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DIREITO ADMINISTRATIVO – PONTO 05
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO E DOS PRESTADORES DE SERVIÇOS PÚBLICOS. CONCEITOS E TEORIAS. A RESPONSABILIDADE POR AÇÃO E POR OMISSÃO. EVOLUÇÃO HISTÓRICA NO DIREITO BRASILEIRO. ELEMENTOS. A REPARAÇÃO DO DANO. AÇÃO REGRESSIVA E LITISCONSÓRCIO. RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA, CIVIL E PENAL DO SERVIDOR.
Elaborado por Caio Castagine Marinho, agosto de 2012
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
-conceito: é a obrigação de reparar danos causados a terceiros em decorrência de comportamentos comissivos ou omissivos, materiais ou jurídicos, lícitos ou ilícitos, imputáveis aos agentes públicos. (MSZP)
		(obrigação de reparar danos – responsabilidade civil.
(decorre do princípio de que aquele que causa um dano a outrem será responsável pela reparação do prejuízo havido (neminem laedere)
Princípios que justificam a responsabilidade do Estado: estado quando pratica ato ilícito justifica a responsabilização. Quando for ato lícito a justificativa da responsabilidade se fundamenta no princípio da isonomia, no caso de ato lícito estatal que cause prejuízo.
(responsabilidade civil(: responsabilidade por perdas e danos. 
(responsabilidade disciplinar(: sujeição dos agentes a sanções disciplinares, internas
 
(responsabilidade penal(: sujeição a sanções penais
(Responsabilidade Extracontratual X RESPONSABILIDADE CONTRATUAL
responsabilidade contratual: surge do descumprimento de uma cláusula pactuada no contrato, e se resolve de acordo com as regras do ajuste firmado entre as partes
responsabilidade extracontratual do Estado: é a que advém das atividades estatais sem conotação pactual (JSCF)
(Responsabilidade do Estado x RESPONSABILIDADE DO AGENTE
Responsabilidade do Estado: o ente responde pelos atos praticados pelos seus agentes.
Responsabilidade do agente: responde pelos atos que pratica.
Evolução histórica
	
1. Teoria da irresponsabilidade:
	
2.Teorias civilistas:
i)Teoria dos atos de império e de gestão
ii)Teoria da culpa civil ou da responsabilidade subjetiva
	
3.Teorias publicistas
i)TEORIA DA RESPONSABILIDADE COM CULPA ADMINISTRATIVA OU CULPA DO SERVIÇO PÚBLICO 
(faute du service)
-a falta do serviço pode apresentar-se sob três modalidades:
(inexistência do serviço;
(mau funcionamento do serviço;
(retardamento do serviço.
ii)TEORIA DA RESPONSABILIDADE SEM CULPA (OBJETIVA) OU DO RISCO ADMINISTRATIVO
iii)Teoria do risco integral
	
1. Teoria da irresponsabilidade:
- o rei absolutista era considerado quase uma divindade e tido como representante de Deus na terra, nunca cometendo erros (“the king can do no wrong”)
(se o Estado (representado pelo rei) era quem exercia a tutela do Direito, ele jamais poderia violá-lo (“Le roi ne peut mal faire”: o rei não pode fazer mal ou causar danos)
(“o Rey he Lei animada sobre a terra, e pôde fazer Lei e revoga-la , quando vir que convem fazer-se assi” (Ordenações Filipinas, Livro 3, título 75)
	
2.Teorias civilistas:
	
i)Teoria dos atos de império e de gestão
(atos de império:
atos praticados pelo Poder Público com as prerrogativas de autoridade e supremacia sobre os particulares. 
(impossibilidade de caracterização da responsabilidade do Estado.
(atos de gestão:
atos praticados pelo Poder Público em situação de igualdade com os particulares, na administração do patrimônio ou dos serviços do Estado.
(possibilidade de caracterização da responsabilidade do Estado.
	
ii)Teoria da culpa civil ou da responsabilidade subjetiva
- Estado deve ser responsabilizado pelos seus atos que causassem prejuízo a terceiros, desde que seus agentes tenham agido com dolo ou culpa.
(o Estado só vai responder se o agente tiver atuado com dolo ou culpa.
(nesse sentido: [art. 15, CC/16]
CC/16 Art. 15. As pessoas jurídicas de direito público são civilmente responsáveis por atos dos seus representantes que nessa qualidade causem danos a terceiros, procedendo de modo contrário ao direito ou faltando a dever prescrito por lei, salvo o direito regressivo contra os causadores do dano.
O Estado passa a se responsabilizar de forma geral, mas segundo uma teoria subjetiva.
Nesse momento a responsabilidade subjetiva só acontecia na conduta ilícita.
A vítima precisa demonstrar: conduta, dano, nexo causal, culpa/dolo do agente.
	
3.Teorias publicistas
- para a construção das teorias publicistas há que consignar o papel do Conselho de Estado francês no famoso caso Blanco, ocorrido em 1.873 quando se definiu competência da Justiça administrativa para julgar a ação de indenização do pai da menina Agnés Blanco, atingida por uma vagonete da Cia Nacional de Manufatura de Fumo na cidade de Bordeaux. o pai havia entrado com a ação na justiça civil, e não na justiça especializado em matéria administrativa, mas o Conselho do Estado Francês entendeu ser competência desta da justiça especializada.
	
i)TEORIA DA RESPONSABILIDADE COM CULPA ADMINISTRATIVA OU CULPA DO SERVIÇO PÚBLICO
(faute du service)
- a culpa não é mais de índole subjetiva, mas relaciona-se à falhas na prestação do serviço.
-a falta do serviço pode apresentar-se sob três modalidades:
(inexistência do serviço;
(mau funcionamento do serviço;
(retardamento do serviço.
(A teoria da culpa administrativa, transição entre a doutrina subjetiva da culpa civil e a tese objetiva do risco administrativo, leva em conta a falta do serviço e a culpa subjetiva do agente.
Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, "a responsabilidade por falha do serviço ou culpa do serviço (faute du service, seja qual for a tradução que se lhe dê), não é, de modo algum, modalidade de responsabilidade objetiva, ao contrário do que entre nós e alhures, às vezes tem-se inadvertidamente suposto. É responsabilidade subjetiva porque baseada na culpa (ou dolo), como sempre advertiu o Prof. Oswaldo Aranha Bandeira de Mello.
Outro fator que há de ter concorrido para robustecer este engano é a circunstância de que em inúmeros casos de responsabilidade por faute du service necessariamente haverá de ser admitida uma "presunção de culpa", pena de inoperância desta modalidade de responsabilização, ante a extrema dificuldade (às vezes instransponível) de demonstrar-se que o serviço operou abaixo dos padrões devidos, isto é, com negligência, imperícia ou imprudência, vale dizer, culposamente.
Em face da presunção de culpa, a vítima do dano fica desobrigada de comprová-la. Tal presunção, entretanto, não elide o caráter subjetivo desta responsabilidade, pois, se o Poder Público demonstrar que se comportou com diligência, perícia e prudência - antítese da culpa -, estará isento da obrigação de indenizar, o que jamais ocorreria se fora objetiva a responsabilidade." (Curso de Direito Administrativo, 27a ed., p. 1.004)
A vítima tem que demonstrar a culpa do serviço.
Não precisa provar a culpa do agente (não tem que apontar a pessoa culpada). Assim, essa responsabilidade foi chamada de responsabilidade na culpa anônima.
Para afastar a responsabilidade basta provar as excludentes de responsabilidade (ou seja, excluir alguns dos elementos da teoria subjetiva).
	
ii)TEORIA DA RESPONSABILIDADE SEM CULPA (OBJETIVA) 
OU DO RISCO ADMINISTRATIVO
- deixa de exigir culpa (do agente ou do serviço) para caracterização da responsabilidade do Estado por seus atos, mas ainda admite a existência de excludentes.
No Br a partir da CF de 46. A teoria objetiva gera para o Estado a responsabilidade na conduta lícita ou ilícita.
Elementos na teoria objetiva: conduta, dano, nexo causal.
Excludentes: quando há ausência de qualquer um desses elementos afasta a responsabilidade.
-baseia-se em duas idéias: risco e solidariedade social
a)no risco que a atividade pública gera para os administrados [a atividade estatal envolve um risco] e 
b)na possibilidade de acarretar dano a certos membros da coletividade,impondo-lhes um ônus não suportado pelos demais - o manejo dos poderes do Estado visa atender o interesse coletivo, se esse exercício gera um risco, esse dano deve ser dividido perante toda a sociedade.
(Teoria segundo a qual basta a existência do nexo de causalidade entre a conduta do Estado, através de seus agentes públicos, e a existência de um dano específico para alguns cidadãos para se ensejar a reparação.
(Baseia-se no risco que a atividade pública gera para os administrados e na possibilidade de acarretar danos a certos membros da comunidade, impondo-lhes um ônus não suportado pelos demais. Para compensar essa desigualdade individual, criada pela própria administração, todos os outros componentes da coletividade devem concorrer para a reparação do dano, através do erário, representado pela Fazenda Pública. O risco e a solidariedade social são, pois, os suportes dessa doutrina.
	
