Buscar

HERMENEUTICA JURIDICA aula 4 (3)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

HERMENÊUTICA JURÍDICA
Prof. Daniel Martins Vaz
UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP
Curso: Direito
Disciplina: Hermenêutica
A Ciência da Hermenêutica Jurídica e o seu Estatuto Teórico Contemporâneo
No âmbito da teoria do conhecimento tornou-se habitual afirmar que a hermenêutica pode ser definida, em linhas gerais, como teoria ou filosofia da interpretação do sentido.
Tal significa dizer que há um reconhecimento de que as expressões humanas contêm componentes significativos, que tem de ser conhecidos como tais pelos sujeitos sociais e transportados para o seus próprios sistemas de valores e significados.
Segundo Bleicher,:
- trata-se de saber como é possível e de que forma se constitui este processo de percepção;
- identificar como se tornam objetivas as descrições de sentido subjetivamente intencionais, eis que passam sempre pela subjetividade dos intérpretes.
No seu livro “Hermenêutica contemporânea”, Josef Bleicher visa dar uma panorâmica das principais tendências do pensamento hermenêutico contemporâneo
Apresentam-se diversos problemas da hermenêutica, definida como teoria da definição do sentido - a hermenêutica como exegese textual, a hermenêutica filosófica e a hermenêutica crítica.
A problemática da Hermenêutica Jurídica: avanços e recuos
Afigura-se inelutável que a dogmática jurídica que informa o pensamento jurídico vigente e conservador não consegue mais dar conta de uma série de desafios e demandas sociais atinentes à sociedade atual.
Os instrumentos e institutos jurídicos utilizados pelos operadores do direito, na sua maioria não respondem ou sequer se adequam aos fenômenos sociais que lhe dão causa.
A dogmática jurídica não revela que a linguagem e o discurso jurídico contemporâneo, ao mesmo tempo em que criam instituições, legitimam o poder instituído, concedem atributos, alienam e procuram convencer que o seu instrumental argumentativo é preciso, claro, direto.
Visa-se - pretensamente - o bem estar social da comunidade em que atua.
De acordo com os seus principais críticos, a norma jurídica, e sua interpretação oficial/oficiosa, vai outorgar, em consequência, uma pauta de comportamentos e condutas sociais permitidas e outras proibidas, instituindo uma lógica e uma racionalidade da dominação.
Ricoeur, concebeu que a linguagem - principalmente a jurídica - não se reduz simplesmente à língua enquanto código de signos fonológicos e léxicos, virtual e alheio ao tempo. 
O discurso constitui-se como uma fala, ou seja, uma enunciação que utiliza concretamente os signos do código, um acontecimento situado no tempo.
O discurso remete ao locutor, àquele que fala graças a todo um conjunto de palavras, como os pronomes pessoais, os adjetivos possessivos, etc. 
O sistema da língua é composto unicamente de signos que se referem uns aos outros, como num dicionário.
Já o discurso sempre pretende referir-se a outra coisa: afirma descrever um mundo exterior, designar objetos e caracterizá-los.
O discurso não se apresenta apenas como um ato de linguagem que vincula o sujeito que fala e com quem fala, deste modo:
- insere-se no jogo de linguagens – como identificou Ludwig Wittgenstein -, isto é, num conjunto que também comporta ações coletivas. 
- só adquire sentido, se inserido numa situação onde várias pessoas agem e falam umas com as outras.
O tal jogo de linguagem está bem patente, como “instituição” que mescla de forma inseparável discurso e práticas políticas cotidianas, atos de linguagem e ações (por exemplo, nos laboratórios, nas salas de aula, nos tribunais e nos processos judiciais).
A ideologia jurídica positivista enquadrou-se como uma prática social constituída por um conjunto articulado de discursos jurídicos que se caracterizam por um peculiar mecanismo (reconhecimento/desconhecimento).
Esse mecanismo produz como efeito a instituição – muitas vezes inconsciente de representações (sentenciais, doutrinárias, jurisprudenciais, etc.). 
“Hermenêutica crítica” do saber jurídico
Tem como referência teórica uma pressuposta teoria das ideologias, denunciando as formas ideológicas do Direito, bem como a função ideológica que as denominadas ciências do Direito têm na sociedade, postura defendida, neste particular e dentre outras matrizes, pela conhecida Teoria Crítica do Direito, que se constitui, como uma crítica a certas teorias jurídicas, em especial, ao positivismo jurídico.
Dá-se enfoque ao centro das condições humanas do discurso e da linguagem, ocupando, com a pragmática, o núcleo das investigações filosóficas sobre os temas/conhecimentos jurídicos das mais diversas ordens.
Parte-se do pressuposto de que a produção de sentido deste discurso e de sua linguagem está intimamente conectada com as relações de poder desenvolvidas em todos os níveis da sociedade.
Contornos políticos e filosóficos
Parte-se de uma abordagem interdisciplinar, buscando elementos e instrumentos de análise na antropologia, sociologia, psicanálise, semiologia, filosofia, etc.
Opera-se uma desvinculação dos efeitos sociais das falas e dos silêncios e daquilo que somos induzidos a dizer ou interpretar a partir da cultura jurídica dominante.
Importa trazer para dentro da abordagem jurídica dos fatos sociais a problematização da relação entre saber e poder, descomplexificando-se os conflitos sociopolíticos, apresentados pela Teria Positivista do Direito como simples relações individuais harmonizáveis pela norma e ordenamento jurídico.
