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INTRODUÇÃO À FÍSICA B – CMT – 2009/2 UNIDADE B-2 - 1 Unidade B-2 – INTRODUÇÃO À ELETRICIDADE E AOS CIRCUITOS ELÉTRICOS Mapeamento de linhas equipotenciais e campos elétricos com a cuba eletrostática Introdução As experiências propostas aqui visam medir o potencial (e obter o campo elétrico) nas vizinhanças de um sistema de condutores em equilíbrio eletrostático. Existe uma analogia, que não vamos demonstrar, entre um sistema de condutores mantidos a certos potenciais no vácuo e um sistema equivalente de condutores mantidos nos mesmos potenciais, mas imersos em uma solução condutora (eletrólito). Isso nos permite ver como seriam as linhas ou superfícies equipotenciais (isto é, as que tem um mesmo potencial) e como são os campos elétricos nas vizinhanças desses condutores. A cuba eletrolítica Consideremos uma cuba (um recipiente) de material isolante (acrílico) contendo um eletrólito (uma solução condutora) e eletrodos cilíndricos com seções retas de formas variadas mantidos a potenciais constantes, como na Figura 1. Pode-se demonstrar que o potencial no líquido entre os eletrodos é exatamente igual ao potencial que seria criado no vácuo por um sistema de condutores cilíndricos com a mesma forma, arranjo e potenciais dos eletrodos, mas de comprimentos infinitos, como na Figura 2. Figura 1 – Figura 2 – eletrodos na cuba eletrolítica configuração de condutores no vácuo Se colocamos na cuba duas placas retangulares (veja a Figura 3), o potencial criado por estas placas no líquido que as envolve será idêntico ao potencial que seria criado no vácuo por duas placas de mesma largura, colocadas da mesma forma e mantidas aos mesmos potenciais, mas de comprimentos infinitos (Figura 4). Figura 3 Figura 4 INTRODUÇÃO À FÍSICA B – CMT – 2009/2 UNIDADE B-2 - 2 E é muito fácil determinar as linhas equipotenciais dentro da cuba – e dessa maneira, conseguimos uma forma extremamente simples de encontrar o potencial gerado no vácuo pelo sistema equivalente de condutores. Uma das formas mais convenientes de mapear um potencial é traçar um conjunto de superfícies equipotenciais (superfícies onde o potencial tem sempre o mesmo valor). O traçado de um número suficiente dessas superfícies permite um bom conhecimento do comportamento do potencial e do campo elétrico a ele associado. Para achar o campo elétrico a partir das superfícies equipotenciais procedemos da seguinte forma: O campo elétrico E r é normal às superfícies equipotenciais e aponta no sentido do decréscimo de V. Assim, se traçarmos duas equipotenciais S e S’ onde os potenciais são respectivamente V0 e V0 -∆V (∆V positivo e pequeno) o campo elétrico em um ponto P de S terá a direção norma a S, sentido de S para S’ e módulo dado por (figura 5) l rr ∆ ∆=∇= VVE ´S S VV0 ∆− 0V E rl∆ Figura 5 Procedimento experimental O experimento será feito com a utilização de uma cuba eletrolítica, uma fonte de tensão contínua (o eliminador de pilha), pontas de prova, eletrodos, papel milimetrado e um multímetro. Certifique-se que você sabe utilizar o multímetro como um voltímetro antes de começar o experimento. A montagem experimental está indicada na figura 6. Figura 6 – Montagem experimental 1. Fonte de tensão contínua. 2. Voltímetro. 3. Ponta de Prova. 4. Eletrodos. 5. Cuba 6. Papel Milimetrado. O eletrodo ligado ao pólo negativo da fonte (o eliminador de pilha) é, por convenção, o potencial zero. Convencionando que o eletrodo ligado ao pólo negativo da fonte esteja no potencial zero (o potencial é sempre definido como “diferença de INTRODUÇÃO À FÍSICA B – CMT – 2009/2 UNIDADE B-2 - 3 potencial”, e por isso podemos escolher um ponto como nossa referência, o zero) o voltímetro nos dará diretamente o potencial do local onde está mergulhada a ponta de prova. Assim podemos achar o potencial em qualquer ponto da cuba (cujas coordenadas podem ser lidas sobre o papel milimetrado fixado no fundo da cuba) e consequentemente podemos traçar qualquer equipotencial que desejarmos. 