iii)Teoria do risco integral
- é a teoria do risco administrativo com um acréscimo: não são aceitas excludentes de responsabilidade.
(se distingue teoria do risco administrativo por não admitir nenhuma causa de excludente de responsabilidade do Estado como culpa da vítima, culpa de terceiros ou força maior.
(hipóteses de risco integral no ordenamento brasileiro
(Acidentes por dano nuclear. 
(Atos terroristas
-regime jurídico da responsabilidade civil do Estado adotado no Brasil: 
(como REGRA: TEORIA DO RISCO.	(não se adota a teoria civilista – culpa/dolo somente tem relevância para análise da responsabilidade do agente público frente ao Estado.
-Artigo 37, § 6.º, da CF: 
“As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa”. 
Art. 43 do novo Código Civil:
“Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo”.
Para Celso Antônio Bandeira de Mello a teoria adotada tem que ser sempre do risco administrativo, sem exceção.
Já a doutrina clássica (como Hely Lopes Meirelles) defende que a teoria do risco administrativo é a regra, mas é possível a teoria do risco integral, excepcionalmente, para material bélico, substância nuclear e dano ambiental (prevalece nos concursos).
Evolução histórica das teorias adotadas pelas constituições brasileiras
RE 591874 – Trecho do voto do Min. RICARDO LEWANDOWSKI 
No Brasil, a teoria da irresponsabilidade jamais foi acolhida, seja no âmbito doutrinário, seja no jurisprudencial. Com o advento do Código Civil de 1916, adotou-se, majoritariamente, a teoria civilista da responsabilidade subjetiva, com base na redação um tanto quanto ambígua do art. 15 do referido diploma normativo, que conduzia à idéia da culpa. 
As Constituições de 1934 e 1937 acolheram o princípio da responsabilidade civil solidária entre o Estado e os seus funcionários, por danos causados a terceiros, ressalvado o direito de regresso. 
Com a Constituição de 1946, o Brasil assumiu uma postura mais publicista com relação à responsabilidade do Estado, desenvolvendo-se aqui a “teoria do risco administrativo”, segundo a qual não se exige a demonstração de culpa para que se possa responsabilizar objetivamente o Poder Público por prejuízo causado a terceiro, mas, apenas, a constatação do nexo de causalidade entre o dano e a ação administrativa. Adotou ela, então, a “teoria do risco”, que tem por substrato a idéia de que toda a atividade estatal envolve a possibilidade de causar dano a alguém.
Assim, assentava o art. 194 da referida Carta que “as pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis pelos danos que seus funcionários, nessa qualidade, causem a terceiros”, admitida a ação regressiva contra funcionários que tivessem agido com culpa.
A Constituição de 1967 manteve a regra em seu art. 105, acrescentando que a ação de regresso seria cabível em caso de dolo ou culpa. Idêntica redação foi adotada pela EC 1/1969, no art. 107.
Em 1988, com o advento da nova Constituição, estabeleceu-se no art. 37, § 6º, o seguinte:
“As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa”.
A responsabilidade civil, tanto do Estado, quanto da pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviço público, portanto, passou a ser objetiva em relação a terceiros, como se depreende da redação do referido dispositivo constitucional.
É bem de ver, contudo, que a força maior e a culpa exclusiva da vítima podem figurar como excludentes de responsabilidade do Estado, exatamente porque o nexo causal entre a atividade administrativa e o dano dela resultante não fica evidenciado.
No Brasil, jamais foi aceita a tese da irresponsabilidade do Estado. (C.A, citando um precedente do STF de 1904).
Ao tempo do Império, a Constituição de 1824, em seu art.178, n.29, estabelecia que ‘Os empregados públicos são estritamente responsáveis pelos abusos e omissões praticados no exercício de suas funções e por não fazerem efetivamente responsáveis aos seus subalternos”. Equivalente dispositivo encontrava-se no art.82 da Constituição de 1891. (C.A)
 Com o advento do Código Civil, a matéria, desde 1917 (época em que entrou em vigor o Código de 1916), não admitiria dúvida alguma, em face de seu art.15, segundo o qual: ‘As pessoas jurídicas de Direito Público são civilmente responsáveis por atos de seus representantes que nessa qualidade causem danos a terceiros, procedendo de modo contrário ao direito ou faltando a dever prescrito em lei, salvo o direito regressivo contra os causadores do dano.’ (C.A)
 A GRANDE ALTERAÇÃO LEGISLATIVA concernente à responsabilidade do Estado ocorreu a partir da CONSTITUIÇÃO DE 1946. O art.194 daquele diploma introduziu normativamente, entre nós, a teoria da responsabilidade objetiva. (C.A)
Na esfera federal, é sempre citada a Lei n. 4.619/65, que dispõe sobre o exercício judicial do direito de regresso. Diz a lei que cabe aos Procuradores da República [hoje, cabe à AGU] propor obrigatoriamente a ação indenizatória, no caso de condenação da Fazenda, no prazo de 60 dias a contar da data em que transitar em julgado a sentença condenatória.
Apesar do teor da lei, parece-nos que dentro do período marcado na lei para ser proposta a ação ainda não terá nascido para o Estado a condição da ação relativa ao interesse de agir. Este só deve surgir quando o Estado já tiver pago a indenização ao lesado (...) (J.S)
fundamento constitucional:
-[art. 37, § 6°, CF] trata da responsabilidade civil do estado em decorrência da função administrativa.
CF
Art. 37.
§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
***atenção*** a responsabilidade civil em decorrência da função legislativa e da função jurisdicional não tem como fundamente este dispositivo.
Para se aplicar o art 37, §6º CF a relação precisa ser extracontratual (não existe entre o Estado e a vítima uma relação contratual, nesse caso, o fundamento da responsabilidade esta na lei 8.666).
Obs: existe indenização no ordenamento que decorre de sacrifício de direito. Ex: desapropriação. O Estado nesse caso que a propriedade, quer atingir um direito.
-abrangência do art. 37, § 6º, CF para efeito de responsabilidade civil.
a)PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO.(responsabilidade civil que decorre da qualidade daparte.
b)PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO PRESTADORAS DE SERVIÇOS PÚBLICOS.(responsabilidade civil que decorre da natureza da atividade desempenhada.
-integram essa categoria:
i)pessoas jurídicas de direito privado integrantes da administração pública que prestam serviço público
(EP e SEM que desempenhe serviço público ( responsabilidade conforme o art. 37, § 6°, CF.
(EP e SEM que desempenhe atividade econômica ( responsabilidade conforme o direito privado.
(podem ter responsabilidade subjetiva ou objetiva, de acordo com a legislação do direito privado. Caso venham responder objetivamente não é possível utilizar o art. 37, § 6°, CF como fundamento.
ii)concessionárias e permissionárias
na ausência de patrimônio (responsabilidade primária), o Estado é chamado à responsabilidade. Trata-se da responsabilidade subsidiária (responde em segundo plano e não solidariamente).
(RESPONSABILIDADE CIVIL X USUÁRIO DO SERVIÇO X NÃO USUÁRIO DO SERVIÇO – discussão se o fato da vítima ser usuária do serviço público, ou terceiro, é determinante para a caracterização da responsabilidade civil da empresa prestadora do serviço. 
([RE 591.874] (26.08.2009)– (confirmação da alteração da posição do STF) – STF reconheceu que a responsabilidade é objetiva também para os não-usuários.
(CABM: para a produção dos efeitos supostos na regra é irrelevante se a vítima é usuário do serviço ou um terceiro em relação a ele. Basta que o dano seja produzido pelo sujeito na qualidade de prestador do serviço público. Também não se poderia pretender que, tratando-se de pessoa de Direito Privado, a operatividade do preceito só se daria quando o lesado houvesse sofrido o dano na condição de usuário do serviço, porque o texto dá tratamento idêntico às ‘pessoas jurídicas de Direito Público e as de Direito Privado prestadoras de serviços públicos’. Assim, qualquer restrição benéfica a estes últimos valeria também para os primeiros, e ninguém jamais sufragaria tal limitação à responsabilidade do Estado.
(LEGITIMIDADE PASSIVA DO AGENTE PÚBLICO NA AÇÃO DE INDENIZAÇÃO-discute-se se seria possível que o interessado ingressar com a ação indenizatória diretamente em relação ao agente público.
-legitimidade passiva na ação de indenização: 
(Estado (poder concedente): responsabilidade objetiva e subsidiária (em relação ao concessionário).
(concessionário: responsabilidade objetiva.
(agente público: responsabilidade subjetiva.
(STF(
(particular não poderia ingressar diretamente contra o servidor ( [RE 327.904 – julgado em 15.08.06]
(há precedente no supremo no sentido de que art. 37, § 6º da CF representaria uma dupla garantia:
i)garantia em favor do particular – possbilidade de ingressar com a ação contra a pessoa jurídica (de direito público ou de direito privado prestadora de serviço público) o que possibilita uma maior chance de pagamento.
ii)garantia em favor do servidor público – somente responde administrativa e civilmente perante pessoa jurídica de direito público.
(Prof. Marinella faz ressalva que a impossibilidade de cobrança direta se referiria, apenas, ao servidor agente político.
(doutrina(
(HLM – servidor público é parte ilegítima (o doutrinador entende que o legislador teria separado as responsabilidades => o Estado indeniza a vítima, o agente indeniza o Estado.
(CABM – servidor público é parte legítima ( o legislador não objetivou proteger o servidor público, mas o lesado, este pode optar em ingressar:
(diretamente contra o Estado;(nesse caso estará dispensado de fazer prova do dolo e da culpa para caracterização da responsabilidade. 
(diretamente contra o servidor;(nesse caso será necessário fazer prova do dolo e da culpa para caracterização da responsabilidade.
(contra os Estado e servidor como litisconsortes passivos: (nesse caso será necessário fazer prova do dolo e da culpa para caracterização da responsabilidade.
 
