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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE SOLOS E ENGENHARIA RURAL GÊNESE, MORFOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS PARA GRADUANDOS Prof. Fábio Henrique Tavares de Oliveira, D.Sc. AREIA – PB JUNHO DE 2007 GÊNESE, MORFOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS PARA GRADUANDOS1 Prof. Fábio Henrique Tavares de Oliveira, D.Sc.2 CONTEÚDO PÁGINA Capítulo 01: Importância da ciência do solo e da pedologia............................................ 02 Capítulo 02: Noções sobre rochas e minerais.................................................................. 07 Capítulo 03: Intemperismo das rochas............................................................................. 13 Capítulo 04: Pedogênese................................................................................................. 21 Capítulo 05: Fatores de formação do solo........................................................................ 29 Capítulo 06: Perfil do solo................................................................................................. 34 Capítulo 07: Características morfológicas dos horizontes................................................ 42 Capítulo 08: Atributos diagnósticos dos horizontes.......................................................... 51 Capítulo 09: Horizontes diagnósticos............................................................................... 63 Capítulo 10: Introdução à classificação de solos.............................................................. 75 Capítulo 11: Sistema Brasileiro de Classificação de Solos.............................................. 81 Capítulo 12: Chave para identificação das ordens de solos do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos................................................................................. 88 Capítulo 13: Levantamento e mapeamento de solos....................................................... 121 Capítulo 14: Solos dos domínios pedobioclimáticos do Brasil......................................... 129 Capítulo 15: Solos do estado da Paraíba......................................................................... 139 Capítulo 16: Bibliografia consultada................................................................................. 146 ANEXO 1: Programação da disciplina para o período 2007.1......................................... 149 ANEXO 2: Ficha para descrição de perfis de solos.......................................................... 153 1 Apostila para uso exclusivo da disciplina de Gênese, Morfologia e Classificação de Solos do Departamento de Solos e Engenharia Rural do Centro de Ciências Agrárias da UFPB. Este texto está em constante revisão, de modo que não recomendamos sua divulgação e nem sua utilização para outros fins. Terceira edição revista e ampliada. 2 Professor Adjunto do Departamento de Solos e Engenharia Rural do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba. Campus universitário, CEP 58.397-000, Areia, PB. E-mail: fabio@cca.ufpb.br. Capítulo 1 IMPORTÂNCIA DA CIÊNCIA DO SOLO E DA PEDOLOGIA 3 I. IMPORTÂNCIA DA CIÊNCIA DO SOLO E DA PEDOLOGIA 1. HISTÓRIO Os homens primitivos viam o solo apenas como algo existente sobre a superfície da terra, onde se movimentavam, retiravam materiais para confeccionar alguns objetos, pigmentos para suas pinturas e encontravam vegetais e animais para se alimentarem. Quando era nômade, o homem não dava muita importância ao solo. Ele via o solo apenas como um substrato que se confundia com o restante da crosta terrestre e pensado como fixo e imutável. Quando o homem começou a fixar-se em determinados territórios e praticar a agricultura, ele percebeu que determinadas terras eram mais produtivas que outras. Os solos improdutivos eram abandonados e o homem se fixava naqueles capazes de sustentar produtividades elevadas por longos períodos. As grandes civilizações antigas se desenvolveram principalmente em vales ou planícies de rios que eram periodicamente fertilizados pelos sedimentos trazidos pelas inundações: • Rios Tigre e Eufrates → Mesopotâmia (Iraque, Síria) • Rio Nilo → Egito • Planície Indo-Gangética → Hoje Índia, Paquistão e Bangladesh. Algumas dessas civilizações entraram em decadência devido ao uso inadequado do solo, causando degradação do mesmo, como a salinização dos solos da Mesopotâmia, em decorrência de práticas inadequadas de irrigação e ausência de drenagem. Em 1883 o cientista russo Vasilli V. Dokouchaiev publicou um trabalho sobre os solos da Rússia, que seria a base da Ciência do Solo moderna. Ele reconheceu o solo como um corpo dinâmico e naturalmente organizado que pode ser estudado por si só, tal como as rochas, as plantas e os animais. Dokouchaiev também propôs que o solo seria resultante da ação combinada dos fatores clima, organismos, material de origem e tempo. Posteriormente, em 1941, o suíço radicado nos USA, Hans Jenny, ressaltou o relevo como fator adicional e propôs a chamada “equação de formação do solo”: Solo = f (Material de Origem, Clima, Organismos, Relevo e Tempo) 4 2. CONCEITOS E DEFINIÇÕES DE SOLO O conceito ou definição de solo depende de quem o emite: • Para alguns, solo é qualquer parte da superfície da terra ou mesmo de outros planetas, • Para o geólogo, solo é simplesmente uma camada de materiais inconsolidados que recobrem as rochas, • Para um engenheiro de minas, solo é mais um material solto que cobre os minérios e que necessita ser removido, • Para um engenheiro civil, solo é parte da matéria-prima utilizada na construção de aterros, estradas, barragens e de açudes, • Para um químico, solo é uma porção de material sólido que pode ser analisado em todos os seus constituintes elementares, • Para um físico, solo é uma massa de material cujas características mudam em função de variações de temperatura e teor de água, • Para um ecólogo, solo é uma porção do ambiente condicionado por organismos vivos e que, por sua vez, influencia também esses organismos, • Para o pedólogo, solo é um corpo natural dinâmico constituído de materiais minerais e orgânicos e que contém matéria viva, é diferenciado em horizontes de profundidade variável, que diferem do material do qual eles foram originados em morfologia, propriedades físicas e químicas, composição e em características biológicas. 3. PEDOLOGIA E CIÊNCIA DO SOLO Pedologia é a ciência que trata da origem, morfologia, distribuição, mapeamento e classificação dos solos. O termo Pedologia também tem sido empregado como sinônimo de Ciência do Solo. A pedologia considera o solo como um objeto em si próprio, e dá pouca ênfase à sua imediata utilização prática. Edafologia é o ramo da Ciência do Solo que trata da influência dos solos nos seres vivos, particularmente nas plantas, incluindo o uso da terra pelo homem, com a finalidade de proporcionar crescimento de plantas. Ao contrário da Pedologia, a Edafologia estuda o solo mais sob o aspecto de sua utilização pelas plantas superiores, portanto, mais ligado à Agronomia. 5 Na prática é difícil separar com clareza esses dois ramos da Ciência do Solo, uma vez que a Edafologia é muito dependente da Pedologia. Atualmente, o termo Edafologia tem sido pouco utilizado pelos estudiosos da Ciência do Solo e a Pedologia atual tem dado muita ênfase à utilização práticado solo, particularmente na agricultura. 4. INSERÇÃO DA DISCIPLINA DE GÊNESE, MORFOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS DENTRO DAS ÁREAS DO CONHECIMENTO • GRANDE ÁREA: Ciências agrárias • ÁREA: Agronomia • SUB-ÁREA: Ciência do Solo • ESPECIALIDADES: a) Gênese, Morfologia e Classificação de Solos, b) Química do Solo, c) Física do Solo, d) Fertilidade do Solo e Adubação, e) Manejo e Conservação do Solo, f) Microbiologia e Bioquímica do Solo. 5. PEDOLOGIA BRASILEIRA Breve resumo histórico: • 1935: Fundou-se a Seção de Solos do Instituto Agronômico de Campinas, em São Paulo, cujos objetivos eram, entre outros: “a tentativa de identificação das diferentes unidades de solos”, • 1936: Surgem os primeiros levantamentos de solos no Brasil, utilizando as notações de horizontes A, B e C, • 1941: Publicação das características de 22 tipos ou classes de solos do estado de São Paulo, • 1947: Criação da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (SBCS), com sede em Campinas-SP, • 1947: Criação da Comissão de Solos do Ministério da Agricultura (Atual Embrapa Solos), quando tiveram início os levantamentos de solos sistemáticos do território nacional, • 1969: Surgem os primeiros compêndios de pedologia com enfoque brasileiro, • 1972: Publicação do levantamento exploratório-reconhecimento de solos do estado da Paraíba, • 1977: Criação da Revista Brasileira de Ciência do Solo (RBCS), 6 • 1997: A sede da SBCS vai para Viçosa-MG e permanece lá até hoje, a qual publica seis números por ano da RBCS. Atualmente, a pedologia brasileira é uma das melhores do mundo, particularmente na pesquisa, ensino e conhecimento de solos tropicais. “A humanidade depende do solo e, até certo ponto, bons solos dependem do homem e do uso que deles faz” (Brady, 1989) “Os solos funcionam como alicerces da vida em ecossistemas terrestres” (Lepsch, 2002) “Solo: Alicerce dos Sistemas de Produção” (XXIX CBCS, 2003) Capítulo 2 NOÇÕES SOBRE ROCHAS E MINERAIS 8 II. NOÇÕES SOBRE ROCHAS E MINERAIS 1. INTRODUÇÃO É importante estudar as rochas e minerais porque, em última análise, as rochas são constituídas de minerais e são os substratos dos quais se originam praticamente todos os solos. 