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1 ESTUDO DIRIGIDO RADIOBIOLOGIA E FOTOBIOLOGIA QUESTÕES COM RESPOSTAS DO PROF. ALVARO LEITÃO 2 Estudo Dirigido – Capítulo 1 1. Qual a sua explicação para os seguintes fatos: a) No trânsito, a luz amarela é a luz de ATENÇÃO. b) A sinalização nas estradas é amarela. R.: Porque é no espectro da luz amarela que temos o pico de absorção da rodopsina (opsina+VitaminaA), pigmento presente na retina, responsável pela visão. Portanto, é a cor que nós vemos melhor. 2. Quais as diferenças entre fluorescência e fosforescência do ponto de vista energético, temporal e estado de excitação das moléculas? R.: Fluorescência Fosforescência Temporal Emissão quase instantânea, cessando logo após a extinção da fonte excitante; Emissão “retardada” da luz após excitação; Energético Energia Fluorescência > Energia Fosforescência (Para a mesma molécula); Estado de excitação Decaimento S0 S1 S0 Decaimento S0 T1 S0 (rara) S0 S1 T1 S0 3. Quais os mecanismos de obtenção das radiações eletromagnéticas? R.: Através de pulos de elétrons nas órbitas dos átomos (quantificada - característica) ou desaceleração eletrônica (frenagem ao passar perto do núcleo) (radiação contínua). No caso da radiação gama a emissão ocorre por rearranjo do núcleo radioativo após emissão de partículas alfa ou beta. 4. O que é radiação de frenagem? R.: As partículas dotadas de carga elétrica acarretam a ejeção de elétrons em consequência da interação eletrostática, entretanto, em algumas interações, como no caso dos elétrons, elas podem ser desaceleradas, mudando de trajetória. Nesse caso, a energia dissipada aparece sob a forma de radiação eletromagnética, conhecida como radiação de frenagem. 3 5. Do ponto de vista biológico defina radiações ionizantes e não ionizantes. R.: A radiação ionizante deve ter energia suficiente para arrancar o último elétron da última camada (primeiro potencial de ionização) dos elementos que constituem a matéria viva (C, H, N, O), portanto, acima de ~ 15 eV. Ex. Radiações X e gama (eletromagnéticas) e alfa, beta e neutrons (corpusculares). 6. Por que se utiliza radiação UV de 254 nm para esterilizações hospitalares e de material cirúrgico nos consultórios médicos e dentários? R.: Porque esse comprimento de onda faz parte do espectro de ação bactericida da radiação UV e é nessa faixa que ocorre o pico de absorção dos ácidos nucleicos (DNA), o que indica serem estes os alvos mais importantes no processo de inativação das bactérias pela radiação. O comprimento de onda mais efetivo seria o de 260 nm, entretanto, a radiação de 254 nm é de mais fácil obtenção. 7. Defina radiações ativas e radiações eficazes, exemplificando. R.: Quando um sistema biológico é submetido a um feixe complexo de radiações, verifica-se que alguns dos componentes do espectro podem produzir um efeito, mas o fazem com diferentes eficiências. Logo, todas as radiações de um intervalo espectral são ativas para produzir o efeito considerado, mas não são igualmente eficazes. Toda a faixa de comprimento de onda do UV entre240 e 300 nm é capaz de ser absorvida pelo DNA e produzir dímeros de pirimidinas (radiação ativa para inativação celular). Entretanto, o pico de absorção desta molécula está em 260 nm e por isto este é o comprimento de onda mais eficaz para causar a inativação celular (é o mais eficiente para produzir os dímeros de pirimidina). 8. Como pode ser calculada a energia de um fóton sabendo-se o comprimento de onda da radiação? R.: Por meio da equação E = 1230/. Importante ressaltar que quanto maior o comprimento de onda, menor será a energia fotônica, pois são grandezas inversamente proporcionais. 9. O que significa dizer que uma radiação é monocromática? R.: Radiação monocromática é quando uma fonte emite todos os fótons em um determinado comprimento de onda. 4 10. Como funciona um monocromador e para que serve? R.: Os monocromadores são aparelhos que funcionam empregando prismas ou grades de difração. Incluem uma lâmpada, uma lente que focaliza a imagem da fonte em um fenda de entrada e um sistema de colimação, que torna o feixe paralelo; após atravessar o prisma o feixe se decompõe. É utilizado para selecionar uma determinada faixa de comprimentos de onda na fenda de saída, através da rotação do telescópio em relação ao colimador. 11. O que significa a seguinte frase: “A absorção das radiações ionizantes pela matéria é um fenômeno atômico e não molecular”? R.: A interação das radiações ionizantes com a matéria depende dos átomos que a constituem, mas não das estruturas moleculares formadas por estes átomos. Portanto, a absorção de átomos pesados é maior que a dos leves. (Ex, Em uma radiografia o osso absorve mais que o tecido mole, pois contém muito Cálcio, que é pesado em relação ao carbono, hidrogênio e nitrogênio dos tecidos moles, por isso o osso aparece branco). 12. Na interação (absorção) das radiações ionizantes com a matéria, descreva: a) efeito fotoelétrico b) efeito Compton c) produção de pares (materialização) d) R.: a) efeito fotoelétrico: o fóton cede toda sua energia, que é utilizada para o arrancamento de um elétron do átomo e conferir energia cinética ao elétron ejetado. b) efeito Compton: o fóton cede parte de sua energia para o arrancamento de um elétron, muda de direção, porém continua existindo com energia menor. c) materialização: um fóton altamente energético interage com um núcleo atômico, transformando-se em um par eletrônico, um elétron e um pósitron. Logo em seguida o pósitron choca-se com um elétron, ocorrendo a aniquilação, com a produção de dois fótons com energia equivalente à massa dos dois elétrons, ou seja, 0,51 MeV cada um. Portanto, este efeito só é observado para radiações acima de 1,02 MeV.. 5 13. Qual a diferença entre estado tripleto e singleto de uma molécula? R.: Ambos são estados excitados, sendo que no estado singleto os elétrons encontram-se emparelhados e no estado tripleto ocorre uma inversão do spin passando a existir dois elétrons não emparelhados. As definições singleto e tripleto referem-se à “multiplicidade” M, que é igual a 1 para o singleto e 3 para o tripleto. 14. Defina espectro de ação e espectro de absorção (Exemplifique). R.: Espectro de ação é o efeito fotoquímico produzido por uma determinada faixa de comprimento de onda. Espectro de absorção é a faixa de comprimento de onda onde o cromóforo é capaz de absorver a radiação e sofrer o efeito fotoquímico. Ex. A fotossíntese só ocorre com comprimentos de onda capazes de serem absorvidos pela clorofila. 15. Defina cromóforo. R.: É a estrutura da molécula que absorve os fótons e é a responsável pelo processo fotoquímico. 16. O que significa transferência linear de energia (TLE) de uma radiação? R.: É a grandeza usada para descrever a interação das radiações ionizantes, corpusculares ou eletromagnéticas, com a matéria, e é definida como a quantidade de energia dissipada por unidade de comprimento da trajetória. É a energia perdida por unidade de percurso. Partículas alfa e beta têm carga elétrica, então vão interagir mais, então a TLE é altíssima, porque gastam energia interagindo, então o percurso é menor. Já radiações gama têm menos chance de interagir, o percurso é maior, logo a TLE é baixíssima. 17. Como a energia é propagada? R.: As radiações permitem a propagação da energia à distância, podendo transportá-la de duasformas distintas: a) com suporte material, isto é, como partículas, que podem ser dotadas ou não de carga elétrica e que se propagam com determinada velocidade (elétrons, prótons, nêutrons); b) sem suporte material, ou seja , como ondas eletromagnéticas, com velocidade próxima de 300000 km/s no vácuo (raios X, gama, UV, Visível, etc). 6 18. Defina “primeiro potencial de ionização”. R.: É a energia necessária para promover o arrancamento do elétron mais fracamente ligado de um átomo. 19. Por que a emissão de fótons por pulos eletrônicos em orbitais mais externos dá origem à luz visível e UV, e as mais internas a raios X? Considere um átomo pesado. R.: Nas órbitas mais internas os elétrons têm mais energia de ligação e, portanto, os pulos são muito mais energéticos. Nas órbitas mais externas os átomos estão frouxamente ligados, sendo a diferença de energia entre as órbitas da ordem de grandeza das radiações visíveis e UV. 20. O material do qual são feitos os interruptores de luz fazem uso do efeito de fluorescência ou de fosforescência? R.: Fosforescência, porque acumulam energia de uma determinada fonte e vão dissipando-a aos poucos (estado tripleto). Ex. Sulfeto de Zinco. 21. Defina emissão estimulada de radiação. R.: Se um átomo que está em um estado metaestável for atingido por um fóton de energia compatível (igual à que ele emitiria) ele emitirá o fóton (emissão estimulada). A radiação incidente e a emitida têm as ondas associadas aos dois fótons em fase (coerente). Este fenômeno é o principio do funcionamento da radiação LASER (Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation). 