RE 327.904 (julgado em 15.08.2006)
EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO ESTADO: § 6º DO ART. 37 DA MAGNA CARTA. ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM. AGENTE PÚBLICO (EX-PREFEITO). PRÁTICA DE ATO PRÓPRIO DA FUNÇÃO. DECRETO DE INTERVENÇÃO.
 O § 6º do artigo 37 da Magna Carta autoriza a proposição de que somente as pessoas jurídicas de direito público, ou as pessoas jurídicas de direito privado que prestem serviços públicos, é que poderão responder, objetivamente, pela reparação de danos a terceiros. Isto por ato ou omissão dos respectivos agentes, agindo estes na qualidade de agentes públicos, e não como pessoas comuns. Esse mesmo dispositivo constitucional consagra, ainda, dupla garantia: uma, em favor do particular, possibilitando-lhe ação indenizatória contra a pessoa jurídica de direito público, ou de direito privado que preste serviço público, dado que bem maior, praticamente certa, a possibilidade de pagamento do dano objetivamente sofrido. Outra garantia, no entanto, em prol do servidor estatal, que somente responde administrativa e civilmente perante a pessoa jurídica a cujo quadro funcional se vincular. Recurso extraordinário a que se nega provimento.
REQUISITOS PARA CARACTERIZAÇÃO DA RESPONSABILIDADE CIVIL
	REQUISITOS PARA A CARACTERIZAÇÃO DA RESPONSABILIDADE
	RESPONSABILIDADE OBJETIVA
	RESPONSABILIDADE SUBJETIVA
	-dano;
-conduta;
-nexo de causalidade.
	-dano;
-conduta;
-dolo ou culpa;
-nexo de causalidade.
STF, RE 113.587 (1992)
"A responsabilidade civil do Estado, responsabilidade objetiva, com base no risco administrativo, que admite pesquisa em torno da culpa do particular, para o fim de abrandar ou mesmo excluir a responsabilidade estatal, ocorre, em síntese, diante dos seguintes requisitos: a) do dano; b) da ação administrativa; c) e desde que haja nexo causal entre o dano e a ação administrativa.
 A consideração no sentido da licitude da ação administrativa é irrelevante, pois o que interessa, é isto: sofrendo o particular um prejuízo, em razão da atuação estatal, regular ou irregular, no interesse da coletividade, é devida a indenização, que se assenta no princípio da igualdade dos ônus e encargos sociais." (RE 113.587, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 03/03/92)
STF, RE 109.615 (1996)
"A teoria do risco administrativo (...), confere fundamento doutrinário à responsabilidade civil objetiva do Poder Público pelos danos a que os agentes públicos houverem dado causa, por ação ou por omissão. Essa concepção teórica (...) faz emergir, da mera ocorrência de ato lesivo causado à vítima pelo Estado, o dever de indenizá-la pelo dano pessoal e/ou patrimonial sofrido, independentemente de caracterização de culpa dos agentes estatais ou de demonstração de falta do serviço público.
STF, RE 109.615 (1996)
Os elementos que compõem a estrutura e delineiam o perfil da responsabilidade civil objetiva do Poder Público compreendem (a) a alteridade do dano, (b) a causalidade material entre o eventus damni e o comportamento positivo (ação) ou negativo (omissão) do agente público, (c) a oficialidade da atividade causal e lesiva, imputável a agente do Poder Público, que tenha, nessa condição funcional, incidido em conduta comissiva ou omissiva, independentemente da licitude, ou não, do comportamento funcional (RTJ 140/636) e (d) a ausência de causa excludente da responsabilidade estatal" (RE 109.615, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 02/08/96)
1)DANO
-para que haja caracterização do dano, ele deve ser:
a)DANO JURÍDICO - deve ser em face de um direito da vítima. (protegido pelo ordenamento jurídico)
Deve haver uma lesão a um direito para se pensar em responsabilidade do Estado.
b)DANO CERTO - dano determinado ou pelo menos determinável.
(nele se engloba o que se perdeu (dano emergente) e o que se deixou de ganhar (lucros cessantes).
(dano eventual e dano impossível não são indenizáveis.
DANO EMERGENTE ( indenizável			DANO EVENTUAL ( não indenizável
LUCROS CESSANTES ( indenizável			DANO IMPOSSÍVEL ( não indenizável(no caso de atos lícitos, o dano deve ser:
(especial – atingir especificamente a vítima, e não a toda a sociedade. (dano especial como antônimo de dano genérico.
(o dano deve ser individualizado, deve ser particularizado.
(onera a situação particular de um ou alguns indivíduos.
(anormal – acima dos riscos aceitáveis.
	(dano que foge do que é corriqueiro.
Ou seja: sendo a conduta lícita, o dano deve ser jurídico, certo, especial, e anormal.
[art. 37, § 6º, “(...)causarem a terceiros”]
(discussão quanto à interpretação do vocábulo; um servidor público pode ser considerado como terceiro frente ao Estado ou a expressão limitaria o dever de indenização aos casos de danos aos particulares?
(STF – Estado responde pelos danos causados por seus agentes, qualquer que seja a vítima, servidor público ou não.
STF, AI 473.381 (2005)
Constitucional. Administrativo. Acidente de trânsito. Agente e vítima: servidores públicos. Responsabilidade objetiva do estado: CF, art. 37, § 6º.
O entendimento do Supremo Tribunal Federal é no sentido de que descabe ao intérprete fazer distinções quanto ao vocábulo ‘terceiro’ contido no § 6º do art. 37 da Constituição Federal, devendo o Estado responder pelos danos causados por seus agentes qualquer que seja a vítima, servidor público ou não." (AI 473.381-AgR, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 28/10/05)
(dano moral por presídio superlotado: STJ não conheceu do REsp em que presidiário alegava ter sofrido danos morais devido à superlotação de presos em estabelecimento penal (a capacidade era de 130 detentos, mas conviviam 370 presos). No caso, o Tribunal, na análise fático-probatória, afastou a responsabilidade objetiva estadual com fulcro na Constituição Federal (art. 37, § 6º), afirmando, também, não ter o demandante comprovado efetivamente os danos morais sofridos.
Informativo n. 414 – STJ DANOS MORAIS. SUPERLOTAÇÃO CARCERÁRIA. 
A Turma não conheceu do REsp em que presidiário alegava ter sofrido danos morais devido à superlotação de presos em estabelecimento penal: a capacidade era de 130 detentos, mas conviviam 370 presos. No caso, o Tribunal, na análise fático-probatória, afastou a responsabilidade objetiva estadual com fulcro na Constituição Federal (art. 37, § 6º), afirmando, também, não ter o demandante comprovado efetivamente os danos morais sofridos. Dessa forma, não é possível analisar a responsabilidade do Estado à luz da legislação ordinária (art. 186 do CC/2002), ou seja, o nexo causal entre a suposta omissão estadual e os danos morais suportados. REsp 1.114.260-MS, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 3/11/2009.
-ainda, que, a despeito das condições precárias do sistema prisional nacional, em nada contribuiria para sua melhoria indenizar cada detento que sentir desconforto na prisão, pois a verba orçamentária despendida seria despida de finalidade do interesse público. Por outro lado, ao permitir tal entendimento, estar-se-ia admitindo o Estado como segurador universal, ou seja, sempre que algum serviço público essencial fosse falho, caberia indenização, em vez de buscar soluções de melhoria do sistema como um todo. Também haveria um choque de entendimento se, de um lado, o Estado fosse obrigado a pagar ao delinquente quantia mensal pelo fato de suas condições de carceragem não serem as melhores e, por outro, o Estado não pagar ao cidadão que, sem ter praticado qualquer delito, é privado de um ente querido pelo fato de ele ter sido executado por um fugitivo ou ter sua integridade física e moral violada por um ex-detento.
DANO MORAL. PRESIDIÁRIO. 
O estado-membro foi condenado a indenizar presidiário por danos morais, devido às condições do estabelecimento prisional (insalubridade e superlotação). Ressalta o Min. Relator que, no caso dos autos, não se está a averiguar se o dano moral é devido; se assim fosse, incidiria a Súm. n. 7-STJ. Explica que as teses que prevaleceram naquela decisão são equivocadas: deve haver indenização com função pedagógica para melhoria do sistema carcerário e há necessidade de apaziguar o sofrimento do recorrido de modo pecuniário. A questão não é de incidir a cláusula da reserva do possível, nem de assegurar o mínimo existencial, mas de ser urgente aprimorar as condições do sistema prisional, o que deverá ser feito com melhor planejamento e estruturação física e não mediante o pagamento pecuniário aos apenados. Assevera, ainda, que, a despeito das condições precárias do sistema prisional nacional, em nada contribuiria para sua melhoria indenizar cada detento que sentir desconforto na prisão, pois a verba orçamentária despendida seria despida de finalidade do interesse público. Por outro lado, ao permitir tal entendimento, estar-se-ia admitindo o Estado como segurador universal, ou seja, sempre que algum serviço público essencial fosse falho, caberia indenização, em vez de buscar soluções de melhoria do sistema como um todo. Também haveria um choque de entendimento se, de um lado, o Estado fosse obrigado a pagar ao delinquente quantia mensal pelo fato de suas condições de carceragem não serem as melhores e, por outro, o Estado não pagar ao cidadão que, sem ter praticado qualquer delito, é privado de um ente querido pelo fato de ele ter sido executado por um fugitivo ou ter sua integridade física e moral violada por um ex-detento. Em todas essas situações, também há falha do serviço estatal. Diante do exposto, a Turma deu provimento ao recurso do estado-membro e, quanto aos honorários da defensoria pública, aplicou a Súm. n. 421 do STJ. REsp 962.934-MS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 13/4/2010.
STF - RE 580252 (reconhecida repercussão geral, em julgamento) – Nesse recurso, será discutido se o preso que sofre com a superlotação tem direito à indenização, por ofensa à sua dignidade. Vale lembrar que o entendimento que vem prevalecendo na jurisprudência é de que o preso não tem direito à indenização.
( DANO MORAL. Prisão cautelar. Resp. Objetiva:
PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO ESTADO. DANO MORAL. GARANTIA DE RESPEITO À IMAGEM E À HONRA DO CIDADÃO. INDENIZAÇÃO CABÍVEL. PRISÃO CAUTELAR. ABSOLVIÇÃO. ILEGAL CERCEAMENTO DA LIBERDADE. PRAZO EXCESSIVO. AFRONTA AO PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA PLASMADO NA CARTA CONSTITUCIONAL.
MANIFESTA CAUSALIDADE ENTRE O "FAUTE DU SERVICE" E O SOFRIMENTO E HUMILHAÇÃO SOFRIDOS PELO RÉU.
1. A Prisão Preventiva, mercê de sua legalidade, dês que preenchidos os requisitos legais, revela aspectos da Tutela Antecipatória no campo penal, por isso que, na sua gênese deve conjurar a idéia de arbitrariedade.
2. O cerceamento oficial da liberdade fora dos parâmetros legais, posto o recorrente ter ficado custodiado 741 (setecentos e quarenta e um) dias, lapso temporal amazonicamente superior àquele estabelecido em Lei - 81 (oitenta e um) dias - revela a ilegalidade da prisão.
3. A coerção pessoal que não enseja o dano moral pelo sofrimento causado ao cidadão é aquela que lastreia-se nos parâmetros legais (Precedente: REsp 815004, DJ 16.10.2006 - Primeira Turma).
4. A contrario senso, empreendida a prisão cautelar com excesso expressivo de prazo, ultrapassando o lapso legal em quase um décuplo, restando, após, impronunciado o réu, em manifestação de inexistência de autoria, revela-se inequívoco o direito à percepção do dano moral.
2)CONDUTA-conduta atribuível do agente público.
(agente público: todo aquele que exerce uma função estatal (entendido em sentido amplo)
STJ, REsp 648.818 (2005)
RESPONSABILIDADE CIVIL. ESTADO. DEPOSITÁRIO JUDICIAL. PARTICULAR.
O recorrido foi indevidamente despejado de seu imóvel, e seus bens, uma criação de minhocas e certa quantidade de húmus, foram entregues a um depositário particular nomeado pelo juízo do despejo. 
Sucede que, quando conseguiu retomá-los, aqueles bens já se encontravam deteriorados por falta de cuidados.
Buscou, então, a indenização daqueles danos por parte do Estado. 
Diante disso, a Turma, ao prosseguir o julgamento, entendeu, por maioria, que, quantoà responsabilidade, não há distinções entre o depositário particular e o judicial, pois ambos exercem munus público de manter o bem guardado frente ao êxito do processo em curso, cuidando-se, pois, de agente do Estado quanto a tal mister. 
O Min. Luiz Fux, em seu voto-vista, aduziu que, nomeado depositário judicial o particular, esse passa à qualidade de agente público em acepção ampla, mesmo que, transitoriamente ou em caráter episódico, exerça função pública. Trata-se de “particular em colaboração com a Administração”, como defende a doutrina” (REsp 648.818-RJ, Rel. Min. Francisco Falcão, 28/6/2005, I.253). 
(responsabilidade civil do estado por atos praticados por notários dos cartórios-considera-se que os notários dos cartórios prestam serviços públicos, havendo responsabilidade civil objetiva por seus atos.
RE 201.595
Em se tratando de atividade cartorária exercida à luz do artigo 236 da Constituição Federal, a responsabilidade objetiva é do notário, no que assume posição semelhante à das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos - § 6º do artigo 37 também da Carta da República.” (RE 201595 / SP - Relator: Min. MARCO AURÉLIO, Segunda Turma, DJ 20-04-2001 PP-00138)
-a responsabilidade do Estado pelos danos causados pelos notários é subsidiária.
Informativo n. 421 – STJ
DANOS MATERIAIS. TITULAR. CARTÓRIO. 
É subsidiária a responsabilidade do Estado membro pelos danos materiais causados por titular de serventia extrajudicial, ou seja, aquele ente somente responde de forma subsidiária ao delegatário. Por outro lado, a responsabilidade dos notários equipara-se às das pessoas jurídicas de Direito Privado prestadoras de serviços públicos, pois os serviços notariais e de registros públicos são exercidos por delegação da atividade estatal (art. 236, § 1º, da CF/1988), assim seu desenvolvimento deve dar-se por conta e risco do delegatário (Lei n. 8.987/1995). Também o art. 22 da Lei n. 8.935/1994, ao estabelecer a responsabilidade dos notários e oficiais de registro pelos danos causados a terceiros, não permite uma interpretação de que há responsabilidade solidária pura do ente estatal. Com esse entendimento, a Turma, ao prosseguir o julgamento, deu provimento ao recurso do Estado membro condenado a pagar R$ 115.072,36 por danos materiais imputados ao titular de cartório. Precedente citado do STF: RE 201.595-SP, DJ 20/4/2001. REsp 1.087.862-AM, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 2/2/2010.
[art. 37, § 6º, CF - “(...) nessa qualidade (...)”]: vinculação da conduta com a qualidade de agente público.
-o preceito inscrito no art. 37, § 6º, da CF, não exige que o agente público tenha agido no exercício de suas funções, mas na qualidade de agente público.
(ex.: policial fora de serviço agindo na qualidade de agente público.
STF, RE 160.401 (1999)
"Agressão praticada por soldado, com a utilização de arma da corporação militar: incidência da responsabilidade objetiva do Estado, mesmo porque, não obstante fora do serviço, foi na condição de policial-militar que o soldado foi corrigir as pessoas. O que deve ficar assentado é que o preceito inscrito no art. 37, § 6º, da CF, não exige que o agente público tenha agido no exercício de suas funções, mas na qualidade de agente público." (RE 160.401, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 04/06/99).
STF, RE 294.440
"Responsabilidade objetiva do estado. Acidente de trânsito envolvendo veículo oficial. Responsabilidade pública que se caracteriza, na forma do § 6.º do art. 37 da Constituição Federal, ante danos que agentes do ente estatal, nessa qualidade, causarem a terceiros, não sendo exigível que o servidor tenha agido no exercício de suas funções. Precedente." (RE 294.440-AgR, Rel. Min. Ilmar Galvão, DJ 02/08/02)
(responsabilidade civil por dano causado por arma de fogo da coorporação por policia de folga-Há controvérsia sobre incidência da responsabilidade civil do Estado no caso de dano causado por arma de fogo da corporação por policial de folga:
(pela ausência da responsabilidade civil: ([RE 363423 / SP - Relator: Min. CARLOS BRITTO, Primeira Turma, DJe-047 DIVULG 13-03-2008]
(pela responsabilidade civil do Estado:([RE - 291035 MINISTRO CELSO DE MELLO - INFORMATIVO Nº 421]
(CONDUTA COMISSIVA(: RESPONSABILIDADE OBJETIVA.
	