2. CONCEITOS E DEFINIÇÕES 2.1. LITOSFERA OU CROSTA TERRESTRE É a camada mais externa do globo terrestre e tem uma espessura média de 35 km. É composta principalmente de O (45,2 %), Si (27,2 %), Al (8,0 %), Fe (5,8 %), Ca (5,1 %), Mg (2,8 %), Na (2,3 %) e K (1,7 %). A crosta terrestre é diferenciada em: a) Crosta continental Capa superior da terra, coincidindo com os continentes. A parte superior da crosta continental é constituída principalmente de granitos e granodioritos, rochas ricas em Si e Al. b) Crosta oceânica Capa superior da terra, presente sob os oceanos. A crosta oceânica, assim como a parte inferior da crosta continental é composta essencialmente por gabros e basaltos, rochas ricas em Si, Mg e Fe. 2.2. ROCHA É um agregado natural formado por um ou mais minerais, de composição mais ou menos constante, claramente individualizado e que faz parte essencial da crosta terrestre. 2.3. MINERAL É um sólido homogêneo, formado por processos inorgânicos, com composição química definida, apresentando arranjo atômico ordenado e que ocorre naturalmente na crosta terrestre. 3. ROCHAS As rochas que formam a crosta terrestre são classificadas em Magmáticas ou Ígneas, Metamórficas e Sedimentares. As rochas magmáticas e metamórficas compreendem mais de 95 % da crosta terrestre, mas cobre somente cerca de 25 % de sua superfície. Embora as rochas sedimentares representem menos de 5 % da crosta terrestre, elas cobrem cerca de 75 % da superfície da terra, sendo mais importantes na formação dos solos. 9 3.1. ROCHAS MAGMÁTICAS OU ÍGNEAS São aquelas resultantes do esfriamento e solidificação do magma, que é um material em estado de fusão que se encontra no interior da terra. 3.1.1. CLASSIFICAÇÃO As rochas magmáticas são classificadas com base em vários critérios, mas aqui só serão abordados os critérios de composição química e mineralógica. a) Critério de composição química De acordo com o teor de sílica (SiO2) total, as rochas magmáticas são classificadas em: • Ácidas → Teor de SiO2 > 65 % • Intermediárias → Teor de SiO2 entre 65 e 52 % • Básicas → Teor de SiO2 entre 52 e 45 % • Ultrabásicas → Teor de SiO2 < 45 %. As rochas ácidas apresentam coloração clara (Leucocráticas). Apresentam como constituintes essenciais, minerais claros (Félsicos), como o quartzo e os feldspatos. Ex.: Granitos, granodioritos, etc. As rochas intermediárias geralmente são de coloração média (Mesocráticas). São constituídas mais ou menos em partes iguais por minerais claros e escuros (Máficos). Ex.: Diorito. As rochas básicas apresentam coloração escura, devido a predominância de minerais escuros em relação aos minerais claros. Ex.: Basalto, diabásio, gabro, etc. As rochas ultrabásicas também apresentam coloração escura, sendo constituídas essencialmente por minerais escuros. Ex.: Peridotito, jacupiranguito, etc. b) Critério de composição mineralógica Diz respeito à presença de minerais que aparecem nas rochas: • Minerais essenciais → São aqueles que aparecem obrigatoriamente na rocha, • Minerais acessórios → Podem ocorrer, ou não, na rocha. Os minerais mais comuns das rochas ígneas também podem ser classificados em: • Minerais félsicos → São minerais ricos em Si e Al e de cor clara, como os feldspatos, o quartzo e a muscovita, • Minerais máficos → Também chamados de ferromagnesianos, são minerais ricos em Mg e Fe e de cor escura, como os anfibólios, piroxênios, olivina e biotita. Os minerais félsicos são mais resistentes ao intemperismo que os minerais máficos. 10 3.1.2.. PRINCIPAIS ROCHAS MAGMÁTICAS OU ÍGNEAS • Rochas graníticas Possuem o quartzo e os feldspatos como minerais essenciais e normalmente a biotita como mineral acessório. De maneira geral, as rochas graníticas são rochas ácidas, possuem coloração clara ou acinzentada e são muito encontradas no Brasil. O granito, principal rocha desse grupo, faz parte, associado com o gnaisse, dos “escudos cristalinos” ou do chamado “embasamento cristalino” brasileiro. • Basalto O basalto é a rocha efusiva mais comum, sendo uma rocha básica e máfica. Derrames e intrusões de magma ocorridos no Terciário nos estados do RS, SC, PR, SP, MG e MT têm sido responsáveis pela formação de rochas tipo basalto e diabásio, que deram origem às famosas “Terras Roxas”, que são solos de excelente qualidade. 3.2. ROCHAS SEDIMENTARES São as rochas que mais fornecem materiais de origem para a formação dos solos, por cobrir cerca de 75 % da superfície da crosta continental. Resultam da transformação de rochas pré- existentes, graças à ação do intemperismo. Etapas de formação de uma rocha sedimentar: • Destruição/intemperismo • Transporte dos detritos pelas águas e ventos • Sedimentação dos detritos • Diagênese (Compactação e cimentação dos grãos). 3.2.1. IMPORTÂNCIA DAS ROCHAS SEDIMENTARES São as que mais fornecem materiais de origem para a formação dos solos, por cobrir cerca de 75 % da superfície da crosta continental. As rochas sedimentares mais importantes são as Epiclásticas, que são depósitos de material detrítico consolidado. A consolidação pode ser por simples compressão, em se tratando de partículas finas, ou porcimentação dos elementos texturais, quando são partículas grossas. Conforme o tamanho das partículas (Elementos texturais) que as compõem, as rochas sedimentares podem ser divididas em Rochas Pelíticas e Rochas Psamíticas. As rochas pelíticas são formadas por partículas finas (< 0,05 mm) e tendem a originarem solos argilosos. Ex.: Argilitos, siltitos e folhelhos. 11 As rochas psamíticas são formadas por partículas grossas (∅ entre 0,05 e 2 mm) que são unidas por um tipo de cimento e tendem a originarem solos arenosos. Ex.: Arenito. Solos derivados de arenito terão maior ou menor fertilidade, dependendo do tipo de cimento. Solos derivados de arenito calcário são mais férteis que solos derivados de arenito silicoso ou ferruginoso. 3.3. ROCHAS METAMÓRFICAS São rochas que surgem do metamorfismo (Transformação) de outras rochas, sejam elas magmáticas, sedimentares ou mesmo metamórficas. Principais agentes do metamorfismo: pressão, temperatura, fluidos gasosos (CO2 e H2O) e fortes atritos. No metamorfismo, a composição mineralógica da rocha poderá ou não ser mudada, mas a textura mudará obrigatoriamente. Graças às condições de pressão dirigida num determinado sentido, a textura resultante mais comum é a orientada ou xistosa, caracterizada pelo arranjo de todos ou de alguns dos minerais segundo planos paralelos. Formação de algumas rochas metamórficas: Rocha original Rocha metamórfica correspondente Pelítica: argilito, folhelho, siltito Ardósia → filito → micaxisto Granitos, arenitos, quartzitos Gnaisses e quartzitos Calcário Mármore 3.3.1. IMPORTÂNCIA DAS ROCHAS METAMÓRFICAS As principais rochas metamórficas são o quartzito, ardósia, mármore, filito, micaxisto e gnaisse. Dentre as metamórficas, o gnaisse é a rocha mais importante, porque juntamente com o granito ela forma a quase totalidade do embasamento cristalino brasileiro. O gnaisse é constituído principalmente de quartzo, feldspatos e biotita. 4. MINERAIS Cerca de 93 % dos minerais que compõem as rochas da crosta terrestre são minerais silicatados. Minerais primários são aqueles que se originam a partir do resfriamento do magma e não sofreram nenhuma alteração química. Os minerais primários estão presentes nas rochas e nas frações areia e silte dos solos. Minerais secundários são os originados a partir da decomposição dos minerais primários durante o intemperismo e estão presentes principalmente na fração argila dos solos. 