7 Estudo Dirigido – Capítulo 2 1 – Algumas bases do DNA possuem grupamentos amina (NH2) que por desaminação espontânea são facilmente perdidos. Quando isso ocorre há modificação das bases, que passam a parear de maneira diferente gerando mutações. Que mutações podem surgir pela desaminação da citosina, adenina e 5-metil citosina. R.: O uracil gerado pela desaminação da citosina pareia com adenina, gerando transição C:G → T:A. A desaminação da adenina gera hipoxantina que pareia com citosina, gerando a transição A:T → G:C. A desaminação da 5-metil citosina gera timina que pareia com a adenina, gerando a transição 5MeC:G → T:A. 2 - Defina efeito direto e efeito indireto das radiações ionizantes. R.: A energia de uma radiação pode ser transferida para o DNA, modificando sua estrutura, o que caracteriza o efeito direto. Em muitas situações, entretanto, esta energia é transferida para uma molécula intermediária (água, por exemplo) cuja radiólise acarreta a formação de produtos altamente reativos [radicais hidroxila (•OH) e hidrogênio (H•)], capazes de lesar o DNA. Este é o efeito indireto das radiações. 3 - Descreva o teste de diluição para diferenciar efeitos diretos e indiretos. R.: O teste de diluição é proposto para distinguir efeitos diretos de indiretos. Este teste consiste em irradiar, com a mesma dose D de radiações ionizantes, soluções aquosas de uma enzima ou de uma outra molécula em diferentes concentrações. Após a irradiação de cada preparação, determina-se o número de moléculas que foram inativadas, ou sua percentagem. Na hipótese de só existirem efeitos diretos, o número de moléculas inativadas pela dose D aumenta com a concentração da preparação, mas a percentagem de inativação permanece constante. Caso só existam efeitos indiretos, a dose D é suficiente para gerar certa quantidade de produtos de radiólise e estes só podem inativar uma determinada quantidade de moléculas da enzima; logo o número de moléculas inativadas deve ser constante, independentemente da concentração da preparação, assim a percentagem de moléculas inativadas, diminui à medida que aumenta a concentração. 8 4 - Defina radical livre. R.: Um radical livre é um átomo, ou uma molécula, que possui um ou mais elétrons não emparelhados, o que lhe assegura enorme reatividade química. Este conceito inclui o átomo de hidrogênio (que só tem um elétron), diversos metais de transição e a molécula de oxigênio (com dois elétrons não emparelhados). Estes radicais livres podem ter ou não carga elétrica (H2O + , H2O - ) e não devem ser confundidos com os íons provenientes da dissociação eletrolítica. 5 – Resolva o exercício abaixo Três soluções de RNAse nas concentrações de A=50, B=500 e C=5.000 ug/ml foram irradiadas, com diferentes doses de radiação gama e, após cada exposição, foi determinada a percentagem de atividade enzimática remanescente. Os resultados obtidos estão representados abaixo. Analisando os resultados desta experiência você diria que o efeito das radiações foi direto ou indireto. Justifique a sua resposta. 100 % de atividade 50 enzimática remanescente 20 10 5 0 10 20 30 DOSE RELATIVA (Gy) 6 - Praticamente como podemos reduzir os efeitos indiretos das radiações ionizantes? E como podemos aumentá-los? 9 R.: Para reduzir os efeitos indiretos, podemos irradiar preparações congeladas e comparar os resultados com os obtidos a 37º C. O congelamento reduz a mobilidade dos produtos de radiólise da água e, consequentemente, os efeitos indiretos, sem alterar os efeitos diretos. Podemos também adicionar à preparação uma ou mais substâncias que sejam capazes de interagir com os produtos de radiólise da água, capturando-os, como por exemplo, o extrato de levedura. Para aumentar os efeitos indiretos, podemos borbulhar oxigênio na preparação, aumentando assim a oxigenação da mesma. Outra forma seria aumentando a temperatura, aumentando a movimentação dos radicais livres. 7 - Por que em presença de oxigênio os efeitos das radiações são muito maiores? R.: Em meios oxigenados, o elétron ejetado pode ser capturado pelo oxigênio, acarretando a formação de radical superóxido (O2 -• ) que, por sua vez, interagindo com uma molécula de água conduz à formação de radicais peroxil (HO2 .• ), que também podem ser produzidos pelas reações do radical H• com o oxigênio ou do peróxido de hidrogênio (H2O2) com o radical •OH . . É importante ressaltar que os radicais formados em presença de oxigênio são cerca de três vezes mais oxidantes que os radicais •OH. 8 - Como são geradas as espécies reativas de oxigênio na respiração celular? Qual a participação da reação de Fenton? R.: Nos organismos aeróbicos existe uma via de redução, que consiste na transferência progressiva de elétrons (monoeletrônica), gerando, sucessivamente, radical superóxido, peróxido de hidrogênio e radical hidroxila. Na reação de Fenton o peróxido de hidrogênio pode reagir com íons metálicos (normalmente Fe ++ ), gerando o ionte OH - e o radical altamente lesivo ( •OH). 9 - Que vitaminas são importantes no combate às ERO? R.: As vitaminas A, C e E protegem o organismo contra as EAO por serem excelentes captadores de radicais livres. Vitamina A: potente captador de radicais livres, reagindo diretamente com radicais peróxidos; Vitamina C: participa nas reações de óxido-redução. Atua diretamente sobre os radicais superóxido e hidroxil, podendo também neutralizar alguns oxidantes presentes no sangue. Vitamina E: protege principalmente as membranas celulares. Ao introduzir-se entre os lipídeos dacamada mais externa da epiderme constitui uma barreira protetora contra as EAO. 10 10 - Algumas patologias, como a doença de Parkinson, a catarata e a isquemia estão associadas a um excesso de produção e radicais livres. Os organismos têm diversas defesas contra essas espécies reativas. Que enzimas participam dessas defesas e qual o seu modo de ação? R.: Os organismos possuem um sistema enzimático anti-oxidante que compete com o aumento do stress oxidativo e compreende as seguintes enzimas: Catalase: é uma hemoproteína com função de catalisar a reação de dismutação do peróxido de hidrogênio em água e oxigênio molecular (2H2O2 → 2H2O + O2). Superóxido dismutases (SODs): São enzimas de localização citoplasmática (SOD1), mitocondrial (SOD2) ou externa (SOD3) que aceleram a dismutação do radical superóxido em peróxido de hidrogênio e oxigênio (2 •O2 - → 2H + → H2O2 + O2). Glutationa peroxidase: é uma enzima citosólica e intramitocondrial, que degrada a maior parte do peróxido de hidrogênio e o transforma, em presença de glutationa reduzida, em água e glutationa oxidada. [H2O2 + GPX (2GSH → GSSG) → 2H2O] 11 - Como as EAO produzidas nos glóbulos brancos agem contra bactérias invasoras ou contra células transformadas? R.: As células fagocitárias, ao encontrarem bactérias invasoras no organismo, sofrem um estímulo na membrana, gerando íon superóxido, através de oxidases. Formam-se então peróxido de hidrogênio e radical hidroxil, que inativam as bactérias, tornando possível que elas sejam englobadas por fagocitose e digeridas. 12 - Como o envelhecimento pode ser atribuído às ERO? R.: Admite-se, atualmente, que a taxa de metabolismo seja inversamente proporcional à longevidade, uma vez que as oxidações produzidas no DNA (stress oxidativo) causam lesões que provocam o envelhecimento. Logo, é possível estabelecer uma correlação entre alto metabolismo, alta taxa de radicais do oxigênio e alta taxa de formação de glicóis. Esses dados talvez possam explicar as diferenças de duração de vida entre os mamíferos. (Exemplo: excreção de glicóis de timinas no rato é 10 a 15 vezes maior que no homem). 11 13 - Qual a relação entre envelhecimento e metabolismo (exemplifique)? R.: Experimento das moscas. Dois lotes de moscas, um colocado sem espaço para voar e outra com espaço para voar. O tempo de vida foi medido nos dois lotes e as moscas que tiveram espaço para voar (ou seja, o metabolismo ativo) tiveram um tempo de vida menor que as que não tiveram espaço para voar (metabolismo reduzido). Foi feita a quantificação de 8-oxoguanina no DNA dos dois lotes de moscas, tanto em DNA total e DNA mitocondrial, e nas moscas com metabolismo ativo o número de 8-oxoguanina era muito maior que nas com metabolismo reduzido. 14 – Quais os principais produtos da radiação UV produzidos pela radiação UV-C? Como eles são formados? R.: Os principais produtos da radiação UV-C são os dímeros de pirimidinas e o produto 6-4 pirimidina-pirimidona. Os dímeros são formados quando duas pirimidinas adjacentes recebem fótons da radiação UV-C. Nas timinas no estado excitado tripleto a dupla ligação entre os carbonos 5 e 6 é rompida gerando valências livres que se unem formando um anel ciclo butano. O fotoproduto 6-4 é formado pela ligação do carbono 6 de uma pirimidina ao carbono 4 da pirimidina adjacente. 15 – Defina agente alquilante. Dê exemplos de agentes alquilantes mono funcionais e bifuncionais. R.: São compostos eletrofílicos com afinidade por centros nucleofílicos nas moléculas orgânicas. São exemplos de agentes mono funcionais os metilantes: metilnitrosouréia (MNU), metil metanosulfonato (MMS) e N-metil-N’-nitro-nitrosoguanidina (MNNG) e os etilantes: etilnitrosouréia (ENU) e etil metanosulfonato (EMS). A alquilação mais frequente é no N7 da guanina e a seguir no N3 da adenina. Como exemplos de agentes bifuncionais temos a mostrada nitrogenada, mitomicina C, cisplatina, etc) que podem fazer ligações entre cadeias do DNA (ligações cruzadas), bloqueando completamente a replicação e por isso são muito utilizados na quimioterapia de câncer. 