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Flora Normal Prof. Ma. Francine Maery Dias Ferreira-Romanichen Flora Normal • Recém-nascidos Lactobacillus spp. (microrganismos predominantes no intestino do bebê); • Após o nascimento Escherichia coli e outras bactérias começam a habitar o intestino resto da vida; • 1013 células próprias e 1014 células bacterianas; • Microbiota normal microrganismos que estabelecem residência mais ou menos permanente, mas não geram doença em condições normais; • Microbiota transiente microrganismos presentes por dias, semanas ou mesmo meses desaparecem. Pele • Microbiota cutânea se distribui por toda a extensão da pele mais concentrada nas áreas mais úmidas e quentes (axilas e períneo); • Predominam gêneros Staphylococcus, Corynebacterium e Propionibacterium; • Staphylococcus epidermidis 90% das pessoas; • S. aureus 10-40%, em pacientes de dermatoses (80%); • Propionibacterium acnes associação com a atividade secretora das glândulas sebáceas não é encontrada na pele de crianças com menos de 10 anos de idade. Pele • Maioria reside na superfície do estrato córneo e na parte superior dos folículos pilosos; • Residentes mais profundos função de recolonizar a pele quando as bactérias mais superficiais são removidas; • 90% do número total de microrganismos existentes na pele são removidos por lavagem agressiva dentro de 8 horas o número esta normalizado. Cavidade oral e vias aéreas superiores • Cavidade oral Staphpylococcus, Streptococcus, Neisseria, Bacteroides, Actinomycer, Treponema, Mycoplasma e outros; • Fossas nasais Staphylococcus e Corynebacterium; • Cárie dentária, doenças periodontais, actinomicoses e endocardites subagudas membros da microbiota da cavidade oral. Vagina • Idade, pH e secreção hormonal; • Puberdade e menopausa Corynebacterium, Staphylococcus e Escherichia pH neutro; • Período fértil predomínio de Lactobacillus spp. (Bacilos de Döderlein) pH ácido (4): – Inibe crescimento da levedura Candida albicans; – Excesso de duchas higiênicas ou desodorantes pH neutro vaginite (C. albicans). Uretra anterior • Staphylococcus epidermidis; • Corynebacterium spp.; • Streptococcus faecalis; • Às vezes Escherichia coli. Conjuntiva • Pode ser estéril; • Corynebacterium xerosis; • Staphylococcus epidermidis. Estômago • Helicobacter pylori gastrites, úlceras e carcinoma do estômago; • 30-50% das pessoas em todo o mundo não apresentando sinais da doença microbiota normal do estômago. Intestinos 103 UFC/mL Estafilococcus spp. Streptococcus spp. Lactobacillus spp. 108 UFC/mL Coliformes e bactérias anaeróbias (bacteroides, fusobactérias e clostrídeos). Intestinos 1012 UFC/mL Anaeróbias (+ 10000 vezes) Bacteroides, Bifidobactérias e Fusobactérias Intestino • Controle da microbiota: – Acidez gástrica; – Competição por nutrientes: E. coli X Shigella; – Competição por sítio de adesão: Lactobacilos; – Produção de toxinas: Lactobacilos; – Consumo de oxigênio (bactérias facultativas); – Subprodutos do metabolismo - ácidos carboxílicos de cadeia curta, ácidos acético, butírico e propiônico + pH baixo entram na célula bacteriana inibindo o metabolismo. Intestino Recém-Nascido • Crianças amamentadas ao seio materno: – Maior número de estafilococos; – Menor número de clostrideos e de enterococos; – Predominância de bifidobactérias; – Menos colonizadas por Klebsiella e Enterobacter; – Menor número de sorotipos de E. coli. • Microbiota da criança que nasce naturalmente derivada inicialmente da microbiota fecal materna que contamina o canal do parto e mais tarde a criança adquire bactérias presentes nos alimentos e no meio ambiente. Intestino Idoso • Rico em Clostridium perfrigens, Lactobacillus spp., Coliformes e Enterococcus spp.; • Quantidade de bifidobactérias é menor; • Quantidade de bacteroides e eubactérias são semelhantes. Fatores Determinantes • Determinam a distribuição e a composição da microbiota normal: – Nutrientes; – Fatores físicos e químicos (pH, presença de oxigênio e dióxido de carbono, salinidade e luz solar); – Defesas do organismo hospedeiro; – Fatores mecânicos; – Idade; – Estado nutricional; – Dieta; – Estado de saúde; Fatores Determinantes – Existência de deficiências; – Hospitalização; – Estado emocional; – Estresse; – Clima; – Localização geográfica; – Condições de higiene pessoal; – Condições socioeconômicas; – Ocupação; – Estilo de vida. Microbiota Normal X Hospedeiro • Antagonismo microbiano ou exclusão competitiva: – Beneficia o hospedeiro ao impedir o crescimento de microrganismos