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Trabalho de Economia UFPE

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
FACULDADE DE DIREITO DO RECIFE
 
18) Quais as filosofias de redistribuição de renda? Explique cada uma.
Utilitarismo: Foi baseado no conceito de utilidade – nível de felicidade ou satisfação obtida por alguém, medindo o bem-estar, o que seria o objetivo de todas as ações públicas e privadas. Fundada pelos filósofos ingleses Jeremy Bentham e John Stuart Mill, afirma que o governo deve ser o responsável para que seja maximizada a utilidade total de todos os setores da sociedade através de políticas públicas de redistribuição de renda – argumentando que, dessa forma, a distribuição de renda seria mais igualitária e incentivadora da produção. Porém, é válido ressaltar que o governo não deve criar uma sociedade totalmente igualitária para maximizar a utilidade total, vendo a desigualdade como um incentivo para o trabalho duro.
Liberalismo: Teoria desenvolvida pelo filósofo John Rawls, consiste na busca pela justiça nas instituições, leis, políticas e sociedade. Numa sociedade com desigualdades existentes, a ideia seria maximizar o bem estar dos indivíduos, principalmente naqueles em piores condições socioeconômicas, marginalizados, através de políticas públicas que tivessem o objetivo de equalizar a distribuição de renda. Chamou de critério maximin a regra de maximizar a utilidade pública, entretanto, tal critério não levaria a uma sociedade igualitária por completo, pois, se o governo prometesse igualar a renda de todos, não haveriam incentivos para o trabalho duro. Em suma, a política de redistribuição de renda é considerada uma forma de seguro social, de maneira que a tributação dos ricos para distribuir aos pobres é, também, uma forma de assegurar uma política assistencialista aos individuo em questão, pois há a possibilidade de qualquer um vir a ser membro de uma família menos afortunada.
Libertarismo: Diferentemente do liberalismo e do utilitarismo, o libertarismo não crê na redistribuição de renda (tentativa de minimizar as disparidades econômicas a partir da distribuição da riqueza de quem ganha mais para quem ganha menos). Afirma que a renda da sociedade não é um recurso compartilhado, ou seja, a sociedade em si não é detentora de renda, e sim membros individuais ganham renda. Analisa a validade do processo de distribuição de renda, se é justo ou não. É considerada injusta uma distribuição de renda atingida de maneira ilícita, como por exemplo, através de furtos – nesse caso, sendo permitida a intervenção governamental. 
Por fim, nota-se que os libertaristas dão uma maior importância a igualdade de oportunidades, que deve ser assegurada pelo governo – pressuposto meritocrático – do que a igualdade de rendas dos indivíduos de uma sociedade. Dessa forma, após a igualdade de oportunidades não haverá motivos para uma intervenção governamental na economia com o intuito de redistribuir rendas, pois cada indivíduo estará utilizando sua habilidades em prol de um sucesso pessoal.
19) O que é PIB? Como podemos medir o PIB?
Por definição, PIB significa o produto interno bruto. É a medida em dinheiro de tudo aquilo que é produzido dentro do território de um país, toda a sua riqueza que foi fabricada internamente, independentemente de ser nacional ou estrangeira. Vale ressaltar que abrange os itens produzidos que são comercializados legalmente na economia.
A função do cálculo do produto interno bruto (PIB) é medir toda a atividade econômica dos países, sendo um dos indicadores mais utilizados na macroeconomia, e tem o objetivo principal de mensurar a atividade econômica de determinada região em um dado período de tempo, comumente sendo um trimestre ou um ano. Na contagem do PIB, consideram-se apenas bens e serviços finais, não contando com os bens de consumo intermediários, pois estes já estão incluídos no preço dos bens finais. Dessa forma, inclui as mercadorias exportadas (produzidas dentro do país e levadas para o exterior) e não faz parte do PIB as mercadorias importadas (produzidas no exterior e trazidas para o país em questão).
O PIB pode ser classificado real e nominal. PIB nominal calcula o montante, a produção de bens e serviços a preços correntes, ou seja, no ano em que o produto foi produzido e comercializado. Já o PIB real é calculado a preços constantes, onde é escolhido um ano-base para eliminar o efeito da inflação, e o PIB real é o mais indicado para análises, pois reflete melhor a medida do bem-estar econômico.
25) Quais os fatores importantes para o crescimento econômico? Explique cada um.
