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RELATÓRIO ESTÁGIO SUPERVISIONADO DOCÊNCIA NA EJA E NORMAL

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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL
UNINTER
ANA PAULA GONÇALVES P. P. DE SOUSA, RU 1923818, TURMA 2017/07
ESTÁGIO SUPERVISIONADO: DOCÊNCIA NA EJA E NORMAL
VINHEDO
2018
CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL
UNINTER
ANA PAULA GONÇALVES P. P. DE SOUSA, RU 1923818, TURMA 2017/07
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
Relatório de Estágio Supervisionado: Docência na EJA e Normal apresentado ao curso de 2ª Licenciatura em Pedagogia do Centro Universitário Internacional UNINTER.
	
VINHEDO
2018
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................3
2 CMES Fundamental e Médio de Vinhedo.....................................................5
2.1 Identificação da Escola estagiada...........................................................................5
2.2 Concepção Pedagógica do CMES Fundamental e Médio de Vinhedo ...................5
2.3 Descrição e análise reflexiva das atividades de Estágio Supervisionado..............8
2.3.1 Caracterização estrutural (Descrição do local) .........................................8
2.3.2 Caracterização dos profissionais que atuam na Escola estagiada............9
2.3.3 Caracterização das turmas estagiadas.....................................................9
2.3.4 Perfil do Professor observado durante o Estágio Supervisionado...........10
2.3.5 Descrição das aulas observadas/ministradas.......................................11
2.4 Plano de Oficina Pedagógica................................................................................11
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................15
REFERÊNCIAS..........................................................................................................17
APÊNDICE.................................................................................................................18
ANEXOS....................................................................................................................19
1 INTRODUÇÃO
	O presente Relatório de Estágio Supervisionado: Docência na EJA e Normal relata a experiência vivenciada ao longo de 40 horas de observação participativa nas turmas da EJA – Ensino Médio. As atividades realizadas no decorrer do estágio priorizaram aspectos como a análise reflexiva dos princípios e critérios para organização das atividades de ensino adotados pelos professores, a análise dos processos de ensino e aprendizagem, os momentos de planejamento e docência, e a elaboração de um plano de Oficina Pedagógica na disciplina de Filosofia. 
O supracitado foi realizado pela acadêmica Ana Paula Gonçalves Pereira Porfírio de Sousa, no período de 19 de fevereiro de 2018 a 01 de março de 2018, no Centro Municipal de Ensino Supletivo Fundamental e Médio de Vinhedo, também conhecido como Escola Municipal Integração, localizado na Rua Monteiro de Barros, 351, no Centro de Vinhedo/SP. 
O objetivo do Estágio Supervisionado: Docência na EJA e Normal é conhecer as especificidades do trabalho pedagógico na Educação de Jovens e Adultos; acompanhar a docência nas escolas, seus métodos e procedimentos de ensino; observar o desenvolvimento e aprendizagem nas aulas do Ensino Médio – EJA; e resgatar valores e a promoção da autoestima como propostas de reconstrução dos princípios éticos, morais e políticos, direcionados ao senso comum. 
Uma das discussões atuais sobre a organização da EJA é a formação dos educadores. E tendo em vista essa demanda e a vasta possibilidade de atuação dos professores e pedagogos, seja na educação formal ou não formal, o conhecimento dinâmico da EJA torna-se fundamental nos cursos de formação docente. O professor que se dedica à formação de jovens e adultos tem um papel fundamental na mediação dos saberes advindos da experiência de seus alunos e os saberes historicamente acumulados e deve assumir uma postura dialética em sala de aula. 
Nesse sentido, o estágio na EJA consiste em fomentar as reflexões sobre a prática, estabelecendo a relação com a teoria. Além disso, possibilita entender as especificidades e as particularidades da organização do trabalho pedagógico nessa modalidade, preenchendo essa lacuna na formação de professores. Aproxima os futuros professores da prática pedagógica docente, com o intuito de propor novos encaminhamentos a fim de garantir uma prática educativa comprometida com as necessidades educacionais de jovens e adultos. 
