Buscar

Artigos científicos para auxilo de TCC - Mecanica dos solos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Estacas de Compactação de Material Granular em Solos Moles. 
 
Wandemyr Mata dos Santos Filho, MSc 
Departamento de Engenharia Civil - UNAMA – Universidade da Amazônia AlphaGeo Fundações 
Ltda– Belém, Pará, Brasil 
 
Moises de Jesus Grello da Silva 
Engenheiro Civil – Universidade da Amazônia – Belém, Pará, Brasil 
 
Camila Figueiredo Miranda 
Engenheiro Civil – Universidade da Amazônia – Belém, Pará, Brasil 
 
RESUMO: O objetivo deste trabalho é apresentar um estudo do comportamento de alguns 
parâmetros geotécnico de solos moles na região da grande Belém/PA, após a melhoria do solo com 
emprego da estaca de compactação de areia. Este procedimento é um método de melhoramento do 
solo de baixa resistência com o propósito de aumentar a sua capacidade de suporte e diminuir o 
coeficiente de recalque das fundações. A eficiência do método foi avaliada a partir de ensaios 
realizados antes e após a execução das estacas. Tais ensaios de campo incluíram, prova de carga em 
placas, sondagem SPT (standard penetration test), e de laboratório. Os resultados obtidos de prova 
de carga sobre as placas foram realizados e comparados com previsões obtidas pelo método de 
grelhas lineares e não lineares, aplicando os softwares computacionais disponíveis no mercado, 
conhecidos por EBERICK e TQS, a partir da retro análise dos ensaios. Este procedimento consegue 
prever e analisar os resultados de campo através da relação de Carga x Recalque do sistema de 
fundação. Será observada a eficiência do desempenho dessa solução através da relação S x D 
(Espaçamento x Diâmetro), para uma determina sessão de placa de Radier. 
 
PALAVRAS-CHAVE: Mecânica dos solos, software, sensibilidade estrutural. 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 Atualmente, a melhoria do solo tem se 
tornado parte de muitos projetos de engenharia 
civil. Com o crescimento dos grandes centros 
urbanos, há a necessidade cada vez maior, de se 
utilizarem solos de baixa resistência como 
suporte das fundações de grandes obras. Muitas 
técnicas de melhorias dos solos permitem a 
execução de tais obras, garantindo o uso 
adequado do solo satisfazendo os critérios 
técnicos e econômicos. Mitchell (1970) cita 
que, independente da técnica, o propósito do 
tratamento é eliminar o perigo de recalque 
excessivo, atendendo, assim, todos os índices 
de produtividade, custo, durabilidade, 
segurança e conforto. Embora, segundo Brito 
(1987), o custo de uma fundação bem projetada 
esteja em torno de 3% a 10% do valor da obra, 
existem exceções feitas em casos especiais nas 
etapas de concepções de projetos, execução e 
fiscalização do empreendimento. No caso 
específico desse trabalho, existe um aspecto 
relevante sob o ponto de vista econômico que é 
viabilizar o elemento de fundação do tipo radier 
como piso da unidade habitacional como forma 
de gerar economia em obra de grande escala. 
 
2 . MELHORAMENTO DO SOLO 
 
2.1 Técnicas Comuns 
 
Muitas técnicas são empregadas para o 
melhoramento de solos problemáticos. 
Conforme enfatizam Mitchel e Jardine (2002), 
isto se dá devido às necessidades específicas de 
cada obra, podendo, então, ser sobrepostas de 
maneira isolada ou mesmo conjugadas. A figura 
1 apresenta algumas alternativas à melhoria dos 
solos. 
 
 
 
Figura 1. Técnicas de melhoramento do solo 
 
2.1 Metodologia Proposta 
 
Em face da presença de solo mole no sitio 
experimental, pertencente a Área do 
estacionamento da Universidade da Amazonia – 
Unama, “Campus” Alcindo Cacela, cidade de 
Belém - PA, a ideia da realização das colunas 
de areia manualmente compactadas e 
regularmente distribuídas sob uma placa de 
radier com o tratamento de estacas de areia; 
foi a de incorporar ao subsolo material mais 
resistente e menos compressível, numa tentativa 
de melhorá-lo em suas propriedades de 
resistência e compressibilidade. 
 