(CONDUTA ILÍCITA 
– indenização em decorrência do PRINCÍPIO DA LEGALIDADE.
(o Estado praticou uma conduta contrária à lei e em decorrência do princípio da legalidade deve indenizar o particular.
(exemplo: decisão ilegal determinando apreensão de determinados produtos; espancamento de prisioneiro.
	
(CONDUTA LÍCITA 
– indenização em deconrrência do PRINCÍPIO DA ISONOMIA.
(o Estado praticou uma conduta de acordo com a lei buscando atender interesse público, porém não seria justo que apenas parte da sociedade (os particulares que sofreram o dano) custeasse o ônus, por isso ser necessária a indenização.
(exemplo: nivelamente de uma via fazendo com que determinados imóveis fiquem acima ou abaixo do nível da rua, provocando desvalorização dos imóveis.
(CABM – na responsabilidade objetiva, saber se o Estado agiu com culpa ou dolo é irrelevante, fato é que agindo licitamente (em decorrência do princípio da isonomia) ou ilicitamente (em decorrência do princípio da legalidade) deverá proceder a indenização. 
(CABM, MSZP e parte da jurisprudência: o art. 37, §6.º, da CF só cuida de danos causados por condutas comissivas dos agentes públicos; somente nesses casos é que a responsabilidade seria objetiva.
( entendem que é o Estado é que deve provar que utilizou os meios adequados disponíveis de forma razoável para elidir esta culpa.
(CONDUTA OMISSIVA(: (divergência doutrinária).
	
i)RESPONSABILIDADE OBJETIVA
[HLM]
(mesmo no caso da omissão responsabilidade seria objetiva.
O art. 37, §6º, quando traz a responsabilidade objetiva, não faz distinção entre ação e omissão. O intérprete não tem que fazer também distinção. A responsabilidade é objetiva sempre, ação ou omissão. Se não fez distinção a norma, a primeira interpretação é essa, sempre objetiva.
	
ii)RESPONSABILIDADE SUBJETIVA
[CABM]
(na conduta omissiva a responsabilidade é subjetiva sob pena de caracterização do Estado como segurador universal. 
(se o Estado não agiu, não pode, logicamente, ser ele o autor do dano. Se não foi o autor do dano, só cabe responsabilizá-lo caso esteja obrigado a impedir o dano. Só faz sentido responsabilizá-lo se descumpriu dever legal que lhe impunha obstar ao evento lesivo (CABM), ou seja, se o serviço não funcionou (quando tinha que funcionar), funcionou mal ou funcionou atrasado.
(admitir a responsabilidade objetiva em dano causado por omissão estatal que não houvesse imposição legal para impedir representaria colocar o Estado como segurador universal. 
( a obrigação estatal decorre da obrigação imposta de evitar o dano, DEVERÁ SER SEMPRE DECORRENTE DE UM ATO ILÍCITO, deve estar configurada a culpa ou dolo.
(a normalidade da eficiência estatal corresponde a um conceito aberto que sofrerá influência do meio social, do estágio de desenvolvimento tecnológico, cultural, econômico etc. É necessário que seja analisado o nível de expectativa comum da sociedade (e não o nível de aspirações) bem como o nível de expectativa do próprio Estado.
( CABM – a omissão estatal não causou o dano, mas foi condição para ele.
-CAUSA – fator que positivamente gera um resultado.
-CONDIÇÃO – evento que não ocorreu, mas que, se houvera ocorrido, teria impedido o resultado.
	
