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PACOTE DE EXERCÍCIOS COMENTADOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 1 Seja bem-vindo à aula de hoje, prezado aluno! Mesmo em meio à euforia do carnaval, você precisa separar um tempo para se dedicar aos estudos, pois a prova se aproxima. Neste encontro, tratarei das classes de palavras. Como anunciado na aula demonstrativa, darei ênfase ao emprego dos verbos e pronomes, pois é o que a Cesgranrio mais tem cobrado em suas provas. A sua vez Boa parte das brincadeiras infantis são um ensaio para a vida adulta. Criança brinca de ser mãe, pai, cozinheiro, motorista, polícia, ladrão (e isso, você sabe, não implica nenhum tipo de propensão ao crime). 5 E, ah, quando não há ninguém por perto, brinca de médico também. É uma forma de viver todas as vidas possíveis antes de fazer uma escolha ou descoberta. Talvez seja por isso que a gente pare de brincar aos poucos – como se tudo isso perdesse o sentido quando 10 viramos adultos de verdade. E tudo agora é para valer. Mas será que parar de brincar é, de fato, uma decisão madura? Atividades de recreação e lazer estimulam o imaginário e a criatividade, facilitam a socialização e 15 nos ajudam a combater o estresse. Mas, se tudo isso for o objetivo, perde a graça, deixa de ser brincadeira. Vira mais uma atividade produtiva a cumprir na Você já é grandinho o suficiente para saber que brincadeira é para a vida toda PACOTE DE EXERCÍCIOS COMENTADOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 2 agenda. Você só brinca de verdade (ainda que de mentirinha) pelo prazer de brincar. E só. Como escreveu 20 Rubem Alves, quem brinca não quer chegar a lugar nenhum – já chegou. QUINTANILHA, Leandro Disponível em: http://www.vidasimples.abril.com.br/edicoes/073/pe _no_chao/conteudo_399675.shtml 1. (Cesgranrio/Sec. Administ.-TO/Assistente Social/2009) O verbo destacado é impessoal na frase (A) “(e isso, você sabe, não implica nenhum tipo de propensão ao crime).” (l. 3-4). (B) “E, ah, quando não há ninguém por perto,...” (l. 5). (C) “E tudo agora é para valer.” (l. 10). (D) “Vira mais uma atividade produtiva a cumprir...” (l. 17). (E) “quem brinca não quer chegar a lugar nenhum –” (l. 20-21). Comentário – Verbo impessoal é aquele que não tem sujeito, podendo flexionar-se na terceira pessoa do singular. Configuram casos de impessoalidade os seguintes verbos: Choveu muito. Deve nevar muito naquelas regiões. Aqui faz verões terríveis. Deve fazer dez anos que eles chegaram. Há anos não o vejo. Ia para dez anos que não o via. Já passava de dez horas. Poderá haver alunos reprovados. Verbos que indicam fenômenos naturais Verbos que indicam tempo decorrido Verbo “haver” com sentido de “existir”, “acontecer”, “ocorrer”. PACOTE DE EXERCÍCIOS COMENTADOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 3 Na alternativa A, o termo “isso” é o sujeito da forma verbal “implica”. Na alternativa B, o termo “ninguém” é o objeto direto do verbo “há”, que foi empregado com o sentido de existir. Na alternativa C, o termo “tudo” é o sujeito do verbo “é”. Na alternativa D, o sujeito é a expressão “tudo isso”, oculta na linha 17; mas expressa na linha 15. Na alternativa E, o sujeito é o pronome “quem”. Resposta – B 2. (Cesgranrio/Petrobras/Administrador Júnior/2011) O verbo destacado NÃO é impessoal em: (A) Fazia dias que aguardava a sua transferência para o setor de finanças. (B) Espero que não haja empecilhos à minha promoção. (C) Fez muito frio no dia da inauguração da nova filial. (D) Já passava das quatro horas quando ela chegou. (E) Embora houvesse acertado a hora, ele chegou atrasado. Comentário – Depois da explicação acima, não acredito que você errou esta questão. Repare que a última alternativa apresenta o verbo haver formando um tempo composto (pretérito mais-que-perfeito do subjuntivo) com o particípio do verbo acertar. Nesse caso, ele é auxiliar e não é impessoal, tanto é verdade que a flexão de número e pessoa recai sobre ele. Compare com este exemplo: Embora (eles) houvessem acertado a hora, eles chegaram atrasados. Resposta – E 3. (Cesgranrio/Petrobras /Administrador Júnior/2011) Considere as frases abaixo. I. Há amigos de infância de quem nunca nos esquecemos. PACOTE DE EXERCÍCIOS COMENTADOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 4 II. Deviam existir muitos funcionários despreparados; por isso, talvez, existissem discordâncias entre os elementos do grupo. Substituindo-se em I o verbo haver por existir e em II o verbo existir por haver, a sequência correta é (A) existem, devia haver, houvesse. (B) existe, devia haver, houvessem. (C) existe, devia haver, houvesse. (D) existem, deviam haver, houvesse. (E) existe, deviam haver, houvessem. Comentário – Ficou fácil, certo? Em I, o verbo haver é impessoal, pois tem o mesmo sentido do verbo existir, que não é impessoal A substituição daquele por este faz surgir: Existem amigos... Em II, ocorre o contrário: a substituição de um verbo pessoal por um impessoal. Atente para o fato de que, como verbo principal de uma locução, o verbo impessoal haver transfere sua impessoalidade para o verbo auxiliar, obrigando-o a permanecer na terceira pessoa do singular. Veja a frase já com a alteração proposta pelo examinador: Devia haver muitos funcionários despreparados; por isso, talvez, houvesse discordâncias entre os elementos do grupo. Resposta – A 4. (Cesgranrio/Petrobras/Administrador Júnior/2010) Transpondo-se o trecho “O futuro é construído a cada instante da vida,” para a voz passiva sintética, tem-se a forma verbal (A) constrói-se. (B) construiu-se. (C) há de ser construído. (D) pode ser construído. PACOTE DE EXERCÍCIOS COMENTADOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 5 (E) foi construído. Comentário – A questão explorou a flexão das vozes verbais. 1. ATIVA Î indica que o processo verbal foi praticado pelo sujeito do verbo. Ex.: Cabral descobriu o Brasil. 2. PASSIVA Î indica que o processo verbal foi sofrido pelo sujeito do verbo. Ex.: O Brasil foi descoberto por Cabral. ATENÇÃO! 1 – Observe, de acordo com os exemplos anteriores, que o SUJEITO da voz ativa (Cabral) torna-se AGENTE DA PASSIVA, assim como o OBJETO DIRETO da voz ativa (o Brasil) torna-se SUJEITO da voz passiva. 2 – Entretanto, quando o SUJEITO da voz ativa for INDETERMINADO, na voz passiva não haverá AGENTE DA PASSIVA. Ex.: Resolveram as questões. – voz ativa com sujeito indeterminado. As questões foram resolvidas. (ou Resolveram-se as questões.) – voz passiva sem agente da passiva. 3 – A voz passiva pode ser dividida em verbal ou analítica e pronominal ou sintética. Ex.: Aquelas crianças foram abandonadas. – verbo auxiliar + verbo principal no particípio = analítica. Abandonaram-se aquelas crianças. – verbo TRANSITIVO DIRETO + pronome SE = sintética. Agora considere o seguinte trecho: “[...] Pacientes afetados pela síndrome ultrapassaram muito a ‘fronteira da adaptabilidade às demandas’ [...]”. Novamente, vamos treinar a transformação da voz ativa para a passiva. PACOTE DE EXERCÍCIOS COMENTADOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 6VOZ ATIVA VOZ PASIVA Sujeito Pacientes afetados pela síndrome Agente da passiva pelos pacientes afetados pela síndrome Verbo transitivo direto ultrapassaram (o que?) Locução verbal (voz passiva analítica) foi ultrapassada Objeto direto a fronteira da adaptabilidade às demandas Sujeito paciente A fronteira da adaptabilidade às demandas Atenção! É preciso haver correspondência entre o tempo e o modo do verbo na voz ativa e na voz passiva – e entre a passiva sintética e a passiva analítica. No exemplo acima, o verbo “ultrapassaram” está flexionado no pretérito perfeito do indicativo, mesmo tempo e modo da locução “foi ultrapassada” (repare a flexão do verbo auxiliar, pois é ele que indica da conjugação). 3. REFLEXIVA Î indica que o processo verbal é praticado e sofrido pelo sujeito ao mesmo tempo. Ex.: Não me considero tão importante. Reservamo-nos o direito de ficar calado. Ele se deu um presente. Bem, depois da “colher de chá”, já é possível resolvermos corretamente a questão da prova. Em “é construído”, a flexão do verbo auxiliar no presente do indicativo indica o tempo e o modo que o verbo da voz passiva sintética deverá assumir: constrói-se. Detalhe: é o verbo principal da locução (construir) que surge na passiva sintética. Resposta – A PACOTE DE EXERCÍCIOS COMENTADOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 7 5. (Cesgranrio/Prominp/Técnico/2010) Em qual, dentre as frases abaixo, a forma verbal em destaque está corretamente empregada? (A) O fogão não foi acendido até aquele momento. (B) A invenção foi aceita de imediato. (C) As crianças foram expulsadas da cozinha. (D) Ele tinha limpo a cozinha depois do acidente. (E) Ele tinha aceso o fogão pela manhã. Comentário – Aqui a Cesgranrio tratou do emprego do particípio. Deixe-me falar sobre cada uma das formas nominais primeiro para depois voltar à questão. 