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Conhecimentos Bancários Aula 07

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Prévia do material em texto

AULA 07 
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS – BANCO DO BRASIL 
PROFESSOR CÉSAR FRADE 
Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 1
Olá pessoal! 
Vejam. Sou suspeito para falar, mas acho que essa parte da matéria de 
mercado muito, mas muito interessante. Praticamente todas as partes da 
matéria são interessantes e possuem fundamentos bem legais. 
Mas...Sempre tem um mas, não é mesmo? Essa aula é a melhor de todas. É a 
parte que sou especializado, claro, mas é fascinante e ao mesmo tempo muito 
perigoso. Não brinquem com esse tipo de produto caso não saibam 
exatamente o que estão fazendo. Claro que nesta aula vocês aprenderão o 
básico e a partir dela poderão estudar mais profundamente. Isso porque esse 
curso é para concurso público e não um curso de investidores. 
A aula de hoje será toda voltada para o mercado de derivativos. Será a 
primeira de duas aulas. Portanto, hoje, é a parte básica da matéria. 
Chega de papo furado e vamos ao que nos interessa. DERIVATIVOS 
Por fim, me façam um favor. Para que possam entender a matéria, acompanhe 
meu raciocínio e, se possível, vá fazendo esquemas em um papel. E, além 
disso, esqueça TUDO que você sabe de negócio, TUDO. Você acha que 
quando uma pessoa compra um bem ela deve efetuar o pagamento, quando 
vende o bem ela deve efetuar a entregar. Por favor, esqueça TODAS essas 
definições que aprendeu durante a sua vida e esteja apto a novas teorias. E 
não vá achar que estou bêbado escrevendo essa aula... É meio louco mesmo, 
mas depois tudo fará muito sentido. 
Existem alguns tópicos que são considerados AVANÇADOS (está escrito neles). 
Esses tópicos só devem ser estudados depois que vocês tiverem compreendido 
tudo que foi passado anteriormente. Combinado?? 
As críticas ou sugestões poderão ser enviadas para: 
cesar.frade@pontodosconcursos.com.br. 
Prof. César Frade 
FEVEREIRO/2012 
AULA 07 
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS – BANCO DO BRASIL 
PROFESSOR CÉSAR FRADE 
Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 2
37. INTRODUÇÃO AOS DERIVATIVOS 
Sei que a compreensão desta matéria não é tão fácil quando não se trabalha 
com isso no dia-a-dia, mas vocês terão que concordar comigo que a matéria é 
muito interessante. 
Se os tópicos iniciais foram interessantes, os próximos serão ainda melhores, 
mas também bastante complexos. Para poder entender o que estarei falando, 
sugiro que façam um exercício e, em primeiro lugar, esqueçam tudo, mas 
tudo mesmo, que vocês sabem de compra e venda de qualquer bem. 
Desde que nasceu, você aprendeu que para se vender alguma coisa, você 
deveria ter o bem, deveria entregá-lo após a venda e receberia recursos 
referentes à venda. Ótimo, isso estava correto até este momento da sua vida. 
Entretanto, daqui para frente isso não vale mais nada. 
Essa verdade que você aprendeu não é uma verdade absoluta e você deve 
quebrar toda essa linha de raciocínio e tentar aprender tudo novamente. Se 
conseguir esquecer o que sabe de compra e venda, a matéria, apesar de 
complexa, será de fácil compreensão. No entanto, se não for capaz de 
esquecer tudo isto, não entenderá absolutamente nada de operações com 
derivativos. 
Portanto, antes de continuar esse capítulo escreva 20 vezes que: 
• quem vende não precisa ter o produto que está vendendo; 
• quem vende não precisa entregar o que vendeu; 
• quem vende não precisa receber, podendo, inclusive, pagar; 
• quem compra pode não levar o produto adquirido para casa; 
• quem compra não precisa, necessariamente, pagar. 
Agora, das duas uma, ou você está achando que eu fiquei maluco ou você 
começou a entender o ponto principal do negócio. Se está achando que fiquei 
maluco, dê um “loop” e volte ao parágrafo anterior, escrevendo mais 20 vezes 
e depois retorne para esse ponto. Só passe para frente se achar que começou 
a entender o espírito da coisa. 
AULA 07 
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS – BANCO DO BRASIL 
PROFESSOR CÉSAR FRADE 
Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 3
Para a perfeita compreensão da matéria darei vários exemplos, podendo, 
inclusive não existir daquela forma no mercado, mas didaticamente são de fácil 
compreensão. Posteriormente, direi quais dos exemplos citados servem apenas 
para fins didáticos, não sendo negociados mas representando bem o papel no 
contrato e quais são efetivamente utilizados no mercado financeiro. 
Nos capítulos referentes a esse assunto, é importante que você só siga adiante 
após ter compreendido exatamente o que está sendo descrito. Nunca avance 
sem ter certeza de que entendeu todos os conceitos envolvidos nas 
operações. 
37.1. Definição de Derivativos 
Derivativos são contratos nos quais uma parte efetua uma compra e a outra 
parte efetua uma venda de um determinado ativo, chamado de ativo-
subjacente, para liquidação futura por um preço previamente fixado. 
Existem vários derivativos possíveis, sendo os principais: 
a) Contrato a termo; 
b) Contrato Futuro; 
c) Contrato de Opções; e 
d) Swaps. 
Inicialmente, vamos dar vários exemplos sem distinguir cada um dos 
contratos. Tente entender como as coisas funcionam e, posteriormente, estarei 
esclarecendo cada um dos contratos separadamente. Tente ter calma pois o 
assunto é complicado e não avance antes de ter certeza que está 
compreendendo o que foi escrito. 
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37.2. A ESSÊNCIA DE UM CONTRATO DERIVATIVO 
Vou começar com um exemplo simples e que sempre utilizo em sala de aula. 
Imaginemos que existam 4 pessoas no mercado, Antônio (Agente A), Bárbara 
(Agente B), Cláudio (Agente C) e Daniela (Agente D). 
Imaginemos que o Antônio tenha um carro e deseja se desfazer desse carro. 
Por outro lado, a Bárbara se interessa na aquisição do carro do Antônio. Logo, 
em vias normais, o Antônio definiria o preço do carro, a Bárbara faria a 
aquisição do mesmo, pagando por isto, mas recebendo o carro. 
Dessa forma, teríamos o Antônio entregando o carro para a Bárbara e 
recebendo os recursos pedidos na venda do bem. Vamos supor que o preço do 
carro seja R$ 15.000,00. Sendo essa hipótese verdadeira, o Antônio entrega 
seu carro para a Bárbara e recebe da mesma a quantia de R$ 
15.000,00. 
Imaginemos agora que o Antônio deseja vender o carro, mas só aceita 
entregá-lo em uma data futura, suponhamos 10 de abril do próximo ano. 
Dessa forma, o Antônio firma um contrato com a Bárbara onde ele vende e ela 
compra o carro dele, Antônio, pelo preço de R$ 15.000,00 para entrega no dia 
10 de abril do próximo ano. 
Observe que não houve nenhum fluxo de caixa inicial, ou seja, que não houve 
pagamento algum, apenas os dois se comprometeram a comprar ou vender 
um determinando produto, por um determinado preço fixado previamente. É 
interessante ressaltarmos que pelo fato de não ter havido nenhum fluxo de 
caixa na data zero, não há a necessidade de que a Bárbara tenha os recursos 
necessários para a aquisição do carro. 
Vejamos se a descrição acima se encaixa em um contrato derivativo. A 
definição diz que: 
a) contratos nos quais uma parte efetua uma compra – Bárbara está 
efetuando a compra; 
b) outra parte efetua uma venda – Antônio está efetuando a venda; 
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c) de um determinado ativo, chamado de ativo-subjacente – o carro 
do Antônio é o ativo-subjacente1; 
d) para liquidação futura – a liquidação do contrato feito entre os 
agentes A e B ocorreráem 10 de abril do próximo ano, portanto, data 
futura. 
e) por um preço previamente fixado – o preço de ativo-subjacente foi 
fixado em R$ 15.000,00. 
Com isso, vemos que o contrato de compra e venda assinado pelo 
Antônio e pela Bárbara é um contrato derivativo. É um contato no qual 
eles combinam uma operação de compra e venda de um determinado produto 
para uma data futura determinada por um preço previamente fixado. 
Será que no dia combinado o carro estará custando o valor que eles 
combinaram? Será que no dia do vencimento do contrato, esse carro estará 
custando os R$ 15.000,00? 
A resposta é que não necessariamente o carro estará valendo esse valor na 
data combinada. Esse carro poderá estar custando R$ 16.000,00, R$ 
14.000,00 ou qualquer outro valor possível para um carro como este, dado que 
poderá haver uma variação no preço de qualquer ativo ao longo do tempo, 
inclusive no carro em questão. Mesmo com o carro custando um valor 
diferente do combinado, os dois agentes terão a obrigação de 
comprar/vender o ativo-subjacente pelo preço previamente acordado, ou seja, 
R$ 15.000,00. 
Entretanto, há um item interessante nesse tipo de contrato. Apesar de os dois 
agentes terem a obrigação de comprar/vender o carro, não deverá2 haver a 
entrega do bem, ou mesmo, a mudança de propriedade. Na verdade, apesar 
de ser possível a entrega do bem, não há a obrigatoriedade de que ocorra essa 
entrega. O contrato, no momento da negociação, deverá prever se haverá ou 
não a entrega do bem subjacente ao mesmo. 
 
