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Tópicos Especiais em Serviço Social Aula 05 PPT

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TÓPICOS ESPECIAIS EM SERVIÇO SOCIAL
Prof. Eliane Assis
Aula 5: Portador de Transtorno Mental
TÓPICOS ESPECIAIS EM SERVIÇO SOCIAL
Aula 5: Portador de Transtorno Mental
Conteúdo programático
Conhecer as políticas públicas destinadas aos portadores de transtorno mental;
Compreender o que foi o Movimento da Reforma Psiquiátrica;
Analisar os desdobramentos do Movimento da Reforma Psiquiátrica.
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Até o século XVIII, na Europa, os hospitais não possuíam finalidade médica. Eram grandes instituições filantrópicas destinadas a abrigar os indivíduos considerados "indesejáveis" à sociedade, como os leprosos, os sifilíticos, os aleijados, os mendigos e os loucos, sendo lugares de exclusão social da pobreza e da miséria produzidas pelos regimes absolutistas da época. 
No entanto, as pessoas eram internadas nessas instituições não para serem curadas, mas, para serem separadas da sociedade à qual poderiam ameaçar, contagiar ou, ainda, para morrer em um ambiente protegido.
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O doente mental era uma figura que deveria ser mantida a distância, para que não perturbasse o cotidiano e a ordem da sociedade. 
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Foram construídos locais de tratamento, onde se pode isolar o doente mental, tendo sido delegada ao psiquiatra a tarefa de tutelá-lo em seu isolamento, de modo a proteger e a defender a sociedade do medo que continua a lhe provocar... O manicômio nasceu para a defesa dos sãos. Os muros, quando a ausência de terapias impossibilitava a cura, serviam para excluir e isolar a loucura, a fim de que não invadisse o nosso espaço. Mas, até hoje eles conservam essa função: dividir, separar, defender os sãos mediante a exclusão de quem já não é são (Franco Basaglia, 2005) 
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Vista aérea do Palácio Universitário (UFRJ), antiga sede do Hospício Pedro II, construído 1842-1852.
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Segundo Franco Basaglia (2005), o manicômio surgiu nas periferias das cidades, em zonas isoladas e cercadas por muros. A figura do doente mental deveria ser mantida a distância, para que não perturbasse a ordem e o ritmo da sociedade. Esse fato retrata que a sociedade tende a eliminar tudo o que perturba sua expansão, sem refletir sob sua responsabilidade nesses processos.
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Hospital Psiquiátrico do Juqueri
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Vale ressaltar que a institucionalização trouxe inúmeras consequências para o portador de transtorno mental como, por exemplo:
 fragmentação e/ou extinção do convívio familiar; 
 perda da identidade, liberdade; 
 negação da subjetividade e de todos os direitos 
 incapacidade de exercer a cidadania.
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Movimento de Reforma Psiquiátrica
Surge, na Europa em 1961 e objetiva de modificar o modelo de tratamento destinado aos doentes mentais foi liderado pelo psiquiatra Franco Basaglia. 
A primeira experiência do Movimento da Reforma Psiquiátrica iniciou-se com a transformação do hospital psiquiátrico de Gorizia(Itália), em comunidade terapêutica. 
No início da década de 1970, um grupo de psiquiatras iniciou atividades de humanização no hospital de Gorizia e visava abandonar a violência como recurso, eliminando práticas repressivas, sistemas de punições, eletrochoques e impregnação provocada pelo excesso de psicofármacos. 
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A Lei 180, em 13 de maio de 1978, determinando o fim dos manicômios em todo o território italiano, ocasionando o seu progressivo esvaziamento, definindo a necessidade da criação de estruturas territoriais que respondessem às demandas, abolindo a ligação entre doença mental e periculosidade social (Franco Basaglia, 2005). 
Além disso, consolidou o processo de criação de novas práticas de atenção psicossocial e de saúde mental. Essa lei ficou mundialmente conhecida como a Lei Basaglia.
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A Reforma Psiquiátrica pode ser compreendida como:
Processo histórico de formulação crítica e prática que tem como objetivos e estratégias o questionamento e a elaboração de propostas de transformação crítica do modelo clássico e do paradigma da psiquiatria (Paulo Amarante, 1998, p. 87).
	
Franco Basaglia (2005) afirma que a Reforma Psiquiátrica propõe transformar o modelo assistencial em saúde mental, construir um novo estatuto social para o louco - o de cidadão, como todos os outros - e eliminar a prática do internamento como forma de exclusão social dos indivíduos portadores de transtornos mentais. 
Portanto, propõe-se a substituição do modelo manicomial pela criação de uma rede de serviços territoriais de atenção psicossocial e de base comunitária.
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Reforma Psiquiátrica no Brasil
 1940 surgimento do Serviço Nacional de Doença Mental;
1950 superlotação dos asilos e surgimento de inúmeros hospitais psiquiátricos que se espalhavam pelo país;
1960 a maioria dos hospitais públicos encontrava-se em precárias condições de manutenção administrativa;
 Iniciou-se a contratação de leitos psiquiátricos privados pelo Estado 
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Nos anos 1970, proliferaram os ambulatórios com o intuito de internar pacientes nos leitos privados. É sabido o que ocorreu a partir daí: tempo exagerado de permanência nos hospitais, atendimento desumano, uso abusivo e quase exclusivo de psicofármacos como alternativa de tratamento, investimento na hotelaria dos hospitais (Ana Lúcia Machado, 2004, p. 4).
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Hospital Colônia, Barbacena/MG – 1961 
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Crise da Divisão Nacional de Saúde Mental (DINSAM) órgão do Ministério da Saúde responsável pela formulação das políticas na área da saúde mental. 