iii)necessidade de diferenciar omissão genérica 
de omissão específica.
[Sérgio Cavalieri filho]
-omissão específica:
Responsabilidade objetiva
- É aquela omissão que se refere a um dever específico de agir do Estado. Quando o Estado assume um dever específico numa relação jurídica específica e não age, a omissão dele naquela relação especial, é uma omissão especial, é uma omissão específica.Ex.: presidiário dentro do presídio – o Estado, ao trazer aqueles presidiários para a sua custódia, ele assumiu em relação àqueles presidiários deveres específicos de cuidado, de zelar pela integridade física, de alimentá-los, etc.
-proteção dos servidores – exemplo da professora agredida
-omissão genérica:
Responsabilidade subjetiva
-Para a omissão genérica, como no caso de segurança pública lato sensu, o Cavalieri defende o princípio da responsabilidade subjetiva.
(responsabilidade civil no caso de detento assassinado por outro preso - STF – reconhecimento da responsabilidade civil do Estado. 
(jurisprudência entendendo pela RESPONSABILIDADE subJETIVA(fundamento: responsabilidade subjetiva do estado. [falta do serviço – culpa genérica do serviço público que deve zelar pela integridade física do preso]
RE 372.472
I. - Tratando-se de ato omissivo do poder público, a responsabilidade civil por esse ato é subjetiva, pelo que exige dolo ou culpa, em sentido estrito, esta numa de suas três vertentes -- a negligência, a imperícia ou a imprudência --, não sendo, entretanto, necessário individualizá-la, dado que pode ser atribuída ao serviço público, de forma genérica, a falta do serviço.
II. - A falta do serviço -- faute du service dos franceses -- não dispensa o requisito da causalidade, vale dizer, do nexo de causalidade entre a ação omissiva atribuída ao poder público e o dano causado a terceiro.
III. - Detento assassinado por outro preso: responsabilidade civil do Estado: ocorrência da falta do serviço, com a culpa genérica do serviço público, dado que o Estado deve zelar pela integridade física do preso. 
IV. R.E. conhecido e não provido.
AI-AgR 512698/2005 
CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. MATÉRIA FÁTICA. 
I - A análise da questão em apreço demanda o reexame de matéria de fato, o que, por si só, seria suficiente para impedir o processamento do recurso extraordinário (Súmula 279-STF). 
II. - Morte de detento ocasionada por outro detento: responsabilidade civil do Estado: ocorrência da falta do serviço, com a culpa genérica do serviço público, por isso que o Estado deve zelar pela integridade física do preso.
III. - Agravo não provido. 
(jurisprudência entendendo pela RESPONSABILIDADE OBJETIVA.
RE 272.839 - DJ 08/04/05
Morte de detento por colegas de carceragem. Indenização por danos morais e materiais. Detento sob a custódia do Estado. Responsabilidade objetiva. Teoria do Risco Administrativo. Configuração do nexo de causalidade em função do dever constitucional de guarda (art. 5º, XLIX). Responsabilidade de reparar o dano que prevalece ainda que demonstrada a ausência de culpa dos agentes públicos." (RE 272.839, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJ 08/04/05).
No mesmo sentido: AI 512.698-AgR, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 24/02/06.
(professora da rede pública agredida por aluno: nesse caso há a caracterização de omissão do estado em proteger seu servidor. Na hipótese concreta veiculada no informativo do STJ, a professora havia informado à escola das ameaças do aluno que, diante da omissão do Estado, vieram a se efetivar. 
Segundo essa decisão caracterizaria responsabilidade subjetiva, marcada pela culpa do Estado que, ainda depois de ter conhecimento das ameaças, nada fez para proteger o servidor. Houve culpa do Estado, porque soube das agressões, poderia atuar e não atuou, e portanto ele foi negligente. [adoção da corrente defendida por CABM – se tivesse sido adotada a posição de Cavalieri, a responsabilidade seria objetiva]
Informativo 450 - Segunda Turma
RESPONSABILIDADE. ESTADO. AGRESSÃO. PROFESSORA.
Trata-se, no caso, de agressão física perpetrada por aluno contra uma professora dentro de escola pública. Apesar de a direção da escola estar ciente das ameaças sofridas pela professora antes das agressões, não tomou qualquer providência para resguardar a segurança da docente ameaçada e afastar, imediatamente, o estudante da escola. O tribunal a quo, soberano na análise dos fatos, concluiu pela responsabilidade civil por omissão do Estado. Não obstante o dano ter sido causado por terceiro, existiam meios razoáveis e suficientes para impedi-lo e não foram utilizados pelo Estado. Assim, demonstrado o nexo causal entre a inação do Poder Público e o dano configurado, tem o Estado a obrigação de repará-lo. Logo, a Turma conheceu parcialmente do recurso e, nessa parte, negou-lhe provimento. Precedentes citados: REsp 967.446-PE, DJe 27/8/2009; REsp 471.606-SP, DJ 14/8/2007, e REsp 152.360-RS, DJ 30/5/2005. REsp 1.142.245-DF, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 5/10/2010.
(dano sofrido por aluno causado por outro aluno: O STF, analisando um caso do Rio de Janeiro que envolvia a Procuradoria do Município do Rio de Janeiro. Foi o caso que envolvia um aluno de escola pública municipal, que foi beber água no bebedouro e veio um amiguinho por trás e bateu na cabeça do menor. O olho foi no bebedouro, e perdeu o globo ocular, simplesmente isso. Uma “brincadeira” entre duas crianças causou esse dano absurdo. E aí, a criança, representada por seus pais, propôs ação em face do Município e o STF condenou. E aí o STF falou em responsabilidade objetiva.
[caso relatado no material de “maratona de jurisprudência”]
-obs.: o NCC traz essa hipótese como responsabilidade objetiva, não em relação da conduta ser omissiva ou comissiva, mas em decorrência do art. 932, IV, NCC NCC
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos;
Com a CF/88 a ideia de que a responsabilidade era objetiva independe da conduta, se omissa ou comissiva.
Atualmente a jurisprudência mudou entendimento (de 5 anos em diante):
-conduta omissiva: responsabilidade subjetiva.
-conduta comissiva: responsabilidade objetiva (tanto para conduta lícita como ilícita).
Não há orientação pacífica na doutrina. Não há um entendimento predominante.
Na omissão, a ilicitude está prevista no descumprimento de um dever legal.
Ex: o Estado tem o dever de prestar segurança, descumprindo esse dever legal, o Estado responderá se o serviço não foi prestado dentro de um padrão normal.
Só existirá a responsabilização do Estado se ele tem como evitar o dano.
O padrão normal está submetido ao princípio da reserva do possível (o serviço deve ser prestado dentro do que é possível o Estado prestar). Não se pode deixar de prestar o mínimo existencial, esse deve ser garantido pelo Estado.
Atividade de risco:
O Estado assume um risco maior que o necessário. Trata-se de uma ação. Assim, aplica-se a teoria objetiva.
Preso que foge do presídio e causa dano: o Estado responde objetivamente (se o dano é próximo à região do presidio). Se a área é fora do risco o Estado responde subjetivamente.
Obs: se um preso mata outro preso dentro do presídio, há omissão, mas a jurisprudência entende que considerando a superlotação carcerária, o Estado está assumindo o risco. Assim, a teoria é objetiva. 
3)NEXO CAUSAL
(RESPONSABILIDADE SUBJETIVA POR FALTA DO SERVIÇO - a responsabilidade por falta de serviço é uma responsabilidade subjetiva, porém o elemento subjetivo da caracterização da responsabilidade é presumido. Para que a caracterização da responsabilidade civil do Estado por falta do serviço ocorra não é necessário que o particular demonstre o elemento subjetivo (dolo ou culpa). Caberá ao Estado, caso queira descaracterizar a responsabilidade, demonstrar a inexistência de dolo ou culpa.
	-justificativa da presunção de culpa: reconhecimento da dificuldade do particular em realizar a prova.
	-falta do serviço:
 		-serviço não funcionou;
		-serviço funcionou tardiamente;
		-serviço funcionou ineficazmente.
STF RE 592.581 – (reconhecida repercussão geral, em julgamento) 
Poderia o Poder Judiciário instituir obrigação de fazerpara o Estado, para investir em presídio, obrigação essa que gera impacto orçamentário? Nessa repercussão o STF vai discutir esse tema. O P. da reserva do possível afastaria tal obrigação?
P. da Reserva do Possível (reconhecido pelo STF na ADPF 45) o E não pode ser responsabilizado por aquilo que não está a seu alcance, que não é possível fazer. Agora, esse p. deve ser ponderado com aquilo que é razoável, sem comprometer o mínimo existencial. Além disso, esse p. não exime o E de melhorar o seu orçamento.
(RESPONSABILIDADE OBJETIVA X RESPONSABILIDADE SUBJETIVA POR FALTA DE SERVIÇO
-responsabilidade objetiva ( análise do elemento subjetivo (dolo ou culpa) é irrelevante.
-responsabilidade subjetiva por falta do serviço ( elemento subjetivo é relevante, mas é presumido.
	(o Estado pode se eximir da responsabilidade provando ter não existido dolo ou culpa.
Atenção: no caso do CTB:
1. O art. 1, § 3 dispõe ser responsabilidade objetiva:
§ 3º Os órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito respondem, no âmbito das respectivas competências, objetivamente, por danos causados aos cidadãos em virtude de ação, omissão ou erro na execução e manutenção de programas, projetos e serviços que garantam o exercício do direito do trânsito seguro.
2. A Jurisprudência do STJ tem se consolidado no sentido de atribuir responsabilidade subjetiva no caso de falta de fiscalização da Administração e acidentes de trânsito envolvendo animais na pista. Nesse sentido:
"PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. VIOLAÇÃO DO ART 535 DO CPC. DEFICIÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. SÚMULA N. 284/STF. ANÁLISE DE DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS. COMPETÊNCIA DO STF. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. DANOS MORAIS E MATERIAIS. ACIDENTE DE TRÂNSITO. ANIMAL NA PISTA. AUSÊNCIA DE FISCALIZAÇÃO E SINALIZAÇÃO. OMISSÃO DO ESTADO. RESPONSABILIDADE SUBJETIVA. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. SÚMULA N. 7/STJ. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO.
3. Na hipótese de acidente de trânsito entre veículo automotor e eqüino queadentrou na pista, há responsabilidade subjetiva do Estado por omissão, tendo em vista sua negligência em fiscalizar e sinalizar parte de rodovia federal em que, de acordo com o acórdão recorrido, há tráfico intenso de animais.
4. A constatação de ocorrência de culpa da vítima por excesso de velocidade ou de mera fatalidade do destino reclamaria necessariamente o reexame do material fático-probatório, o que é vedado pela Súmula n. 7/STJ.
5. A jurisprudência do STJ firmou-se no sentido de que a revisão do arbitramento da reparação de danos morais e materiais somente é admissível nas hipóteses de determinação de montante exorbitante ou irrisório.
(...)
8. Recurso especial não-conhecido."
(REsp 438.831/RS, 2ª Turma, Rel. Min. João Otávio de Noronha, DJU de 2.8.2006)
3. Em havendo concessão de serviço público, a concessionária sim responde de forma objetiva, pois aplicável ao caso o Código de Defesa do Consumidor em razão da existência de pedágios.
É cediço que, segundo a jurisprudência deste Superior Tribunal, as concessionárias de serviços rodoviários, nas suas relações com os usuários da estrada, estão subordinadas ao CDC. Dessa forma, a presença de animal na pista coloca em risco a segurança dos usuários da rodovia, devendo a concessionária responder, de forma objetiva, pela morte de motociclista que se chocou com animal na rodovia. Com esse entendimento, a Turma não conheceu do recurso da concessionária, no qual se defendia a denunciação à lide do DNER para reparação dos danos, afirmando ser da autarquia a responsabilidade de patrulhar a rodovia para apreensão de animais soltos, e confirmou o acórdão recorrido que decidiu descaber a denunciação à lide. Precedentes citados: REsp 647.710-RJ, DJ 30/6/2006; AgRg no Ag 522.022-RJ, DJ 5/4/2004, e REsp 467.883-RJ, DJ 1º/9/2003. REsp 573.260-RS, Rel. Min. Aldir Passarinho Junior, julgado em 27/10/2009.
