‘prata-anã’ cuja irrigação é manejada até a profundidade de 0,6 m. 2. PONTOS DE UMIDADE 0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5 0.14 0.16 0.18 0.20 0.22 0.24 0.26 0.28 0.30 0.32 0.34 0.36 Irri ga çã o / Ch uv a ( mm ) Um ida de (c m3 cm -3 ) Dia θ0-20 θ20-40 θ40-60 θ60-80 θccmédia θcrítmédia θpmpmédia Irrig./Precip. Efetiva 3. MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DIRETO: Gravimétrico (Padrão de Estufa) INDIRETOS: - Resistência elétrica (Boyoucos e Watermark); - Tensiometria; - TDR (time domain reflectometry). 29/06/2017 3.1. Método da Estufa Procedimento: - Retirar a amostra da profundidade desejada - Colocar em recipiente fechado - Determinar a massa do conjunto (amostra + recipiente) - Abrir o recipiente e levá-lo para a estufa (105 ºC) durante 24 horas - Pesar o conjunto com a amostra seca 29/06/2017 3. MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO Exemplo: - Massa do recipiente (Tara) = 109,98 g; - Tara + Amostra úmida = 229,89 g; - Tara + Amostra seca = 204,75 g a) Qual a umidade com base em massa? Resposta: U = 0,2653 g g-1 b) Sabendo que a massa específica do solo em questão é 1,32 g cm-3, qual a umidade em volume? Resposta: θ = 0,35 cm3 cm-3 29/06/2017 Ms MsMu Ms Ma U 3.2. Método eletrométrico - Baseia-se na medida da resistência elétrica do solo - Praticidade e rapidez - Bloco de gesso, nylon ou fibra de vidro - A resistência elétrica do solo varia com o seu conteúdo de água úmido Resistência - A solução no interior do bloco entra em equilíbrio com a solução do solo; - Necessita de calibração 29/06/2017 3. MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO 3.3. Tensiometria 3. MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO Consiste na medição do potencial matricial (Ψm) do solo, ligado à retenção de água no solo. Ψt = Ψm + Ψg + Ψos + Ψp Retenção = capilaridade + adsorção. Tensiômetros 29/06/2017 Tipos: - Vacuômetro - Tensímetro - Tensiômetro de Hg 21 hh12,6h 0,098cL kPaL cmc * Como quantificar Ψm? 3.3.1. CURVA DE RETENÇÃO DE ÁGUA NO SOLO Potencial Obs 0-20 Mátrico q -ψm (kPa) (m 3 m-3) 2 0,3442 4 0,3227 6 0,2924 8 0,2957 10 0,2950 33 0,2629 50 0,2541 80 0,2338 100 0,2299 300 0,2118 500 0,2105 800 0,1942 1500 0,1927 1656,01985,12286,21 1337,04239,0 1337,0 q 9929,02 R Modelo de equação proposto por Van Genuchten (1980) mn rs r )*(1 )( qqqq 0.100 0.130 0.160 0.190 0.220 0.250 0.280 0.310 0.340 0.370 0.400 0.430 0 1 10 100 1000 θ (m 3 m -3 ) Tensão matricial (kPa) Obs 0-20 Mod 0-20 1.00 10.00 100.00 1000.00 10000.00 0.1300 0.1800 0.2300 0.2800 0.3300 T e n s ã o M a tr ic ia l (k P a ) Umidade (kg kg-1) Obs Modelo 9994,02 R 122,0 }1] )118,0( )118,0328,0( {[ 433,1/1302,0/1 q 3.3.1. CURVA DE RETENÇÃO DE ÁGUA NO SOLO 3.3. TDR (Time Domain Reflectometry) 3. MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO Consiste na medição do tempo de percurso de um pulsoeletromagnético ao longo de um caminho, constituído por uma sonda, que pode apresentar duas ou mais hastes metálicas, de comprimento conhecido. Este tempo de percurso está relacionado com a constante dielétrica média (ka) do meio no qual a sonda guia é inserida e depende do conteúdo de água no mesmo. 3.3. TDR (Time Domain Reflectometry) 3. MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO A constante dielétrica aparente (Ka) é dada por: )()()()( solodomatrizaáguaaaraSa kkkk Ar ka = 1 Água ka = 81 Solo ka = 3 a 5 Ka = [Δt * c / ( 2 * L )] ^ 2 Ka = (La / L) ^ 2 Δt = Intervalo de tempo que a onda percorre a sonda guia; c = Velocidade da luz no espaço livre; L = comp. da guia de sonda; La = Comprimento aparente da guia. 3.3. TDR (Time Domain Reflectometry) 3. MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO Umidade volumétrica do solo (θ) observada e estimada por modelos de regressão linear em função da constante dielétrica (Ka) nas diferentes profundidades. Janaúba – MG, 2012. *Coeficiente significativo ao nível de 1 %, pelo teste t. - Conceitos de umidade do solo; - Pontos de umidade de interesse no manejo da irrigação; - Métodos de determinação. SÍNTESE DA AULA BERNARDO, S.; SOARES, A. A.; MANTOVANI, E. C. Manual de irrigação. Viçosa: UFV, 8 ed., 2006. 625 p. REFERÊNCIAS CONSULTADAS MANTOVANI, E. C.; BERNARDO, S.; PALARETTI, L. F. Irrigação: princípios e métodos. 3. ed. Viçosa: Ed. UFV, 2009. 355 p. RICHARDT, K.; TIMM, L. C. Solo, planta e atmosfera: conceitos, processos e aplicações. Barueri, SP: Manole, 2004. 478 p. PIZARRO, F. Riegos localizados de alta frecuencia (RLAF): goteo, microaspersión, exudación. 3. ed. Madrid: Ediciones Mundi-Prensa, 1996. 511 p. OBRIGADO!
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