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AULA 06

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AULA 06
A escolarização do aluno com deficiência intelectual
Nesta aula, vamos conhecer o conceito atual sobre a deficiência intelectual destacando as transformações ocorridas nesta abordagem que deixa de considerar a deficiência intelectual como uma categoria absoluta expressa somente no indivíduo e a considera como expressão da interação entre a pessoa e o meio. 
Nesta perspectiva, o trabalho pedagógico deve ser organizado a partir da construção de um sistema de apoio e suporte adequado para atender às necessidades e características próprias de cada educando. A partir deste estudo, pretendemos identificar os meios e as mediações que constituem essas medidas de apoio que os alunos com deficiência intelectual necessitam para sua efetiva inclusão no contexto escolar.
A inclusão do aluno com deficiência intelectual no contexto da escola regular é um movimento que exige a superação de diferentes barreiras que permeiam o espaço escolar e social.
O preconceito e o estigma sobre a pessoa com deficiência intelectual criam obstáculos que dificultam ou impedem a concretização do processo de inclusão do aluno com deficiência intelectual. Precisam ser superados para a concretização da proposta inclusiva de educação, que prevê a inserção do aluno com deficiência intelectual na escola regular e a oferta do atendimento educacional especializado no contraturno como suporte ao processo de escolarização.
O aluno com deficiência intelectual apresenta alterações e defasagens nas estruturas mentais para o conhecimento, o que acarreta dificuldades na construção de conhecimentos e na demonstração de sua capacidade cognitiva. Necessita de um espaço de ensino-aprendizado que seja facilitador e estimulador de suas potencialidades, e que respeite sua forma particular de se apropriar dos conteúdos e de participar das atividades escolares.
A proposta inclusiva se baseia no reconhecimento do direito e da capacidade de todo ser humano de construir conhecimento, no respeito às diferenças e na valorização da diversidade. Requer a reformulação da prática pedagógica, a recusa da padronização do processo de ensino-aprendizado e a diversificação de atividades no cotidiano escolar.
O direito de todos os alunos terem acesso a um determinado conhecimento desafia o educador a criar formas diversificadas de mediar o acesso ao conhecimento, ou seja, a criar diferentes atividades para toda a turma que abordem um determinado conteúdo curricular. Segundo Batista & Mantoan (2007, p.17), “ao invés de adaptar e individualizar/diferenciar o ensino para alguns, a escola comum precisa recriar práticas, mudar suas concepções, sempre reconhecendo e valorizando as diferenças”.
Ao pensarmos nas questões que envolvem a proposta da educação inclusiva, é preciso levar em consideração o processo de constituição da subjetividade da pessoa com deficiência, que se dá a partir do olhar do outro, daquele que é visto como normal por não ter uma deficiência física, mental ou sensorial.
O contexto social define os parâmetros de controle de comportamento e de aceitação das diferenças e desvios que são ou não são tolerados e, com isso, constrói padrões de classificação e de categorização dos diferentes sujeitos. Ao se desviar deste padrão estipulado pela sociedade, o sujeito passa a ser visto como deficiente, como alguém que não é normal. É sob esse olhar, e a partir dele, que a pessoa vai constituindo sua subjetividade.
A deficiência intelectual é compreendida como uma “incapacidade caracterizada por limitações significativas tanto no funcionamento intelectual quanto no comportamento adaptativo, expresso em habilidades conceituais, sociais e práticas” (Paulon & Freitas & Pinho, 2005).
A concepção atual abandona a ideia de que a deficiência intelectual é uma característica absoluta expressa somente no indivíduo, que pode ser categorizada através de graus de comprometimento intelectual, medidos com a aplicação de testes de inteligência. Essa nova perspectiva procura compreender a pessoa com deficiência intelectual levando em consideração suas interações com o contexto sociocultural e os sistemas de apoio que necessita.
A ênfase está na análise sobre os processos interativos e as possibilidades adaptativas disponíveis no contexto social no qual a pessoa com deficiência intelectual está inserida. Dessa forma, deve-se levar em consideração o ajuste entre a capacidade do indivíduo e as estruturas e expectativas do meio em que vive (Paulon & Freitas & Pinho, 2005).
O trabalho junto a alunos com deficiência intelectual deve ser organizado a partir de propostas educacionais que contemplem aspectos relacionados ao desenvolvimento da linguagem, constituição da identidade, relações sociais, independência na locomoção e preparação para o trabalho. O perfil do apoio que deve ser oferecido ao educando com deficiência intelectual varia de tipo e intensidade e depende da avaliação das habilidades adaptativas de cada indivíduo (Mantoan, 1998).  Esse apoio é caracterizado como apoio limitado, extenso ou generalizado.
 APOIO LIMITADO é intensivo e com tempo de duração limitado, mas não indeterminado;
 APOIO EXTENSO é caracterizado por sua regularidade, em algumas áreas como familiar ou profissional;
 APOIO GENERALIZADO é caracterizado pela sua constância e elevada intensidade.