1 Ativo-subjacente é o ativo que faz parte do contrato de derivativo, ou seja, é o ativo que está subjacente ao contrato, 
como o próprio nome diz. Só existe um contrato derivativo se este contrato derivar de um ativo, por isto derivativo. E 
ele tem que derivar de um ativo-subjacente. 
2 É bastante comum que em contratos derivativos a liquidação ocorra apenas de forma financeira sem que haja a 
alteração ou mudança de propriedade do ativo negociado. 
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Imagine que na data combinada, 10 de abril, o carro em questão esteja 
valendo R$ 16.000,00. Logo, o Antônio deverá entregar para a Bárbara o carro 
e receber R$ 15.000,00. No entanto, o Antônio pode tentar, depois de 
entregar, recomprar o carro que vendeu à Bárbara. Dessa forma, deverá pagar 
o preço atual do carro, ou seja, R$ 16.000,00. 
Sendo assim, o Antônio vendeu o carro por R$ 15.000,00 e acabou 
recomprando-o por R$ 16.000,00. Te pergunto: seria necessário que o Antônio 
entregasse o carro à Bárbara? 
A resposta a essa pergunta é não, definitivamente não. Bastava que o 
Antônio desse à Bárbara R$ 1.000,00. Dessa forma, ao juntar esse valor pago 
pelo Antônio com os R$ 15.000,00 que ela já tinha3 e que havia combinado de 
pagar pelo carro, Bárbara passaria a ter condições de comprar um carro (igual 
ao carro do Antônio) pelo preço que havia combinado4. 
Portanto, quando eles fizeram um contrato derivativo, a Bárbara poderia não 
estar querendo adquirir o carro do Antônio e sim, ter certeza de que, na data 
combinada ela teria condições de comprar um carro, igual ao do Antônio, por 
R$ 15.000,00. Entretanto, nada impede que a Bárbara tivesse interesse em 
ter, realmente, o carro. 
No entanto, para tê-lo, ela deveria fazer constar em contrato que o bem 
deveria ter liquidação física e não apenas financeira. Com a liquidação física 
em contrato, o Antônio deveria fazer a entrega do mesmo. É interessante 
ressaltarmos que uma parcela bastante pequena dos contratos derivativos 
negociados no Brasil possui liquidação física, a grande maioria possui apenas 
liquidação financeira. 
Imagine que você decidiu que, após a sua prova, irá passar uma semana de 
férias na Europa, para comemorar a nota que tirou em Finanças. No entanto, 
você, hoje, tem um grande receio. Você tem receio de que a taxa de câmbio 
suba muito e que isso impossibilite a sua viagem. Dessa forma, você combina 
 
3 Ou pelo menos havia esse pressuposto de que ela tinha esse recurso. 
4 Observe que mesmo sem comprar o carro do Antônio, o contrato derivativo em questão deu à Bárbara a condição de 
comprar um automóvel idêntico ao do Antônio. 
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que vai comprar US$ 5.000,00 por uma taxa de R$ 1,805 e garante que a sua 
viagem não lhe custará mais do que R$ 9.000,00. 
Agora, fazendo esse tipo de operação, você deixou de correr o risco de câmbio 
e, não importa o rumo que a taxa venha a tomar, a sua viagem está garantida. 
Ou seja, fazendo essa operação com derivativo você garante que conseguirá 
comprar US$5.000,00 pelo valor de R$ 9.000,00 e terá condições de fazer a 
sua viagem pela Europa. E o melhor, nem precisou desembolsar os reais 
agora. 
Portanto, se a taxa de câmbio no momento da sua viagem estiver sendo 
cotada por R$ 1,50, você terá perdido R$ 0,30 com os contratos derivativos, 
pois você comprou por R$ 1,80 um bem que estará valendo R$ 1,506. No 
entanto, o que você deve compreender é que não há, em uma operação como 
essa, o interesse em ganhar dinheiro com operações de derivativos e sim, a 
intenção de “travar” o valor gasto de R$ 9.000,00 para fazer a sua viagem. 
As pessoas devem encarar essa operação como um hedge7 para a viagem, ou 
seja, como uma operação de proteção contra oscilação da taxa de câmbio. É 
claro que se você não tivesse feito um contrato derivativo de câmbio, gastaria 
apenas R$ 7.500,00 pela sua viagem, mas estaria correndo o risco de não 
conseguir viajar. 
De forma análoga, a taxa de câmbio poderia ter ido para R$ 2,80. Se isso 
ocorresse sem que você tivesse firmado um contrato derivativo, a viagem ao 
invés de custar R$ 9.000,00, teria o seu preço majorado e ficaria mais de 50% 
mais cara. Como o contrato derivativo foi firmado, você receberá R$ 5.000,00 
neste contrato, pois comprou por R$ 1,80 cada dólar que atualmente está 
valendo R$ 2,80. 
Como foram US$ 5.000,00 e você ganhou R$ 1,00 em cada dólar, deverá 
receber R$ 5.000,00. Como você tinha R$ 9.000,00 e recebeu mais R$ 
5.000,00, terá condições de ir em uma casa de câmbio e comprar US$ 
 
5 A cotação do câmbio em novembro de 2010 estava variando muito diariamente e girando torno de 1,87, ou seja, R$ 
1,70 para cada dólar a ser adquirido. 
6 Deverá efetuar um pagamento de R$ 0,30 x US$ 5.000,00 = R$ 1.500,00 para a pessoa que vendeu a moeda 
estrangeira a você por intermédio de um contrato derivativo. Com os R$ 7.500,00 que ainda lhe restam, seria possível 
adquirir os US$ 5.000,00. 
7 Retorne à aula anterior e releia a operação de hedge, operação de proteção. A palavra hedge quer dizer proteção. 
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS – BANCO DO BRASIL 
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5.000,00 pelo preço de R$ 2,80 cada dólar. Dessa forma, a sua viagem foi 
salva porque você fez um hegde contra a oscilação da taxa de câmbio. Caso 
não tivesse feito dessa forma, provavelmente, não iria conseguir mais viajar, 
pois a sua viagem teria encarecido mais de 50%. 
Conforme podemos ver no exemplo acima, nota-se que o mercado de 
derivativos foi criado para os hedgers e isso ocorreu há muitos anos atrás. No 
entanto, hoje, eles representam uma parcela bastante reduzida dos players8
existentes nesse mercado. Entretanto, é com exemplos de hedgers que ficamais simples você compreender a verdadeira intenção, o motivo que levam os 
agentes a fazer uma operação deste tipo e também a importância do mesmo 
para o desenvolvimento dos mais diversos mercados. 
Outra forma, não menos comum de se aprender é pensando que as pessoas 
que participam deste mercado estão fazendo apostas. Se pensar assim, no 
momento em que o Antônio efetuou a venda de seu carro por R$ 15.000,00, 
utilizando-se de um contrato derivativo para isto, ele estava apostando que, na 
data do vencimento do contrato9, o valor do carro estaria abaixo do montante 
combinado por ele. 
Se efetivamente o valor do carro estivesse abaixo do montante combinado (R$ 
15.000,00), o Antônio teria vendido por R$ 15.000,00 um carro que estava, na 
data da entrega, valendo menos do que R$ 15.000,00, e assim, obtido um 
lucro com a operação. Dessa forma, o lucro obtido com o contrato derivativo 
seria igual à diferença entre o valor combinado e o valor cotado na data de 
vencimento do contrato. 
37.3. PROPRIEDADE DO ATIVO-SUBJACENTE AO CONTRATO 
Imagine uma situação em que o carro seja de propriedade do Cláudio. De 
forma análoga à negociação anterior, suponhamos que o Antônio venda para a 
Bárbara o carro do Cláudio por R$ 15.000,00 para 10 de abril do ano seguinte. 
 
8 Players são as pessoas que negociam em cada tipo de mercado. Os players do mercado derivativo são os agentes que 
efetuam negócios dentro do mercado de derivativos. 
9 Data do vencimento do contrato é a data firmada no derivativo para se cotar o ativo-subjacente no mercado e comparar 
com o preço previamente acertado. 
AULA 07 
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS – BANCO DO BRASIL 
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Observe que o Antônio está vendendo um ativo que ele não possui e, portanto, 
caso queira entregá-lo na data de vencimento do contrato, deverá, de 
antemão, adquiri-lo. 
Se na data do vencimento do contrato, o carro do Cláudio estiver sendo 
negociado por R$ 14.000,00, o Antônio terá vendido por R$ 15.000,00 um 
carro que, no momento, está avaliado por R$ 14.000,00. Dessa forma, para 
entregar o carro, Antônio deverá adquiri-lo do Cláudio efetuando o pagamento 
de R$ 14.000,00. Imediatamente, repassa-o para a Bárbara pelo valor 
combinado, ou seja, R$ 15.000,0010. 
A Bárbara, por sua vez, não tem mais a intenção de ficar com o carro e decide 
colocá-lo a venda pelo preço de mercado. Ao mesmo tempo, aparece o Cláudio 
que deseja comprá-lo de volta e, portanto, paga por ele o preço de R$ 
14.000,0011. 
Observe que na montagem feita acima, o Cláudio vende seu carro ao Antônio 
por R$ 14.000,00 e, posteriormente, o recompra da Bárbara pelo mesmo 
preço, voltando a ter o carro e não ficando com nenhum recurso 
adicional. 
O Antônio, por sua vez, comprou o carro do Cláudio por R$ 14.000,00 e o 
vendeu para a Bárbara por R$ 15.000,00, auferindo um lucro de R$ 1.000,00. 
Observe que o Antônio tinha um dinheiro mas não tinha o carro. Comprou o 
carro e ficou sem R$ 14.000,00. Imediatamente, repassa-o à Bárbara, ficando 
a partir desse momento sem o carro, mas em contra-partida recebe R$ 
15.000,00. Dessa forma, o Antônio no início de tudo não tinha um carro mas 
tinha R$ 14.000,00. Agora ele continua sem o carro mas tem R$ 15.000,00, 
auferindo um lucro de R$ 1.000,00. 
Por sua vez, a Bárbara comprou do Antônio o carro pelo preço de R$ 
15.000,00 e, posteriormente, vendeu-o ao Cláudio por R$ 14.000,00. Vamos 
tentar entender a situação da Bárbara. Ela tinha um recurso financeiro da 
ordem de R$ 15.000,00 e estava interessada em adquirir um carro idêntico ao 
do Cláudio. Ela paga esses R$ 15.000,00 ao Antônio e fica com o carro que, 
 
