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Apostila Resumo

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA 
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE CAPANEMA 
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA 
 
APOSTILA 
 
 
 
 
Você sabe o que é resumir? 
 
No meio acadêmico é comum a solicitação de resumo de artigo, obra ou outro 
documento. O resumo é uma “apresentação concisa dos pontos relevantes de um texto” 
(ABNT NBR 6028). Sendo assim, o resumo apresenta de forma 
sucinta e seletiva as ideias essenciais do texto-base, mantendo fidelidade ao 
original. Para isso, é necessário que através da leitura haja um discernimento 
do que é principal e secundário a fim de que os aspectos de maior interesse 
e importância sejam apresentados de forma encadeada e ordenada, sempre 
relacionando uma frase ou parágrafo com o que vem antes e depois. O resumo 
deve destacar o objetivo do autor, a metodologia adotada e as conclusões obtidas. O 
resumo proporciona pelo menos dois benefícios principais. Para quem 
lê, economia de tempo; pois permite a conveniência ou não de consultar o 
texto completo; Para quem faz: é excelente exercício de retenção das principais 
ideias de um texto. 
 
 
Resumir um texto ensina a relacionar as ideias, entender com clareza o assunto e 
perceber o sentido próprio do figurado que os vocábulos podem adquirir numa produção 
textual. Para se realizar um resumo, seguem-se os mesmos passos do fichamento, isto é, 
antes de tudo: 
 
(a) ler atentamente uma primeira vez o texto na íntegra, grifando as palavras 
desconhecidas e procurando-as no dicionário; 
 
(b) ler uma segunda vez, munidos com lápis, para sublinhar os trechos mais 
importantes. 
 
(c) ficar atento para as palavras de ligação que organizam de forma lógica o 
raciocínio e possibilitam a progressão textual, tais como os mecanismos de 
coesão: assim sendo, além do mais, pois, em decorrência etc; 
 
Quando temos de resumir um texto, por exemplo, o ideal é que o façamos por 
partes, ou seja, que elaboremos o resumo de cada capítulo. 
Existem vários tipos de resumo apresentando “características específicas de acordo 
com suas finalidades” (ANDRADE, 2006, p. 29). Para Lakatos e Marconi (2001), os 
resumos podem ser classificados em: indicativo ou descritivo; informativo ou 
analítico e crítico. 
 
 Resumo indicativo ou descritivo: indica apenas os pontos principais do 
documento, não apresentando dados qualitativos, quantitativos etc. De modo 
geral, não dispensa a consulta ao original. Deve-se usar a forma impessoal, não 
empregar citações e não emitir opiniões pessoais para escrevê-lo. 
 
 Resumo informativo ou analítico: é mais amplo que o resumo indicativo ou 
descritivo. Tem a finalidade de informar o conteúdo e as principais ideias do 
autor e poder ser de dois tipos (inserido no próprio texto e não inserido no 
próprio texto). Quando inserido no próprio deve-se ressaltar os objetivos e o 
assunto, os métodos e as técnicas (descritas de forma concisa) e os resultados e 
as conclusões. Esse tipo de resumo não deve conter juízos de valor do objeto 
resumido; 
 
 Resumo crítico: caracteriza-se por apresentar as ideias principais do autor, 
permitindo opiniões, comentários e juízo de valor sobre o que foi escrito por ele 
(ANDRADE, 2006). “No resumo crítico não pode haver citações” (LAKATOS; 
MARCONI, 2001, p. 74) e pode ser dispensada a leitura do texto original. 
 
É preciso deixar claro que quando abordamos a temática sobre elaboração de 
resumo acadêmico, há várias possibilidades para a sua produção. No meio universitário 
você poderá elaborar resumos “inseridos no próprio texto” e resumos “não inseridos no 
próprio texto”. O que significa isso? Você pode ser solicitado a elaborar um resumo de 
uma obra, de um livro, de um artigo científico ou outro documento. Nesse caso, o 
resumo é do tipo não inserido no próprio texto. Por outro lado, ao elaborar um trabalho 
acadêmico como TCC, Dissertação, Tese ou um Artigo Científico será necessário no 
início destes documentos você apresentar um resumo que, portanto, são resumos 
inseridos no próprio texto. Portanto, é preciso considerar o contexto comunicativo em 
que o resumo será elaborado para que levar em consideração a sua estrutura de acordo 
com o exigido. 
Quanto à extensão de um resumo não inserido no próprio texto, normalmente esta é 
estabelecida por quem o faz ou por quem o solicita. Já para um resumo inserido no 
próprio texto, de acordo com a NBR 6028/2003 da ABNT devem seguir os seguintes 
parâmetros: 
 
 de 150 a 500 palavras os de trabalhos acadêmicos (teses, dissertações e outros) e 
relatórios técnico-científicos; 
 de 100 a 250 palavras os de artigos de periódicos; 
 de 50 a 100 palavras os destinados a indicações breves. 
Os resumos críticos, por suas características especiais, não estão sujeitos a limite 
de palavras. 
 