A palavra produtividade, por definição, é a quantidade de bens e serviços capazes de ser produzidos por um trabalhador por hora de trabalho, medindo-se então quanto cada trabalhador é capaz de produzir com os recursos físicos com os quais pode contar. Sintetiza a chave para o crescimento econômico e de um padrão de vida. A produtividade é determinada por diversos fatores, entre eles: capital físico, capital humano, recursos naturais e conhecimento tecnológico.
Primeiramente devemos considerar o capital físico – ferramentas as quais os trabalhadores dispõem para trabalhar, que consiste em todo o estoque de equipamento e estruturas físicas utilizadas na produção de bens e serviços, como por exemplo, uma máquina de alta tecnologia, que poupará tempo de trabalho braçal em prol de uma maior produção em menor tempo, uma maior produtividade. Um segundo determinante é o capital humano – referente ao conhecimento e novas habilidades adquiridas pelos empregados através da educação, tanto básica, quanto profissionalizante e aprimorada a partir do treinamento e da experiência. É gerada, portanto, em escolas, centros de estudos e universidades. O terceiro determinante são os recursos naturais – como o nome já diz, são os recursos provenientes da natureza que são utilizados como insumos na produção de bens e serviços, como por exemplo, a terra, os rios e os depósitos naturais, que são explorados e utilizados. Pode ser classificado em renováveis – como as árvores que podem ser replantadas, ou não-renováveis – como o petróleo de oferta limitada. É importante ressaltar que a disponibilidade de recursos naturais de um país, embora importante, não é determinante para sua capacidade produtiva, visto que o comércio internacional torna possível a importação e exportação desses recursos. Por fim, o conhecimento tecnológico – que consiste no aprimoramento do capital intelectual, ou seja, o conhecimento das melhores maneiras de se produzir bens e serviços. Como exemplo, pode-se citar o aprimoramento da tecnologia agropecuária que aumentou a produção de alimentos, ou também a introdução das linhas de montagem da fábrica da Ford, modelo posteriormente seguido por outras companhias.
Atrelado aos fatores que determinam a produtividade econômica, o crescimento econômico seria atingido a partir de outros fatores, como: educação – investimento no capital humano, essencial para o aumento da produtividade; pesquisa e desenvolvimento – o avanço do conhecimento tecnológico que permite a melhoria dos padrões e qualidade de vida, além melhorar a capacidade de produzir bens e serviços; livre comércio – onde a exportação e a importação são responsáveis por aumentar a interação de uma região com o resto do mundo, garantindo uma maior qualidade de produtos, pois permite a especialização de cada região em o que melhor de produz.
31) Explique: força de trabalho; taxa de desemprego; taxa de participação na força de trabalho; desemprego cíclico; desemprego friccional; desemprego estrutural e trabalhadores desalentados.
Força de trabalho: É a quantidade total de trabalhadores. Consiste na soma dos indivíduos empregados e os indivíduos desempregados (aptos a trabalhar que estão procurando emprego).
Taxa de desemprego: É um dado do percentual da força de trabalho que está desempregado. 
Taxa de desemprego = Número de desempregados ÷ Força de trabalho × 100
Taxa de participação na força de trabalho: Equivale ao percentual da população adulta que é contabilizada
como força de trabalho.
Taxa de participação na força de trabalho = Força de trabalho ÷ População adulta × 100
Desemprego cíclico: Se refere ao desvio acentuado da taxa de desemprego em relação a taxa natural de desemprego, que se remete a uma taxa de desemprego considerada aceitável pelo governo em determinada conjuntura econômica.
Desemprego friccional: É a explicação para períodos relativamente curtos de desemprego, pois consiste no desemprego temporário que surge devido a troca de emprego feita pelos indivíduos em busca de melhores condições e preferências de trabalho. É inevitável sua ocorrência pois a economia está sempre mudando, isto é, numa economia de mercado dinâmica e com um bom funcionamento sempre há rotatividade da mão-de-obra.
Desemprego estrutural: Ocorre quando há mais oferta de mão-de-obra do que demanda, ou seja, há mais trabalhadores dispostos a cargos que não necessitam da quantidade disponível de operantes.  É consequência das mudanças estruturais na economia, como mudanças nas tecnologias de produção ou nos padrões de demanda dos consumidores.
Trabalhadores desalentados: Consistem naqueles trabalhadores qualificados e que gostariam de trabalhar, mas que não conseguem um emprego. São excluídos das estatísticas de desemprego, apesar de serem – na prática – desempregados.