12 16 – O que são psoralenos, como eles fazem lesões no DNA e o que significa o “tratamento PUVA”? R.: São furocumarinas com configurações planares cíclicas. Eles se intercalam no DNA e se forem iluminados com radiação UV-A fazem anel ciclobutano com as timinas. Num contexto de sequência AT eles pode fazer ligações cruzadas entre as hélices. O tratamento PUVA, é utilizado principalmente no tratamento de psoriasis e vitiligo, devido ao fato de que neste caso, o tratamento ameniza a psoriasis e também induz a produção de melanina. 13 Estudo Dirigido – Capítulo 3 1. Quais as principais lesões produzidas no DNA pelas radiações ionizantes? R.: a) alterações estruturais das bases nitrogenadas e das desoxirriboses; b) eliminação de bases (geração de sítios apurínicos ou apirimidínicos); c) rompimento de pontes de hidrogênio entre as duas hélices; d) rotura de uma ou das duas cadeias; e) ligações cruzadas (crosslinks) entre moléculas de DNA e proteínas e DNA-DNA. 2. Quais métodos são utilizados para a detecção de radiolesões nas bases nitrogenadas? R.: Os métodos utilizados são: a) métodos químicos: dosagem de peróxidos de bases nitrogenadas (lipídios peroxidados, medida de glicóis de timina, etc. b) métodos físico-químicos: determinação de: coeficiente de viscosidade, mobilidade eletroforética, coeficiente de sedimentação quando submetido à ultracentrifugação, eluição em colunas cromatográficas, etc. c) métodos óticos: permitem a obtenção de informações sobre a integridade das bases nitrogenadas (caracterizada pela manutenção do espectro de absorção) e das pontes de hidrogênio (detectada pelas curvas de fusão do DNA). d) métodos enzimáticos: envolvem o emprego de enzimas capazes de utilizar, como substrato, moléculas de DNA que contenham determinados tipos de radiolesões. e) métodos imunológicos: fundamentam-se na possibilidade de obter anticorpos específicos contra macromoléculas (proteínas, por exemplo) às quais tenha sido complexado um determinado tipo de radioproduto de DNA. 3. Qual a importância da dupla ligação entre os carbonos 5 e 6 das bases pirimidínicas para os efeitos das radiações ionizantes? R.: As bases pirimidínicas possuem uma dupla ligação entre os carbonos 5 e 6, o que constitui um sítio particularmente favorável à adição de radicais livres (H•, •OH ou HO2•). A saturação desta ligação acarreta a diminuição da absorbância da preparação de 260 nm, permitindo o emprego de análises espectrofotométricas para detecção do fenômeno. A formação de peróxidos 14 é um efeito frequente das radiações ionizantes em soluções de timina, citosina ou uracil, especialmente na presença de oxigênio, sendo também consequência da saturação da dupla ligação entre os carbonos 5 e 6 pelos radicais livres. 4. Quais os métodos utilizados para a detecção de quebras de pontes de hidrogênio pelas radiações ionizantes? R.: As primeiras evidências experimentais sobre roturas de pontes de hidrogênio no DNA induzidas pelas radiações ionizantes foram obtidas em medidas titrimétricas da quantidade de ácido necessária para desnaturar uma preparação de DNA. Informações mais precisas podem ser obtidas pela determinação da absorbância, em 260 nm, de uma preparação irradiada, sabendo-se que a absorbância do DNA, em hélice dupla é cerca de 30% inferior ao que seria previsto pela suacomposição química, o que constitui o efeito hipercrômico. A quebra das pontes de hidrogênio do DNA pela radiação também pode ser avaliada por meio das chamadas curvas de fusão. A temperatura de fusão do DNA irradiado será menor que a do DNA não irradiado devido à co-operatividade da desnaturação do DNA. 5. Que método biofísico é utilizado para a detecção de roturas simples e duplas nas moléculas de DNA e em que princípios ele se baseia? R.: A ultracentrifugação em gradientes é um dos métodos que permite analisar, inclusive quantitativamente, a formação de roturas no DNA. Para tal, são utilizados gradientes de sacarose, formados fazendo variar a quantidade de sacarose no tubo de centrifugação, de forma que ela seja máxima no fundo e mínima no topo. Logo após a formação do gradiente, uma alíquota da preparação do DNA, previamente marcado com um precursor radioativo, é colocada na superfície do gradiente e a ultracentrifugação realizada por determinado tempo. Ao final, o fundo do tubo é perfurado e são coletadas frações, cada uma correspondendo a certo número de gotas (ou a certo volume). A análise de cada fração, por meio da medida de sua radioatividade, permite saber como o DNA se distribui no tubo, ou seja, permite verificar a existência de roturas, visto que fragmentos de moléculas aparecem em frações mais afastadas do fundo do tubo que as moléculas íntegras. 15 A ultracentrifugação realizada em gradientes de sacarose, em pH neutro, permite detectar a formação de roturas duplas no DNA. A determinação do número de roturas simples pode ser feita após o rompimento de todas as pontes de hidrogênio do DNA. Mas é importante observar que, nestas condições, é determinado o número total de roturas (soma das quebras simples e duplas) e não o de quebras simples isoladamente, este podendo ser obtido após subtração das quebras duplas. Uma das formas de romper todas as pontes de hidrogênio consiste na utilização de gradientes alcalinos de sacarose (pH próximo de 13) Este método se baseia no princípio de sedimentação do DNA em sacarose, que dependendo do seu peso molecular vai sedimentar numa região do gradiente. Quanto maior o peso molecular, mais no fundo do tubo estará o DNA e vice-versa. 16 Estudo Dirigido – Capítulo 4 1. Quais as principais lesões induzidas no DNA pela radiação UVC? R.: a) dímeros de pirimidinas, especialmente de timina; b) hidratos de bases pirimidínicas; c) ligações (crosslinks) entre bases pirimidínicas e aminoácidos d) produtos de fotoadição (adutos); 2. Como podemos detectar dímeros de pirimidinas através de cromatografia? R.: É necessário previamente “marcar” o DNA com precursores radioativos, escolhidos conforme o fotoproduto a ser investigado. Após a irradiação com UV, o DNA é hidrolisado, liberando os nucleotídeos e os fotoprodutos; para tal são empregados tratamentos com calor e meio ácido ou exonucleases, que degradam o DNA. Após a hidrólise o material obtido é analisado por cromatografia, medindo-se a radioatividade de cada fração obtida. O resultado da análise de um cromatograma em papel, por exemplo, se dá a partir de uma preparação de DNA exposta ao UV, após a marcação com 3 H-citosina e 14 C-timidina. 3. Como podemos quantificar dímeros de pirimidinas utilizando UV-endonuclease? R.: Preparações de DNA são irradiadas com UV e posteriormente tratadas ou não com endonucleases que possuem alto grau de especificidade para dímeros de pirimidinas (Endonuclease do M. luteus). Após o tratamento, o DNA é analisado por ultracentrifugação em gradientes alcalinos de sacarose, o que permite detectar o número de quebras induzidas pela enzima e consequentemente, o de dímeros existentes. Como controle deve-se fazer o experimento em gradiente neutro, onde não deverão aparecer quebras, uma vez que não é possível fazer dímeros em frente a dímeros. 4. Para a inativação celular qual o fotoproduto mais importante quantitativamente? R.: O fotoproduto mais importante quantitativamente é o dímero de pirimidinas, sendo o dímero de timinas o mais frequente. 17 5. Que experimento seria necessário para obter, no DNA, somente dímeros de timina? R.: Seria necessário utilizar preparações de DNA irradiadas com UV de 313 nm, em presença de acetofenona, que nessas condições, sofrem intensa dimerização, somente das timinas, devido aos níveis energéticos dos estados tripletos das quatro bases nitrogenadas do DNA e dos estados singleto e tripleto da acetofenona, onde verifica-se que este último, só possui energia superior ao estado tripleto da timina e, consequentemente, quando ocorrem transferências de energia, somente a timina pode receber a energia e os dímero de timina poderão aparecer. Outros compostos, como o etil-acetoacetato, a acetona e a dihidroxiacetona possuem propriedades semelhantes. 6. Como podem ser detectados os hidratos de pirimidina? R.: Através do espectro de absorção, porque os picos de absorção das pirimidinas são diferentes dos picos de absorção das pirimidinas hidratadas. O pico de absorção dessas pirimidinas hidratadas ou desaparece ou se desloca. Convém salientar que este experimento só pose ser feito com soluções de bases e não com o DNA. 7. Em que condições experimentais o UV germicida pode acarretar grande quantidade de quebras nas cadeias de DNA? R.: Quando células são cultivadas em presença de 5-bromouracil, um análogo da timina. Neste caso, o UV acarreta a ejeção do átomo de bromo, produzindo o radical uracil. Este radical remove um hidrogênio da desoxirribose, que se fragmenta, quebrando a cadeia de DNA. Outra condição ocorre quando as células são irradiadas com UV e posteriormente incubadas por algum tempo após a irradiação, neste caso, tais quebras são devidas à ação de enzimas responsáveis pela eliminação dos fotoprodutos formados. Neste caso as células deverão ser selvagens para reparação. 