 
Exemplo de resumo: 
 
a) Texto: 
 
A escola e sua finalidade 
 
 
A finalidade da escola é educar e ensinar. Ensinar é ministrar conhecimento e 
experiências. “A educação é ação formadora da personalidade humana, que faculta ao 
indivíduo alcançar, com sua atividade, a meta de sua vida”. 
A educação e o ensino devem ter um escopo: formar integralmente o homem (no 
espírito e no corpo) a fim de que consiga, na luta de todos os dias, viver feliz e satisfeito 
por saber que trilha o melhor caminho com os melhores recursos, dentro do bem-estar 
da comunidade. 
Embora a função específica da escola seja ensinar, cumpre-lhe também, e por 
lei, educar. A escola que não educa é perniciosa (ANDRÉ, 1988). 
Fonte: SOUSA, Maria Gracinda. O papel da escola na sociedade. São Paulo: Atlas, 2012. 
 
Como exemplo do que você deve fazer ao ler um texto para resumir, vamos 
agora proceder à elaboração de um resumo informativo ou analítico do tipo não inserido 
no próprio texto, seguindo as etapas especificadas: 
 
(1) Leitura atenta e a técnica de sublinhar as palavras-chave: 
 
A escola e sua finalidade 
 
A finalidade da escola é educar e ensinar. Ensinar é ministrar conhecimento e 
experiências. “A educação é ação formadora da personalidade humana, que faculta ao 
indivíduo alcançar, com sua atividade, a meta de sua vida”. 
A educação e o ensino devem ter um escopo: formar integralmente o homem (no 
espírito e no corpo) a fim de que consiga, na luta de todos os dias, viver feliz e satisfeito 
por saber que trilha o melhor caminho com os melhores recursos, dentro do bem-estar 
da comunidade. 
Embora a função específica da escola seja ensinar, cumpre-lhe também, e por 
lei, educar. A escola que não educa é perniciosa (ANDRÉ, 1988). 
Fonte: SOUSA, Maria Gracinda. O papel da escola na sociedade. São Paulo: Atlas, 2012. 
 
(2) Resumo por parágrafos/esquemas: 
 
1º) a finalidade da escola é educar: auxiliar o indivíduo a alcançar seus objetivos; e 
ensinar: ministrar conhecimento e experiências; 
 
2º) a educação e o ensino: formar integralmente o homem; 
 
3º) embora a função da escola seja, antes de tudo, ensinar, tem também (por lei), de 
educar. A escola que assim não age é perniciosa (torna-se um instrumento prejudicial à 
sociedade). 
 
(3) Redação final: 
 
SOUSA, Maria Gracinda. O papel da escola na sociedade. São Paulo: Atlas, 2012. 
 
De acordo com Sousa (2012), a finalidade da escola é educar, ou seja, auxiliar o 
indivíduo a alcançar seus objetivos e ensinar, isto é, ministrar conhecimentos e 
experiências. Para o autor, a educação e o ensino devem formar integralmente o 
homem. Afirma que embora a função da escola seja, antes de tudo, ensinar, tem ela 
também, e por lei, de educar para que não seja um instrumento prejudicial à sociedade. 
 Para a elaboração de um resumo informativo ou analítico do tipo inseridono 
próprio texto você deve considerar a estrutura do trabalho produzido: Artigo Científico, 
TCC, Tese, Dissertação, Relatório Científico. Veja, então, um exemplo de resumo 
informativo ou analítico inserido no próprio texto em que podemos verificar destacado 
o assunto, o objetivo, o método, a técnica e o resultado e/ou conclusão: 
 
