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EMED Arquitetura Hospitalar

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EMED Arquitetura Hospitalar: Hospital Cassems, Campo Grande
SISTEMA UNITIZADO COM VIDRO E PAINÉIS DE ACM
VOLUMES, CORES, TEXTURAS E DIFERENTES TIPOS DE MATERIAIS NAS FACHADAS SÃO SOLUÇÕES ARQUITETÔNICAS PARA DESCARACTERIZAR O AMBIENTE HOSPITALAR COMO É TRADICIONALMENTE CONHECIDO, APROXIMANDO-O DA ARQUITETURA HOTELEIRA E RESPEITANDO AS CARACTERÍSTICAS DE USO DO EDIFÍCIO, CONSTRUÍDO PARA ABRIGAR O HOSPITAL CASSEMS, EM CAMPO GRANDE
A rede de hospitais Caixa de Assistência dos Servidores do Estado de Mato Grosso do Sul (Cassems), que atua há quinze anos na região, tem atualmente nove unidades. A primeira a ser inaugurada foi a de Dourados, em 2004, e a mais nova, construída em Campo Grande, é a grande conquista da rede para os servidores daquele Estado. Considerado referência em procedimentos de média e alta complexidade, o hospital com 14 mil metros quadrados de área construída tem capacidade para 111 leitos de internação - sendo 30 de U.T.Is -, centro de diagnósticos avançado, serviço de hemodinâmica, unidade de emergência e pronto atendimento.
De acordo com o arquiteto Sergio Paulo Alves dos Reis, diretor do escritório Emed Arquitetura Hospitalar, o projeto arquitetônico se desenvolveu a partir de três premissas: edificação sustentável, arquitetura acolhedora e concepção estrutural que possibilite a expansão física do hospital futuramente. No plano diretor estão estabelecidos os vetores de crescimento do hospital, definidos em novas fases de implantação, previstas em três etapas de construção. Além da previsão do aumento da capacidade instalada do hospital, também foi contemplada uma nova torre assistencial com ênfase para consultórios e clínicas médicas.
“Os projetos de edifícios hospitalares são caracterizados pela complexidade, devido à sofisticação das instalações prediais e o desafio de integrar os diversos serviços médico- hospitalares. Também por abrigar a circulação de uma população variada, que deve ter seus acessos e fluxos bem definidos, evitando cruzamentos indesejáveis e a garantia de segurança de todos os envolvidos”, diz o arquiteto.
O partido arquitetônico estabeleceu uma tipologia mista para a edificação. São dois blocos com alturas diferentes, totalmente integrados pelos dois pavimentos do embasamento, executado como se as lajes fossem uma única peça estrutural. No embasamento estão setorizadas as unidades com serviços ambulatoriais, de diagnóstico, emergência e pronto atendimento. A torre de sete andares reúne os serviços hospitalares - bloco cirúrgico, centro obstétrico, UTIs neo natal, cirúrgica e clínica, além dos quartos de internação geral. Praticamente plana, a topografia do terreno de 22.430,22 metros quadrados possibilitou uma grande faixa frontal de paisagismo, integrado aos bolsões de estacionamento, com áreas de contemplação e de espera para acompanhantes. A edificação foi implantada no centro do terreno, reservando os fundos para a setorização das áreas de utilidades, manobra de grandes veículos e estacionamento dos colaboradores.
Esta configuração teve por objetivo caracterizar a diferenciação que um edifício hospitalar tem com relação aos acessos e circulações entre pacientes externos, internos, colaboradores e público em geral. De acordo com Sergio Reis, a construção utilizou sistemas industrializados em vez dos convencionais, que, além de demandarem maior tempo de execução, geram resíduos de obra e desperdício de materiais. O projeto também recorreu a conceitos e métodos construtivos que gerassem menor consumo energético, privilegiando a iluminação e ventilação naturais, sempre que possível, e o uso de sistemas sustentáveis para aquecimento solar, reaproveitamento de águas pluviais e servidas. O edifício foi executado em estrutura metálica com lajes steel deck, garantindo maior agilidade na construção e baixa quantidade de resíduos no pós-obra.
Fachadas recortadas 
Segundo o arquiteto Sergio Reis, o projeto buscou a diferenciação e a intenção de descaracterizar o ambiente hospitalar como tradicionalmente é conhecido, e aproximá-lo da arquitetura hoteleira, sempre respeitando as características do edifício e de seu uso. Assim, trabalha com volumes, cores, texturas e diferentes tipos de acabamento. Nas fachadas, o sistema utilizado possibilita a resolução de questões técnicas, como a previsão de venezianas para troca de ar de maneira muito discreta e esteticamente harmoniosa, devido ao uso de chapas de alumínio composto combinadas com vidro. Os coroamentos em ambos os blocos servem como anteparos para a grande quantidade de equipamentos como chillers, placas solares e exaustores, instalados na laje das coberturas.
Devido à variação de dimensão entre os pavimentos, todas as fachadas são diferentes. Sua concepção foi determinada pela modulação dos quartos de internação e a sua paginação definida de acordo com a modulação da estrutura. Os eixos estruturais principais são de 7,50 metros divididos em seis módulos de 1,25 metro. Responsável pelos sistemas construtivos de caixilhos e painéis de alumínio composto aplicados no fechamento da envoltória, a Sysbuilding utilizou para as áreas de vidro o sistema unitizado Sysunit. Segundo o diretor da empresa, Ivo dos Santos, “o sistema atende de forma integral os requisitos estéticos, desempenho estrutural, vedação e termoacústicos”.
