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Gl. Sci Technol, Rio Verde, v.10, n.01, p.11 – 19, jan/abr. 2017. 
 
 
GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE FORRAGEIRAS DO GÊNERO BRACHIARIA 
EM FUNÇÃO DOS AMBIENTES E TEMPOS DE ARMAZENAMENTO 
 
Bruno Araújo Alves
1*
, Lucilene Tavares Medeiros
1
, Juliana de Fátima Sales
1
, Adriene de 
Cássia Branquinho
1
, José Waldemar da Silva
1
, Rodolfo Gomes de Souza
1
 
 
RESUMO: O objetivo do trabalho foi verificar a percentagem de germinação e o IVG em 
sementes de Brachiaria brizantha das cultivares Marandu e MG-5 submetidas a diferentes 
métodos de secagem: sem secagem (SS), secagem rápida (SR), secagem lenta (SL) e 
ambientes de armazenamento: laboratório (LAB) com 26 ºC ± 2 ºC e câmara incubadora a 
10 ºC (BOD) em diferentes tempos de armazenamento (zero, quatro, oito e 12 meses). Após a 
determinação do teor de água inicial (10% para Marandu e 8,6% para MG-5), as sementes 
foram submetidas à secagem em sílica gel até atingirem a umidade desejada (7% para ambas 
as cultivares), sendo acondicionadas em sacos plásticos. Em seguida as sementes foram 
semeadas em caixas acrílicas tipo “gerbox” e transferidas para germinador tipo 
“Mangelsdorf” MA-401, regulado à temperatura de 35 °C por 8 horas com luz e a 20 °C por 
16 horas na ausência de luz. A maior eficiência de germinação foi alcançada em sementes SS 
de ambas as cultivares, aliada ao armazenamento em ambiente de LAB para cv. Marandu, 
enquanto que as sementes da cv. MG-5 armazenadas em BOD por oito meses se sobressaíram 
em relação às demais. O tempo de armazenamento influenciou positivamente na germinação 
das sementes das forrageiras. 
 
Palavras-chave: dormência, pastagem, viabilidade de sementes 
 
GERMINATION OF FORAGE SEEDS OF GENDER BRACHIARIA A FUNCTION 
OF ENVIRONMENTS AND STORAGE TIMES 
 
ABSTRACT: The objective of this study was to investigate the germination percentage and the IVG 
in seeds Brachiaria Brizantha cultivars Marandu and MG-5 under different drying methods: drying 
without (DW), fast drying (FD), slow drying (SD) and environments storage: laboratory (LAB) at 26 
ºC ± 2 ºC and incubator chamber at 10 °C (BOD) at different storage times (zero, four, eight and 12 
months). After determining the initial water content (10% for Marandu and 8.6% for MG-5), the seeds 
were dried in silica gel until they reach the desired humidity (7% for both cultivars), being placed in 
plastic bags. Then the seeds were sown in boxes acrylic type "gerbox" and transferred to germination 
chamber type "Mangelsdorf" MA-401, set at 35 °C for 8 hours with light and at 20 °C for 16 hours in 
the absence of light. The higher efficiency of seed germination was achieved in DW both cultivars, 
coupled with the storage environment for LAB cv. Marandu, while the seeds of cv. MG-5 stored in 
BOD for eight months stood out over the others. Storage time positively influenced the germination of 
forage. 
 
Keywords: dormancy, grasslands, seed viability 
___________________________________________________________________________ 
1
 Instituto Federal Goiano – Campus Rio Verde, Rio Verde – GO. *E-mail: bruno-agronomia@hotmail.com. 
Autor para correspondência. 
 
Recebido em: 16/12/2016. Aprovado em: 23/01/2017. 
 