10 Para ficar mais fácil a compreensão do exemplo, vá fazendo uma espécie de esquema ilustrativo dos negócios. 
Garanto que simplificará. 
11 O Cláudio paga o preço de R$ 14.000,00 porque não possui nenhum acordo anterior. Logo, deve recomprar pelo 
preço que o bem estiver valendo no mercado. 
AULA 07 
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS – BANCO DO BRASIL 
PROFESSOR CÉSAR FRADE 
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inicialmente, foi do Cláudio. No momento seguinte, a Bárbara vende para o 
Cláudio o carro por ela adquirido do Antônio pelo preço de mercado, R$ 
14.000,00. Inicialmente a Bárbara tinha R$15.000,00 e não tinha carro, no 
final, ela continua sem carro, mas tem R$ 14.000,00. Sendo assim, a Bárbara 
assumiu um prejuízo de R$ 1.000,00 com a operação. 
Observe que não há a necessidade de o Cláudio participar da operação, 
pois ele detinha o carro, vendeu-o por um preço e, posteriormente, comprou-o 
pelo mesmo valor, não auferindo lucro algum com a operação. Há apenas a 
necessidade da existência do ativo que está sendo negociado. Na 
verdade, o Cláudio nem precisa ficar sabendo que o Antônio está vendendo 
para a Bárbara seu carro. Isso porque essa venda se parece muito mais com 
uma espécie de aposta no preço do carro em uma data futura determinada. 
Com isso, conseguimos ver que para que o Antônio negocie o carro do Cláudio, 
não há a necessidade de o Antônio adquirir ou possuir o carro. Logo, qualquer 
pessoa pode vender um ativo-subjacente que não possua, dado que na 
maior parte das vezes a liquidação será financeira e não será necessária 
a entrega do bem. 
Que tal fazermos um negócio? Posso vender para vocês o computador no qual 
estou escrevendo, a sala onde está situado o Ponto dos Concursos ou qualquer 
outro bem. Importante frisarmos que se você optar por comprar esse meu 
computador para entrega em data futura, você estará apostando que na data 
de vencimento do nosso negócio o computador estará valendo mais do que 
pactuado. De forma análoga, se você quiser adquirir a sala em que está 
instalado o Ponto, posso lhe vender12. Se você fizer isso, comprar a sala, 
estará se tornando um “especulador” no mercado imobiliário e torcendo para 
que salas como as que o Ponto está instalado tenham seu preço majorado13. 
No entanto, devemos lembrar que uma pessoa que vende um bem estará
torcendo para que o preço do mesmo caia, pois terá vendido por um preço 
e deseja que o mesmo esteja com valor menor na época da liquidação do 
contrato. Por outro lado, o agente que efetua a compra de um determinado 
bem se utilizando de um contrato como este, estará combinando um valor 
 
12 É importante frisar que eu não sou dono da sala e não tenho a menor noção de quem seja, mas desde que a liquidação 
desse contrato seja financeira, não há problema em vendê-la nessa aula. 
13 Como o negócio está sendo feito com imóveis em Brasília, há uma grande chance de o comprador da sala sair 
ganhando. 
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para a aquisição do bem e torcerá para que o mesmo aumente o seu 
preço até o momento da liquidação do contrato. 
37.4. RISCO DE CRÉDITO NO CONTRATO 
Observe que conseguimos enxergar algumas dificuldades para celebrar esse 
negócio, além dos dados que já foram apresentados. Você seria capaz de 
negociar um contrato como o descrito acima se nunca tivesse visto a pessoa 
com quem negocia? Será que não ficaria pensando se a pessoa com a qual 
efetuou o negócio te pagaria caso ela viesse a perder? 
Pois bem. Imagine que a Bárbara não conhece o Antônio e ele não a conhece. 
Como eles apenas assinaram um contrato e não houve qualquer fluxo de caixa 
na data da assinatura do mesmo, eles começaram a incorrer em um riscode 
crédito14 da contraparte. 
Não há nenhum fluxo de caixa na data da assinatura do contrato, pois a única 
coisa que os agentes fizeram foi combinar um valor pelo qual um deles irá 
adquirir e o outro irá vender o ativo em uma data futura determinada. 
Caso o preço do bem em questão, na data de vencimento do contrato 
derivativo, esteja abaixo do preço combinado, o Antônio (vendedor do ativo-
subjacente) deverá receber da Bárbara uma determinada quantia (a diferença 
entre o valor combinado e o valor atual do ativo). Caso contrário, ele deverá 
pagar. 
Como eles não se conhecem, é razoável que optem por depositar uma espécie 
de “caução” junto a uma pessoa que ambos conhecem e confiam, como por 
exemplo, a Daniela. Dessa forma, ambos, na data da aquisição do contrato 
derivativo em questão, efetuam um depósito junto à Daniela. Esse depósito 
serve para, em caso de inadimplência de uma das partes, saldar a dívida 
do inadimplente junto ao outro agente. 
Neste exemplo acima, onde a Daniela segura a “caução” do comprador e do 
vendedor do ativo subjacente no contrato derivativo, ela funciona como se 
 
14 Risco de crédito é o risco de você não receber aquilo que lhe é devido. Mais à frente vamos discutir de forma 
pormenorizada cada tipo de risco que os integrantes do mercado financeiro podem incorrer. 
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fosse a Bolsa15. Dado que ela (Daniela) está com a “caução” de cada um deles, 
ela passa a ser a responsável pela perfeita e completa liquidação do contrato, 
recebendo para fazer esse tipo de serviço. 
Como já foi dito anteriormente, a Daniela recebe de ambos os agentes que 
integram o contrato derivativo uma espécie de “caução” que tem o nome de 
margem de garantia. Logo, é a margem de garantia que irá cobrir os 
recursos que porventura venham a faltar em caso de inadimplência de uma 
das partes. Caso a margem de garantia seja insuficiente, a Bolsa (a Daniela, 
nesse exemplo) deverá quitar o pagamento e depois tentar reaver os recursos 
por meios judiciais16. 
O fato de o Antônio poder celebrar um contrato desse com a Bárbara sem ter 
que efetuar qualquer pagamento, lhe dá a condição de, mesmo tendo apenas 
R$ 14.000,00 em dinheiro, celebrar um contrato de 1000 carros idênticos ao 
do Cláudio. A partir do momento em que os dois têm a obrigação de efetuar 
um depósito de garantia junto à Daniela, essa alavancagem é limitada. Se o 
depósito de garantia exigido for da ordem de R$ 1.000,00, o Antônio poderá 
comprar apenas 14 carros do Cláudio junto à Bárbara. 
Já sei...Você acha que bebi, pois tinha entendido até então que só existia um 
carro do Cláudio. Mas você está certo, só existe um carro. Mas o fato de existir 
apenas um carro não obriga o Antônio a vender apenas um a menos que no 
contrato haja uma cláusula obrigando a entrega física. Se a entrega for 
financeira, os agentes podem negociar quantos ativos-subjacentes quiserem 
desde que depositem a margem de garantia necessária. 
Espero que até o momento vocês conseguido captar o que é um contrato 
derivativo, o que as pessoas estão buscando ao assumir uma determinada 
posição nesse tipo de contrato e quais os riscos inerentes em cada uma das 
 
15 Na verdade, ela funciona como se fosse a Câmara de Compensação da Bolsa. A Câmara de Compensação é o 
departamento ou uma empresa coligada à Bolsa que tem como objetivo fazer a liquidação física e a liquidação 
financeira das negociações efetuadas dentro do ambiente de Bolsa. Segundo o dicionário da BOVESPA, a Câmara é a 
“Instituição que presta, em caráter principal, serviços de compensação, liquidação e gerenciamento de risco de 
operações”. O mesmo dicionário estabelece que compensação é o “procedimento de apuração dos saldos líquidos em 
ativos e recursos financeiros entre as contrapartes para a liquidação de débitos e créditos recíprocos”. O mesmo 
estabelece ainda que liquidação é a “última etapa do processo de compra e venda de ativos ou valores mobiliários, 
quando dinheiro e ativo negociado trocam de proprietário”. 
16 Não podemos nunca esquecer que as Sociedades Corretoras são solidárias com os seus clientes perante a Bolsa. Logo, 
o não pagamento de um cliente faz com que a corretora seja responsabilizada por este pagamento perante a Bolsa. 
Quando digo corretora estou falando, nesse caso, de forma genérica. Podem ser as distribuidoras também. 
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posições assumidas. Nos capítulos seguintes vamos estudar cada um dos 
contratos separadamente. 
38. CONTRATOS A TERMO 
38.1. DEFINIÇÕES BÁSICAS 
Contratos a termo são contratos nos quais uma parte efetua uma compra e a 
outra parte efetua uma venda de um determinado ativo, chamado de ativo-
subjacente, para liquidação futura por um preço previamente fixado. 
Você deve estar se perguntando, mas essa não é a definição de Derivativos? 
Sim, e também de contratos a termo e de contratos futuros. 
Portanto, em um contrato a termo duas pessoas assumem determinada 
obrigação. Um agente passa a ter a obrigação de comprar e o outro a 
obrigação de vender, determinada quantidade de um ativo-subjacente em uma 
data futura determinada e por um preço previamente especificado. 
As operações de contratos a termo podem ser feitas tanto na Bolsa quanto no 
Balcão. Quando forem feitas na Bolsa, o registro é obrigatório e o depósito de 
margem de garantia é facultativo. Nas operações de balcão, o registro é 
facultativo, sendo obrigatório se alguma instituição financeira participar do 
contrato assumindo posição de risco na operação. Se uma instituição 
financeira participar de um contrato a termo de balcão apenas com o objetivo 
de intermediar a operação para algum cliente, não há a obrigatoriedade do 
registro da mesma. 
Os contratos a termo de bolsa podem ser feitos tanto na BOVESPA quanto na 
BM&F conforme o ativo-subjacente que está sendo negociado. Se ele for feito 
no Balcão poderá incorrer em registro tanto na CETIP17 quando na BM&F, como 
também poderá não ser registrado. Devemos ressaltar que, recentemente, a 
BM&F criou e está desenvolvendo um mercado de balcão que funciona dentro 
 
