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Direito Constitucional

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Aula 31.07.14 Direito Constitucional
PRINCIPAIS FORMAS DE ESTADO/ CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO
As principais Formas de Estado, conforme as atuais classificações são as seguintes: Estado Simples ou Unitário e Estado Composto. O Estado Composto pode ser: Confederação e Federação.
Trata-se do estudo sobre as formas de Estados através da análise dos seus elementos essenciais, quais sejam: povo, território e soberania ou governo independente. Verifica-se como o Estado se organiza, mediante análise do critério utilizado para o equacionamento da relação de poder entre o povo e os órgãos detentores do poder em um Estado. Tais órgãos constituem a forma de representação entre governantes e governados.
1. ESTADO SIMPLES OU UNITÁRIO
É aquele que corresponde a um grupo populacional homogêneo com seu território tradicional e seu poder público constituído por uma única expressão, que é o governo nacional.
No Estado Simples existe somente um Poder Legislativo, um Poder Executivo e um Poder Judiciário. Admite descentralização jurídica e administrativa, mas não há descentralização política. Caracteriza-se por uma unicidade, isto é, uma unidade do poder político. A maioria dos países do mundo é formada de Estados unitários, principalmente porque muitos deles não possuem uma vasta extensão territorial que justifique uma separação de poderes em suas divisões internas. Já muitos dos Estados não unitários do mundo possuem grandes extensões territoriais, particularmente a Rússia, o Canadá, os Estados Unidos da América, o Brasil, a Índia e a Austrália. Outros exemplos são o da Bélgica e o da Suíça, que apesar de possuírem territórios pequenos desenvolveram um sistema federativo complexo Exemplos: Peru, Panamá, Portugal, Holanda, Itália, França etc.
2. ESTADO COMPOSTO
Define-se Estado Composto quando há uma união de dois ou mais Estados.
São as seguintes as principais modalidades de Estados Compostos:
Confederação ou Estados Confederados e Federação ou Estado Federal.
a) Estado Confederado ou Confederação
A Confederação constitui uma associação de Estados soberanos que se unem para determinados fins, tais como, defesa do território e manutenção da paz interna. Embora a Confederação tenha Personalidade Jurídica Internacional, os Estados confederados não perdem seus poderes soberanos externos, pelo menos em tudo que não seja abrangido pelo tratado constitutivo da Confederação.
Confederação é uma reunião permanente e contratual de Estados independentes que se ligam para fins de defesa externa e paz interna (Jellinek).
“a confederação é uma forma instável da união política; a união só pode existir enquanto aos Estados componentes convier; os Estados guardam como corolário natural de sua soberania política a possibilidade de, a todo tempo, se desligarem da união, segundo a fórmula os Estados não foram feitos para o acordo, mas o acordo para os Estados”.
Características da Confederação:
1) Manutenção da soberania de cada Estado envolvido - Embora tenha a Confederação personalidade jurídica internacional, os Estados confederados não perdem o seu poder soberano interno e externo, pelo menos em tudo que não seja abrangido pelo tratado constitutivo da Confederação.
2) A Confederação é instituída por tratado e não constituição;
3) os órgãos confederativos deliberam por maioria, podendo ela à unanimidade ser exigida para assuntos mais importantes, bem como o direito de nulificação, pelo qual cada Estado pode opor-se às decisões do órgão central.
4) Finalidade - Defesa externa, manutenção da paz interna e interesses patrimoniais comuns;
5) Direito de secessão, isto é, de separar-se da Confederação. Os Estados, por meio de um acordo ou pacto, formam a Confederação. Desta forma, podem, livremente, a qualquer tempo, retirar-se da União, abandonando, assim, a Confederação.
Ex. A Confederação de Estados da América do Norte, oriunda das treze ex-colônias britânicas (1781- 1787). As treze colônias britânicas: Colônias de povoamento: New Hampshire, Nova York, Massachusetts, Rhode Island, Connecticut, Pensilvânia, Nova Jersey, Delaware e Colônias de exploração: Maryland, Virgínia, Carolina do Norte, Carolina do Sul e Geórgia; A Confederação Helvética ou Suiça
(1291-1787); A Confederação Germânica (1815-1866).
d) Estado Federal ou Federação
Federação é o Estado composto por unidades que, embora dotadas de capacidade de auto-organização e autoadministração, não são dotados de soberania, submetendo-se a uma Constituição Federal.
Na formação da Federação há simultaneamente união e descentralização. Isto significa que o Estado Federal é uma organização formada com base na repartição de competências entre o governo nacional e os governos estaduais. 
Porém a União mantém a supremacia sobre os Estados-membros, e estes são dotados de relativa autonomia constitucional perante a mesma União. 
Federação é, portanto, uma aliança de estados para a formação de um estado único, em que as unidades federadas preservam parte da sua autonomia política, enquanto a representação da soberania é constituída pelo Estado Federal. Ex. Brasil, Argentina, Estados Unidos da América, Venezuela, México etc.
A origem do federalismo
Quanto à origem, a Federação pode formar-se de duas maneiras: por agregação e por desagregação. 
FEDERALISMO POR AGREGAÇÃO: Estados independentes reúnem-se para a formação de um Estado Federal. Foi o que ocorreu com as treze colônias norte-americanas, que, após a independência da Coroa britânica, agregaram-se e formaram os Estados Unidos da América. FEDERALISMO POR DESAGREGAÇÃO: Parte-se de um Estado unitário já constituído para a formação de um Estado Federal. Foi o que ocorreu no Brasil, pois com a abolição da Monarquia, mediante a Proclamação da República, o Estado mudou de Unitário para Federal (Estado Composto), com a transformação das antigas Províncias em Estados- Membros, dotados de uma relativa autonomia política e com Constituições próprias. A autonomia política é relativa uma vez que estão submetidos ao poder político central da União.
Características da Federação:
1) A união dos entes federados faz nascer um novo Estado;
2) A base jurídica da Federação é uma Constituição e não um tratado; Constituição rígida como base jurídica: fundamental a existência de uma constituição rígida no sentido de garantir a distribuição de competências entre os entes autônomos, surgindo, então, uma verdadeira estabilidade institucional.
3) Não há direito de secessão; Não se permite, uma vez criado o pacto federativo, o direito de separação, de retirada. Tanto é que, só a título de exemplo, no Brasil, a CF/88 estabeleceu em seu artigo 34, I, que a tentativa de retirada ensejará a decretação da intervenção federal no Estado “rebelde”. Eis o princípio da indissolubilidade do vínculo federativo.
4) Somente o Estado Federal tem soberania, pois as unidades federadas preservam apenas uma parcela da sua autonomia política; a partir do momento que os Estados ingressam na Federação perdem soberania, passando a ser autônomos. Os entes federativos são, portanto, autônomos entre si, de acordo com as regras constitucionais previstas, nos limites de sua competência; a soberania, por seu turno, é característica do todo, o “País”, do Estado Federado, no caso do Brasil.
5) Repartição de competências entre a União e as unidades federadas fixada pela própria Constituição; garante a autonomia entre os entes federativos e, assim, o equilíbrio da federação;
6) Repartição de receitas: Assegura o equilíbrio entre os entes federativos; A autonomia financeira permite que cada esfera de poder – federal- estadual – tenha orçamento próprio;
7) O indivíduo é cidadão do Estado Federal e não da unidade política em que nasceu ou reside;
8) Adota sistema judiciarista. Predominância do Poder Judiciário enquanto guardião da Constituição;
9) Bicameralismo. Há duas Câmaras Legislativas, onde a Câmara dos Deputados representa o povo, enquanto o Senado representa as unidades da
Federação;
10) Integralidade da Federação. A Constituição garante a integralidade da Federação, sob pena de intervenção federal. Assim como não se admite nenhuma Emenda Constitucional com o propósito de descaracterizá-la ou aboli-la.