A realização e a prática do estágio favorecem a descoberta, sendo um processo dinâmico de aprendizagens em diferentes áreas de atuação no campo profissional, dentro de situações reais de forma que o acadêmico possa conhecer compreender e aplicar, na realidade escolhida, a união da teoria com a prática. Por ser um elo entre todas as disciplinas do curso que englobam os núcleos temáticos da formação básica do conhecimento didático-pedagógico, conhecimento sobre a cultura do movimento, tem por finalidade inserir o estagiário na realidade viva do ambiente educacional e do mercado de trabalho. 
Neste relatório serão descritas as situações observadas em sala de aula e as atividades experienciadas no ambiente escolar, as quais tive a oportunidade de participar de maneira mais efetiva e proveitosa. Apresentarei a proposta pedagógica da escola estagiada descrevendo sua concepção pedagógica, bem como a caracterização dos profissionais atuantes nelas, suas práticas pedagógicas e perfis. Será apresentada também a entrevista realizada com uma das professoras de Filosofia e História da instituição, momento muito enriquecedor, que acrescentou bastante como instrumento de pesquisa para meu Trabalho de Conclusão de Curso e contribuiu para o meu processo de formação como Pedagoga. 
2 CMES Fundamental e Médio de Vinhedo
2.1 IDENTIFICAÇÃO DA ESCOLA ESTAGIADA
O Estágio Supervisionado: Docência na EJA e Normal foi realizado no Centro Municipal de Ensino Supletivo Fundamental e Médio de Vinhedo, atualmente conhecido como Escola Municipal Integração, fundado em agosto de 1991 e regulamentado em 1994, situado à rua Monteiro de Barros, número 351, no Centro, CEP 13280-000, localizado na cidade de Vinhedo, no estado de São Paulo. O contato com a escola pode ser realizado através dos telefones (19) 3886-3826-309, (19) 3876-6625 e do e-mail emintegracao@vinhedo.sp.gov.br. A escola oferta atendimento do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental, no período matutino, de 7h30 às 11h30 e no período vespertino, de 13h30 às 17h30. No período noturno, de 19h00 às 22h30, atende as modalidades da EJA: Ensino Fundamental I e II e o Ensino Médio. Atualmente, recebe, na EJA, 336 alunos, incluindo 4 casos de inclusão confirmados, em 13 salas, distribuídos nas etapas denominadas por Fund1, termos 1ºTA, 2ºTA, 1ºTB, 2ºTB; Fund2, termos 1ºTA, 2ºTA, 3ºTA, 4ºTA, 4ºTB; e no Ensino Médio, os termos 1ºTA, 1ºTB, 2ºTA, 2ºTB, 3ºTA e 3ºTB.
2.2 Concepção Pedagógica DO CMES Fundamental e Médio de Vinhedo
Inspirado na filosofia humanista e sociointeracionista, o CMES Fundamental e Médio de Vinhedo tem como base uma educação contextualizada, crítica, conscientizadora, criativa, dialética e dialogal que possibilita propiciar ao educando o domínio de competências que permitam a plena formação do indivíduo enquanto cidadão, nas múltiplas e complexas atividades exigidas pela vida moderna.
Numa perspectiva cultural que implica possibilitar que os estudantes vivenciem o máximo de experiências que possibilitem a compreensão do homem com a natureza, política decorrente da inserção do indivíduo na sociedade, que exige compreender o significado dos direitos e deveres da cidadania e numa perspectiva da formação para o trabalho que, entendida como instrumento de emancipação da pessoa e da sociedade humana, incorpora ao processo educacional os conhecimentos tecnológicos modernos, valorizando a aprendizagem e a evolução do educando e do profissional da educação.A Educação de Jovens e Adultos, enquanto modalidade educacional que atende a educandos trabalhadores, tem por objetivo o compromisso com a formação humana e o acesso à cultura geral, de modo que os educandos venham a participar política e produtivamente das relações sociais, com comportamento ético e compromisso político, através do desenvolvimento da autonomia intelectual e moral.