8. Qual o mecanismo de queimadura solar provocado pelas furocumarinas? R.: Pelo mecanismo de fotoadição, que ocorre em duas etapas: (i) formação de um complexo entre o ácido nucleico e o composto químico, independentemente da radiação, fazendo com que este se intercale entre os pares de bases nitrogenadas, sendo a reação reversível; (ii) irradiação do complexo com UV solar, do que resulta a fixação covalente do composto às bases pirimidínicas. Esta fixação pode ser feita em um único sítio (monoadição) ou em dois sítios, 18 pertencentes a hélices opostas (biadição), o que ocorre com os compostos bifuncionais. Neste caso ocorre a inativação celular provocando a morte celular nas partes expostas ao sol. Como este tratamento também induz a síntese de melanina ocorre também o escurecimento da pele. 9. Que experimento pode ser realizado para a detecção das ligações cruzadas formadas no DNA pelas furocumarinas? R.: Estes produtos podem ser detectados através de gradientes de densidade (CsCl). Para isto o DNA deve ser marcado com timina radioativa [ 14 C] e posteriormente duplicado em presença de 5-bromo uracil marcado com [ 3 H], o que gerará uma hélice com densidade maior. Quando da sedimentação em gradiente de densidade alcalino (desnaturação) dos fragmentos de DNA, o que não foi tratado com furocumarinas apresentará dois picos de radioatividade. O DNA que foi tratado apresentará os mesmos picos de radioatividade e também um pico de densidade intermediária, contendo 3 H e 14 C, devido a que as hélices com as ligações cruzadas não se separam na desnaturação. 10. Defina açãofotodinâmica. R.: É um tipo de reação de fotossensibilização, na qual o sensibilizador passa a um estado eletrônico excitado, normalmente tripleto, após o qual transfere a energia para o oxigênio; este, no estado excitado (singleto) reage com o substrato, oxidando-o. 11. Cite algumas aplicações da ação fotodinâmica em tratamentos médicos. R.: Tratamento de tumores de bexiga com hematoporfirinas, tratamento de herpes com azul de metileno, tratamento de diversos tumores com azul de metileno. 12. Como pode ser feita a caracterização e quantificação de dímeros de pirimidina utilizando a técnica de sequenciamento de DNA de Maxam e Gilbert? R.: Utiliza-se o gel de sequenciamento de DNA como controle e para a detecção dos dímeros substitui-se a reação de corte específico de bases por endonuclease que reconhece e corta o DNA no lugar do dímero (M. luteus ou fago T4). O sequenciamento permite detectar a presença das pirimidinas no local do dímero. 19 Estudo Dirigido – Capítulo 5 1. Como pode ser medida a inativação de uma enzima pelas radiações ionizantes? R.: A determinação da perda radioinduzida da atividade de uma enzima é expressa pelo desaparecimento progressivo, em função da dose, de sua capacidade de catalisar a modificação do substrato. 2. Por que em presença de oxigênio a inativação enzimática é maior? R.: Porque na presença de oxigênio há a formação de radicais livres que são três vezes mais oxidantes que os radicais • OH. 3. Como pode ser medida a inativação de moléculas de DNA? R.: A perda da atividade biológica de moléculas de DNA, em consequência da irradiação, pode ser avaliada por diversos esquemas experimentais, fundamentados no desaparecimento da capacidade desta macromolécula de codificar para determinadas funções biológicas. Um dos procedimentos utilizados para este fim emprega o fenômeno da transformação bacteriana, que consiste na possibilidade de uma bactéria, desde que esteja em um determinado estado fisiológico, conhecido como estado de competência, capturar um fragmento de DNA do meio extracelular e incorporá-lo ao seu patrimônio genético, modificando suas características fenotípicas. Preparações de DNA transformante expostas às radiações perdem sua capacidade de modificar o conteúdo informacional de uma bactéria. Outros procedimentos experimentais para medir a inativação de preparações de DNA consistem em irradiar estas preparações e medir a perda da capacidade de transfecção de algum marcador contido no DNA viral, ou do DNA de plasmídeos e medir a perda da capacidade de plasmidização, ou de fatores sexuais e medir a perda da capacidade de sexodução. 4. Defina ciclo lítico e ciclo lisogênico de vírus bacterianos (fagos = bacteriófagos). R.: No ciclo lítico, há a adsorção do vírus à parede bacteriana, seguido da penetração do DNA viral na célula bacteriana. Após a penetração, ocorre a síntese de RNAs mensageiros específicos do fago e sua tradução, com posterior replicação do DNA viral e síntese de capas proteicas. Segue-se o empacotamento do DNA do vírus no interior das capas proteicas e depois a liberação de novas partículas virais por lise da célula. 20 Já no ciclo lisogênico, em vez de lisar a célula hospedeira, os fagos produzem o fenômeno de lisogenização, que consiste na circularização do DNA viral e incorporação do DNA viral ao cromossomo bacteriano, no qual se mantém em uma espécie de estado latente, replicando-se sempre que o cromossomo se divide. Para a manutenção do ciclo lisogênico, o vírus produz um repressor que bloqueia o seu ciclo lítico. 5. Como pode ser medida a inativação de fagos? R.: Uma preparação de fagos deve ser inicialmente diluída, por possuir, em geral, números extremamente elevados de partículas ativas, então uma alíquota é misturada com excesso de bactérias sensíveis ao vírus (bactérias indicadoras). Após rápida incubação, para permitir a adsorção, a mistura de fagos e bactérias é adicionada a um volume reduzido de meio de cultura, contendo ágar-ágar, mantido liquefeito a 46ºC, e todo o conjunto vertido na superfície de uma placa de Petri na qual existe meio de cultura solidificado. As placas são mantidas em estufa a 37ºC e então é procedida a contagem dos centros infecciosos=plaques. Após irradiação o processo é repetido, com diluições menores. Após obtenção dos números de plaques determina-se a sobrevivência através da construção da curva onde são plotadas as doses de radiação no eixo das abscissas e a fração de sobrevivência (N/No) no eixo das ordenadas. 6 . Como pode ser medida a inativação de bactérias? R.: A construção da curva de inativação de uma cultura de determinada cepa bacteriana é bastante simples: após cada dose, uma alíquota da cultura em meio líquido, é diluída, e plaqueada em meio sólido e após a incubação das placas a 37ºC, as colônias formadas são contadas e os resultados expressos pela relação entre o número N de células viáveis após cada dose e o número inicial de células N0. 7. O que você entende por inibição de contato? R.: A inibição de contato é responsável pelo bloqueio da divisão celular quando as células de mamíferos ficam muito próximas uma das outras. O contato entre as células gera sinais que interrompem a divisão celular. 21 8. Que métodos podem ser utilizados para sincronizar culturas de células eucarióticas? R.: Diversos métodos têm sido utilizados entre eles o baseado na variação do grau de adesão a superfícies sólidas, conforme o período no qual se encontre a célula (células na fase M são menos ligadas); substâncias que inibam a síntese de DNA, entre elas: timidina em concentrações elevadas, a hidroxiuréia e a afidicolina, as duas primeiras agindo sobre a síntese de precursores do DNA e a última inibindo a ação da DNA polimerase das células de mamíferos. Quando da retirada das substâncias inibidoras, as células estão sincronizadas e iniciam todas a mesma fase do ciclo. 9. Descreva o ensaio por diluição para a determinação da sensibilidade de tumores em camundongos. R.: O ensaio por diluição se fundamenta na determinação do número médio de células que devem ser injetadas em um animal para produzir determinada resposta, no caso o aparecimento de um tumor. Camundongos de uma determinada cepa podem desenvolver, espontaneamente, certo tipo de tumor; quando células tumorais são injetadas na cavidade peritoneal de outros animais, surgem tumores análogos. Se experimentos forem realizados com números variáveis de células injetadas torna-se possível saber quantas células são necessárias para produzir tumores em 50% dos animais. Posteriormente, os animais são irradiados com determinada dose e o procedimento experimental é repetido, verificando-se ser necessária a injeção de um número bem maior de células tumorais para produzir resposta positiva em 50% dos animais. Logo, o mesmo efeito é obtido com três células não irradiadas ou com 32 irradiadas, o que significa dizer que a dose empregada deixa uma fração de sobrevivência igual a 3/32, ou 0,094 ou 9,4x10 -2 . Neste caso as células tumorais podem ser consideradas sensíveis à radiação empregada. 10. Qual o significado do aparecimento de um patamar (ombro) nas curvas de sobrevivência celular? R.: Normalmente, quando a curva de sobrevivência apresenta um patamar significa que pequenas doses de radiação não causam efeito letal, sugerindo que tal célula possui mecanismos de reparação capazes de eliminar as lesões letais. Entretanto a partir de determinadas doses tais mecanismos de reparação não conseguem lidar com muitas lesões e a cultura vai ser inativada exponencialmente.22 11. Utilize os dados abaixo, construa as curvas de sobrevivência e discuta os resultados obtidos. 23 Gráfico Semi-Log 24 Estudo Dirigido – Capítulo 6 1. Defina Eficiência Biológica Relativa (EBR). R.: A relação entre a dose de radiação X produzida por uma ampola funcionando sob uma diferença de potencial de 250 kV necessária para produzir um determinado efeito e a dose de outra radiação que produza efeito igual. Se, certo efeito é obtido com 10 Gy e raios X de 250 kV ou com 1 Gy de partículas , a EBR das partículas, para este efeito, nestas condições experimentais, vale 10. 