Visa-se interrogar sobre o caráter emancipatório do Direito, tendo em vista a formação de uma sociedade materialmente justa, em consonância com os ideais do Estado Democrático de Direito.
Fomentar a instituição de uma consciência participativa nos operadores do direito, permitindo (juízes, advogados, etc.) o necessário e inevitável engajamento nos múltiplos processos decisórios (sentenças, ações judiciais, etc.), como fatores de mediação das demandas sociais, oportunizando uma nova relação entre técnica jurídica e prática política.
Procura alçar a Filosofia do Direito um caráter de filosofia política do Direito, o que implica reconhecer e tomar como pressuposto que temas como democracia, totalitarismo, direitos humanos, dentre outros, ocupam um lugar maior do que a discussão sobre os conceitos típicos do Direito.
Ao fim e ao cabo, a hermenêutica precisa estar adequada à sociedade pluralista ou à chamada sociedade aberta.
Parte-se do entendimento de um conjunto integral de elementos sociais, econômicos, culturais e políticos que integram determinada comunidade, reconhecendo, a partir daí as tensões que a caracterizam e dimensionam seus conflitos.
Retórica
A Retórica partilha com a Poética e a Hermenêutica o terreno do discurso articulado em configurações mais extensas do que a frase ou unidade mínima em que alguém diz algo a alguém sobre alguma coisa.
Realiza-se a tríplice mediação entre homem e mundo, homem e outro homem e homem e si mesmo .
O discurso retórico é o mais antigo discurso racional Ocidente , nascido com o advento da Filosofia, mas dominado pela ambição de cobrir campo inteiro do uso discursivo da linguagem.
O modelo retórico de argumentação pretendeu apoderar- se de toda a esfera da razão prática (moral , direito , política) e do campo inteiro da Filosofia. 
Orientada para o ouvinte, a argumentação retórica é uma técnica de persuasão em que dizer é fazer, é conquistar o assentimento do auditório e, por isso , o discurso retórico é ilocutório e perlocutório .
Na linguística temos:
a) ilocutório (que realiza ou pretende realizar uma ação com um enunciado linguístico – ex. de ato ilocutório: “prometo fazer isto”);
b) perlocutório (que exerce ou pretende exercer um efeito sobre um interlocutor com um enunciado linguístico (ex. de ato perlocutório: “pare imediatamente com isso”)
Comparado com o texto da Retórica, o da Hermenêutica pode conter frases argumentativas, mas estas não pretendem, como na Retórica, criar a situação de univocidade a favor de uma interpretação privilegiada.
Importa manter aberto um espaço de variações de sentidosem a ambição da vitória.
Tópica
Muito embora não tenha surgido com Aristóteles, senão que unicamente o nome “tópica”, foi com o filósofo grego que a tópica ganhou expressão. 
A tópica “é um antigo patrimônio intelectual da cultura mediterrânea que emerge antes de Aristóteles, junto com ele e floresce depois dele.
A tópica, no entender de Aristóteles, pertence ao campo da dialética, de onde as premissas são fixadas conforme a opinião comum.
Tópica – consiste no pensamento dialético de controvérsias práticas, um processo especial de mobilização dos topoi sugeridos pelas próprias controvérsias para a ponderação dos prós e dos contras das diversas opiniões que se referem a essas controvérsias
Os topoi correspondem – para Aristóteles – a procedimentos padrão, lugares comuns aceitos por todos ou pelos mais qualificados
Objetivo – chegar a um consenso
Para Viehweg, a tópica é uma técnica de pensar por problemas, desenvolvida pela retórica. 
A tópica desdobra-se num contexto cultural que se distingue claramente nas menores particularidades de outra de tipo sistemático dedutivo.
A tópica é encontrada no ius civile, na civilística atual e em outros campos. 
O seu alvo foi transformar a jurisprudência em Ciência do Direito através de sistematização dedutiva.
Lógica
A Lógica Jurídica estuda os princípios e regras que auxiliam o jurista nas suas operações intelectuais de elaboração, interpretação e aplicação do Direito .
Todos utilizamos tais ferramentas da lógica no trato diário com os problemas de direito. 
Mesmo inconscientemente fazemos deduções, induções, raciocinamos, elaboramos proposições as mais diversas. 
A Lógica Jurídica é um instrumento necessário ao estudo em todos os campos do Direito, cuidando dos raciocínios próprios ao mundo jurídico.
Argumentação
Acerca da técnica argumentativa, o comportamento reflexivo, não se trata de dominar o texto, mas sim deixar-se dominar pelo texto, pois é a significação histórica de seu conteúdo que deve chegar ao intérprete sob pena de não superar o problema do distanciamento temporal e histórico.
A compreensão pauta-se no teor histórico e dialético, com o fito de propiciar a participação e abertura sob a experiência do intérprete, gerando um acordo.
Para Gadamer, quando compreendemos um texto, não nos colocamos no lugar do outro, nem é o caso de pensar que se trata de penetrar a atividade espiritual do autor.
Trata-se de apreender simplesmente o sentido, o significado, a perspectiva daquilo que nos é transmitido. 
Trata-se em outros termos, de apreender o valor intrínseco dos argumentos apresentados.
O que denominamos senso comum consiste numa série de crenças admitidas no seio de uma determinada sociedade, que seus membros presumem ser partilhadas por todo ser racional. 
Não obstante, ao lado dessas crenças, existem acordos, próprios dos partidários de uma disciplina particular, seja ela de natureza cientifica ou técnica, jurídica ou teológica. 
Tais acordos constituem o corpus de uma ciência ou técnica, podem resultar de certas convenções ou da adesão a certos textos, e caracterizam certos auditórios.

Outros materiais