Tendo em vista esse papel, a educação deve voltar-se para uma formação na qual os educandos trabalhadores possam: aprender permanentemente, refletir criticamente; agir com responsabilidade individual e coletiva; comporta-se de forma solidária; acompanhar a dinamicidade das mudanças sociais; enfrentar problemas novos construindo soluções originais com agilidade e rapidez, a partir da utilização metodologicamente adequada de conhecimentos científicos, tecnológicos e sócio-históricos. (KUENZER, 2000, p.40)
	Visando alcançar a Proposta Pedagógica da Rede Municipal de Ensino de Vinhedo e procurando atingir suas metas e objetivos com ética, justiça e paz, a CMES Fundamental e Médio de Vinhedo se propôs a educar para a vida, aliando conhecimento científico à educação ética pautada em valores familiares, sociais e culturais, respeitando a diversidade de seu corpo discente e pleiteando a sua formação para a vivência em sociedade. Por isso, todo projeto pedagógico da escola é também um projeto político, por estar intimamente articulado ao compromisso sócio-político e com os interesses reais e coletivos da população majoritária. É também pedagógico no sentido que todas essas ações tem um objetivo comum que é o aprendizado do aluno e assim o cumprimento da função social da escola. Sobre isso Veiga completa:
[...] Na dimensão pedagógica reside a possibilidade da efetivação da intencionalidade da escola, que é a formação do cidadão participativo, responsável, compromissado, crítico e criativo. Pedagógico, no sentido de se definir as ações educativas e as características necessárias às escolas de cumprirem seus propósitos e sua intencionalidade. (VEIGA, 1995, p. 48)
	O projeto político-pedagógico do CMES Fundamental e Médio de Vinhedo é fruto da interação entre os objetivos e prioridades estabelecidas pela coletividade, que estabelece, através da reflexão, as ações necessárias à construção de uma nova realidade. E, antes de tudo, é um trabalho que exige comprometimento de todos os envolvidos no processo educativo: professores, equipe técnica, alunos, pais e a comunidade como um todo.
	Deve-se mobilizar toda a comunidade e a sociedade pela garantia do acesso e da permanência do aluno na escola. Não basta esperar por soluções que venham verticalmente dos sistemas educacionais. Urge criar propostas que resultem de fato na construção de uma escola democrática e com qualidade social, fazendo com que os órgãos dirigentes do sistema educacional, possam reconhecê-la como prioritária e criem dispositivos legais que sejam coerentes e justos, disponibilizando os recursos necessários à realização dos projetos em cada escola. Pleiteando também a qualificação para a inserção no mercado de trabalho e condições de progresso no emprego ou nas funções que o aluno já exerce. 
	Posto isso, o CMES Fundamental e Médio de Vinhedo tem como finalidade a oferta de escolarização de jovens, adultos e idosos que buscam dar continuidade aos seus estudos no ensino Fundamental ou no Ensino Médio, assegurando-lhes oportunidades apropriadas, consideradas suas características, interesses, condições de vida e de trabalho, mediante ações didático-pedagógicas coletivas e/ou individuais. Portanto, o Ensino Supletivo oferece a EJA – Presencial, que contempla o total da carga horária estabelecida na legislação vigente nos níveis do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, com avaliação durante esse processo. 
	Os cursos são caracterizados por estudos presenciais desenvolvidos de modo a viabilizar processos pedagógicos dentro de uma visão humanista, levando o educando a ser capaz de:
Fazer a transposição do conhecimento informal para a formação acadêmica;
Pesquisar e problematizar a produção do conhecimento;
Desenvolver a capacidade de ouvir, refletir e argumentar;
Elaborar registros, utilizando recursos variados (esquemas, anotações, tabelas, etc.) permitindo a sistematização e socialização dos conhecimentos;
Vivenciar culturas diversificadas que expressem a sua cultura, bem como a reflexão sobre outras formas de expressão cultural;
Preparar-se através do conhecimento adquirido no CMES Fundamental e Médio de Vinhedo para prosseguir os estudos no Ensino Superior. 
