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Fundamentos de Macroeconomia - Síntese do debate econômico no Brasil

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APRESENTAÇÃO DO CURSO
EVOLUÇÃO RECENTE DA ECONOMIA BRASILEIRA
SÍNTESE DO DEBATE ECONÔMICO NO BRASIL
(Ver ANOTAÇÔES abaixo dos slides)
EAE-0111 
 Fundamentos de Macroeconomia
(Curso de Administração de Empresas)
2º. Semestre 2017
(*) 2016/2022: Estimativas FMI
Fontes: Brasil até 2015, IBGE; 2016 , 2018: FMI Mundo e Emergentes todos os anos: FMI
 PIB – Taxas de Crescimento 
FHC
LULA 1º mandato
LULA 
 2º mandato
DILMA 1º mandato
DILMA/TEMER 2º mandato
??
??
Gráf1
		7.4		4.4		4.2
		1.9		4.4		3.4
		2.3		3.4		4.9
		3.5		4.7		7.3
		6.1		5.4		8.6
		5.2		2.9		6.2
		-0.3		-0.6		2.8
		7.5		5.4		7.4
		4		4.1		6.3
		1.8		3.4		5.1
		2.5		3.4		5
		0.5		3.4		4.4
		-3.8		3.1		3.9
		-3.6		3.1		4.1
		0.3		3.5		4.5
		1.3		3.6		4.8
		2		3.8		5
BRASIL
MUNDO
EMERGENTES
%
Base de Dados
		
		
		
				Período		Brasil		Mundo		Emergentes
				1950/1980		7.4		4.4		4.2
				1981/1994		1.9		4.4		3.4
				1995/2002		2.3		3.4		4.9
				2003/2006		3.5		4.7		7.3
				2007		6.1		5.4		8.6
				2008		5.2		2.9		6.2
				2009		-0.3		-0.6		2.8
				2010		7.5		5.4		7.4
				2011		4.0		4.1		6.3		.
				2012		1.8		3.4		5.1
				2013		2.5		3.4		5.0
				2014		0.5		3.4		4.4
				2015		-3.8		3.1		3.9
				2016 (*)		-3.6		3.1		4.1
				2017 (*)		0.3		3.5		4.5
				2018 (*)		1.3		3.6		4.8
				2019/22 (*)		2.0		3.8		5.0
Plan1
		
Plan3
		
 SÍNTESE DO DEBATE ECONÔMICO NO BRASIL 
 Criticar, sem apresentar soluções alternativas
 Viés ideológico 
 Problemas em algumas análises econômicas no Brasil 
Mainstream (Teoria Geral) 
	- Neoliberais, monetaristas, ortodoxos
	- Keynesianos 
 Heterodoxos/Desenvolvimentistas:
	- Esquerda: socialistas, marxistas, estruturalistas (cepalinos)
	- Neo/Novos/Nacional-desenvolvimentistas
 Principais correntes de pensamento econômico no Brasil
 RESUMO
NEO-LIBERAIS (MONETARISTAS, ORTODOXOS, NEOCLÁSSICOS)
 -Governo é o “Guardião” da moeda (preços, juros, câmbio). Deve cuidar da regulação do mercado (setor financeiro, defesa da concorrência, Agencias Reguladoras) e concentrar seus investimentos em bens e serviços públicos (justiça, segurança, defesa nacional, educação e saneamento básico, etc.), deixando os demais investimentos a cargo do setor privado 
 -Prioridade à Economia de Mercado: a competição obriga o setor privado a buscar a eficiência produtiva
 -Favoráveis à Abertura Comercial (ou seja, à Globalização)
 -Principais Escolas no Brasil: FGV-RJ, IBMEC-RJ, INSPER, USP
 “MAINSTREAM” (TEORIA GERAL)
 Núcleo central do pensamento econômico mundial. 
 Duas principais vertentes, dentro do sistema capitalista: neoliberais e keynesianos. 
 Predomina em países desenvolvidos e nos principais países emergentes: BRICS, Sudeste da Ásia, Austrália, Nova Zelândia, Chile, México, Colômbia. Mais recentemente: Brasil, Perú, Argentina.
 Principais Correntes de Pensamento Econômico no Brasil 
KEYNESIANOS
 
Governo, além das funções anteriores (neoliberais), deve buscar manter o equilíbrio macroeconômico, através de políticas fiscais anticíclicas (gastar nas crises, e poupar nos bons períodos), e complementar o setor privado, apoiando investimentos em infraestrutura, promovendo parcerias público-privadas (PPP), privatizações, concessões.
Estado terceiriza para o setor privado, não estatiza. Nesse sentido, o Governo não é estatizante, não cria empresas estatais. Procura estimular investimentos privados através de instrumentos tradicionais de política econômica (políticas fiscais, monetárias, cambiais, etc.) 
 