2. Por que, doses fracionadas normalmente produzem efeitos menores que dose única? R.: Porque pode ocorrer a reparação de lesões durante o período decorrido entre as exposições. Por esta razão, quando a dose única inativa com a mesma eficiência que as fracionadas, pode ser suposta a inexistência de mecanismos de reparação atuantes. 3. Por que o aumento de temperatura (hipertermia) contribui para o aumento do efeito letal das radiações ionizantes? R.: A irradiação de células mantidas em temperaturas mais elevadas que as fisiológicas, pode amplificar a inativação radioinduzida. Nos casos de hipertermia, podem ocorrer modificações (diminuição) da eficiência dos processos de reparação e aumento da irrigação, causando o aumento do teor de oxigênio, o que facilita a formação de ERO. A difusão dos radicais livres aumenta. 4. Quais os efeitos do oxigênio no aumento da sensibilidade das células à irradiação? R.: Modificação da natureza e da quantidade de radicais livres formados; favorecimento do surgimento de ERO; peroxidação de extremidades livres de macromoléculas quebradas pela radiação, impedindo assim sua posterior regeneração. 5. Duas culturas de células foram irradiadas com raios X (A) em presença de oxigênio e (B) em presença de nitrogênio. Represente graficamente as curvas de sobrevivência (qualitativamente) e justifique. Se o mesmo experimento fosse realizado com radiações UV germicidas qual o resultado esperado. R.: No caso dos raios X, é uma radiação que não tem como alvo preferencial o DNA. É uma radiação ionizante, que gera radicais livres, que na presença de oxigênio são muito mais 25 lesivos. Já o UV germicida tem como alvo, as pirimidinas do DNA. Como não gera radicais livres, não existe diferença de sensibilidade na presença ou ausência de oxigênio. 6. Na radioterapia de tumores, normalmente são usadas doses fracionadas. Justifique esta prática radioterápica em função da percentagem de células hipóxicas de um tumor. R.: Quando a irradiação é feita, a inativação predominante é a de células bem oxigenadas, as hipóxicas passando então a constituir a maioria das células viáveis. Em consequência da inativação das células mais próximas aos capilares, muitas das hipóxicas passam a ser bem oxigenadas; quando então é aplicada uma segunda dose de radiação, observa-se a repetição do ciclo, mas agora com um número total de células mais reduzido, o que constitui uma das justificativas para o fracionamento de doses em radioterapia, permitindo evitar que seja procedida nova irradiação quando as células hipóxicas (radiorresistentes) são majoritárias na população. 7. Cite alguns exemplos de radioprotetores químicos e seu modo de ação. R.: Exemplos de radioprotetores químicos são a tiouréia e glutationa. Esses radioprotetores parecem provocar hipóxia por modificações metabólicas ou por consumo direto de oxigênio. Outros são aceptores de radicais livres, cisteína, por exemplo (principalmente de ERO) ou do excesso de energia armazenada por uma molécula, o que os torna aptos a reduzir os efeitos indiretos das radiações ionizantes. Normalmente são substâncias que possuem grupamentos SH e SS. 8. Cite exemplos de utilização de radioprotetores químicos em radioterapia. R.: Soluções de AET(S-2-aminoetilisotiorônio) podem ser utilizadas em radioterapia de câncer de útero. Para que a radioterapia não afete tecidos vizinhos, como os da bexiga e do reto, esses órgãos são protegidos com essas soluções. 9. Por que os radiossensibilizadores químicos existentes não podem ser usados na radioterapia de tumores? R.: Porque alguns são tóxicos para as células e, assim, seus efeitos se somam aos da radiação; e alguns reduzem a capacidade de reparação das lesões produzidas pela radiação no DNA e, portanto, aumentam a inativação, embora não modifiquem a quantidade ou a natureza das lesões radioinduzidas. 26 10. Qual a relação entre fase de crescimento e sensibilidade celular em bactérias? R.: A irradiação de culturas bacterianas em diferentes momentos ao longo de suas fases de crescimento permite comparar a radiossensibilidade e, de forma genérica, bactérias em fase estacionária são mais resistentes que em fase exponencial. 11. Em qual fase do ciclo celular as células eucarióticas são mais sensíveis? Qual a explicação para este fato? R.: As células são bastante sensíveis na fase M, ou nas suas proximidades. Porque a condensação dos cromossomos nos instantes que precedem a mitose poderia orna-las mais susceptíveis a danos radioinduzidos. Por outro lado, na fase S o DNA sai da cromatina permitindo que as enzimas de reparação possam atuar mais rapidamente. Além disto, alguns mecanismos de reparação só funcionam na fase S (recombinação genética). 12. Por que após o acidente de Chernobyl foi ministrada grande quantidade de iodo às populações europeias? R.: Porque quando existe um acidente nuclear desse tipo, ocorre uma fissão do núcleo do átomo de urânio e por consequência, surgirão átomos de peso atômico menor, dentre eles átomos de iodo radioativo que irão ser incorporados pela tireóide, desta forma ocorrendo a irradiação. Então ministra-se grandes quantidades de iodo não radioativo para que ocorra uma saturação de iodo na tireóide evitando a incorporação do iodo radioativo. 27 Estudo Dirigido – Capítulo 7 1. Na duplicação do DNA ocorrem muitos erros de emparelhamento e inserções e deleções de bases. Em E. coli, a DNA polimerase III comete 1 erro em cada 10.000 nucleotídeos incorporados. Entretanto, após a replicação, o número de bases erradas é da ordem de 1 em 10.000.000.000 de nucleotídeos. Diversos sistemas contribuem para este fato. Discuta o papel dos seguintes sistemas: a) subunidade epsilon da DNA polimerase III; b) proteínas MutS, MutH, MutL e sua metil dependência; c) exonucleases I, VII, X e RecJ; d) proteína SSB e DNA helicase II R.: a) A atividade de revisão editorial (exo 3’-5’) encontra -se na subunidade epsilon, codificada pelo gene mutD e é responsável pela eliminação de nucleotídeos incorretamente inseridos, evitando grande parte dos erros de emparelhamento (passa de 1 em 10.000 para 1 em 10.000.000). b) Na hélice neossintetizada, a adenina das sequências 5’GATC3’ não está metilada. Na hélice mãe a adenina está metilada pela ação da DNA-adenina metilase, produto do gene dam. Quando persistem erros de emparelhamento, após a replicação, as proteínas MutS e MutL reconhecem os erros de emparelhamento e a proteína MutH corta o DNA nas sequências 5’GATC3’ não metiladas. O corte pode ser a 3’ do erro ou a 5’ do erro, dependendo da sequência GATC mais próxima. c) Se a proteína MutH cortar no lado 5’ do erro a ExoVII ou RecJ vão digerir o DNA até atravessar o erro. Se o corte ocorrer no lado3’, a ExoI, ExoVII ou ExoX vão ser as responsáveis pela digestão do DNA. Após a digestão, a DNA polimerase III polimeriza e a DNA ligase completa a correção do erro de emparelhamento. d) Como as exonucleases acima só atuam em DNA em hélice simples, a DNA- helicaseII desenrola o DNA para elas poderem agir. A proteína SSB se liga ao DNA após a ação das exonucleases para impedir que se formem estruturas em “grampo de cabelo”, que impediriam a ação da DNA polimerase III. OBS: O mesmo sistema é utilizado para a eliminação de inserções ou deleções de bases. 28 2. O par T-G no DNA surge normalmente através da desaminação da 5-metil citosina. Existe um sistema de reparação específico para este tipo de erro de emparelhamento, denominado “Reparação de pequenos fragmentos”. Descreva resumidamente este sistema em E. coli, indicando as enzimas que nele participam. R.: Em E. coli existem muitas sequências CC(A/T)GG nas quais a segunda citosina está metilada na posição 5, pela DNA citosina metilase. Isto impede a ação das enzimas de restrição sobre o seu próprio DNA. Quando ocorre a desaminação, longe da replicação, as sequências GATC da hélice filha já estão metiladas. O sistema MutSL reconhece o erro de emparelhamento, entretanto a proteína MutH não consegue cortar a sequência GATC metilada. É recrutada a proteína Vsr, uma endonuclease que corta o DNA no contexto CT(A/T)GG ou NT(A/T)GG e faz incisões no lado 5’ da timina, deixando os terminais 5’PO4 e 3’OH para que a DNA polimerase I excise entre 10 e 20 nucleotídeos e polimerize, inserindo de 10 a 20 nucleotídeos. Este processo é denominado de pequenos fragmentos quando comparado ao sistema completo de MutSLH, no qual são inseridos mais de 1.000 nucleotídeos pela DNA polimerase III. 3. Quais as diferenças do sistema de correção de erros de emparelhamento entre E. coli e humanos? Qual doença humana está associada à deficiência na correção de erros de emparelhamento? R.: Em mamíferos existem proteínas semelhantes às MutS e MutL de bactérias, embora sejam compostas de heterodímeros e não homodímeros. As MutSα (MSH2 e MSH6) e MutSβ (MSH2 e MSH3) são as homólogas de MutS. As MutLα (MLH1 e PMS2), MutLβ (MLH1 e PMS1) e MutLγ (MLH1 e MLH3) são as homólogas de MutL. MutSα reconhece erros de emparelhamento e MutSβ reconhece inserções e deleções. Em humanos não foi detectada o homólogo de MutH e quem corta o DNA é a MutLα. O DNA humano não tem as sequências GATC. Até hoje não se detectou nenhuma helicase para o processo e aparentemente as células humanas só possuem uma exonuclease, a EXO1. Após a excisão nucleotídica do erro a síntese é feita pela DNA polimerase δ, junto com PCNA e a DNA ligase I completa a correção. A deficiência no sistema de correção conduz ao aparecimento da Síndrome de Linch (HNPCC = Hereditary Non Polyposis Colorectal Cancer). 