A avaliação do processo de aprendizagem é o diagnóstico do desenvolvimento do educando em relação à ação dos educadores, sob a perspectiva do processo educativo. Tal procedimento de avaliação deve ser contínuo e cumulativo e tem como base a visão global do educando, subsidiado por observações e registros obtidos no decorrer do processo.
Nesse sentido, a escolarização em todas as disciplinas será organizada de forma coletiva e individual, ficando a critério dos profissionais da educação escolherem a maneira que melhor se adapte às condições e necessidades de cada educando, mesclando as diversas metodologias de aprendizagem. 
	
2.3 Descrição e análise reflexiva das atividades de estágio supervisionado
2.3.1 Caracterização estrutural (DESCRIÇÃO DO LOCAL)
Atualmente, o CMES Fundamental e Médio de Vinhedo está instalado em um prédio inaugurado em 1991, no centro da cidade de Vinhedo, que foi pintado recentemente. No andar superior do prédio principal há 13 salas de aula, de 40m2, com capacidade máxima de 35 alunos por sala, porém metade desses alunos não compare às aulas, cada sala de aula possui 2 ventiladores de teto e cortinas nas janelas, em algumas salas as carteiras estão em bom estado de conservação, em outras, estão muito velhas e riscadas, todos os quadros negros são novos. Ainda no andar superior, há 1 sala de coordenação com 3 mesas e 1 sala de direção com 2 mesas e 1 banheiro. No andar inferior estão distribuídos o laboratório de Ciências e Informática com 18 computadores em funcionamento, 1 biblioteca escolar com, aproximadamente, 5281 exemplares para pesquisa e leitura durante o período das aulas, 1 sala de leitura, 1 sala de multimídia com Datashow, notebooks, 2 TVs de 29 polegadas, DVD e videocassete volante para circular pelas salas de aula ou auditório. No final do corredor inferior há, ainda 1 sala de Artes e 1 auditório com capacidade para 250 pessoas. 
No pátio, localizado também no andar inferior, estão 1 cozinha com refeitório, 1 cantina, 2 sanitários grandes, 1 sala dos professores com 1 pequena cozinha com pia, geladeira, bebedouro, micro-ondas, mesa e sofás, 1 sala de reuniões com vários quadros para avisos, armários e estante de livros, 2 sanitários com armários e 1 sala de recursos multifuncionais para o Atendimento Educacional Especializado. Na área externa do prédio há 1 quadra poliesportiva coberta com 2 sanitários e 2 vestuários e 1 grande estacionamento para professores e funcionários. Não há estacionamento para os automóveis dos alunos dentro da escola, apenas 1 pequeno espaço para motos e bicicletas. 
2.3.2 Caracterização dos profissionais que atuam na Escola estagiada	
A equipe pedagógica é composta por 1 diretora, Maria Amélia Mazzo, licenciada em Letras, Pedagogia e pós-graduada em Psicopedagogia; 1 vice-diretora, Claudia Maria Simon Neto, licenciada em Letras, História e Pedagogia; 1 coordenador pedagógico, Pedro Luiz Sebastião Viana, licenciado em Ciências. O corpo docente é composto por 22 professores efetivos e 7 professores substitutos, todos com nível superior completo, a maioria já está perto de se aposentar ou já são professores aposentados pelo Governo de São Paulo. 
	O quadro administrativo é composto por 1 secretária, 1 oficial de escola, 4 serventes, 2 merendeiras, 2 inspetores de alunos, 2 cuidadores para alunos com necessidades especiais, que auxiliam os professores e alunos em diversas atividades. Como auxílio, contam também com o trabalhode 1 psicóloga escolar, além das Oficinas do Programa Mais Educação em parceria com as Secretarias de Esporte, Cultura e Educação. 