1. Infinitivo Î É a forma como designamos os verbos. O infinitivo é impessoal quando, não flexionado, não se refere a nenhuma pessoa gramatical e desempenha a função de substantivo. Por outro lado, será pessoal quando, flexionado, referir-se a uma pessoa gramatical. Não transmite nenhuma noção temporal. Ex.: Minha diversão predileta é dançar. (substantivo) Estamos felizes por termos conseguido a vitória. (nós: sujeito) 2. Gerúndio Î Expressa a ação em desenvolvimento. Ex.: Pessoas sorrindo compunham a foto. (adjetivo) Chegando o dinheiro, viajou. (advérbio) 3. Particípio Î Assume valor de substantivo e de adjetivo. Ex.: A chegada do avião foi pontual. (substantivo) Os fogos de artifício tornaram a cidade iluminada. (adjetivo) O particípio regular (terminação –ado e –ido) é normalmente usado na voz ativa, com os auxiliares ter ou haver. Ex.: Ele não tinha aceitado as minhas desculpas. PACOTE DE EXERCÍCIOS COMENTADOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 8 Assim, as letras D e E deveriam ser escritas da seguinte forma, respectivamente: Ele tinha limpado a cozinha...; Ele tinha acendido o fogão... O particípio irregular é normalmente usado na voz passiva com os auxiliares ser ou estar. Ex.: Minhas desculpas não foram aceitas por ele. Assim, as letras A e C deveriam ser escritas da seguinte forma, respectivamente: O fogão não foi aceso...; As crianças foram expulsas... Resposta – B 6. (Cesgranrio/Transpetro/Técnico em Enfermagem/2011) Considere a frase abaixo. O chefe de vários departamentos identifica a mudança no cenário da informática. A palavra identifica pode ser substituída, mantendo o sentido da sentença, pelo verbo ver, flexionado de acordo com a norma-padrão, por (A) vêm (B) veem (C) vem (D) vê (E) viram Comentário – Questão fácil, do tipo daquelas que você jamais pode errar. O verbo ver, tal como o verbo identificar, concorda com “chefe” e se flexiona também na terceira pessoa do singular do presente do indicativo: vê. A intenção do examinador foi confundi-lo aproximando do verbo uma expressão no plural (“vários departamentos”), a fim de fazê-lo flexionar o verbo também no plural. Resposta – D PACOTE DE EXERCÍCIOS COMENTADOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 9 7. (Cesgranrio/Fafen Energia S.A./Téc. de Administração/2009) Assinale a opção em que é possível substituir, de acordo com a norma culta, a expressão grifada pela palavra “onde”. (A) O cinema em que nos encontramos passa bons filmes. (B) Vejo você às 11 horas, quando iremos almoçar. (C) Se o tempo melhorar, então vamos à praia. (D) A situação que ele criou não é aceitável. (E) Lembrei-me do tempo no qual íamos juntos trabalhar. Comentário – Conforme as regras gramaticais vigentes, “onde” só deve ser empregado quando fizer clara referência a lugar e puder ser substituído por o lugar em que. Isso só é possível na primeira alternativa. Leia abaixo um pouco mais sobre isso A casa onde morei era muito antiga. (certo) A reunião onde estávamos acabou tarde. (errado) ONDE é usado restritivamente em referência a lugar. ONDE é pronome relativo quando substitui um termo antecedente, como no primeiro exemplo (onde = escola). Não deve ser confundido com onde = advérbio interrogativo: “Onde você estuda?”. Observe que agora o vocábulo onde não substitui nenhum termo anterior, apenas introduz uma pergunta que exprime a ideia de lugar. Resposta – A O Cerco Total aos Fumantes O estado de São Paulo aprova a lei antifumo mais restritiva do país. É um grande passo para tentar apagar o cigarro da vida moderna. A vida de quem fuma só piora no Brasil e no mundo. Mas agora, em São Paulo, fumar virou um PACOTE DE EXERCÍCIOS COMENTADOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 10 inferno. Daqui para a frente, será proibido acender cigarros, cachimbos e charutos em qualquer ambiente 5 coletivo fechado em todo o estado. Isso significa que: 1) restaurantes não poderão mais ter alas para fumantes; 2) bares terão de aposentar seus cinzeiros; 3) hotéis passarão a fiscalizar seus hóspedes; e 4) empresas serão obrigadas a fechar as acinzentadas 10 salinhas conhecidas como fumódromos. Quem quiser dar suas tragadas só poderá fazê-lo em casa, no carro ou ao ar livre. A lei é tão rigorosa que mesmo ambientes com teto alto e sem paredes, como marquises, serão vetados ao tabaco. Os empresários 15 que não se adequarem à lei em noventa dias poderão ser multados em até 3,2 milhões de reais. É para deixar qualquer um sem fôlego. [...] No Palácio dos Bandeirantes quem quer fumar um cigarro precisa andar 500 metros, cruzar o portão e 20 sair para a rua. “Quando chove é pior, porque a gente precisa usar o guarda-chuva para chegar lá”, conta um funcionário da Casa Civil do governo. “Ficou tão difícil fumar que até decidi parar”, diz ele. [...] Quem considera a lei exagerada deve saber que 25 São Paulo apenas se alinha a uma tendência mundial. Em Londres, desde 2007 não se pode fumar em espaços fechados, como pubs, cafés, restaurantes e escritórios. Lá, também foram extintos os fumódromos. Em Nova York, já é proibido fumar em lugares 30 fechados, desde 2003. No estado americano da Califórnia, a lei é ainda mais dura. Há mais de um ano é vetado fumar dentro dos carros se um dos passageiros PACOTE DE EXERCÍCIOSCOMENTADOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 11 tiver menos de 18 anos. Na cidade de Belmont, também na Califórnia, a restrição chega aos lares. 35 Não se podem acender cigarros em apartamentos que dividam chão, teto ou parede com outros. Os fumantes americanos têm outro problema com que se preocupar: eles pagam, em média, 25% a mais pelo plano de saúde, já que o cigarro está associado a um sem- 40 número de doenças. O caso mais radical é o do Butão, pequeno país espremido entre a Índia e a China, que simplesmente baniu a venda de tabaco em 2004. A brasa do tabagismo está-se apagando mundo afora. E a maioria não fumante não quer deixar que ela seja 45 reavivada. BRASIL, Sandra. Revista Veja, 15 abr. 2009. (Adaptado) 8. (Cesgranrio/Funasa/Administrador/2009) Na passagem “Os empresários que não se adequarem à lei em noventa dias poderão ser multados em até 3,2 milhões de reais.” (l. 14-16), o termo que apresenta a mesma classe gramatical que em (A) “A lei é tão rigorosa que mesmo ambientes com teto alto e sem paredes,” (l. 12-13) (B) “ ‘Ficou tão difícil fumar que até decidi parar’,” (l. 22-23) (C) “Quem considera a lei exagerada deve saber que São Paulo apenas se alinha a uma tendência mundial.” (l. 24-25) (D) “Os fumantes americanos têm outro problema com que se preocupar:” (l. 36-37) (E) “E a maioria não fumante não quer deixar que ela seja reavivada.” (l. 44- 45) Comentário – Nas provas da Cesgranrio, é frequente o tipo de questão que explore a classe gramatical do vocábulo “que”. Entre suas diversas PACOTE DE EXERCÍCIOS COMENTADOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 12 classificações, ele pode ser conjunção, pronome relativo, palavra expletiva, interjeição etc. Vejamos o que temos aqui. No enunciado, o “que” é um típico pronome relativo. Lembremos que pronome relativo introduz oração adjetiva, de caráter explicativo ou restritivo. Note que a oração “que não se adequarem à lei em noventa dias” caracteriza os empresários que poderão sofrer penalidade, restringindo o alcance semântico do substantivo (“empresários”) a que se refere. Na alternativa D, o “que” cumpre semelhante papel. A oração “com que se preocupar” limita o sentido do substantivo “problema”, antecedente do relativo “que”. Ressalte-se aqui a presença da preposição “com” iniciando a oração adjetiva restritiva. Ela surge no segmento por ser exigida pela forma verbal PREOCUPAR-SE (quem se preocupa, preocupa-se com...). Se o termo seguinte ao pronome relativo reger preposição, esta será empregada antes mesmo do relativo. Nas alternativas A e B, o “que” é uma conjunção subordinativa consecutiva, pois exprime o desdobramento do fato declarado anteriormente. Contribui para esse entendimento o emprego anterior do advérbio “tão”. E aqui está uma pista valiosíssima: os pares tão/tanto... que/de sorte que/de forma que... indicam a consequência do que foi dito. As letras C e E trazem o “que” como conjunção integrante, pois ele articula orações subordinadas substantivas que completam, respectivamente, os significados dos verbos “saber” (saber o quê? ...isso) e “deixar” (deixar o quê? ...isso). O quadro abaixo vai ajudá-lo a guardar as típicas conjunções subordinativas (mas lembro que a melhor maneira de classificá-las adequadamente é notar o seu valor semântico na oração em que surge). CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS integrantes (introduzem orações que, se PACOTE DE EXERCÍCIOS COMENTADOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 13 subordinadas que funcionam como substantivos: subjetiva, predicativa, objetiva direta, objetiva indireta, completiva