29 4. Como funciona o sistema de correção de pequenos fragmentos em humanos? R.: Em humanos, nas chamadas “ilhas” ou sequências GpC as citosinas estão metiladas na posição 5 (C 5 MeC). A desaminação da base metilada conduz ao aparecimento do par G:T. Em células humanas existe uma Timina-DNA Glicosilase (TDG) que reconhece T pareada com G e não com A. Após a retirada da timina a TDG é sumolada e deslocada para a ação da APE1 e o sistema se processa como o reparo por excisão de bases, preferencialmente pela ação da DNA polimerase β, com a troca de um único nucleotídeo. 5. Qual o mecanismo pelo qual as proteínas MutS e MutL criam barreiras genéticas entre diferentes espécies bacterianas e evitam a troca de material genético entre elas? R.: Quando ocorre a conjugação bacteriana entre bactérias de espécies diferentes (Ex. E. coli X S. typhimurium) as proteínas de recombinação genética tentam fazer a troca de material genético entre as espécies. Entretanto, como existe muita divergência entre as sequências dos DNAs (cerca de 20%), vão ocorrer muitos erros de emparelhamento que serão reconhecidos por MutS e MutL que ao se ligarem ao DNA bloqueiam a troca de hélices pela proteína RecA. Para um dado gene, a troca entre duas E.coli, pela conjugação, é de cerca de 1 para 10, para E. coli X S. typhimurium é cerca de 1 para 1 milhão e se a células fêmea for deficiente em MutSL será de cerca de 1 para 1.000. 6. Descreva o mecanismo de fotorreativação de dímeros de pirimidinas em bactérias. R.: A fotorreativação consiste na eliminação de dímeros de pirimidinas formados no DNA pelo UV germicida, mediante exposição das células às radiações UV de comprimentos de onda superiores a 300 nm ou à luz visível. O processo é mediado pela enzima de fotorreativação ou fotoliase, que tem a propriedade de combinar-se, mesmo em ausência de luz, com DNA contendo dímeros de pirimidinas; quando o complexo enzima-substrato é iluminado, ele se dissocia, sendo liberados o DNA reparado e a enzima, esta podendo atuar em outros sítios nos quais ainda existam dímeros. A fotoliase age rompendo a ligação ciclobutano entre as duas pirimidinas, através da transferência de um elétron pela FAD, que foi ativada pelo folato que recebeu o fóton da radiação. OBS: A fotoliase não existe em mamíferos placentários. 30 7. Uma cultura de células bacterianas foi dividida em duas partes A e B. A subcultura A foi tratada com doses subletais de um agente alquilante (nitrosoguanidina). Após 30 minutos, as duas subculturas A e B foram submetidas a doses elevadas (letais) desse mesmo agente, sendo determinada a sobrevivência das duas sub-culturas. Que resultado deve ser esperado e que mecanismos estão envolvidos no fenômeno? R.: Quando células procarióticas são incubadas com concentrações reduzidas (subletais) de determinados agentes químicos, elas podem tornar-se mais resistentes a tratamentos posteriores com concentrações elevadas (letais) do mesmo agente. Este fenômeno, conhecido como resposta adaptativa, é explicado pelo acúmulo intracelular de uma ou mais enzimas capazes de eliminar lesões provocadas no DNA pelo tratamento, reduzindo assim seus efeitos letais ou mutagênicos; para que ela se expresse, é indispensável que a célula possa sintetizar proteínas após o primeiro tratamento “indutor”. A proteína Ada é uma metil transferase que faz a transferência de grupamentos alquil das posições O 6 da guanina, O 4 da timina e da ligação fosfotriéster. Quando os grupamentos alquil estão no O 6 G ou O 4 T, a cisteína 321 do C terminal da enzima captura o grupamento e a proteína se inativa. Quando o alquil está na ligação fosfotriéster é a cisteína 38 do N terminal que captura o alquil e, neste caso, Ada transforma-se na ativadora da transcrição dos genes da resposta adaptativa, ada, alkB, alkA e aidB. 8. Duas proteínas AlkA e AlkB participam da reparação de bases alquiladas em bactérias. Quais os mecanismos de ação dessas enzimas. R.: AlkA é uma DNA glicosilase que remove bases alquiladas em diferentes posições (N 3 G, N 7 G, O 2 C, N 3 A, N 7 A, O 2 T, etc). AlkB é uma dioxigenase que hidroxila N 1 MeA e N 3 MeC do DNA em hélice simples, ou dupla depois do anelamento. Os intermediários são instáveis e se decompõem gerando formaldeído e a base reparada. Esta enzima é α-cetoglutarato-Fe(II) dependente e utiliza ferro-oxo para a reação de hidroxilação. 9. Como ocorre a transferência de grupamentos alquil em células humanas? R.: A metil transferase humana MGMT, também chamada AGT ou AGAT repara o DNA transferindo o grupamento alquil para a cisteína 145 em uma reação irreversível, que inativa a enzima. A enzima é semelhante à Ogt bacteriana, no sentido de que não é capaz de retirar alquil dofosfotriéster, nem é capaz de promover adaptação como a Ada bacteriana, embora seja induzida por estresse genotóxico. A adaptação a agentes alquilantes simples já foi mostrada e aparentemente a metilação do promotor promove a inibição e a metilação do gene aumenta a 31 expressão da proteína. Cerca de 20% dos tumores humanos são sensíveis a nitrosoguanidina e não possuem atividade MGMT detectável, sendo portanto, deficientes em reparo de metilações. 10. Como ocorre a reparação por excisão de bases em bactérias? R.: A retirada da base nitrogenada lesada por agentes físicos ou químicos é catalisada pela ação de uma DNA glicosilase responsável por hidrolisar a ligação N-glicosídica existente entre a base e o açúcar, gerando um sítio AP. O reparo desses sítios AP pode ser iniciado de duas formas: pode ocorrer uma reação de beta-eliminação promovida por uma AP-liase (Fpg glicosilase,DNA endonuclease III-nth ou DNA endonuclease VIII- nei) ou pode ocorrer uma clivagem da ligação fosfodiéster por uma AP-endonuclease (Exonuclease III - xth ou Endonuclease IV - nfo). Após a ação das AP-liases restam resíduos que são retirados pelas AP-endonucleases e vice versa, ou seja, AP-endonucleases e AP-liases são necessárias para reparar os sítios AP deixados pelas DNA glicosilases. Ambas as vias culminam na excisão da base lesada e do resíduo de desoxirribose fosfato, deixando os terminais 3’OH e 5’PO4 e uma lacuna que pode ser preenchida pela DNA polimerase I. Esta enzima coloca os nucleotídeos (cerca de 10 a 20) e a DNA ligase completa o reparo. OBS. 1 - A Fpg glicosilase também é conhecida por MutM DNA-glicosilase. 2 – As DNA glicosilases codificadas por fpg, nth e nei também têm atividade AP-liase. 3 – A Fpg glicosilase, na sua ação AP-liase faz β ,δ eliminação deixando 3’fosfato e 5’fosfato. O 3’fosfato é eliminado pela Exonuclease III ou pela Endonuclease IV. 11. Descreva o mecanismo de reparação da lesão oxidativa 8-oxo-Guanina (GO), quando ela é formada no DNA ou no citoplasma bacteriano, salientando o papel das proteínas MutM, MutY e MutT. R.: Quando a lesão é feita no DNA, gera o par GO:C, que é reconhecido pela proteína MutM, também chamada Fpg, que é uma glicosilase com atividade AP-liase associada que retira a lesão GO com a atividade glicosilase e inicia o reparo do sitio AP gerado com a sua atividade liase. A partir dai AP endonucleases retiram o resíduo deixado e o processo de reparação de bases prossegue até o final. Se houver duplicação do DNA antes da ação da MutM há grande chance (~50%) da DNA polimerase III colocar Adenina em frente à lesão GO, gerando o par GO:A, que não é reconhecido por MutM. Neste caso, a proteína MutY reconhece o par GO:A, retira a Adenina em frente a GO e permanece na lesão para evitar que MutM tente tirar GO e provoque uma quebra dupla. O sitio AP 32 gerado pode ser reparado pelo sistema de excisão de bases e se entrar Citosina em frente à lesão GO MutM pode agir e retirar a lesão GO. Se a lesão GO ocorrer no citoplasma será gerada 8-oxo-dGTP. A proteína MutT reconhece esta lesão no citoplasma e com sua ação fosfatase retira dois fosfatos da lesão, gerando 8-oxo- dGMP, que não é reconhecida pelas polimerases e, portanto, não será incorporada ao DNA. 12. Como ocorre a reparação por excisão de bases em mamíferos? R.: A etapa inicial da excisão de bases em mamíferos ocorre pela ação das DNA glicosilases, entretanto, posteriormente as células utilizam duas maneiras de completar o reparo: em pequenos fragmentos, quando é incorporado somente um nucleotídeo ou em grandes fragmentos onde são incorporados em torno de 12-13 nucleotídeos. No caso das DNA glicosilases do tipo I, sem atividade AP liase a reparação do sitio AP gerado é iniciada pela APE1, que deixa terminais 3’OH e 5’dRP. A DNA polimerase β, coloca um nucleotídeo e com sua atividade dRPase elimina o resíduo dRP. Se a DNA glicosilase tiver atividade AP liase a DNA polimerse β pode inserir um nucleotídeo, mas dependendo do resíduo ela pode retirá-lo ou não. Se conseguir o reparo será com um nucleotídeo, se não, PCNA vai recrutar a DNA polimerase δ/ε ou a própria DNA polimerase β, comandando a síntese de 12 a 13 nucleotídeos. A