No contexto escolar, será preciso avaliar as características pessoais do aluno com deficiência intelectual e suas diferentes formas de interação social e com o meio. Nesse cenário, destacamos as contribuições dos estudos desenvolvidos por Vygotsky (1896-1934), ao longo de sua vasta obra. Seu pensamento no campo da Psicologia e Educação nos ajuda a refletir sobre diferentes questões que envolvem a educação inclusiva e o processo de ensino-aprendizado do aluno com deficiência intelectual. Em suas pesquisas, Vygotsky teceu duras críticas contra o sistema educacional vigente na época que, na maioria das vezes, reduzia o trabalho da educação especial a ações que visavam apenas o ajuste de comportamento do aluno com deficiência aos padrões sociais ou tinha como objetivo treinar este aluno para o domínio das rotinas da vida diária.
Neste contexto, a proposta da escola distanciava-se dos objetivos pedagógicos em si, da perspectiva de oferecer condições para a construção de conhecimento nos diferentes campos do saber. O aluno com necessidades especiais de aprendizagem era segregado do convívio social e desacreditado em relação a seu potencial de desenvolvimento cognitivo, por ser uma pessoa com deficiência. As dificuldades ou a deficiência em si eram compreendidas como características que limitavam ou inviabilizavam a aprendizagem e justificavam a falta de empenho e investimento em seu processo de desenvolvimento e aprendizagem.
O pensamento de Vygotsky refuta essa visão preconceituosa, quando ele arrisca um novo e diferenciado olhar sobre a pessoa com deficiência, e nos leva a focar, prioritariamente, suas possibilidades e não a deficiência em si ou as impossibilidades dela decorrentes. Segundo Vygotsky (1987, p.28), “a educação para estas crianças deveria se basear na organização especial de suas funções e em suas características mais positivas, ao invés de se basear em seus aspectos mais deficitários”.
O conceito de zona de desenvolvimento proximal apresentado por Vygotsky traz uma visão prospectiva de desenvolvimento e ressalta a importância do papel mediador do educador e do próprio grupo naquilo que o aluno pode vir a aprender e no que pode vir a ser. Segundo seu pensamento, o processo de aprendizagem se constitui no social e é mediado pelo encontro entre diferentes sujeitos, na pluralidade característica das relações humanas. Vygotsky compreende a aprendizagem humana como um processo onde o homem constrói conhecimento no compartilhar da vida intelectual daqueles que o rodeiam, interagindo socialmente e aprendendo com os outros.
Ao refletir sobre o desenvolvimento da criança, Vygotsky (2000, p.75) afirma que “todas as funções do desenvolvimento da criança aparecem duas vezes: primeiro,no nível social, e depois no nível individual; primeiro, entre pessoas (interpsicológica), e depois no interior da criança (intrapsicológica)”.
O processo de desenvolvimento das funções superiores depende da incorporação e internalização de padrões e formas de relação experienciadas com os outros. Para Vygotsky, a aprendizagem ocorre quando a criança, de acordo com seu grau de desenvolvimento prévio, interage com o outro incorporando os signos, símbolos e novos padrões apresentados por este outro com quem interage.
A partir do conceito de zona de desenvolvimento proximal, podemos compreender a importância do outro no processo de aprendizagem. Segundo Vygotsky, é preciso avaliar tanto aquilo que a criança consegue realizar sozinha quanto o que faz com a ajuda do outro para estabelecermos o nível evolutivo e de desenvolvimento da criança. Este outro que interage no processo de aprendizagem tem o papel de mediador e atua como agente de seu desenvolvimento.
É de grande importância colocar essas questões em destaque quando tratamos da constituição da subjetividade da pessoa com deficiência, uma vez que o fato de ser visto e categorizado como pessoa com deficiência é uma condição que, em si, já pré-estabelece e define um determinado lugar social para esse sujeito. Quando esse sujeito, por sua vez, vê a si mesmo como alguém que se desvia da norma, reconhecendo-se e apropriando-se dessa condição que lhe é dada por um outro, de ser deficiente, isso influenciará em todos os aspectos de sua vida social, na forma como vivenciará suas experiências subjetivas e de inserção social.
A mediação do educador é essencial para que o aluno com deficiência intelectual possa enfrentar e superar o estigma da deficiência, construindo uma autoimagem positiva. Ao se recusar a aceitar a imagem de si próprio, construída a partir de um olhar estigmatizante e preconceituoso, o sujeito abre outras perspectivas de visão, de construção do diálogo e de interação social que contribuem para a superação do estigma da deficiência e para o efetivo reconhecimento social e pessoal de suas potencialidades e de seu valor. É na relação com o outro que o olhar sobre si mesmo pode ser revisto e transformado, e a mediação do educador, da comunidade escolar e da família são referenciais básicos para esse processo.
Vimos que, a mediação pedagógica para o aluno com deficiência intelectual deve priorizar a investigação, o planejamento e a implementação das medidas de apoio que o educando necessita. Para isto, a escola deve avaliar suas reais limitações no funcionamento intelectual, no comportamento adaptativo expresso em habilidades conceituais, sociais e práticas. As propostas educacionais devem contemplar aspectos relacionados ao desenvolvimento da linguagem, constituição da identidade, relações sociais, independência na locomoção e preparação para o trabalho. O perfil do apoio que deve ser oferecido ao educando com deficiência intelectual varia de tipo e intensidade e depende da avaliação das habilidades adaptativas de cada indivíduo.
	 1a Questão 
	