3 METODOLOGIA CIENTIFICA 
 
3.1 Planejamento e Execução 
 
Devidos aos vários fatores que influenciam esse 
tipo de analise como a geometria do radier, 
propriedades físicas e mecânicas dos matérias, 
intensidade e forma de carregamento entre 
outras, e algumas delas foram previamente 
fixadas, de tal forma a serem possíveis ajustes 
aos métodos teóricos utilizados. 
 Portanto, a partir da caracterização 
geotécnica, construção dos modelos, aplicação 
dos carregamentos propostos e leitura de 
dimensionamento dos recalques, procurou-se 
obter informações reais da interação radier-solo 
nas condições experimentais, aumentando os 
dados locais disponíveis e melhorando as 
relações entre a previsão e o desempenho real. 
Buscar limites de segurança aceitáveis, maior 
durabilidade e obras mais baratas foram 
aspectos também considerados na escolha do 
método. 
 Quanto a escolha do local, se deu muito 
especificamente pela ocorrência de uma 
camada de solo mole existente no subsolo, 
sendo a mesma composta por argila mole 
orgânica, tipica da região metropolitana da 
cidade de Belém – PA. 
 
 
 
Figura 3 – Perfil geotécnico do solo na áea experimental 
 
3.2 Dimensionamento dos Radiers 
 
Os radiers foram dimensionados para atender a 
norma NBR 6118(2003) de forma a suportarem 
as cargas previstas para o experimento dentro 
do limite estabelecido pela norma. Para tanto, 
utilizou-se o programa EBERICK, adotando-se 
previamente o valor do coeficiente de recalque 
igual a 10MPa/m, mínimo encontrado na 
literatura técnica, citado por Velloso e Lopes 
(2004-2, p. 169). 
A partir da definição da geometria, 
caracterização do solo de fundação e definições 
dos casos de carregamento, utilizando 
elementos de placas quadradas apoiadas no 
solo. Com base nos esforços solicitantes, 
deformações e reações de apoios obtidos 
através do processamento da estrutura e 
verificações de tensões, o dimensionamento das 
placas de concreto armado foram feitas através 
dos valores obtidos pelo programa 
computacional. 
 
3.3 Cosntrução dos Radiers 
 
Obedecendo aos critérios e recomendações do 
projeto, os radiers foram construídos da forma 
explícita abaixo. Logo após a locação, fez-se o 
nivelamento das plataformas de implantação 
dos radiers com um corte médio de 10 cm em 
relação ao nivel do terreno. 
 Após a colocação das formas de madeira 
sobre este corte, foi distribuída e compactada 
uma camada de areia média, com espessura de 
aproximadamente 2cm, com a finalidade de 
propiciar uma condição adequada à execução 
das armaduras. Feitas com barras de aço CA-60, 
com 6.0 mm de diâmetro e armadas com 4 m de 
comprimento, sua montagem foi feita em 
grelha. A primeira foi a armadura inferior, 
malhas quadradas com espaçamentos de 25cm, 
com seus devidos espaçadores de concreto de 
1,5cm posicionados a cada quatro unidades por 
metro quadrado (4 unid/m2). Depois, feita a 
outra etapa, constituída da montagem da 
ferragem superior por cima da inferior e 
transposta em cruz com o mesmo espaçamento 
e formando grelhas de quadrados com 
seguimentos de 25cm x 25cm, formando 
quadrados de 625cm2. 
 As armaduras foram realizadas em cima da 
plataforma a fim de agilizar e facilitar a 
montagem e construção da mesma. 
 Em relação ao cobrimento adotado para as 
armaduras, atendendo ao mínimo recomendado 
pela NBR 6118 (2003) ou 2cm, explicita-se que 
a armadura seria desnecessária segundo o 
dimensionamento estrutural realizado, 
entretanto destinou-se a utilização da mesma 
para garantir uma boa flexibilidade de 
carregamentos nas análises de interação solo-
radier atendendo também as recomendações 
desta mesma norma a fim de melhorara 
ductilidade das peças fletidas. 
Ao término desta etapa, os radiers foram 
concretados, desempenados e tiveram suas 
curas realizadas com a aplicação de água, 
certificando-se à qualidade verificada após esse 
processo, não sendo observadas quaisquer 
fissuras ou mesmo a exposição indevida das 
armaduras. 
 