Há determinados casos em que a ação danosa, propriamente dita, não é efetuada por agente do Estado, contudo é o Estado quem produz a situação do qual o dano depende. Vale dizer: são hipóteses nas quais é o Poder Público quem constitui, por ato comissivo seu, os fatores que propiciarão decisivamente a emergência de dano. Tais casos, a nosso ver, assimilam-se aos de danos produzidos pela própria ação do Estado e por isso ensejam, tanto quanto estes, a aplicação do princípio da responsabilidade objetiva. (...) O caso mais comum, embora não único, é o que deriva da guarda, pelo Estado de pessoas ou coisas perigosas, em face do quê o Poder Público expõe terceiros a risco. Servem de exemplo o assassinato de um presidiário por outro presidiário; os danos nas vizinhanças oriundos de explosão em depósito militar em decorrência de um raio (...)
Com efeito, em todos estes casos, o dano liga-se embora mediatamente, a um comportamento positivo do Estado. Sua atuação é o termo inicial de um desdobramento que desemboca no evento lesivo, incindivelmente ligado aos antecedentes criados pelo Estado. (C.A)
 A fuga de internos em manicômio ou presídio que se homiziem nas vizinhanças e realizem violências sobre os bens ou pessoas sediados nas imediações ou que nelas estejam acarretará responsabilidade OBJETIVA do Estado. (C.A)
 Cumpre, apenas, esclarecer que a responsabilidade em tais casos evidentemente está correlacionada com o RISCO suscitado. Donde, se a lesão sofrida não guardar qualquer vínculo com este pressuposto, não haverá falar em responsabilidade objetiva.
Então, se os evadidos de uma prisão vierem a causar danos locais afastados do prédio onde se sedia a fonte de risco, é óbvio que a lesão sofrida por terceiros não estará correlacionada com a situação perigosa criada por obra do Poder Público. Nessa hipótese, só caberá responsabilizar o Estado se o serviço de guarda dos delinqüentes não houver funcionado ou houver funcionado mal, pois será caso de responsabilidade por comportamento omissivo, e não pela geração de risco oriundo de guarda de pessoas perigosas. (C.A)
Excludentes de responsabilidade
	1.Culpa da vítima:
	2.Culpa de terceiro:
	3. Força maior:
	4. Caso fortuito:
1.Culpa da vítima:
-culpa exclusiva: exclusão da responsabilidade do Estado
-culpa for concorrente: redução da responsabilidade do Estado.
(a participação da conduta da vítima para o resultado é considerada para diminuir a responsabilidade do Poder Público.
STF, RE 120.924 (1993)
Responsabilidade objetiva do Estado. Ocorrencia de culpa exclusiva da vítima. 
- Esta Corte tem admitido que a responsabilidade objetiva da pessoa jurídica de direito público seja reduzida ou excluida conforme haja culpa concorrente do particular ou tenha sido este o exclusivo culpado (Ag. 113.722-3-AgRg e RE 113.587)” (RE 120924, Rel. Moreira Alves, 25.05.1993)
(existência de passarela próxima ao local do acidente e a caracterização de culpa concorrente: STJ entendeu pela caracterização de culpa concorrente no caso em que vítima foi atropelada por trem em local próximo onde havia passarela não utilizada.
2.Culpa de terceiro: o ato de terceiros também pode quebrar o nexo de causalidade excluindo a responsabilidade civil do Estado.
3. Força maior: acontecimento exterior, evento natural irresistível e estranho à vontade das partes.
(é excludente da responsabilidade.
4. Caso fortuito: evento imprevisível, decorrente de causa desconhecida, de evento interno, de falha na Administração.
(doutrina: parte da mais expressiva da doutrina não aceita o caso fortuito como excludente de responsabilidade.
(jurisprudência: não discriminam entre caso fortuito e força maior.
STF, RE 109.615
"Em face dessa fundamentação, não há que se pretender que, por haver o acórdão recorrido se referido à teoria do risco integral, tenha ofendido o disposto no artigo 37, § 6º, da Constituição que, pela doutrina dominante, acolheu a teoria do risco administrativo, que afasta a responsabilidade objetiva doEstado quando não há nexo de causalidade entre a ação ou a omissão deste e o dano, em virtude da culpa exclusiva da vítima ou da ocorrência de caso fortuito ou de força maior." (RE 238.453, voto do Min. Moreira Alves, DJ 19/12/02). No mesmo sentido: (RE 109.615, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 02/08/96)
	(STJ: não diferencia caso fortuito de força maior.
Noticiais: STJ analisa caso a caso o que é fortuito ou força maior
“(...) caso fortuito ou de força maior existe quando uma determinada ação gera consequências, efeitos imprevisíveis, impossíveis de evitar ou impedir: 
Caso fortuito + Força maior = Fato/Ocorrência imprevisível ou difícil de prever que gera um ou mais efeitos/consequências inevitáveis. 
Portanto pedidos de indenização devido a acidentes ou fatalidades causadas por fenômenos da natureza podem ser enquadrados na tese de caso fortuito ou de força maior”.
http://www.stj.gov.br/portal_stj/publicacao/engine.wsp?tmp.area=398&tmp.texto=90560
(Tanto na força maior como no ato de terceiro se ficar comprovado que o Estado poderia ter evitado os danos pode haver responsabilidade, mas o entendimento majoritário é que será por culpa do serviço.
***atenção***: a matéria sobre responsabilidade civil não é técnica, as decisões geralmente se posicionam frente às peculiaridades do caso concreto.
(RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO EM DECORRENCIA DA FUNÇÃO LEGISLATIVA(
regra: não há responsabilidade. (em geral a lei é abstrata e genérica. 
(são comandos abstratos, não seria um dano especial (específico/individualizado)
exceções:
1)lei de efeitos concretos (constitucionais ou inconstitucionais) - lei de efeitos concretos – lei que não se apresente de maneira abstrata, genérica e impessoal e atinja pessoas determinadas.
2)lei declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal - publicação de uma lei que não atende às regras constitucionais poderá gerar dever de indenização. Há na doutrina quem entenda que mesmo o reconhecimento incidental poderia gerar essa indenização.
-precedente do STF – [RE 153.464]
RE 172.582
Aposentadoria especial. Lei autorizando convênio com o Instituto de Previdência de São Paulo - IPESP. Revogação posterior e denúncia do convênio. Ausência de ato ilícito a sustentar o direito de indenização. 
I - Não há falar em ato ilícito quando a Câmara dos Vereadores, mediante processo legislativo regular, revoga lei anterior que autorizou convênio previdenciário e, em conseqüência, promove a respectiva denúncia. 
II - Recurso extraordinário a que se nega provimento.” 
(RE 172.582, DJE de 16-5-08) 
obs.: modulação dos efeitos na declaração de inconstitucionalidade – uma das razões para a utilização desse instrumento seria evitar a caracterização de responsabilidade.
3)omissão legislativa - discute-se se o Estado poderia ser responsabilizado por não ter editado a lei.
(ex.: [art. 37, X, CF] – remuneração dos servidores público – “assegurada a revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índice”. [inclusão pela EC 19].
-a União não promoveu essa revisão em 1.999 e 2.000. Foram propostas ADIs por omissão para que o STF reconhecesse a omissão e que estabelecesse o índice.
-STF reconheceu a omissão, mas não foi determinado o índice, sob pena de atuação do STF como legislador positivo.
-no voto de um dos ministros é feita referência à possibilidade de ação de indenização por aquilo que foi deixado de pagar.
-posicionamento dos tribunais sobre essas ações de indenização.
	(TRF4 – reconhece esse direito
	(demais TRFs – não reconhece esse direito.
	(STF – [RE 424.584] – julgamento em aberto [1 x 1]
JSCF - a regra geral, no caso de atos legislativos, deve sempre ser a de não ser atribuída responsabilidade civil ao Estado, sobretudo porque a edição de leis, por si só, não tem normalmente o condão de acarretar danos indenizáveis aos membros da coletividade. (J.S). Contudo, a MODERNA DOUTRINA admite a responsabilidade nos casos de LEIS DE EFEITO CONCRETO, nas hipóteses de OMISSÃO LEGISLATIVA e nos casos de LEIS DECLARADAS INCONSTITUCIONAIS em controle concentrado.
(Responsabilidade por atos do Poder Judiciário( - os atos judiciais não dão origem, em regra, à responsabilização do Poder Público (STF, RE 219.117). Se toda a decisão de um juiz que fosse modificada gerasse causa a indenização o sistema faliria.
(atos judiciários x atos judiciais
	-atos judiciários 
– atuação como Administração Pública.
	-atos judiciais 
– atuação como Poder Judiciário.
-fundamentos: 
	(judiciário exerce parcela de soberania estatal - Os magistrados enquadram-se na espécie agente político, investidos para o exercício de atribuições constitucionais, sendo dotados de plena liberdade funcional no desempenho de suas funções, com prerrogativas próprias e legislação específica
	(há a possibilidade de recurso para reversão da decisão;
	(entendimento em sentido contrário poderia comprometer a atuação independente do magistrado.
-exceções: [hipóteses em que será possível a responsabilização] 
-STF – entende que será possível a responsabilização em decorrência de atos judiciais sempre que houver previsão legal.
a)[art. 5.º, LXXV, CF] – indenização decorrente de erro judiciário.
CF
Art. 5.º
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença.
b)[art. 133, CPC] – indenização no âmbito do Processo civil.
CPC
Art. 133. Responderá por perdas e danos o juiz, quando:
I - no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude;
II - recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar de ofício, ou a requerimento da parte.
c)[art. 630, CPP] – indenização no âmbito do Processo penal.
CPP
Art. 630. O tribunal, se o interessado o requerer, poderá reconhecer o direito a uma justa indenização pelos prejuízos sofridos.
§ 1o Por essa indenização, que será liquidada no juízo cível, responderá a União, se a condenação tiver sido proferida pela justiça do Distrito Federal ou de Território, ou o Estado, se o tiver sido pela respectiva justiça.
§ 2o A indenização não será devida:
a) se o erro ou a injustiça da condenação proceder de ato ou falta imputável ao próprio impetrante, como a confissão ou a ocultação de prova em seu poder;
b) se a acusação houver sido meramente privada.
-posicionamento do STF:
RE 228.977 
A autoridade judiciária não tem responsabilidade civil pelos atos jurisdicionais praticados. Os magistrados enquadram-se na espécie agente político, investidos para o exercício de atribuições constitucionais, sendo dotados de plena liberdade funcional no desempenho de suas funções, com prerrogativas próprias e legislação específica. 
Ação que deveria ter sido ajuizada contra a Fazenda Estadual — responsável eventual pelos alegados danos causados pela autoridade judicial, ao exercer suas atribuições —, a qual, posteriormente, terá assegurado o direito de regresso contra o magistrado responsável, nas hipóteses de dolo ou culpa. Legitimidade passiva reservada ao Estado. Ausência de responsabilidade concorrente em face dos eventuais prejuízos causados a terceiros pela autoridade julgadora no exercício de suas funções, a teor do art. 37, § 6º, da CF/88." (RE 228.977, Rel. Min. Néri da Silveira, DJ 12/04/02)
(caso de revisão criminal decorrente de novas provas
RE 505393 
Erro judiciário. Responsabilidade civil objetiva do Estado. Direito à indenização por danos morais decorrentes de condenação desconstituída em revisão criminal e de prisão preventiva. CF, art. 5º, LXXV. C.Pr.Penal, art. 630.
1. O direito à indenização da vítima de erro judiciário e daquela presa além do tempo devido, previsto no art. 5º, LXXV, da Constituição, já era previsto no art. 630 do C. Pr. Penal, com a exceção do caso de ação penal privada e só uma hipótese de exoneração, quando para a condenação tivesse contribuído o próprio réu.2. A regra constitucional não veio para aditar pressupostos subjetivos à regra geral da responsabilidade fundada no risco administrativo, conforme o art. 37, § 6º, da Lei Fundamental: a partir do entendimento consolidado de que a regra geral é a irresponsabilidade civil do Estado por atos de jurisdição, estabelece que, naqueles casos, a indenização é uma garantia individual e, manifestamente, não a submete à exigência de dolo ou culpa do magistrado.