12 4.1. PRINCIPAIS MINERAIS PRIMÁRIOS • Feldspatos São muito abundantes nas rochas, constituindo cerca de 60 % das rochas magmáticas. São aluminossilicatos que apresentam também Na, K e Ca em sua estrutura, os quais são facilmente liberados durante o intemperismo. Em condições tropicais úmidas, o principal produto da decomposição química dos feldspatos é a caulinita. • Quartzo É um dos minerais mais abundantes da crosta terrestre, estando presente na maioria das rochas. Ao contrário de outros minerais, o quartzo não se decompõe, apenas se fragmenta, sofrendo desgaste físico sem se alterar quimicamente. Devido a sua resistência, o quartzo é muito abundante na fração areia dos solos e tem mais influência nas suas características físicas. • Micas As principais micas são a biotita, que é uma mica preta ferromagnesiana, e a muscovita, que é uma mica branca que não apresenta nem ferro e nem magnésio em sua composição. • Anfibólios e Piroxênios De modo geral são classificados como minerais máficos e estão presentes nas rochas ígneas básicas. Os minerais do grupo dos anfibólios e dos piroxênios são de fácil intemperização e são ricos em elementos essenciais às plantas, principalmente Ca e Mg, que aparecem na sua composição. • Olivina É um dos representantes típicos dos minerais máficos ou ferromagnesianos e componente de algumas rochas básicas e ultrabásicas de importância na formação dos solos. É um mineral de fácil decomposição pelo intemperismo, liberando nutrientes para o solo. Capítulo 3 INTEMPERISMO DAS ROCHAS 14 III. INTEMPERISMO DAS ROCHAS 1. INTRODUÇÃO De modo geral, a formação de um solo passa pelas etapas de intemperismo da rocha e de pedogênese. Etapa de intemperismo da rocha: Etapa de pedogênese: Não existe uma nítida separação entre as duas etapas, pois os processos de intemperismo caminham sem solução de continuidade durante a pedogênese. Manto inconsolidado de rochas intemperizadas INTEMPERISMO SAPROLITO Material de origem do solo PEDOGÊNESE Processos Pedogenéticos que dependem dos Fatores de Formação do Solo Solo ROCHA SAPROLITO Material de origem do solo 15 2. INTEMPERISMO As rochas são formadas em um ambiente muito diferente daquele encontrado na interface litosfera-atmosfera, sob condições de pressão e temperatura muito elevadas e na ausência de ar e água. As condições de instabilidade no ambiente da interface litosfera-atmosfera provocam o intemperismo das rochas. Intemperismo é o conjunto de processos físicos e químicos que atuam sobre as rochas expostas na interface litosfera-atmosfera, desagregando-as e decompondo-as quimicamente. 2.1. TIPOS DE INTEMPERISMO 2.1.1. INTEMPERISMO FÍSICO O intemperismo físico consiste na desintegração ou desagregação física da rocha, subdividindo-a em fragmentos menores, mas conservando quase inalterada sua composição química. Esse tipo de intemperismo é mais importante em regiões frias e em regiões secas, onde normalmente o intemperismo químico não é acentuado. A fragmentação das rochas aumenta a superfície de contato das rochas com os agentes intempéricos, o que favorece o intemperismo químico. a) Agentes de Intemperismo Físico: • Temperatura Ciclos repetidos de aquecimento diurno e resfriamento noturno causam fraturas e desagregação das rochas, por causa da expansão diferencial dos minerais. Na região semi-árida nordestina a insolação é grande e as rochas aquecidas, quando expostas a uma chuva repentina, podem sofrer quebramento brusco, às vezes com estalo. • Água A água contribui para o intemperismo físico de várias maneiras: o Impacto das gotas de água da chuva, o Efeito abrasivo das águas dos mares, rios, riachos, córregos e cursos de água em geral, contra as rochas, contendo materiais sólidos em suspensão, o Ciclos repetidos de umedecimento e secagem também podem causar expansão e contração das rochas, podendo fragmentá-las, 16 o Congelamento da água no interior de fendas das rochas e a ação abrasiva pelo deslocamento de geleiras. Ao congelar-se, a água aumenta seu volume em 9,2 % e exerce uma pressão de 150 kg/cm2 sobre as rochas. • Raízes dos vegetais Ao crescerem no interior das fendas das rochas, as raízes dos vegetais agem como verdadeira cunha, causando desagregação das mesmas. A ação das raízes sobre as rochas aumenta quando os ventos balançam as copas das árvores. • Alívio de pressão Muitas rochas (ex.: granitos) possuem propriedades elásticas e acham-se comprimidas a grandes profundidades pelo peso das rochas superpostas. Quando as rochas de cima são intemperizadas e erodidas, a pressão exercida é aliviada. Assim, as rochas expandem-se e provocam fraturas. • Cristalização de sais A cristalização de sais dissolvidos nas águas que preenchem as fendas das rochas e posterior crescimento desses cristais (minerais) exerce pressão sobre as rochas. • Fauna do solo Vários animais,como minhocas, formigas, cupins e vários roedores cavam buracos e desagregam rochas. 2.1.2. INTEMPERISMO QUÍMICO O intemperismo químico consiste basicamente na decomposição química de minerais primários e na síntese de minerais secundários. É facilitado pelo intemperismo físico, pelo aumento da superfície específica. O intemperismo químico ocorre porque as rochas e minerais presentes na interface litosfera- atmosfera estão em desequilíbrio com as novas condições ambientais (temperatura, água e pressão) a que estão expostas, diferentes das que existiam nas maiores profundidades onde se formaram. Os principais agentes de decomposição química das rochas são a água e o ar. A água se torna mais ativa quando enriquecida naturalmente com CO2, O2, e íons H+ provenientes da ionização de ácidos orgânicos e inorgânicos. 17 a) Principais tipos de reações químicas responsáveis pelo intemperismo químico : • Dissolução Geralmente é o primeiro estágio de intemperismo químico e depende da quantidade e qualidade da água que passa em contato com os minerais e da solubilidade desses minerais. Minerais como a halita (NaCl), gipsita (CaSO4.2H2O) e os carbonatos (CaCO3 e MgCO3) estão entre os mais solúveis. Solubilização de carbonatos: CaCO3 ←→ Ca2+ + CO32- (Reação muito lenta) CO2(g) + H2O ←→ H2CO3 ←→ H+ + HCO3- CaCO3 + H+ ←→ Ca2+ + HCO3- (Reação rápida) • Hidratação Consiste na adsorção de moléculas de água ou de hidroxilas à superfície do mineral sem que ocorra qualquer reação química, como, por exemplo, na transformação da anidrita em gipsita: CaSO4 + 2H2O → CaSO4.2H2O e na transformação da Muscovita em Ilita: Muscovita + H2O → Ilita (Mica hidratada) A hidratação se constitui numa ponte ou porta de entrada para os íons H+ atacarem a estrutura dos silicatos, decompondo-os quimicamente. • Hidrólise Na hidrólise ocorre a reação química entre os íons H+ da água e os elementos químicos da estrutura do mineral. É muito importante na decomposição dos silicatos e ocorre na faixa de pH entre 5 e 9. O agente ativo é o H+ proveniente principalmente da ionização de ácidos orgânicos e do ácido carbônico: R-COOH ←→ R-COO- + H+ CO2(g) + H2O ←→ H2CO3 ←→ H+ + HCO3- 18 Quando o íon H+ é proveniente da ionização do CO2, a reação de hidrólise é chamada de carbonatação: 4CO2(g) + 4H2O ←→ 4H2CO3 ←→ 4H+ + 4HCO3- Mg2SiO4 + 4H+ + 4HCO3- → 2Mg2+ + 4HCO3- + H4SiO4o (Olivina) 2KAlSi3O8 + 2H+ + 2HCO3- + H2O → Al2Si2O5(OH)4 + 2K+ + 2HCO3- + 4SiO2 (Feldspato-K) (Caulinita) Os íons H+ atacam as estruturas dos minerais e liberam Na+, K+, Ca2+, Mg2+, H4SiO4o (sílica na forma de ácido silícico) e Al3+ para a solução. A intensidade da hidrólise depende do grau de eliminação dos elementos ou substâncias dissolvidas, da precipitação pluviométrica do local e da drenagem do perfil. TIPOS DE HIDRÓLISE: � PARCIAL → parte da sílica permanece no perfil (“Sialitização”) # Monossialitização → formação de argila 1:1 # Bissialitização → formação de argila 2:1 � TOTAL → toda sílica é removida do perfil (“Ferralitização”). • Oxidação O ferro e o manganês são os elementos que se oxidam mais facilmente durante o intemperismo. O enxofre, tanto na forma elementar como na forma de sulfetos, também se oxida durante o intemperismo, formando ácido sulfúrico. O Fe2+ da estrutura dos minerais se oxida a Fe3+ na presença de O2, causando enfraquecimento da estrutura do mineral: 2FeS2 + 2H2O + 7O2 → 2FeSO4 + 2H2SO4 (Pirita) (Sulfato Ferroso) (Ácido Sulfúrico) 2FeSiO3 + 5H2O + 2 1 O2 → 2FeO.OH + 2H4SiO4o (Piroxênio) (Goethita) (Sílica) • Quelação Substâncias húmicas do solo complexam cátions como Fe2+, Fe3+, Al3+ e Ca2+ e remove-os da solução, favorecendo a decomposição dos minerais. 19 2.1.3. INTEMPERISMO BIOLÓGICO Não existe um intemperismo biológico propriamente dito. Na realidade, o que existe são ações físicas (“intemperismo físico-biológico”) e químicas (“intemperismo químico- biológico”) que os organismos exercem sobre as rochas, causando intemperismo físico e químico das mesmas. 3. ESTABILIDADE DAS ROCHAS AO INTEMPERISMO A estabilidade das rochas ao intemperismo depende da: • Natureza física da rocha (Compacta ou solta) • Composição mineral da rocha • Estrutura da rocha (Grau de cristalinidade) • Clivagem, estratificação e esfoliação da rocha • Tipo de agente cimentante (Carbonato < argila < óxidos de Fe e Al). 4. INTEMPERISMO DOS PRINCIPAIS MINERAIS PRIMÁRIOS 4.1. Feldspatos A substituição isomórfica de Si por Al na camada de tetraedros de silício diminui a resistência dos feldspatos aos agentes intempéricos e durante o intemperismo liberam os metais alcalinos (Na, K) e alcalino-terrosos (Ca). Em condições tropicais úmidas, o principal produto da decomposição química dos feldspatos é a caulinita. 4.2. Anfibólios e Piroxênios São minerais ferromagnesianos escuros de fácil intemperização, devido em parte à oxidação do Fe2+ das estruturas desses minerais. Por terem íons metálicos ligando suas cadeias longitudinais, eles sofrem clivagem relativamente fácil. 4.3. Quartzo Ao contrário de outros minerais, o quartzo não se decompõe; apenas se fragmenta, sofrendo desgaste físico sem se alterar quimicamente. Devido a sua resistência, o quartzo é muito abundante na fração areia dos solos e tem muita influência nas suas características físicas. 