nominal, apositiva) adverbiais (introduzem orações subordinadas que traduzem circunstâncias) causais que, porque, pois, como porquanto, visto que, visto como, já que, uma vez que, desde que, na medida em que comparativas como, (tal) qual, tal e qual, assim como, (tal) como, (tão ou tanto) como, (mais) que ou do que, (menos) que ou do que, (tanto) quanto, que nem, feito (= como, do mesmo modo que), o mesmo que (= como) concessivas embora, conquanto, que, ainda que, mesmo que, ainda quando, mesmo quando, poso que, por mais que, por muito que, por menos que, se bem que, em que (pese), nem que, dado que, sem que (= embora não) condicionais se, caso, contanto que, desde que, salvo se, sem que (= se não), a não ser que, a menos que, dado que. conformativas como, conforme, segundo, consoante consecutivas que (precedido dos termos intensivos tal, tão, tanto, tamanho, às vezes subentendidos), de sorte que, de modo que, de forma que, de maneira que, sem que, que (não) finais para que, a fim de que, que (= para que), de modo que proporcionais à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto mais... (tanto mais), quanto mais... (tanto menos), quanto menos... (tanto mais), quanto mais... (mais), PACOTE DE EXERCÍCIOS COMENTADOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 14 (tanto)... quanto temporais Quando, enquanto, logo que, mal (= logo que), sempre que, assim que, desde que, antes que, depois que, até que, agora que, ao mesmo tempo que, toda vez que Resposta – D [...] [...] 9. (Cespe/STM/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2011) O elemento que possui, em todas as suas ocorrências (L.7, 8, 13 e 14), a propriedade de retomar palavras ou expressões que o antecedem no texto. Comentário – Preste muita atenção no enunciado. O que o examinador procura, na verdade, é um pronome relativo, pois é ele que retoma palavras ou expressões antecedentes. Assim sendo, o item está errado. Vejamos: PACOTE DE EXERCÍCIOS COMENTADOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 15 – “mostra que há setores” (l. 7) => conjunção integrante, pois introduz oração (substantiva) que funciona como objeto direto do verbo mostrar. – “como a construção civil, que tem uma” (l. 8) => pronome relativo, pois substitui a expressão “construção civil” na oração em que aparece. Repare: a construção civil tem uma. Observação: a oração introduzida por pronome relativo é chamada subordinada adjetiva. – “que é um equívoco” (l 13) => outra conjunção integrante, pois introduz oração (substantiva) que funciona como objeto direto do verbo mostrar (l. 12). – “mostram que o mercado de trabalho já é bem” (l. 14) => outra vez temos uma conjunção integrante, que introduz oração substantiva. O “que” introduz o objeto direto do verbo mostrar. Repare o artifício: Os números mostram ISSO. O vocábulo ISSO equivale-se à oração (substantiva) “que o mercado de trabalho já é...” Resposta – Item errado. 10. (Cesgranrio/Decea/Téc. em Inform. Aeronáuticas/2009) “Portanto, fujamos dessa pressa incentivadora maior da ansiedade que penaliza a nossa capacidade de contemplar,” (l. 46-48) De acordo com a norma padrão, os termos em destaque podem ser corretamente substituídos por (A) foge / sua. (B) foge / tua. (C) fuja / tua. (D) fujas / tua. (E) fujam / vossas. Comentário – O verbo destacado está no modo imperativo afirmativo e alude à primeira pessoa do plural (nós). O emprego do pronome PACOTE DE EXERCÍCIOS COMENTADOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br16 possessivo “nossa” preserva a harmonia da relação estabelecida entre esses três itens gramaticais. A forma verbal “foge” (alternativa B) alude à segunda pessoa do singular (tu) do verbo fugir. Lembre-se de que a segunda pessoa do singular e a do plural (vós) dispensam a desinência –s no imperativo afirmativo: foge tu, fugi vós. A opção por uma ou por outra forma leva-nos a empregar os pronomes possessivos tua ou vossa, respectivamente. Ressalte-se que na letra C a forma “fuja” refere-se à terceira pessoa do singular do modo imperativo afirmativo; portanto o pronome possessivo adequado é “sua”. E, ainda, “fujam” aponta para a terceira pessoa do plural, admitindo-se também o uso do possessivo “sua”. Resposta – B Acredito que o esquema abaixo o facilitará a entender o processo de formação dos tempos e modos derivados do presente do indicativo. Presente do Indicativo Imperativo Afirmativo Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo Pretérito Imperfeito do Indicativo eu cant-o eu cant-e eu cant-a-va tu cant-a-s (- s) cant-a tu tu cant-e-s não cant-e-s tu tu cant-a-va-s ele cant-a cant-e você ele cant-e não cant-e você ele cant-a-va nós cant-a-mos cant-e-mos nós nós cant-e-mos não cant-e-mos nós nós cant-á-va-mos vós cant-a-is (- s) cant-a-i vós vós cant-e-is não cant-e-is vós vós cant-á-ve-is eles cant-a-m cant-e-m vocês eles cant-e-m não cant-e-m vocês eles cant-a-va-m 11. (Cesgranrio/Decea/Tradutor e Intérprete/2009) Assinale a opção cujo termo destacado DIFERE gramaticalmente dos demais. (A) “Ser cada vez mais rápido...” (l. 3) (B) “Eficiência hoje é mais produção...” (l. 11-12) (C) “para mais consumo e mais lucro.” (l. 12-13) (D) “já que isso significa mais emprego.” (l. 15) (E) “... estamos tendo mais sabedoria,” (l. 51) Comentário – Desconsidere o texto, pois você não precisa dele. PACOTE DE EXERCÍCIOS COMENTADOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 17 Quando a palavra MAIS surgir atrelada a substantivo e exprimir quantidade indeterminada, será pronome indefinido, como aconteceu nas quatro últimas alternativas. Diferentemente, será classificada como advérbio quando se referir a verbo, adjetivo ou outro advérbio, intensificando-lhes o sentido, a exemplo do seu emprego na primeira alternativa. Resposta – A O MENINO DOENTE O menino dorme. Para que o menino Durma sossegado, Sentada ao seu lado 5 A mãezinha canta: — “Dodói, vai-te embora! “Deixa o meu filhinho, “Dorme... dorme... meu...” Morta de fadiga, 10 Ela adormeceu. Então, no ombro dela, Um vulto de santa, Na mesma cantiga, Na mesma voz dela, 15 Se debruça e canta: — “Dorme, meu amor. “Dorme, meu benzinho...” E o menino dorme. BANDEIRA, Manuel. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983. 12. (Cesgranrio/Funasa/Agente Administrativo/2009) PACOTE DE EXERCÍCIOS COMENTADOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 18 — “Dodói, vai-te embora! “Deixa o meu filhinho, “Dorme... dorme... meu...” Essa estrofe do poema é construída como um diálogo imaginário, com o uso da segunda pessoa do singular - tu. Empregando-se a terceira pessoa (você), como devem ficar os verbos adotados na estrofe? (A) vás / deixes / durmas (B) vais / deixas / dormes (C) vá / deixe / durma (D) ide / deixai / dormi (E) vão / deixem / durmam Comentário – Aqui, a banca explorou o que chamamos de uniformidade de tratamento. Este tipo de questão geralmente envolve verbo no imperativo (negativo ou afirmativo), pois dificulta a análise dos candidatos, funciona como “pedra de tropeço”. A segunda pessoa do singular do imperativo afirmativo (que foi usado no texto) deriva da segunda pessoa do singular do presente do indicativo sem a desinência –s: tu vais > vai tu; tu deixas > deixa tu; tu dormes > dorme tu. Já a terceira pessoa do singular deriva da terceira pessoa do singular do presente do subjuntivo (troca-se o pronome ele/ela por você): (que) ele vá > vá você; (que) ele deixe > deixe você; (que) ele durma > durma você. Resposta – C PACOTE DE EXERCÍCIOS COMENTADOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 19 13. (Cesgranrio/TJRO/Oficial de Justiça/2008) As formas verbais estão corretamente conjugadas em (A) Escreve nesta folha o que você achou da proposta. (B) É indispensável que todos os interessados fazem a sua parte. (C) Todas as pessoas que vêem a Amazônia ficam deslumbradas. (D) Quando a Fundação propor um programa de preservação, a população aplaudirá. (E) Espero que as pessoas se precavenham contra a destruição da floresta. Comentário – O erro da alternativa A encontra-se na forma “Escreve”, que se relaciona com o pronome de tratamento “você”. Sabemos que, com esses pronomes, os verbos são conjugados na terceira pessoa. Sabemos também que, no imperativo afirmativo, a forma verbal correspondente à terceira pessoa deriva do presente do subjuntivo: (que) ele/ela escreva > escreva você. Em B, a presença da conjunção integrante “que” leva o verbo fazer a ser conjugado no presente do subjuntivo: “...façam...”. A alternativa C está correta. A forma verbal “vêem” (terceira pessoa do plural do presente do indicativo) deriva de ver. Os verbos CRER, DAR, LER e VER dobram a letra “e” nas formas crêem, dêem, lêem e vêem. Apesar de o novo Acordo Ortográfico ter abolido o acento circunflexo dos hiatos formados por -êe- e -ôo-, as regras antigas de acentuação produzirão seus efeitos até 31/12/2012. Após essa data, esse tipo de acento desaparecerá da ortografia oficial. A forma “propor” (opção D) deriva do verbo pôr (as novas regras não mexeram nesse acento, que estabelece diferença entre a forma verbal e a preposição por). Na primeira pessoa do singular do futuro do subjuntivo, o verbo pôr é assim conjugado: puser (note a letra s). Logo, a frase correta deveria trazer a forma “...propuser...”