34) Quais as funções da moeda?
Pode-se definir que a moeda apresenta funções básicas, que são:
Meio de troca: A moeda é utilizada como um mecanismo comumente aceito de facilitar trocas de bens e serviços entre os agentes da atividade econômica, chamados vendedor e comprador, permitindo a ocorrência de uma transação.
Unidade de conta: É um instrumento para a denominação comum de valores, isto é, a moeda possibilita que sejam expressos em unidades monetárias os valores de todos os bens e serviços produzidos pelos sistemas econômicos. 
Reserva de valor: Pode-se dizer que a moeda também tem a função de conservar e/ou armazenar os valores para uma utilização mais oportuna, ou seja, transferir o poder de compra para o futuro. Sua posse caracteriza a liquidez por excelência e o detentor da moeda pode querer reservá-la por motivos diversos. Porém, tal característica pode ser afetada pela inflação através do aumento generalizado dos preços, que poderá limitar o poder de compra a partir de uma mesma quantia anterior.
Dentre os principais motivos de reserva do valor da moeda, cita-se a transação – como instrumento de troca, a moeda é o elo entre a emergência das necessidades materiais e a aquisição dos bens ou serviços capazes de satisfazê-las, a precaução (ou segurança) – porque a reserva de moeda permite enfrentar as incertezas do futuro e, por fim, a especulação – o que liga a moeda ao risco das oportunidades descobertas. 
Liquidez: é um conceito econômico consiste na facilidade com que um ativo pode ser convertido no meio de troca da economia, ou seja, é a facilidade com que ele pode ser convertido em dinheiro. A moeda é o mais liquido dos ativos disponíveis, pois é o meio de troca da economia.
38) Explique o multiplicador da moeda.
As instituições financeiras lucram a partir de empréstimos e cobrança de juros. Os bancos, por exemplo, quando uma quantia de dinheiro é depositava, armazena parte dessa quantia em sua reserva. Nesse ritmo, a cada vez que a moeda é depositada e há a concessão de empréstimos, mais moeda é criada. A quantidade de moeda criada a partir das unidades monetárias de reserva é chamada de multiplicador da moeda. 
Por exemplo, se na conta bancária é afirmado que um individuo dispõe de um valor de 3.300 reais, isso quer dizer que, na verdade, apenas 10% desse valor realmente está na conta corrente (quantia de reserva). Os outros 3.000 reais restantes estão sendo emprestados para a geração de créditos sob a cobrança de juros, o que estará rendendo lucros para o banco em questão. Nesse sentido, quando o cliente do banco saca certa quantia, ele estará recebendo dinheiro proveniente de reservas bancárias dos outros clientes do banco.
40) Defina inflação.
O termo inflação é, por definição, o aumento generalizado e permanente do nível dos preços na economia por um dado período de tempo. Como afirmado no 9º princípio da economia, a emissão de moedas no mercado causa uma alta dos preços de bens e serviços, inflando-os. Dessa forma, a política inflacionária afeta não só um produto, mas também salários e custos de matéria prima, ou seja, toda a cadeia produtiva.
A inflação acarreta na depreciação do valor da moeda, ou seja, faz o seu dinheiro valer menos. A partir do momento que a inflação aumenta, uma mesma quantia de dinheiro terá o seu poder de compra mais limitado do que anteriormente.
Pode ser medida através de diversos índices, com destaque para o IPCA – o Índice de Preços ao Consumidor Amplo, ou seja, o nível de preços como um todo, calculado pelo IBGE.
46) Explique a dicotomia clássica.
Dicotomia clássica – divisão em dois grupos feita por pensadores econômicos do passado – significa a separação em dois grupos das variáveis econômicas, subdivididas em variáveis nominais e variáveis reais. Segundo Hume, haveria uma neutralidade da moeda, ou seja, alterações feitas nas variáveis nominais (como oferta de moedas) não afetariam as variáveis reais – principalmente a longo prazo.
As variáveis nominais são medidas a partir de unidades monetárias, ou seja, em dinheiro, seja dólar, real, pesos, etc. As variáveis reais, por outro lado, são medidas em unidades físicas. De tal maneira que um salário real representa o poder aquisitivo (capacidade de adquirir bens e serviços) do salário nominal. 
