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Módulo 2 - Semântica Lexical

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MÓDULO 2: SEMÂNTICA LEXICAL
MÓDULO 2: SEMÂNTICA LEXICAL
Semântica e léxico: a construção do significado por processos como a sinonímia, a antonímia, a hiperonímia/hiponímia, a homonímia e a polissemia
 
Palavras lexicais e palavras gramaticais
            Na língua, podemos observar as palavras tanto do ponto de vista gramatical quanto do ponto de vista semântico e/ou estilístico. Daí, temos uma primeira classificação em palavras gramaticais e palavras lexicais, de acordo com o uso e o contexto dessas palavras.
            Se observarmos os fenômenos linguísticos resultantes do uso da palavra, bem como da organização sintática das frases, teremos muitos deles em ocorrência nos diversos gêneros textuais, tais como a sinonímia/antinonímia, a polissemia/homonímia, a hiponímia/hiperonímia, bem como a ambiguidade, a paráfrase, entre outros. Nesse módulo veremos os primeiros conceitos.                      
Sinonímia(vs. antonímia), homonímia, polissemia
 
A sinonímia
São sinônimos dois termos que podem um substituir o outro em determinado contexto. Embora eles possam se substituir no mesmo contexto, não são sinônimos perfeitos porque as condições de uso serão determinadas pelo discurso.
Selecionar um verbo, por exemplo, como amar ou adorar, implica em saber o contexto que determinará essa escolha, pois cada um compreende um grau de intensidade de gostar. 
Por outro lado, o discurso pode desfazer sinonímias. É o que ocorre com as palavras belo, sublime e bonito, no exemplo que se encontra no texto de PIETROFORTE & LOPES (2003:126):
O Belo decorre do equilíbrio resultante da perfeita combinação de todos os elementos esteticamente relevantes.
O Sublime nasce da exacerbação do Belo. Ele é alcançado, segundo Kant, quando ao Belo aliam-se elementos que trazem à consciência certa idéia de infinito. Há nesta categoria uma grandiosidade que ultrapassa a dimensão humana.
            O Bonito é a forma diminuída do Belo; é o apoucamento do Belo. Não alcança a harmonia e a realização cabal deste.
Antônio Xavier Teles – Introdução ao estudo da filosofia. (1974).São Paulo, Ática, p.113
 
A antonímia
            Este processo é contrário ao da sinonímia, uma vez que não há oposição absoluta entre antônimos, do mesmo modo em que não há semelhança total entre sinônimos. No léxico encontramos, entretanto, significados que são contrários.
            Quando dizemos feio vs. bonito, alto vs. alto, por exemplo, torna-se fácil reconhecer a oposição de sentido. Todavia, a antonímia vai além disso. Há palavras que não são a princípio opostas, mas que podem se tornar no contexto.
            O autor Rodolfo Ilari (2002), lembra-nos de contextos, como o político, em que em que a oposição do significado das palavras está relacionado a períodos diferentes da história e, por isso, remetem às oposições entre eles. São os casos de parlamentaristas vs. presidencialistas, monarquistas vs. republicanos, por exemplo.
           
            A oposição entre as palavras antônimas pode ter origem diversificada, pois pode ser estabelecida ao indicar, por exemplo, posições diferentes em uma escala (frio vs .quente) , ou delimitar início e fim de um mesmo processo (nascer vs. morrer) e assim por diante.
            O importante é observar a construção dos significados pela linguagem, não nos esquecendo de que os sentidos se constroem na interação produtor-texto-leitor.
 
Homonímia e polissemia
            Às vezes torna-se difícil distinguir um fenômeno do outro. No entanto, mesmo parecidos, o que pode distinguir um do outro é o fato de a homonímia ser da ordem do significante, enquanto a polissemia é da ordem do significado.
            O exemplo clássico de homonímia é o uso de manga, que no plano da expressão (o significante) é a mesma palavra, mas que pode designar uma fruta ou uma parte do vestuário – camisa ou blusa. 
            Há homônimos que mudam a grafia, como cessão, sessão, seção. Há outros, ainda, que podem mudar a classe gramatical, como passe (substantivo) e passe (verbo passar). De qualquer maneira, é o contexto que determinará o significado da palavra utilizada.
            Já na polissemia uma mesma palavra admite vários significados, que são apreendidos como extensões de um sentido básico. Coloquemos em destaque a palavra flor. Vejamos o exemplo:
            Maria, aquela flor de menina, encantou-me.
            O mesmo referente foi nomeado como Maria e, em seguida, retomado como “flor de menina”. Nesse caso, entendemos que o significado da palavra é polissêmico e se dá pela extensão do sentido básico.
 
Paronomásia
            Esse fenômeno consiste na aproximação dos significados pela semelhança dos significantes. Isso pode ocorrer ou por engano do falante ou por recurso expressivo em textos poéticos.
            No primeiro caso, temos como exemplo o uso dos verbos retificar e ratificar, nos quais há uma alteração fonética pela troca de um /e/ por um /a/, mas que têm significados diferentes.
            Já em construções poéticas, esse recurso pode ser utilizado como construção de figura de linguagem. Veja esse recurso nos versos de uma composição de Chico Buarque de Holanda:
 A Rita levou meu sorriso/Levou seu retrato, seu trapo, seu prato...
A hiperonímia e a hiponímia
            Ao se estabelecerem as relações entre as palavras em determinado contexto, pode haver um processo de hiperonímia ou de hiponímia.
            O primeiro constitui no uso de lexemas que englobam os significados de outros, os quais são denominados hiperônimos. 
            Já o segundo diz respeito aos lexemas que particularizam o sentido do primeiro. Nesse caso, denominam-se hipônimos.
            Como exemplo, podemos ter flor como hiperônimo e margarida, rosa, violeta como hipônimos. Entretanto, ressalta-se que é preciso haver essa relação de termo englobante e termos englobados para que se estabeleça o processo de hiperonímia e/ou hiponímia.
 
EXERCÍCIO
O tom pejorativo da palavra  politicalha é decorrente do:
a) valor expressivo do radical
b) valor expressivo da vogal temática
c) valor expressivo do afixo
d) valor expressivo do afixo e do prefixo
e) valor expressivo do sufixo
 
 
Resposta: e

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