2.3.3 Caracterização das turmas estagiadas
	Os alunos têm acima de 15 anos de idade. Dos 336 alunos matriculados, 49 são menores de idade e vindos dessa mesma instituição escolar ou de outras cidades, da própria EJA ou de escolas de Ensino Fundamental regular. Como o CMES Fundamental e Médio de Vinhedo se localiza na área central da cidade atende, aproximadamente, 70 bairros ao seu entorno, sendo que 160 alunos recebem auxílio-transporte através de cartões magnéticos concedidos pela Prefeitura Municipal de Vinhedo. 
	Esses alunos têm valores diversificados em relação à vida familiar, à questão estudantil e amizades, em relação à qualidade de vida e sobre a conduta escolar adequada. Vários apresentam histórico de agressões verbais a colegas e professores, e alguns têm problemas com vício de álcool e entorpecentes. Quase todos se servem diariamente da merenda no horário de 20:30, muitos alegam que vão para escola apenas por causa do jantar. A maioria alega ter moradia própria e pretende estudar à noite para poder trabalhar durante o dia, melhorar de emprego ou formalizar seu conhecimento, já que o mercado de trabalho assim o exige. Alguns justificam sua presença na EJA apenas para poderem auxiliar os próprios filhos nos estudos. 
Os alunos menores de idade também querem estudar à noite pelos mesmos motivos citados acima, e também para tentarem recuperar o tempo perdido devido às repetidas reprovações no Ensino Fundamental I e II. 
2.3.4 Perfil do Professor observado durante o Estágio Supervisionado
	Fazem parte do quadro de professores de Filosofia, História e Sociologia 2 docentes, o Professor Ciro Ferreira Faro, graduado em História, Filosofia, Sociologia e Geografia, e a Professora Gisiley Paulim Zucco Piolli, graduada em Ciências Sociais, História, Filosofia e Sociologia, mestre e doutora em Educação. Todavia, o referido Estágio Supervisionado foi realizado nas turmas de Ensino Médio da EJA com a Professora Gisiley. 
	Por ser uma profissional com mais de 20 anos de Magistério, a professora possui grande bagagem e conhecimento, explicando com clareza todo o seu conteúdo. Sua postura é séria e um tanto rígida, fato que favoreceu o respeito dentro de sala de aula, raramente os alunos se manifestavam durante as suas aulas, e quando o faziam eram com questionamentos um pouco sem nexo e fora do contexto da aula naquele momento. A professora procurava atendê-los da melhor forma possível, com atenção e gentileza, no entanto, percebi um certo distanciamento entre ela e os alunos, fato que pode ser constatado na entrevista realizada por mim. (Apêndice) 
	
2.3.5 Descrição das aulas observadas/ministradas
Apesar da sua trajetória como docente iniciada em 1986, na rede pública de Educação Básica do Estado de São Paulo, e de sua vasta carreira no meio acadêmico, pude constatar, a partir da observação participativa realizada durante o estágio, que a professora utilizava uma abordagem tradicional de ensino, onde considerava o aluno como parte de um mundo que ainda irá conhecer, isto, é a realidade ainda será transmitida a ele. Notei a preocupação da docente em armazenar conhecimentos, restringindo suas aulas à instrução e à transmissão de conteúdos. Os alunos eram, a todo momento, instruídos pela professora, ocorrendo uma relação vertical do ensino, onde predominava a metodologia expositiva, com muitos textos em folhas de xerox ou escritos na lousa, e, em seguida, ocorria a verificação da memorização dos conteúdos. Seria interessante a utilização de recursos como filmes e vídeos relacionados ao tema da aula para gerar mais interesse e motivação aos alunos.