remoção da estrutura resultante (5’-dRPflap) é feita pela Flap-endonuclease e a ligação pela Ligase IIIa ou pela Ligase I. Em outros casos, após a ação da DNA glicosilase/AP liase, a APE1 retira o resíduo e a DNA polimerase β prossegue o reparo. Ainda, no caso em que a DNA glicosilase tenha atividade liase e faça β, δ-eliminação (Ex NEIL1 e NEIL2), as células de mamíferos possuem polinucleotídeo cinase fosfatase (PNPK) que retiram o fosfato, gerando os terminais necessários para a ação da DNA polimerase β. 13. Qual o mecanismo de reparação de quebras simples em mamíferos? R.: A reparação de quebras simples é feia em quatro etapas: detecção, processamento das pontas e ligação. A detecção é feita pela Poli ADP Ribose Polimerase (PARP), que também regula a cromatina gerando “foci” de reparo. Os terminais (5’dRP) são removidos pela DNA polimerase β e os 3’fosfato e 3’ fosfoglicolato (gerados por ERO), são substrato para a PNPK e APE1 respectivamente. Outros terminais também são formados e processados por outras enzimas “limpa pontas”. A síntese das lacunas formadas pose der feita por qualquer das polimerases (β, δ/ε) ou mesmo pela mutapolimerase iota ou pela polimerase lambda. A ligação é feita por Ligase I ou Ligase III. 33 14. Do ponto de vista quantitativo, os dímeros de pirimidina são os principais fotoprodutos formados no DNA celular pelas radiações UV germicidas. As células bacterianas conseguem eliminar estas lesões através de um sistema denominado reparação por excisão de nucleotídeos, que normalmente elimina fragmentos do DNA. Descreva este sistema indicando as enzimas que nele participam. R.: O reparo por excisão de nucleotídeos é responsável pela remoção de lesões causadas por agentes físicos e químicos e consiste nas seguintes etapas: a proteína UvrA, uma ATPase DNA independente, se dimeriza e se associa com a proteína UvrB, formando um complexo (UvrA)2(UvrB), demandando hidrólise de ATP. Este complexo é guiado pela afinidade de UvrA pelo DNA lesado, ligando-se ao sítio da lesão. Uma vez ligado, o dímero de UvrA se dissocia do complexo, permancendo apenas UvrB-DNA, que recruta UvrC. A proteína UvrC, uma endonuclease, promove duas incisões no DNA, uma na oitava ligação fosfodiester do lado 5’ do dímero e outra na quarta ligação do lado 3’. Após a ação de UvrC, a proteína UvrD, com sua ação helicase (DNA helicase II) desloca o pedaço de 12 nucleotídeos contendo a lesão junto com UvrC e UvrB permanece ligada à hélice simples formada, protegendo-a contra a formação de “grampos de cabelo”. A proteína UvrB só se desloca do complexo UvrB-DNA, com a chegada da DNA polimerase I que vai preencher a lacuna deixada. Os nucleotídeos incorporados são ligados pela DNA ligase, completando o reparo. OBS. Recentemente foi detectado que a proteína UvrB também forma dímeros. 15. A radiação UV germicida não provoca quebras no DNA. No entanto, quando o DNA de células bacterianas selvagens irradiadas com esta radiação é examinado, em gradientes alcalinos de sacarose, 20 minutos após a irradiação, são detectadas roturas em número proporcional à dose de irradiação. Justifique este resultado. R.: A excisão de dímeros de pirimidina é precedida pela dupla incisão realizada pela proteína UvrC. A atuação da UvrC pode ser acompanhada por técnicas como a ultracentrifugação em gradientes alcalinos de sacarose, que permitem detectar quebras simples produzidasno DNA. As radiações UV-C (germicida) não produzem quebras da cadeia polinucleotídica, entretanto, se após a irradiação as células forem incubadas em meio nutritivo essa quebras começam a aparecer, devido às incisões produzidas por UvrC. Nestas condições o número de quebras ai aumentando até cerca de 20 minutos e depois começa a diminuir, refletindo a ação da DNA polimerase I e DNA ligase fechando as lacunas. 34 16. A radiação UV-C provoca a formação de dímeros de pirimidina e fotoadutos 6,4 pirimidina pirimidona (6-4PP) no DNA da pele humana. Estas lesões são reconhecidas de maneiras diferentes pelo sistema de excisão de nucleotídeos em células humanas. Descreva este mecanismo de reconhecimento. R.: O fotoproduto 6-4PP, por causar grande distorção na molécula do DNA é reconhecido pelo complexo XPC/HR23B/centrina2, que recruta o complexo TFIIH para a continuação do processo. Já o dímero de pirimidina por não causar grande distorção é reconhecido pelo complexo DDB [DDB1 e DDB2(XPE)], que faz parte da ubiquitina ligase E3. Este complexo quando ligado à lesão é capaz de ubiquitinar XPC, ativando-a e tornando-a capaz de reconhecer a lesão (dímero) e recrutar TFIIH para a continuação da reparação. 17. Em células humanas como ocorre e incisão e a excisão dos dímeros de pirimidina? R.: As enzimas responsáveis pelas incisão são a XPG do lado 3’ e XPF/ERCC1 do lado 3’. Entretanto, para que elas exerçam sua ação é necessário que o DNA seja desenrolado em torno da lesão, o que é feito pelas helicases XPB e XPD que são parte do complexo TFIIH e estabilizado por XPA, ligada a RPA (proteína que se liga a hélice simples). Após a excisão do fragmento de 25 a 30 nucleotídeos contendo a lesão, a DNA polimerase δ/ε assistida por PCNA realiza a polimerização e o reparo é finalizado por uma das quatro ligases humanas, possivelmente a DNA ligase III/XRCC1. OBS-1. ERCC1 (Excision Repair Cross Complementation e XRCC1 (X ray Repair Cross Complementation) são proteínas acessórias que estabilizam outras proteínas. OBS-2. A deficiência em qualquer dos genes XP, que acarrete a falta ou inatividade das proteínas XP acarreta a doença xeroderma pigmentosum, com altíssima propensão para cancerização. 18. Quando as lesões ocorrem em genes que estejam sendo transcritos as lesões podem ser encontradas pelas RNA polimerases. Neste caso, a reparação é acelerada através de sistemas de reparação acoplados à transcrição (TCR). Como estes mecanismos ocorrem em bactérias e em células humanas? R.: Em bactérias o gene mfd codifica o fator de ligação transcrição-reparo (TRCF). Esta proteína reconhece a RNA polimerase parada na lesão, libera a RNA polimerase e o pedaço de RNA mensageiro e recruta UvrA para a lesão e quando o complexo UvrA2UvrB se forma Mfd ajuda a 35 liberação da UvrA2. No caso de dímeros este processo aumenta em dez vezes a velocidade do reparo. Em células humanas o fator é composto de duas proteínas CSA e CSB. Quando a RNA polimerase II está parada na lesão CSA e CSB ativam a reparação. Somente CSB se liga à RNA Pol II e a desloca, com sua ação translocase. Possivelmente CSA facilita a ubiquitinação da RNA Pol II quando a lesão não pode ser reparada. Quando há a formação do complexo CSB-RNA PolII o TFIIH é recrutado e o sistema de reparação por excisão de nucleotídeos continua. Aparentemente CSA também contribui para a ubiquitinação e degradação de CSB após o reparo. A grande diferença entre este sistema e o de bactérias é que no caso humano, o RNA mensageiro já transcrito é aproveitado, enquanto o de bactérias é eliminado. OBS-1. A deficiência em reparo acoplado à transcrição causa a Sindrome de Cockayne (CS), que embora não seja ligada a cancerização é caracterizada por sensibilidade ao sol, envelhecimento precoce, nanismo, distúrbios neurológicos (microcefalia), etc. OBS-2. Como este sistema foi designado TCR (Transcriptio Coupled Repair) o sistema de reparo das lesões em genes não transcrito foi designado GGR (Global Genome Repair). OBS-3. Outra doença humana, a Tricotiodistrofia, caracterizada por sensibilidade ao sol, cabelos e unhas frágeis, deficiência em enxofre, pele escamosa, etc é também devida à deficiência em alguns genes do sistema de reparo por excisão GGR. 19. No mecanismo de reparação de quebras duplas em bactérias qual o papel das proteínas RecB, RecC e RecD? R.: O complexo liga-se a terminais de DNA em hélice dupla e a ação helicase (RecBC) desenrola cerca de 1.000 pares de base por segundo, dissociando cerca de 30.000 pares. Quando o complexo encontra o octâmero χ, a nucleasse (RecD) 3’→5’ é atenuada e a 5’→3’ é ativada, enquanto a helicase não é alterada. Isto conduz a um longo filamento em hélice simples, com o χ no terminal 3’, que é o substrato para a ligação de RecA. 20. Na reparação de quebras duplas no DNA um sistema que não gera crossover é a síntese dependente do anelamento de hélices (SDSA). Quais as características deste mecanismo? R.: Neste caso, a hélice invasora conduzida por RecA serve como iniciador de síntese por polimerases e a polimerização é capaz de gerar homologia suficiente para recrutar a segunda hélice para anelar, desfazendo a junção de Holliday, sem necessidade de cortes na molécula. 36 21. Na reparação de quebras duplas como seria explicado o aparecimento de crossover? R.: O crossover, ou troca de cromossomos, pode ocorrer durante a resolução das junções de Holliday, pelo complexo RuvABC. Dependendo de como RuvC faz o corte nas junções, pode ocorrer a troca de um pedaço de DNA ou a troca do cromossomo inteiro (crossover). 