. Perigosa é a última opção. O verbo precaver (precaver-se é forma pronominal) é defectivo. No presente do indicativo, só possui as PACOTE DE EXERCÍCIOS COMENTADOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 20 formas correspondentes à primeira pessoa do plural (nós precavemos) e à segunda pessoa do plural (vós precaveis). Consequentemente, não possui o presente do subjuntivo (derivado do radical da primeira pessoa do presente do indicativo) e o imperativo negativo (derivado do presente do subjuntivo acrescido do advérbio de negação “não”). No imperativo afirmativo possui apenas a forma alusiva à segunda pessoa do plural, já que deriva do presente do indicativo sem a desinência –s: vós precaveis > precavei vós. Nas formas em que é defectivo, convém empregar os verbos acautelar, cuidar ou prevenir. Assim sendo, a letra E pode ser reescrita do seguinte modo: Espero que as pessoas se previnam contra a destruição da floresta. Resposta – C 14. (Cesgranrio/Petrobras/Técnico de Administração e Controle Júnior/2011) Considere as frases abaixo. I – A candidata ____________________ a possibilidade de ingresso na empresa, quando soube do resultado do concurso. II – Conquanto ele se __________________ a confirmar o fato, sua posição foi rejeitada pela equipe. As formas verbais que, na sequência, completam corretamente as frases acima são: (A) entreveu, predisposse. (B) entreveu, predispusesse. (C) entreviu, predispora.(D) entreviu, predispusesse. (E) entreveu, predispusera. Comentário – Os verbos “em jogo” aqui são entrever e predispor. O primeiro é derivado do verbo ver; portanto a dica é, primeiramente, conjugar PACOTE DE EXERCÍCIOS COMENTADOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 21 o verbo primitivo e só depois acrescentar o prefixo: A candidata viu... > A candidata entreviu... O segundo tem a ver com o verbo dispor (dis + pôr); minha dica, então, é que você proceda da mesma forma (obviamente, tendo em mente o verbo pôr): Conquanto ele se dispusesse (dis + pusesse)... > Conquanto ele se predispusesse... Resposta – D 15. (Cesgranrio/TJRO/Oficial de Justiça/2008) Assinale a afirmativa em que a palavra “onde” está usada corretamente. (A) Trabalhamos com o conceito de serviços onde o fator ambiental é preponderante. (B) Durante a discussão dos técnicos foi levantado um novo argumento onde o diretor não gostou. (C) Nas áreas próximas às reservas, onde estão instaladas famílias, haverá grandes investimentos. (D) Alguns estudos apontam o ano de 2050 como decisivo, onde ocorrerá uma grande devastação. (E) As propostas onde se encontram as soluções mais econômicas para a melhoria do ambiente serão aprovadas. Comentário – Nas frases em que foi empregado, “onde” classifica-se como pronome relativo. Como tal, possui antecedente e equivale-se a em que. Onde é considerado por alguns gramáticos advérbio relativo, pois desempenha normalmente a função de adjunto adverbial de lugar. É por causa dessa função que é errado o seu emprego quando o antecedente não denota lugar, como nos casos das alternativas A, B, D e E. Melhores seriam as seguintes construções: A) Trabalhamos com o conceito de serviços em que o fator ambiental é preponderante. PACOTE DE EXERCÍCIOS COMENTADOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 22 B) Durante a discussão dos técnicos foi levantado um novo argumento do qual o diretor não gostou. D) Alguns estudos apontam o ano de 2050 como decisivo, quando ocorrerá uma grande devastação. E) As propostas em que se encontram as soluções mais econômicas para a melhoria do ambiente serão aprovadas. Na terceira opção, o emprego do pronome “onde” está correto, pois indica lugar e pode ser substituído por o lugar em que. Resposta – C O novo Brasil Nenhum outro período da história brasileira testemunhou mudanças tão profundas, decisivas e aceleradas quanto os treze anos (1808-1821) em que a corte portuguesa morou no Rio de Janeiro. Num espaço 5 de apenas uma década e meia, o Brasil deixou de ser uma colônia fechada e atrasada para se tornar um país independente. Por essa razão, o balanço que a maioria dos estudiosos faz de D. João VI tende a ser positivo, apesar de todas as fraquezas pessoais do rei. Para o 10 historiador Oliveira Lima, ele foi “o verdadeiro fundador da nacionalidade brasileira”, por duas razões principais: assegurou a integridade territorial e deu início à classe dirigente que se reponsabilizaria pela construção do novo país. “Com ele começou a descolonização efetiva”, 15 afirmou o escritor e crítico literário paranaense Wilson Martins. “Não só pelo fato de elevar o Brasil a reino, mas também, e sobretudo, por lhe dar desde logo e em PACOTE DE EXERCÍCIOS COMENTADOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 23 breve espaço de tempo as estruturas de uma nação propriamente dita.” 20 Uma forma de avaliar a herança de D. João VI é abordar a questão pelo avesso: como seria o Brasil se a corte não tivesse vindo para o Rio de Janeiro? Apesar da relutância em fazer conjecturas, boa parte dos historiadores concorda que o país simplesmente não 25 existiria na sua forma atual. Na hipótese mais provável, a Independência e a República teriam vindo mais cedo, mas a antiga colônia portuguesa se fragmentaria em um retalho de pequenos países autônomos, muito parecido com seus vizinhos da América espanhola, sem nenhuma 30 outra afinidade além do idioma. É fácil imaginar as conseqüências dessa separação: • Esse Brasil dividido em pedaços autônomos nem de longe teria o poder e a influência que o país 35 exerce hoje sobre a América Latina. Na ausência de um Brasil grande e integrado, o papel provavelmente caberia à Argentina, que seria, então, o maior país do continente. [...] • Na escola, quando abrissem seus livros de 40 Geografia, as crianças gaúchas aprenderiam que a floresta amazônica é um santuário ecológico de um país distante, situado ao norte, na fronteira com a Colômbia, a Venezuela e o Peru. • As diferenças regionais se teriam acentuado. 45 É possível que, a esta altura, as regiões mais ri- cãs desse mosaico geográfico estivessem discu- tindo medidas de controle da imigração dos vizi- PACOTE DE EXERCÍCIOS COMENTADOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 24 nhos mais pobres, como fazem hoje os America- nos em relação aos mexicanos. 50 • Nordestinos seriam impedidos de migrar para São Paulo. Em contrapartida, ao viajar de férias para as paradisíacas praias da Bahia ou do Ceará, os paulistas teriam de providenciar passaportes e, eventualmente, pedir vistos de entrada. [...] 55 À luz da realidade do Brasil atual, tudo isso parece mero devaneio. Ainda assim, não se deve subestimar a importância de D. João VI na construção da identidade dos brasileiros de hoje. [...] Graças a D. João VI, o Brasil se manteve como 60 um país de dimensões continentais, que hoje é o maior herdeiro da língua e da cultura portuguesas. “D. João VI veio criar e realmente fundou na América um império, pois merece bem assim ser classificado o ter dado foros de nacionalidade a uma imensa colônia amorfa”, escreveu 65 Oliveira Lima. Ironicamente, esse legado não seria desfrutado por D. João ou pela metrópole portuguesa. “Ele próprio regressava menos rei do que chegou”, acrescentou Oliveira Lima. “Deixava contudo o Brasil maior do que o encontrara”. Em outras palavras, ao 70 mudar o Brasil, D. João VI o perdeu para sempre. GOMES, Laurentino. 1808. São Paulo: Planeta, 2007. 