	Ao observar essa concepção instrumental de educação, onde a preocupação central era que o aluno dominasse os conhecimentos escolares tradicionais, pude relacioná-la às características da concepção bancária de educação, tão criticada por Paulo Freire em sua obra Pedagogia do Oprimido (1987). Vale ressaltar a afirmação feita por Álvaro Vieira Pinto:
A capacitação crescente do educador se faz, assim, por duas vias: a via externa, representada por cursos de aperfeiçoamento, seminários, leitura de periódicos especializados etc.; e a via interior, que é a indagação à qual cada professor se submete, relativa ao cumprimento de seu papel social [...] a condição para este constante aperfeiçoamento do educador não é somente a sensibilidade aos estímulos intelectuais, mas é sobretudo a consciência de sua natureza inconclusa como sabedor. (PINTO, 2000, p. 113)
Concluí que, apesar de educadores e profissionais da educação discursarem sobre a necessidade de levar em conta a realidade dos alunos, no dia a dia, posicionam-se com certo distanciamento diante de situações concretas vividas pelos jovens e pelos adultos da EJA.
	
2.4 Plano de OFICINA PEDAGÓGICA
IDENTIFICAÇÃO 
Estagiária: Ana Paula Gonçalves Pereira Porfírio de Sousa 
Instituição: Centro Municipal de Ensino Supletivo Fundamental e Médio de Vinhedo
Disciplina: Filosofia
Turmas: 1º, 2º e 3º ano do Ensino Médio – EJA 
Professora regente: Gisiley Paulim Zucco Piolli 
TEMA
Senso comum e atitude filosófica
JUSTIFICATIVA
A expressão senso comum designa um conjunto de saberes e opiniões que uma determinada comunidade humana acumulou no decorrer do seu desenvolvimento. Sendo produto das experiências vividas por um povo ou por um grupo social alargado, esse saber comum constitui um patrimônio que herdamos das gerações anteriores e que partilhamos com todos os indivíduos da comunidade a que pertencemos. Esta herança cultural que constitui o senso comum manifesta-se tanto em relação aos comportamentos ligados à sobrevivência imediata, o comestível e o não comestível, o perigo e a segurança, como em relação aos sentimentos e valores que organizam e situam o desenrolar da vivência dos homens, tais como o belo e o agradável, o bem e o mal, o justo e o injusto. 
Em contraposição ao senso comum, a atitude filosófica é uma atitude crítica, onde diz não às evidências, problematizando e questionando. Consiste em abordar os problemas sem preconceitos, porém, para ter uma atitude filosófica não basta problematizar e questionar, temos também que arranjar argumentos válidos para tudo o que dizermos. Um ponto que, para alguns, pode ser considerado menos agradável nesta atitude é dizer não aos preconceitos e crenças, ou seja, ao senso comum, dizendo que, afinal, não sabemos tudo aquilo que imaginávamos saber, que há sempre algo de novo para se descobrir e aprender, tal como a famosa afirmação atribuída a Sócrates, “Só sei que nada sei.”. 
OBJETIVOS
O aluno deverá ser capaz de:
Identificar senso comum e atitudes filosóficas;
Diferenciar atitude filosófica de senso comum;
Refletir sobre atitudes cotidianas, crenças e costumes;
Elaborar soluções para resolver determinadas situações.
SÍNTESE DO ASSUNTO 
Na história da filosofia, o problema do senso comum sempre foi um ponto de enorme importância e com grandes debates. Os filósofos clássicos, como Platão, Sócrates e Aristóteles dedicaram-se a refletir sobre isso e situar tal tema dentro dos problemas que interessam à reflexão filosófica. De modo genérico, o sentido mais profundo da expressão “senso comum” remete ao tipo de experiência que é propriamente humana, isto é, a experiência do sofrimento ou a experiência tradicional.
Já a atitude filosófica é uma atitude crítica e criativa frente à realidade posta pelo mundo. É considerada crítica porque o ser humano, tomado por tal atitude, duvida das verdades estabelecidas pela sociedade, como por exemplo, as regras estabelecidas que são postas em dúvida e, dessa maneira, tomado pela crítica, fundamenta as suas crenças e não fica alienado frente às verdades que o meio lhe impõe, parando a sua cotidianidade e duvidando da realidade. Ao ficar necessariamente perplexo diante da vida, o homem procuraas soluções dos problemas que lhe atinge. Se as pessoas viverem imersas a assistir televisão, presas a uma tela vinte e quatro horas por dia, consequentemente, não conhecerão a sua realidade, e com isso, terão uma atitude alienada, passiva diante da vida. 