B. A. Alves et al. 12 
Gl. Sci Technol, Rio Verde, v.10, n.01, p.11 – 19, jan/abr. 2017. 
INTRODUÇÃO 
 
O Brasil ocupa posição de destaque 
no cenário mundial com relação à produção 
de sementes de gramíneas forrageiras tropicais, 
destacando principalmente o genêro 
Brachiaria spp., sendo o maior produtor e 
exportador (VALLE et al., 2009). Entretanto, 
apesar de sua grande importância, a qualidade 
das sementes dessas espécies nem sempre é 
satisfatória e as pesquisas nessa área são 
escassas. 
As espécies do gênero Brachiaria 
passaram a ter uma grande importância para a 
pecuária brasileira a partir da década de 1970, 
por ocuparem grandes extensões territoriais, 
sobretudo na região dos Cerrados. Estima-se 
que o Brasil tenha mais de 120 milhões de 
hectares de pastagens cultivadas, e que mais 
de 85% da área seja ocupada por forrageiras 
do gênero Brachiaria (BARBOSA, 2006). 
As sementes de Brachiaria brizantha 
possuem desuniformidade de maturação 
decorrente da irregularidade de florescimento 
dentro e entre inflorescências e dormência 
primária, o que proporciona uma germinação 
lenta, irregular e desuniforme. O que dificulta 
o estabelecimento uniforme das populações, 
favorecendo o surgimento de plantas 
invasoras em pastagem recém semeadas 
(LIMA, 2007). 
A qualidade da semente é expressa 
pela interação de quatro componentes: 
genético (características intrínsecas do 
cultivar, no que diz respeito à produtividade, 
resistência a pragas e doenças, etc.); 
fisiológico (potencial de longevidade da 
semente e sua capacidade para gerar uma 
planta perfeita e vigorosa); físico (pureza 
física do lote e condição física da semente) e 
sanitário (efeito prejudicial provocado pelos 
insetos e microrganismos associados às 
sementes, desde o campo até o 
armazenamento), (POPINIGIS, 1985). 
Segundo Laura et al. (2009), os fatores 
fisiológicos têm sua ação determinada pelo 
ambiente durante a produção, a colheita, 
beneficiamento e armazenamento. 
Sementes com alta qualidade e alto 
poder germinativo, são fundamentais para o 
estabelecimento e perenidade de pastagens. 
Assim, o objetivo deste trabalho foi verificar 
a percentagem de germinação e o IVG de 
sementes de Brachiaria brizantha das 
cultivares Marandu e MG-5 Vitória, 
submetidas a diferentes métodos de secagem 
e ao armazenamento. 
 
MATERIAL E MÉTODOS 
 
O experimento foi realizado no 
Laboratório de Análise de Sementes do 
Instituto Federal Goiano – Câmpus Rio 
Verde. As sementes foram adquiridas de 
empresas no comércio local do Município de 
Rio Verde - GO em junho de 2010. 
As sementes utilizadas foram tratadas 
com fungicida Vitavax-Thiram® [Ingrediente 
Ativo (carboxina + tiram): 200 + 200 g.L
-1
], 
na dosagem de 300 mL de fungicida diluídos 
em 500 mL de água para 100 kg de sementes. 
O teor de água inicial das sementes 
(umidade inicial) foi determinado segundo as 
Regras de Análise de Sementes (RAS), 
utilizando o método da estufa a 105 ± 3 °C 
durante 24 h, (BRASIL, 2009). 
Posteriormente as sementes de cada 
espécie forrageira foram submetidas a três 
métodos de secagem: rápida, lenta e sem 
secagem (SR, SL e SS), visando avaliar o 
nível de sensibilidade das sementes à 
dessecação, sendo que a secagem rápida foi 
obtida nas sementes que ficaram em contato 
direto com a sílica gel, pois, como as 
sementes são pequenas poderiam se misturar 
à sílica. Neste caso, colocou-se uma tela de 
tecido acrílico, visando separar as sementes 
da sílica. Para a secagem lenta, a sílica gel foi 
coberta com papel alumínio, impedindo o 
contato direto das sementes com a sílica gel. 
Através da perda de peso em relação à 
umidade inicial (10% para Marandu e 8,6% 
para MG-5) as sementes foram secas sobre 
sílica gel disposta em bandejas de plástico 
com tampa e pesadas até que atingissem 7% 
de umidade em ambas as cultivares. Após 
esta prática as sementes foram 
acondicionadas em sacos plásticos, retirando-
Germinação de sementes… 13 
Gl. Sci Technol, Rio Verde, v.10, n.01, p.11 – 19, jan/abr. 2017. 
se o ar de seu interior (CARVALHO, 2002), 
e estes, colocados dentro de outro saco 
plástico autolavável de alta densidade para 
evitar possíveis trocas gasosas com o 
ambiente. Esse material foi armazenado por 
quatro, oito e12 meses em ambiente de 
laboratório (LAB) com temperatura média de 
26 ºC ± 2 ºC e em câmara incubadora (BOD) 
com temperatura média de 10 ºC. 
Após cada período de armazenamento 
realizou-se a semeadura de 50 sementes em 
caixas plásticas tipo “gerbox”, contendo duas 
folhas de papel “mata-borrão”, umedecidos 
com água destilada, em quantidade 
equivalente a 2,5 vezes o peso do substrato 
seco. Os mesmos foram colocados em 
germinador tipo “Mangelsdorf” MA-401, 
regulado à temperatura de 35 °C por 8 horas 
de fotoperíodo e a 20 °C por 16 horas na 
ausência de luz (BRASIL, 2009). Foram 
realizadas contagens até completa 
estabilização, a fim de se determinar a 
percentagem de germinação e o IVG (Índice 
de Velocidade de Germinação), que foi 
calculado segundo Maguire (1962). 
O delineamento experimental 
utilizado foi inteiramente casualizado (DIC), 
dispostos em um esquema fatorial 4x2x3, 
sendo quatro tempos de armazenamento, dois 
ambientes e três métodos de secagens, com 
quatro repetições constituídas por 50 
sementes cada. Os dados foram submetidos à 
análise de variância, sendo significativo para 
as variáveis aplicou-se, regressão associando 
os coeficientes de correlação (p<0,05) e 
determinação a cada modelo e as médias 
comparadas pelo teste de Tukey e F (p<0,05), 
com o auxílio do software R (R 
DEVELOPMENT CORE TEAM, 2012). 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
Os resultados das duas espécies foram 
analisados separadamente devido ao fato de 
estarem com teores de umidade iniciais 
distintos no momento de implantação do 
experimento. Efetuando-se o desdobramento 
da interação entre métodos de secagem x 
diferentes ambientes, verificou-se que, no 
ambiente BOD, as sementes de B. brizantha 
cv. Marandu submetidas à secagem lenta 
(SL) e sem secagem (SS), obtiveram os 
maiores percentuais de germinação quando 
comparadas no mesmo ambiente à secagem 
rápida (SR). Este fato pode ser explicado pela 
taxa de secagem, onde a tolerância dos 
tecidos vegetativos à dessecação depende da 
capacidade genética em resistir à rápida 
remoção de água (JOSÉ et al., 2005). Quando 
se comparou somente os ambientes observou-
se que os maiores percentuais de germinação 
ocorreram nos ambientes BOD e LAB em 
relação às sementes que não foram 
submetidas a nenhum ambiente (N), sementes 
não armazenadas (Tabela 1). Segundo Brasil 
(2009) a pré-secagem de sementes de B. 
brizantha auxilia na superação de dormência 
destas sementes. 
 