3.3 Execução das Colunas de Areia sob o 
Radier 2 
 
O projeto de pesquisa consiste em buscar 
alternativas simplificadas e que proporcionem 
uma melhor interação solo-estrutura. Como 
possível solução para o problema do 
comportamento do radier sobre solo mole, a fim 
de verificar a provável melhoria na capacidade 
de suporte e compressibilidade da formação 
ensaiada, foram executadas colunas verticais de 
areia, regularmente distribuídas sob o radier 2, 
pretendendo verificar alterações de 
comportamento deste radier 2 em relação ao 
radier 1, para os mesmos carregamentos. 
 O estudo da melhoria de solos moles pela 
incorporação de elementos mais resistentes tais 
como colunas de areia ou brita têm sido 
amplamente proposto por inúmeros 
pesquisadores e realizado em diversos 
empreendimentos ou mesmo em sítios 
experimentais (MITCHELL; JARDINE, 2002; 
SHAHU; MADHAV; HAYASHI, 2000). 
Tira-se partido da incorporação ao radier de 
materiais cujas propriedades resistentes sejam 
maiores quando comparadas com o material 
natural e, dessa forma, procura-se acelerar o 
processo de recalques por adensamento, além 
de diminuí-los em valor absoluto. As colunas de 
areia neste caso funcionam como elementos 
drenantes e também resistentes, de modo que o 
comportamento do radier possa adquirir 
expressiva melhoria em suas propriedades de 
resistência e compressibilidade. 
Diante disto, o método consistiu 
basicamente em: antes do nivelamento do 
terreno de implantação, escavar com uma draga 
e um ferro de cova elementos cilíndricos e 
preenchê-los com areia com 3 camadas 
sucessivas, compactadas manualmente e 
individualmente com um caibro de madeira e 
sem adição de água. A figura 6 mostra a 
sequência do processo executivo, no qual 
resume as especificações relativas às colunas de 
areia . 
 
Tabela 1. Dados Gerais das Colunas de Areia 
Geometria 
 
Seção (m) 0,2 
Comprimento (m) 1,0 
Especificações 
 
Quantidade (unidades) 25 
Espaçamento (m) Área 
relativa (%) 
0,9 
5,0 
Compactação 
 
 
 
Nº de camadas 3 
Nº de golpes/camada Ferramenta 45 
Caibro de madeira 
Seção (m x m) (0,1 x 0,1) 
Comprimento (m) 2,0 
Classificação Análise granulométrica (NBR 7181/84) Areia média a grossa 
Volumes Nominal (m
3) 0,0314 
 
 
Figura 4 – Execução das Colunas de Areia 
 
 
Figura 5 – Projeto das Colunas de Areia 
3.4 Placas de Monitoramento de Recalque: 
Uma parte essencial da pesquisa foram as 
placas de monitoramento utilizadas na medição 
dos recalques, que foram cuidadosamente 
planejadas, projetadas e fixadas aos radiers. 
Foram utilizadas 9 (nove) placas por radier 
perfazendo, portando, um total de 18 (dezoito) 
unidades. 
 As placas utilizadas foram lajotas de 
revestimento da marca Eliane de dimensões 
7,5cm x 7,5cm fixadas com argamassa AC-3 
superflexível da marca Quartizolite, com 
cuidado para possíveis avarias e desníveis. 
Foram fixadas com o auxílio de um nível de 
mão seguido de nível com mangueira de água 
regularmente medido com uma régua 
milimétrica em inox na vertical. Através de 
uma placa, nivelamos as demais e logo após 
colocamos outra como base fora dos radiers em 
um lugar onde não haveria nenhum recalque, 
longe dos radiers e em seguida calculamos o 
desnível entre as 18 placas, perfeitamente 
niveladas nos radiers e essa última que ficaria 
de base para eventuais recalques. 
 