17 A CETIP é uma empresa que efetua o registro de operações feitas no Balcão. Operações, ditas, cetipadas não 
possuem garantia e, portanto, não há depósito de margem de garantia. Dessa forma, a CETIP não é, ao contrário das 
operações cursadas em bolsa, contraparte central da operações nela registradas. 
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da própria bolsa mas que possui regras um tanto quanto diferentes das 
operações padronizadas. 
Os contratos a termo são contratos não padronizados, nos quais as cláusulas 
são discutidas, em tese, livremente pelos agentes que participam dele, sendo 
moldado de acordo com o interesse de cada um dos investidores. Exatamente 
pelo fato de não serem padronizados, de terem cláusulas que interessam 
apenas aos participantes do contrato, é que não possuem liquidez. 
Os contratos a termo não são totalmente 
padronizados e, portanto, não possuem alta 
liquidez. 
Ou seja, como as pessoas que estão interessadas em fazer o contrato o 
moldam da forma que melhor lhes convém, as outras pessoas que não 
participaram da elaboração do mesmo não sabem exatamente o que está 
previstono contrato. Exatamente por este motivo, se desfazer do contrato, 
repassá-lo a outro agente, fica mais complicado. É permitido repassar, mas 
não é tarefa simples fazê-lo. 
Logo, se algum agente externo for adquirir participação naquele contrato 
deverá fazer uma leitura minuciosa do mesmo. Esse procedimento é demorado 
e faz com que outros agentes além dos originais compradores e vendedores 
percam interesse no mesmo. 
Por isso, quando se assume uma determinada posição em um contrato 
derivativo a termo, fica muito difícil encontrar alguém que negocie este 
contrato com você, fato que, provavelmente, o levará a ficar com esse risco 
até o seu vencimento. Falamos, coloquialmente, que o investidor morre 
abraçado com o contrato. 
Cabe ressaltar que os contratos derivativos a termo negociados em um 
mercado de Balcão dentro da Bolsa possuem certo grau de padronização, pois 
somente assim gera interesse para que a Bolsa efetue o seu registro e ceda 
espaço para a sua negociação. A mesma observação acima pode ser feita para 
as operações registradas na CETIP. 
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Isso ocorre porque o valor que a Bolsa cobra é muito pequeno se comparado a 
valores cobrados em registros de imóveis, por exemplo. Portanto, para que 
valha a pena para Bolsa amparar tais operações, eles devem ter um certo grau 
de padronização, fato que reduz o custo de análise da Bolsa. 
Seguem, a título de exemplo, algumas especificações do contrato a termo de 
ações da BOVESPA18. É claro que existem outros tipos de contratos. 
“Definição: Aquele que deverá ser liquidado, física e 
financeiramente, no valor nominal contratado. 
Objeto de Negociação: Todas as ações listadas na Bolsa. 
Sistema de Negociação: Mega Bolsa19. 
Horário de Negociação: das 10h às 17h (durante o horário de 
verão: das 11h às 18h). 
Código de Negociação: XXXXYTT (onde XXXX é o código da 
empresa, Y é o número que indica o tipo/classe do papel e TT 
significa termo). 
Cotação: As ações no mercado a termo são cotadas em Reais (R$) e 
seguem a mesma forma de cotação da ação subjacente ao contrato. 
Tipo de Contrato: VC – À Vontade do Comprador, ou seja, somente 
o comprador pode liquidar a operação antecipadamente, se assim o 
desejar. 
Prazo de Vencimento: Livremente escolhido pelos investidores, 
observado o período mínimo de 16 dias e máximo de 999 dias 
corridos para cada contrato. 
 