16. (Cesgranrio/ANP/Analista Administrativo/2008) No quadro abaixo, foram reescritos trechos do texto, utilizando-se pronomes relativos. O pronome NÃO está usado de acordo com a norma culta da língua em Texto Reescritura (A) “...período da história brasileira período da história brasileira cujas PACOTE DE EXERCÍCIOS COMENTADOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 25 testemunhou mudanças...” (l. 1-2) mudanças... (B) “o balanço que a maioria dos estudiosos faz...” (l. 7-8) o balanço onde a maioria dos estudiosos faz... (C) “o papel provavelmente caberia à Argentina, que seria,” (l. 36-37) o papel provavelmente caberia à Argentina, à qual seria dada a condição... (D) “...medidas de controle da imigração dos vizinhos mais pobres,” (l. 47-48) medidas que controlam a imigração dos vizinhos mais pobres (E) “não se deve subestimar a importância de D. João VI na construção da identidade dos brasileiros...” (l. 56-58) a construção da identidade dos brasileiros em que não se deve subestimar a importância de D. João VI Comentário – Outra vez estamos diante do pronome relativoonde. Ele, como já disse antes, refere-se a lugar, equivale-se a o lugar em que. Não é esse o mesmo sentido que possui em o balanço onde a maioria dos estudiosos faz... Resposta – B 17. (Cesgranrio/ANP/Analista Administrativo/2008) Observe as mudanças de colocação de pronomes propostas abaixo. I. Só 46 delegados compareceram ao Parlamento, o que os tinha deixado em minoria. – o que tinha deixado-os II. Um historiador acredita que o Brasil poderia ter se desintegrado em três diferentes países. – se poderia ter desintegrado III. Antes da mudança da corte portuguesa, os conflitos regionais da colônia estavam se aprofundando. – se estavam aprofundando IV. As colônias no Brasil estariam perdidas para Portugal, pois os ingleses queriam ocupá-las. – os ingleses as queriam ocupar Tais mudanças são possíveis APENAS em PACOTE DE EXERCÍCIOS COMENTADOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 26 (A) I e II (B) II e IV (C) I, II e III (D) I, III e IV (E) II, III e IV Comentário – O primeiro item apresenta inicialmente um caso de próclise, anteposição do pronome oblíquo átono ao verbo. Emprego correto. Mas a formação da ênclise (emprego do pronome oblíquo átono após o verbo, ligado a ele por meio do hífen) em “deixado-os” prejudica a correção da frase, pois o particípio não admite esse tipo de colocação pronominal, ao contrário do infinitivo (cantá-lo) e do gerúndio (cantando-o). Repare, por exemplo, que no item IV a ênclise ocorre com o infinitivo do verbo ocupar. Registre-se também que no último item nada impede a colocação do pronome oblíquo átono “as” em posição proclítica (...as queriam ocupar). Errado estaria se ele ocupasse o início do período, posição ocupada pelo termo os ingleses. Nos itens II e III ocorre a próclise dos verbos principais (desintegrado e aprofundando, respectivamente). A ênclise dos verbos auxiliares (poderia e estavam, respectivamente), embora não obrigatória – não há palavra atrativa (advérbio; pronome interrogativo etc.) –, não está errada, visto que os clíticos não principiam o período. E por falar em colocação pronominal, o que você acha se eu detalhar mais o assunto? Próclise é a ocorrência do pronome antes do verbo (Fingiu que não o reconheceu.). Quando acontece o inverso, ou seja, o pronome surge após o verbo, temos um caso de ênclise, que na escrita é marcada pela presença do hífen (Dá-me sua ajuda.). A mesóclise, que só ocorre com verbos no futuro do presente e no futuro do pretérito, é o emprego do pronome no “meio” do verbo, entre a forma infinitiva e a desinência modo- temporal (Dar-lhe-ia minha ajuda.). PACOTE DE EXERCÍCIOS COMENTADOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 27 Casos de Próclise a) Palavras de sentido negativo Nada me fará desistir. Ninguém me fará desistir. b) Advérbios sem pausa Aqui se fazem chaves. Talvez se cumprimentassem. c) Conjunções subordinativas e pronomes relativos Quando lhe dissemos a verdade, chorou muito. O livro que me deste é muito interessante. d) Conjunções coordenativas alternativas Ora se atribulava, ora se aquietava. Das duas uma: ou as faz ela, ou as faço eu. e) Pronomes e advérbios interrogativos Quem lhe contou a verdade? Por que te afliges tanto? f) Pronomes indefinidos Tudo me foi dado. Alguém te contou a verdade? g) Frases exclamativas e optativas Como te atreves! Deus o abençoe, meu filho! h) Preposição em + verbo no gerúndio Em se tratando desse assunto, nada mudará. Casos de Mesóclise a) Verbo no futuro do presente ou do pretérito, sem palavra atrativa Amar-te-ei a vida inteira. (Não te amarei a vida inteira.) Dar-lhe-ia o livro. (Jamais lhe daria o livro.) Casos de Ênclise a) Antes de tentar decorar qualquer outra regra, é fundamental saber que a tendência da língua portuguesa recai sobre o uso da ênclise. Levante-se e lute. Tratando-se desse assunto, nada mudará. Vendê-lo era o que mais importava. Aqui, fazem-se chaves. PACOTE DE EXERCÍCIOS COMENTADOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 28 Portanto, se não ocorrer qualquer um dos casos mencionados anteriormente, usaremos a ênclise. Resposta – E 18. (Cesgranrio/IBGE/Agente Censitário/2010) Analise a frase: “De hoje em diante a pipa vai custar cinco mil cruzeiros.” Flexionando-se a locução verbal destacada no futuro do pretérito do modo indicativo, na 3ª pessoa do plural tem-se: (A) vão custar. (B) iriam custar. (C) fossem custar. (D) irão custar. (E) iam custar. Comentário – Em uma locução verbal todas as flexões de número, pessoa, tempo e modo recaem sobre o auxiliar. Eis as flexões corretas no futuro do pretérito do indicativo (em negrito está a forma correspondente à terceira pessoa do plural): eu iria custar, tu irias custar, ele iria custar, nós iríamos custar, vós iríeis custar, eles iriam custar. Sem querer “chover no molhado”, acho bom me deter só mais um pouquinho na locução verbal. LOCUÇÃO (OU PERÍFRASE) VERBAL é o conjunto constituído de dois ou mais verbos, dos quais um é o principal (o último), e os demais, auxiliares. As flexões de número, pessoa, modo e tempo ocorrem no verbo auxiliar. Ex.: Ninguém poderá sair. – O juiz deixou de marcar a falta. Nós estamos estudando. – Ninguém podia estar cantando. PACOTE DE EXERCÍCIOS COMENTADOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 29 Tínhamos estudado muito para a prova. A questão havia sido anulada pela banca. Resposta – B Agora fique de olhos bem abertos! A questão seguinte é perigosíssima. Lembre-se de que nem tudo o que reluz é ouro. 19. (Cesgranrio/Petrobras/Administrador Júnior/2010) Os verbos destacados NÃO podem ser considerados uma locução verbal em (A) “...de que você possa arrepender-se” (B) “Como podemos superar esses momentos?” (C) “Perguntas a que também quero responder,” (D) “posso afirmar que o mundo não acaba amanhã...” (E) “não deixe entrar aquilo...” Comentário – Com verbos causativos (mandar, deixar, fazer) e sensitivos (ver, ouvir, sentir) não ocorre locução verbal. Na verdade, tem-se período composto. A oração principal é a que apresenta o verbo causativo ou sensitivo (“não deixe”). A oração que apresenta o verbo no infinitivo é sua subordinada substantiva objetiva direta (“entrar aquilo”). Resposta – E 20. (Cesgranrio/Prefeitura de Salvador/Professor de Língua Portuguesa/2010) De acordo com o registro formal culto da língua, a colocação pronominal está INADEQUADA em: (A) Pulso firme era o que julgava-se indispensável para ser um bom pai. (B) O pai afirmou que lhe dera tudo de que necessitava. (C) Eu não o entendo – disse o pai a seu filho. PACOTE DE EXERCÍCIOS COMENTADOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 30 (D) Diga-me qual é a solução para o problema. (E) Pai e mãe entender-se-iam a respeito da educação dos filhos. Comentário – Alternativa A: errada. O “que” é pronome relativo e, como tal, atrai o pronome obliquo “se”, obrigando-o a ocupar posição proclítica. Alternativa B: certa. As conjunções integrantes (o primeiro “que” é um exemplo delas) atraem os pronomes oblíquos e dão ocasião à próclise, exatamente como se encontra o “lhe”. Alternativa C: certa.Agora foi o advérbio de negação “não” que atraiu o pronome. Alternativa D: certa. O pronome oblíquo “me” jamais poderia iniciar o período. Isso não é admissível nas provas de concursos, que se baseiam na gramática normativa (salvo disposição expressa em contrário, normalmente para enfatizar a linguagem informal). Lembre-se de que a tendência da Língua Portuguesa é a ênclise, marcada com o hífen. Alternativa E: certa. A mesóclise só ocorre com verbos no futuro do presente ou do pretérito do indicativo, exatamente como ocorreu, desde que não haja palavra atrativa (advérbios, conjunções subordinativas, pronomes relativos...). Porém, a próclise também seria possível (Pai e mãe se entenderiam...), pois o pronome oblíquo não abriria o período. Resposta – A 21. (Cesgranrio/Eletronuclear/Técnico em Arquivo/2010) A frase em que todos os verbos estão corretamente conjugados é (A) É bom que os jornaleiros premeiem os compradores de figurinhas. (B) Se a editora provesse as bancas todo dia, não haveria falta de cromos na cidade. (C) O dono da editora interviu para que não faltassem mais figurinhas no mercado. PACOTE DE EXERCÍCIOS COMENTADOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 31 (D) A falta de figurinhas nas bancas constitue um problema para os colecionadores. (E) Se os álbuns não caberem na estante, podemos guardá-los dentro do armário. Comentário – Alternativa A: errada. Os verbos terminados em IAR (como premiar) são regulares e não suportam a letra “e” que foi inserida no radical da forma “premeiem”. Eis a conjugação correta no presente do subjuntivo: (que) eu premie, (que) tu premies, (que) ele premie, (que) nós premiemos, (que) vós premieis, (que) eles premiem. Alternativa B: certa. O verbo prover é irregular, significa abastecer, providenciar, conjuga-se como ver, exceto no pretérito perfeito e seus derivados e no particípio, em que é regular. Leia a conjugação dele no pretérito