Exemplo: 
RESUMO 
As estruturas biológicas dos seres vivos são de difícil compreensão para estudantes, pois 
geralmente são desconhecidas dos mesmos, necessitando de estratégias didáticas para 
facilitar o entendimento pelo aluno. Existem várias estratégias e métodos para o ensino, 
tais como modelos, analogias, metáforas, descrições, entre outras. Neste artigo 
objetivamos identificar, analisar e classificar as analogias utilizadas nos Livros 
Didáticos do Ensino Médio de Biologia, usados nas Escolas Públicas Estaduais em 
Manaus-AM, relacionadas à temática zoológica. O procedimento metodológico 
incluiu: a) análise de todo o conteúdo zoológico dos livros didáticos mais utilizados na 
rede pública estadual do Amazonas no ano da pesquisa; b) três livros didáticos foram 
analisados especificando-se o táxon da classe dos Peixes para comparação de possíveis 
variações dos tipos e quantidades de analogias. A classificação das analogias adotada 
foi a de Curtis & Reigeluth (1984) e a análise do nível de enriquecimento da analogia de 
acordo com o modelo TWA de Glynn (Harrison & Treagust,1993). Concluiu-se que o 
uso de analogias é maior no conteúdo sobre os invertebrados do que nos vertebrados. A 
maioria das Analogias é apresentada de forma simples direta, comparando as estruturas, 
de concreto a concreto, e de mediação verbal, quase nada é apresentado de forma 
diversificada e heurística no conteúdo de Zoologia no LD. O desenvolvimento dos 
limites da comparação e da reflexão sobre as analogias foi raro, em geral somente à 
apresentação do análogo e do alvo da analogia ocorria. 
Palavras-chave: Analogias. Livro didático. Biologia. Zoologia. 
 
 
Exemplo de Resumo Crítico 
 
LUCKESI, Cipriano C. Filosofia da Educação. São Paulo: Cortez, 1992. Cap. 2. 
 
Considerando Luckesi (1992), a educação pode ser discutida em sua conexão com 
a sociedade a partir de três dimensões, que passaremos a tratar a seguir. Cada dimensão tem 
características específicas e o autor garante que ainda estão presentes no atual contexto 
educacional. Concordamos com essa afirmativa, pois temos presenciado as três posturas em 
diversos ambientes de ensino. 
A primeira dimensão é apresentada pelo autor com a denominação de Redentora. 
Nessa dimensão a escola é ativa em relação à sociedade. Essa ação da escola é para integrar os 
elementos à sua estrutura, ao todo social. Nessa perspectiva, caberá à educação: adaptar o 
indivíduo ao meio; reforçar os laços sociais; configurar e manter o corpo social; curar as 
mazelas sociais; recuperar a harmonia perdida; restaurar o equilíbrio; reordenar o social; 
regenerar os que estão à margem da sociedade. 
Entendemos que tais atribuições dadas à educação colocam-na na posição de 
salvadora e realmente redentora dessa sociedade conturbada e confusa. O alvo dessa educação 
são as crianças. O principal mentor intelectual é Comênio e sua obra sobre a didática. Tais 
características são evidentes na educação tradicional e na escolanovista. 
A segunda dimensão apontada pelo autor é a Reprodutora. Aqui, a escola é 
totalmente passiva diante da sociedade. Essa passividade reflete seu papel de mera reprodutora 
do meio. Não há determinações, mas somente constatações. O autor aponta que a educação 
reproduz a sociedade, a força de trabalho, os saberes práticos, ensina as regras dos bons 
costumes, reproduz a submissão, enfim faz a sujeição ideológica. 
A terceira dimensão referida pelo autor é a Transformadora. Aqui, a escola volta a 
ser ativa, mas de uma maneira positiva, pois poderá: realizar e mediar um projeto de sociedade; 
trabalhar pela democratização; partir dos condicionantes históricos; atingir objetivos sociais e 
políticos; criticar o sistema; propor mudanças; agir na realidade. 
Pensamos que essa dimensão é o nosso maior desafio. Acreditamos que através 
de estratégias participativas e construtoras de novos saberes estaremos em melhores condições 
de propor transformações e de criar projetos concretos que visem um novo contexto social e 
humano. Urge uma nova educação, novos educadores, novos educandos. Eis o desafio! 
 
