Aula Modelos Agrícolas e Qualidade dos Alimentos I

Prévia do material em texto

Modelos agrícolas e qualidade dos
alimentos de origem vegetal
Universidade Federal de Juiz de Fora
Instituto de Ciências Biológicas
Departamento de Botânica
Modelos agrícolas e qualidade dos
alimentos de origem vegetal
Aula 03
Disciplina: Recursos Vegetais na Alimentação Humana
2013/2
Profa. Ana Paula Gelli de Faria
MODELOS AGRÍCOLAS
MODELO CONVENCIONAL (INDUSTRIAL)
 Visa gerar renda financeira através da produção de plantas e animais
demandados no mercado;
 Maior parte da produção voltada para o consumo externo;
 Enfoque no aumento da produção e da produtividade das atividades
agrícolas;
 Pilares: agroquímica (pesticidas e fertilizantes químicos), mecanização
agrícola e manipulação genética;
 Desenvolvida em grandes propriedades de terra, tendo a produção
centrada em monoculturas;
 Com o surgimento desse tipo de modelo agrícola, o enfoque mudou da
subsistência para o mercantil;
 Surgimento do agronegócio: agricultura tratada como mercado para a
indústria.
MODELO CONVENCIONAL (INDUSTRIAL)
 Visa gerar renda financeira através da produção de plantas e animais
demandados no mercado;
 Maior parte da produção voltada para o consumo externo;
 Enfoque no aumento da produção e da produtividade das atividades
agrícolas;
 Pilares: agroquímica (pesticidas e fertilizantes químicos), mecanização
agrícola e manipulação genética;
 Desenvolvida em grandes propriedades de terra, tendo a produção
centrada em monoculturas;
 Com o surgimento desse tipo de modelo agrícola, o enfoque mudou da
subsistência para o mercantil;
 Surgimento do agronegócio: agricultura tratada como mercado para a
indústria.
AGROTÓXICOS E SEUS EFEITOS NA SAÚDE HUMANA
 Há mais de 2 mil anos os agricultores utilizavam substâncias para prevenir os
danos causados por pragas (ex. enxofre, arsênico, mercúrio, chumbo, sulfato de
nicotina);
 Segunda Guerra Mundial: produção e expansão de diversos compostos
químicos com propriedades antibióticas e inseticidas;
 A agricultura moderna vem gerando uma intoxicação generalizada por
agrotóxicos;
 O OMS acredita que, anualmente, entre 3 e 5 milhões de pessoas sejam
intoxicadas por agrotóxicos no mundo;
 Estudos apontam que 35% dos casos de câncer nos EUA tem origem na dieta,
sendo os agrotóxicos presentes nos alimentos os maiores responsáveis;
 Exposição ocupacional (efeitos imediatos) ou ingestão de alimentos e/ou água
com resíduos de agrotóxicos (ameaça invisível e efeitos observados a longo
prazo).
 Há mais de 2 mil anos os agricultores utilizavam substâncias para prevenir os
danos causados por pragas (ex. enxofre, arsênico, mercúrio, chumbo, sulfato de
nicotina);
 Segunda Guerra Mundial: produção e expansão de diversos compostos
químicos com propriedades antibióticas e inseticidas;
 A agricultura moderna vem gerando uma intoxicação generalizada por
agrotóxicos;
 O OMS acredita que, anualmente, entre 3 e 5 milhões de pessoas sejam
intoxicadas por agrotóxicos no mundo;
 Estudos apontam que 35% dos casos de câncer nos EUA tem origem na dieta,
sendo os agrotóxicos presentes nos alimentos os maiores responsáveis;
 Exposição ocupacional (efeitos imediatos) ou ingestão de alimentos e/ou água
com resíduos de agrotóxicos (ameaça invisível e efeitos observados a longo
prazo).
Relação estreita entre agricultura e saúde humana
Organoclorados: primeiro tipo de agrotóxico a ser usado, devido ao seu
grande potencial como pesticida e fungicidas (ex. DDT);
 Ação neurotóxica no organismo dos insetos;
 Com o tempo, os insetos desenvolveram resistência;
 Não biodegradável (acúmulo no meio ambiente). Biomagnificação;
 Contaminação humana: também age como neurotóxico e na função
endócrina;
 Efeitos: aumento dos casos de hipotireoidismo; câncer de mama;
diminuição da quantidade de sêmen e desenvolvimento de câncer de
testículo; anormalidades no ciclo menstrual; aborto espontâneo;
diminuição do peso em recém-nascidos.