1ª Experiência Eletrodos: duas placas retangulares Tensão na fonte: cerca de 12 V Procedimento: 1. Coloque na cuba as duas placas de forma que fiquem paralelas e separadas pela maior distância que for possível. Anote as coordenadas do extremo de cada placa numa folha de papel milimetrado à parte, de forma a poder reproduzir o que está sendo medido nesta folha. 2. Obtenha as equipotenciais correspondentes a pelo menos 4 valores intermediários (não é necessário ir muito além da região entre as placas). Estime a precisão de suas medidas. Para isto, mova a ponta de prova aproximadamente ao longo da direção na qual o potencial varia mais rapidamente e assinale, sobre esta, os pontos em que a variação do potencial modifica o último algarismo significativo da escala do voltímetro. 3. Verifique se as placas são superfícies equipotenciais. Anote o potencial de cada uma. 4. Se possível, repita este procedimento diminuindo a distância entre as placas. Análise de dados: a) Trace algumas linhas de força do campo elétrico E r sobre os dois conjuntos de equipotenciais obtidos (lembre-se que as linhas de força são sempre perpendiculares às equipotenciais). b) Calcule o campo elétrico em um ponto no centro da região entre as placas, usando a aproximação descrita no texto. c) Caso as placas tivessem largura infinita, qual você esperaria que fosse (teoricamente) a forma das equipotenciais? Se a d.d.p. e a distância entre elas fossem respectivamente V e d qual seria o valor do campo elétrico? d) Das duas situações que estudamos experimentalmente, qual a que mais se aproxima do que você citou no item (c)? O que você acha que significa dizer que “duas placas têm comprimento infinito” em termos práticos? INTRODUÇÃO À FÍSICA B – CMT – 2009/2 UNIDADE B-2 - 4 2ª Experiência Eletrodos: duas placas retangulares e um anel cilíndrico (diâmetro = 5 cm) Tensão na fonte: cerca de 12 V entre as duas placas Procedimento: 1. Coloque na cuba as duas placas de forma que fiquem paralelas e separadas pela maior distância que for possível. Ponha, no meio entre as duas placas, o anel cilíndrico. Registre as posições das placas e do anel. 2. Ligue a fonte (com cerca de 12 V) às duas placas, deixando livre o anel, obtenha as equipotenciais de cerca de 5 V e cerca de 7 V. 3. Verifique se o anel é uma equipotencial. Em caso afirmativo, anote seu potencial. 4. Determine o potencial na região interna do anel. Análise de dados: a) Que comportamento tem o potencial dentro do anel? b) Qual o valor do campo elétrico dentro do anel? Por quê? c) As situações acima são gerais, aplicando-se ao campo de qualquer condutor oco? Ou são particulares ao sistema considerado? (Procure nos livros de física geral informações sobre o fenômeno conhecido como blindagem eletrostática). 3ª Experiência Eletrodos: dois anéis cilíndricos de diâmetros diferentes Tensão na fonte: cerca de 12 V Procedimento: 1. Coloque na cuba os dois anéis de forma concêntrica (isto é, fazendo coincidir os dois centros) e registre suas posições. 2. Ligue a fonte aos anéis de modo que o anel interno fique com o menor potencial. Trace as equipotenciais de cerca de 3 V, 6 V e 9 V. 3. Determine o potencial no interior do anel internoe no exterior do anel externo. Análise dos dados: a) Devido à simetria, que forma deveriam ter as equipotenciais? E o que você espera coincide com o que você obteve? b) Trace sobre as equipotenciais algumas linhas de força. c) Qual o comportamento do potencial no interior do anel pequeno e no exterior do anel grande? Quanto vale o campo nessas regiões? Você pode explicar este comportamento?
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