imperfeito do subjuntivo: (se) eu provesse, (se) tu provesses, (se) ele provesse, (se) nós provêssemos, (se) vós provêsseis, (se) eles (provessem). Alternativa C: errada. Intervir é outro verbo irregular, deriva do verbo vir: eu intervim, tu intervieste, ele interveio, nós interviemos, vós interviestes, eles intervieram. Alternativa D: errada. Emprega-se a letra I na sílaba final de formas verbais terminadas em –UIR (diminuir: diminui, diminui; influir: influi, influis; possuir: possui, possuis; instituir: instiui etc.). Sendo assim, a forma correta é constitui. Alternativa E: errada. A conjugação do verbo irregular caber no futuro do subjuntivo deve ser feita assim: eu couber, tu couberes, ele couber, nós coubermos, vós couberdes, eles couberem. Resposta – B 22. (Cesgranrio/Liquigás/Assistente Administrativo I/2010) Ele pediu para _____ comentar a coluna de economia do jornal. PACOTE DE EXERCÍCIOS COMENTADOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 32 Se fores à redação, iremos _________. Enviou os últimos números da revista para _____. As formas dos pronomes que completam corretamente as frases são, respectivamente, (A) mim – consigo – tu. (B) mim – contigo – tu. (C) mim – com você – ti. (D) eu – consigo – tu. (E) eu – contigo – ti. Comentário – Sinceramente, esta questão é do tipo daquelas que você não pode errar nunca numa prova, porque é fácil. Os pronomes pessoais do caso reto, como regra geral, funcionam como sujeitos de verbos, ainda que surjam ao lado de uma preposição (e, nesse caso, o tal verbo normalmente surge no infinitivo). É por isso que a primeira lacuna deve ser preenchida com o pronome eu. Para facilitar o aluno, alguns professores dizem o seguinte: “Mim não conjuga verbo”. Então, ele não pode ser o sujeito da forma “comentar”. A segunda lacuna deve ser preenchida com o pronome pessoal oblíquo tônico contigo, que faz alusão à segunda pessoa do singular (tu). A dica que o examinador deixou foi a flexão verbal fores, repare: Se tu fores... Para mantermos a uniformidade de tratamento, precisamos continuar o discurso nos referindo ao interlocutor pelas formas pronominais correspondentes. A última lacuna é preenchida pelo pronome pessoal oblíquo tônico ti. Todo pronome oblíquo tônico é precedido de preposição. Além disso, ele não funciona como sujeito de verbo, mas como complemento dele. Resposta – E PACOTE DE EXERCÍCIOS COMENTADOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 33 23. (Cesgranrio/Petrobras/Administrador Júnior/2010) A frase abaixo que deve ser completada, segundo o registro culto e formal da língua, com o pronome lhe é (A) De início, o profissional especialista não ____ compreendera. (B) Prevenira- ____ de que, um dia, ela poderia ser alvo de críticas ácidas. (C) Eu ____ vi ontem pedindo desculpas sinceras por seus erros no passado. (D) A observação é o caminho que _____ conduzirá a um futuro próspero. (E) Disse ao amigo que _____ queria muito bem. Comentário – A banca exigiu do candidato conhecimento sobre o fato de que, como complementos de verbos, o pronome oblíquo lhe(s) funciona como objeto indireto e os pronomes oblíquos o(s) e a(s), como objetos diretos. Somente na última opção, o verbo (“queria”, no sentido de estimar) necessita de um objeto indireto. Por isso o pronome a ser empregado é o lhe. Nas demais alternativas, os verbos sentem a falta de um objeto direto (termo que não seja regido por preposição) para lhes completar os respectivos sentidos. Repare: (A) – compreender quem ou o quê? (B) – prevenir quem? (C) – ver quem ou o quê? (D) – conduzir quem ou o quê? Já deu para notar que o emprego dos pronomes oblíquos também é um assunto recorrente nas provas da Cesgranrio, certo? Então, nada mais natural do que detalhar o tema: • Emprego de pronomes I. Diferença quanto ao emprego dos pronomes pessoais a) Ele virou ela. Na função de sujeito e de predicativo, o pronome pessoal utilizado será, via de regra, do caso reto. PACOTE DE EXERCÍCIOS COMENTADOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 34 b) Quero falar com ele. Sou útil a ele. Vi-o na rua. c) Eu contei a ti o que acontecera. Você terá de viajar com nós dois. Você terá de viajar conosco. CUIDADO! Não vá sem eu saber. Todos saíram, exceto eu. d) Maria fez aniversário. Pedro deu-lhe um presente. Maria fez aniversário. Pedro a presenteou. e) Mandei-o sair da sala. Fiz-lhes ver que estavam errados. Resposta – E 24. (Cesgranrio/Prominp/Técnico/2010) Observe as sentenças abaixo. Serão empregados os do caso oblíquo nas demais funções sintáticas (complemento verbal, complemento nominal etc.) Como complementos verbais, o(s), a(s) desempenham função de objeto direto; lhe(s), de objeto indireto. Mesmo diante de preposição, o pronome pessoal do caso reto será empregado quando for sujeito de verbo, ainda que este esteja elíptico. Os pronomes oblíquos tônicos são precedidos de preposição. Usa-se com nós ou com vós quando tais expressões vierem acompanhadas de elementos de realce, numeral, pronome ou oração adjetiva. LHE(S) só poderá ser sujeito de verbo infinitivo transitivo direto. Mandei-lhe sair da sala seria uma construção errada, já que “sair” tem regência intransitiva. PACOTE DE EXERCÍCIOS COMENTADOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSORALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 35 O diretor _____ chamou para _____ dar uma boa notícia. A inventora pediu para _____ testar o novo produto. Todos acreditaram na história, com exceção de _____. Os pronomes de primeira pessoa que, na sequência, preenchem as lacunas acima corretamente são (A) me – me – eu – mim. (B) me – me – mim – mim. (C) me – mim – eu – mim. (D) mim – mim – eu – eu. (E) mim – me – mim – eu. Comentário – Os demais pronomes oblíquos átonos (desconsidere lhe, o, a e suas formas plurais) podem funcionar como objeto direto ou objeto indireto (sem preposição que os preceda, pois são átonos). Tudo vai depender da regência verbal. Na primeira lacuna, só podemos usar o pronome átono me, pois não existe preposição regendo o pronome oblíquo. Na segunda lacuna, a preposição “para” não foi usada para reger o pronome, mas sim para conectar a oração principal à oração subordinada reduzida de infinitivo (repara o verbo “dar”). Então, o novamente temos que usar o pronome me. Na terceira lacuna, você precisa notar que o infinitivo “testar” possui sujeito e que esse sujeito deve ser representado por um pronome pessoal do caso reto. Consequentemente, o pronome eu deve preencher a lacuna, mesmo estando precedido da preposição “para”. Finalmente, a última lacuna é preenchida com o pronome oblíquo tônico mim – observe que agora a preposição (“de”) rege o pronome. Resposta – A 25. (Cesgranrio/BNDES/Direito/2010) A sequência de verbos destacada NÃO pode ser considerada uma locução verbal em PACOTE DE EXERCÍCIOS COMENTADOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 36 (A) Eles iam estabelecendo metas. (B) Esperamos ser você o vitorioso. (C) As pessoas haviam feito suas escolhas. (D) Estou investindo em minha profissão. (E) Tenho de fazer planos para o futuro. Comentário – Uma locução verbal é o conjunto constituído de dois ou mais verbos, dos quais um é o principal (o último); e os demais, auxiliares. As flexões de número, pessoa, modo e tempo ocorrem no verbo auxiliar. A locução verbal equivale a um só verbo e pode até ser articulada por meio de preposição. De acordo com Luiz Antônio Sacconi, uma locução verbal não é formada com verbo principal no particípio (observe o último exemplo). Dele discordam autores como Ulisses Infante, Pasquale Cipro Neto, Celso Cunha, João Domingues Maia, por exemplo. E, pelo que parece, a Cesgranrio também, pois indicou como resposta certa a opção B (note que, na letra C, o verbo fazer está no particípio irregular). Em “Esperamos ser você o vitorioso.”, existem duas orações distintas. A primeira é representada somente pelo verbo “Esperamos”; a segunda, por “ser você o vitorioso”. É interessante perceber que a segunda pode ser substituída pelo pronome demonstrativo isso: Esperamos isso. Resposta – B 26. (Cesgranrio/Funasa/Administrador/2009) Na passagem “Eugênio examinava-lhe as mudanças do rosto com comovida atenção.” (l. 10-11), o pronome oblíquo lhe exerce função sintática idêntica ao termo destacado em (A) “Olívia se aproximou de Eugênio...” (l. 1) (B) “A enfermeira juntava os ferros.” (l. 3) (C) “A respiração voltava lentamente,” (l. 7) PACOTE DE EXERCÍCIOS COMENTADOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 37 (D) “Vencera! Salvara a vida de uma criança!” (l. 12) (E) “Sentia-se leve e aéreo.” (l. 17) Comentário – Além de servir de complemento (objeto indireto) de verbos transitivos (Doei-lhe toda minha fortuna.), o pronome LHE também serve para indicar posse, a exemplo dos pronomes possessivos naturais (meu, nosso, vosso...). Nesse caso, a função sintática do LHE será de adjunto adnominal. É isso o que acontece na oração