DESENVOLVIMENTO DA OFICINA
Iniciarei a aula apresentando aos alunos fichas com os seguintes questionamentos: O que é o tempo? Quem deu nome às cores? Por que o número 1 vem antes do 2? Após uma breve discussão, solicitarei que falem sobre outras questões que despertam a curiosidade, a dúvida ou a admiração. Depois dessa conversa inicial, apresentarei uma tira que propõe uma reflexão sobre o tempo, na qual estão sendo abordadas as temáticas da fluidez e velocidade do tempo na vida, e perguntarei se os alunos já haviam pensado sobre o assunto nessa perspectiva. 
Ao iniciar a aula levando o aluno a pensar sobre essas questões promove-se a reflexão sobre o cotidiano. Explicarei que diante das situações corriqueiras os indivíduos são levados a se posicionar passivamente, sem questionamento, ou ativamente, questionando. Essas duas formas definem, em grande medida, o que é o senso comum e o que é a atitude filosófica. A atitude filosófica exige um certo distanciamento do cotidiano. Para facilitar o entendimento do que é esse distanciamento utilizarei o vídeo "Zoom do Cosmo". Pedirei que os alunos, durante a exibição do vídeo, reflitam sobre aquilo que definem como verdade absoluta. Na sequência apresentarei o vídeo "Você sabe com quem está falando?", que é o trecho de uma palestra proferida pelo filósofo Mario Sérgio Cortella em 2007, e solicitarei que os alunos observem como as relações entre as pessoas muitas vezes é pautada em relações autoritárias, preconceituosas e superficiais. 
Como encerramento da Oficina Pedagógica, os alunos serão direcionados ao laboratório de informática e, organizados em grupos de 3 ou 4 membros, produzirão um folder sobre o conteúdo trabalhado nas aulas. Esse material poderá ser impresso e distribuído aos demais alunos da escola. Se não for possível fazer um grande número de cópias, a opção será colocá-lo em locais estratégicos como biblioteca, sala do Grêmio Estudantil ou refeitório/cantina. 
RECURSOS
Serão utilizados quadro negro, fichas, tirinhas com imagens, TV/DVD ou retroprojetor, laboratório de informática, cola, tesoura, revistas velhas e canetas.
REFERÊNCIAS
Alexandria. I. Que é filosofia? Disponível em: http://ialexandria.sites.uol.com.br/textos/israel_textos/que_e_filosofia.htm
FERNANDES, Cláudio. Senso comum. Disponível em: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/filosofia/senso-comum.htm
Jaspers, Karl. Introdução ao pensamento filosófico. São Paulo: Cultrix, 1971. 
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A realização do Estágio Supervisionado: Docência na EJA e Normal foi de extrema relevância para a minha formação como Pedagoga e aprimoramento como educadora. Apesar de já ser graduada em Letras, técnica em Magistério e especialista em Educação, porém afastada do mercado de trabalho, fiquei simplesmente encantada e, ao mesmo tempo, espantada com a imensidão de abordagens e pressupostos teóricos que eu ainda não havia estudado com mais aprofundamento, principalmente na Educação de Jovens e Adultos. 
Durante o estágio, observei que os alunos que frequentam a EJA são, em sua grande maioria, pessoas que estão buscando alternativas para melhorar sua condição financeira, através de melhores empregos ou cargos. Alguns buscam o estudo com a intenção de conquistar o primeiro emprego, outros estão tentando acelerar a obtenção do diploma escolar, outros estão em função de repetências e desistências no ensino regular e outros retornaram após algum tempo para a escola com a intenção de ampliar a escolaridade, chegando ao Ensino Superior. Daí surge também a preocupação com o conceito de diversidade cultural no contexto da EJA. 