	
	Na turma 2ª ano do ensino fundamental, em que existe alunos com deficiência intelectual e outros com dificuldades de aprendizagem, relacionadas a outros motivos. O professor Davi, está ensinando multiplicação como atividade curricular,mas os alunos não conseguem acompanhar o restante da turma na aprendizagem do conteúdo proposto. Mediante o caso exposto acima,qual alternativa caracterizará a melhor estratégia de ação?
		
	 
	Distribuiria os alunos entre os grupos formados pelos demais colegas,e trabalharia com todos, de acordo com suas possibilidades de aprendizagem.
	
	Reunir esse grupo de alunos para propor as atividades facilitadas do currículo adaptado de matemática.
	
	Marcaria uma reunião com o coordenador pedagógico da escola e solicitaria uma avaliação e o encaminhamento desses alunos para uma classe ou uma escola especial.
	
	Aproveitaria o momento das atividades relacionadas ao conteúdo,e proporia que os alunos colocassem em dia outras matérias do currículo, com o apoio de colegas.
	
	Solicitaria à direção da escola que retirasse os alunos da sala, pois o seu atraso está atrapalhando o desempenho dos demais alunos e o andamento do programa.
	 2a Questão 
	
	
	O gestor de uma escola de ensino fundamental recebeu o responsável por um aluno com deficiência intelectual que solicitou a matrícula de seu filho na escola regular. A atitude correta desse gestor, seguindo a proposta inclusiva de educação para o aluno com deficiência intelectual será:
		
	 
	Matricular o aluno nesta escola inserido numa classe comum e oferecer um sistema de apoio e suporte adequado.
	
	Matricular o aluno e encaminhar para a escola especial mais próxima.
	
	Encaminhar esse aluno para uma escola especial que atende outros alunos com as mesmas características e com apoio e suporte adequados.
	
	Criar uma classe especial para alunos com deficiência intelectual na escola regular.
	
	Não matricular o aluno e primeiro comunicar o fato para o órgão administrativo responsável pelo acompanhamento e supervisão das escolas regulares.
	 3a Questão 
	
	
	Podemos destacar como uma instituição de educação especia,l inicialmente criada em 1954, no Rio de Janeiro, para o atendimento de crianças e jovens com deficiência intelectual e síndrome de Down a:
		
	
	ABBR
	 
	APAE - Associação de País e Amigos dos Excepcionais.
	