18 Retirado do Caderno de Especificações de Contratos do Mercado a Termo que consta no site da BMF BOVESPA. 
19 Segundo o dicionário de finanças da BOVESPA, Megabolsa é “Sistema que possibilita que as corretoras enviem suas 
ordens de compra ou venda diretamente de seus escritórios, localizados em qualquer parte do Brasil, para a 
BM&FBOVESPA. Pelos terminais eletrônicos do Mega Bolsa, as Corretoras podem enviar suas ordens de compra ou 
venda diretamente de seus escritórios, em qualquer parte do território nacional. O sistema reproduz na tela o ambiente 
de negócios, exibindo os registros de ofertas e propiciando o fechamento automático das operações. As ofertas 
introduzidas pelos participantes são ordenadas com base na seqüência cronológica do registro, dando-se prioridade ao 
melhor preço. Além da negociação, o sistema oferece recursos para a realização de consultas e acompanhamento do 
mercado de ações.” 
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Liquidação: Pode ser por Decurso de Prazo (na data do 
vencimento do contrato) ou Antecipada (antes da data do 
vencimento do contrato). 
Liquidação por Diferença: Mediante a venda a vista, pelo 
comprador, dos valores mobiliários comprados a termo. A liquidação 
é somente financeira, podendo ser solicitada até V-3 (terceiro dia útil 
anterior ao vencimento do contrato). 
Garantias: São exigidas tanto do comprador como do vendedor e 
podem ser depositadas sob a forma de cobertura ou margem. Para 
saber quais ativos são aceitos como garantia, clique aqui. 
Cobertura: É o depósito, pelo vendedor, da totalidade das ações-
objeto da operação. 
Margem: A Bolsa avalia diariamente a adequação do nível de 
garantias de cada investidor à sua exposição ao risco nos mercados a 
prazo e projeta o valor de liquidação do portfólio de cada investidor 
final, calculando o total de margem exigida com base em dois 
componentes: Margem de Prêmio (diferença entre a cotação de 
fechamento do ativo subjacente ao contrato a termo e o preço efetivo 
do contrato do investidor) e Margem de Risco (valor correspondente 
à perda potencial do contrato do investidor no caso de movimento 
adverso nos preços de mercado). 
Proventos: A partir da realização da operação a termo, todos os 
proventos deliberados pelas empresas emissoras são do comprador. 
No caso de subscrição, o investidor deve manifestar sua intenção de 
subscrever ou de vender seu direito à subscrição até o 5º dia anterior 
ao prazo final estabelecido pela empresa. 
Limites Operacionais: Estabelecidos para o mercado como um 
todo, por intermediário e por investidor.” 
Por exemplo, imagine que o Antônio e a Bárbara tivessem assinado um 
contrato a termo. Caso a Bárbara, que é a agente que efetuará a compra, 
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quiser se dispor do contrato, ela pode. Para isso, deverá encontrar alguém 
disposto a comprar dela, para que ela consiga efetuar a venda do contrato. Se 
conseguir vender o contrato para o Cláudio, ela (Bárbara) passará a estar 
comprada e vendida ao mesmo tempo neste contrato e, portanto, não terá 
posição alguma. O Antônio continuará vendendo o contrato e o Cláudio, a 
partir desse momento, passará a ser o comprador do contrato. 
No entanto, devemos ressaltar que o contrato foi moldado de acordo com os 
interesses da Bárbara e do Antônio, e o terceiro agente, Cláudio, não conhece 
nada a respeito das cláusulas desse contrato. 
Dessa forma, o Cláudio terá um dispêndio de tempo enorme para conhecer o 
contrato e assumir uma posição nele. Sendo assim, é bastante difícil conseguir 
algum agente que faça o que o Cláudio fez neste exemplo, ou seja, negociar 
um contrato a termo no meio de sua vigência. Isso nos faz concluir que o 
contrato a termo não possui liquidez. 
38.2. MATEMÁTICA DOS CONTRATOS A TERMO - AVANÇADO 
A partir de agora iremos aprender como devem ser precificados os ativos no 
mercado a termo. A premissa básica é a de que não deve haver possibilidade 
para que haja arbitragem com as operações em questão. 
Imaginemos uma negociação que envolva ouro, por exemplo. O preço do ouro 
para daqui há 3 meses deve ser exatamente igual ao preço atual do ouro 
acrescido do custo de oportunidade dos recursos utilizados para a compra do 
ouro na atualidade mais o custo de carregamento do material. 
Dessa forma, é possível vermos com certa facilidade que o preço do ouro no 
mercado futuro deve depender de alguns itens como o preço atual do ouro, a 
taxa de juros de mercado, o prazo para o vencimento do contrato e ainda o 
custo de carregamento. 
No caso de itens que podem ser alugados no mercado, a taxa de aluguel do 
título deve entrar reduzindo o custo de oportunidade, pois ao invés de vender 
um item hoje e aplicar os recursos, você poderá assegurar um valor futuro 
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para a sua venda e ainda alugá-lo e, logicamente, o resultado deveria ser o 
mesmo. 
Em relação ao preço à vista do bem, o preço futuro é diretamente 
correlacionado, pois quanto maior for o preço na data focal zero maior será o 
valor a ser negociado no contrato a termo. 
Com relação à taxa de juros, devemos compreender essa taxa como sendo o 
custo de oportunidade dos recursos que serão empregados e, dessa forma, se 
a taxa for mais alta, o custo de oportunidade também será maior. Sendo 
assim, a taxa de juros e o preço a termo do bem serão positivamente 
correlacionados. 
O outro item que deve sempre ser considerado é o prazo até o vencimento. 
Quanto maior o prazo da data da negociação até o término do contrato a 
termo, maior será o preço a ser negociado no contrato a termo, coeteris 
paribus. Portanto, essa grandeza também possui correlação positiva com o 
preço a termo. 
A última grandeza a ser considerada é a taxa de aluguel do ativo a ser 
negociado no contrato a termo. Se for possível alugar o ativo, o investidor 
pode ao invés de aliená-lo à vista, optar por fazer uma venda a termo e 
receber o aluguel dessa operação. É claro que se essa opção existe no 
mercado, o comprador deverá optar por pagar um valor a menor pois vários 
vendedores tenderiam a gerar esse tipo de operação se pudessem ganhar mais 
recursos e, com toda certeza, vários arbitradores estariam fazendo essas 
operações. 
Devemos sempre lembrar que os conceitos de matemática financeira que 
devemos utilizar nesses nossos estudos estão, sempre, correlacionados com os 
juros compostos e juros contínuos. 
Quando utilizamos conceitos de juros simples, estamos cobrando juros 
sempre sobre um capital inicial e nunca haveria a incidência de juros sobre 
juros. Portanto, se em determinada operação deve incorrer juros de 10% ao 
período sobre um capital de R$ 1.000,00, no final do primeiro período o valor 
devido seria de R$ 1.100,00, sendo R$ 1.000,00 de principal e R$ 100,00 de 
juros. Ao final do segundo período, o valor devido seria R$ 1.200,00, sendo R$ 
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1.000,00 de principal, R$ 100,00 de juros do período 1 e R$ 100,00 de juros 
do período 2, e assim sucessivamente. Observe pela tabela abaixo que o 
montante do primeiro período não passa a ser capital do período seguinte. 
Período Capital Juros Montante 
1 1.000,00 100,00 (0,10 x 1.000,00) 1.100,00
2 1.000,00 100,00 (0,10 x 1.000,00) 1.200,00
3 1.000,00 100,00 (0,10 x 1.000,00) 1.300,00
4 1.000,00 100,00 (0,10 x 1.000,00) 1.400,00
Se utilizarmos o conceito de juros compostos, o montante de um período 
automaticamente passa a ser o capital do período seguinte. Isso faz com que 
haja uma incidência de juros sobre juros, pois ao cobrarmos os juros sobre um 
capital, dentro deste capital estará computado o capital propriamente dito e os 
juros dos períodos anteriores que foram incorporados à dívida. 
É claro que se pensarmos de forma racional, essa é uma forma sensata de se 
fazer os cálculos, pois se alguém proibir a cobrança de juros sobre juros, basta 
que o emprestador obrigue o agente que captou o recurso efetuar o 
pagamento. Como o mesmo não terá condições de saldar a sua dívida, deverá 
quitá-la com a obtenção de um novo empréstimo e, na prática, o resultado 
seria o mesmo. 
Observe na tabela abaixo o resultado da mesma operação com capital de R$ 
1.000,00 pelo período de 4 anos, mas com uma taxa de 10% ao ano, ou 
melhor, 4 períodos com uma taxa de 10% ao período. 
Período Capital Juros Montante 
1 1.000,00 100,00 (0,10 x 1.000,00) 1.100,00
2 1.100,00 110,00 (0,10 x 1.100,00) 1.210,00
3 1.210,00 121,00 (0,10 x 1.210,00) 1.331,00
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4 1.331,00 133,10 (0,10 x 1.331,00) 1.464,10
No entanto existe uma terceira e última forma de capitalização, chamada de 
capitalização contínua. Mas para a sua perfeita compreensão, precisamos 
distinguir dois tipos de taxas, as nominais das efetivas. 
As taxas nominais são as taxas cujos períodos de capitalização diferem das 
unidades das taxas, lembrando sempre que período de capitalização é o 
interstício de tempo em que o montante de um período passa a ser capital do 
período seguinte. Por exemplo, podemos ter taxas anuais com capitalizações 
semestrais, bimestrais, mensais, diárias e assim por diante. Por outro lado, as 
taxas efetivas são as taxas resultantes nas operações. 
Se tivermos uma taxa de 12% ao ano com capitalização semestral, isso indica 
que a taxa a ser aplicada é a de 6% ao semestre 
⎟⎠
⎞⎜⎝
⎛ == saisemestral .%62
%12
. 
Entretanto, a taxa efetiva anual seria obtida com a capitalização dessa taxa 
semestral por dois semestres, período que faz com que tenhamos um 
resultado anual (2 semestres = 1 ano). 
Sendo assim, a taxa efetiva correspondente a uma taxa nominal de 12% ao 
ano capitalizado semestralmente é 12,36% ao ano ( ( ) ..%36,12106,1 2 aai anualefetiva =−= ). 
Se capitalizarmos a taxa de 12% ao ano trimestralmente, o resultado da taxa 
efetiva correspondente passa uma ser 12,55% ao ano ( ( ) ..%55,12103,1 4 aai anualefetiva =−= ). 
Observe que quanto menor for o período de capitalização, maior tenderá a ser 
a taxa efetiva anual correspondente. Portanto, se formos reduzindo esse 
período para um bimestre, um mês, dez dias, 7 dias, um dia ou um segundo, a 
taxa efetiva anual irá aumentando conforme quadro abaixo: 
Taxa Período de Capitalização Taxa Efetiva Anual Equivalente 
12% a.a. Anual 12,00% ( )[ ]112,1 1 − 
12% a.a. Semestral 12,36% ( )[ ]106,1 2 − 
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12% a.a. Trimestral 12,55% ( )[ ]103,1 4 − 
12% a.a. Bimestral 12,62% ( )[ ]102,1 6 − 
12% a.a. Mensal 12,68% ( )[ ]101,1 12 − 
12% a.a. Semanal 
12,73% ⎥⎥⎦
⎤⎢⎢⎣
⎡ −⎟⎠
⎞⎜⎝
⎛ + 1
52
%121
52
12% a.a. Diário 
12,7475% ⎥⎥⎦
⎤⎢⎢⎣
⎡ −⎟⎠
⎞⎜⎝
⎛ + 1
365
%121
365
12% a.a. Por Hora 
12,7496%
( )
⎥⎥⎦
⎤⎢⎢⎣
⎡ −⎟⎠
⎞⎜⎝
⎛
×+
×
1
24365
%121
24365
Portanto, quando tendemos o tempo de capitalização a zero, ou seja, quando 
transferimos o montante de um período para o capital do período seguinte no 
menor espaço de tempo possível temos a capitalização contínua. Seja esse 
espaço de tempo igual a um segundo, um décimo de segundo, um milésimo de 
segundo e assim por diante. Observamos que o resultado da taxa efetiva vai 
chegando a um limite e esse limite é dado pela seguinte equação: 
treCM ⋅⋅= 
Onde: 
M é o montante; 
C é o capital na data focal zero; 
e é a base do logaritmo neperiano e vale 2,718282...; 
r é a taxa de juros da operação; e 
t é o tempo da operação 
Se aplicarmos a esses dados a capitalização contínua, teremos como taxa 
efetiva o valor de 12,7497% [ ]112,0 ×e e o montante seria de R$ 1.127,49. 
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Período Capital Juros Montante 
1 1.000,00 127,25 ( 112,0 ×e x 1.000,00 – 1.000,00) 1.127,25
2 1.127,25 271,25 ( 212,0 ×e x 1.000,00 – 1.000,00) 1.271,25
3 1.271,25 433,33 ( 312,0 ×e x 1.000,00 – 1.000,00) 1.433,33
4 1.433,33 616,07 ( 412,0 ×e x 1.00,00 – 1.000,00) 1.616,07
Observe o valor do montante da capitalização contínua, supera, sempre tanto 
a capitalizaçãosimples quanto composta. 
38.3. EXEMPLO DE ARBITRAGEM - AVANÇADO 
Tendo em vista o fato de já sabermos que nos mercados derivativos devemos 
usar sempre a capitalização contínua, vamos agora partir para um exemplo 
desenvolvido no mercado a termo de câmbio. 
Imagine que um exportador vai receber US$ 120.000,00 dentro de 4 meses 
como pagamento de um produto que ele acaba de receber a encomenda e que 
terá 1 semana para fabricar e embarcar. Imaginemos que esse produto 
consuma apenas insumos nacionais, não incorrendo em seu preço de custo 
nenhum componente que depende da moeda norte-americana. 
Tendo em vista o fato de que os contratos futuros de câmbio só podem ser 
feitos com valores múltiplos de US$ 50.000,00, o exportador acabará sendo 
obrigado a fazer um contrato a termo de dólar no valor de US$ 120.000,00. 
Imagine que a taxa de juros livre de risco paga pelo Governo Norte-
Americano20 seja 1% ao ano e que no Brasil a taxa Selic esteja sendo 
negociada por 10% ao ano e que no mercado à vista o dólar esteja sendo 
cotado a R$ 2,0021. 
 