potencialmente perigosos; – Competição por nutrientes; – Produção de substâncias prejudiciais aos micróbios invasores ou por afetar condições como pH e a disponibilidade de oxigênio; – E. coli produzem bacteriocinas, proteínas que inibem o crescimento de bactérias patogênicas Salmonella e Shigella. • Parasitismo: – Quando um organismo se beneficia da extração de nutrientes, com prejuízo ao outro organismo Microbiota Normal X Hospedeiro • Simbiose: – Relação entre dois organismos na qual pelo menos um é dependente do outro. • Comensalismo: – Um dos organismos se beneficia enquanto o outro é afetado de forma alguma. • Mutualismo: – Tipo de simbiose que beneficia ambos os organismos. – Intestino grosso contém bactérias E. coli sintetizam vitamina K e algumas vitaminas do complexo B. Probióticos • Culturas de micróbios vivos que devem ser aplicadas ou ingeridas para que exerçam um efeito benéfico Prebióticos • Substâncias químicas capazes de promover seletivamente o crescimento de bactérias benéficas. Princípios das Doenças Prof. Ma. Francine Maery Dias Ferreira-Romanichen Etiologia das Doenças Infecciosas • Infecção invasão ou colonização do corpo por microrganismos patogênicos; • Doença ocorre quando uma infecção resulta em qualquer mudança no estado de saúde do hospedeiro; • Doença comunicável ou contagiosas se dispersa de um hospedeiro a outro (catapora, sarampo, herpes genital, febre tifoide e tuberculose); • Doença Não-comunicável ou não-contagiosas não é transmitida de um hospedeiro a outro, geralmente são causadas por microrganismos que normalmente habitam o corpo e apenas ocasionalmente causam doenças. Etiologia das Doenças Infecciosas • Doença esporádica quando acontece apenas ocasionalmente; • Doença endêmica doença constantemente presente em uma população; • Doença epidêmica quando muitas pessoas em um dada região adquirem certa doença em um período de tempo relativamente curto; • Doença pandêmica quando a doença epidêmica atinge toda população mundial. Etiologia das Doenças Infecciosas • Doença aguda desenvolve rapidamente, porém dura apenas um período curto; • Doença crônica se desenvolve lentamente e as reações do corpo podem ser menos grave, porém apresentará recorrentes por longos períodos; • Doença subaguda doença intermediária entre aguda e crônica; • Doença latente agente causador permanece inativo por algum tempo mas então se torna ativo novamente gerando sintomas da doença (herpes zoster). Etiologia das Doenças Infecciosas • Infecção local aquela na qual os microrganismos invasores se limitam a uma área relativamente pequena do corpo (abscessos); • Infecção sistêmica microrganismos e seus produtos se dispersam por todo o corpo através do sangue ou da linfa (sarampo); • Infecção focal quando os agentes causadores de infecções locais entram na corrente sanguínea ou vasos linfáticos e se disseminam para outras partes específicas do corpo;Etiologia das Doenças Infecciosas • Sepse condição inflamatória tóxica que surge da dispersão de microrganismos (bactérias e toxinas) a partir de um foco de infecção; • Septicemia infecção sistêmica que surge da multiplicação de patógenos no sangue (ex. sepse) (bactérias no sangue bacteremia). Etiologia das Doenças Infecciosas • Infecção primária infecção aguda que causa doença inicial; • Infecção secundária causada por um patógeno oportunista, depois que a infecção primária já enfraqueceu as defesas do organismo hospedeiro; • Doenças infecciosas emergentes aquelas literalmente novas ou que estão sofrendo um processo de mudança com o aumento da incidência em um passado recente ou potencial aumento em um futuro próximo. Infecção Nosocomial • Adquirida como resultado de uma hospitalização não apresenta qualquer evidência de estar presente ou em incubação no momento da admissão do paciente a um hospital; Infecção Nosocomial • Microrganismos da microbiota normal do corpo humano são oportunistas não provoca doenças em pessoas saudáveis; • Resistentes a drogas antimicrobianas usadas nessa ambiente cepas bacterianas que passam a fazer parte da microbiota de pacientes internados e profissionais que trabalham no hospital resistentes à antibioticoterapia; Infecção Nosocomial Infecção Nosocomial • Hospedeiro comprometido: – Resistência a infecções esta reduzida devido a uma ruptura da pele ou das membranas mucosas e um sistema imune suprimido; – Queimaduras, feridas cirúrgicas, traumas, injeções, procedimentos diagnósticos invasicos, respiradores, terapia intravenosa e cateteres urinários; – Drogas, terapias