Tabela 1. Percentagem de Germinação (%) de sementes de Brachiaria brizantha cv. Marandu 
em função de diferentes ambientes e métodos de secagens. 
Métodos de secagem 
Ambientes de armazenamento 
BOD LAB N 
SL 54,50 aA 42,17 bAB 32,50 aB 
SR 39,17 bAB 55,50 aA 33,50 aB 
SS 55,67 aA 66,00 aA 28,50 aB 
SL (secagem lenta); SR (secagem rápida); SS (sem secagem); BOD (câmara de germinação a 10ºC); LAB 
(ambiente de laboratório ± 26ºC); N (Nenhum ambiente). (*) médias seguidas de mesma letra minúsculas nas 
colunas e de mesma letra maiúscula nas linhas não diferem entre si (p<0,05) segundo o teste de Tukey. 
 
Verificou-se que os percentuais de 
germinação da B. brizantha cv. Marandu se 
elevaram linearmente em resposta ao tempo 
de armazenamento, atingindo o máximo de 
56,24% de germinação entre o nono e décimo 
mês de armazenamento, sendo que após este 
período observou-se um decréscimo na 
germinação das sementes (Figura 1). O 
B. A. Alves et al. 14 
Gl. Sci Technol, Rio Verde, v.10, n.01, p.11 – 19, jan/abr. 2017. 
mesmo comportamento foi encontrado nos 
resultados de Vieira et al. (1998) estudando a 
germinação em sementes de B. brizantha cv. 
Marandu, onde a percentagem de germinação 
elevou-se com o tempo de armazenamento, 
atingindo um máximo de 98,9% entre 11 e 12 
meses. Resultados semelhantes foram 
relatados por Pereira et al. (2011), avaliando 
a germinação em sementes de B. decumbens, 
com acréscimo de plântulas normais até o 
oitavo mês de armazenamento. Um dos 
principais métodos utilizados para superar a 
dormência de gramíneas forrageiras é a 
exposição à luz e emprego de temperaturas 
alternadas (MESCHEDE et al., 2004) e o 
armazenamento. 
 