 
 
Figura 6 – Posicionamento das placas de medição de 
recalque 
As nove placas de monitoramento previstas 
para cada radier foram locadas e instaladas da 
seguinte forma: Uma no centro geométrico, 
quatro nos vértices e quatro nos centros das 
laterais. A distância entre os eixos das placas 
externas e a borda do radier são de 10cm.Com a 
utilização de uma colher de pedreiro da marca 
Tramontina, procedeu-se a compactação da 
argamassa AC-3 quartizolite no radier para 
posterior acoplagem da placa de revestimento 
de 7,5cm x 7,5cm Eliane ao nível adequado e 
limpeza eficiente do local onde seria acoplado o 
revestimento para o nivelamento eficaz das 
mesmas. 
 
 
Figura 7 –Placas de medição de recalque 
 
3.4 Monitoramento e Medição de Recalques 
sem Carregamento 
 
Validando os procedimentos experimentais e 
admitidos como função de relações causais 
entre cargas e deformações, a medição dos 
recalques se deu a partir de rigoroso processo 
de monitoramento, sendo realizado 
integralmente todos os dias não consecutivos às 
10:00hs pelo método de medições manuais com 
níveis com mangueira d’água e régua 
milimétrica como parte essencial do trabalho, 
mostrando o controle de recalque, suas 
características e especificações. 
 Dando confiabilidade ao sistema de leitura 
de recalques, precisões e o bom 
desenvolvimento do controle, algumas 
condições foram fixadas como: natureza do 
material; concreto e cerâmica, e sempre no 
mesmo horário, buscando minimizar os efeitos 
da variação de temperatura no sistema de 
leitura. Buscando-se realizar duas leituras para 
cada placa fixada no concreto do radier, para 
prever a presença de materiais estranhos na 
superfície das placas. 
 Após as medições acima descritas foram 
providenciadas as fixações das placas e as 
devidas medições para as demais partindo da 
placa individual colocada em local separada 
dos radiers para medições em relação as placas 
fixadas no radier 1 com e sem carregamentos e 
no radier 2 com e sem carregamentos, usando-
se uma régua milimétrica de inox na vertical e 
um nível de mangueira de ¾” de diâmetro para 
facilitar o peso por gravidade da água e maior 
visibilidade precisa da coluna de água, e 
garantir as precisões dos resultados. 
3.5 Aspectos Gerais do Carregamento 
A fim de simular o carregamento equivalente ao 
de uma habitação de pequeno porte aplicado ao 
Radier, dentro das condições mais próximas 
possíveis da realidade, fez-se inicialmente a 
distribuição da carga uniforme sobre a estrutura 
de fundação do Radier 1 onde não houve o 
tratamento do solo com as estacas de areia. O 
carregamento aconteceu entre 8:00h e 12:00h 
do dia 03/05/2013, onde já havia acontecido a 
cura do concreto dos radiers de 28 dias e no dia 
posterior feito o acoplamento das placas de 
monitoramento nos 2 (dois) radiers com o 
auxílio do nível de mão, régua milimetrada e 
mangueira transparente de nível de diâmetro de 
¾’’ ou 20mm, onde houve a perfeita 
estabilização da água nivelando assim através 
de uma placa as demais placas e em seguida 
uma outra acoplada em local fora do possível 
recalque dos radiers. 
 Foram colocadas as cargas nos radiers da 
seguinte forma: Blocos hexagonais da massa 
13kg, feita a pesagem dos mesmos com uma 
média aritmética em 20 blocos, chegando ao 
resultado de 13kg por bloco e em seguida 
colocados 16 blocos de um vértice a outro do 
radier até preencher por completo os 16m2 do 
radier, perfazendo um total de 256 blocos por 
camada, fazendo um total de 5 (cinco) camadas, 
um número total de 1.280 blocos de 13kg cada, 
gerando uma carga distribuída de 1280 x 13 = 
16.640kg / radier, com uma aproximação de 
1040kg/m2. 
 