radioativas, uso de esteroides, queimaduras, diabetes, leucemia, doenças renais, estresse e desnutrição afetam a ação das células T e B. Infecção Nosocomial • Principais vias de transmissão: • Contato direto dos profissionais da saúde com o paciente ou de um paciente com outro; • Contato indireto através de fômites (catéter urinário) ou sistemas de ventilação do hospital (transmissão aérea). Infecção Nosocomial Reservatórios de Infecção • Fonte contínua do organismo causador da doença organismos vivos (humanos e animais) ou objetos inanimados; • Reservatórios humanos: – Principal reservatório vivo de doenças humanas; – Pessoas hospedam patógenos e os transmitem direta ou indiretamente para outros indivíduos; – Sintomáticas e assintomáticas (carreadores). Reservatórios de Infecção • Reservatórios animais: – Animais domésticos e silvestres; – Zoonoses doenças que ocorrem principalmente em animais, domésticos ou silvestre, e podem ser transmitidas às pessoas; – Transmissão: • Contato direto com animais infectados; • Contato direto com detritos de animais domésticos; • Contaminação de água ou alimentos; • Pelo ar, através de pelos ou penas; • Consumo de produtos derivados de animais infectados; • Insetos vetores (insetos que transmitem patógenos). Reservatórios de Infecção • Reservatórios inanimados: – Solo: • Fungos causam micoses; • Bactérias causam botulismo (Clostridium botulinum) e tétano (C. tetani); • Ambas as espécies de Clostridium fazem parte da microbiota normal do intestino de cavalos e gado encontradas especialmente em solos onde as fezes desses animais são usadas como fertilizante. – Água contaminada por fezes de seres humanos ou animais: • Doenças gastrintestinais (Vibrio cholerae e Salmonella typhi). – Alimentos preparados ou armazenados de modo inadequado. Transmissão de Doenças • Transmissão por contato; • Transmissão por veículo; • Vetores. Transmissão por Contato • Disseminação de um agente infeccioso por contato direto, indireto ou através de gotículas; • Transmissão por contato direto: – Transmissão direta de um agente por contato físico entre sua fonte e um hospedeiro susceptível; – Toque, beijo e relação sexual; – Doenças virais do trato respiratório (gripes e resfriados), infecções estafilocócicas, hepatites A, sarampo, escarlatina e doenças sexualmente transmissíveis (como sífilis, gonorreia, herpes genital) e AIDS. Transmissão por Contato • Transmissão por contato indireto: – Agente da doença infecciosa é transmitida de seu reservatório a um hospedeiro suscetível, por meio de um objeto inanimado; – Fômite; – Ex de fômites: tecidos, lenços, toalhas, roupa de cama, fraldas, copos, talheres, brinquedos, dinheiro e termômetros, seringas e agulhas contaminadas transmitem AIDS e hepatite B. Transmissão por Contato • Transmissão por gotículas: – Transmissão por contato em que os microrganismos são disseminados em perdigotos (gotículas de saliva e muco) que percorrem distâncias curtas; – Gotículas são descarregadas no ar por tosse, espirro, fala e risada e percorrem menos de um metro do reservatório ao novo hospedeiro; – Gripe, pneumonia, coqueluche (tosse comprida). Transmissão por Veículo • Dispersão de um agente infeccioso por um meio como água, alimento ou ar; • Outros meios sangue e outros fluidos corporais como drogas e os fluidos intravenosos. • Transmissão pela água: – Patógenos são disseminados por água contaminadas com esgoto não tratado; – Cólera, shigelose (disenteria bacilar) e a leptospirose. Transmissão por Veículo • Transmissão por alimentos: – Alimentos crus, mal cozidos, mal refrigerados ou preparados em condições sanitárias impróprias; – Intoxicação alimentar, infestação pela solitária e a cisticercose. • Transmissão pelo ar: – Dispersão de agentes infecciosos por gotículas ou perdigotos em partículas de sujeira que percorrem mais de 1 metro do reservatório ao novo hospedeiro; – Vírus do sarampo, bactéria que causa tuberculose, esporos de fungos que causam hitoplasmose, coccidioidomicose e blastomicose. Vetores • Animais que transportam patógenos de um hospedeiro a outro; • Artrópodes é o principal grupo de vetores de doenças; • Transmissão mecânica Vetores • Transmissão Biológica: Vetores Referências • PELCZAR, M. J.; CHAN, E. C. S.; KRIEG, N. R. Microbiologia: Conceitos e Aplicações, 2ª ed., vol. 1, 1997. • TRABULSI, L. R.; ALTERTHUM, F. Microbiologia, 5ª ed. 2008. • TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. 10ed. 2012.
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