Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CURSO METODOLOGIA ECONÔMICA Professora Renata Lèbre La Rovere Tutor: Guilherme Santos Ementa da Disciplina Noções de Filosofia da Ciência: positivismo, Popper, Kuhn, Lakatos e tópicos de pesquisa recentes. Metodologia econômica: um apanhado das principais contribuições nos séculos XIX e XX e tópicos de pesquisa recentes. Grupo Inovação – Instituto de Economia da UFRJ 2 Grupo Inovação – Instituto de Economia da UFRJ 3 Positivismo Valoriza indução (do particular para o geral) e relações lógicas entre enunciados científicos O procedimento para formular uma teoria é irrelevante: o que interessa é seu teste experimental Lógica da ciência fornece um critério ideal de como o cientista deveria agir ou pensar, tendo portanto caráter normativo em vez de descritivo Grupo Inovação – Instituto de Economia da UFRJ 4 Críticas ao Positivismo Popper: toda observação está imersa em teorias Como observações incorporam teorias falíveis, elas não podem ser consideradas fontes seguras para a construção do conhecimento Críticas à indução: se a indução não é definitiva, ela não é logicamente válida; de afirmações sobre o passado e presente não se pode prever o futuro (Hume, século XVIII) Grupo Inovação – Instituto de Economia da UFRJ 5 Críticas ao Positivismo Mesmo que procedimentos indutivos permitam reunir um conjunto de dados e formar generalizações superficiais, eles são insuficientes para originar teorias científicas Resposta dos positivistas: podemos usar indução combinada com teoria da probabilidade para aumentar o grau de confirmação de hipóteses e teorias. Até hoje existem defensores deste método Popper: sistematiza crítica aos positivistas A busca de conhecimento se inicia com a formulação de hipóteses que procuram resolver problemas e continua com tentativas de refutação destas hipóteses, através de testes que envolvem observações ou experimentos As hipóteses e leis que resistem aos testes são verdades provisórias A refutação é em nível experimental, e não em nível lógico O princípio da refutabilidade leva à formulação de leis gerais, precisas e simples; quanto maior a refutabilidade, maior o grau de corroboração Hipótese é científica quando puder ser refutada Grupo Inovação – Instituto de Economia da UFRJ 6 Popper Grupo Inovação – Instituto de Economia da UFRJ 7 Lakatos Ciência é formada por um programa de pesquisa composto de leis irrefutáveis e hipóteses auxiliares Hipóteses auxiliares são introduzidas para resolver anomalias Lakatos, como Popper, defende que ciência busca aumentar conteúdo empírico e preditivo de suas teorias, e que modificações nas hipóteses auxiliares não podem ser ad hoc (pois diminuem o grau de falseabilidade do sistema de teorias) Grupo Inovação – Instituto de Economia da UFRJ 8 Kuhn • Kuhn concorda com Popper no que se refere à observação carregada de teoria e também acredita que cientistas propõem teorias para explicar fenômenos observados • Mas como resultado desta posição, para Kuhn a observação não é neutra => não é possível determinar um método científico a priori, baseado na lógica, como propõe Popper • Progresso da ciência se dá através da construção de paradigmas científicos, que são conjuntos de regras para resolver problemas • Escolha de teorias é determinada por valores compartilhados da comunidade científica (consenso sobre características), e também por atributos individuais dos cientistas Grupo Inovação – Instituto de Economia da UFRJ 9 Metodologia Econômica - contribuições Distinção entre Economia Positiva e Economia Normativa Controvérsias entre economistas: Críticas à análise marginal quando aplicada à teoria da firma Desafios à ideia de mercados competitivos como alocadores de recursos Crítica dos institucionalistas e neoschumpeterianos sobre o papel da teoria e da observação empírica Crítica dos institucionalistas e neoschumpeterianos ao conceito de racionalidade plena Grupo Inovação – Instituto de Economia da UFRJ 10 Contribuições de Friedman • A teoria será julgada pelo seu poder preditivo, relativamente à classe de fenômenos que pretende explicar • O único teste relevante para a validade de uma hipótese é sua comparação de suas previsões com a experiência • A evidência empírica não prova uma hipótese, e sim refuta ou não refuta a hipótese • A Economia, enquanto ciência positiva, é um corpo de generalizações, provisoriamente acolhidas, referentes a fenômenos econômicos, passíveis de se verem utilizadas para prever as consequências das alterações das circunstâncias Grupo Inovação – Instituto de Economia da UFRJ 11 Contribuições de Simon 1. Agentes econômicos não são capazes de fazer as melhores escolhas quando estas são muito complexas 2. Complexidade implica em necessidade de obtenção e processamento de informações 3. No que se refere à racionalidade, a teoria neoclássica da Economia é diferente das outras ciências sociais em três aspectos básicos: • Silencia sobre o conteúdo dos objetivos e dos valores • Postula uma consistência de comportamento global • Postula que o comportamento é objetivamente racional em relação a seu ambiente Contribuições de Simon A racionalidade em Economia é substantiva, pois é vista nos termos das escolhas que produz, enquanto que nas outras ciências é processual, pois considera os processos empregados Para se passar da racionalidade substantiva para a racionalidade processual, a base empírica da Economia necessita ser expandida Grupo Inovação – Instituto de Economia da UFRJ 12 Grupo Inovação – Instituto de Economia da UFRJ 13 Contribuições de autores heterodoxos Diferenças em relação aos ortodoxos: •Uso do método histórico-dedutivo, em vez de usar método hipotético-dedutivo dos ortodoxos •Foco na racionalidade processual •Não aderem à ideia de equilíbrio, buscando explicar mudanças no sistema econômico •Ideia de dependência da trajetória Grupo Inovação – Instituto de Economia da UFRJ 14 Contribuições de autores heterodoxos Evolucionistas ou neo-schumpeterianos: •Estudo de processos de seleção, adaptação e replicação de inovações •Estudo de sistemas complexos •Foco na racionalidade processual Institucionalistas: •Estudo de instituições •Foco na racionalidade processual Grupo Inovação – Instituto de Economia da UFRJ 15 Contribuições de autores heterodoxos Evolucionistas ou neo-schumpeterianos: •Estudo de processos de seleção, adaptação e replicação de inovações •Estudo de sistemas complexos •Foco na racionalidade processual Institucionalistas: •Estudo de instituições •Foco na racionalidade processual Grupo Inovação – Instituto de Economia da UFRJ 16 Contribuições de autores heterodoxos Diferenças entre neo-schumpeterianos: •Como aplicar os princípios do darwinismo universal • Qual o melhor modelo para estudar sistemas complexos Diferenças entre Institucionalistas: • Nova Economia Institucional continua com foco em indivíduos; análise das instituições “de cima para baixo” •Institucionalistas contemporâneos (ou “velhos” institucionalistas) com foco em interações; análise das instituições “de baixo para cima” Grupo Inovação – Instituto de Economia da UFRJ 17 Obrigada! • Dúvidas • Sugestões para melhoria do curso
Compartilhar