3. O art. 5º, LXXV, da Constituição: é uma garantia, um mínimo, que nem impede a lei, nem impede eventuais construções doutrinárias que venham a reconhecer a responsabilidade do Estado em hipóteses que não a de erro judiciário stricto sensu, mas de evidente falta objetiva do serviço público da Justiça. (RE 505393 / PE - Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, Primeira Turma, DJ 05-10-2007 PP-00025)
(indenização decorrente de revogação de prisão cautelar - discussão quanto ao cabimento de indenização em decorrência de prisão cautelar: 
	(STF reconhece a indenização;
	(AGU a cognição cautelar é sumária não caberia indenização.
(Fuga de presos - a indenização dependerá da análise do caso concreto. O caso deve ser analisado com certa razoabilidade. Deve ser possível identificar uma causalidade direta entre a fuga e o dano.
RE 172.025
"Latrocínio praticado por preso foragido, meses depois da fuga. Fora dos parâmetros da causalidade não é possível impor ao Poder Público uma responsabilidade ressarcitória sob o argumento de falha no sistema de segurança dos presos.
 Precedente da Primeira turma: RE 130.764, Relator Ministro Moreira Alves." (RE 172.025, Rel. Min. Ilmar galvão, DJ 19/12/96)
Crime praticado por preso foragido – há responsabilidade do Estado?
RE 608880 – reconhecida rep. Geral, em 02/11, sem julgamento de mérito.
Estado responde? Qual a teoria? Resp. objetiva ou subjetiva?
Qual teoria o E usa pra fugir da responsabilidade?
Segundo alguns TJs, a teoria aplicável é a subjetiva, que exige conduta, dano, nexo causal, culpa ou dolo e descumprimento de um dever legal (no caso, há 2 descumprimentos: a não custódia do preso e a falta de zelo pela segurança da sociedade - dever de segurança para toda a sociedade). Estado poderia ter evitado? Na maioria dos casos sim, se tivesse tomado todas as cautelas.
A professora Marinella entende que o caso é de resp. objetiva (caso em que o E assume o risco, a possibilidade de fuga do preso – no caso, o preso é fugitivo contumaz, já tinha fugido 2 vezes no regime semi-aberto). Quando o Estado assume o risco, a teoria aplicável é a objetiva.
Curiosidade: o Estado se defende tentando afastar o nexo de causalidade (tempo decorrido entre a fuga e a prática do crime) e alegando ato de terceiro (foi o preso que cometeu o crime e não o Estado).
(suicídio de preso - Estado deve indenizar.
(denunciação da lide(
CPC
Art. 70. A denunciação da lide é obrigatória:
III - àquele que estiver obrigado, pela lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo do que perder a demanda.
-denunciação da lide: [3 posições]
1)impossibilidade da denunciação [CABM, HLM]
(fundamento: reconhecer a possibilidade da denunciação implicaria misturar, na mesma ação, a responsabilidade objetiva com a responsabilidade subjetiva.
-comprometimento do direito do particular na busca da indenização devida.
2)denunciação é facultativa [MSZP, STJ]
(fundamento: será cabível a denunciação se a ação proposta em face do Estado já individualize o servidor e se baseie na culpa deste. Caso contrário, a denunciação seria impossível, pelos mesmos motivos utilizados pela primeira corrente.
-se o particular, já na inicial, discute dolo/culpa do agente, é possível que o Estado denuncie o agente. [nesse caso não haveria ampliação instrução]
essa parece ter sido a posição adotada pela Lei 8.112/90, segundo a qual, ocorrendo dano causado a terceiros, o servidor deverá responder perante a Fazenda Pública em ação regressiva (art.122, §2º.). Conquanto não seja o dispositivo de extrema clareza, é de supor-se que considerou tal ação como autônoma, diversa, portanto, daquela em que o lesado tenha demandado a Fazenda. (J.S)
3)DENUNCIAÇÃO É OBRIGATÓRIA
(fundamento: literalidade do art. 70, CPC - a denunciação é obrigatória, sob pena de não ser possível, posteriormente, exercer o direito de regresso.
STJ, Resp 313.886 
- “a denunciação da lide ao agente do Estado em ação fundada na responsabilidade prevista no artigo 37, § 6º, da CF/88 não é obrigatória, vez que a primeira relação jurídica funda-se na culpa objetiva e a segunda na culpa subjetiva, fundamento novo não constante da lide originária” (REsp 313.886). 
STJ, REsp 210.607 
-"em relação à exegese do art. 70, III, CPC, melhor se recomenda a corrente que não permite a denunciação nos casos de alegado direito de regresso cujo reconhecimento demandaria análise de fundamento novo não constante da lide originária" (REsp 210.607/RJ) "
(DENUNCIAÇÃO DA LIDE - discussão se poderia o Estado propor a denunciação da lide em relação ao agente público em ação que foi proposta tão somente em favor do ente estatal.
-CABM – impossibilidade da denunciação ( o Estado não pode denunciar o agente, nem este poderá denunciar aquele. As responsabilidades de cada um têm naturezas distintas. A possibilidade de denunciação representaria um retardamento da efetivação do direito da vítima.
-jurisprudência STJ – possibilidade da denunciação seria uma faculdade dada ao Poder Público ( denunciar ou não seria uma decisão facultativa do Estado (possibilita uma economia processual). 
Denunciação da lide- art 70 CPC
Segundo a doutrina brasileira prevalece que a denunciação da lide não é possível nesse caso, porque vai procrastinar o processo, já que traz fato novo.
Segundo a jurisprudência, STJ especialmente, a denunciação da lide é possível, inclusive é aconselhável (economia e celeridade processual).
É o Estado que escolhe fazer ou não a denunciação da lide. É facultativo, pois quando denuncia esta assumindo sua responsabilidade. Não denunciando o Estado pode depois propor ação de regresso.
(Ação de regresso( [art. 37, §6.º, in fine, CF]
CF
Art. 37.
§ 6º. As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
-dupla garantia: [STF consolidou essa posição] o art. 37, § 6º criou uma dupla garantia. O particular só pode processar o Estado, e o agente público somente pode ser processado pelo Estado.
(garantia em favor do particular: possibilidade indenizatória em face da Poder Público, o que torna praticamente certa a possibilidade de pagamento do dano sofrido.
(garantia em favor do servidor público: somente responderá perante a pessoa jurídica a cujo quadro funcional se vincular.
RE 327.904
“O § 6º do artigo 37 da Magna Carta autoriza a proposição de que somente as pessoas jurídicas de direito público, ou as pessoas jurídicas de direito privado que prestem serviços públicos, é que poderão responder, objetivamente, pela reparação de danos a terceiros. 
Isto por ato ou omissão dos respectivos agentes, agindo estes na qualidade de agentes públicos, e não como pessoas comuns.
Esse mesmo dispositivo constitucional consagra, ainda, dupla garantia: uma, em favor do particular, possibilitando-lhe ação indenizatória contra a pessoa jurídica de direito público, ou de direito privado que preste serviço público, dado que bem maior, praticamente certa, a possibilidade de pagamento do dano objetivamente sofrido. Outra garantia, no entanto, em prol do servidor estatal, que somente responde administrativa e civilmente perante a pessoa jurídica a cujo quadro funcional se vincular." (RE 327.904, Rel. Min. Carlos Britto, DJ 08/09/06)
(responsabilidade do servidor( [art. 122 da Lei n. 8.112/90] [art.112, Lei 8.112/90 já traz previsão expressa nesse sentido]
1. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros. 
2. A indenização de prejuízo dolosamente causado ao erário somente será liquidada na forma prevista no art. 46, na falta de outros bens que assegurem a execução do débito pela via judicial. 
3. Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o servidor perante a Fazenda Pública, em ação regressiva. 
4. A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles será executada, até o limite do valor da herança recebida. 
5. A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputadas ao servidor, nessa qualidade.
6. As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo independentes entre si. 
7. A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria.
PRESCRIÇÃO 5 ANOS -o prazo prescricional contra a Fazenda Pública é regulamentado pelo Decreto 20.910/32.
Decreto 20.910/32
Art. 1º. A dívidas passivas da União, dos Estados, e dos Municípios, bem assim todo e qualquer direito ou ação contra a Fazenda federal, estadual ou municipal, seja qual for a sua natureza, prescrevem em 5 (cinco) anos, contados da data do ato ou fato do qual se originarem.
-interrupção da prescrição contra a Fazenda Pública: só pode ocorrer uma única vez. 
(hoje essa se aplica à todas as situações – art. 202, NCC.
Decreto 20.910/32
Art. 8º. A prescrição somente poderá ser interrompida uma única vez.
(requerimento administrativo suspensão ou interrupção? 
-contagem da prescrição após a interrupção: a contagem do prazo ocorre pela metade.
Decreto 20.910/32
Art. 9º. A prescrição interrompida recomeça a correr, pela metade do prazo, da data do ato que a interrompeu ou do último ato ou termo do respectivo processo.
-o dispositivo deve ser interpretado conforme as determinações da Súmula 383 do STF:
SÚMULA 383 STF
A prescrição em favor da Fazenda Pública recomeça a correr, por dois anos e meio, a partir do ato interruptivo, mas não fica reduzida aquém de cinco anos, embora o titular do direito a interrompa durante a primeira metade do prazo.
-INTERRUPÇÃO OCORRIDA ANTES DO TRANSCURSO DA METADE DO PRAZO: contagem volta a correr pelo tempo restante. [ “(...) mas não ficará reduzida aquém de 5 anos (...)”]
(ex.: interrupção após o transcurso de 1 ano ( prazo restante: 4 anos]
-INTERRUPÇÃO OCORRIDA APÓS O TRANSCURSO DA METADE DO PRAZO: prazo prescricional de 2 anos e meio. [“(...) recomeça a correr, por dois anos e meio, a partir do ato interruptivo (....)”]
(ex.:interrupção após o transcurso de 4 anos ( prazo restante: 2 anos e meio]
(prescrição e a reparação civil devida pelo estado ( 3 anos (art. 206, § 3º, NCC) ou 5 anos (art. 1º, Dec. 20.910/32)? STJ entendeu que o prazo a ser considerado para a prescrição relacionada à reparação civil devida pelo Estado é de 3 anos, e não de 5 anos, como previsto no art. 1º do Decreto 20.910/32. A fundamentação do posicionamento decorre do fato de que o legislador estatuiu a prescrição de 5anos em benefício do Fisco e, com o manifesto objetivo de favorecer ainda mais os entes públicos, estipulou que, no caso de eventual existência de prazo prescricional menor a incidir em situações específicas, o prazo quinquenal seria afastado nesse particular (art. 10 do Dec. n. 20.910/1932). O prazo prescricional de 3 anos relativo à pretensão de reparação civil (art. 206, § 3º, V, do CC/2002) prevalece sobre o qüinqüênio previsto no art. 1º do referido decreto.
Informativo n. 406 – STJ
RESPONSABILIDADE. ESTADO. PRESCRIÇÃO. 
Trata-se, na origem, de ação indenizatória lastreada na responsabilidade civil proposta contra o Estado por viúvo e filhos de vítima fatal de disparo supostamente efetuado por policial militar durante incursão em determinada área urbana. Assim, a questão cinge-se em saber se, após o advento do CC/2002, o prazo prescricional para o ajuizamento de ações indenizatórias contra a Fazenda Pública foi reduzido para três anos, como defende o recorrente com suporte no art. 206, § 3º, V, do mencionado código, ou permanece em cinco anos, conforme a norma do art. 1º do Dec. n. 20.910/1932. Isso posto, a Turma deu provimento ao recurso ao argumento de que o legislador estatuiu a prescrição de cinco anos em benefício do Fisco e, com o manifesto objetivo de favorecer ainda mais os entes públicos, estipulou que, no caso de eventual existência de prazo prescricional menor a incidir em situações específicas, o prazo quinquenal seria afastado nesse particular (art. 10 do Dec. n. 20.910/1932). O prazo prescricional de três anos relativo à pretensão de reparação civil (art. 206, § 3º, V, do CC/2002) prevalece sobre o qüinqüênio previsto no art. 1º do referido decreto. REsp 1.137.354-RJ, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 8/9/2009.
	STJ 1aT
	477
	Prescrição - Responsabilidade civil - Indenização
	Questão de Ordem encaminhada à CE - quanto à matéria observa-se a aplicação de prazos diferentes entre a Primeira e a Segunda Turma (cinco e três anos respectivamente).
	STJ 1aT 2aT
	 