20 Essa é a taxa similar à nossa SELIC. 
21 É claro que todos esses valores não são verdadeiros e usamos apenas a título de exemplo. 
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A taxa de câmbio a ser combinada deve ser tal que seja impossível 
efetuar a arbitragem da operação. 
Se o exportador combinar que irá comprar US$ 120.000,00 pela taxa de 
câmbio de R$ 2,04 dentro de 4 meses, um arbitrador irá agir rapidamente. 
Vejamos o motivo de ter sido gerada essa oportunidade de arbitragem. 
Imagine que exista uma pessoa que possua para aplicação US$ 120.000,00 e 
pode escolher entre aplicar os recursos no Brasil ou nos Estados Unidos. Ela 
sabe que com a taxa de câmbio em questão uma pessoa que tem, atualmente, 
o equivalente a US$ 120.000,00, ou seja, teria R$ 240.000,00 caso optasse 
por aplicar seus recursos no Brasil. Daqui a 4 meses teria: 
ܯ݋݊ݐܽ݊ݐ݁ ൌ 240.000 ൈ ሺ1,10ሻ
ସ
ଵଶൗ ൌ 247.747,23 
Se o investidor tivesse aplicado seus recursos nos Estados Unidos, após o 
período de 4 meses, ele teria a seguinte quantia em moeda norte-americana: 
ܯ݋݊ݐܽ݊ݐ݁ ൌ 120.000 ൈ ሺ1,01ሻ
ସ
ଵଶൗ ൌ 120.398,67
Como a taxa de câmbio negociada no mercado a termo no momento em que o 
investidor deveria optar onde colocar os seus recursos era de R$ 2,04, ele 
poderia ter comprado R$ 247.747,23 em dólares. Isso daria um resultado de 
US$ 121.444,72 ⎟⎠
⎞⎜⎝
⎛ = 72,444.121
04,2
23,747.247 . 
Dessa forma, o resultado aplicando os recursos no Brasil aliado ao fechamento 
de uma operação de compra em um contrato a termo de câmbio com valor 
nocional de US$ 121.444,72, imediatamente após o ingresso dos recursos faria 
com que o investidor estrangeiro ganhasse mais do que se tivesse aplicado nos 
Estados Unidos. 
Sendo assim, com os dados das taxas de juros do Brasil, dos Estados Unidos e 
o valor da taxa de câmbio atual e futura (determinada pelo contrato a termo 
negociado) todos os investidores optariam investir no Brasil ao invés de fazê-lo 
nos Estados Unidos, enquanto a taxa de câmbio estiver abaixo de R$ 2,0577. 
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Isto ocorre porque a taxa de câmbio R$ 2,0577 é a taxa de câmbio para 4 
meses que faz com que o processo de arbitragem cesse e aplicar o dinheiro no 
Brasil ou Estados Unidos, tem o mesmo resultado. Observe: 
Se o investidor estrangeiro ingressar no Brasil com US$ 120.000,00 a uma 
taxa à vista de R$ 2,00, celebrar a compra dos dólares, via contrato a termo, 
na data de hoje para daqui a 4 meses pelo preço de R$ 2,0577, e aplicar os 
recursos ingressados a uma taxa de 10% ao ano, ele, em princípio, terá ao 
final do período a mesma quantidade de recursos que teria caso tivesse optado 
por aplicar nos Estados Unidos. Vamos aos cálculos: 
Ao final de 4 meses ele terá, no Brasil: 240.000 ൈ ሺ1,10ሻ
ସ
ଵଶൗ ൌ 247.747,23
Fechando o contrato a termo na data de hoje pela taxa de R$ 2,0577, ele terá 
em 4 meses, o valor de: ଶସ଻.଻ସ଻,ଶଷ
ଶ,଴ହ଻଻
ൌ 120.400,07. 
Observe que o resultado encontrado é praticamente o mesmo daquele que o 
investidor teria obtido caso tivesse aplicado os recursos no mercado norte-
americano. A pequena diferença existente se deve ao fato de que a taxa de 
câmbio foi contratada com apenas 4 casas decimais e para que atingíssemos o 
mesmo valor precisaríamos de um número maior de casas decimais. 
Na verdade, a taxa de câmbio deverá ser dada por: ଶସ଻.଻ସ଻,ଶଷ
ଵଶ଴.ଷଽ଼,଺଻
ൌ 2,05772391
Dessa forma, vimos que o valor do câmbio para evitar arbitragem depende 
tanto da taxa de juros interna quanto da taxa de juros externa, além da taxa 
atual de câmbio. 
Cabe ressaltar que, apesar de termos, nesse exemplo, nos utilizado de juros 
compostos, deveríamos para aplicação no mercado derivativo ter utilizados 
conceitos de capitalização contínua e nesse caso, a taxa de câmbio seria 
determinada pela seguinte equação: 
( ) trr externoernoeCTC ⋅−⋅= intVistaâmbioermoâmbio
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39. CONTRATOS FUTUROS 
39.1. DEFINIÇÕES BÁSICAS 
Contratos futuros são contratos nos quais uma parte efetua uma compra e a 
outra parte efetua uma venda de um determinado ativo, chamado de ativo-
subjacente, para liquidação futura por um preço previamente fixado. 
Mais um contrato que possui a mesma definição. Na verdade, os contratos 
futuros são muito parecidos com os contratos a termo, sendo considerados 
uma evolução do termo. Guarde isso, o contrato futuro é uma evolução do 
contrato a termo. 
Existem algumas diferenças básicas entre os contratos a termo e os futuros. 
Dentre estas diferenças básicas duas se destacam, são elas: a padronização 
e os ajustes diários. 
39.2. CONTRATO PADRONIZADO 
A primeira grande diferença existente entre os dois contratos é a de que 
enquanto o contrato a termo é descrito pelos interessados e moldado de 
acordo com o interesse de cada um dos participantes, o contrato futuro é um 
contrato de adesão22, com as cláusulas previamente definidas, sem nenhum 
tipo de espaço para se fazer qualquer alteração no mesmo. 
Enquanto o contrato a termo é um contrato que pode se moldar de forma mais 
adequada à necessidade dos agentes, o contrato futuro não tem essa 
flexibilidade, sendo que o único item que pode ser negociado é o preço do 
ativo-subjacente para a data futura determinada. 
O grande benefício de este contrato ser fixo e sem possibilidade de alteração 
em qualquer das cláusulas é que isso provoca uma enorme liquidez no 
mesmo. Isto ocorre, pois os interessados em fazer um contrato derivativo de 
 
22 Veja, no anexo a este tópico de contrato futuro (anexo I), um exemplo de um contrato futuro de câmbio negociado na 
Bolsa de Mercadorias e Futuros – BM&F. 
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um determinado bem, possuem uma grande facilidade em encontrar pessoas 
que estejam dispostas a assumir a posição inversa à que você deseja. 
Além disso, no caso de uma das pessoas desistir de sua posição, poderá ir a 
mercado e encontrar qualquer outra pessoa e desfazer sua posição dado que 
os contratos futuros possuem a intercambialidade. 
Lembre-se que a pessoa que desejase desfazer do contrato inicialmente 
adquirido poderá ir a mercado e procurar qualquer pessoa que esteja 
interessado em assumir a sua posição e negociar um outro contrato, passando 
a não mais estar exposta ao risco de variação de preço do produto em 
questão. 
Para termos uma noção do nível de liquidez no mercado futuro, analisemos as 
posições em aberto23 em contrato de câmbio no dia 10/06/200924. Devemos 
lembrar sempre que cada contrato de câmbio significa a negociação de US$ 
50.000,00. 
Vencimento Julho/09 Agosto/09 Setembro/09 Outubro/09 Novembro/09 Dezembro/09 Janeiro/10 
Em Aberto 482.451 22.448 6.615 17.445 3.785 2.560 40.542 
Observe que o número de contratos para o primeiro vencimento é bastante 
elevado, estando no dia descrito em 482.451 contratos de US$ 50.000,00 
cada. Isso equivale a, aproximadamente, US$ 24,1 bilhões. Ao todo, na data 
em questão existiam 629.026 contratos em aberto, representando, 
aproximadamente, US$ 31,4 bilhões. 
Mesmo com um número elevado de contratos em aberto isso não é garantia de 
que haja liquidez para os mesmos. No entanto, apenas no dia em questão 
 
23 Quando um agente que nunca entrou em um mercado opta por efetuar uma compra de um contrato, após a 
concretização dessa aquisição, ele terá aberto uma posição de compra. Portanto, X posições em aberto significa que as 
pessoas que estão compradas naquele mercado, se somarmos a quantidade de contratos que elas possuem, essa soma 
será igual a X. Sendo que X também será a quantidade de vendida de contratos naquele mercado. 
24 Essa data foi tomada como base pois está próxima ao meio do mês e o contrato futuro de câmbio vence no início de 
cada mês. 
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foram negociados 251.220 contratos, o que representa uma negociação de 
US$ 12,5 bilhões em um único dia. 
Agora, com os números apresentados acima é possível compreender o motivo 
pelos quais grande parte dos agentes optam por operar no mercado futuro em 
detrimento do mercado a termo. Vamos explicar novamente, com um exemplo 
prático e simples, como a intercambialidade pode ajudar nessa liquidez. 
Imagine que o Antônio esteja vendendo US$ 100.000,00 e a Bárbara 
comprando. A negociação se deu com a venda pelo Antônio de 2 contratos 
futuros de câmbio e a compra dos mesmos pela Bárbara. O único item que os 
dois combinaram foi o preço do câmbio para a data de vencimento do contrato, 
pois todo o restante é estabelecido pela Bolsa quando esta padroniza o 
contrato25. 
No entanto, caso a Bárbara em um determinado momento decida sair da 
posição comprada de US$ 100.000,00, basta ir ao mercado futuro de câmbio e 
vender dois contratos futuros para qualquer pessoa. Observe que ela não 
necessita vender os dois contratos que ela comprou do Antônio e nem precisa 
vender para o Antônio, basta que ela venda dois contratos e efetuando isto 
estará “anulando” os dois que ela comprou. 
Note também que, apesar de a compra ter sido feito do Antônio, quando a 
Bárbara efetuar a venda não necessitará fazê-la para o Antônio. Essa falta de 
necessidade de vender exatamente o contrato que foi adquirido e, sim um 
contrato que tenha as mesmas características, é o que chamamos de 
intercambialidade dos contratos futuros. 
Contratos intercambiáveis: são os contratos em que a simples 
operação inversa da inicial retira o agente de uma posição 
determinada no mercado. 
39.3. CONTRATO COM AJUSTE DIÁRIO 
 