destacada no enunciado (Eugênio examinava as suas [= do “pequeno paciente”] mudanças do rosto com comovida atenção.). Na quarta alternativa, a locução “de uma criança” tem papel semelhante ao do pronome LHE, caracteriza as possibilidades designativas do substantivo “vida”, sintaticamente é outro adjunto adnominal. Nas demais opções, temos, respectivamente, objeto indireto, objeto direto, adjunto adverbial e predicativo do objeto direto (representado pelo pronome “se”, reflexivo). Resposta – D 27. (Cesgranrio/TJ-RO/Oficial de Justiça/2008) Indique a opção em que a expressão em destaque pode ser substituída por “lhe”, assim como em “...uma parte do mérito lhe cabe,” (l. 13) (A) O economista chamou o colega de benfeitor da natureza. (B) A Fundação convidou o professor para o cargo de diretor. (C) O projeto pertence ao renomado cientista. (D) O governo criou recentemente o Bolsa-Floresta. (E) A diretora gosta muito de sua assistente. Comentário – Ao completar o sentido de um verbo, o pronome pessoal do caso oblíquo átono lhe funciona como objeto indireto dele. É assim que está OI OD PACOTE DE EXERCÍCIOS COMENTADOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 38 empregado no segmento sob análise. No sentido de ter direito, ser da competência, o verbo caber é transitivo indireto. Nas alternativas A, B e D, os termos destacados são objetos diretos dos respectivos verbos: “chamou”, “convidou” e “criou”. Elas devem ser prontamente descartadas. A alternativa C apresenta verbo transitivo indireto (algo pertence a alguém). O seu complemento pode ser substituído pela expressão a ele (preposição + pronome oblíquo tônico) ou pelo pronome oblíquo átono lhe. E o que dizer da última opção? Sem querer complicar muito a sua vida, esclareço que nem todos os verbos que projetam um argumento regido de preposição admitem que esse termo seja substituído pelo pronome átono de 3ª pessoa lhe ou lhes (Dependo do regulamento. = Dependo dele.). São esses verbos chamados por alguns gramáticos de TRANSITIVO RELATIVO; seus complementos são denominados COMPLEMENTOS RELATIVOS. Resposta – C 28. (FCC/TRE-AM/Analista Judiciário/2010) Está correta a flexão de todas as formas verbais da frase: (A) Tudo o que advir como poder da Igreja tem correspondência com o plano simbólico e espiritual. (B) O poder civil e a esfera religiosa nem sempre conviram quanto à busca de um sereno estabelecimento de acordos. (C) Ao longo da História, nações e igrejas muitas vezes se absteram de buscar a convergência de seus interesses. (D) A pergunta de Stalin proveu de sua convicção quanto ao que torna de fato competitivo um país beligerante. (E) Ciente da fragilidade militar da Igreja, o ditador não se conteve e interveio na História com a famosa frase. PACOTE DE EXERCÍCIOS COMENTADOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 39 Comentário – Alternativa A: o verbo advir deriva do verbo vir e deve ser conjugado como ele. Para que seja mantida a correlação verbal com a forma “tem”, é preciso que o primeiro verbo seja conjugado na terceira pessoa do singular do presente do indicativo: “Tudo o que advém [...] tem...”. Alternativa B: está em cena agora o verbo convir, que também é ocnjugado como o verbo vir. Na terceira pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo, deve ser assim conjugado: “O poder civil e a esfera religiosa [eles] nem sempre convieram...”. Alternativa C: o verbo abster (como manter, deter, conter etc.) deriva do verbo ter e segue o modelo dele. Na terceira pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo, dever ser conjugadoda seguinte forma: “...nações e igrejas [elas] se abstiveram...” Alternativa D: como o sentido aqui é originar-se, o verbo adequado é o provir, que também é conjugado conforme o verbo vir. Na terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo, a forma correta é: “A pergunta de Stalin [ela] proveio...”. Alternativa E: atente para o fato de que o verbo conter (que foi conjugado no pretérito perfeito do indicativo) deriva de ter, conforme está dito no comentário da letra C. Resposta – E 29. (FCC/TRT 7ª Região/Analista Judiciário/2009) Quanto ao emprego das formas verbais e ao tratamento pessoal, está plenamente correta a frase: (A) Vai, junta-te àquele grupo de manifestantes e depois dize-me o que achaste. (B) Ide, juntem-se àquele grupo de manifestantes e depois dizei-me o que achastes. (C) Queremos que Vossas Senhorias vos junteis àquele grupo de manifestantes e depois digai-nos o que acharam. PACOTE DE EXERCÍCIOS COMENTADOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 40 (D) Queremos que Suas Excelências juntai-vos àquele grupo de manifestantes e depois dizei-nos o que achásseis. (E) Senhores, vão juntar-se àquele grupo de manifestantes e depois dizei-nos o que acharam. Comentário – Utilize a tabela abaixo, que serve como uma revisão da formação do imperativo. Presente do Indicativo Imperativo Afirmativo Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo eu cant-o eu cant-e tu cant-a-s (- s) cant-a tu tu cant-e-s não cant-e-s tu ele cant-a cant-e você ele cant-e não cant-e você nós cant-a-mos cant-e-mos nós nós cant-e-mos não cant-e-mos nós vós cant-a-is (- s) cant-a-i vós vós cant-e-is não cant-e-is vós eles cant-a-m cant-e-m vocês eles cant-e-m não cant-e-m vocês Alternativa B: “Ide” = segunda pessoa do plural (vós) do imperativo afirmativo do verbo ir; “juntem” = terceira pessoa do plural (eles/vocês) do imperativo afirmativo do verbo jantar; “dize” = segunda pessoa do plural (vós) do imperativo afirmativo do verbo dizer; “achastes” = segunda pessoa do plural (vós) do pretérito perfeito do verbo achar. Não foi respeitada a uniformidade de tratamento entre as pessoas gramaticais. Eis a correção: “Ide, juntai-vos àquele grupo de manifestantes e depois me dizei o que achastes”. Alternativa C: pronome de tratamento leva o verbo e o pronome que se relacionam com ele para a terceira pessoa. Eis a correção: “Queremos que Vossas Senhorias se juntem àquele grupo de manifestantes e depois nos digam o que acharam”. Alternativa D: novamente, o fio condutor será o pronome de tratamento: “Queremos que Suas Excelências juntem-se àquele grupo de manifestantes e depois nos digam o que acharam”. Alternativa E: “Senhores, vão juntar-se àquele grupo de manifestantes e depois nos digam o que acharam”. Resposta – A PACOTE DE EXERCÍCIOS COMENTADOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 41 30. (Cesgranrio/Transpetro/Analista de Sistemas Júnior/2011) Complete as frases da segunda coluna com a expressão adequada à norma-padrão. I – por que II – porque III – porquê P – As pessoas ficaram tranquilas ______ não tiveram de refazer o trabalho. Q – Não sei o ______ de tanta preocupação com a pressa. R – Afinal, tantas dúvidas com a terapia, ______? S – Ignoro ______ razão as pessoas não se habituam à solidão. O preenchimento dos espaços com as expressões que tornam as sentenças corretas resulta nas seguintes associações: (A) I – P , II – S , III – Q (B) I – S , II – P , III – Q (C) I – S , II – R , III – P (D) I – R , II – P , III – S (E) I – Q , II – R , III – P Comentário – Letra P: porque (conjunção que indica causa, motivo, explicação; usado em orações subordinadas adverbiais causais e coordenadas sindéticas explicativas). Letra Q: porquê (substantivo, usado normalmente após um artigo ou outro determinante). Letra R: por quê (preposição + advérbio interrogativo; expressão usada no final de frase, diante de pontuação, em frases interrogativas). Letra S: por que (caso semelhante ao da letra R; porém o que é átono – não está no final de frase nem antes de pontuação). Portanto a associação correta é a seguinte: I – S; II – P; III – Q. Percebeu que a letra R só apareceu para nos atrapalhar? Resposta – B PACOTE DE EXERCÍCIOS COMENTADOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 42 31. (Cesgranrio/Petrobras/Administrador Júnior/2011) O emprego da palavra/expressão destacada está INCORRETO em: (A) Estava mau-humorado quando entrou no escritório. (B) Indaguei a razão por que se empenhou tanto na disputa pelo cargo. (C) Ninguém conseguiu entender aonde ela pretendia chegar com tanta pressa. (D) Não almejava mais nada da vida, senão dignidade. (E) Ultimamente, no ambiente profissional, só se fala acerca de eleição. Comentário – Alternativa A: incorreta. Escreve-se mal-humorado, contrário de bem-humorado. Mau é o contrário de bom, que não se aplica ao caso analisado. Alternativa B: correta. Estamos diante agora de preposição + pronome relativo (= pela qual). Alternativa C: correta. Onde se aplica referentemente a lugar. A preposição que o acompanha é exigida pela regência do verbo “chegar”. Alternativa D: correta. Preste atenção: se não, expressão escrita separadamente, só ocorre quando o se for uma conjunção subordinativa condicional (equivalente a caso). Exemplo: Se não estudar, não passará! (Caso não estude...). Nas demais construções, a