3.6 Tipos de Carregamentos 
Não havendo a total possibilidade de atender a 
todas as recomendaçõesda NBR 6489 (1984), a 
forma do carregamento adotado buscou 
representar as cargas reais de uma habitação de 
pequeno porte, produzindo situações limites 
como, por exemplo, pela aplicação de 
carregamentos uniformes de maior intensidade 
do que as previstas. Atendendo nesta situação 
abordar análises interativas solo-estrutura, além 
de atingir recalques por adensamento primário. 
A tabela 2 mostra o tipo de carregamento 
adotado. 
Tabela 2. Níveis de Carregamento 
Forma Distribuida Periodo/Carga 
Posição Geral Tempo 
Carga Kg/m2 KN/m2 (dias) 
Carregamento 1.040 10,40 14 
NOTA: Periodo de carregamento no radiers 
 
3.6.1 Etapas de Carregamento 
 
O método adotado para analisar o 
comportamento real interativo entre solo-
estrutura, foi a manutenção das cargas no 
tempo. Então, dentro do experimento, decidiu-
se pela estabilização dos recalques para 
trocarmos o carregamento para o outro radier. 
A tabela 3 mostra as datas em que os 
carregamentos estavam sendo aplicados. 
 
Tabela 3. – Períodos de Carregamento 
Radier Carregamento 
1 03/05/2013 a 15/05/2013 
2 17/05/2013 a 29/05/2013 
A tabela 8 mostra as principais características do 
carregamento aplicado, mostrado na figura abaixo os 
carregamentos nos radiers 1 e 2 e o resultado das leituras. 
 
Tabela 4. – Resumo da Carga nos Radiers 
Carga 
Peso 
/Unidade 
Nº de 
blocos por 
Radier 
(unidade) 
Massa 
Total/Radier 
Área Carga 
Tipo Newton Unidade (kg) (m2) kg/m2 
Bloco 
Hexagonal 
127,57 1.280 16.640 16 1.040 
NOTA: Carga média por radier ={1.040 kg/m2 ou 10,40 kN/m2} 
 
 
 
Figura 8 – Execução do carregamento nos radiers 
 
3 ANÁLISE DOS RESULTADOS 
 
 
3.1 Análise e Resultados do Experimento de 
Campo 
 
Analisando os experimentos e verificando os 
resultados obtidos nos carregamentos, 
verificou-se que os recalques nos radiers 1 e 2 
com o carregamento, ficaram dentro de valores 
aceitáveis, atingindo um máximo de 9,78mm, 
no radier sem o tratamento do solo; e de 4mm, 
no radier com o tratamento do solo; a 
deformação mostrou-se de acordo com os 
métodos teóricos de previsão para placas 
apoiadas em areia e coincidente com a 
deformação prevista na simulação 
computacional. 
 A aplicação da carga no radier 1 (sem as 
estacas de areia), deu-se uniformemente 
distribuída sobre toda a área do radier, havendo 
uma clara tendência à uniformização dos 
recalques. Observou-se que pela proximidade 
entre os radiers e com o experimento foi 
desenvolvido, carregando-se por primeiro o 
radier 1 e depois o radier 2 (feito sobre estacas 
de areia) e fazendo medidas de recalques 
simultânea nos dois radiers, procurava-se 
observar alguma influência entre eles. O que de 
fato ocorreu, dando-se a partir da aplicação do 
carregamento no radier 1, tendo o radier 2 
sofrido levantamento concomitantes com os 
recalques verificados no radier1. 
 No radier 2, observou-se que tanto o valor 
médio do recalque, quanto o tempo de 
estabilização para o carregamento, foram 
significativamente menores do que os 
observados no radier 1, sobretudo pelo índice 
de área relativo às colunas de areia ser de 
apenas 5%. Mesmo considerando a baixa 
intensidade do carregamento aplicado, 
evidenciada de certa forma pelos elementos de 
reforço do solo sob o radier, devido a 
contribuição com as colunas de areia, observou-
se que os resultados obtidos em campo, foram 
bem próximos aos computacionais. 
 