20 4.4. Micas As micas podem dar origem a diversos minerais 2:1 expansíveis mediante a redução de carga e a perda de potássio estrutural e a conseqüente troca por um cátion trocável. A menor resistência da biotita ao intemperismo, quando comparada com a muscovita, se deve à: • Presença de Fe2+ que se oxida facilmente a Fe3+, o que destrói a neutralidade elétrica da estrutura, • Substituição isomórfica de Al3+ por Mg2+ na camada de octaedros de Al, o que expõe a estrutura da mica a maior ataque das reações químicas de hidrólise, ao contrário do que ocorre com a muscovita. Em geral, é possível estabelecer a seguinte seqüência de intemperismo das micas: Mica → ilita → vermiculita → montmorilonita → caulinita → gibsita 5. ESTABILIDADE DOS MINERAIS AO INTEMPERISMO Para um mesmo tamanho de partículas, a série geral de estabilidade decrescente dos minerais primários ao intemperismo é a seguinte: Quartzo > muscovita > feldspatos > biotita > anfibólios > piroxênios > olivina > calcita > gipsita Para os minerais secundários da fração argila dos solos, a ordem crescente do grau de intemperismo seria a seguinte: Argila 2:1 (Vermiculita, montmorilonita) < argila 1:1 (Caulinita) < < óxidos de ferro (Goethita, hematita) < óxido de alumínio (Gibsita). 6. AVALIAÇÃO DO GRAU DE INTEMPERISMO DE UM SOLO O grau de intemperismo de um solo pode ser avaliado de várias maneiras: • Mediante a proporção de minerais mais estáveis ao intemperismo, em relação àqueles menos estáveis. • É muito comum se avaliar o grau de intemperismo dividindo-se a percentagem de silte pela percentagem de argila. Quanto maior esse valor, menos intemperizado será o solo. • Índice Ki ou relação molar entre SiO2 e Al2O3 (SiO2/Al2O3): o Se o valor de Ki for alto, isso indica que há predominância de argilas “jovens” ou pouco intemperizadas (Vermiculita, montmorilonita, etc.); caso contrário, haverá predominância de argilas “velhas” ou muito intemperizadas(Caulinita, gibsita). Capítulo 4 PEDOGÊNESE 22 IV. PEDOGÊNESE 1. INTRODUÇÃO De modo geral, a formação de um solo passa pelas etapas de intemperismo da rocha e de pedogênese, conforme foi visto no capítulo anterior. Nem todo material proveniente do intemperismo das rochas é utilizado na formação dos solos. A pedogênese é a etapa de formação do solo propriamente dito, na qual o material de origem do solo sofre a ação dos Processos Pedogenéticos que depende dos Fatores de Formação do Solo, transformando-o em solo. Neste capítulo serão abordados os Processos Pedogenéticos e no capítulo seguinte os Fatores de Formação do Solo. Os principais processos pedogenéticos são: transformação, translocação, remoção e adição 2. PROCESSOS PEDOGENÉTICOS 2.1. TRANSFORMAÇÃO a) DECOMPOSIÇÃO E SÍNTESE DE MINERAIS As transformações sofridas pela matéria mineral sólida são de natureza física ou mecânica e de natureza química. Primeiramente ocorre diminuição de tamanho causada pela quebra dos materiais e depois a decomposição química dos minerais primários e síntese de minerais secundários. Partícula grande ↔ Conjunto de minerais primários ↔ Cascalho ↓ ↓ ↓ TRANSFORMAÇÕES FÍSICAS ↓ ↓ ↓ Partícula pequena ↔ Minerais primários individuais ↔ Areia + silte ↓ ↓ ↓ TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS ↓ ↓ ↓ Partícula coloidal ↔ Minerais secundários ↔ Argila 23 b) DECOMPOSIÇÃO E SÍNTESE DE MATERIAIS ORGÂNICOS As principais transformações sofridas pelos materiais orgânicos são a mineralização e a humificação. Na mineralização ocorre a oxidação ou destruição da matéria orgânica do solo e na humificação ocorre a conservação ou acúmulo da matéria orgânica no solo. c) GLEIZAÇÃO A principal transformação é a redução do Fe3+ a Fe2+ em alguns horizontes ou em todo o perfil do solo, decorrente da falta de oxigênio causada pela condição de alagamento. A redução do Fe3+ causa a modificação das cores vermelhas ou amarelas dos óxidos de ferro para colorações cinzentas no solo. d) SULFURIZAÇÃO (TIOMORFISMO) Consiste na oxidação de sulfetos (ex.: pirita – FeS2) presentes em certos sedimentos de alagadiços litorâneos, quando são drenados. Essa oxidação produz ácido sulfúrico que acidifica o solo (pH < 3,5), promovendo dissolução de minerais e causando danos às plantas. O tiomorfismo leva a formação dos Gleissolos Tiomórficos e dos Organossolos Tiomórficos. e) TURBAÇÃO Consiste na mistura dos materiais do solo pela atividade da fauna do solo ou pelos ciclos de umedecimento e secagem. • Bioturbação → ocorre mistura de horizontes devido ao transporte de materiais realizado por pequenos mamíferos, formigas, térmitas, minhocas, etc. • Hidroturbação → ocorre mistura de camadas de solo devido à contração e expansão de argilas expansíveis, formando o microrelevo gilgai e as superfícies de fricção (“slickensides”). f) FORMAÇÃO DE ESTRUTURA Arranjo de partículas primárias do solo (areia, silte e argila) formando unidades estruturais compostas chamadas de agregados. Etapas de formação dos agregados: • Floculação → aproximação das partículas. • Estabilização → cimentação por matéria orgânica, óxidos de Fe e Al, carbonatos, sílica e a própria argila. 24 2.2. TRANSLOCAÇÃO Diz respeito ao transporte ou redistribuição de materiais e substâncias de um ponto para outro dentro do perfil do solo. As principais formas de translocação são a) TRANSLOCAÇÃO DE ARGILA (LESSIVAGEM ≈ ELUVIAÇÃO-ILUVIAÇÃO) Translocação de argila silicatada em suspensão, para fora de um horizonte (Horizonte eluvial, onde ocorreu eluviação), pelo movimento descendente ou lateral de água, acumulando-se geralmente em um horizonte inferior (Horizonte iluvial, onde ocorreu iluviação). Essa translocação é principalmente da fração argila fina (< 2 µm), podendo formar cerosidade no horizonte B textural. b) TRANSLOCAÇÃO DE MATÉRIA ORGÂNICA É feita por meio de pequenos animais do solo (Ex.: minhocas), por carregamento em suspensões através de poros, fendas e também por quelatos com cátions do solo que são solúveis. A translocação de matéria orgânica pode ser de horizontes superficiais para horizontes subsuperficiais, ou pode ser para fora do solum. c) TRANSLOCAÇÃO DE ÓXIDOS DE Fe, Al e Mn • De forma direta, em suspensão Eluviação e iluviação de óxidos Fe, Al e Mn no interior do perfil do solo. • Por reações de oxirredução (Exceto para Al) Óxidos de Fe3+ ou de Mn4+ são reduzidos e dissolvidos, liberando Fe2+ ou Mn2+ que migram na solução do solo até alcançarem zonas de oxidação onde precipitam novamente como óxidos de Fe3+ ou de Mn4+. • Na forma de quelatos Os íons Fe2+, Fe3+, Mn2+ e Al3+ são complexados por substâncias orgânicas, translocam-se para os horizontes inferiores do perfil e novamente forma óxidos pela destruição do quelato. d) TRANSLOCAÇÃO DE SAIS SOLÚVEIS Translocação de sais solúveis formados pelos íons Na+, Ca2+, Mg2+, K+, Cl-, SO42-, HCO3- e CO32- no interior do solo e posterior acúmulo em horizontes salinos. Ocorre preferencialmente sob clima árido e semi-árido, em solos situados em depressões, argilosos e de baixa permeabilidade. 25 Na translocação de sais solúveis no interior do solo, merece destaque àquela realizada por ascensão capilar do lençol freático, muito comum na formação dos Solos Halomórficos (Solos afetados por sais). Durante o período chuvoso os sais são translocados para o lençol freático, mas no período seco eles são translocados para a superfície do solo por ascensão capilar, onde precipitam e formam eflorescências. e) TRANSLOCAÇÃO CARBONATOS Translocação de Ca(HCO3)2 em solução dentro do solo, provocando acumulação de CaCO3 em alguma parte do perfil do solo ou sendo removido totalmente do sistema solo em regiões quentes e úmidas. 2.3. ADIÇÃO As adições consistem em ganhos de diversos materiais orgânicos ou minerais pelo solo, trazidos por meio das águas de chuva, do vento ou da vegetação, como um acréscimo vertical descendente. Também ocorrem adições por acréscimos laterais de soluções provenientes de outros solos ou mesmo verticais ascendentes a partir do lençol freático ou ainda dentro do próprio solo por evaporação. As principais formas de adição são: • De nutrientes e sais dissolvidos a solos das partes baixas, provenientes dos solos vizinhos das posições mais altas na paisagem, • Acúmulo de nutrientes nas camadas mais superficiais do solo, devido à ciclagem de nutrientes pelas plantas, • De material mineral sólido, proveniente dos processos erosivos que atuam em outros locais, • De materiais aluviais depositados em áreas planas pelos rios, • Adição e, ou, acúmulo de matéria orgânica na superfície dos solos, favorecida pela baixa temperatura, pelo excesso de água e pelo tipo de vegetação (Ex.: Porte da vegetação, relação C/N, etc.). � Paludização o Consiste na adição/acumulação de materiais orgânicos em áreas alagadiças, originando turfeiras e Organossolos. 26 2.4. REMOÇÃO De modo geral, a remoção de materiais diversos do solo ocorre em local onde a precipitação pluviométrica média anual é maior que a evapotranspiração média anual, fazendo com que a água atravesse todo o perfil do solo (Lixiviação) ou escorra superficialmente formando enxurradas (Erosão). As principais formas de remoção são:a) LIXIVIAÇÃO As substâncias mais facilmente lixiviadas são a sílica solúvel (H4SiO4o) e os carbonatos, bem como os metais alcalinos (Na+, K+), alcalino-terrosos (Ca2+, Mg2+) e os quelatos, que normalmente apresentam mobilidade muito grande no perfil e são facilmente removidos para fora do solum pelas águas de drenagem. A lixiviação ocorre mais em áreas planas. b) EROSÃO Remoção de partículas sólidas superficiais do solo pela ação de enxurradas, ventos ou outros processos de perda de solo. A erosão ocorre mais em áreas com maior declividade. 