Notei, também, que os educandos possuem uma vasta bagagem cultural e que, apesar de suas limitações e dificuldades, os conteúdos a serem trabalhados precisam ter estreita ligação com a realidade desses alunos. E é nosso dever como educadores, futuros pedagogos, conhecer as ferramentas que ampliarão essa realidade, através de cursos de formação continuada para os professores, de cursos de capacitação docente, e de programas e projetos que se destinem aos jovens e adultos. 
Durante muito tempo, a EJA teve o intuito de superar o atraso daqueles que não sabiam ler nem escrever, adotando uma concepção instrumental de educação, sem levar em conta a experiência de vida dos trabalhadores. No entanto, atualmente, os sujeitos da Educação de Jovens e Adultos são os trabalhadores experientes e os jovens com outros tipos de experiência no mundo. A relação entre educação e trabalho está bastante presente nessa modalidade da educação básica, a exemplo dos programas que atendem às demandas voltadas ao Ensino Médio e Profissional.
Estabelecer relações entre os conteúdos do mundo, da vida e os conteúdos escolares é um desafio para qualquer professor, principalmente, nas turmas da EJA, onde a maioria dos alunos são trabalhadores que já possuem uma profunda experiência de vida. Por isso, cabe ao professor engajá-los e atraí-los para a continuidade dos estudos, bem como o de estudar aspectos da realidade deles, se preocupando com o planejamento das aulas, para que estas sejam motivadoras e permitam que os alunos estabeleçam relações entre os conteúdos conhecidos e aqueles que buscam conhecer. 
Posto isso, o professor que desperta a atitude investigativa é aquele que possui tal atitude como componente essencial da sua prática educativa e do seu aprendizado no mundo. Cabe ao educador conhecer um pouco da realidade dos seus alunos, estudar os conteúdos propostos, pensar nas especificidades dos educandos em relação à sua faixa etária e propor temas que estimulem os jovens e adultos, atendendo às suas expectativas e necessidades educacionais
Como dizia Paulo Freire (1997), “ensinar exige pesquisa” e “ensinar exige paciência”, entre tantos outros princípios a serem observados pelo educador que respeita o ser humano e a si próprio como profissional. Porém, o dever não é apenas do professor, é também das políticas públicas, na atenção à formação do profissional e na garantia de material didático apropriado e de infraestrutura para que as aulas tenham a qualidade tão desejada. 
Por fim, posso concluir que a experiência proporcionada pelo estágio ampliou minha visão de mundo e o real significado da constituição de um profissional da área de Pedagogia e educador da Educação de Jovens e Adultos, complementando a minha formação acadêmica e conferindo-me valiosos subsídios para uma futura atuação nesta área.
REFERÊNCIAS
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.
______. Pedagogia do oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. 
KUENZER, A. Z. Ensino Médio: construindo uma proposta para os que vivem do trabalho. São Paulo: Cortez, 2000.
NOGUEIRA, M.; LEAL, D. Teorias da aprendizagem: um encontro entre os pensamentos filosófico, pedagógico e psicológico. Curitiba: Ibpex, 2012. 
PINTO, A. V. Sete lições sobre a educação de adultos. 11. ed. São Paulo: Cortez, 2000. 
SILVA, M. C. V.; URBANETZ, S. T. O estágio no curso de Pedagogia. 1. reimp. Curitiba: Ibpex, 2010. v. 1.
______. O estágio no curso de Pedagogia. 1. reimp. Curitiba: Ibpex, 2010. v. 2.
SOUZA, M. A. Educação de Jovens e Adultos. Curitiba: Intersaberes, 2012. 
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VEIGA, I. P. (Org.). Projeto político-pedagógico da escola: uma construção possível. Campinas: Papirus, 1995.
APÊNDICE
ENTREVISTA COM A PROFESSORA DE FILOSOFIA DA EJA
ANEXOS
FICHA DE FREQUÊNCIA DE ESTÁGIO NA EJA – ENSINO MÉDIO

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