11) Autonomia hierárquica – não existe qualquer vinculação hierárquica entre União e estados membros, o que há de fato é apenas divisão de competências administrativas, tributárias e legislativas entre os entes, dadas as especificidades de cada um.
A FEDERAÇÃO BRASILEIRA - Evolução Histórica
- A federação brasileira resultou da desagregação de um Estado Unitário, com a transformação das províncias em Estados-Membros.
- Não se configurou no Brasil o fenômeno norte-americano da agregação, em que o Estado Federal surgiu depois de se extinguirem os Estados soberanos que renasceram como entes autônomos.
- O nosso federalismo é conhecido como de desagregação ou devolutivo, em que os poderes de um Estado unitário foram redistribuídos entre suas entidades componentes buscando-se afirmar a diversidade, posto que a unidade já existia.
- A federação brasileira foi sendo moldada pela existência de fortes heterogeneidades entre as elites políticas de cada região – fruto de um processo de colonização com vários polos e características distintas – e, mais adiante, pela desigualdade socioeconômica entre os Estados.
- As experiências das revoltas pernambucanas de 1817 e 1824 e diversos dos conflitos regenciais fizeram com que os “donos do poder” de então temessem demasiadamente a divisão do país e, por isso, montassem um modelo extremamente centralizar, no qual o poder político provincial era basicamente definido pelas decisões do governo central.
- O paulatino enfraquecimento de Dom Pedro II, desde o final da guerra do Paraguai e principalmente com a abolição da escravatura levou à perda de legitimidade do império junto às elites.
-Escolha dos governos das províncias pelo governo central e alta rotatividade no cargo também contribuíram.
- A luta pelo fim da monarquia respondeu, em grande medida, mais aos anseios por descentralização do poder do que por uma replublicanização da vida política.
- Deste modo, a república brasileira não só nasceu colada a um certo ideal federativo como a ele foi subordinado.
- O Federalismo brasileiro tem sofrido avanços e recuos durante sua história.
- Após seu surgimento com a constituição de 1891, não sem antes ter sido
provisoriamente estabelecido pelo decreto nº 1 de 1889. – a federação tem caminhado
para uma progressiva centralização de competências em favor da União, notadamente a partir da Const. de 1934.
O apogeu da centralização ocorreu com a constituição de 1967 e sua emenda nº 1, de 1969, que instituíram a federação hegemônica da União, sufocando a autonomia dos Estados-Membros. O presidencialismo autoritário desfigurou a federação, e o edifício federativo fragmentou-se nos escombros que identificam as ruínas do federalismo brasileiro. A CF/88 se propõe a restaurar o Estado Federal brasileiro, estruturando um federalismo de equilíbrio, mediante a ampliação da autonomia dos Estados federados e o fortalecimento de sua competência tributária.
Estrutura da Federação – As descentralizações da Federação Brasileira.
Declara o artigo 18 da Const. que a organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos da Constituição. 
O artigo 1º da CF afirma que a República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios, constitui-se em Estado Democrático de Direito, configurando-se uma federação de dois níveis pela presença dos Municípios. 
Os Municípios passam a compor o Estado Federal, rompendo o texto de 1988, também neste passo, com tradições de nosso constitucionalismo que foi a de não fazer constar o Município como ente integrante da estrutura federal. 
A rigor não há federação de Municípios, mas de Estados, não se justificando, em princípio, sua inserção no quadro federativo. (os municípios não dispõem de órgão legislativo próprio, como o Senado Federal, que é câmara dos Estados, para efetivar o princípio da participação na formação da vontade nacional, essencial à caracterização do Estado Federal).
No entanto, a CF determina que as Const. dos Estados-Membros adotem a descentralização em Municípios, considerados por isso mesmo como entidades intraestaduais autônomas. (Assim, além de Estados descentralizados, os Estados-membros, por imposição constitucional, são constitucionalmente descentralizados). 
Os territórios foram excluídos da organização Federal, eis que deixaram de ser seus componentes para se integrarem apenas na União (artigo 18, §2º);
O distrito Federal teve sua autonomia ampliada, dispondo de autonomia organizacional, legislativa, de governo e administrativa (artigo 32).
Repartição de Competências. 
- Toda a estrutura federal baseia-se na repartição de competências considerada como a grande questão do federalismo, o elemento essencial da construção federal, o tema representativo de medida dos poderes políticos do Estado.
 
- No Estado Federal, as normas não são hierarquizadas em função da origem de sua emanação, mas em virtude de um critério de competência para editá-las, estabelecido pela Constituição Federal. - Deste modo, o que coloca as leis em posição de superioridade ou inferioridade, umas em relação às outras, é a sua espécie e o exercício de competência constitucionalmente atribuído a cada ente federado.
- O que é Competência: No dizer de José Afonso da Silva: “são as diversas modalidades de poder de que servem os órgãos ou entidades estatais para realizar suas funções”. Competência é a capacidade de agir numa esfera determinada.
- Impõe-se, então, o exame do critério, da técnica (maneira como se distribuem), e dos tipos de competências consagrados no texto constitucional.
a. Critério – é o da amplitude do interesse em jogo. À união dirá respeito a tudo quanto concernir ao país em sua totalidade, abrangendo-se, sob este prisma genérico, o âmbito de suas relações internas, e o domínio de suas relações externas. Aos Estados-Membros dirá respeito tudo quanto se vincular a seu próprio território e aos interesses preponderantemente regionais”. Acentua-se, todavia, que interesses que ontem eram dos Estados podem hoje se revestir de generalidade, passando a esfera da União.
b. Técnica de repartição de competência: Enumeração da competência da União e atribuição aos Estados dos poderes reservados ou não enumerados – está técnica é originária da Constituição norte-americana e adotada na Constituição Brasileira. No Brasil, a Constituição. enumerou a competência da União e dos Municípios, pela presença dessas entidades locais na estrutura federal, atribuindo-se aos Estados os poderes reservados.
Aula do dia 07.08.2014 Dto Constitucional.
c. Tipos de Competências: Competência exclusiva (material e legislativa); competência legislativa concorrente; competência material comum; competência legislativa supletiva; e competência legislativa complementar.
• Competência legislativa – é aquela relacionada com a elaboração da lei;
• Competência Material – geral ou de execução – se acha voltada para a realização
de diferentes tarefas ou serviços.
Competência Exclusiva (material e legislativa): entende-se aquela conferida a determinada entidade que a exerce em toda sua plenitude, sem interferência de outra entidade política.
 Competência legislativa concorrente – é exercida por duas ou várias entidades políticas, desaparecendo a exclusividade (artigo 24). A competência concorrente pode ser:
1. Cumulativa ou clássica, quando não há limites prévios à atuação legislativa dos entes
políticos, que podem assim legislar ilimitadamente sobre as mesmas matérias;
2. Não-cumulativa ou limitada, quando a União fixa princípios, diretrizes, normas gerais, e os
Estados estabelecem
normas de aplicação, ou específicas, detalhando as normas gerais da
União. (Artigo 24 § 1º)
 Competência Material Comum – é uma competência concorrente administrativa, deferida à União, Estados, Distrito Federal e Municípios (artigo 23).
 Competência legislativa supletiva – é a que permite que os entes políticos próprios supram a legislação federal não exercida, quando a União deixa de regular determinada material. (artigo 24, § 3º)
 Competência legislativa complementar - é a que os Estados-Membros, respeitadas as normas gerais ou os princípios emanados da União, exercem para complementar a legislação federal, a fim de atender as peculiaridades locais.
UNIÃO 
Natureza Jurídica – A União é pessoa jurídica de direito Público, que exerce competências próprias conferidas pela Constituição, seja na ordem interna, seja na ordem internacional.