3. TIPOS DE FORMAÇÃO DE SOLOS Embora todos os processos pedogenéticos atuem na formação de praticamente todos os solos, a predominância de um deles atuando conjuntamente com os fatores de formação do solo permite que sejam distinguidos diferentes tipos de formação de solos. Os tipos de formação de solos mais importantes no Brasil são Podzolização, Latolização, Hidromorfismo, Halomorfismo e Calcificação. 3.1. PODZOLIZAÇÃO Consiste na translocação de materiais do horizonte A, acumulando-se no horizonte B. Se o material translocado for alumínio e, ou, matéria orgânica e, ou, ferro, tem-se um horizonte B Espódico (Antigo B podzol), diagnóstico dos Espodossolos. Se o material translocado for argila silicatada que se deposita nas superfícies dos agregados do horizonte B formando cerosidade, tem-se um horizonte B textural, diagnóstico dos Argissolos e Luvissolos. Os solos formados a partir da podzolização apresentam horizontes bem definidos, causados pela translocação. Os Luvissolos e os Argissolos em geral são mais férteis que os Espodossolos, devido à composição química do material de origem desses solos. Os Argissolos, Luvissolos e Espodossolos se estão sob relevo movimentado, tendem a ser facilmente erodíveis, por causa do material arenoso e menos estruturado do horizonte A. No 27 caso dos Argissolos e dos Luvissolos, principalmente se apresentam mudança textural abrupta, a diferença de textura entre os horizontes A e B dificulta a infiltração de água imediatamente abaixo do horizonte A, favorecendo a erosão. O horizonte B Plânico dos Planossolos é um tipo especial de horizonte B textural que fica subjacente a um horizonte A arenoso, apresentando mudança textural abrupta, e é de baixa permeabilidade. Nesse caso é mais rara a perda de solo por erosão por que os Planossolos se formam preferencialmente sob relevo plano. 3.2. LATOLIZAÇÃO Nesse tipo de formação do solo predomina a remoção, na forma de lixiviação, de sílica solúvel (H4SiO4o) e de metais alcalinos (Na+, K+) e alcalino-terrosos (Ca2+, Mg2+), após a transformação quase completa de todos os minerais primários em minerais secundários. Na Latolização não há translocação de materiais do horizonte A para o horizonte B como na Podzolização. Esse tipo de formação de solo origina o horizonte B Latossólico, diagnóstico dos Latossolos. Os Latossolos são solos profundos, com pouca diferenciação entre sub-horizontes, bastante intemperizados, apresentam muitas argilas de atividade baixa (Caulinita, hematita, goethita e gibsita), baixa capacidade de troca de cátions e ausência de minerais primários facilmente intemperizáveis. Em geral os Latossolos são solos bem estruturados e de excelentes qualidades físicas, mas são ácidos e pobres em nutrientes. 3.3. HIDROMORFISMO Tipo de formação do solo no qual a condição climática em conjunto com o relevo e, ou, material de origem faz com que o solo se torne sob condição de saturação de água ou alagamento que pode ser temporário ou permanente. O hidromorfismo ocorre principalmente nas partes mais baixas da paisagem (depressões) e em locais de baixa permeabilidade. O arejamento deficiente condiciona decomposição lenta da matéria orgânica, provocando seu acúmulo na superfície do solo e um ambiente de redução, que transforma Fe e Mn em formas reduzidas (solúveis), facilitando sua migração ou toxidez para as plantas. A ausência de Fe3+ (Fe oxidado) ou a presença de Fe2+ (Fe reduzido) faz com que o solo tenha o aspecto acinzentado, esverdeado ou azulado (gleizado) abaixo da camada de matéria orgânica, formando o Horizonte Glei, característico dos Gleissolos. 28 3.4. HALOMORFISMO No halomorfismo a combinação de clima, relevo e material de origem, em conjunto com a atuação dos processos pedogenéticos de adição e, ou translocação, pode originar solos halomórficos, que são solos cuja gênese foi afetada pelo excesso de sais. Os solos halomórficos estão em depressões onde possa ocorrer excesso de sais e de água, temporariamente. Os sais são trazidos das elevações circunvizinhas por lixiviação, pela enxurrada ou pelo lençol freático. Muitas vezes o local é rico em sais por causa de depósitos marinhos. Nessas depressões, com excesso de água (pelo menos temporário) e de sais solúveis, são formados os solos salinos (4 ≤ CEes < 7 dS/m) ou sálicos (CEes ≥ 7 dS/m). Se o excesso de sais é removido, principalmente pela precipitação de carbonatos de Ca e de Mg, predominando em solução o Na2CO3 e ficando muitos íons Na+ adsorvidos nas argilas, tem-se um solo sódico (PST ≥ 15 %). Se o Na+ é removido e substituído pelo H+, forma-se o solo solódico (6 ≤ PST < 15 %). Quando a remoção de Na+ ocorre mais completamente no horizonte A do que no horizonte B, nesta fase intermediária, há formação do solo sódico-solódico. 3.5. CALCIFICAÇÃO Tipo de formação de solo que consiste na dissolução de carbonato de cálcio (CaCO3) e translocação de bicarbonato de cálcio Ca(H2CO3)2 no perfil, com posterior precipitação do cálcio na forma de CaCO3. A calcificação ocorre principalmente em regiões onde a precipitação pluviométrica é menor que a evapotranspiração potencial durante a maior parte do ano e a vegetação é de pastos de gramíneas (pradaria). Normalmente há a formação do horizonte A chernozêmico (Horizonte espesso, escuro, rico em matéria orgânica e com alta saturação por bases), diagnóstico da ordem dos Chernossolos. Capítulo 5 FATORES DE FORMAÇÃO DO SOLO 30 V. FATORES DE FORMAÇÃO DO SOLO 1. INTRODUÇÃO Os solos são resultantes da ação combinada de diversos “Fatores de Formação do Solo”: Equação de formação do solo: SOLO = f (Material de Origem, Clima, Organismos, Relevo e Tempo) O clima e os organismos são fatores ativos, e material de origem, relevo e tempo são fatores passivos. 2. MATERIAL DE ORIGEM O material de origem do solo é o “estado do sistema solo no tempo zero de sua formação”. Essa definição amplia o conceito de material de origem e deixa claro que ele não fica restrito apenas às rochas, mas também se estende às massas alteradas de rochas ou até mesmo um solo. 2.1. GRUPOS DE MATERIAL DE ORIGEM a) Rochas decompostas “in situ” São aquelas que sofrem intemperismo e pedogênese no mesmo local. Podem ser magmáticas (ígneas), metamórficas ou sedimentares. b) Manto de rochas alteradas “in situ” Em regiões tropicais úmidas, a presença de relevo plano e vegetação protetora possibilitaram, em tempos pretéritos, a formação de espessas camadas de alteração, principalmente em rochas menos resistentes. RELEVO MATERIAL DE ORIGEM DO SOLO TEMPO SOLO CLIMA + ORGANISMOS 31 Essas camadas formam hoje os “mantos de intemperismo”, muito comuns em certas regiões, como no litoral nordestino. c) Sedimentos transportados São materiais provenientes da intemperização de qualquer rocha na superfície da crosta terrestre e transportados,principalmente, por erosão. Podem ser simplesmente o produto de alteração das rochas ou podem ser materiais superficiais que já sofreram atuação pedogenética. d) Depósitos orgânicos (Turfeiras) Condições de baixa temperatura e, ou, falta de oxigênio favorecem o acúmulo de matéria orgânica. Importante na formação dos Organossolos. 3. CLIMA A importância do clima na formação do solo pode ser evidenciada pelo fato de que solos semelhantes podem ser provenientes de materiais de origem diferentes, se forem formados sob condições climáticas similares. O mesmo material de origem pode formar solos completamente diferentes, se sofrerem pedogênese em condições climáticas diferentes. Nos solos mais jovens a influência do material de origem é bastante visível, mas à medida que o solo evolui e acelera o seu desenvolvimento, há predominância de outros fatores de formação, notadamente o clima. Principalmente por meio da precipitação pluviométrica e da temperatura, o clima age diretamente na transformação do material de origem e indiretamente na determinação da flora e fauna e na dinâmica da matéria orgânica do solo. 3.1. TEMPERATURA a) Depende da latitude e da altitude, b) Influencia o intemperismo físico, c) Acelera o intemperismo químico, d) Influencia positivamente o crescimento e a atividade dos organismos, e) Aumenta a velocidade de decomposição da matéria orgânica. 3.2. ÁGUA a) A atuação da água é regulada pelo balanço hídrico, b) Tem grande influência no tipo de vegetação de uma região, c) Promove o intemperismo das rochas, 32 d) Serve como meio de transporte dos produtos do intemperismo, e) Essencial na atuação dos processos pedogenéticos, f) Influencia a decomposição da matéria orgânica. 