22. No processo de reparação pós-replicativo (reparo recombinacional) há troca de material genético entre as hélices do DNA (mãe para filha). Em alguns experimentos, utilizando mutantes deficientes no sistema de reparo por excisão de nucleotídeos pode ser detectado o aparecimento de dímeros de pirimidinas no DNA das hélices filhas, que não sofreram ação da radiação ultravioleta. Que experimento poderia ser realizado para caracterizar a passagem de dímeros de pirimidinas da hélice mãe para a hélice filha, utilizando uma UV endonuclease (que reconhece os dímeros e corta a cadeia de DNA nas lesões)? R.: A cultura bacteriana deve ser irradiada com UV-C. Após a irradiação coloca-se timina radioativa no meio de cultura. Neste caso, a hélice filha é que vai ficar marcada radioativamente. Se a bactéria é deficiente em excisão, os dímeros não serão removidos. Quando o mecanismo de recombinação genética atuar, a proteína RecA pode levar a hélice simples contendo o dímero para dentro da hélice dupla, ou o dímero pode ser deslocado pelo movimento da junção de Holliday. Após a resolução da junção de Holliday quando há a troca de um pequeno fragmento do DNA pode aparecer na hélice filha (marcada) um pedaço da hélice mãe, não marcada, mas contendo o dímero. Se o DNA for tratado com a enzima que reconhece dímeros, o DNA da hélice filha vai ser cortado e pode ser detectado em gradientes alcalinos de sacarose. OBS. Este mecanismo também já foi observado em células humanas. 23. Descreva o sistema de reparação de quebras duplas em células humanas através do sistema NHEJ (Non-Homologous End Joining). R.: Este sistema ocorre principalmente na fase G1, quando não existe uma cópia do DNA para permitir a Recombinação Homóloga. Os complexos MRN e KU ligam-se à quebra dupla logo após sua formação para impedir sua degradação. O MRN é composto por: RAD50 que mantém as pontas juntas; MRE11, uma nucleasse que limpa as pontas 3’ na transição hélice dupla-hélice simples e NBS1 que é fosforilada e para o ciclo celular. KU70 e KU80 (parte docomplexo DNA- PK) ligam-se às pontas estabilizando-as e impedindo a ressecção 5’. KU também se liga à Ligase IV e seu cofator XRCC4 que estimula a ligação. 37 OBS.1 – Se houver ressecção de 5 para 3’ pode aparecer DNA repetitivo e a quebra pode ser reparada por anelamento de hélice simples (SSA) com consequente deleção do DNA entre a sequências repetitivas. A proteína Artemis interage com DNA-PK e age com flap endonuclease eliminando os flaps formados. OBS.2 – Em quebras duplas sem microhomologia as polimerases Pol4, Polλ e Polμ, que conseguem fazer síntese sem template adicionam randomicamente alguns nucleotídeos podem juntar terminais incompatíveis. 24. Qual o mecanismo básico da recombinação homóloga para o reparo de quebras duplas em células humanas, que ocorre na fase S do ciclo celular? R.: O mecanismo básico consiste da ressecção da hélice 5’ terminal pela EXO1 gerando um longo fragmento com terminal 3’ em hélice simples. Este terminal invade a hélice dupla não lesada formando um DNA híbrido. Esta reação é feita pela recombinase RAD51 com ajuda de RPA e BRCA2. A resolução das junções de Holliday é realizada e o reparo é completado. Pode haver ressecção dos dois terminais, invasão dupla e formação de duas junções de Holliday, que serão resolvidas e a lesão reparada. OBS.1 – Os genes das resolvases ainda não foram identificados em humanos, porém a atividade existe em extratos celulares. OBS.2 – A deficiência em reparo de quebras duplas em seres humanos causa a Ataxia telangietasia. 25. Como ocorre a reparação de ligações cruzadas, por exemplo, de psoralenos, em bactérias? R.: Inicialmente a lesão é reconhecida pelo sistema UvrABC e são feitas duas incisões no DNA, a 3’ e a 5’ da lesão. Entretanto a lesão não pode ser excisada, pois continua ligada na outra hélice. Ocorre pequena degradação do DNA e a proteína RecA promove a reparação através do sistema de recombinação genética. Posteriormente o sistema de excisão de nucleotídeos UvrABC atua de novo e agora é capaz de retira a lesão. OBS.1 - Alternativamente, quando o sistema de recombinação não existe ou se não existe um segundo DNA, pode ocorrer a síntese translesão pela DNA polimerase II entre as duas excisões por UvrABC. OBS.2 – A deficiência neste tipo de reparo causa a Anemia de Fanconi em humanos. 38 26. Lesões no DNA de células humanas deflagram um sistema que acarreta a parada do ciclo celular (Pontos de Checagem) para que as lesões sejam reparadas antes da entrada na próxima etapa. Quais a principais etapas desse sistema e que enzimas participam? R.: O sensor de quebras duplas é a proteína ATM e de dímeros de pirimidinas é a ATR. Estas proteínas quando se ligam às lesões são ativadas e fosforilam diversas proteínas (mediadores, transdutores e efetores) ativando-as. As mediadoras em humanos são associadas com sensores e transdutores, fazendo a ligação entre eles. Principalmente, 53BP1, TopBP1 e MDC1(Mediator of DNA damage Checkpoint 1). As transdutoras de sinal são as cinases Chk1 e Chk2, ligadas a ATR e ATM respectivamente. As proteínas efetoras são as fosfotirosina fosfatases Cdc25A, B e C. A sua fosforilação pelo sistema iniciado por ATM ou ATR impede a sua ação fosfatase e bloqueia o ciclo celular. 27. Em células bacterianas uma lesão tipo dímero, por exemplo, bloqueia a DNA polimerase III, parando a forquilha de replicação. Como as DNA polimerases II e V podem ultrapassar esta barreira? R.: A DNA polimerase II é requerida para reiniciar a replicação livre de erros. A forquilha retrocede e a hélice filha neossintetizada serve de molde para a síntese posterior por Pol II, formando o “pé de galinha”. O tamanho depende do que foi sintetizado na hélice não lesada. A forquilha é restabelecida por migração reversa das hélices, atravessando a lesão sem repará-la. A DNA polimerase V (formada por uma molécula de UmuC e duas de UmuD’) é capaz de polimerizar sem obedecer ao pareamento, provocando mutações. UmuC é a polimerase e UmuD, após processamento por RecA ativada transforma-se em UmuD’ e auxilia UmuC. 28. A doença humana XPV (Xeroderma Pigmentosum Variante) é caracterizada por mutações na DNA polimerase eta (Polη), que deixa de funcionar e é substituída, normalmente pela DNA polimerase iota (Polι). Neste caso como isto pode levar ao câncer induzido pela radiação UV nestes pacientes? R.: A radiação UV normalmente produz dímeros de pirimidinas no DNA, principalmente dímeros de timina. Estas lesões bloqueiam a polimerização pela DNA polimerase δ (replicativa), podendo ser substituída pela Polη, que é uma polimerase translesão que adiciona AA em frente a dímeros de 39 timina, portanto não é mutagênica. Quando há mutações em Polη ela pode ser substituída por outra polimerase translesão, normalmente a Polι, que em frente a dímeros de timina coloca qualquer base, sendo, portanto, mutagênica. Dai o aparecimento de câncer induzido por UV em pacientes XPV. 29. Como funciona o produto do gene oxyR bacteriano na resposta a tratamento com agentes oxidantes (H2O2, por exemplo)? R.: O gene oxyR codifica a proteína OxyR, que responde a níveis aumentados de peróxido de hidrogênio. O produto deste gene é um regulador positivo de pelo menos 9 genes e a oxidação da proteína OxyR, em dois dos seus resíduos cisteína, é o sinal para que haja a ativação da transcrição desses genes. Dentre eles estão: katG (catalase), gor (glutationa redutase), grxA (glutarredoxina), ahpCF (alquilhidroperóxido redutase) e fur (um controlador do transporte de ferro para a célula). Desta maneira o tratamento das bactérias com concentrações micromolares de H2O2 protege as células contra concentrações milimolares do mesmo agente. OBS – Bactérias tratadas com superóxido induzem o operon SoxRS que controla a síntese de superóxido dismutase (soda), endonuclease IV (nfo), glicose 6-fosfato-desidrogenase (zwf) e fur, além de outros, o que protege a célula contra concentrações mais elevadas de superóxidos. 30. O que são funções SOS em bactérias e como elas são induzidas? R.: Funções SOS são respostas fenotípicas que são expressas quando diversos genes são ativados e conduzem à produção de grandes quantidades de proteínas sob seu controle genético. Em bactérias o gene lexA codifica a proteína LexA que é o repressor de mais de 50 genes (chamados genes din – damage induced). Quando ocorrem lesões no DNA, com a produção de DNA em hélice simples, a proteína RecA se liga a essas regiões, transforma-se em co-protease e promove a auto clivagem do repressor LexA, liberando a síntese dos mRNAs de todos os genes din, e portanto a céliula fica repleta das proteínas cujos genes são controlados por LexA. Entre essas proteínas encontram-se muitas envolvidas na reparação e na mutagênese. Quando a lesão é reparada e RecA não se transforma mais em co-protease, LexA volta a reprimir todos os genes din. OBS.1 - Os genes lexA e recA estão sob o controle do repressor LexA, portanto quando o sinal indutor deixa de existir a célula também tem muita proteína LexA para reprimir de novo todos os genes. 40 OBS.2 – Os genes que reparam por excisão de nucleotídeos (uvrA, uvrB, uvrD) e também os genes recA, recB, recN, ruvA, ruvB, envolvidos no sistema de reparo recombinacional, são alguns dos genes din. 31. O que é Indução Lisogênica e como ocorre ao nível molecular? R.: Um fago temperado pode se incorporar ao cromossomo bacteriano, sob a forma de profago, mantendo-se em uma espécie de equilíbrio, graças à atuação de um repressor, de natureza proteica (cI, no caso do fago lambda), codificado pelo profago. A inativação deste repressor leva ao
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