Buscar

Aula 00

Prévia do material em texto

CURSO ON-LINE – PROCESSO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS - MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 1
CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – MPU 
ANALISTA PROCESSUAL 
PROFESSOR: PEDRO IVO 
 
APRESENTAÇÃO 
 
Caros concursandos de todo Brasil, sejam bem vindos! 
É com grande felicidade que inicio mais este curso aqui no Ponto, com foco total 
no tão aguardado concurso para Analista Processual do MPU. 
Antes de tudo, para que me conheçam um pouco melhor, farei minha 
apresentação. 
Meu nome é Pedro Ivo, sou servidor público há 13 anos e, atualmente, exerço o 
cargo de Auditor-Fiscal Tributário no Município de São Paulo (ISS-SP). 
Iniciei meus trabalhos no serviço público atuando na Administração Federal, na 
qual, durante alguns anos, permaneci como Oficial da Marinha do Brasil. 
Por opção, comecei a estudar para a área fiscal e, concomitantemente, fui 
aprendendo o que é o “verdadeiro espírito de concurseiro”, qualidade que logo 
percebi ser tão necessária para alcançar meu objetivo. 
Atualmente, após a aprovação no cargo almejado, ministro aulas em diversos 
cursos do Rio de Janeiro e de São Paulo, sou pós-graduado em Auditoria 
Tributária, pós-graduado em Processo Penal e Direito Penal Especial e autor dos 
livros “Direito Penal – Questões comentadas da FCC”, “Direito Processual Penal – 
Resumo dos tópicos mais importantes para concursos públicos” e “1001 Questões 
Comentadas – Direito Penal – CESPE”, todos publicados pela Editora Método. 
Agora que já me conhecem um pouco, posso, com certa tranquilidade, começar a 
falar de nosso curso. 
Em primeiro lugar é importante que desde já firmemos uma parceria em busca 
dos 100% de acertos em sua PROVA. Digo isto porque espero, nas próximas 
semanas, poder estar conversando com vocês sobre o Direito Processual Penal 
em suas casas, no trabalho, no metrô, no ônibus, enfim, em qualquer lugar em 
que vocês estiverem lendo as aulas. 
Trata-se efetivamente de uma conversa, sem formalismos desnecessários e 
objetivando o maior grau de assimilação possível. 
Nosso curso será no método QP, ou seja, Quase-Presencial. 
“Mas professor... Eu nunca ouvi falar neste tal de “QP”, o que é isso?” 
CURSO ON-LINE – PROCESSO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS - MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 2
CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – MPU 
ANALISTA PROCESSUAL 
PROFESSOR: PEDRO IVO 
 
É o método através do qual eu apenas não estarei fisicamente na sua frente, mas 
buscarei com que se sintam em uma sala de aula, aprendendo a matéria através 
de uma linguagem clara e objetiva, voltada para a sua aprovação. 
O curso terá por base a integralidade do último edital do concurso para Analista 
Processual do MPU. Assim, será composto das seguintes aulas: 
AULA 00 
 
PRINCÍPIOS DO DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
AULA 01 
 
INQUÉRITO POLICIAL / AÇÃO PENAL 
 
 
AULA 02 
 
JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA 
AULA 03 
 
PROVA – PARTE 01 
 
AULA 04 
 
PROVA – PARTE 02 
 
AULA 05 
 
PRISÃO: ASPECTOS GERAIS / PRISÃO EM FLAGRANTE / PRISÃO 
PREVENTIVA / PRISÃO TEMPORÁRIA E LIBERDADE PROVISÓRIA 
 
 
AULA 06 
 
SUJEITOS PROCESSUAIS 
 
AULA 07 
 
 
CITAÇÃO / INTIMAÇÃO/ NOTIFICAÇÃO 
HABEAS CORPUS / PROCESSO DOS CRIMES DE RESPONSABILIDADE 
DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS 
 
AULA 08 
DOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS / NULIDADES / REVISÃO 
CRIMINAL / DAS EXCEÇÕES 
 
AULA 09 
SENTENÇA / PROCESSO E JULGAMENTO DOS CRIMES CONTRA A 
HONRA / INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA / MEDIDAS ASSECURATÓRIAS – 
ENTORPECENTES / LAVAGEM DE DINHEIRO 
 
CURSO ON-LINE – PROCESSO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS - MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 3
CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – MPU 
ANALISTA PROCESSUAL 
PROFESSOR: PEDRO IVO 
 