4. ORGANISMOS Os principais organismos que atuam na formação dos solos são as algas, bactérias, fungos, liquens, musgos, actinomicetes, vegetação, fauna e o homem. Os liquens, musgos e outros vegetais inferiores podem viver diretamente sobre a rocha promovendo o intemperismo e criando condições para fixação dos vegetais superiores. Microrganismos como bactérias e fungos são os principais agentes que atuam na decomposição e síntese de materiais orgânicos. A vegetação tem uma importância muito grande na formação dos solos, a qual pode ser evidenciada pelas seguintes atuações: • As raízes exercem ações físicas e químicas sobre as rochas e o material de origem, promovendo o intemperismo, • Ciclagem de nutrientes, acumulando-os na superfície do solo, • Principal fonte de matéria orgânica do solo, • Protege a superfície do solo contra erosão, favorecendo a formação de solos mais profundos. Cupins, formigas, minhocas, tatus e roedores constantemente cavam buracos no solo, trituram restos de vegetais, cavam galerias e misturam materiais dos diversos horizontes do solo. Práticas de desmatamento, preparo do solo, cultivo e adubações realizadas pelo homem promovem mudanças significativas nos solos. 5. RELEVO O relevo redireciona a energia da água, a qual é dirigida a diferentes partes da paisagem. Ele controla o tempo de exposição da rocha e do material de origem aos agentes bioclimáticos. Quanto maior a declividade do terreno maior será a taxa de erosão em relação à de pedogênese, favorecendo a formação de solos rasos e pouco desenvolvidos. Em relevo plano e em condições de boa drenagem o grau de intemperismo e pedogênese é maior, favorecendo a formação de Latossolos. Se o relevo for plano, mas a drenagem for deficiente, o acúmulo de água em excesso favorece a formação de solos hidromórficos. 33 6. TEMPO A espessura dos horizontes e a profundidade do solo são as características do solo mais influenciadas pelo tempo. Quanto maior o número de horizontes e maiores suas espessuras, mais maduro será o solo. Por outro lado, solos jovens são normalmente mais rasos que solos velhos. Na estimativa da idade de um solo, a idade relativa é mais importante que a idade absoluta. Desenvolvimento do perfil do solo com o tempo: O tempo necessário para que um solo passe do estágio jovem para o maduro varia com o tipo de material de origem, condições climáticas e grau de erosão. R A A Bi R A E R Bt C A R Bw C R ou TEMPO Capítulo 6 PERFIL DO SOLO 35 VI. PERFIL DO SOLO 1. CONCEITOS 1.1. SOLO É um corpo natural dinâmico constituído de materiais minerais e orgânicos e que contém matéria viva, é diferenciado em horizontes de profundidade variável, que diferem do material do qual eles foram originados em morfologia, propriedades físicas e químicas, composição e em características biológicas. 1.2. PEDON É o menor volume que pode ser chamado de solo. 1.3. PERFIL DO SOLO É uma seção vertical do pedon, englobando a sucessão de horizontes ou camadas mais ou menos paralelas, desde o manto superficial de resíduos orgânicos até o material mineral subjacente pouco ou nada transformado pelo intemperismo e pelos processos pedogenéticos. 36 1.4. SOLUM É formado pelos horizontes superiores do perfil do solo onde atuaram os fatores e processos pedogenéticos, contendo a maioria das raízes das plantas. Compreendem os horizontes A e B. 1.5. REGOLITO Termo mais utilizado pelos geólogos para se referir a todo e qualquer material solto de terra ou rocha decomposta acima da rocha sólida. Compreendem os horizontes A, B e C. 1.6. SAPROLITO ou SAPRÓLITO Material resultante do intemperismo mais ou menos intenso da rocha e que ainda mantém a textura e estrutura original da mesma, comumente reconhecido como um produto de alteração da rocha “in situ” e denominado de horizonte C. O saprolito é a parte do regolito que se situa abaixo do solum e acima da rocha sã. 2. NOMECLATURA DE HORIZONTES E CAMADAS DE SOLOS 2.1. HORIZONTES E CAMADAS PRINCIPAIS Letras maiúsculas são usadas para designar horizontes ou camadas principais, horizontes transicionais ou combinações destes: SÍMBOLO CRITÉRIOS O Horizonte ou camada superficial de cobertura, de constituição orgânica, sobreposto a alguns solos minerais, podendo estar ocasionalmente saturado com água. H Horizonte ou camada de constituição orgânica, superficial ou não, composto de resíduos orgânicos acumulados ou em acumulação sob condições de prolongada estagnação de água, salvo se artificialmente drenado. A Horizonte mineral, superficial ou em seqüência a horizonte ou camada O ou H, de concentração de matéria orgânica decomposta e perda ou decomposição principalmente de componentes minerais. (Fe, Al e argila silicatada) AB ou AE Horizonte subsuperficial, com predomínio de características de horizonte A e algumas características de horizonte B (ou E). A/B ou A/E Ou A/C Horizonte mesclado com partes de horizonte A e de horizonte B (ou A e E ou A e C), porém com predomínio de material de A. AC Horizonte subsuperficial, com predomínio de características de horizonte A e algumas características de horizonte C. 37 SÍMBOLO CRITÉRIOS E Horizonte mineral, cuja característica principal é a perda de argilas silicatadas, óxidos de ferro e alumínio ou matéria orgânica, individualmente ou em conjunto, com resultante concentração residual de areia e silte constituídos de quartzo ou outros minerais resistentes e/ou resultante descoramento. EA ou EB Horizonte subsuperficial, com predomínio de características de horizonte E e algumascaracterísticas de horizonte A (ou B). E/A Horizonte mesclado com partes de horizonte E e de horizonte A, porém com predomínio de material de E. BA ou BE Horizonte subsuperficial, com predomínio de características de horizonte B e algumas características de horizonte A (ou E). B/A ou B/E Horizonte mesclado com partes de horizonte B e de horizonte A (ou E), porém com predomínio de material de B. B Horizonte subsuperficial de acumulação de argila, Fe, Al, Si, húmus, CaCO3, CaSO4, ou de perda de CaCO3, ou de acumulação de óxidos; ou com bom desenvolvimento estrutural. BC Horizonte subsuperficial, com predomínio de características de horizonte B e algumas características de horizonte C. B/C Horizonte mesclado com partes de horizonte B e de horizonte C, porém com predomínio de material de B. CB ou CA Horizonte subsuperficial, com predomínio de características de horizonte C e algumas características de horizonte B (ou A). C/B ou C/A Horizonte mesclado com partes de horizonte C e de horizonte B (ou A), porém com predomínio de material de C. C Horizonte ou camada mineral de material inconsolidado sob o solum, pouco afetado por processos pedogenéticos, a partir do qual o solum pode ou não ter se formado, sem ou com pouca expressão de propriedades identificadoras de qualquer outro horizonte principal. F Horizonte ou camada de material mineral consolidada, à superfície, sob A, E, B ou C, rico em ferro e/ou alumínio e pobre em matéria orgânica, proveniente do endurecimento irreversível da plintita, ou originado de formas de concen-tração possivelmente não derivadas de plintita, inclusive promovidas por translocação lateral de ferro e/ou alumínio. R Camada mineral de material consolidado, que constitui substrato rochoso contínuo ou praticamente contínuo, a não ser pelas poucas e estreitas fendas que pode apresentar. FONTE: http://www.cnps.embrapa.br/sibcs/index.html (Consultado em 10/06/2004). 38 2.2. DESIGNAÇÃO E CARACTERÍSTICAS DE HORIZONTES E CAMADAS SUBORDINADAS Para designar características específicas de horizontes e camadas principais, usam-se, como sufixos, letras minúsculas. Exemplos: Sufixo Critérios a Usado com A, B, C para designar constituição dominada por material amorfo, de natureza mineral, oriundo de transformações de materiais vulcanoclásticos. b Usado com H, A, E, B, F para designar horizontes enterrados, se suas características pedogenéticas principais puderem ser indentificadas como tendo sido desenvolvidas antes do horizonte ser enterrado. c Usado com A, E, B, C para designar acumulação significativa de concreções ou nódulos não-concrecionários, cimentados por material outro que não seja sílica. d Usado com O, H para designar muito intensa ou avançada decomposição do material orgânico, do qual pouco ou nada resta de reconhecível da estrutura dos resíduos de plantas, acumulados conforme descrito nos horizontes O e H. e Usado com B e parte inferior de horizontes A espessos, para designar horizontes mais escuros que os contíguos, podendo ou não ter teores mais elevados de matéria orgânica, não associada com sesquióxidos, do que o horizonte sobrejacente. f Usado com A, B, C para designar concentração localizada (segregação) de constituintes secundários minerais ricos em ferro e/ou alumínio, em qualquer caso, pobre em matéria orgânica e em mistura com argila e quartzo. g Usado com A, E, B, C para designar desenvolvimento de cores cinzentas, azuladas, esverdeadas ou mosqueamento bem expresso dessas cores, decorrentes da redução do ferro, com ou sem segregação. h Usado exclusivamente com B para designar relevante acumulação iluvial, essencialmente de matéria orgânica ou de complexos orgânico-sesquioxídicos amorfos dispersíveis. i Incipiente desenvolvimento de horizonte B. j Usado com H, A, B, C para designar material palustre, permanente ou periodicamente alagado, de natureza mineral ou orgânica, rico em sulfetos (material sulfídrico). k Usado com A, B, C para designar presença de carbonatos alcalino-terrosos, remanescentes do material originário, sem acumulação, comumente carbonato de cálcio. k Usado com A, B, C para designar horizonte de enriquecimento com carbonato de cálcio secundário. m Usado com B, C para designar cimentação pedogenética extraordinária e irreversível (mesmo sob prolongada imersão em água), contínua ou quase contínua. n Usado com H, A, B, C, para designar acumulação de sódio trocável, expresso por PST > 6%, acompanhada ou não de acumulação de magnésio trocável. 