Prioridade à Economia de Mercado, mas com um Governo mais “ativista”.
Favoráveis à Abertura Comercial (Globalização)
Principais Escolas no Brasil: FGV-SP, PUC-RJ, USP
 “MAINSTREAM” (TEORIA GERAL)
 Principais Correntes de Pensamento Econômico no Brasil 
 HETERODOXOS (DESENVOLVIMENTISTAS) 
 
Estatizantes : ênfase no papel do Estado sobre o mercado. Contra a privatização de empresas estatais. Frase: ”O Estado preocupa-se com o social, enquanto as empresas privadas preocupam-se com o lucro”
Protecionistas/Nacionalistas: prioridade ao mercado interno. Para promover a industrialização, propõem o estabelecimento de barreiras alfandegárias (o chamado Processo de Substituição de Importações, defendido pela CEPAL)
Favoráveis a controles de preços (exemplos: gasolina, tarifas de energia elétrica, transportes). Os mais radicais também são favoráveis ao controle da remessa de lucros, da taxa de juros, e taxa de câmbio
Críticos de políticas neoliberais de estabilização (ajustes fiscal e monetário), tipicamente ortodoxas, que teriam como foco apenas no combate à inflação, mas que prejudicam o emprego e o crescimento econômico.
Críticos do “Consenso de Washington”, cuja proposta de abertura comercial para a América Latina teria implicitamente o objetivo de beneficiar as empresas multinacionais norte-americanas.
Os currículos dos cursos de Economia que seguem essa corrente tem como características:
 - destaque à contribuição de Karl Marx. O Brasil é um dos maiores núcleos mundiais de estudos marxistas em escolas de economia.
 - abordagem bastante crítica à teoria convencional (neoliberal, ortodoxa). 
 - visão mais histórica e política, com pouca ou nenhuma ênfase na utilização de modelos matemáticos e econométricos, que são ferramentas muito utilizadas dentro da teoria convencional (mainstream), úteis para testar estatisticamente as proposições teóricas com os dados da realidade, e fazer previsões estatísticas. Frase: “Economia, como ciência social, e portanto calcada e voltada a relações humanas, não pode basear-se em frias equações matemáticas”.
 - principais escolas: UFRJ, UNICAMP (estas duas as líderes), UFMG, UFRGS, todas as universidades públicas (exceção FEA-USP), e católicas (exceções PUC-RJ e PUC-MG).
 Principais Correntes de Pensamento Econômico no Brasil 
No Brasil, podemos distinguir duas correntes “desenvolvimentistas” ou “heterodoxas””:
 desenvolvimentistas “de esquerda” x neo/novos/nacional desenvolvimentistas 
 
DESENVOLVIMENTISTAS “DE ESQUERDA” (socialistas, marxistas, estruturalistas)
São mais lenientes com a inflação. Defendem políticas desenvolvimentistas, de incentivos ao consumo, que estimulam a produção e o emprego, mesmo que possam ter impactos sobre a taxa de inflação.
Frases: “Qual o problema de uma inflação de 15% ao ano?”, “Despesa é vida”, “A política do Banco Central é rudimentar”, frases da Ministra de Minas e Energia Dilma Roussef em 2005, criticando a proposta de ajuste fiscal do Ministro da Economia Antonio Palocci de déficit total ou nominal zero (*), o que permitiria a estabilização da relação dívida/PIB.
(*) Déficit ou Superávit Total ou Nominal = Arrecadação do Governo – Gastos Totais do Governo
 Déficit ou Superávit Primário: exclui do déficit total os Gastos do Governo os juros sobre a dívida pública. A idéia por trás desse conceito é que a dívida (e portanto os juros) são “herança” de Governos anteriores. Para a comunidade financeira internacional, A obtenção de superávits primários indicaria que o Governo está no bom caminho fiscal, mesmo com déficit total. Ou seja, mesmo com dívida crescendo, estaria economizando parte da arrecadação para abater da dívida). 
 