Cada aula será composta de 40 a 60 páginas, com exceção da demonstrativa. Ao 
término de cada encontro, apresentarei exercícios comentados a fim de fixar a 
matéria. Ao final do curso chegaremos a cerca de 200 questões resolvidas. 
Para finalizar essa nossa primeira conversa, lembro que todas as dúvidas poderão 
ser sanadas no fórum e que qualquer crítica ou sugestão poderá ser enviada para 
pedro@pontodosconcursos.com.br. 
Bom, agora que já estamos devidamente apresentados e você já sabe como será 
o nosso curso, vamos começar a subir mais um importante degrau rumo à 
aprovação!!! 
Bons estudos!!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO ON-LINE – PROCESSO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS - MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 4
CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – MPU 
ANALISTA PROCESSUAL 
PROFESSOR: PEDRO IVO 
 
AULA 00 - INTRODUÇÃO AO PROCESSO PENAL E PRINCÍPIOS 
PROCESSUAIS PENAIS 
 
1.1 O PROCESSO PENAL 
 
A Carta Magna dispõe em seu art. 1º, parágrafo único, que “todo poder emana 
do povo, que o exerce por meio de seus representantes eleitos ou, diretamente, 
nos termos desta Constituição”. 
Do texto constitucional retira-se claramente que o Estado é o titular de um poder 
que deve ser exercido em prol da sociedade. Ocorre, contudo, que tal poder não é 
ilimitado e, os limites, são impostos pelas normas legais, pelo Direito. 
Neste contexto é que surge o processo, meio através do qual o Estado poderá 
exercer o seu poder jurisdicional de forma adequada, proporcional e razoável aos 
anseios da sociedade. 
A partir de agora começaremos a tratar do processo, mais especificamente do 
Processo Penal e, para que você compreenda corretamente este importante ramo 
jurídico, é importantíssimo aprender, antes de tudo, qual o seu conceito. 
 
 1.1.1 CONCEITO 
 
Podemos dizer que o Direito Processual Penal é o conjunto de normas e 
princípios que vai tornar possível a aplicação do Direito Penal, pelo Estado, no 
caso concreto. Desta forma, o Processo Penal definirá a atuação do Estado-Juiz 
na sua relação com o autor e réu, os três principais sujeitos processuais. 
O fim específico do Processo Penal é o de obter a certeza positiva ou negativa, 
acerca da violação da lei penal, mediante a intervenção judicial. Pode-se 
afirmar, portanto que o Processo Penal tem um duplo fim: 
 
� FIM ESSENCIAL � Estabelecido em prol do interesse social empenhado 
na punição dos delinqüentes; 
� FIM CORRELATIVO � Estabelecido em prol da tutela do interesse 
privado e social concernente às garantias individuais, principalmente a 
da liberdade. 
 
Para deixar ainda mais claro, imaginemos um mecânico de automóveis e as 
peças do carro. Em grau de equivalência, teríamos a seguinte relação: 
 
CURSO ON-LINE – PROCESSO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS - MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 5
CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – MPU 
ANALISTA PROCESSUAL 
PROFESSOR: PEDRO IVO 
 
• PEÇAS DO CARRO ��� DIREITO PENAL; 
• MECÂNICO ��� ESTADO; 
• PROCESSO DE COLOCAÇÃO DAS PEÇAS PELO MECÂNICO NOS 
VEÍCULOS��� PROCESSO PENAL; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.1.2 FONTES DO PROCESSO PENAL 
 
Fonte, em sentido usual, é o lugar de onde provém algo. Desta forma, 
podemos conceituar as fontes do processo penal como o ponto de partida das 
normas, princípios e preceitos que norteiam este ramo jurídico. 
Dentre os diversos doutrinadores, a classificação que você precisa ter 
conhecimento é a que divide as fontes em formais e materiais. Vamos 
conhecê-la: 
 
1 - FONTES MATERIAIS ��� Quando falamos em fontes materiais, estamos 
tratandode quem será responsável pela edição de normas específicas sobre o 
Processo Penal no nosso País. 
Para encontramos esta resposta, devemos recorrer à Constituição Federal que, 
em seu art. 22, I, dispõe: 
 
 
 
ESTADO-JUIZ 
RÉU 
 
AUTOR 
 
SUJEITOS PROCESSUAIS 
CURSO ON-LINE – PROCESSO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS - MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 6
CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – MPU 
ANALISTA PROCESSUAL 
PROFESSOR: PEDRO IVO 
 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, 
marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; (grifo nosso) 
 
Desta forma, caro (a) aluno (a), podemos afirmar que a única fonte material 
do Direito Processual Penal é a UNIÃO, correto??? 
ERRADO!!! Excepcionalmente, lei estadual (ou distrital) poderá tratar sobre 
questões específicas de Processo Penal, desde que permitido pela União por 
meio de lei complementar. Observe o disposto no art. 22, parágrafo único, da 
Carta Magna: 
 
Art. 22 
[...] 
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a 
legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste 
artigo. 
 