ŷ = 30,510 + 5,349x - 0,278x2
R² = 95,30%
25
35
45
55
65
0 4 8 12
G
er
m
in
aç
ão
 (%
)
Tempo de armazenamento (meses)
 
Figura 1. Comportamento da germinação de sementes de Brachiaria brizantha cv. Marandu 
ao longo do tempo de armazenamento. 
 
Comparando-se os métodos de 
secagem em cada tempo de armazenamento 
quanto ao índice de velocidade de 
germinação (IVG) em sementes de B. 
brizantha cultivar Marandu verificou-se que 
não houve diferença nos dois primeiros 
tempos de armazenamento, porém foram 
observados maiores índices de velocidade de 
germinação nos dois últimos tempos de 
armazenamento nas sementes que não foram 
submetidas a nenhum método de secagem 
(Tabela 2). Embora não tenha diferença 
estatística, nota-se que inicialmente, até os 
quatro meses de armazenamento, ambos os 
processos de secagem favorecem o aumento 
do IVG da cv. Marandu, declinando ao longo 
dos demais tempos de armazenamento (oito e 
12 meses). 
 
Tabela 2. Índice de velocidade de germinação (IVG) de sementes de Brachiaria brizantha cv. 
Marandu em função de diferentes métodos de secagem e tempos de armazenamento. 
Métodos de secagem 
Tempo de armazenamento (meses) 
0 4 8 12 
SL 2,55 a 5,44 a 4,56 b 4,88 b 
SR 2,50 a 4,99 a 4,25 b 5,74 b 
SS 1,45 a 5,03 a 8,28 a 7,73 a 
SL (secagem lenta); SR (secagem rápida); SS (sem secagem). (*) médias seguidas de mesma letra nas colunas 
não diferem entre si (p<0,05) segundo o teste de Tukey. 
 
Germinação de sementes… 15 
Gl. Sci Technol, Rio Verde, v.10, n.01, p.11 – 19, jan/abr. 2017. 
Observou-se a elevação do IVG nas 
sementes submetidas à SL até próximo aos 
oito meses de armazenamento e, as que não 
passaram pelo processo de secagem (SS) até 
aos 11 meses, com IVG de 5,3 e 7,9 
respectivamente, declinando a partir desses 
períodos. Já as sementes submetidas a SR 
apresentaram maior IVG aos 12 meses de 
armazenamento (Figura 2). O conhecimento 
da tolerância à perda de umidade pelas 
sementes é informação essencial no 
estabelecimento de métodos para 
conservação e armazenamento (ANDRADE 
et al., 2005), possibilitando definir condições 
adequadas à manutenção da viabilidade pelo 
maior tempo possível durante o período de 
armazenamento das sementes. 
 
ŷ = 2,798 + 0,634x - 0,040x2 
R² = 74,00%
2,3
3,0
3,7
4,4
5,1
5,8
0 4 8 12
IV
G
Tempo de armazenamento (meses)
(a) SL
 
ŷ = 2,773 + 0,412x - 0,015x2 
R² = 74,10%
2,3
3,0
3,7
4,4
5,1
5,8
0 4 8 12
IV
G
Tempo de armazenamento (meses)
(b) SR
 
ŷ = 1,400 + 1,151x - 0,051x2 
R² = 99,80%
1,0
1,9
2,8
3,7
4,6
5,5
6,4
7,3
8,2
0 4 8 12
IV
G
Tempo de armazenamento (meses)
(c) SS
 
Figura 2. Comportamento do IVG ao longo do tempo de armazenamento na (a) secagem 
lenta (SL), (b) secagem rápida (SR) e (c) sem secagem (SS), em sementes de Brachiaria 
brizantha cv. Marandu. 
 
 
B. A. Alves et al. 16 
Gl. Sci Technol, Rio Verde, v.10, n.01, p.11 – 19, jan/abr. 2017. 
Efetuando o desdobramento entre os 
métodos de secagem e ambientes de 
armazenamento, verificou-se que no 
ambiente BOD a 10 °C, os melhores 
resultados foram obtidos com as sementes 
submetidas à secagem lentae sem secagem, 
quando comparados à secagem rápida. Já no 
ambiente LAB a 26 °C, o maior IVG foi 
encontrado em sementes que não foram 
submetidas a nenhum processo de secagem 
(SS). Embora quando foram comparados 
apenas os ambientes de armazenamento, 
nota-se que as sementes armazenadas em 
LAB e BOD apresentaram os maiores índices 
de velocidade de germinação, quando 
comparadas as não armazenadas (N) (Tabela 
3). Este fato se deve à superação da 
dormência ocorrida nos dois ambientes, 
influenciando de forma positiva a velocidade 
de germinação das sementes. A dormência de 
sementes recém-colhidas é comum em várias 
espécies, constituindo-se um mecanismo de 
defesa de germinação em condições 
desfavoráveis. Segundo Câmara e Stacciarini-
Seraphin (2002), estudos realizados com 
várias espécies de Brachiaria (B. decumbens, 
B. plantaginea, B. ruziziensis e B. brizantha) 
apontaram que o armazenamento é 
recomendável para germinação de suas 
sementes. 
 