3.2 Recalques Medidos 
 
Na Tabela 5 estão apresentados os valores de 
recalques medidos durante toda a fase 
experimental e os recalques finais nos radiers 1 
e 2. 
 
Tabela 5. – Valores de Recalques Medidos – Radier 1 
CARGA CARREGAMENTO 
(Kg/m2) 1.040 
PLACAS mm 
1 6,0 
2 11,0 
3 6,0 
4 11,0 
5 7,0 
6 12,0 
7 7,0 
8 12,0 
9 16,0 
Média 9,78 
Desvio Padrão 3,26 
KVF (KN/m2) 10,40 
 
 
Figura 9 – Distribuição das Placas de Recalque Radier 1 
Tabela 6 –Valores de Recalques Medidos – Radier 2 
CARGA CARREGAMENTO 
(Kg/m2) 1.040 
PLACAS mm 
10 3,0 
11 4,0 
12 3,0 
13 5,0 
14 4,0 
15 5,0 
16 5,0 
17 2,0 
18 5,0 
Média 4,0 
Desvio Padrão 1,05 
KVF (KN/m2) 10,40 
 
 
Figura 10 – Distribuição das Placas de Recalque Radier 2 
3.3 Simulação Computacional 
As simulações numéricas e computacionais 
destinadas á previsão do comportamento do 
Radier 1 foram feitas como base para um 
estudo mais aprofundado do comportamento no 
radier com o apoio do programa de análise por 
elementos finitos denominado de CAD TQS, 
em um versão 16 Profissional e sem limitação. 
Resumindo, o programa analisa radiers de 
forma arbitraria e com modelo real de subsolo, 
utilizado o método dos elementos finitos para a 
solução dos problemas, podendo analisar 
diferentes tipos de modelos de subsolos, 
especialmente modelo continuo tridimensional 
que considera qualquer número de camada 
irregulares, além de possibilitar a escolha da 
fundação, elástica ou rígida a fim de compara-
las (KANY; GENDY,2002) 
 
3.4.1. Recalques Calculados por Simulação 
Numérica 
 
Os recalques que foram calculados para 
condições proposta com apenas um tipo de 
carregamento previsto. Os parâmetros 
geomecânicos médios foram obtidos pelo 
ensaio de campo. A tabela 11 apresenta os 
parâmetros adotados para obtenção dos valores 
dos recalques obtidos. 
Os recalque e distorções máximas obtidos 
pela simulação do experimento em escala real e 
seu tipo de carregamento são apresentado nas 
figuras 14, mostram as malhas de elementos 
finitos adotadas, e os recalques obtidos nos nós 
e a deformação do radier 01 na carga adotada. 
 
Tabela 8 – Tabela Comparativa de Recalques Medidos e 
Calculados 
 
PLACA - NÓ 
RECALQUE (mm) 
VALORES 
COMPUTACIONAIS 
RECALQUE (mm) 
VALORES 
REAIS 
Nº 10,40 kN/m² 
P1-N1 3,9 6,0 
P2-N79 8,8 11,0 
P3-N157 3,9 6,0 
P4-N163 8,5 11,0 
P5-N169 14,5 7,0 
P6-N91 8,5 12,0 
P7-N13 3,9 7,0 
P8-N7 8,5 12,0 
P9-N85 3,9 16,0 
 
