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Análise Jurídica “Quem mandamos para a prisão”

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Pontifícia Universidade Católica de Goiás 
Curso de Direito
Direito Processual Penal II
Analise do livro “Quem mandamos para a prisão?” de Laura Frade
Estatísticas sinalizavam, desde a última década do final do milênio passado, que um percentual importante da população do planeta estaria na prisão, até o início do século XXI. E isso foi exatamente o que ocorreu. Afinal quando geramos uma diferença tão grande na sociedade ao ponto de alguns não terem possibilidade de participação, acabamos excluindo uma massa gigantesca de pessoas, que nunca mais vão existir. 
No livro de Laura Frade “Quem mandamos para a prisão” foi estudado e debatido o que o Congresso pensa da criminalidade, defendida em 2008 no Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília.
Um problema surgiu afinal muitos parlamentares, elitizados e preocupados somente com o quanto de dinheiro entra em suas contas, têm muito pouco contato com o crime e criminosos, e muito menos querem aprofundar seus conhecimentos. 
O Congresso quando pensa em legislar sobre crime, tem a tendência de aumentar a pena e tornar o crime hediondo. Passando então somente a cuidar do tamanho e da severidade da pena.
A crença equivocada dos congressistas é que o tamanho da punição é o que vai frear o crime. Portanto os criminosos pensam de forma totalmente diferente, afinal eles têm muito mais medo da certeza da punição, do que do realmente o seu tamanho. Os criminosos sabem muito melhor do que muitos parlamentares que prisão é uma coisa que demanda muito dinheiro e para mandarem alguém para a prisão por dois ou três anos por um furto não será implementado porque existe um altíssimo custo para a sociedade. 
É necessária uma mudança de pensamento, enquanto o Congresso não se der conta que aumentar a pena é algo inútil, sendo assim muito melhor votar uma pena mais branda que será cumprida com muito mais certeza. Por isso que a decisão de utilizar um monitoramento eletrônico de movimentos está sendo considerado algo muito mais eficaz do que as penas inflacionadas que hoje temos.
 	Como sabemos a cadeia não reforma ninguém, quem na maioria entra não melhora, e sim sai muito pior, por isso a cadeia e conhecida por muitos como “a formadora de bandidos piores ainda” Julita Lemgruber (que já foi diretora geral do sistema penitenciário do Rio de Janeiro) e ensina que cadeia não é vingança: é uma maneira de isolar pessoas que se soltas podem causar danos violentos aos seus semelhantes.
Além de todos os problemas existentes as prisões as penas duras, o rigor extremo que se fala necessário para manter a ordem, são todos feitos pensando no outro, ou melhor dizendo, para ser aplicado no outro, punir o outro e jamais a si, ou seus familiares e por isso os parlamentares não pensam muito no que seria melhor. Garanto que se eles pensassem “se eu for pra prisão” “se for o meu filho que tiver que usar aquela cadeia”, muita coisa mudaria. 
Já concluindo o livro abrange muitas coisas interessantes, que geram grandes debates, como, qual o principal motivo da prisão, o que vem a ser criminalidade e quem mandamos para a prisão? “É preciso coragem para dizer à sociedade que não é a prisão que resolverá o problema da violência” (ROCHA, Lucia 2008, p.19).
FRADE, Laura. Quem mandamos para a prisão? : visões do Parlamento brasileiro sobre a criminalidade, Brasília, Liber Livro, 2008.

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