 Principais Correntes de Pensamento Econômico no Brasil 
HETERODOXOS (DESENVOLVIMENTISTAS) 
NEO/NOVOS/NACIONAL-DESENVOLVIMENTISTAS.
 
Não são deesquerda, sendo considerados keynesianos, pós ou neo-keynesianos. Entretanto, diferente dos keynesianos “puros”, são desenvolvimentistas, no sentido de serem favoráveis à participação de empresas estatais em investimentos na área de infraestrutura, e são mais intervencionistas na política de preços (câmbio e juros).
 
Seguem as políticas adotadas tanto no Governo Getúlio como no período militar, principalmente na gestão do General Ernesto Geisel (1974/1978). 
 Principais Correntes de Pensamento Econômico no Brasil 
HETERODOXOS (DESENVOLVIMENTISTAS) 
*
*
Até 1980, o Brasil foi o país que mais cresceu no século XX. Entretanto, após essa data, com exceção do 2º. Mandato do Governo Lula, cresceu menos que a média mundial e dos emergentes, 
No Governo FHC, foram implementadas uma série de medidas saneadoras (Plano Real, Proer-Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional, federalização de dívidas estaduais, Lei de Responsabilidade Fiscal, programas assistenciais (Bolsa-Escola, Bolsa-Alimentação, Vale-Gás, consolidados, ampliados e rebatizados no Governo Lula como Bolsa-Família), que levaram à estabilização da economia, melhoria da distribuição de renda, e fortalecimento do sistema financeiro nacional, mas com baixas taxas de crescimento econômico (média de 2,3% ao ano). Como já observado anteriormente, ressalte-se que nesse período ocorreram seis crises externas (México 1995, Ásia 1997, Rússia 1998, Argentina 2001, World Trade Center e Crise da Bolsa de Informática (NASDAQ) nos Estados Unidos 2001), que também atingiram o Brasil, que recorreu ao FMI em novembro de 1998 (Acordo com o FMI). 
 Por outro lado, no governo Lula, entre os anos 2003/2007, a economia mundial apresentou o maior crescimento verificado após a Segunda Guerra Mundial (média de 5% ao ano). Esse crescimento da economia mundial, associado à manutenção dos fundamentos econômicos e ampliação dos programas sociais criados no governo anterior, foram certamente fatores decisivos para que o Brasil conseguisse no governo Lula retomar o crescimento econômico, mantendo inflação estabilizada, equilíbrio externo, e contínua melhoria da distribuição de renda, iniciada com o Plano Real. Mesmo assim, no primeiro mandato do governo Lula, o Brasil cresceu menos que a economia mundial, devido a três fatores: 
a) Em 2003, sob orientação do Ministro Palocci, adotou forte ajuste fiscal e monetário, dada a necessidade de retomar o controle da inflação, que havia crescido muito em 2002, por força das eleições presidenciais (medo do Lula “sapo barbudo”). Tal política era necessária para estabilizar a economia, mas aumentou o desemprego (o já citado trade off); 
b) tendência estatizante de parte do Governo (sob liderança da Ministra de Minas e Energia, Dilma Roussef), tirando a autonomia e importância das Agências Reguladoras, o que inibiu os investimentos em infraestrutura: Frase da época: ”O Partido Comunista Chinês dá mais garantias aos investidores nacionais e estrangeiros do que o governo do Brasil” 
 c) episódios como o mensalão, aloprados, Correios, etc, e ameaça de impeachment do Presidente Lula, que paralisaram muitos investimentos no país, dada a indefinição da situação política.
No 2º. mandato de Lula, a partir de 2007, o Brasil cresceu acima do crescimento mundial. Com a crise financeira deflagrada pela quebra do Lehman Brothers em 2008, o PIB do Brasil caiu 0,3% em 2009 (não foi uma “marolinha”), mas recuperou-se rapidamente, com a adoção de uma política anticíclica “keynesiana” (políticas fiscal e monetária expansionistas), de fato adequada para aquela situação.
De qualquer forma, há razoável consenso entre a maioria dos analistas de que os 16 anos dos Governos FHC e Lula, principalmente o 2º mandato FHC e o 1º. mandato Lula, foi um período no qual foram obedecidos bons fundamentos de política macroeconômica: meta de inflação, câmbio flutuante e equilíbrio fiscal (o chamado tripé macroeconômico)
Porém, no Governo Dilma, tentou-se a adoção de uma política “heterodoxa” ( “nova matriz macroeconômica”), com uma série de medidas de estímulos ao consumo, mas que não foram acompanhadas pelo setor produtivo. Acabou provocando uma profunda crise fiscal, e a queda do crescimento econômico, com elevação das taxas de desemprego e de inflação (*), e a maior recessão de que se tem notícia na história econômica do país, após a reeleição de Dilma em 2014.
-----------------------------------
(*) Define-se ESTAGFLAÇÃO (estagnação com inflação) quando ocorre simultaneamente queda do nível de emprego, e aumento da taxa de inflação. Isso ocorreu ao final do Governo Dilma, em 2015 e início de 2016. 
 