2 - FONTES FORMAIS ��� No que diz respeito às chamadas fontes formais, 
diferentemente do que vimos anteriormente, estamos tratando da forma como 
as normas jurídicas são exteriorizadas. 
No Direito brasileiro temos como principal fonte formal a lei, que recebe a 
denominação de fonte imediata. 
Dentro desta classificação, podemos abranger a Constituição Federal, a 
legislação infraconstitucional, os tratados, convenções e regras de Direito 
Internacional e as súmulas vinculantes. Estas últimas estão incluídas no art. 
103-A da Carta Magna nos seguintes termos: 
 
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por 
provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, 
após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar 
súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá 
efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e 
à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, 
estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou 
cancelamento, na forma estabelecida em lei. 
 
CURSO ON-LINE – PROCESSO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS - MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 7
CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – MPU 
ANALISTA PROCESSUAL 
PROFESSOR: PEDRO IVO 
 
A principal característica da fonte formal imediata é o fato de ela vincular a 
atuação do Estado, ou seja, se uma lei diz que o Juiz deve agir de uma 
maneira “X”, obrigatoriamente terá que assim fazer. 
Além da fonte IMEDIATA, também existem fontes MEDIATAS que, embora não 
vinculem a atuação do Estado, servem de importante direcionamento na 
atuação Estatal. São elas: 
 
� OS COSTUMES ��� O costume, que no direito processual penal é 
denominado “praxe forense”, é a regra de conduta praticada de modo 
geral, constante e uniforme (elemento interno), com a consciência de 
sua obrigatoriedade (elemento externo). 
Embora não mencionado no artigo 3° do CPP, que admite a aplicação da 
analogia e dos princípios gerais do direito, o costume é referido pelo 
artigo 4° da Lei de Introdução do Código Civil como uma das formas 
integradoras do Direito, em especial na lacuna da lei, podendo ser 
considerado como forma de revelação do Direito Processual Penal. 
 
Art. 3o A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e 
aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais 
de direito. 
Art. 4o (LICC) Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de 
acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. 
 
Fala-se em costume secundum legem (de acordo com a lei), extra legem 
(na ausência de lei) e contra legem (contra a lei). O último, segundo o 
direito moderno, é proibido. 
 
� OS PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO ��� São regras que embora não 
estejam escritas, mostram-se presentes e informam o ordenamento 
jurídico 
 
� A ANALOGIA ��� A analogia é uma forma de auto-integração da lei. 
Na lacuna involuntária desta, aplica-se ao fato não regulado 
expressamente um dispositivo que disciplina hipótese semelhante. 
No entender de Bettiol consiste na extensão de uma norma jurídica de 
um caso previsto a um caso não previsto com fundamento na 
semelhança entre os dois casos, porque o princípio informador da norma 
CURSO ON-LINE – PROCESSO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS - MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 8
CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – MPU 
ANALISTA PROCESSUAL 
PROFESSOR: PEDRO IVO 
 
que deve ser estendida abraça em si também o caso não expressamente 
nem implicitamente previsto. 
 
� A DOUTRINA ��� É a manifestação de opinião dos renomados juristas e 
estudiosos do direito. 
� A JURISPRUDÊNCIA ��� Decisões reiteradas a respeito de um mesmo 
assunto. 
 
Alguns doutrinadores tratam de outras fontes, mas para você, que fará 
uma PROVA de concurso, são essas as fontes que são de conhecimento 
necessário. Podemos resumir o exposto da seguinte forma: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.1.3 SISTEMAS PROCESSUAIS PENAIS 
 
1.1.3.1 SISTEMA INQUISITÓRIO 
Os sistemas inquisitórios têm seu surgimento em Roma e na Europa 
medieval. Foram adotados pelos regimes monárquicos e encontraram 
FONTES 
FORMAIS 
MATERIAIS 
REGRA: UNIÃO 
 