 
Resulta da aglutinação de Estados Federados, fonte da federação. 
A União, apesar de haver uma tendência em identificá-la como federação, não é uma conjugação de Estados, Distrito Federal e Municípios.
A União pode ser vista por dois ângulos:
- diante do Estado estrangeiro, onde se manifesta como estado unitário, exercendo
soberania e representação de uma Nação; 
- ou internamente, como componente da Federação, dotada de autonomia constitucional, ao lado dos Estados-membros, Municípios e Distrito Federal.
Afirma-se, pois, que o Estado Federal constitui-se de uma ordem jurídica central e de
ordens jurídicas parciais. Mas ambas integram a ordem jurídica total, que é o Estado
Federal, composta por um ente central e por entes locais. – 
A união age em nome próprio, como em nome da federação.  
Agindo em nome próprio é dotada, sobretudo, de autonomia, pois “exerce parcela de competência que lhe é atribuída pela CF”.
 Como entidade que encarna o Estado Federal, manifesta-se soberana, quando, por
exemplo, celebra tratados internacionais.
No plano interno atua em nome da Federação, como em nome próprio.
 No primeiro caso, revela a vontade da federação, ao editar leis transitivas, ou seja, as
que alcançam todos os habitantes do território nacional, como as leis civis, processuais,
trabalhistas, entre outras. 
 No segundo caso, ao editar leis intransitivas, que incidem apenas sobre os jurisdicionados
da União, como as que tratam dos servidores federais, ou ainda quando intervém em Estado-Membro.
No plano internacional, o Estado Federal, isto é, a República Federativa do Brasil é que detém personalidade jurídica de direito público externo, cujas relações efetivam presente a União. Desse modo é da competência exclusiva da União manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais, já que sujeitos de Direito Internacionais são os Estados Soberanos e as organizações internacionais.
Competências da União:
 competência material exclusiva (artigo 21); OBS – o artigo 21 não esgota o elenco de competências materiais exclusivas da União. ( Ex. artigo 142, 214, 194, 176, etc...).
 competência legislativa privativa ou exclusiva (artigo 22, salvo os inciso IX, XXI, XXIV
e XXVII, que tratam de diretrizes da política nacional, etc.... Também o inciso I, na parte referente ao Direito Processual, pois compete concorrentemente à União, Estados e ao Distrito Federal legislar sobre custas do serviço forense (artigo 24, IV); criação, funcionamento e processo do Juizado de pequenas causas (artigo 24, X); procedimento em matéria processual (artigo 24, XI) etc...).
 competência material comum (artigo 23);
 competência legislativa concorrente, limitada a normas gerais (artigo 24)
No campo tributário, a União, além da competência enumerada (artigo 153), exerce:
a. Competência residual - para instituir outros impostos, desde que sejam não-cumulativos e
não tenham fato gerador ou base de cálculo próprio dos discriminados na Constituição (artigo 154, I);
b. Competência Extraordinária,- para a instituição de impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação;
c. Competência concorrente - com Estados, Distrito Federal e Municípios, para a instituição de taxas e contribuições de melhorias (artigo 145, II e III).
Bens da União
A União tem seus bens enumerados no artigo 20 da CF. Pelo artigo 99, I a III, do Código Civil de 2002, os bens públicos classificam-se em:
de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;
de uso especial, tais como os edifícios ou terrenos destinados a serviços ou estabelecimentos da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias:
dominiais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoas ou real de cada uma das entidades. (segundo o parágrafo único – consideram-se dominiais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado).
Artigo 20 da CF. - inciso – Significado de lacustre . O que é lacustre: Que está ou vive nas margens ou nas águas de um lago
I - 
II – por terras devolutas (são terra que nunca foram demarcadas, sem registro de posse, não foi documentada, pertence a União, e n ao cabe uso capião em terras publicas.) se entende as que jamais saíram do patrimônio público, ou a ele não retornaram depois de terem saído, e que não se encontrem afetadas a uma utilização pública, prevalecendo ainda quanto a elas o princípio de que são públicas desde que o particular não possa, por meio de título hábil, fazer prova de sua propriedade.
III –
IV – A alteração do inciso, promovida pela Emenda 46/2005 retira do patrimônio da União terras que lhe foram indevidamente atribuídas, e as restitui aos Municípios, à consideração de que essas terras passaram a integrar suas respectivas áreas administrativas, destacando-se os Municípios, que também são Capitais de Estado, como Florianópolis/SC, São Luiz/MA e Vitória/ES. A medida constante da emenda evitará que tais Municípios continuem sendo discriminados em relação aos demais Municípios Brasileiros, com penalização de sua população: pois pagavam IPTU, apesar de não terem o domínio útil dos imóveis, bem como tinham que pagar laudêmio à União Laudêmio é uma taxa a ser paga à União quando de uma transação com escritura ... O foro é o que se paga à união por não se ter o domínio pleno do imóvel quando transferiam o domínio do bem.
Aula do dia 11.08.2014 - Dto Constitucional.
V – Plataforma continental – leito ou subsolo das áreas marítimas que se estendem além do seu mar territorial, em toda a extensão do prolongamento natural de seu território terrestre, até o bordo exterior da margem continental, ou até uma distância de 200 milhas marítimas das linhas de base, a partir das quais se mede a largura do mar territorial, nos casos em que o bordo exterior da margem continental não atinja essa distância (artigo 11 da lei 8.617/93)
Zona Econômica Exclusiva - faixa que se estende das 12 às 200 milhas marítimas, contadas a partir das linhas base que servem para medir a largura do mar territorial. (artigo 6º da lei 8.617/93)
VI – Mar territorial - faixa de 12 milhas marítimas de largura, medidas a partir da linha de baixa-mar do litoral continental e insular brasileiro, tal como indica nas cartas náuticas de grande escala, reconhecidas oficialmente no Brasil (artigo 1º da Le. 8.617/93).
VII – Terrenos da marinha e seus acrescidos (Ilhas) – 33 metros situados no continente, na
costa marítima e nas margens dos rios e lagoas, até onde se faça sentir a influência das marés.
VIII –
IX – Artigo 176 da CF.
X –
XI – Terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se à sua posse permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes, e são inalienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre elas, imprescritíveis, é o que declaram os §§ 2º e 4º do artigo 231.
§ 2º Faixa de fronteira – faixa de até 150 quilômetros de largura, ao longo das fronteiras terrestres. (artigo 1º da lei 6.634/79) - é considerada fundamental para defesa do território nacional, sendo que sua ocupação e utilização serão reguladas em lei.
ESTADOS FEDERADOS – 
Autonomia – Elemento essencial à configuração do Estado Federal – Consiste na capacidade de que são dotados os Estados Federados para expedirem normas básicas de organização (constituição e leis) dentro do princípio constitucional da União. 
Tendo os Estados Federados autonomia constitucional, suas Constituições deverão ser elaboradas por um Poder que se tem convencionado chamar de Poder Constituinte Decorrente, apesar de alguns autores negarem sua existência.
Poder Constituinte derivado Institucionalizado – cuja missão é a de organizar inicialmente a ordem jurídica do Estado; Poder Constituinte derivado de reformador – voltado à revisão do texto constitucional estadual.