	Instituto Benjamin Constant.
	
	Instituto Nacional de Educação de Surdos.
	
	Escola Normal.
	 4a Questão 
	
	
	Durante a primeira metade do século XX o conceito de necessidades especiais estava associado às características de inatismo. Isso quer dizer que a deficiencia intelectual era compreendida a partir da ideia de que:
		
	 
	Causa orgânica decorrente de problemas ocorridos no início do desenvolvimento e que não poderiam ser modificadas.
	
	Causa decorrente do uso de medicamentos.
	
	Causa decorrente da não aceitação materna.
	
	Causa explicada a partir da influência sócio cultural com possibilidades de alterações.
	
	Causa orgânica com possibilidades de modificações sob influência social.
	 5a Questão
	
	
	Estar no espaço lúdico com outras crianças é um primeiro passo no movimento de brincar inclusivo. Alunos com limitações de movimento conseguem observar as ações das pessoas no seu entorno, mas seu brincar pode se restringir bastante, pelo atraso neuropsicomotor, pela incoordenação na manipulação dos objetos ou pela falta de um sistema de comunicação e linguagem.
(REILY, L. Escola Inclusiva: linguagem e mediação. Campinas: Papirus, 2004, p.54 (com adaptações).
Nesse sentido, a prática pedagógica inclusiva, na perspectiva da mediação cultural de Vygotsky, deve enfatizar
 I. o uso de situações-problema desafiadoras que coloquem o aluno, de forma contextualizada, em atividade.
II. a organização do planejamento didático de forma que o aluno possa aprender por meio de observação e imitação.
III. o ato de pensar sobre o seu próprio processo em atividade, incentivando a conscientização sobre sua aprendizagem.
 IV. a organização do currículo e de recursos que possibilitem o acesso do aluno aos objetos de conhecimento lúdicos e desafiadores.
É correto apenas o que se afirma em
		
	 
	  I, III e IV.
	
	II, III.
	
	  I e III.
 
	
	 I e II.
 
	
	II e IV.
	 6a Questão 
	
	
	Um aluno com deficiência intelectual apresentou dificuldades para acompanhar o trabalho pedagógico e a professora da turma buscou auxilio na coordenação que solicitou uma professora itinerante. Esse procedimento está de acordo com a proposta :
		
	
	Excludente de educação
	
	Segregacionista de educação
	
	Médico assistencialista de educação
	
	Médico clínica de educação
	 
	Inclusiva de educação
	 7a Questão 
	
	
	Diferentes concepções sobre aquestão da deficiência intelectual vigoraram ao longo da história do homem. Assinale a explicação que NÃO está relacionada à concepção inatista.
		
	 
	Causa centrada na criança.
	
	Causa inata com poucas possibilidades de intervenção.
	
	Causas relacionadas a questões ocorridas no início do desenvolvimento e que dificilmente seriam modificadas.
	
	Distúrbio compreendido como inerente à criança .
	 
	Causas sociais e culturais que criam barreiras que causam incapacidades.
	 8a Questão 
	
	
	A professora Marly,procura incluir um aluno com deficiência intelectual em sua turma. Tudo caminha bem em relação à socialização desse educando, mas diante dos demais colegas esse atraso do aluno é bastante significativo. Marque a melhor alternativa para respaldar a afirmativa acima:
		
	
	Proporia à direção da escola que esse aluno fosse inserido em outra turmas de classe mais nova, formadas por alunos mais atrasados?
	
	Solicitaria a presença de um professor mediador ou interprete para acompanhar o aluno em sala de aula
	
	Chamaria os pais de Cecília e relatar o que está acontecendo, sugerindo-lhes que procurem um psicólogo para resolver o seu problema?
	
	Faria uma avaliação diagnóstica para verificar se o aluno tem condições de se adaptar ao nível da turma ou precisaria de uma escola ou classe especial.
	 
	Sugeriria a equipe pedagógica,que o aluno fosse atendido no contexto de sala de aula por profissionais especializados para uma adaptação inclusiva de fato.

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