39 Sufixo Critérios o Usado com O, H para designar incipiente ou nula decomposição do material orgânico. do Material orgânico intermediário entre d e o com predomínio de d. od Material orgânico intermediário entre d e o com predomínio de o. p Usado com H ou A para indicar modificações da camada superficial pelo cultivo, pastoreio, ou outras pedoturbações. q Usado com B ou C para designar acumulação de sílica secundária (opala e outras formas de sílica). qm Usado com B ou C para designar acumulação de sílica secundária, em caso de ocorrer cimentação contínua por sílica. r Usado com C para designar presença de camada de rocha subjacente, intensamente ou pouco alterada, desde que branda ou semibranda. s Usado exclusivamente com horizonte B para indicar relevante acumulação iluvial ou de translocação lateral interna no solo de complexos organo-sesquioxídicos amorfos dispersíveis. t Usado exclusivamente com B para designar relevante acumulação ou concentração de argila. u Usado com A e H para designar horizonte formado ou modificado pelo uso prolongado do solo. v Usado com B, C, para designar características vérticas. w Usado exclusivamente com B para designar intensa alteração com inexpressiva acumulação de argila, com ou sem concentração de sesquióxidos. x Usado com B, C e ocasionalmente E, para designar cimentação aparente, reversível. Y Usado com B ou C para indicar acumulação de sulfato de cálcio. Z Usado com H, A, B, C para indicar acumulação de sais mais solúveis em água fria que sulfato de cálcio. FONTE: http://www.cnps.embrapa.br/sibcs/index.html (Consultado em 10/06/2004). 40 2.3. OUTROS MODIFICADORES DE HORIZONTES Prefixos numéricos (ex. 2, 3, etc) – usados para denotar descontinuidade litológica. Por convenção o 1 não é mostrado, ex. A, E, Bt1, 2Bt2, 2BC, 3C1, 3C2. Sufixos numéricos – são usados para subdivisão de horizontes principais em profundidade. A divisão é feita a partir da parte superior do horizonte, de forma sucessiva, sendo o símbolo numérico colocado após todas as letras usadas para designar o horizonte. Ex. A1, A2, E, Bt1, Bt2, Bt3, BC e C. A numeração é reiniciada sempre que houver mudança de simbolização alfabética na seqüência vertical de horizontes. Ex.: Bt1, Bt2, Btx1, Btx2; C1, C2, Cg1, Cg2. Para horizonte A ou H qualificados com sufixo p, a numeração não é reiniciada. OBSERVAÇÕES: • Prefixo numérico pode ser usado em R, se admitido que o material originário do solo não foi produzido por rocha da mesma natureza da subjacente. • Em caso de Solo Orgânico, não se usa os prefixos numéricos para expressar material contrastante. • Em caso de ocorrer dois ou mais horizontes com a mesma designação, separados por horizontes ou camadas de natureza diversa, usa-se o símbolo ( ’ ) posposto à letra maiúscula designativa do segundo horizonte repetido na seqüência, como no exemplo: A, E, BE, Bhs, E’, BC, ou Hd, C, H’d, C • Caso raros de três horizontes com a mesma designação, usa-se o símbolo duplo, ( " ) posposto à letra maiúscula designativa do 3o horizonte. • Quando cabívelo uso de mais de um sufixo, as letras d, i, o, h, s, t, u, r, w têm precedência sobre os demais sufixos necessários para completar a designação integral do horizonte ou camada. • Sufixo b, conotativo de horizonte enterrado, deve ser precedido de outro sufixo, quando em notação binária, como por exemplo Btb. 41 Para fins de correlação, é dada a seguir uma síntese comparativa entre as designações atuais e as anteriores de horizontes e camadas principais. SNLCS (Anterior a 1986) Embrapa Solos (Atual) SNLCS (Anterior a 1986) Embrapa Solos (Atual) O O B1 BA ou BE O1 Oo, Ood B/A O2 Od, Odo B & A B/E H B2 B A A B3 BC A/O B/C A1 A B/R A2 E F A3 AB ou EB C C AB C1 CB A/B C/B A & B E/B C/R AC AC R R A/C A/C B/C/R B B Capítulo 7 CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DOS HORIZONTES 43 VII. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DOS HORIZONTES 1. INTRODUÇÃO Na descrição morfológica dos horizontes que compõem um perfil de solo primeiramente se determina a espessura e arranjamento dos horizontes, depois a transição entre os horizontes e, por fim, o estudo das características morfológicas dos horizontes. No exame de um perfil de solo, devem-se descrever pormenorizadamente as características morfológicas de todos os horizontes ou camadas que compõem o perfil. São apresentadas, a seguir, as principais características morfológicas que são analisadas em cada horizonte do solo. 2. COR A matéria orgânica e os compostos de ferro são os principais agentes responsáveis pela cor dos solos. Esses pigmentos atuam, em geral, num fundo de cor branca dado pelos silicatos. As várias tonalidades existentes no perfil são muito úteis à identificação e delimitação dos horizontes e, às vezes, ressaltam certas condições de extrema importância: • Cor escura → indicativo de alto teor de matéria orgânica • Cores vermelhas e amarelas → indicativas de alto teor de óxido de ferro e boa drenagem • Cores acinzentadas → revelam condições de hidromorfismo. A cor do solo é muito utilizada na classificação para identificar classes de solos no segundo nível categórico dos: • Latossolos → bruno, amarelo, vermelho-amarelo e vermelho • Argissolos → acinzentados, amarelo, vermelho-amarelo e vermelho • Alissolos → crômico e hipocrômico • Luvissolos → crômico e hipocrômico. Em uma amostra indeformada do solo, se determina a cor dessa amostra úmida, úmida amassada, seca e seca triturada, comparando-a com as cores da escala Munsell. Na determinação da cor do solo na escala Munsell, anota-se três informações: matiz, valor e croma. 2.1. MATIZ (“Hue”) Cor “pura” ou fundamental do arco-íris, determinada pelos comprimentos de onda da luz que são refletidos na amostra. Os matizes usados estão entre o R (de red = vermelho), significando 100 % de vermelho, Y (de yellow = amarelo), significando 100 % de amarelo e YR (de Yellow- Red = vermelho-amarelo), significando uma mistura de 50 % de vermelho e 50 % de amarelo. 44 Contribuição da cor vermelha (“Red” – R) e amarela (“Yellow” – Y) nos matizes: Contribuição da cor: Cores Matiz Vermelha Amarela ----------------------------- % ----------------------------- 5 R 100 0 7,5 R 87,5 12,5 10 R 75 25 Mais vermelho 2,5 YR 62,5 37,5 Vermelho Amarelo 5 YR 50 50 7,5 YR 37,5 62,5 Mais amarelo 10 YR 25 75 2,5 Y 12,5 87,5 Bruno 5Y 0 100 2.2. VALOR (“Value”) Medida do grau de claridade da luz ou tons de cinza presentes (entre branco e preto) variando de 0 (para o preto absoluto) a 10 (para o branco puro). Portanto, o valor de uma cor indica a tonalidade ou proporção de preto e de branco. 2.3. CROMA (“Chroma”) Proporção da mistura da cor fundamental com a tonalidade de cinza, também variando de 0 a 10. Portanto, o croma de uma cor indica a intensidade de saturação ou contribuição do matiz. 2.4. EXEMPLO DE INTERPRETAÇÃO DA COR DE UM SOLO: 10R 3/4 = Vermelho escuro acinzentado (“dusky red”) Sendo 10R o matiz indicador da cor fundamental vermelha e a fração 3/4 que este vermelho está misturado com o valor 3 (cinza composto de três partes de preto e 7 de branco) e croma 4 (indicando que aquele cinza contribui em 6 partes e o vermelho em 4 partes). 3. TEXTURA A textura do solo refere-se à proporção relativa das frações granulométricas que compõem a massa do solo. No campo, a textura pode ser estimada por meio do tato, pela sensação ao esfregar um pouco de solo úmido entre os dedos. A areia provoca sensação de aspereza, o silte de sedosidade e a argila de pegajosidade. No laboratório, a análise textural é feita na terra fina seca ao ar (Frações granulométricas ≤ 2 mm), determinando-se os teores de argila, silte, areia fina e areia grossa. 45 A textura do solo é uma característica muito influenciada pela granulometria do material de origem do solo: • Rochas psamíticas → originam solos arenosos • Rochas pelíticas → originam solos argilosos 3.1. TAMANHO DAS FRAÇÕES GRANULOMÉTRICAS FRAÇÃO GRANULOMÉTRICA LIMITES DE DIÂMETRO Matacão > 20 cm Calhau 20 a 2 cm Cascalho 2 cm a 2 mm Areia grossa 2 a 0,2 mm Areia fina 0,2 a 0,05 mm Silte 0,05 a 0,002 Argila < 0,002 mm 3.2. FRAÇÃO AREIA Constituída basicamente por minerais primários resistentes ao intemperismo, principalmente o quartzo. Embora a fração areia não seja muito importante do ponto de vista químico, ela é muito importante do ponto de vista físico, com muita influência na porosidade, aeração, permeabilidade, erosão etc. 3.3. FRAÇÃO SILTE Constituída de minerais primários facilmente intemperizáveis (Feldspatos, micas, anfibólios, etc.), quartzo, agregados de argila não dispersa, etc. Somente os solos mais novos apresentam teor de silte relativamente elevado, que é mínimo nos Latossolos, os solos mais intemperizados. Solos ricos em silte tendem a apresentar problemas de encrostamento superficial causado pelo impacto das gotas de chuva e dos ciclos de umedecimento e secagem, com reflexos negativos na infiltração de água no solo e na emergência das plântulas. 