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Prova de morfologia

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USP/FFLCH/DLCV – 2° Semestre de 2014
FLC 0276 – Morfologia do Português – Marilza de Oliveira
Augusto Sevo – N°USP 8568700
Avaliação:
1.a) Os morfemas de número do árabe são /ta/ (para a segunda pessoa do singular masculina), /a/ (para a primeira pessoa do singular) e /na/ (para a primeira pessoa do plural). O morfema de número da primeira pessoa do plural tem um alomorfe no passado o /tu/.
1.b) Os morfemas do presente e do passado são morfemas zero.
1.c) A diferença entre presente e passado é marcada pela posição do morfema número pessoal. No presente o morfema número pessoal se apresenta como um prefixo, ou seja, antes da raiz. No passado o morfema número pessoal se apresenta como um sufixo, ou seja, depois da raiz.
1.d) As semelhanças entre o árabe e o português são: em ambos os casos a raiz se mantem; a desinência modo temporal do presente em ambos se marca por um morfema zero; o futuro tem uma desinência modo temporal fixa, no árabe /sa/, no português /r/. A diferença e que no português os morfemas número pessoal e modo temporal só se apresentam na posição de sufixo, enquanto no árabe esses se apresentam na posição de prefixo ou sufixo.
2.a) No verbo /o/ se apresenta como um alomorfe do morfema número pessoal. No verbo /o/ se apresenta segundo Mattoso Câmara como vogal temática, já segundo a gramática tradicional o /o/ seria uma flexão de gênero masculino.
2.b) Sim. Em “menino” o morfema zero se apresenta na flexão de número singular. Em “canto” o morfema zero se apresenta na vogal temática e na desinência modo temporal.
3.a) O morfema da segunda pessoa do plural é /des/ e apresenta como alomorfe /is/.
	Presente/Indicativo
	Futuro/Subjuntivo
	
	2ª.sg
	2ª.pl
	
	2ª.sg
	2ª.pl
	Beber
	bebes
	bebeis
	Beber
	beberes
	beberdes
	Ler
	lês
	ledes
	Ler
	leres
	lerdes
	Ver
	vês
	vedes
	Ver
	vires
	virdes
	Dizer
	dizes
	dizeis
	Dizer
	disseres
	disserdes
	Cantar
	cantas
	cantais
	Cantar
	cantares
	cantardes
	Partir
	partes
	partis
	Partir
	partires
	partirdes
3.b) O morfema da segunda pessoa do plural não se manteve estável na língua. Um alomorfe /is/ se originou do /des/, possivelmente pela queda do /d/ e aproximação vocálica do /e/ com o /i/.
4.a) A criança chega ao “fazeu” por meio da aproximação com outras conjugações verbais e pessoas verbais. Ela usa os morfemas de vogal temática e desinência número pessoal da terceira pessoa do singular de verbos regulares da terceira conjugação. Ao invés de utilizar os alomorfes por se tratar de um verbo irregular e a primeira pessoa do singular.
4.b) Sim. A criança constrói o “fazei” usando a vogal temática e a desinência número pessoal dos verbos regulares da primeira conjugação e o “fazi” usando a vogal temática e a desinência número pessoal dos verbos regulares da segunda e terceira conjugações.
4.c) A criança marca a primeira pessoa a partir do terceiro estágio.
5.a) O aluno usa o verbo “dominar” na primeira pessoa do plural ao invés da terceira pessoa do singular que concordaria com o sujeito. O aluno pode ter utilizado o verbo na primeira pessoa do plural para concordar com o pronome obliquo “nos” que estava mais próximo, ou fez uso da mesma pessoa com a qual o verbo anterior “deixar” foi construído.
5.b) O aluno faz uso desnecessário do pronome pessoal do caso reto “nós” junto ao verbo “parar”. O aluno pode ter utilizado o pronome para marcar sujeito devido a supressão devido a elipse do “vamos” junto ao “parar”, ou devido a distância entre os verbos “ir” e “parar”.
6.1. o (1) – pronome demonstrativo.
o (2) – artigo definido singular masculino.
o (3) – pronome pessoal do caso obliquo átono de terceira pessoa do singular.
6.2. se (1) – conjunção integrante.
se (2) – pronome reflexivo.
se (3) – índice de indeterminação do sujeito.
se (4) – conjunção condicional.
6.3. que (1) – conjunção integrante.
que (2) – pronome relativo.
quê (3) – substantivo.
6.4. a (1) – preposição.
a (2) – artigo definido singular feminino.
la (3) – pronome pessoal do caso obliquo átono de terceira pessoa do singular.
a (4) – pronome demonstrativo.
a (5) – pronome pessoal do caso obliquo átono de terceira pessoa do singular.
7.a) As crianças fazem uma marcação de gênero conceptual.
7.b) A gramática tradicional distingue os gêneros por meio de dois morfemas de gêneros, um masculino e um feminino. Já a proposta de Mattoso Câmara trabalha considerando uma vogal temática para o masculino que é suprimida no feminino pelo morfema de gênero feminino.
8. O paradigma do infinito pessoal no português ocorre, possivelmente, por, ao contrário do inglês, ter uma influencia latina mais forte.
9.a) A gramática tradicional descreve os plurais em questão como sendo formados por alomorfes /is/ e /es/ .
9.b) Mattoso Câmara propõe que os plurais em questão são formados por uma vogal temática hipotética /i/ ou /e/, mais o acréscimo do morfema de plural /s/.
10. Mattoso Câmara constrói uma análise inovadora mas arriscada para sua época. Em seu período o estruturalismo estava em alta, se dando mais valor para a fixação de padrões e análise do aprendizado. Sendo problemática a análise de Mattoso que trabalha com variações.

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