Tabela 3. Comparação dos métodos de secagem em cada ambiente quanto à média* do IVG 
de sementes de Brachiaria brizantha cv. Marandu. 
Métodos de secagem 
Ambientes de armazenamento 
BOD LAB N 
SL 5,43 aA 4,49 cA 2,55 aB 
SR 3,84 bB 6,14 bA 2,50 aC 
SS 6,41 aA 7,62 aA 1,45 aB 
SL (secagem lenta); SR (secagem rápida); SS (sem secagem); BOD (câmara de germinação a 10ºC); LAB 
(ambiente de laboratório ± 26ºC); N (Nenhum ambiente). (*) médias seguidas de mesma letra minúsculas nas 
colunas e de mesma letra maiúscula nas linhas não diferem entre si (p<0,05) segundo o teste de Tukey. 
 
Observou-se diferença na germinação 
somente em função dos fatores isolados 
ambientes e tempos de armazenamento, 
sendo que, para as sementes de B. brizantha 
cultivar MG-5 notou-se que a percentagem de 
germinação em relação aos ambientes de 
armazenamento diferiu apenas no oitavo mês 
de armazenagem, com 32,33% no ambiente 
BOD (Tabela 4). Fato que pode ser 
justificado pela maior preservação das 
estruturas morfológicas das sementes neste 
ambiente, associadas à superação de 
dormência ocorrida simultaneamente e com 
maior percentual de germinação nesse 
período. Esses resultados inferem que o 
ambiente refrigerado durante o 
armazenamento também assume importância 
na preservação da qualidade fisiológica das 
sementes (CARVALHO e NAKAGAWA, 
2000). 
 
Tabela 4. Percentagem de Germinação (%) de sementes de Brachiaria. brizantha cv. MG-5 
em diferentes ambientes e tempos de armazenamento. 
Ambientes de armazenamento 
Tempo de armazenamento (meses) 
4 8 12 
BOD 24,58 aA 32,33 aB 27,33 aAB 
LAB 23,33 aA 18,17 bB 24,33 aA 
(*) médias seguidas de mesma letra nas colunas não diferem entre si (p<0,05) segundo o teste F e médias 
seguidas de mesma letra maiúscula nas linhas não diferem (p<0,05) segundo o teste de Tukey. 
 
 
Germinação de sementes… 17 
Gl. Sci Technol, Rio Verde, v.10, n.01, p.11 – 19, jan/abr. 2017. 
Em relação aos diferentes métodos de 
secagem, observou-se que apenas no oitavo 
mês de armazenamento houve efeito sobre a 
germinação, sendo que as sementes que não 
foram submetidas ao processo de secagem 
(SS) apresentaram os maiores percentuais de 
germinação (Tabela 5). Os efeitos da 
secagem na qualidade das sementes 
dependem da umidade inicial das mesmas e 
podem não ser imediatos, ocorrendo após 
determinado período de armazenamento 
(efeito latente) (ARAUJO et al., 1984). Os 
efeitos latentes não afetam de imediato a 
viabilidade, porém durante o armazenamento 
as sementes injuriadas sofrem reduções do 
vigor e da germinação, com reflexos 
negativos na potencialidade de 
armazenamento e no desempenho das 
sementes e das plantas no campo 
(OLIVEIRA et al., 1997). 
 
Tabela 5. Percentagem de Germinação (%) de sementes de Brachiaria brizantha cv. MG-5 
em função de diferentes métodos de secagem e tempos de armazenamento. 
Métodos de 
secagem 
Tempo de armazenamento (meses) 
0 4 8 12 
SL 18,00 a 25,00 a 19,00 b 28,75 a 
SR 25,00 a 26,25 a 24,75 ab 21,00 a 
SS 23,00 a 20,62 a 32,00 a 27,75 a 
(*) médias seguidas de mesma letra nas colunas não diferem entre si (p<0,05) segundo o teste de Tukey. 
 