25 Ver modelo de contrato de câmbio no anexo a esse capítulo. 
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A outra diferença fundamental existente entre os dois contratos (termo e 
futuro) refere-se ao nível de risco assumido. No contrato futuro existe o 
ajuste diário que é a liquidação diária do que foi negociado. Esse tipo de fato 
reduz o risco inerente ao contrato. 
Vamos a um exemplo. Imagine que Antônio vendeu US$ 100.000,00 pelo 
preço de R$2,00 cada dólar, ou seja, efetuou a venda de dois contratos futuros 
de dólar com vencimento em 90 dias. Após a operação, a Bolsa irá obrigá-lo a 
depositar a margem de garantia. 
Entretanto, suponhamos que no dia seguinte a essa venda, o valor do dólar, 
no final do pregão, passou para R$ 2,10. Como Antônio vendeu por R$ 2,00 a 
moeda norte-americana e ela já está valendo R$ 2,10, ele vendeu por um 
preço inferior ao que está sendo praticado e, portanto, já está perdendo R$ 
0,10 por dólar. 
Dessa forma, tendo em vista essa perda inicial, ele será chamado pela 
corretora a fazer o ajuste diário, pagando o valor que foi perdido naquele dia, 
ou seja, R$ 0,10 por dólar, o que totaliza R$ 10.000,0026. 
No terceiro dia, suponhamos que o dólar abriu o pregão valendo R$ 2,10 e, no 
fechamento, estava cotado a R$ 2,15. Sendo assim, Antônio teria perdido mais 
R$ 0,05 adicionais e, portanto, será chamado a fazer um ajuste de R$ 
5.000,00. 
Se no dia posterior houver uma queda na cotação da moeda norte-americana e 
ela passar para R$ 2,07, Antônio que apostou na sua redução de preço terá 
recursos a receber com o ajuste diário do mercado futuro. Assim, ele receberá 
R$ 0,08 por dólar, totalizando R$ 8.000,00. 
Sendo assim, podemos verificar que o ajuste diário serve para liquidar 
diariamente o contrato futuro, pagando ou recebendo a variação das 
cotações ocorrida durante o último pregão. 
 
26 Na prática, existe a elaboração de uma metodologia específica para o cálculo do ajuste, conforme pode ser visto no 
contrato futuro que faz parte do anexo a esse capítulo. Logo, estamos dando o exemplo apenas a título de ilustração para 
que os leitores consigam compreender, mais ou menos, o que significa o ajuste diário. 
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No entanto, o não pagamento do ajuste, ou seja, o inadimplemento no 
pagamento do ajuste diário irá ensejar a liquidação da totalidade ou parte das 
margens de garantia para o seu cumprimento. 
Suponhamos que no momento em que Antônio foi chamado pela corretora a 
pagar o ajuste diário ele tinha um problema de fluxo de caixa e não conseguiu 
saldar sua dívida. Nesta hora, a corretora deverá vender os ativos depositados 
em garantia pelo Antônio para que consiga cumprir o compromisso. Caso o 
valor arrecadado com a venda dos ativos não seja suficiente, a corretora, 
como solidária na operação, deverá arcar com os prejuízos. 
Isto nos mostra que, pelo fato de existir o ajuste diário nos contratos futuros, 
o máximo de prejuízo que um agente pode gerar no mercado é aquele 
provocado pela variação de preço do ativo em um único dia. Dessa forma, o 
risco de crédito27 de um contrato futuro passa a ser baixo, pois haverá acerto 
todos os dias, haverá uma liquidação diária do contrato. 
Enquanto isso, como não há o pagamento do ajuste diário no contrato a termo, 
este faz com que seus agentes passem a correr um risco muito maior, pois se 
houver uma quebra entre a data da negociação e a data do vencimento do 
contrato, os agentes só saberão da verdadeira situação na data do 
vencimento. 
Imagine que cinco dias após a negociação do contrato de US$ 100.000,00 
acima descrito, Antônio perca todas as divisas e venha à bancarrota. Se ele 
estivesse com uma posição em contrato futuro, não estaria gerando nenhum 
risco adicional nem ao mercadonem à sua contraparte, dado que a variação 
da moeda estrangeira até o dia anterior já estava quitada. 
No entanto, caso tivesse assumido uma posição a termo, sua contraparte só 
saberia da verdadeira situação daqui a três meses, quando da liquidação e 
vencimento do contrato derivativo. 
 
27 Risco de crédito é o risco que determinado agente incorre de não receber o seu pagamento. Ou seja, o risco de crédito 
que um banco incorre é o de não receber de volta os recursos que foram emprestados por ele. Resumindo, é o risco de 
“tomar um calote”. 
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Você deve estar se perguntando quanto é que deve ser depositado a título de 
margem de garantia. Se seria um valor fixo como muitos autores dizem ou um 
valor variável. 
Na verdade, a margem de garantia a ser depositada não é um valor fixo, é um 
valor que varia em função de alguns itens como o tipo do ativo subjacente ao 
contrato, a volatilidade28 daquele mercado e o prazo de vencimento. Em tese, a 
margem de garantia deve, com 99% de probabilidade, cobrir o não pagamento 
de dois ajustes diários no contrato futuro. Em momentos de crise, como o 
vivido no segundo semestre de 2008, a volatilidade dos ativos tende a 
aumentar e há uma exigência maior de margem de garantia, pois os riscos 
aumentaram. 
As garantias exigidas pela Bolsa no dia 10/06/2009 para cada posição em 
contratos futuros de dólar (contrato de US$ 50.000,00) para cada um dos sete 
primeiros vencimentos era de: 
Vencimento Julho/09 Agosto/09 Setembro/09 Outubro/09 Novembro/09 Dezembro/09 Janeiro/10 
Garantia (R$) 12.209,23 13.016,36 13.742,99 14.486,49 15.269,77 15.979,81 16.809,33 
Devemos ressaltar que a moeda norte-americana no momento em que esses 
valores eram exigidos estava flutuando em torno de R$ 2,00. Sendo assim, 
não há porque falarmos que a garantia é um percentual do valor do contrato 
como é comum encontrarmos em alguns documentos sobre o assunto29. 
Observe que, um agente que desejava garantir a taxa de câmbio para o mês 
de julho de 2009, conseguiria comprar (garantir a taxa de câmbio para a 
compra efetiva em julho) US$ 50.000,00 pelo preço de R$ 12.209,23 enquanto 
que se fosse ao mercado à vista iria ter um dispêndio de, aproximadamente, 
R$ 100.000,00. 
O valor de margem a ser depositado pelo agente, para o caso do primeiro 
vencimento e na data em questão, girava em torno de 12% do montante a ser 
 
28 A volatilidade de um ativo é uma medição do grau de variação do mesmo ao longo do tempo. Se um ativo é pouco 
volátil isso mostra que o mesmo não tem grandes variações em seu preço. Se o mesmo é mais volátil ele apresenta uma 
variação muito maior em suas cotações. 
29 Existem materiais que informam incorretamente que a garantia representa 20% do valor nocional do contrato. 
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gasto na aquisição à vista. Lembre-se que esse valor varia constantemente e 
depende de vários fatores de mercado. 
Segue o Anexo I, que é um exemplo do contrato futuro de câmbio vigente em 
2010, na BMF. Interessante é que, enquanto na BMF negociamos contratos de 
câmbio, na Bolsa CME (norte-americana) negocia-se contratos de câmbio e de 
moeda. A diferença é que no contrato de câmbio estamos “apostando” em uma 
taxa e a liquidação é feita financeiramente com a moeda local enquanto que o 
contrato de moeda, há a real entrega da moeda em questão, a entrega “física” 
do bem. 
 
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ANEXO I 
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QUESTÕES PROPOSTAS
Questão 78 
(ESAF – SUSEP – 2010) – A metodologia de cálculo do valor do Índice Bovespa 
determina que: 
a) o preço de cada ação na carteira teórica seja ajustado pelos dividendos 
pagos pela ação. 
b) a participação de cada ação seja proporcional à sua participação no volume 
de negócios da bolsa. 
c) a composição da carteira seja atualizada a cada três meses, levando em 
conta quais são as ações mais acompanhadas pelos analistas de mercado. 
d) os retornos das ações componentes da carteira sejam ajustados pela 
alíquota de imposto de renda sobre ganhos de capital. 
e) proventos que não sejam distribuídos em dinheiro, como desdobramentos e 
direitos de subscrição, sejam ignorados. 
Questão 79 
(Cespe – Bacen – 2000) – Acerca dos conceitos relativos a operações com 
derivativos, julgue os itens a seguir. 
Derivativos são instrumentos financeiros cujo valor depende (ou deriva) do 
preço ou do desempenho de mercado de um bem básico, de uma taxa de 
referência ou de um índice. 
Enunciados para as questões 80 a 8430 
Acerca do mercado de ações, parte importante do Sistema Financeiro Nacional, 
assinale a opção correta. 
 