 Criticar, sem apresentar uma solução alternativa. Muitas análises econômicas costumam enfatizar a “problemática”, sem muito compromisso com a “solucionática”. Como tudo tem um custo em economia, (“não existe almoço grátis”) é sempre mais fácil apontar os problemas (custos), do que apresentar soluções. 
 Viés ideológico. Os economistas normalmente estão associados a alguma corrente ideológica ou partidária, o que tem levado a um debate acirrado, em especial na América Latina, onde as posições são mais politizadas. Após o final da Guerra Fria, (1989/1991), a América Latina passou a concentrar um maior número de governos de esquerda, eleitos democraticamente, tais como Brasil, Bolívia, Venezuela, Equador, Nicarágua, Chile, Perú, Uruguay, Argentina, etc., quando comparado ao resto do mundo. Isso acabou evidentemente influenciando as análises e a condução das políticas econômicas no continente (desenvolvimentismo, bolivarianismo, peronismo, kirscherismo, etc.), fora dos padrões tradicionais da teoria econômica. 
 São correntes chamadas genericamente de HETERODOXAS, congregando os chamados “economistas de esquerda” (socialistas, marxistas, etc.). O Brasil é um dos maiores núcleos mundiais dessa corrente.
 
 Deve-se destacar, dentro do pensamento heterodoxo,, a influência da chamada CORRENTE ESTRUTURALISTA OU CEPALINA, que tem origem na CEPAL-Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe, organismo da ONU sediado no Chile, liderado pelo economista argentino Rául Prebisch, cuja influência se deu principalmente nos anos 50 e 60. No Brasil, foi difundida através de Celso Furtado e Maria Conceição Tavares (ex-professores da CEPAL). Trata-se de uma corrente exclusivamente latino-americana, ainda com grande presença no Brasil, sob liderança da UFRJ-Universidade Federal do Rio de Janeiro e UNICAMP-Universidade Estadual de Campinas, e seguida pela quase totalidade das universidades públicas federais e estaduais (exceção FEA-USP) e PUCs (exceções PUC-RJ e PUC-MG). 
 