 
3.4.2 Análise e Resultados da Simulação 
Numérica 
 
Comparado à diferença finitas, um modelo de 
elementos finitos apresenta maiores 
possibilidades de acompanhar uma geometria 
mais complicadas de placas e uma variação do 
solo num plano horizontal. Caso elementos de 
placas estejam disponíveis, um modelo de faixa 
dos radiers são substituídas por elementos 
unidimensionais (tipo vigas) conduz a um 
modelo de grelha. 
 Os resultados do MEF são influenciados pelo 
refinamento da malha e pelo tipo de elementos 
finitos implantados no programa. Assim, o 
engenheiro deve procurar ganhar experiência 
com o programa, inicialmente analisado casos 
que tem soluções por outros métodos. 
Uma das preocupações básicas da pesquisa, 
claramente expressa numa de suas hipóteses, 
relaciona-se o resultado real com o 
computacional. A simulação apresentou valor 
quase que idênticos com os valores obtidos 
através das medições mecanicamente realizadas 
como apresentado na figura 15. 
 
4 Considerações Finais 
 
Todo empenho dedicado ao decorrer deste 
trabalho, projetou-se como uma viabilização do 
radier como elemento de fundação direta em 
habitações de interesse social, construída em 
solos moles, contribuindo para uma solução 
amplamente conhecida no Brasil. Com a 
carência habitacional existente em especial na 
população de baixa renda; pelo baixo custo na 
execução das estacas de areia, objetivando uma 
diminuição dos recalques e uma melhor 
drenagem do solo. 
 Os recalques medidos foram muitopequenos 
e apresentaram excelente desempenho 
estrutural, tornando-o perfeitamente aceitável 
para a integridade de uma unidade habitacional 
sob o aspecto da interação solo-estrutura. Outro 
aspecto foi a não uniformidade dos recalques 
obtidos no radier 1 e uma maior uniformidade 
do carregamento idêntico obtido no radier 2; 
onde aconteceu o melhoramento do solo com as 
estacas de areia, passando a ter comportamento 
mais rígido do que o flexível acontecido no 
radier 1, o que ressalta mais ainda a 
importância da interação solo estrutura. 
 Os recalques com as deformadas verificadas 
em campo, com relação a comparação do 
modelo computacional dos Elementos Finitos, 
evidenciaram-se muito próximas. 
 
REFERÊNCIAS 
 
Brandi, J. L.; Nascimento, N. A. 
Comportamento de radier sobre solo mole 
– modelagem computacional. IV Simpósio 
de Prática de Engenharia Geotécnica da 
Região Sul, GEOSUL, 20 a 22 de maio, 
Curitiba, PR, 2004. 
Brito, J. L. W .de. Fundações do Edifício. São 
Paulo, EPUSP, 1987. 
Cernica, J. N. Geotechincal 
Engineering:Foundation Design. New York: 
J. Wiley, p. 263. 1995. 
Mineiro, A. J. C. Mecânica dos Solos e 
Fundações. UNL/FCT, Introdução, v. 1, p. 
3-7, Lisboa, 1981. 
Minette, E. et al. Estacas granulares em solos 
moles: uma verificação in situ. Solos e 
Rochas, São Paulo, v. 17, n. 1, p. 57-63, 
1994. 
Mitchell, J. K. Fundamentals of soils 
behaviour. New York: Willey and Sons, 
Inc., 1976. 
Mitchell, J. K. Soil Improvement. In: State of 
the Art Report. In: Proc. 10th ICSMFE, 
Stockholm, Sweden, v. 4, p. 509-565, 1981. 
Mitchell, J. M.; JARDINE, F. N. A guide to 
ground treatment. Construction Industry 
Research and Information Association, 
CIRIA publication C573, London, 2002. 
VELLOSO, D. A.; LOPES, F. R. Fundações. 3. 
ed., v. 1, Rio de Janeiro: COPPE/UFRJ, 2004 
Associação Brasileira de Normas 
Técnicas.NBR6122: projeto e execução 
de fundações. Rio de Janeiro, 1996 
Associação Brasileira de Normas 
Técnicas.NBR6118: projeto e execução 
de concreto armado. Rio de Janeiro, 
2003.

Outros materiais