30 Essas questões tratam de outros assuntos além de Mercado a Termo. No entanto, achei interessante introduzi-la nesse 
ponto, pois existem muitos “comentários” ou afirmativas que é proibido haver negociação de contratos a termo e ela 
versa, inclusive é a resposta correta, exatamente sobre isso. 
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Questão 80 
(CESPE – Banco de Brasília – 2001) – As bolsas de valores são instituições 
financeiras com fins lucrativos, criadas para fornecer a infra-estrutura do 
mercado de ações. 
Questão 81 
(CESPE – Banco de Brasília – 2001) – O mercado primário é aquele que 
corresponde à negociação das ações nas bolsas de valores. 
Questão 82 
(CESPE – Banco de Brasília – 2001) – Bonificação é a distribuição gratuita de 
novas ações aos acionistas pela diluição do capital em uma quantidade maior 
de ações com o objetivo de dar liquidez aos títulos no mercado. 
Questão 83 
(CESPE – Banco de Brasília – 2001) – No mercado a termo, o investidor 
compromete-se a comprar ou a vender uma quantidade certa de uma ação-
objeto, por um preço fixado e dentro de um prazo predeterminado. As 
operações contratadas poderão ser liquidadas no vencimento ou em data 
antecipada solicitada pelo comprador, pelo vendedor ou por acordo mútuo das 
partes. 
Questão 84 
(CESPE – Banco de Brasília – 2001) – O mercado a termo de ações representa 
um aperfeiçoamento do mercado futuro, permitindo a ambos os participantes 
de uma transação reverter sua posição, antes da data do vencimento. 
 
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QUESTÕES RESOLVIDAS
Questão 78 
(ESAF – SUSEP – 2010) – A metodologia de cálculo do valor do Índice Bovespa 
determina que: 
a) o preço de cada ação na carteira teórica seja ajustado pelos dividendos 
pagos pela ação. 
b) a participação de cada ação seja proporcional à sua participação no volume 
de negócios da bolsa. 
c) a composição da carteira seja atualizada a cada três meses, levando em 
conta quais são asações mais acompanhadas pelos analistas de mercado. 
d) os retornos das ações componentes da carteira sejam ajustados pela 
alíquota de imposto de renda sobre ganhos de capital. 
e) proventos que não sejam distribuídos em dinheiro, como desdobramentos e 
direitos de subscrição, sejam ignorados. 
Resolução: 
Existem alguns critérios para a participação das ações no Índice Bovespa. São 
eles: 
A carteira teórica é revisada a cada quadrimestre e para que uma ação 
participe do IBOVESPA, ela deverá ter atendido, cumulativamente, com base 
nos doze meses anteriores à formação da carteira, os seguintes critérios: 
• a ação deverá estar incluída em uma relação em que os índices de 
negociabilidade31 somados representem 80% dos índices individuais somados; 
• apresentar volume de participação superior a 0,1% do total; e 
• ter sido negociada em mais de 80% dos pregões. 
 
31 É a representação do título no mercado a vista em termos do número de negócios e volume financeiro. Seu cálculo é 
feito pela seguinte fórmula : 
V
v
N
nIN ii ⋅= , onde ni é o número de negócios com a ação no mercado a vista; N é o 
número de negócios no mercado a vista da BOVESPA; vi é o volume financeiro gerado pelos negócios com a ação i no 
mercado a vista; V é o volume financeiro total do mercado a vista no IBOVESPA. 
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Observe que o índice de negociabilidade leva em consideração tanto o volume 
financeiro movimentado pela ação quanto a quantidade de negócios que foram 
feitos com aquele ativo. Dessa forma, é proporcional ao volume de negócios da 
bolsa, mas observe que não é uma proporção simples, mas a questão também 
não falou nesse aspecto. A questão apenas questionou se há algum tipo de 
proporção e há uma certa proporcionalidade. 
Além disso, é importante ressaltar alguns aspectos em relação ao IBOVESPA. 
O IBOVESPA – Índice da Bolsa de Valores de São Paulo mede a rentabilidade 
média das principais ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo. É o 
valor atual desde o seu início das principais ações negociadas, não sendo 
considerada a reaplicação dos recursos. Este índice reflete não apenas a 
variação do preço das ações como também o impacto da distribuição dos 
proventos, sendo, dessa forma, considerado um indicador do retorno total de 
algumas ações listadas na BOVESPA. 
Entretanto, após ingressar no índice, uma ação somente poderá ser retirada 
se deixar de preencher, pelo menos, dois dos critérios de inclusão. Cabe 
salientar que empresas que estiverem em concordata preventiva, processo 
falimentar, situação especial ou, por um longo tempo, suspensas de 
negociação, não integrarão o IBOVESPA. 
Assim sendo, o gabarito é a letra B. 
Gabarito: B 
Questão 79 
(Cespe – Bacen – 2000) – Acerca dos conceitos relativos a operações com 
derivativos, julgue os itens a seguir. 
Derivativos são instrumentos financeiros cujo valor depende (ou deriva) do 
preço ou do desempenho de mercado de um bem básico, de uma taxa de 
referência ou de um índice. 
Resolução: 
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É exatamente essa a definição de derivativos, ou seja, ele deriva de um ativo 
básico, podendo ser ele um bem, uma taxa de juros ou mesmo um índice 
como o IBOVESPA. O item está certo. 
Segundo o dicionário da BOVESPA, DERIVATIVO é: 
a) “Instrumento financeiro cujo preço de mercado deriva do preço de 
mercado de um bem ou de outro instrumento financeiro. 
b) operação do mercado financeiro em que o valor das transações 
deriva do comportamento futuro de outros mercados, como o de 
ações, câmbio ou juros.” 
GABARITO: C 
Enunciado para as questões 80 a 84 
Acerca do mercado de ações, parte importante do Sistema Financeiro Nacional, 
assinale a opção correta. 
Questão 80 
(CESPE – Banco de Brasília – 2001) – As bolsas de valores são instituições 
financeiras com fins lucrativos, criadas para fornecer a infra-estrutura do 
mercado de ações. 
Resolução: 
Nesta questão devemos ter um cuidado especial com o momento de transição 
em que vivemos. A legislação brasileira não proíbe que as bolsas de valores 
tenham fins lucrativos. Portanto, essas instituições eram associações civis sem 
finalidade lucrativa que haviam sido criadas para fornecer a infra-estrutura 
adequada para o pleno funcionamento do mercado acionário brasileiro. 
Atualmente, a grande bolsa de valores do Brasil é a BOVESPA. A BM&F se 
enquadra no rol das Bolsas de Mercadorias e Futuros, sendo inclusive este seu 
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nome. A BM&F também era uma associação civil sem finalidade lucrativa, 
sendo a 5ª maior bolsa de futuros do mundo32. 
Lembrem-se que a questão fala sobre Bolsa de Valores e, portanto, não está 
perguntando acerca da BM&F e sim da BOVESPA. Entretanto, você já deve está 
com vontade de perguntar a respeito do processo de fusão das duas Bolsas. 
Esse processo começou em 2008 e, inicialmente, estava previsto para durar 
dois anos. No entanto, ele será ainda mais extenso. 
Com a fusão, as bolsas passariam a ter menor custo e poderiam ter uma 
percepção maior do risco dos agentes envolvidos em transações nas duas 
casas, em conjunto. No entanto, cabe ressaltar que a questão acima foi 
aplicada em 2001 e, portanto, antes da abertura de capital na Bolsa. 
Dessa forma, essa questão, para a época, estaria errada pois as Bolsas de 
Valores não eram e não são instituições financeiras e também, à época, 
não possuíam finalidade lucrativa. Atualmente, as Bolsas de Valores possuem 
finalidade lucrativa, tendo inclusive participação na Chicago Mercantile 
Exchange – CME (que é a maior bolsa de derivativos33 do mundo e fica sediada 
em Chicago – EUA). 
Gabarito: E 
Questão 81 
(CESPE – Banco de Brasília – 2001) – O mercado primário é aquele que 
corresponde à negociação das ações nas bolsas de valores. 
Resolução: 
Nesta questão pode existir uma certa controvérsia. Vamos explicar novamente 
a diferença entre mercado primário e mercado secundário. Toda operação no 
mercado primário é uma captação da empresa, onde ela entrega um novo 
título (que pode ser uma ação, uma debênture, entre outros) e recebe os 
recursos pagos pelo investidor na aquisição daquele título. Ou seja, uma 
 
32 Dado de 2006. 
33 A CBOT é a maior bolsa de derivativos agrícolas do mundo e também fica sediada em Chicago. 
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emissão no mercado primário é a emissão de um título novo, um título que 
não existia anteriormente. 
Por outro lado, uma operação no mercado secundário é aquela que um agente 
vende o título que havia adquirido em momento anterior. Esse momento 
anterior pode ter ocorrido tanto em uma operação realizada no mercado 
secundário quanto uma realizada no mercado primário. 
Imaginemos uma situação hipotética para exemplificar. Suponha que a 
empresa A está necessitando de recursos e para isso tem duas oportunidades. 
A primeira delas seria ir até um Banco Comercial e levantar um empréstimo 
dando como garantia os recebíveis que possui. A segunda seria aumentar o 
capital social da empresa via emissão de ações na Bolsa de Valores. 
Imaginemos

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