AGROTÓXICOS E SEUS EFEITOS NA SAÚDE HUMANA
Relação estreita entre agricultura e saúde humana
Organoclorados: primeiro tipo de agrotóxico a ser usado, devido ao seu
grande potencial como pesticida e fungicidas (ex. DDT);
 Ação neurotóxica no organismo dos insetos;
 Com o tempo, os insetos desenvolveram resistência;
 Não biodegradável (acúmulo no meio ambiente). Biomagnificação;
 Contaminação humana: também age como neurotóxico e na função
endócrina;
 Efeitos: aumento dos casos de hipotireoidismo; câncer de mama;
diminuição da quantidade de sêmen e desenvolvimento de câncer de
testículo; anormalidades no ciclo menstrual; aborto espontâneo;
diminuição do peso em recém-nascidos.
Organofosfatados e carbamatos
 Ação neurotóxica: inibem a acetilcolinesterase (enzima envolvida no
mecanismo da transmissão de impulsos nervosos entre as sinapses);
 Contaminação humana: acetilcolinesterase é uma enzima também
presente em humanos.
Benzimidazóis
 utilizados durante a pré e pós-colheita na proteção contra fungos
(inibe divisão celular).
 Potencial mutagênico e teratogênico em células de mamíferos e
linfócitos humanos.
AGROTÓXICOS E SEUS EFEITOS NA SAÚDE HUMANA
Organofosfatados e carbamatos
 Ação neurotóxica: inibem a acetilcolinesterase (enzima envolvida no
mecanismo da transmissão de impulsos nervosos entre as sinapses);
 Contaminação humana: acetilcolinesterase é uma enzima também
presente em humanos.
Benzimidazóis
 utilizados durante a pré e pós-colheita na proteção contra fungos
(inibe divisão celular).
 Potencial mutagênico e teratogênico em células de mamíferos e
linfócitos humanos.
Fonte: carinatafas.files.wordpress.com/2008/08/agrot...
Fonte: www.ufrrj.br/.../it/de/acidentes/agrotx.gif
Fonte: proex.reitoria.unesp.br/informativo/WebHelp/2..
Fonte: www.pauloafonsonoticias.com.br/media/upload/i...
A aplicação de agrotóxicos afeta a resistência das plantas;
Alteram processos de respiração, transpiração, fotossíntese;
Provocam um estado de desordem metabólica, desregulando os
mecanismos de síntese e quebra de proteínas nos tecidos vegetais;
Deixam as plantas mais suscetíveis ao ataque de pragas;
As modificações provocadas pelo uso de adubos químicos e agrotóxicos
podem causar desequilíbrios na qualidade nutricional dos alimentos;
Desequilíbrio no conteúdo de proteínas, vitaminas e antioxidantes.
AGROTÓXICOS E SEUS EFEITOS NAS PLANTAS
A aplicação de agrotóxicos afeta a resistência das plantas;
Alteram processos de respiração, transpiração, fotossíntese;
Provocam um estado de desordem metabólica, desregulando os
mecanismos de síntese e quebra de proteínas nos tecidos vegetais;
Deixam as plantas mais suscetíveis ao ataque de pragas;
As modificações provocadas pelo uso de adubos químicos e agrotóxicos
podem causar desequilíbrios na qualidade nutricional dos alimentos;
Desequilíbrio no conteúdo de proteínas, vitaminas e antioxidantes.
O nitrato ingerido passa à corrente sanguínea podendo, então, reduzir-se a nitritos. Os nitritos
tornam-se mais perigosos quando combinados com aminas, formando as nitrosaminas,
substâncias potencialmente carcinogênicas. Tal reação pode realizar-se especialmente em
meio ácido do suco gástrico, no estômago. Desta forma, o monitoramento destas substâncias
é essencial para garantir a qualidade dos alimentos consumidos pela população.