EXCEÇÃO 
 
ESTADOS (DELEGAÇAO POR LC) 
MEDIATAS 
IMEDIATAS 
1 - CF/88 
2 - LEGISLAÇAO 
INFRACONSTITUCIONAL 
3 – TRATADOS, REGRAS E 
CONVENÇOES DE DIREITO 
INTERNACIONAL 
4 – SÚMULAS VINCULANTES 
1 – COSTUMES 
2 – PCP. GERAIS DO DIREITO 
3 – ANALOGIA 
4 – DOUTRINA 
5 - JURISPRUDÊNCIA 
CURSO ON-LINE – PROCESSO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS - MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 9
CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – MPU 
ANALISTA PROCESSUAL 
PROFESSOR: PEDRO IVO 
 
guarida no direito canônico. Tais modelos foram adotados por quase todas 
as nações européias durante os séculos XVI, XVII, XVIII. 
Esses sistemas encontram apoio em Estados Totalitários, onde ocorrem 
supressões da liberdade e garantias individuais dos cidadãos. Verifica-se, 
também, demasiada violência Estatal em face dos indivíduos, sendo essa 
a grande característica que se pode apontar na aplicação do Direito Penal. 
Percebe-se, também, uma evidente inclinação do modelo em buscar, 
preferencialmente, A CONDENAÇÃO COMO FIM SATISFATÓRIO DO 
PROCESSO CRIMINAL. 
Dentre as características desses modelos, pode-se dizer que a principal é 
o acúmulo, pelo mesmo órgão, das funções de acusar, defender e 
julgar. 
Outra característica, na verdade uma conseqüência da primeira, é que a 
colheita de provas é feita pelo próprio juiz. 
Verifica-se ainda que o réu, aqui, é tratado como objeto das investigações 
e não como sujeito de direitos. Sua culpa é presumida e, no mais das 
vezes, responde ao processo recluso. 
O processo é sigiloso, sendo que em algumas oportunidades, são 
negadas as informações até mesmo ao acusado. 
Como o próprio órgão julgador é o responsável também pelas funções de 
acusação e defesa, compromete-se a imparcialidade que se espera de 
todo julgamento. Entende-se que ao realizar a acusação, o julgador já 
está, de certa forma, apresentando um juízo de valor quanto à questão. 
 
Rangel enumera as principais características dos sistemas inquisitórios: 
 
 
1. AS TRÊS FUNÇÕES (ACUSAR, DEFENDER EJULGAR) CONCENTRAM-
SE NAS MÃOS DE UMA SÓ PESSOA, INICIANDO O JUIZ, EX 
OFFICIO, A ACUSAÇÃO, QUEBRANDO, ASSIM, SUA 
IMPARCIALIDADE; 
2. O PROCESSO É REGIDO PELO SIGILO, DE FORMA SECRETA, LONGE 
DOS OLHOS DO POVO; 
3. NÃO HÁ CONTRADITÓRIO NEM AMPLA DEFESA, POIS O ACUSADO É 
MERO OBJETO DO PROCESSO E NÃO SUJEITO DE DIREITOS, NÃO 
SE LHE CONFERINDO NENHUMA GARANTIA; 
4. O SISTEMA DE PROVAS É O DA PROVA TARIFADA OU PROVA LEGAL 
E, CONSEQUENTEMENTE, A CONFISSÃO É A RAINHA DAS PROVAS. 
CURSO ON-LINE – PROCESSO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS - MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 10
CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – MPU 
ANALISTA PROCESSUAL 
PROFESSOR: PEDRO IVO 
 
Pode-se perceber, pelas suas características, que esses sistemas estão em 
desacordo com os princípios constitucionais de um Estado Democrático de 
Direito, que primam pela proteção aos direitos e garantias individuais, 
resguardando a liberdade do cidadão como um dos bens jurídicos de 
maior valor e merecedor de especial proteção. 
 
1.1.3.2 SISTEMA ACUSATÓRIO 
 
É O SISTEMA ADOTADO NO PROCESSO PENAL BRASILEIRO 
O que caracteriza o processo acusatório é a rígida separação entre a 
função de julgar, acusar e defender, a imparcialidade, a ampla defesa, o 
contraditório e, em decorrência, a paridade entre a acusação e a defesa, a 
publicidade e a oralidade dos atos processuais, entre outros. 
Luigi Ferrajoli enfatiza que se pode chamar acusatório "todo sistema 
processual que configura o juiz como um sujeito passivo rigidamente 
separado das partes e o processo como iniciativa da acusação, a quem 
compete provar o alegado, garantindo-se o contraditório (...) podemos, ao 
contrário, chamar inquisitório o processo em que o juiz procede de ofício 
na busca de provas, atuando em segredo e por escrito, com exclusão de 
qualquer contraditório ou limitação deste.” 
Ainda, seguindo a lição de Rangel as principais características desse 
sistema são as seguintes: 
 