	Prescrição - Responsabilidade civil - Indenização
	Várias são as decisões do STJ reconhecendo o prazo de 5 anos.
1. As ações que visam discutir a responsabilidade civil do Estado prescrevem em cinco anos, nos termos do Decreto 20.910/32 (AgRg no AgRg no Ag 1362677/PR, 1aT, julgado em 01/12/2011, 
A prescrição contra a Fazenda Pública é quinquenal, mesmo em ações indenizatórias, uma vez que é regida pelo Decreto n. 20.910/32. Portanto, não se aplica ao caso o art. 206, § 2º, do Código Civil. Precedentes. 3. "É firme a jurisprudência desta Corte no sentido de que a prescrição contra a Fazenda Pública, mesmo em ações indenizatórias, rege-se pelo Decreto 20.910/1932, que disciplina que o direito à reparação econômica prescreve em cinco anos da data da lesão ao patrimônio material ou imaterial." (AgRg no AREsp 32.149/RJ, 2aT julgado em 04/10/2011, DJe 14/10/2011)
(ressarcimento ao erário e prescrição: atenção ( CABM mudou seu posicionamento (2010) no sentido de defender a prescritibilidade para ação que busque o ressarcimento ao erário. 
Fundamento: 
1)segurança jurídica; 
2)possibilidade de inviabilizar a defesa do acusado no caso de a ação ser proposta muito tempo depois dos fatos.
(Prescrição - Pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviço público	Nessa hipótese não há a aplicação do Decreto no 20.910/1932. Há previsão expressa de prazo prescricional de 5 anos no art. 1o-C da Lei 9.494/97. Nesse caso, diferente do que ocorre com o art. 10 do Decreto 20.910/32 (que traz ressalva de aplicação de disposição que trouxer prazo menor - o que faz surgir discussão quanto à aplicação do prazo de 3 anos previsto no art. 206, p. 3o, V, CC) não há ressalva alguma quanto aplicação de outro prazo. Assim, diante da aplicação parêmia de que lei geral posterior (no caso o CC de 2002) não revoga lei especial (no caso o art. 1o-C da Lei 9.494), é de se entender pela aplicação do prazo de 5 anos às pretensões indenizatórias contra as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público.
E
Responsabilidade civil – medicamentos – STF
Polêmica quanto à divisão de responsabilidade no SUS (U, E e M não assumem). Ajuizada a ação, os entes políticos ficam discutindo de quem é a responsabilidade.
STF proferiu decisão dizendo que as questões processuais não podem comprometer o fornecimento de medicamentos e o atendimento à saúde (podem discutir, mas, enquanto isso, prestem o serviço de saúde, forneçam o remédio). 
Outro ponto: Estado sempre diz que não pode prestar porque gera danos à economia pública e em razão do efeito multiplicador da decisão. O que vem prevalecendo é que essa lesão, esse dano à economia tem que ser comprovado. Sobre o efeito multiplicador, o STF manifestou que

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