 A corrente contrária, chamada de ORTODOXA ou NEOLIBERAL, é considerada mundialmente como “MAINSTREAM” (CORRENTE PRINCIPAL), e representa o núcleo central da teoria econômica. É a linha seguida pela FEA-USP, FGV-RJ, FGV-SP, PUC-RJ, IBMEC e INSPER, e praticamente por todos os cursos de economia em escolas privadas. Dentro do mainstream, destacam-se duas grandes correntes: NEOLIBERAIS (MONETARISTAS, NEOCLÁSSICOS) x KEYNESIANOS.
 Cabe observar que, na realidade, existem inúmeras correntes de pensamento econômico, estudadas nas faculdades de economia numa disciplina denominada “História do Pensamento Econômico”. Assim, dentro do mainstream, podemos citar a escola institucionalista, a escola austríaca, a escola das expectativas racionais, os neo ou novos clássicos, os schumpeterianos, etc.. Entre as várias correntes heterodoxas, temos os kaleckianos, neo-estruturalistas, etc.
 A síntese que estamos apresentando, e que detalharemos em seguida, tem um caráter mais “prático”, para o participante (principalmente o não economista) poder acompanhar o intenso debate econômico no país.
Numa síntese, pode-se dizer que a divisão fundamental entre as escolas de pensamento econômico acima está ligada ao papel e tamanho do Estado.Nessa linha, podemos considerar:
 -neoliberais: Estado “mínimo”: cuida da moeda, da regulação e investe exclusivamente em bens e serviços públicos.
 -keynesianos: Estado “parceiro”, complementando e amparando o mercado, garantindo a estabilidade macroeconômica. Estado terceiriza para empresas, não cria empresas estatais
 -”esquerda”: Estado “produtor”, estatizante, intervencionista, protecionista e nacionalista.
Outra linha divisória reside na questão da distribuição de renda. No mainstream (neoliberais e keynesianos), a questão distributiva é resolvida basicamente pelo mercado, mas com a intervenção do Estado na promoção de programas assistencialistas, tais como “Renda Mínima”, Bolsa Escola, Bolsa Família. A distribuição de renda no mainstream é considerada uma questão estrutural, que deve ser resolvida com medidas cujos efeitos surgem mais a médio e longo prazo. Já para os economistas heterodoxos, de esquerda, a questão distributiva é também uma questão de curto prazo (ou seja, conjuntural), não só estrutural. Baseiam-se na visão marxista da eterna “luta de classes”. Essa corrente cultua bastante o Modelo de Kalecki (Mikail Kalecki, economista polonês), que parte de uma estrutura de análise marxista, e é muito difundido em escolas como UNICAMP, UNESP, a quase totalidade das universidades públicas e universidades católicas.
 PRINCIPAIS NOMES: 
 
 
Affonso Celso Pastore (Economista, Mestre e Doutor pela FEA-USP, ex-presidente Banco Central Governo Figueiredo);
 
José Alexandre Scheinkman (Economista UFRJ, PHd.Chicago);
Ilan Goldfajn (UFRJ, PHd. MIT, Presidente do Banco Central, Governo Temer)
Armínio Fraga (Economista PUC-RJ, PHd.Princepon-USA, ex-presidente Banco Central Governo FHC); 
Maílson da Nóbrega (CEUB-Brasília, ex-Ministro da Fazenda Governo Sarney); 
Joaquim Levy (engenheiro UFRJ, PHd.Economia Chicago,ex Ministro da Fazenda Governo Dilma); 
Eduardo Giannetti da Fonseca (filósofo, economista e mestre USP, PHd Cambridge-UK,); 
Alexandre Schwartsman (INSPER, economista e mestre USP, PHd. Berkeley); 
Samuel Pessoa (FGV-RJ, físico, doutor economia USP);
Mansueto Almeda (UFCeará, mestre USP, Doutorando MIT, Secretário de Acompanhamento de Preços Governo Temer), 
Maria Silvia Bastos Moraes (FGV-RJ, Ex-Presidente BNDES Governo Temer)
Paulo Rabello de Castro (Economista UFRJ, Direito UERJ, PHd. Em Economia Univ. Chicago- USA, atual Presidente BNDES)
 PRINCIPAIS NOMES: 
 
Delfim Netto (FEA-USP, Ex-Ministro da Fazenda, Planejamento e Agricultura Governo Costa e Silva, Garrastazu Médici e Figueiredo); 
José Serra (Engenheiro USP, PHd Economia Cornell-USA, ex-ministro do Planejamento e da Saúde Governo FHC, Ex-Governador de São Paulo).
Embora tenham formação acadêmica keynesiana (PHds. por escolas tipicamente keynesianas como MIT, Harvard, Berkeley, Yale), os economistas que se seguem, quando no governo, mesclaram intervenções heterodoxas (congelamento do Plano Cruzado, URV no Plano Real) com políticas ortodoxas (tripé macroeconômico): 
 - Pedro Malan (Engenheiro PUC-RJ, PHd. Em Economia Universidade de Berkeley-USA, ex Ministro da Fazenda Governo FHC); 
 - Gustavo Franco (Economista PUC-RJ, PHd. Universidade de Harvard, ex Presidente do Banco Central Governo FHC); 
 - Edmar Bacha (Economista UFMG, PHd. Universidade de Yale-USA) 
 - André Lara Rezende (Economista PUC-RJ, PHd. MIT-USA); 
 - Pérsio Arida (Economista FEA-USP, PHd. MIT–USA).
 PRINCIPAIS NOMES: 
 