 Podem-se perceber algumas marcas linguísticas no resumo crítico que denotam 
o juízo de valor que o autor do resumo apresenta. Teixeira (2012, p. 38) afirma que a 
resenha “além de trazer as ideias do autor lido, traz uma análise sobre o conteúdo. Tal 
análise deve evidenciar seus comentários sobre o texto, questionamentos, suas posições, 
impressões etc.”. Percebe-se no resumo crítico ou resenha, que serve de exemplo aqui, 
comentários e posição do autor do resumo. Esses comentários ou reflexões são feitos de 
forma intercalada, no entanto poderiam ser feitos também apenas no final do resumo. 
Essa é a característica que diferencia o resumo crítico (resenha) do resumo indicativo ou 
do resumo informativo. Veja que há vários verbos que ajudam na introdução dos 
comentários do resenhista: “concordamos”, “entendemos”, “pensamos”, “acreditamos” 
e “urge”. 
Dessa forma, você deve atentar para a estrutura da resenha que é 
apresentada da seguinte forma: 
 
 Referência do documento a ser resenhado; 
 Texto da resenha propriamente dita (pode apresentar os comentários 
de forma intercalada ou apenas no último parágrafo); 
 As resenhas (resumos críticos) não estão sujeitos a limite de 
palavras. 
 
No resumo crítico, além dos conectivos (elementos de coesão), da menção e 
atribuição de atos ao autor do texto, ainda há a indicação da expressão da subjetividade 
do autor da resenha. No caso do exemplo acima, esta é marcada pelas formas verbais 
“concordamos, entendemos, pensamos, acreditamos e urge” introduzindo comentários e 
reflexões colocados intercaladamente no texto. Porém, nada impede que os comentários 
e reflexões do resenhista sejam apresentados apenas em um único parágrafo final. 
 
 Menção ao autor do texto: para realizar a menção ao autor do texto no 
momento que você estiver escrevendo a redação de seu resumo recorra aos 
mecanismos de coesão de natureza lexical (referenciação): pronomes, artigos, 
sinônimos, hiperônimos, nomes genéricos etc.; 
 
 Atribuição de atos ao autor do texto: para realizar a atribuição de atos ao autor 
do texto você deve recorrer aos verbos adequados aos atos que o autor do texto 
objeto do resumo realiza. Por exemplo, se há uma afirmação importante no texto 
a ser resumido, você pode redigir em seu resumo da seguinte forma: “o autor 
afirma que o conceito de linguagem depende da posição teórica assumida”. 
Nesse caso, foi atribuído um ato ao autor do texto resumido com o verbo 
“afirmar”. 
 
 Indicação da expressão da subjetividade do autor do resumo crítico: pode 
ser reconhecido com expressões linguísticas e verbos que garantem a posição de 
forma objetiva do autor do resumo como no seguinte exemplo: “Embora Silva 
(2017) defenda a supremacia dos estudos interacionistas hoje em detrimento 
dos estudos estruturalistas, acreditamos que visões diferentes podem nos fazer 
entender melhor os fenômenos linguísticos”. 
 
 
 
 
ATIVIDADE 
 
1) Leia a resenha abaixo e destaque no quadro seguinte os elementos linguísticos: 
 
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: 
Paz e Terra, 1996. 
 
Freire (1996) aborda, de forma simples e elucidativa, a prática educativa no 
cotidiano da sala de aulasala e fora dela, devendo-se levar em conta, que os procedimentos 
abordados no livro, podem e devem ser aplicados, desde o Ensino fundamental à Pós-
graduação. O autor discorre sobre o desenvolvimento da formação docente e o que constitui o 
universo educacional, mantendo sempre uma visão crítica e democrática. 
O educador sugere a reflexão sobre a prática educativa-reflexiva, afirmando que 
formar é muito mais puramente treinar o educando no desempenho de destrezas. Faz severa 
crítica à ideologia neoliberal e ao fatalismo que se recusa enfaticamente ao sonho. Comenta a 
sua raiva contra as injustiças às quais, são submetidos aos que consideram como esfarrapados 
do mundo. Para ele, a responsabilidade dos professores e dos que estão em formação é muito 
grande, desde quando, se fazem necessários o processo de mudança, as lutas, a criticidade e o 
exercício da cidadania, para a efetivação da prática docente. Assim, a ética é um ponto, o qual o 
autor considera primordial para a construção e aquisição do conhecimento. Ele refere-se à ética 
universal do ser humano e não a ética de mercado, a qual, deve ser combatida, afrontada. 
Acreditamos que a prática educativa deve realmente ser reflexiva no intuito de 
formar pessoas capazes de se posicionar eticamente mediante as diversas demandas sociais. 
Pensar certo para o professor implica o respeito ao senso comum, assim como, o compromisso 
com a consciência crítica do aluno. 
O autor revela ao leitor sobre o seu posicionamento perante a educação neoliberal, 
dizendo-se conhecedor da natureza humana e que a compreensão que possui dessa referida 
natureza, é uma exigência que faz a si mesmo de pensar certo quando defende seus pontos de 
vista. Pensar certo é um ato comunicante, distanciado do aconchego e da solidão. O autor chega 
à conclusão de ser necessário um pouco de radicalidade nas ações e diz continuar atento a 
advertência de Marx quanto a esse aspecto, pois graças a ela, continua alerto a tudo o que diz 
respeito a defesa dos direitos humanos e afirma ser imoral que os interesses de mercado se 
sobreponham aos interesses humanos. 
A partir da leitura da obra de Paulo Freire, entendemos que o bom senso deve 
permear todo o trabalho educativo, haja vista, a performance de cada professor, o jeito peculiar 
de ser, (uns autoritários, outros mal-humorados, alegres...) deixam marcas inaliáveis nos 
educandos. Portanto, dentro dessa perspectiva, podemos afirmar, com base no pensamento do 
autor, que ensinar realmente implica na luta pelos direitos dos educadores e na utilização da 
humildade e tolerância no contexto da vida cotidiana da sala de aula. 
MENÇÃO AO AUTOR DO TEXTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATRIBUIÇÃO DE ATOS AO 
AUTOR DO TEXTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INDICAÇÃO DA EXPRESSÃO 
DA SUBJETIVIDADE DO 
AUTOR DO RESUMO CRÍTICO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2) Elabore um resumo crítico a partir do trecho abaixo. Não se esqueça das 
características essenciais para a elaboração do seu resumo: realize a leitura e 
fichamento, menção e atribuição de atos ao autor do texto e a subjetividade do autor do 
resumo crítico. 
 