Conteúdo da autonomia dos Estados Federados:
a.Auto-organização (artigo 25, diz a Constituição que os Estados organizam-se e regem-se
pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios Constitucionais). Dispõem,
portanto, os Estados-Membros de capacidade de ter Constituição própria, observados os
princípios e regras aplicadas compulsoriamente presentes na CF;
b.“Auto-legislação” (artigo 25), que compreende a capacidade dos Estados-Membros de
elaborarem suas próprias normas jurídicas, passando pelas leis complementares e ordinárias,
até alcançar os regulamentos administrativos, como expressão da autoadministração dos
Estados;
c.Autogoverno (artigo 27, 28 e 125, referindo-se ao Governador, Vice-Governador de Estado,
número de deputados à Assembleia Legislativa, e Poder Judiciário estadual): Compete aos
Estados-Membros escolher seus governantes, no caso brasileiro, por eleição direta para os
cargos no executivo e legislativo;
d.Autoadministração (artigo 25 § 1º, em que são reservadas aos Estados as competências que
não lhes sejam vedadas pela Constituição). Aos Estados-Membros é assegurado autonomia
para prover as necessidades de sua administração.
Autogoverno Estadual – A autonomia dos Estados-Membros envolve a capacidade de dispor
de Legislativo, Executivo e Judiciário estaduais, cabendo ao povo, no âmbito do Estado
Federado, eleger seus representantes nos Poderes Legislativo e Executivo local, sem
subordinação ao Poder Central.
O Poder legislativo Estadual - é Unicameral. A própria Constituição Federal dispõe sobre o
sistema legislativo estadual, mencionando, no artigo 27, que o número de Deputados à
Assembleia Legislativa corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos
Deputados e, atingido o Número de 36, será acrescido de tantos quanto forem os Deputados
Federais acima de 12. Nos termos do artigo 45, parágrafo único, da CF, o número de Deputados Federais eleitos em cada Estado guarda relação com o tamanho da população, mas haverá um mínimo de 8 e um máximo de 70 Deputados Federais por unidade da federação, que inclui o Distrito federal.
Assim, o número de deputados Estaduais varia de 24 a 94. Para se calcular o número de
Deputados Estaduais adota-se uma primeira regra para os Estados onde se elegerem, no máximo 12 Deputados Federais (nº de Deputados Estaduais = 3 x nº de Deputados Federais),
mas haverá uma segunda regra: atingido o Número de 36 Deputados Estaduais, serão
acrescidos tantos quantos forem os deputados Federais acima de 12 (nº de Deputados Estaduais
= 36 + nº de Deputados Federais - 12).
O Poder Executivo Estadual – é unipessoal, porque exercido por um Governador, eleito para
mandato de quatro anos, permitindo-se a reeleição para um único período subsequente. (artigo
28 da CF).
O Poder Judiciário Estadual – é formado por Tribunal e Juízes. Será estudo oportunamente.
Formação dos Estados-Membros:
- O artigo 18, § 3º, da CF/88 prevê os requisitos para o processo de criação dos Estados-membros que deverão ser conjugados com outros requisitos previsto no artigo 48, VI, vejamos:
São três os requisitos necessários para a incorporação, a subdivisão e o desmembramento
de Estado:
a) consulta prévia às populações diretamente interessadas, por meio de plebiscito;
b) oitiva das respectivas Assembleias Legislativas dos Estados interessados,
c) edição de lei complementar pelo Congresso Nacional.
Ocorre a fusão (incorporação entre si) quando dois ou mais Estados se unem com
outro nome, perdendo ambos os Estados incorporados sua personalidade, por se integrarem a
um novo Estado.
Na fusão entre dois, três ou mais Estados, estes perderão a sua personalidade e surgirá
um novo Estado. Seria o caso, por exemplo, da fusão dos Estados do Paraná, Santa Catarina e
Rio Grande do Sul, desaparecendo estes e surgindo o novo “Estado dos Pampas”.
Ocorre a subdivisão quando um Estado divide-se em vários novos Estados-membros,
todos com personalidades diferentes, desaparecendo por completo o Estado-originário.
Seria o caso, por exemplo, da divisão do Estado de São Paulo, que desapareceria,
surgindo os novos Estados de “São Paulo do Sul” e “São Paulo do Norte”.
O desmembramento consiste em separar uma ou mais partes de um Estado-membro,
sem que ocorra a perda da identidade do ente federado originário.
O Estado originário perderá parte do seu território e de sua população, mas continuará existindo juridicamente. O desmembramento poderá ser de dois tipos: desmembramento-anexação ou desmembramento-formação.
a. No desmembramento-anexação, a parte desmembrada será anexada a outro Estado membro, hipótese em que não haverá criação de um novo ente federado, mas tão somente alteração dos limites territoriais dos Estados envolvidos. Seria o caso, por exemplo, de parte do território do Estado de São Paulo desmembrar-se para se anexar ao Estado de Minas Gerais. Nesse caso não haverá criação de um novo Estado, mas sim alteração dos limites territoriais dos Estados envolvidos, qual seja, o Estado de São Paulo terá o seu território reduzido e o Estado de Minas Gerais terá o seu território ampliado.
b. No desmembramento-formação, a parte desmembrada do Estado-originário
constituirá um novo Estado ou Território Federal. 
Seria o caso, por exemplo, de desmembramento de parte do Estado de São Paulo para a criação do novo “Estado de Novo Horizonte”. 
Algumas considerações relevantes.
Sabe-se que os institutos plebiscito e referendo, conquanto sejam meios de manifestação popular, não se confundem.
O plebiscito é convocado com anterioridade a ato legislativo ou administrativo, cabendo ao povo, pelo voto, aprovar ou denegar o que lhe tenha sido submetido (consulta prévia).
O referendo é convocado com posterioridade a ato legislativo ou administrativo, cumprindo ao povo a respectiva ratificação ou rejeição (consulta posterior).
Para a alteração dos limites territoriais do Estado, a consulta às populações interessadas deverá, obrigatoriamente, ser prévia, por meio de plebiscito, vedada a realização de consulta ulterior, por meio de referendo, mesmo que a Constituição do Estado tenha previsto esse meio de consulta.
Entende-se por população diretamente interessada tanto a do território que se pretende desmembrar, quanto a do que sofrerá desmembramento. 
Em caso de fusão ou anexação, deverá ser ouvida tanto a população da área que se quer anexar quanto a da que receberá o acréscimo.
O plebiscito tem poder de veto?
No caso de resultado negativo, poderá o Congresso Nacional editar a lei complementar, formalizando a alteração territorial?
A aprovação plebiscitária é condição para a continuidade do procedimento. Assim, caso o resultado do plebiscito seja desfavorável, estará encerrado o procedimento, pois a aprovação das populações interessadas é condição indispensável para a modificação territorial.
Porém, caso o resultado do plebiscito seja favorável, o Congresso Nacional decidirá, com plena
soberania, pela aprovação ou não da lei complementar.
Enfim,
a reprovação no plebiscito impede o processo legislativo no Congresso Nacional, mas a
aprovação plebiscitária não obriga o Congresso Nacional, que poderá, ainda assim, decidir pela não-aprovação da lei complementar formalizando a incorporação, a subdivisão ou o desmembramento do Estado. 
A aprovação dependerá de maioria absoluta – artigo 69 da CF/88. Nem o congresso está obrigado a aprovar o projeto de lei, nem o Presidente está obrigado a sancioná-lo. (conveniência política para a Republica Federativa do Brasil.)
E a consulta às Assembleias Legislativas, tem também poder de veto?
Não! A consulta às Assembleias Legislativas tem função meramente opinativa, isto é, a
opinião negativa ou positiva das Assembleias Legislativas não obriga o Congresso
Nacional. 
Mesmo com manifestação negativa das Assembleias Legislativas poderá o Congresso
Nacional editar a lei complementar aprovando a incorporação, a subdivisão ou o
desmembramento. Da mesma forma, a manifestação positiva das Assembleias Legislativas
não obriga o Congresso Nacional, que poderá, soberanamente, decidir pela não-aprovação
da respectiva lei complementar.