expressão é inseparável, como um vocábulo apenas. Alternativa E: correta. Acerca de equivale a seguinte locução: a respeito de (= sobre). Cuidado para não confundir com há cerca de, que indica a existência aproximada de algo, tempo decorrido. Exemplo: Neste curso, há cerca de 30 alunos. Estivemos aqui há cerca de um ano. Ou, ainda, com a cerca de, em frases como: Estamos a cerca de dois meses da prova. (indicando aproximadamente). Resposta – B 32. (Cespe/PC-ES/Cargos de Nível Superior/2011) No trecho "estão convencidos de que as desigualdades são, em sua maior parte, sociais ou PACOTE DE EXERCÍCIOS COMENTADOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 43 históricas" (L.8-10), a omissão da preposição "de" prejudicaria a correção gramatical do período. Comentário – Sim, pois ela promove o vínculo entre o adjetivo “convencidos” e a oração completiva nominal subsequente. A retirada dela afetaria a coesão do período e as regras de regência nominal. Resposta – Item certo. Nas próximas páginas, estão relacionadas as questões que analisamos nesta aula, mas sem os respectivos comentários, para você resolvê-las novamente e, assim, revisar a matéria que estudou hoje. Até a próxima aula! Professor Albert Iglésia PACOTE DE EXERCÍCIOS COMENTADOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 44 Lista das Questões Comentadas A sua vez Boa parte das brincadeiras infantis são um ensaio para a vida adulta. Criança brinca de ser mãe, pai, cozinheiro, motorista, polícia, ladrão (e isso, você sabe, não implica nenhum tipo de propensão ao crime). 5 E, ah, quando não há ninguém por perto, brinca de médico também. É uma forma de viver todas as vidas possíveis antes de fazer uma escolha ou descoberta. Talvez seja por isso que a gente pare de brincar aos poucos – como se tudoisso perdesse o sentido quando 10 viramos adultos de verdade. E tudo agora é para valer. Mas será que parar de brincar é, de fato, uma decisão madura? Atividades de recreação e lazer estimulam o imaginário e a criatividade, facilitam a socialização e 15 nos ajudam a combater o estresse. Mas, se tudo isso for o objetivo, perde a graça, deixa de ser brincadeira. Vira mais uma atividade produtiva a cumprir na agenda. Você só brinca de verdade (ainda que de mentirinha) pelo prazer de brincar. E só. Como escreveu 20 Rubem Alves, quem brinca não quer chegar a lugar nenhum – já chegou. QUINTANILHA, Leandro Disponível em: http://www.vidasimples.abril.com.br/edicoes/073/pe _no_chao/conteudo_399675.shtml Você já é grandinho o suficiente para saber que brincadeira é para a vida toda PACOTE DE EXERCÍCIOS COMENTADOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 45 1. (Cesgranrio/Sec. Administ.-TO/Assistente Social/2009) O verbo destacado é impessoal na frase (A) “(e isso, você sabe, não implica nenhum tipo de propensão ao crime).” (l. 3-4). (B) “E, ah, quando não há ninguém por perto,...” (l. 5). (C) “E tudo agora é para valer.” (l. 10). (D) “Vira mais uma atividade produtiva a cumprir...” (l. 17). (E) “quem brinca não quer chegar a lugar nenhum –” (l. 20-21). 2. (Cesgranrio/Petrobras/Administrador Júnior/2011) O verbo destacado NÃO é impessoal em: (A) Fazia dias que aguardava a sua transferência para o setor de finanças. (B) Espero que não haja empecilhos à minha promoção. (C) Fez muito frio no dia da inauguração da nova filial. (D) Já passava das quatro horas quando ela chegou. (E) Embora houvesse acertado a hora, ele chegou atrasado. 3. (Cesgranrio/Petrobras /Administrador Júnior/2011) Considere as frases abaixo. I. Há amigos de infância de quem nunca nos esquecemos. II. Deviam existir muitos funcionários despreparados; por isso, talvez, existissem discordâncias entre os elementos do grupo. Substituindo-se em I o verbo haver por existir e em II o verbo existir por haver, a sequência correta é (A) existem, devia haver, houvesse. (B) existe, devia haver, houvessem. (C) existe, devia haver, houvesse. PACOTE DE EXERCÍCIOS COMENTADOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 46 (D) existem, deviam haver, houvesse. (E) existe, deviam haver, houvessem. 4. (Cesgranrio/Petrobras/Administrador Júnior/2010) Transpondo-se o trecho “O futuro é construído a cada instante da vida,” para a voz passiva sintética, tem-se a forma verbal (A) constrói-se. (B) construiu-se. (C) há de ser construído. (D) pode ser construído. (E) foi construído. 5. (Cesgranrio/Prominp/Técnico/2010) Em qual, dentre as frases abaixo, a forma verbal em destaque está corretamente empregada? (A) O fogão não foi acendido até aquele momento. (B) A invenção foi aceita de imediato. (C) As crianças foram expulsadas da cozinha. (D) Ele tinha limpo a cozinha depois do acidente. (E) Ele tinha aceso o fogão pela manhã. 6. (Cesgranrio/Transpetro/Técnico em Enfermagem/2011) Considere a frase abaixo. O chefe de vários departamentos identifica a mudança no cenário da informática. A palavra identifica pode ser substituída, mantendo o sentido da sentença, pelo verbo ver, flexionado de acordo com a norma-padrão, por (A) vêm PACOTE DE EXERCÍCIOS COMENTADOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 47 (B) veem (C) vem (D) vê (E) viram 7. (Cesgranrio/Fafen Energia S.A./Téc. de Administração/2009) Assinale a opção em que é possível substituir, de acordo com a norma culta, a expressão grifada pela palavra “onde”. (A) O cinema em que nos encontramos passa bons filmes. (B) Vejo você às 11 horas, quando iremos almoçar. (C) Se o tempo melhorar, então vamos à praia. (D) A situação que ele criou não é aceitável. (E) Lembrei-me do tempo no qual íamos juntos trabalhar. O Cerco Total aos Fumantes O estado de São Paulo aprova a lei antifumo mais restritiva do país. É um grande passo para tentar apagar o cigarro da vida moderna. A vida de quem fuma só piora no Brasil e no mundo. Mas agora, em São Paulo, fumar virou um inferno. Daqui para a frente, será proibido acender cigarros, cachimbos e charutos em qualquer ambiente 5 coletivo fechado em todo o estado. Isso significa que: 1) restaurantes não poderão mais ter alas para fumantes; 2) bares terão de aposentar seus cinzeiros; 3) hotéis passarão a fiscalizar seus hóspedes; e 4) empresas serão obrigadas a fechar as acinzentadas 10 salinhas conhecidas como fumódromos. Quem quiser PACOTE DE EXERCÍCIOS COMENTADOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 48 dar suas tragadas só poderá fazê-lo em casa, no carro ou ao ar livre. A lei é tão rigorosa que mesmo ambientes com teto alto e sem paredes, como marquises, serão vetados ao tabaco. Os empresários 15 que não se adequarem à lei em noventa dias poderão ser multados em até 3,2 milhões de reais. É para deixar qualquer um sem fôlego. [...] No Palácio dos Bandeirantes quem quer fumar um cigarro precisa andar 500 metros, cruzar o portão e 20 sair para a rua. “Quando chove é pior, porque a gente precisa usar o guarda-chuva para chegar lá”, conta um funcionário da Casa Civil do governo. “Ficou tão difícil fumar que até decidi parar”, diz ele. [...] Quem considera a lei exagerada deve saber que 25 São Paulo apenas se alinha a uma tendência mundial. Em Londres, desde 2007 não se pode fumar em espaços fechados, como pubs, cafés, restaurantes e escritórios. Lá, também foram extintos os fumódromos. Em Nova York, já é proibido fumar em lugares 30 fechados, desde 2003. No estado americano da Califórnia, a lei é ainda mais dura. Há mais de um ano é vetado fumar dentro dos carros se um dos passageiros tiver menos de 18 anos. Na cidade de Belmont, também na Califórnia, a restrição chega aos lares. 35 Não se podem acender cigarros em apartamentos que dividam chão, teto ou parede com outros. Os fumantes americanos têm outro problema com que se preocupar: eles pagam, em média, 25% a mais pelo plano de saúde, já que o cigarro está associado a um sem- 40 número de doenças. O caso mais radical é o do Butão, PACOTE DE EXERCÍCIOS COMENTADOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 49 pequeno país espremido entre a Índia e a China, que simplesmente baniu a venda de tabaco em 2004. A brasa do tabagismo está-se apagando mundo afora. E a maioria não fumante não quer deixar que ela seja 45 reavivada. BRASIL, Sandra. Revista Veja, 15 abr. 2009. (Adaptado) 8. (Cesgranrio/Funasa/Administrador/2009) Na passagem “Os empresários que não se adequarem à lei em noventa dias poderão ser multados em até 3,2 milhões de reais.” (l. 14-16), o termo que apresenta a mesma classe gramatical que em (A) “A lei é tão rigorosa que mesmo ambientes com teto alto e sem paredes,” (l. 12-13) (B) “ ‘Ficou tão difícil fumar que até decidi parar’,” (l. 22-23) (C) “Quem considera a lei exagerada deve saber que São Paulo apenas se alinha a uma tendência mundial.” (l. 24-25) (D) “Os fumantes americanos têm outro problema com que se preocupar:” (l. 36-37) (E) “E a maioria não fumante não quer deixar que ela seja reavivada.” (l. 44- 45) [...]
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