SEGURANÇA ALIMENTAR E AGROTÓXICOS
 Muitos agrotóxicos se acumulam em cascas de frutos e legumes, mas a
grande maioria, age sistematicamente por toda a planta;
 Análises químicas para detecção de resíduos de agrotóxicos nos
alimentos: geralmente caras e dispendiosas;
 As análises objetivam denunciar resíduos acima do tolerado e resíduos
de agrotóxicos não autorizados para certas culturas;
 EUA: aceita-se como índice tolerável de 0,1 a 50 partes por milhão
(ppm), dependendo do tipode agrotóxico. Na União Européia, o nível
máximo de tolerância varia de 0,01 a 0,2 ppm.
 Muitos agrotóxicos se acumulam em cascas de frutos e legumes, mas a
grande maioria, age sistematicamente por toda a planta;
 Análises químicas para detecção de resíduos de agrotóxicos nos
alimentos: geralmente caras e dispendiosas;
 As análises objetivam denunciar resíduos acima do tolerado e resíduos
de agrotóxicos não autorizados para certas culturas;
 EUA: aceita-se como índice tolerável de 0,1 a 50 partes por milhão
(ppm), dependendo do tipo de agrotóxico. Na União Européia, o nível
máximo de tolerância varia de 0,01 a 0,2 ppm.
A QUESTÃO DOS AGROTÓXICOS NO BRASIL
 Lei Federal 7.802 de 11 de julho 1989 (regulamentada pelo decreto 4.074 de 04 de
janeiro de 2002): dispõe sobre a pesquisa, experimentação, produção, embalagem,
rotulagem, transporte, armazenamento, comercialização, propaganda comercial,
utilização, importação, exportação, destino final dos resíduos e embalagens,
registro, classificação, controle, inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus
componentes e afins.
 Ministério da Saúde: executa a avaliação e classificação toxicológica;
 ANVISA: fiscalização sobre a segurança dos defensivos;
 Ministério do Meio Ambiente: avalia potencial de periculosidade ambiental;
 Ministério da Agricultura: avalia a eficácia agronômica, responsável pelo
registro dos agrotóxicos.
 Programa de Análise dos Resíduos de Agrotóxicos (PARA): iniciado em 2001 pela
ANVISA. Objetivos: avaliar continuamente os níveis de resíduos de agrotóxicos nos
alimentos in natura que chegam à mesa do consumidor.
 Criação do SAI (Sistema de Informação sobre Agrotóxicos): dados disponibilizados
em meio eletrônico http://www.anvisa.gov.br/toxicologia/sia.htm.
 Lei Federal 7.802 de 11 de julho 1989 (regulamentada pelo decreto 4.074 de 04 de
janeiro de 2002): dispõe sobre a pesquisa, experimentação, produção, embalagem,
rotulagem, transporte, armazenamento, comercialização, propaganda comercial,
utilização, importação, exportação, destino final dos resíduos e embalagens,
registro, classificação, controle, inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus
componentes e afins.
 Ministério da Saúde: executa a avaliação e classificação toxicológica;
 ANVISA: fiscalização sobre a segurança dos defensivos;
 Ministério do Meio Ambiente: avalia potencial de periculosidade ambiental;
 Ministério da Agricultura: avalia a eficácia agronômica, responsável pelo
registro dos agrotóxicos.
 Programa de Análise dos Resíduos de Agrotóxicos (PARA): iniciado em 2001 pela
ANVISA. Objetivos: avaliar continuamente os níveis de resíduos de agrotóxicos nos
alimentos in natura que chegam à mesa do consumidor.
 Criação do SAI (Sistema de Informação sobre Agrotóxicos): dados disponibilizados
em meio eletrônico http://www.anvisa.gov.br/toxicologia/sia.htm.
Os dois problemas detectados na
análise das amostras foram
teores de resíduos acima do
permitido e o uso de agrotóxicos
não autorizados para essas
culturas.
DADOS DO PROGRAMA DE
ANÁLISE DE RESÍDUOS DE
AGROTÓXICOS EM
ALIMENTOS (PARA) EM 2010
Os dois problemas detectados na
análise das amostras foram
teores de resíduos acima do
permitido e o uso de agrotóxicos
não autorizados para essas
culturas.