3.4. FRAÇÃO ARGILA Constituída de minerais secundários, podendo-se encontrar maior proporção de argilas 2:1 em solos menos intemperizados e maior proporção de argilas 1:1 (Caulinita) e óxidos de ferro (Goetita e hematita) e, ou, alumínio (Gibsita) em solos mais intemperizados. A fração argila é a fração ativa do solo, por apresentar grande superfície específica e cargas elétricas (Negativas e, ou, positivas) de superfície. Apresenta capacidade de reter cátions, ânions e água, expansão, contração, plasticidade e pegajosidade. 46 Todos os fenômenos químicos e físico-químicos do solo dependem não somente do teor de argila do solo, mas também do mineral predominante na fração argila. 4. ESTRUTURA As partículas primárias (Areia, silte e argila) do solo geralmente se encontram agrupadas, formando partículas maiores (Agregados), dando ao solo a sua estrutura. Os agregados que apresentam formas e tamanhos definidos, comportando-se como partes individualizadas, são chamados de unidades estruturais. Três características fundamentam a designação da estrutura: forma, tamanho e grau de desenvolvimento das unidades estruturais. A forma define o tipo de estrutura: • Laminar • Prismática • Colunar • Blocos angulares ou blocos subangulares • Granular • Grumos. Exemplos de tipos de estrutura: a) Laminar; ba) prismática; bb) Colunar; ca) Blocosangulares; cb) Blocos subangulares e d) Granular. 47 O tamanho define a classe de estrutura: • Muito pequena • Pequena • Média • Grande • Muito grande. O grau de desenvolvimento da estrutura refere-se à manifestação das condições de coesão dentro e fora dos agregados: • Sem estrutura o Grão simples → Se a massa de solo for solta ou não coerente o Maciça → Se a massa de solo for coerente e não apresentar estrutura definida. • Com estrutura o Fraca o Moderada o Forte. Principais tipos de estrutura e suas ocorrências típicas: TIPO DE ESTRUTURA OCORRÊNCIA TÍPICA Blocos Em solos com horizonte B textural, B nítico, B plânico e B incipiente. Prismática Em solos com horizontes B nítico, B textural e B plânico. Colunar Em solos com horizonte B plânico. Granular Em solos com horizonte B latossólico e horizonte A rico em matéria orgânica. Grão simples Em solos arenosos (Horizontes A e C). 5. CONSISTÊNCIA Consistência é o termo usado para designar as manifestações das forças físicas de coesão e adesão entre as partículas do solo, conforme variação da umidade do solo. • Força de coesão → força de atração entre moléculas de mesma substância ou partículas de mesma natureza. No solo, refere-se à atração que as partículas do solo exercem entre si. 48 • Força de adesão → força de atração entre superfícies de contato de substâncias diferentes. No solo, atração entre partículas do solo e a superfície de um material de qualquer natureza, como a superfície de implementos agrícolas. A consistência do solo deve ser avaliada em três níveis de umidade: • CONSISTÊNCIA DO SOLO QUANDO SECO, avaliada pela dureza ou tenacidade o Solta o Macia o Ligeiramente dura o Dura o Muito dura o Extremamente dura. • CONSISTÊNCIA DO SOLO QUANDO ÚMIDO, caracterizada pela friabilidade o Solta o Muito friável o Friável o Firme o Muito firme o Extremamente firme. • CONSISTÊNCIA DO SOLO QUANDO MOLHADO, caracterizada pela: o Plasticidade (capacidade do solo se moldar) � Não plástica � Plástica � Ligeiramente plástica � Muito plástica. o Pegajosidade (capacidade do solo se aderir a outros objetos) � Não pegajosa � Ligeiramente pegajosa � Pegajosa � Muito pegajosa. 49 Solos muito plásticos e muito pegajosos apenas podem ser trabalhados (Arados, gradeados, etc.) em amplitude estreita de umidade. Quanto mais argiloso for um solo, maiores serão as manifestações das forças de coesão e adesão. Para o mesmo teor de argila, as forças de adesão e coesão serão maiores em solos ricos em argilas mais ativas, como a montmorilonita. 6. POROSIDADE Entende-se por porosidade, o volume do solo ocupado pela água e pelo ar. No campo, a porosidade deve ser avaliada quanto ao tamanho e quanto à quantidade de macroporos, de acordo com Santos et al. (2005). Comparado com os solos arenosos, os solos argilosos apresentam maior porosidade total, maior proporção microporos/macroporos, maior retenção de água, menor taxa de infiltração de água no perfil do solo, menor friabilidade e maior resistência à penetração de máquinas e raízes no solo. 7. CEROSIDADE Cerosidade é um revestimento brilhante e ceroso que ocorre por vezes na superfície das unidades estruturais, apresentando aspecto lustroso e brilho matizado. É decorrente de película de material coloidal (argila silicatada e óxidos de ferro) depositado nas superfícies das unidades estruturais. A cerosidade ocorre tipicamente em horizonte B textural e B nítico. Quanto ao grau de desenvolvimento, a cerosidade pode ser classificada como fraca, moderada ou forte, de acordo com a maior ou menor nitidez e contraste mais ou menos evidente com as partes sem cerosidade. Quanto à quantidade, são usados os termos: pouco, comum e abundante. 8. SUPERFÍCIES DE FRICÇÃO OU SLIKENSIDES Superfície alisada e lustrosa, apresentando na maioria das vezes estriamento marcante, produzido pelo deslizamento e atrito da massa do solo causados por movimentação devido à forte expansibilidade do material argiloso por umedecimento. São superfícies tipicamente inclinadas, em relação ao prumo dos perfis. 9. CIMENTAÇÃO Refere-se à consistência quebradiça e dura do material do solo, determinada por qualquer agente cimentante que não seja mineral de argila, tais como: carbonato de cálcio, sílica, óxidos ou sais de ferro e, ou, alumínio. Tipicamente, a cimentação não sofre alteração com o umedecimento, persistindo a dureza ou quebrajosidade quando molhado. 50 10. NÓDULOS E CONCREÇÕES São corpos cimentados que podem ser removidos intactos do solo e ocorrem principalmente em horizontes subsuperficiais. As concreções mais comuns são as de acumulação de: • Óxidos de ferro ou ferro e alumínio → cor ferruginosa • Óxidos de manganês → cor preta • Carbonato de cálcio → cor branca. 11. CONTEÚDO DE CARBONATOS O conteúdo de carbonatos é avaliado no campo pela efervescência dos carbonatos presentes no solo quando em contato com HCl 10 %. Essa efervescência pode ser classificada como ligeira, forte ou violenta. 12. CONTEÚDO DE MANGANÊS O conteúdo de manganês é avaliado no campo pela efervescência dos compostos de manganês presentes no solo quando em contato com água oxigenada. Essa efervescência também pode ser classificada como ligeira, forte ou violenta. 13. EFLORESCÊNCIAS São ocorrências de sais cristalinos sob forma de revestimentos, crostas e bolsas, após período seco, nas superfícies dos agregados, nas fendas ou na superfície do solo, podendo ter aspecto pulverulento, como pó de giz. São constituídas principalmente por cloreto de sódio (que pode ser identificado pelo sabor salgado), sulfatos de cálcio, magnésio e sódio e, mais raramente, por carbonatos de cálcio. As eflorescências de sais na superfície do solo são mais comuns em solos afetados por sais da região semi-árida brasileira, seja por um processo natural ou causada pelo manejo inadequado da irrigação. Capítulo 8 ATRIBUTOS DIAGNÓSTICOS DOS HORIZONTES 52 VIII. ATRIBUTOS DIAGNÓSTICOS DOS HORIZONTES 1. INTRODUÇÃO Os horizontes que compõe o perfil do solo podem ser classificados em horizontes pedogenéticos e horizontes diagnósticos. O horizonte pedogenético corresponde a cada uma das camadas mais ou menos paralelas à superfície do terreno, resultantes dos processos pedogenéticos, as quais, por isso, guardam relações genéticas entre si. Ex.: Horizontes H, O, A, E, B e C. O horizonte diagnóstico, por sua vez, corresponde a uma seção do solo que apresenta determinadas características morfológicas e atributos diagnósticos previamente estabelecidos por um sistema de classificação, fazendo com que esse horizonte seja utilizado como critério para separar classes de solo de um sistema de classificação. Ex.: Horizontes A chernozêmico, A hístico, B textural, B latossólico e B plânico, horizonte vértico, horizonte glei e horizonte plíntico. Nem todo horizonte pedogenético é um horizonte diagnóstico. Cada horizonte diagnóstico é identificado e distinguido dos demais por meio de características morfológicas e atributos diagnósticos. 2. ATRIBUTOS DIAGNÓSTICOS DOS HORIZONTES 2.1. MATERIAL ORGÂNICO É aquele constituído essencialmente por materiais orgânicos em diversos estágios de decomposição, podendo estar associados a material mineral em proporções variáveis, de modo que os constituintes orgânicos impõem preponderância
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