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Leishmaniose Parasitos AMASTIGOTA: Nos vertebrados (mamíferos e lagartos – Sauroleishmania). Forma intracelular (parasita células, principalmente macrófagos). PROMASTIGOTA: Nos insetos (fêmea de Phlebotominae, Psychodidae). Forma extracelular (Encontradas principalmente no tubo digestório, na porção anterior. Pode se deslocar). O cinetoplasto é um aglomerado de DNA que regula a posição do flagelo. Alguns autores dizem existir uma fase intermediária entre amastigota e promastigota, chamada de paramastigota. Enfermidades Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) Novo Mundo (Lutzomia) Velho Mundo* (Phlebotomus) Sudão e parte da Índia após sararem da leishmaniose, desenvolvem leishmaniose pós-calazar. Leishmaniose Visceral (LV) – calazar Novo Mundo (Lutzomia) – L. chagasi (mamíferos) – Américas Velho Mundo (Phlebotomus) – L. donovani (Ásia, chacais, lobos e cães) e L. infantum (Mediterrâneo, cães e gatos). No Brasil, os primeiros casos apareceram em 1909. Um médico, Gaspar Vianna, descreveu L. braziliensis e logo depois descobriu um medicamento que matava os bichos (tártaro ermético) – sal de antimônio. A L. visceral foi percebida nas Américas pela primeira vez no Paraguai (1903). Mais tarde, em 1920, houve infecção de cães a partir de flebótomos infectados. Hospedeiro O hospedeiro invertebrado (flebotomíneos) é a fêmea do mosquito palha, os quais se alimentam com o parasita na probóscide, o qual é transferido durante esse processo (hematófagos). Lutzomia - 400 spp, sendo que 12 transmitem leishmaniose. - Possuem cerca de 1 a 3mm de comprimento e 30 dias de longevidade. - As fêmeas são hematófagas, telmófagas (ingerem açúcar para maturação dos ovos). - Hábitos crepusculares-noturno - Larvas são encontradas no folhiço úmido - Entram nas casas através das telhas. Uma forma de evitar é o uso de repelentes, inseticidas, roupas cobertas e evitar os horários de maior incidência. L. cutânea (LC) – feridas na pele L. cutaneomucosa (LCM) – oral L. cutâneo-difusa (LCD) – corpo inteiro L. dérmica pós-calazar (LDPK)* Admin Realce Admin Realce Admin Realce Admin Realce Admin Realce Admin Realce Admin Realce Admin Realce Admin Realce Admin Realce Admin Realce Admin Realce Admin Realce Admin Realce Admin Realce Ciclo Biológico As formas arnastigotas de Leishmania são encontradas parasitando células do sistema mononuclear fagocitário do hospedeiro vertebrado, principalmente macrófagos. Elas sobrevivem e se multiplicam nessas células. Já as formas promastigotas são encontradas no tubo digestório dos insetos. A infecção do inseto ocorre quando a fêmea pica o vertebrado para exercer o repasto sanguíneo e juntamente com o sangue ingere macrófagos parasitados por formas amastígotas. Durante o trajeto pelo trato digestivo anterior, ou ao chegarem ao estômago, os macrófagos se rompem liberando as amastígotas. Essas sofrem uma divisão binária e se transformam rapidamente em promastígotas, que também por processos sucessivos de divisão multiplicam-se ainda no sangue ingerido, que é envolto por uma membrana peritrófica secretada pelas células do estômago do inseto. Após a digestão do sangue entre o terceiro e o quarto dias, a membrana peritrófica se rompe e as formas promastígotas ficam livres. Durante o processo de alimentação do flebotomíneo é que ocorre a transmissão do parasito. Na tentativa da ingestão do sangue, as formas promastigotas são introduzidas no local da picada. Dentro de quatro a oito horas, estes flagelados são interiorizados pelos macrófagos teciduais. A saliva do flebotomíneo possui vasodilatadores que atuam facilitando a alimentação do inseto e ao mesmo tempo imunossuprimindo a resposta do hospedeiro vertebrado; desta forma, exerce importante papel no sucesso da infectividade das promastigotas metaciclicas. O macrófago introduz o parasito para o seu interior, envolto pelo vacúolo fagocitário. Rapidamente as formas promastígotas se transformam