Por exemplo, ao dizer que certo indivíduo recebe um salário no valor de mil reais (1.000), está sendo atribuída uma variável nominal que utiliza o real como unidade monetária. Já o salário real se obtém a partir da afirmação de que o salário é equivalente a 100 cadernos – cada caderno no valor de dez (10) reais, pois desta forma está sendo medida através de uma unidade que não é monetária, e sim física.
50) Quais os custos da inflação?
Custos da Inflação: Sola de Sapato
A inflação reduz o valor real da moeda, e dessa forma os indivíduos tentarão minimizar a quantidade de moeda em seu poder, que estará submetida a inflação que corrói o seu valor real. A moeda no banco, por outro lado, estaria rendendo juros e não estaria submetida a inflação. Com isso, os indivíduos teriam que ir mais vezes aos bancos para aplicar a sua renda em fundos de investimento, e tais idas aos bancos são consideradas reduções na quantidade de tempo disponível para atividades produtivas, pois estaria sacrificando o tempo e a comodidade, recursos que poderiam ser utilizados para outros fins.
Custos da Inflação: Menu
São os custos da alteração dos preços em tempos inflacionários, que se faz necessário estar sempre atualizando as listas de preços acompanhando os preços da economia. Tal processo consome muitos recursos, os chamados custos de menu, pois incluem os custos de decidir sobre os novos preços, imprimir novos catálogos, anúncio dos novos preços, e também o custo de lidar com a chateação do cliente diante de novos preços. Logo, esse processo consome recursos de outras atividades produtivas.
Custos da Inflação: Aumento da Variabilidade dos Preços Relativos e a Alocação Distorcida de Recursos
Durante os períodos inflacionários, há uma defasagem entre os aumentos dos preços. Quanto maior a taxa de inflação, maior a variação dos preços.Enquanto que alguns preços são constantes, outros estão subindo. Assim, torna-se mais difícil saber quais são os preços relativos relevantes para a tomada de decisão econômica feita pelos consumidores - que compara a qualidade e preços de diversos bens e serviços alocados, pois os preços se modificam de um modo irregular.
Os Custos da Inflação: Distorções Tributárias Induzidas pela Inflação
A inflação superestima os ganhos de capital e aumenta o ônus dos impostos sobre este tipo de renda. Com impostos progressivos, os ganhos de capital são taxados mais pesadamente.
O imposto de renda trata a taxa de juros nominal obtida em aplicações como renda, mesmo que parte dos juros nominais seja meramente para compensar a inflação. A taxa de juros real após o pagamento do imposto diminui, tornando a poupança menos atrativa.
Os Custos da Inflação: Confusão e Inconveniência
A inflação faz com que a moeda tenha valores diferentes ao longo do tempo, por isso, é necessário estar sempre fazendo ajustes e correções para que seja possível a comparação de custos, receitas e lucro real. O tempo gasto fazendo esses ajustes poderia ser gastos produzindo mais bens e serviços, ou seja, sendo mais produtível.
Os Custos da Inflação: Redistribuição Arbitrária de Riqueza
Quando ocorre inflação incorretamente prevista ou completamente imprevista, riqueza é redistribuída entre credores e devedores monetários de forma a não considerar méritos ou necessidades. A redistribuição ocorre porque muitos empréstimos dentro da economia são especificados em unidade de conta – a moeda.
64) Explique demanda agregada e oferta agregada.
O modelo da demanda e oferta agregada é um modelo utilizado para analisar as flutuações econômicas de curto prazo, ou seja, os efeitos imediatamente verificados na economia diante dos acontecimentos em volta dela. Considerando que essas flutuações são imprevisíveis e abrangem diferentes variáveis econômicas, o modelo da oferta e demanda agregadas tenta explicar por que elas ocorrem, estabelecendo uma relação entre o nível geral de preços de bens com a quantidade deles produzida. Ao serem representadas num gráfico, o eixo vertical é o nível geral dos preços e o horizontal é a quantidade produzida de determinado bem ou serviço. Essas duas variáveis se ajustam até equilibrar as curvas de oferta e demanda agregadas. O conceito de demanda agregada é a demanda (de bens e serviços) efetiva para as empresas nacionais, já a oferta agregada se remete a oferta (de bens e serviços) das empresas nacionais.
Portanto, a curva de demanda agregada mostra a quantidade de bens serviços demandados (desejo de compra) por diversos agentes econômicos – família, empresas e o governo – a cada nível de preços. A curva de oferta agregada mostra a quantidade de bens serviços ofertados (produzidos para venda) pelas empresas a cada nível de preços.

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