Cada espécime, livre de bactérias e vírus, pode gerar até 600 mudas saudáveis 
 
Planta nativa e de fácil cultivo, a mandioca é suscetível a diversas doenças. Uma delas, a 
bacteriose, vem reduzindo a produtividade, os lucros e os postos de trabalho nas lavouras de 
mandioca do Estado de São Paulo. Para evitar esses males e melhorar a qualidade do produto, o 
Centro de Raízes e Amidos Tropicais (Cerat), unidade complementar da UNESP, no campus de 
Botucatu, o Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae-SP) e a Organização Não-
Governamental Raízes desenvolveram mudas cultivadas in vitro isentas de bactérias e vírus. "É 
um projeto inédito no Brasil, que busca o desenvolvimento de tecnologias para a melhoria da 
qualidade da mandioca plantada no País", diz a engenheira agrônoma Marney Pascoli Cereda, 
pesquisadora do Cerat. 
Denominada "Limpeza clonal como instrumento de melhoria de produtividade e de qualidade 
do material de plantio de mandioca", a iniciativa está sendo posta em prática em Ubirajara, 
município paulista de 5 mil habitantes, a 80 km de Bauru, e vai beneficiar, inicialmente, os 30 
produtores de mandioca locais que integram a Cooperativa Agropecuária de Ubirajara (CAU). 
Em seis meses, o Cerat produziu 30 mudas livres de bactérias e vírus, cada uma com a 
capacidade esperada de se multiplicar em 600 novas mudas sadias. "Com essa nova forma de 
cultivo, os agricultores da CAU poderão reduzir o tempo de colheita das raízes e obter um 
ganho de produtividade em torno de 50%", conta Marney. 
 
REUTILIZAÇÃO 
 
O processo de cultivo da mandioca se dá pela utilização de ramas ou manivas, obtidas na 
própria cultura ou em culturas vizinhas. Com a constante reutilização, já que a reprodução da 
mandioca é assexuada, em três anos ocorre o envelhecimento fisiológico das raízes e as 
consequentes contaminações, que levam à perda da produtividade. "Para solucionar esses 
problemas, países como Costa Rica e Cuba já utilizam mudas sadias produzidas in vitro. 
Estamos introduzindo a inovação para uma avaliação dos resultados", conta Cereda. 
O próximo passo, em trabalho conjunto com o Instituto Agronômico de Campinas, será 
propagar o método das mudas cultivadas in vitro em áreas como Ubatuba, no litoral paulista, em 
que a bacteriose, devido a condições climáticas, não se desenvolve. Para João Pacheco, 
presidente da CAU, o trabalho do Cerat é de extrema importância: "É uma equipe séria e muito 
especializada. E a prova disso já pode ser vista nas plantações". "Esse tipo de atividade permite 
alcançar nosso objetivo de realizar pesquisas científicas e tecnológicas que valorizem o cultivo 
de raízes, tubérculos e rizomas tropicais em seus vários aspectos e potencialidades", conclui o 
químico Claudio Cabello, diretor do Cerat.

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