O procedimento de alteração dos limites territoriais dos Estados está disciplinado na Lei
nº 9.709, de 18/11/98, e obedecerá, em síntese, aos seguintes passos:
a. O plebiscito - será convocado mediante decreto legislativo, por proposta de um terço, no
mínimo, dos membros que compõem qualquer das Casas do Congresso Nacional, e
deverá ser realizado na mesma data e horário em cada um dos Estados.
b. Proclamado o resultado da consulta plebiscitária, sendo favorável à alteração
territorial, o projeto de lei complementar respectivo será proposto perante qualquer das
Casas do Congresso Nacional. 
c. Caberá à Casa perante a qual tenha sido apresentado o projeto de lei complementar proceder à audiência das respectivas Assembléias Legislativas, que opinarão, sem caráter vinculativo, sobre a matéria, e fornecerão ao Congresso Nacional os detalhamentos técnicos concernentes aos aspectos administrativos, financeiros, sociais e econômicos da área geopolítica afetada (Lei nº 9.709, arts. 3º e 4º). 
Aula do dia 14/08/2014 - Bens dos Estados-Membros: artigo 26 da CF.
Competência dos Estados-membros.
1 - Competência não legislativa: (administrativa ou material)
Comum – (cumulativa ou paralela): trata-se de competência não legislativa comum aos quatro entes federativos, quais sejam, A união, Estados, Distrito Federal e Municípios,
presta no artigo 23 da CF/88.
Residual – (remanescente ou reservada): são reservadas aos Estados as competências administrativas que não lhe sejam vedadas, ou a competência que sobrar (eventual resíduo), após a enumeração dos outros entes fedrativos (artigo 25, § 1º), ou seja, as competências que não sejam da União (artigo 21), do Distrito Federal (artigo 23), dos Municípios (artigo 30, II a IX) e comum (artigo 23).
Competência legislativa: trata-se de competência constitucionalmente definida para elaboração de leis.
Elas foram assim definidas para os Estados-membros:
- Expressa – artigo 25, Caput – capacidade de auto-organização dos Estados-membros, que se regerão pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios da CF.
- Residual – artigo 25, § 1º - o que não for de competência expressa dos outros entes e não houver vedação, caberá aos Estados materializar;
- Delegada pela União – artigo 22, parágrafo único - A União poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias de sua competência privativa no artigo 22 e incisos. Tal autorização dar-se-á por meio de lei complementar;
- Concorrente – artigo 24 – a concorrência para legislar dar-se-á entre a União, os Estados
e o Distrito Federal, cabendo à União legislar sobre normas gerais e aos Estados, sobre normas específicas;
- Suplementar – artigo 24, §§ 1º ao 4º - no âmbito legislativo corrente, como vimos, a União limita-se a estabelecer normas gerais e os Estados, normas específicas. No entanto, em caso de inércia legislativa da União, os Estados poderão suplementá-la, regulamentando as regas gerais sobre o assunto, sendo que, na superveniência da lei federal sobre norma geral, a aludida norma estadual geral (suplementar) terá a sua eficácia suspensa, no que for contrária à lei federal sobre normas gerais editadas posteriormente.
- Tributária expressa – artigo 155 CF. União que poderá instituir impostos (residual), o estado poderá impor impostos expressos.
Aula do dia 14/08/2014
MUNICÍPIOS.
O Município pode ser definido como pessoa jurídica de direito público interno e autônomo nos termo se de acordo com as regras estabelecidas na CF/88.
A posição dos Municípios como entes políticos essenciais da Federação rompe com a tradição de nosso federalismo, que foi a de não alçá-los à condição de entre federativo, embora sempre dotando-os de autonomia.
A Constituição não se contentou em estabelecer a federação descentralizando o todo, mas estabeleceu a descentralização das partes, havendo, por isso mesmo, não duas, mas três ordens de poder, ou seja, a ordem total(união), as ordens regionais (Estados-membros), e as ordens locais (Municípios).
É que a ordem total ao mesmo tempo em que prevê reconhece os Estados, dando-lhes competência e rendas, prevê reconhecemos Municípios, entidades intra-estaduais, conferindo-lhes competências e rendas. 
Os Municípios são dotados de autonomia própria, materializada por sua capacidade de Auto-organização, autogoverno, auto administração e auto legislação (a garantia à autonomia municipal está estampada no artigo34,VII,―c’,que estabelece a intervenção da Federação na hipótese de o Estado não respeitá-la.).
Auto-organização-artigo 29―caput–os Municípios organizam- se por meio de lei orgânica, votada em dois turnos, como interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos na Constituição Federal, na Constituição do respectivo Estado e os preceitos estabelecidos nos inciso I a XIV do artigo 29 da CF/88.
Autogoverno - elege, diretamente, o Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores (incisos do artigo29).
Auto administração e autolegislação: artigo 30–regras de competência que serão oportunamente estudadas.
Formação dos Municípios: O artigo18,§4ºda CF estabelece as regras para a criação, incorporação, fusão e desmembramento de Municípios. 
Considera-se INCORPORAÇÃO a junção de um ou mais Município a outro, sendo que o Município ou Municípios incorporados deixam de existir. 
FUSÃO é a ajuntamento de dois ou mais Municípios para formar um único, extinguindo-se os Municípios antigos. 
DESMEMBRAMENTO é a desligamento de parte de um Município para se tornar um novo Município, sem que se consuma o primeiro (o Município de origem).
Segundo previsão legal, devem-se obedecer as seguintes etapas:
a. Lei complementar Federal – Determinará o período para a mencionada criação, incorporação, fusão ou desmembramento de Municípios, bem como o procedimento.
b. Estudo de viabilidade municipal– deverá ser apresentado, publicado e divulgado, na formada lei, estudo demonstrando a viabilidade da criação, incorporação, fusão ou desmembramento de Municípios;
c. Plebiscito – desde que positivo o estudo de viabilidade, far-se-á consulta às populações dos Municípios envolvidos, para aprovarem ou não a criação, incorporação, fusão ou desmembramento. Referido plebiscito será convocado pela Assembleia Legislativa, de conformidade com a legislação federal e estadual (artigo5ºdaLeinº9.709/98);
d. Lei Estadual – dentro do período que a lei federal definir, desde que já tenha havido um estudo de viabilidade e aprovação plebiscitária, serão criados, incorporados, fundidos ou desmembrados Municípios, através de lei estadual.
O plebiscito – é condição de procedibilidade para o processo legislativo da lei Estadual. Se favorável o legislador estadual terá discricionariedade para a provar ou
rejeitar o projeto de lei de criação do novo Município. Em igual sentido, mesmo que a prova da a lei por legislador estadual, o Governador do Estado poderá vetá-la.
 
A consulta plebiscitária deverá o correr perante as populações diretamente interessadas. Tanto a do território que será desmembrado como a do distrito que pretende desmembrar-se. 
Necessidade de Lei complementar Federal determinando o período e procedimento de criação do novo Município. (discussão). 
Redação original (1988). A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios preservarão a continuidade e a unidade históricas – cultural do ambiente urbano, far-se-ão por lei estadual obedecida os requisitos previstos em Lei Complementar Estadual, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações diretamente interessadas. 
A EC15/96 teve como proposta dificultara criação de novos Municípios.
 
O STF entendeu que a redação dada pela EC15/96 é norma de eficácia limitada e, por isso, toda lei estadual que cria Municípios sem a sua existência estará eivada de inconstitucionalidade. Trata-se de vício formal por violação a pressupostos objetivos do ato. 
Em julgamento da ADI por omissãonº3. 682, o STF, fazendo uma pelo ao legislador, fixou o prazo de 18 meses para que o artigo18§4º, da CF se já regulamentado.
Em várias ADIs julgadas, o Plenário do STF declarou a inconstitucionalidade das lei estadual que criaram Municípios em a existência da LC Federal, mas não pronunciou anualidade dos atos, mantendo a vigência por mais 24meses –fulcro no artigo 27 da Lei 9.868/99, abaixo transcrito: 
"Art.27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderão Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado. 