Nos perfis de alumínio com pintura eletrostática na cor branca (Ral 9003) foram colados os vidros, ainda na fábrica, no sistema structural glazing, por processo mecanizado com silicone estrutural bi-componente. Os caixilhos também receberam gaxetas de EPDM. Para garantir a estanqueidade das fachadas, as juntas entre caixilhos de 15 milímetros - horizontais e verticais -, foram vedadas com gaxetas extrudadas incorporadas no sistema estrutural. Além dos quadros fixos, as fachadas têm janelas maxim-ar, com braços apropriados para as articulações e limitadores de abertura, nas áreas correspondentes aos quartos.
De acordo com Santos, o fechamento do hall recebeu o mesmo sistema unitizado das fachadas. Assim como em todo o restante da edificação, a compatibilização com a estrutura metálica ocorreu ainda na fase de projeto, sendo a fachada produzida e montada simultaneamente com a estrutura metálica. A execução da fachada - com 3.400 metros quadrados de área de vidro e 4.800 metros quadrados revestidos com painéis de alumínio composto - foi realizada em sete meses.
Além da estética 
A paleta de cores dos painéis de alumínio composto - branco marfim, madeira noce Itália e champagne metálic - foi definida juntamente com outros materiais que compõem a obra, como a cor dos vidros, pisos internos e externos. Mas a escolha da vedação da envoltória foi além da estética. O vidro especificado foi o laminado refletivo de proteção solar da linha Cool Lite (10 milímetros de espessura) na cor prata, com fator de proteção solar de 0,29, coeficiente de sombreamento de 0,34 e transmissão luminosa de 21%.
Os painéis de alumínio composto revestem a torre que abriga um dos eixos de circulação vertical do edifício e as áreas mais horizontais, como as paredes cegas de salas de exames do centro avançado de diagnóstico e pronto atendimento. Para sua instalação, a Sysbuilding utilizou dois sistemas construtivos: o unitizado Sysunit - o ACM é instalado no mesmo módulo que o vidro - e o clicado Sysclick, composto de estrutura interna de alumínio totalmente montada através de encaixes. De acordo com Ivo dos Santos, os dois sistemas têm praticamente o mesmo resultado estético. O clicado, mais econômico, foi utilizado nas fachadas cegas, torres de elevadores e escadas, enquanto o unitizado foi aplicado nas demais áreas da edificação, possibilitando uma relação custo/benefício muito favorável.
Nos painéis unitizados, o ACM foi fixado no mesmo plano do vidro, através de colagem structural glazing. No sistema de encaixe, os painéis de alumínio composto foram usinados com duplo rout, estampados e conformados em bandejas. A fixação se dá por um exclusivo sistema de encaixe em toda a borda perimetral das abas do ACM
e os perfis de alumínio do sistema que compõem a malha estrutural. “Todas as peças do sistema estrutural de alumínio, o ACM e as gaxetas de vedação extrudadas, têm fixação através de encaixes, sem parafusos, proporcionando precisão das juntas e permitindo a dilatação e contração térmica da fachada”, detalha Santos.
No sistema unitizado, os painéis estão aplicados na vertical e têm as dimensões de 1.230 milímetros de largura e 1.300 ou 1.600 milímetros de altura. No de encaixe, os painéis estão aplicados na horizontal e na vertical. Os horizontais têm 1.230 milímetros de altura e 4.500 milímetros de largura, e os verticais têm a mesma modulação do sistema unitizado. Todas as chapas têm espessura total de quatro milímetros, sendo duas lâminas de alumínio de 0,5 milímetro, com núcleo de polietileno de três milímetros. “Os painéis de alumínio composto foram produzidos nas dimensões das peças finais e dentro das tolerâncias dimensionais, proporcionando redução de 15% na quantidade total do revestimento”, garante Santos.
A interface dos sistemas unitizado e clicado aconteceu ora de forma coplanar, ora de canto a 90 graus, interno ou externo. Para todos os casos foram aplicadas soluções técnicas que fazem parte de ambos os sistemas, permitindo a perfeita vedação e ao mesmo tempo as diferentes dilatações térmicas. Todas as juntas do sistema unitizado, verticais e horizontais, têm 15 milímetros de espessura e a vedação das mesmas não é no ACM, mas no conjunto de perfis que compõem os módulos. No sistema clicado as juntas são de 10 milímetros e a vedação é feita diretamente no ACM, através de gaxetas extrudadas, que possuem tripla função: uma barreira frontal para redução da pressão do vento, e duas outras internas que através de efeito mola se interpõem nas faces internas das dobras dos painéis de alumínio composto.
As chapas foram instaladas entre 120 e 190 milímetros de distância da parede, dependendo da localização e do sistema. Na parte superior da torre frontal da escada principal, onde está aplicada a logomarca Cassems, os painéis estão aplicados sobre uma estrutura metálica distante aproximadamente 5.000 milímetros do corpo do prédio.

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