Para o IVG de sementes de B. 
brizantha cultivar MG-5 nota-se que as 
sementes SS, que não passaram pelo processo 
de secagem, conservaram sua estrutura, 
perdendo a condição de dormentes 
naturalmente com o passar do tempo, assim 
aumentando seu IVG nos últimos meses de 
armazenamento. Já as sementes que passaram 
pelo processo de secagem, principalmente 
por SR, provavelmente tiveram danos em sua 
estrutura física facilitando a permeabilidade 
de oxigênio no interior da semente para que 
ocorra o processo de germinação, justificando 
o maior IVG inicialmente nestas sementes 
(Tabela 6). 
Segundo Grof (1968) a germinação de 
sementes de B. decumbens Stapf seria 
bloqueada pela impermeabilidade dos 
envoltórios externos. Estudos demonstraram 
que a germinação de B. ruziziensis era inibida 
pela restrição ao movimento de oxigênio 
através da lema e pálea para a cariopse 
(RENARD E CAPELLE, 1976). 
 
Tabela 6. Comparação dos métodos de secagem em cada tempo de armazenamento quanto à 
média* do IVG de sementes de Brachiaria brizantha cv. MG-5. 
Métodos de 
secagem 
Tempo de armazenamento (meses) 
0 4 8 12 
SL 1,23 ab 0,98 a 1,28 b 1,90 a 
SR 1,81 a 1,03 a 1,64 ab 1,30 b 
SS 0,99 b 0,70 a 1,90 a 1,78 a 
(*) médias seguidas de mesma letra nas colunas não diferem entre si (p<0,05) segundo o teste de Tukey. 
 
Foram detectados efeitos 
significativos dos ambientes de 
armazenamento sobre o IVG das sementes da 
cultivar MG-5 Vitória, observando-se os 
maiores valores de IVG em sementes 
armazenadas em BOD no período de 
armazenamento de oito meses, quando 
comparadas ao ambiente de laboratório no 
mesmo período (Tabela 7). Possivelmente, o 
ambiente BOD proporcionou menores 
injúrias nas sementes, oferecendo melhores 
condições de temperatura para que 
ocorressem os maiores índices quando 
comparado ao ambiente de laboratório. 
B. A. Alves et al. 18 
Gl. Sci Technol, Rio Verde, v.10, n.01, p.11 – 19, jan/abr. 2017. 
Resultados semelhantes foram encontrados 
por Matos et al. (2011), onde estudando o 
efeito do armazenamento na qualidade de 
sementes de linhagens de sorgo em câmara 
fria (10 °C) e em armazém convencional, 
concluíram que as sementes armazenadas em 
temperaturas mais elevadas não mantiveram 
sua qualidade com o armazenamento, 
enquanto as sementes mantidas em câmara 
fria a 10 °C mantiveram sua qualidade, 
mesmo tendo um período de armazenagem de 
15 meses a mais que em armazém 
convencional. 
 
Tabela 7. Índice de velocidade de germinação (IVG) de sementes de Brachiaria brizantha cv. 
MG-5 em função de diferentes ambientes e tempos de armazenamento. 
Ambientes de armazenamento 
Tempo de armazenamento (meses) 
4 8 12 
BOD 0,91 aB 2,01 aA 1,82 aA 
LAB 0,90 aB 1,21 bAB 1,50 aA 
(*) médias seguidas de mesma letra minúscula nas colunas não diferem entre si (p<0,05) segundo o teste F e 
médias seguidas de mesma letra maiúscula nas linhas não diferem (p<0,05) segundo o teste de Tukey. 
 
O IVG elevou-se nos últimos tempos 
de armazenamento em ambos os ambientes, 
BOD e LAB (Tabela 7), sendo que em 
ambiente LAB o maior IVG foi aos 12 meses 
de armazenamento, embora os valores 
encontrados em ambiente BOD terem sido 
superiores em todos os tempos de 
armazenamento avaliados. 
 
CONCLUSÕES 
 
Para a cv. Marandua maior eficiência 
de germinação foi alcançada em sementes 
que não passaram pelo processo de secagem, 
aliada ao armazenamento em ambiente de 
LAB. Enquanto que para a cv. MG-5 as 
sementes sem secagem juntamente com o 
armazenamento por oito meses em BOD se 
sobressaíram em relação às demais. 
O tempo de armazenamento 
influenciou positivamente a germinação das 
sementes das forrageiras. 
 
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