em amastígotas que são encontradas 24 horas após a fagocitose. Dentro do vacúolo fagocitário dos macrófagos, as amastigotas estão adaptadas ao novo meio fisiológico e resistem a ação destruidora dos lisossomas, multiplicando- se por divisão binaria até ocupar todo o citoplasma. O núcleo do macrófago chega a deslocar-se do centro, para dar lugar ao vacúolo com as amastígotas. Esgotando-se sua resistência, a membrana do macrófago se rompe liberando as amastígotas no tecido, sendo novamente fagocitadas, iniciando no local uma reação inflamatória. Promastigota pode invadir macrófagos e granulócitos ou serem fagocitados (4hrs de internalização). Após 24hrs de infecção, as promastigostas se transformam em amastigotas e se multiplicam. Amastigotas deixam as células infectadas e infectam novos macrófagos. Ordem de preferência: Baço fígado medula rim intestino. Admin Realce Admin Realce Admin Realce Admin Realce Admin Realce Admin Realce Admin Realce Admin Realce Admin Realce Admin Realce Admin Realce PRODUTOS FACILITADORES A saliva do inseto é inoculada neste ambiente e exerce papel importante como anticoagulante, vasodilatadora e antiagregação de plaquetas, favorecendo o fluxo de sangue e a linfa intersticial para o alimento. Em Lutzomia longipalpis foi visto que há moléculas facilitadoras encontradas na membrana do parasito (forma metaciclídica). O inseto ingere amastigotas que se diferenciam. As formas promastigotas precisam de açúcar para se multiplicarem no tubo digestório do inseto. - Melesitose é produzida dentro do sistema digestório de afídeos - Frutomaltose é outro açúcar que fornece energia para a divisão celular Leishmaniose Tegumentar Americana É uma doença causada por parasitos do gênero Leishmania. Este é um protozoário digenético que tem seu ciclo biológico realizado em dois hospedeiros, um vertebrado e um invertebrado (heteroxeno). Os hospedeiros vertebrados incluem grande variedade de mamíferos: roedores, edentados (tatu, tamanduá, preguiça), marsupiais (gambá), canídeos e primatas, incluindo o homem. Os hospedeiros invertebrados são pequenos insetos da ordem Diptera, família Psychodidade, subfamília Phlebotominae, gênero Lutzomya. Nestes insetos ocorre parte do ciclo biológico do parasito. Período de incubação: tempo entre a picada do inseto e o aparecimento da lesão inicial – 2 semanas a 3 meses. - L. cutânea (LC) – feridas na pele Ferida arredondada, normalmente endêmica. L. major – África e Kenya L. topica – Mediterrâneo e Afeganistão L. mexicana – Texas, México, América do Sul e Central L. althiopica – Etiópia L. braziliensis e amazonensis – Brasil L. guajanensis – Brasil e Guianas Admin Realce Admin Realce Admin Realce Admin Realce Admin Realce Admin Realce Admin Realce Admin Realce - L. cutaneomucosa (LCM) – oral Afeta mucosa e cartilagens da face – nariz de tapir ou nariz caído. L. braziliensis – Brasil, América Central e do Sul L. mexicana – México, América Central L. venezuelensis - Venezuela - L. cutâneo-difusa (LCD) – corpo inteiro Alterações na pele que pode afetar até articulações. L. amazonensis – Brasil L. mexicana – México, América Central L. venezuelensis – Venezuela L. dérmica pós-calazar (LDPK) Índia e Sudão. Ocorre de seis meses a três anos após a cura do calazar. Ainda não há explicações para a origem da doença. Diagnóstico Laboratorial Métodos de demonstração do parasito(exame parasitológico direto através de esfregaço de raspado da lesão); exames histopatológicos (biópsia da lesão) ou métodos imunológicos. No Brasil: L. guajanensis – encontrada no topo das árvores. Os insetos hospedeiros descem no começo do dia para ovipor. L. amazonensis – base das árvores. Insetos hospedeiros raramente picam humanos. As lesões são ricas em amastigotas. L. braziliensis – domicílio e peridomicílio. A doença mais comum no país é a leishmaniose cutânea, pois a maior ocorrência é em áreas tropicais e quentes do planeta. No estado de SP não está tendo decréscimo no número de