 Maria Conceição Tavares (Matemática pela Universidade de Lisboa, Doutora pela UFRJ); 
 Marcio Pochmann (Bacharel pela UFRGS, Doutor pela UNICAMP, Ex-Presidente IPEA Governo Dilma); 
 João Manuel Cardoso de Mello (Direito USP, Doutor em Ciências Sociais pela UNICAMP, ex-Assessor Especial do Min. Fazenda Governo Sarney).
 Reinaldo Gonçalves (Bacharel UFRJ, Mestre FGV-RJ, PHd. Universidade de Reading, Inglaterra)
 Dilma Roussef (Bacharel UFRGS, Ex-Ministra de Minas e Energia Governo Lula, Ex- Presidente do Brasil)
Apesar de manter o “tripé” macroeconômico do Governo FHC (meta de inflação+câmbio flutuante+equilíbrio fiscal), o viés estatizante do governo petista, comandado desde 2003 por Dilma Roussef, de perfil stalinista/brizolista, deixou de realizar os investimentos requeridos para melhoria da infraestrutura, priorizando as chamadas despesas correntes ou de custeio (salários do funcionalismo público, salário mínimo, aposentados, Bolsa Família, PROUNI, SISU, FIES, etc), o que realmente melhorou a qualidade de vida da população, com ótimos resultados eleitorais para o PT. Entretanto, negligenciou os investimentos em infraestrutura (despesas de capital), não tirando proveito do período (2003/2007) de maior “boom” da economia mundial pós-segunda Guerra, quando então tinha todas as condições tanto para manter uma política distributiva, como era seu objetivo, como investir na infraestrutura, com maior participação do setor privado.
 O Brasil, mesmo com o relativamente fraco desempenho da economia mundial após a crise financeira de 2008, poderia hoje estar crescendo pelo menos 3 a 4% ao ano, na média dos demais países da América Latina (com exceção da Venezuela).
Essa é a maior crítica à política econômica do governo petista. Devido a um viés ideológico estatizante, os ganhos sociais obtidos durante o “boom” da economia mundial não foram acompanhadas de transformações estruturais que garantissem um processo sustentável de crescimento econômico no futuro.
 PRINCIPAIS NOMES: 
 
 Celso Furtado (Bacharel em Direito e Ciências Sociais UFRJ, Doutor em Economia Universidade de Sorbonne, França) É considerado keynesiano, mas é muito cultuado pelos economistas de esquerda. Ele tem uma posição, sintetizada numa famosa frade sua, de que “Não há desenvolvimento sem inflação”, que realmente o aproxima das teses estruturalistas na questão do subdesenvolvimento de países periféricos (subdesenvolvidos). 
 Luiz Gonzaga Belluzzo (Bacharel em Direito USP, Mestre e Doutor em Economia Unicamp, ex- Secretário de Política Econômica no Governo Sarney), é conhecido atualmente como a maior liderança dos economistas de esquerda, mas costuma colocar-se como keynesiano ou pós- keynesiano. 
 Luciano Coutinho (Economista e Mestre USP, PHd. Cornell, ex-Presidente BNDES), 
 Carlos Lessa (Economista UFRJ, Mestrado e Doutorado Unicamp, Ex-Presidente BNDES Gov. Lula); 
 Guido Mantega (FGV-SP, economista, e mestre e doutor Ciências Sociais pela USP, ex- ministro do Planejamento e da Economia Gov. Dilma); 
 José Luis Oreiro (Economista e Doutor em Economia Industrial UFRJ). 
 Laura Carvalho (USP, PHd. New School for Social Research, NY), 
 Nelson Barbosa (PHd. New School for Social Research, NY, Ex-Ministro. Fazenda Gov. Dilma)
 Luiz Carlos Bresser Pereira (Direito USP, Doutorado em Economia FGV-SP, ex-Ministro da Fazenda do Governo Sarney). Assim como Belluzzo, apresenta-se como keynesiano ou pós- keynesiano, mas tem uma postura na maioria das vezes muito aproximada dos heterodoxos/desenvolvimentistas, principalmente nas críticas que faz às políticas monetária e cambial conservadoras.

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