"Buscando regularizar a situação de vários Municípios, o CN promulgou a EC. 57/2008, acrescentando o artigo 96 ao ADCT. 
Assim, percebe-se que não se extinguiu a necessidade da existência de lei complementar federal que regularize o processo de formação dos municípios.
A referida emenda apenas ― validou a criação (inconstitucional) dos Municípios anteriormente estabelecidos (sem a existência da referida LC Federal) Até hoje ainda não foi editada referida lei.
Câmara aprova projeto que dá brecha à criação de municípios Leia mais sobre esse assunto em http://o globo.globo.com/pais/camara-aprova-projeto-que-da-brecha-criacao-de-municipios-8591816#ixzz2bPJm0tct.
A Votação foi no dia 04/06/2013 –O texto original já tinha sido aprovado no Senado, mas como foi modificado pela Câmara, retorna àquela Casa para nova votação.
-Nas Assembleias dos 26 estados da federação revelou que, se a porteira for novamente aberta, o país poderá ganhar até 410 novos municípios, elevando para quase 6 mil o número de cidades brasileiras — hoje já são 5.578 municípios. 
A criação de novos municípios implica em aumento de gastos para custear as estruturas de Executivo e Legislativo da nova cidade, além de novos representantes a serem eleitos, os servidores públicos que irão dar suporte. (Levantamento feito pelo GLOBO) – 
AULA DIA 18/08/2014
Competências dos Municípios:
Competências não legislativas:
a. Comum (cumulativa ou paralela) – trata–se de competência não legislativa comum aos quatro entes federativos, quais sejam, A União, Estados, Distrito Federal e Municípios –previstas no artigo 23 da CF.
b. Privativa (enumerada) – artigo 30, III a IX – da CF.
Competências legislativas:
a. Expressa: artigo 29, ― caput – qual seja, como vimos, a capacidade de auto-organização dos municípios através de Lei Orgânica;
b. Interesse local: artigo 30, I – o interesse local diz respeito às peculiaridades e necessidades ínsitas à localidade.
c. Suplementar: artigo 30, inciso II – estabelece competir aos Municípios suplementar a legislação federal e a estadual no que couber. ― no que couber norteia a atuação municipal, balizando – adentro do interesse local. 
d. Tributária expressa: artigo 156 C.F - 
DISTRITO FEDERAL
Histórico – O DF surge da transformação do antigo Município neutro (sede da corte e capital do império) com a constituição de 1891, conforme previsão do artigo2º, continuando a ser a capital da União.
 
Atualmente, na CF/88, o Distrito Federal não é mais Capital Federal, pois, de acordo com o artigo 18,§1º, a Capital Federal é Brasília, que se situa dentro do território do DF. 
Nos termos do artigo 6ºda Lei Orgânica do DF, Brasília, além de Capital da República Federativa do Brasil, é a sede do governo do Distrito Federal.
 
Distrito Federal como Unidade Federada
 
O DF é uma unidade federada autônoma, visto que possui capacidade de auto-organização (artigo 32,―caput; autogoverno (artigo32,§§2ºe3º), auto administração e auto legislação (regras de competência legislativa se não legislativas).
Peculiaridades:
a. Impossibilidade de divisão em Municípios: o artigo 32 ― caput, expressamente, veda a divisão do Distrito Federal em Municípios, ao contrário do que acontece com os Estados;
b. Autonomia parcialmente tutelada pela União:
O artigo 32, §4º, declara inexistir polícias civil, militar e corpo de bombeiros militar pertencentes ao DF. Tais instituições, embora subordinada são Governador do DF (artigo144,§6º), são organizadas e mantidas diretamente pela União, sendo que a referida utilização pelo DF será regulada por lei federal.
O Poder judiciário e o Ministério Público do DF serão organizados se mantidos pela União (artigo 21, XIII e XIV, e 22, XVII).
Competências do DISTRITO FEDERAL
 
Competências não Legislativas:
Comum (cumulativa ou paralela): comum aos quatro entes federados (artigo 23 da CF); 
Competência Legislativa:
O artigo 32, §1º, estabelece que ao DF são atribuídas as competências legislativas reservada sãos Estados-membros e aos Municípios. Assim, tudo o que foi dito a respeito dos Estados aplica-se ao DF, bem como o que foi dito sobre os Municípios no tocante à competência para legislar, também a ele se aplica.
Expressa – Artigo 32, ― caput – elaboração da própria Lei Orgânica;
Residual: artigo 25 §1º- toda a competência que não for vetada;
Delegada – artigo 22, parágrafo único–A União poderá autorizar o DF a legislar sobre questões específicas das matérias de sua competência privativa.
 
Concorrente – artigo 24–
Suplementar: artigo 24,§§1º a 4º;
Interesse local: artigo30 ,I, combina do como artigo 32, §1º;
Competência tributária expressa: artigo155.
TERRITÓRIOS FEDERAIS
Os Territórios não integram o Estado Federado - Os Territórios são circunscrições administrativas ou divisões administrativas da União, sem autonomia. 
Natureza Jurídica: Apesar deter personalidade, o território não é dotado de autonomia política. Trata-se de mera descentralização administrativa-territorial da União, qual seja, uma autarquia que, conforme expressamente prevista no artigo18 §2º, integra a união.
Não existem mais territórios no Brasil. Até 1988 existiam três territórios: 
Roraima –que foi transformado em estado, de acordo como artigo 14, ― caput, do ADCT; Amapá –Também transformado em Estado – artigo 14 ― caput do ADCT; Fernando de Noronha - foi extinto, sendo sua área reincorporada ao Estado de Pernambuco.
Em que se transformou Fernando de Noronha?
Segundo o artigo 96 da CE/PE, o arquipélago de Fernando de Noronha constitui região geoeconômica, social e cultural do Estado de Pernambuco, sob a forma de Distrito Estadual, dotado de estatuto próprio, com autonomia administrativa e financeira. 
O distrito Estadual de Fernando de Noronha é dirigido por um Administrador - Geral, nomeado pelo Governador do Estado com prévia aprovação da Assembleia Legislativa. 
Pelo voto direito dos cidadãos residente do Arquipélago, são
eleitos 07 Conselheiros, com mandato de 4 anos, para formação do Conselho Distrital, órgão que tem função consultiva e de fiscalização, na formação da lei. 
A lei local prevê a transformação do Distrito Estadual em Município, quando alcançar os requisitos e exigências mínimas, previsto em lei complementar Estadual.
Apesar de não existirem, podem ser criados novos Territórios?
É perfeitamente possível a criação de novos territórios federais, que, com certeza, continuarão a ser mera autarquia, sem qualquer autonomia capaz de lhes atribuir a característica de entes federados. 
O processo de Criação dar-se-á da seguinte forma:
Lei complementar – a criação de novos territórios dar-se-á mediante lei complementar, conforme previsto no artigo18, §2º;
Plebiscito – deve haver consulta popular aprovando a criação do território;
Modo de criação: artigo18,§ 3º, estabelece que os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir –se ou desmembrar –se para se anexar a outros, ou formar Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.