casos, pois há transmissão em áreas urbanas. Quando ocorre a picada (LC), é uma ferida muito pequena que vai aumentando, sendo que a área central é necrosada com as bordas elevadas. Nos cães (reservatório de LC) também há feridas parecidas com as humanas, podendo ser facilmente confundidas com outras doenças. O animal pode ser tratado, não sendo necessária a eutanásia. Diferentemente, a LV leva a óbito, não sendo legal o tratamento dos cães. Os animais saram clinicamente, mas o parasito não sai totalmente do corpo, estando disponíveis para uma nova infecção. Tratamento Antimoniais pentavalentes atua no mecanismo bioenergético das formas amastigotas das leishmanias, por meio da glicólise e beta oxidação que ocorrem nos glicossomos. O antomônio é uma droga forte e é aplicado via intravenosa ou intramuscular. Este medicamento pode ser aplicado durante a amamentação, mas não durante a gestação, pois pode causar danos neurológicos. Nos humanos, há cura clínica e parasitológica, entretanto, há vários efeitos colaterais. Para leishmaniose, é obrigatória a notificação, tanto canina, quanto humana. Admin Realce Admin Realce Admin Realce Admin Realce Admin Realce Admin Realce Admin Realce Admin Realce Admin Realce Admin Realce Admin Realce Admin Realce Admin Realce Admin Realce Admin Realce Leishmaniose Visceral (LV) – CALAZAR L. chagasi – América Central e do Sul L. donovani – Índia, Nepal, China, Irã, Bangladesh L. infantum – Mediterrâneo e África Parasitos de células do SMF, principalmente do baço, fígado, linfonodo e medula óssea. Entretanto, no curso da infecção outros órgãos e tecidos podem ser afetados, como intestino, sangue, pulmões, rins e pele. Nas fases mais avançadas da doença são raros os órgãos onde não se encontra o parasito. Afeta órgãos vitais como o baço e o fígado, comprometendo o órgão inteiro. O período de incubação varia de 10 dias a 24 meses, com média entre 2 e 6 meses. Vertebrados – formas amastigotas parasitando a célula do SMF, principalmente macrófagos. Insetos – Lutzomya longipalpis é o principal meio de transmissão. Patogenia Forma aguda assintomática Forma aguda sintomática: febre baixa, palidez, hepato e esplenomegalia (fígado e baço inchado). Forma crônica sintomática: febre contínua, desnutrição, anemia, edema dos membros inferiores, hemorragias, icterícia, etc. O óbito é geralmente determinado por infecções bacterianas e/ou sangramentos. Afeta principalmente crianças – além do baço e do fígado inchado, há acúmulo de liquido. Também ocorre em faixas tropicais. Além disso, a associação da doença com HIV é letal, sendo difícil de reverter. No Brasil, é mais comum no MT, SP, nordeste e MG. Os casos no estado de SP também não estão diminuindo. Diagnóstico - Clínico - Punção de medula óssea, fígado, baço para fazer esfregaços - Métodos imunológicos/moleculares Algumas organizações distribuem testes rápidos, no entanto, há estudos que mostram que não funciona para todos os locais. Epidemiologia Nas Américas – Brasil 90% das infecções. Prevalência em flebótomos – 0,5-0,7% Profilaxia - Diagnótico precoce - Combate ao vetor - Eliminação dos cães Reservatórios – raposas, gambás, morcegos, ratos, cães. Esta é a maior dificuldade em acabar com a doença. Tratamento Antimoniato de N-metilglutamina Principal efeito colateral: sistema cardiovascular. Os cães possuem períodos de incubação grandes. No entanto, 50% pode se curar espontaneamente, 25% pode desenvolver a doença, 25% assintomático. Pode causar apatia, perda de pelo, lesões no corpo, crescimento acelerado da unha, lesões na face, emagrecimento. Vacina para cães: leishmune, a qual aumenta a imunidade. Há casos de gatos como reservatórios (61% de prevalência). Admin Realce Admin Realce Admin Realce Admin Realce Admin Realce Admin Realce Admin Realce Admin Realce Admin Realce Admin Realce Admin Realce Admin Realce Admin Realce Admin Realce Admin Realce Admin Realce Admin Realce
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