Os profissionais das quatro unidades da DINSAM, (Centro Psiquiátrico Dom Pedro II (CPPII), Hospital Pinel, Colônia Juliano Moreira e Manicômio Judiciário Heitor Carrilho) deflagraram greve, em abril de 1978, seguida da demissão de 260 estagiários e profissionais. 
Importante lembrar que o movimento coincide com o período do processo de redemocratização brasileira junto com as pressões dos movimentos sociais interligadas à luta pelos Direitos Humanos. 
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no final dos anos 1970, constatam-se críticas ao modelo "hospitalocêntrico", em diversas regiões do Brasil, feitas pelo Movimento de Trabalhadores em Saúde Mental que nasce da crise da DINSAM e, posteriormente, é denominado Movimento Antimanicomial. 
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É importante ressaltar que o Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental (MTSM), foi formado por trabalhadores integrantes do movimento sanitário, associações de familiares, sindicalistas, membros de associações de profissionais e pessoas com longo histórico de internações psiquiátricas, almejava denunciar a violência ocorrida nos manicômios, a mercantilização da loucura e a hegemonia de uma rede privada de assistência ao portador de transtorno mental. 
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Os ideais da Reforma Psiquiátrica no Brasil ganham visibilidade com o MTSM e, nos anos 1980
O Projeto Paulo Delgado (1989) visava, em linhas gerais:
a proibição da expansão dos leitos manicomiais públicos; 
 um novo tipo de cuidado perante o portador de transtorno mental; 
 uma rede de serviços a ser construída pelas administrações regionais de Saúde e 
 o fim das internações compulsórias.
 Em seguida ocorrem as conferências de Saúde Mental
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Lei 10216 de 06 de Abril de 2001
Art. 1o Os direitos e a proteção das pessoas acometidas de transtorno mental, de que trata esta Lei, são assegurados sem qualquer forma de discriminação quanto à raça, cor, sexo, orientação sexual, religião, opção política, nacionalidade, idade, família, recursos econômicos e ao grau de gravidade ou tempo de evolução de seu transtorno, ou qualquer outra.
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Art. 2o Nos atendimentos em saúde mental, de qualquer natureza, a pessoa e seus familiares ou responsáveis serão formalmente cientificados dos direitos enumerados no parágrafo único deste artigo.
Parágrafo único. São direitos da pessoa portadora de transtorno mental:
I - ter acesso ao melhor tratamento do sistema de saúde, consentâneo às suas necessidades;
II - ser tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo de beneficiar sua saúde, visando alcançar sua recuperação pela inserção na família, no trabalho e na comunidade;
III - ser protegida contra qualquer forma de abuso e exploração;
IV - ter garantia de sigilo nas informações prestadas;
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V - ter direito à presença médica, em qualquer tempo, para esclarecer a necessidade ou não de sua hospitalização involuntária;
VI - ter livre acesso aos meios de comunicação disponíveis;
VII - receber o maior número de informações a respeito de sua doença e de seu tratamento;
VIII - ser tratada em ambiente terapêutico pelos meios menos invasivos possíveis;
IX - ser tratada, preferencialmente, em serviços comunitários de saúde mental.
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Art. 3o É responsabilidade do Estado o desenvolvimento da política de saúde mental, a assistência e a promoção de ações de saúde aos portadores de transtornos mentais, com a devida participação da sociedade e da família, a qual será prestada em estabelecimento de saúde mental, assim entendidas as instituições ou unidades que ofereçam assistência em saúde aos portadores de transtornos mentais.
Art. 4o A internação, em qualquer de suas modalidades, só será indicada quando os recursos extra-hospitalares se mostrarem insuficientes.
§ 1o O tratamento visará, como finalidade permanente, a reinserção social do paciente em seu meio.
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Nova Política Nacional da Saúde Mental no Brasil
 Redução progressiva dos leitos psiquiátricos de hospitais especializados;
 Qualificação, expansão e fortalecimento da rede extra-hospitalar;
 Programa permanente de formação de recursos humanos para a Reforma Psiquiátrica;
 Implantação do Programa de Volta para Casa;
 Implementação da Política de Atenção Integral a usuários de álcool e outras drogas;
 Inclusão das ações de saúde mental na atenção básica
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Política Nacional de Saúde Mental 
Apoiada na lei 10.216/02, busca consolidar um modelo de atenção à saúde mental aberto e de base comunitária. Isto é, que garante a livre circulação das pessoas com transtornos mentais pelos serviços, comunidade e cidade Este modelo conta com uma rede de serviços e equipamentos variados tais como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT), os Centros de Convivência e Cultura e os leitos de atenção integral (em Hospitais Gerais, nos CAPS III). O Programa de Volta para Casa que oferece bolsas para egressos de longas internações em hospitais psiquiátricos, também faz parte desta política. Na atenção integral em álcool e drogas, além de todos os recursos da rede, conta-se ainda com leitos de retaguarda e a Escola de Redutores de Danos.
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A área de ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL junto aos portadores de transtorno mental é ampla e diversificada, podemos destacar alguns exemplos de intervenção junto: 
ao Centro de Atenção Psicossocial; 
Ao Hospital-Dia; 
Às Residências Terapêuticas; 
Aos Conselhos de Direitos; 
às instituições prestadoras de serviços; 
aos hospitais; 
Às clínicas de reabilitação;
Ao Instituto Nacional de Seguridade Social – INSS.
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A PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL, junto aos portadores de transtorno mental tem por base:
atendimento individual; 
atendimento em grupo; 
trabalho junto às famílias; 
orientações; 
entrevistas socioeconômicas; 
visitas domiciliares e institucionais; 
dinâmicas de grupo; 
oficinas terapêuticas; 
viabilização de benefícios; 
divulgação e ampliação de benefícios e serviços.
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