Peculiaridades – 
• Lei Federal – de acordo como artigo 33, caput, lei federal disporá sobrea organização administrativa e judiciária dos Territórios; 
• Divisão em Municípios –O artigo 33, §1º, estabelece a possibilidade de os Territórios, quando criados, serem dividido sem Municípios, aos quais serão aplicadas as regras previstas nos artigos 29 a 31 da CF/88; 
• Executivo – A direção dos Territórios, se criados, dar-se-á por Governador nomeado pelo Presidente da República, após aprovação do Senado Federal (artigo 84, XIV); 
• Legislativo (CN) –nos termos do artigo 45§ 2º, cada Território elegerá o número fixo de 4 deputados federais, caracterizando -se, assim, exceção ao princípio proporcional para a eleição de Deputados Federais, ou seja, não existirá variação do número de representantes da população local dos Territórios;
Controle das Contas: A fiscalização das contas do governo do Território caberá ao Congresso Nacional, após só parecer do Tribunal de Contas da União (artigo33,§2º); 
 
• Judiciário, Ministério Público defensores públicos – Nos Territórios com mais de 100 Mil habitantes, além de Governador nomeado na formada Constituição (artigo84, XIV), haver á órgão judiciário de primeira e segunda instância, membros do MP e defensores públicos federais, organizados e mantidos pela União (artigo 33,§3º,c/c o artigo 21, XIII).
 
Nos termos do parágrafo único do artigo 110, a jurisdição e as atribuições cometidas aos Juízes Federais (Justiça Federal Comum) caberão aos Juízes da Justiça local, na formada lei;
 
• Legislativo – A lei disporá sobre as eleições para a Câmara Territorial e a sua competência deliberativa (artigo 33 § 3º) 
• Sistema de Ensino – organizado pela União, nos termos do artigo 211,§1º.
INTERVENÇÃO
Como já foi visto, a CF estabelece que todos os entes federados são Autônomos (com capacidade de auto –organização e normatização; auto governo e auto administração), no entanto, em casos de anormalidade na condução das atividades públicas, a própria Carta Magna estabelece exceções quanto a essa liberdade dos estados e municípios, permitindo a intervenção federal e afastando momentaneamente a autonomia desses entes federativos. 
A intervenção, por se tratar de uma limitação à autonomia havida entre Municípios, Estado se a União, não pode ser vista como algo de corriqueira aplicação, pois "constituem situações críticas que põem em risco a segurança do Estado, o equilíbrio federativo, as finanças estaduais e a estabilidade de ordem constitucional". 
Interessante notar que o caput do artigo 34 da Constituição Federal inicia-se dizendo que "a União não intervirá...”, estabelecendo que o princípio vigente é o da não-intervenção – que é o mais compatível com a autonomia pretendida aos entes federados -, traçando, logo depois, em seus incisos, as "exceções" ao dito princípio.
Por se tratar de exceção, a intervenção só poderá ocorrer nas hipóteses exaustivamente enumeradas no texto constitucional, não se admitindo sejam elas ampliadas por norma infraconstitucional.
União, em regra, somente poderá intervir-nos Estados – membros e no Distrito - Federal, enquanto os Estados poderão intervir-nos Municípios integrantes de seus territórios. (a exceção em relação a Municípios é em casos de Municípios localizado sem Territórios); Esse ato extremado e excepcional de intervenção na autonomia política dos Estados - membros/Distrito -Federal, pela União, somente poderá ser consubstanciado por decreto do Presidente da República (CF–artigo 84, X); e no caso da intervenção municipal, pelos governadores de Estado. 
É pois, ato privativo do Chefe do Poder Executivo. (a União não poder á intervir diretamente em Municípios, salvo no caso dos Municípios localizados nos territórios); 
Assim, para que ocorra a intervenção são necessárias a presença dos seguintes requisitos:
1. uma das hipóteses taxativamente descritas na CF (artigo 34 – intervenção federal; artigo 35 – intervenção estadual), pois constitui uma excepcionalidade no Estado Federal;
2. regra: intervenção do ente político mais amplo, no ente político, imediatamente menos amplo (União nos Estados – Membros e Distrito Federal; Estados nos Municípios;
3. ato político – decretação exclusiva –de forma discricionária ou vinculada dependendo da hipótese – do chefe do Poder Executivo Federal – Presidente da República–intervenção federal; Governador de Estado –intervenção municipal), a quem caberá, igualmente, a execução das medidas interventivas.
A regra da intervenção segue o seguinte esquema: 
• Intervenção federal: União –nos Estados, Distrito –Federal (hipóteses do artigo 34) e nos Municípios localizados em Territórios Federais (hipótese do artigo 35). • Intervenção estadual: Estados –em seus Municípios (artigo35).
1-INTERVENÇÃO FEDERAL:
São hipóteses de intervenção federal.
Defesa nacional interna e externa (artigo 34,I a III); 
Respeito dos poderes constituído se observância da Constituição (artigo 35, IV, VI e VI, aed.
Ordem financeira – (artigo 34, VII, aeb). 
I – Manter a integridade nacional-sendo – 
Federativa a formado Estado brasileiro, vedado é o direito de secessão a qualquer das entidades componentes da união indissolúvel. Havendo, portanto, ameaça à coesão nacional, mediante propósito separatista, é viável a intervenção Federal; 
II –Repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra; 
Na invasão estrangeira não é necessário que o governo estadual seja conivente com ela, bastando que importe em sacrifício da autonomia do Estado Federado a ação do governo federal, afim de afastar a aponta da invasão, de impedi-la ou evitá-la, se iminente;
No caso de invasão de um Estado em outro, há ruptura da coesão nacional e do equilíbrio federativo, entendendo-se estará União autorizada a intervir tanto no Estado invasor, quanto no invadido; 
III–Pôr termo a grave comprometimento da ordem pública – 
A perturbação da ordem há de ser grave, ou seja, aquela que o Estado Federado não pode ou não quer debelar. Dispondo, pois, o Estado - Membro de condições para debelar a crise, não se há de falar em intervenção federal, que, no caso, violaria a sua autonomia; 
IV – Garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da federação – 
O correndo coação de um dos poderes nas unidades da federação, ou estando impedido de exercer as suas funções, viabiliza –se a intervenção federal, dependendo, contudo, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo com ato ou impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal Federal, se a coação for exercida contra o Poder Judiciário (artigo 36, I); 
V – Reorganizar as finanças das unidades da federação que:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior; 
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixa das na
CF, nos prazos estabelecidos em lei.
Dívida fundada, segundo o disposto no artigo 98 da Leinº4.320/64, compreende os compromissos de exigibilidade superiora 12 meses, contraídos para atender a desequilíbrio orçamentário ou a financiamento de obras e serviços públicos . Segundo dispõe o parágrafo único, ― a dívida fundadas erá escriturada com individuação e especificações que permitam verificar, a qualquer momento, a posição dos empréstimos, bem como os respectivos serviços de amortização e juros;
Um dos maiores problemas para a aprovação dessa intervenção é definir o que seja a dívida fundada. 
Para o Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco,v.g., "a dívida fundada, também denominada dívida consolidada, corresponde à dívida contraída pelo Tesouro estadual, mediante a emissão de título sou contratação com instituições financeiras, para atender a compromissos de exigibilidade superior a doze meses "O único juiz o certo sobre a questão é que o caso só poderá ser adequadamente avaliado no evento concreto, não se esquecendo da exceção do motivo de força maior. (artigo 393, p.único do CC).
Em decorrência das regras inerentes são federalismo cooperativo, os Estados federados se acham obrigados a transferir aos Municípios determinadas quotas tributárias, nos prazos fixados em lei, cuja retenção é sancionada com a intervenção federal. 
VI–Prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial – 
Tem-se entendido que a intervenção para a execução de lei federal somente poderá ocorrer quando não haja solução judicial para ocaso, ou seja, a recusa do governo estadual em cumprir lei federal não seja passível de correção pelos órgãos judiciários. O descumprimento de ordem ou decisão judicial refere-se a decisão proferida tanto pela justiça Federal quanto pela Estadual. VII –Assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) a forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia Municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta. 
Tais são os denominados princípios enumerados ou sensíveis. "São sensíveis em outro sentido, como coisa dotada de sensibilidade, que, em sendo contrariada, provoca reação, e esta, no caso, é a intervenção nos Estados, exatamente para assegurar sua observância"
Espécies de intervenção federal:
Espontânea–neste caso o presidente da República age de ofício–artigo 34, I, II, III e V;
Provocada por solicitação: artigo 34 IV, combinado com o artigo 36, I, 1ª parte–quando coação ou impedimento recaírem sobre o Poder Legislativo ou o Poder Executivo, impedindo o livre - exercício dos aludidos Poderes nas unidades da Federação, a decretação da intervenção federal, pelo Presidente da República, dependerá de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coactou impedido.
Provocada por requisição: 
Artigo 34, IV, combinado com o artigo 36, I, segunda parte –se a coação for exercida contra o Poder Judiciário, a decretação da intervenção federal dependerá de requisição do STF;
Artigo 34, VI, segunda parte, combinado com o artigo 36, II –no caso de desobediência a ordem ou decisão judicial, a decretação dependerá de requisição do STF, STJ ou do TSE, de acordo com a matéria;
Provocada, de pendendo de provimento de representação: 
artigo 34, VII, combinado com o artigo 36, III, 1ª parte –no caso de ofensa aos princípios constitucionais sensíveis, previstos no artigo 34, VII, da CF/88, a intervenção federal de penderá de provimento, pelo STF, de representação do Procurador-Geral da República (ADI interventiva); 
artigo 34, VI, 1ª parte, combinado com o artigo 36, III, 2ª parte –para prover a execução de lei federal (pressupondo ter havido recusa à execução da lei federal), a intervenção de penderá de provimento de representação do Procurador-Geral de República pelo STF (EC. nº45/2004). – Na hipótese de solicitação pelo Executivo e Legislativo, o Presidente da República não está obrigado a intervir, possuindo discricionariedade para convencer-se da conveniência e oportunidade. –Por outro lado, havendo requisição do Judiciário, não sendo o caso de suspensão da execução do ato impugnado (artigo36, §3º), o Presidente da República estará vinculado e deverá decretar a intervenção federal.
Decretação e execução da Intervenção Federal: 
A decretação e execução da intervenção federal é da competência privada do Presidente da República (artigo 84, X), dando-se de forma espontânea ou provocada. OBS - há previsão de sejam ouvidos dois órgãos superiores –O Conselho da República (artigo 90, I) e o Conselho de defesa Nacional (artigo 91, §1º, II), sem haver qualquer vinculação do chefe do Executivo aos aludidos pareceres. 
A decretação materializa-se por decreto presidencial de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução, e, quando couber, nomear áo interventor. Controle exercido pelo Congresso Nacional. 
Nos termos dos § §1 º e 2º do artigo 36, o Congresso Nacional (legislativo) realizará controle político sobre o decreto de intervenção expedido pelo executivo no prazo de 24 horas, devendo ser feita a convocação extraordinária, também no prazo de 24 horas, caso a casa legislativa esteja em recesso parlamentar.
O Congresso Nacional ou aprovará a intervenção federal ou a rejeitará, sempre por meio de decreto legislativo, suspendendo a execução do decreto interventivo nesta última hipótese. Em caso de rejeição pelo Congresso Nacional do decreto interventivo, o Presidente da República deverá cessá-lo imediatamente, sob pena de cometer crime de responsabilidade (artigo85,II –atentando contra os Poderes constitucionais do Estado), passando o ato a ser inconstitucional. 
Hipóteses em que o controle exercido pelo Congresso Nacional é dispensado A regra é que o decreto interventivo de erá ser apreciado pelo CN (controle político). Excepcionalmente, a CF (artigo 36, §3º) dispensa a apreciação, sendo que o decreto se limitará a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastara o restabelecimento da normalidade. As hipóteses em que o controle político é dispensado são as seguintes:
Artigo 34 VI – para prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
Artigo 34, VII – quando houver afronta aos princípios sensíveis da CF.
No entanto, se o decreto que suspendeu a execução do ato impugnado não foi suficiente para o restabelecimento da normalidade, o Presidente da República decretará a intervenção federal, nomeando, se couber, interventor, devendo submeter o seu ato ao exame do Congresso Nacional (controle político), no prazo de 24 horas, nos termos do artigo 36 §1º.
 Afastamento da autoridade envolvida: Por meio de decreto interventivo, que especificará a amplitude, prazo e condições de exceção, o Presidente nomeará (quando necessário) interventor, afastando as autoridades envolvidas. Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a este voltarão, salvo impedimentos legais (artigo 36 §4º).
2–INTERVENÇÃO ESTADUAL.
Hipóteses – As hipóteses de intervenção estadual e federal (nos Municípios localizados em Territórios Federais) estão taxativamente previstas no artigo 35, sendo cabíveis quando: 
• Deixar de ser paga, sem motivos de forma maior, por mais de 2 anos consecutivos ,a dívida fundada – o Conceito de dívida fundada foi examinado anteriormente - O exame da dívida municipal, que ensejará eventual intervenção, deve ser procedido minuciosamente por técnicos ou agentes do Estado, incluindo os do TC. 
• Não for emprestadas contas devidas, na forma da lei – A prestação de contas constitui dever do Prefeito, como Administrador público. Hely Lopes Meirelles - distingue a falta de prestação de contas da sua prestação irregular, para concluir que apenas no primeiro caso é admissível a intervenção.
Não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. – De acordo com o artigo 212 da CF, os Municípios aplicarão 25%,
no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.
 No que diz respeito à ações e serviços públicos de saúde, os Municípios aplicarão, anualmente, recursos mínimos provenientes do produto da arrecadação dos impostos de sua competência previstos no artigo 159, I, b e§ 3º, em percentuais a serem estabelecidos em lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada cinco anos (ver artigo 77 ADCT). 
• Inobservância dos princípios indicados na Constituição Estadual, descumprimento de lei, ordem ou decisão judicial – Os Municípios estão obrigados a respeitar os princípios constantes da Constituição do respectivo Estado - Membro, que, por sua vez, incorpora os princípios da CF (artigo 25 a 28 e 29) a acrescenta outros referentes à diversidade regional.
A inobservância, pelo Município, desses princípios acarreta intervenção. O descumprimento de lei constitui hipótese interventiva no Município. Esclarece-se que a CF (artigo 35, IV) não qualifica a lei como municipal: trata-se, dessa forma, de qualquer lei (federal estadual ou municipal). 
O descumprimento de ordem ou de decisão judicial acarreta intervenção em Municípios. Ordem judicial significa ― qualquer comando ou mandado, e por decisão judicial entende-se qualquer resolução, que se haja de executar. Os casos de intervenção mencionados neste tópico dependem de representação do Procurador – Geral de Justiça ao Tribunal de Justiçado Estado, que lhe dará provimento (artigo 35, IV, da CF).
Decretação e execução da intervenção estadual: - É da competência privativa do Governador de Estado, por meio de decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições da execução e, quando couber, nomeará o interventor. Controle exercido pelo legislativo.
A Constituição estabeleceu a realização de controle político a ser exercido pelo legislativo, devendo o decreto de intervenção ser submetido à apreciação da Assembleia Legislativa, no prazo de 24 horas. Na hipótese de não estar funcionando, haverá a convocação extraordinária, também no prazo de 24 horas.
Hipóteses em que o controle exercido pela Assembleia Legislativa é dispensado: 
Quando o decretos e limitara suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastara o restabelecimento da normalidade. – Artigo 35, IV. Se a suspensão da execução do ato impugnado não foi suficiente, o Governador decretará a intervenção e submeterá o decreto à apreciação da Assembleia. 
Afastamento da autoridade envolvida: No decreto interventivo que especificará a amplitude, prazo e condições de execução, o Governador de Estado nomeará (quando necessário) interventor, afastando as autoridades envolvidas. Cessado os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal (artigo 36, §4º).

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