1. HÁ A SEPARAÇÃO ENTRE AS FUNÇÕES DE ACUSAR, JULGAR E DEFENDER, 
COM TRÊS PERSONAGENS DISTINTOS: AUTOR, JUIZ E RÉU; 
2. O PROCESSO É REGIDO PELO PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE DOS ATOS 
PROCESSUAIS, ADMITINDO-SE, COMO EXCEÇÃO, O SIGILO NA PRÁTICA 
DE DETERMINADOS ATOS 
3. OS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA INFORMAM 
TODO O PROCESSO. O RÉU É SUJEITO DE DIREITOS, GOZANDO DE TODAS 
AS GARANTIAS CONSTITUCIONAIS QUE LHE SÃO OUTORGADAS; 
4. O SISTEMA DE PROVAS ADOTADO É O DO LIVRE CONVENCIMENTO, OU 
SEJA, A SENTENÇA DEVE SER MOTIVADA COM BASE NAS PROVAS 
CARREADAS PARA OS AUTOS. O JUIZ ESTÁ LIVRE NA SUA APRECIAÇÃO, 
PORÉM NÃO PODE SE AFASTAR DO QUE CONSTA NO PROCESSO; 
5. IMPARCIALIDADE DO ÓRGÃO JULGADOR, POIS O JUIZ ESTÁ DISTANTE 
DO CONFLITO DE INTERESSES INSTAURADO ENTRE AS PARTES, 
MANTENDO SEU EQUILÍBRIO, PORÉM DIRIGINDO O PROCESSO 
ADOTANDO AS PROVIDENCIAS NECESSÁRIAS À INSTRUÇÃO DO FEITO, 
INDEFERINDO AS DILIGÊNCIAS INÚTEIS OU MERAMENTE 
PROTELATÓRIAS. 
CURSO ON-LINE – PROCESSO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS - MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 11
CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – MPU 
ANALISTA PROCESSUAL 
PROFESSOR: PEDRO IVO 
 
Na verdade, o que se observa nesse sistema é a limitação do poder 
estatal de intervenção na vida do indivíduo, que no caso do direito penal 
se revela pela forma de intervenção do estado mais gravosa, retirando-lhe 
a liberdade. 
A Constituição Federal assegura o sistema acusatório no processo penal, 
haja vista que: 
 
� As funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais 
incumbem às polícias civis e à polícia federal, e inclusive à 
militar, no que diz respeito aos crimes militares (CF/88 - art. 144 
e §§); 
� Estabelece o contraditório e a ampla defesa, com o meio e 
recursos a ela inerentes – (CF/88 - art. 5o, inciso LV); 
� A ação penal pública é promovida, privativamente, pelo Ministério 
Público – art. 129, I, embora seja assegurado ao ofendido o 
direito à ação penal privada subsidiária da pública – (CF/88 - art. 
5o, LIX); 
� A função de julgar cabe a juízes constitucionalmente investidos – 
(CF/88 - art. 5o, LIII e 92); 
� Assevera a motivação das decisões judiciais – art. 93, IX, e a 
publicidade dos atos processuais, podendo a lei restringi-la 
apenas quando a defesa da intimidade ou o interesse público o 
exigirem – (CF/88 - art. 5o, LX). 
 
1.1.3.3 SISTEMA MISTO 
 
Abrange duas fases processuais distintas: A primeira é inquisitiva, na qual 
ocorre uma investigação preliminar. A outra é a do julgamento, na qual se 
aplica todos os conceitos e princípios do sistema acusatório. 
Cabe ressaltar que, embora não seja um tema pacífico, a doutrina 
majoritária entende que o inquérito policial, apesar de inquisitivo, não 
integra o processo penal propriamente dito e, portanto, não há que se 
falar em aplicabilidade do sistema misto no Brasil. 
 
1.2 PRINCÍPIOS PROCESSUAIS PENAIS 
 
O Direito Processual Penal é regido por uma série de princípios e o conhecimento 
destes é de suma importância para a correta compreensão deste ramo jurídico. 
CURSO ON-LINE – PROCESSO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS - MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 12
CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – MPU 
ANALISTA PROCESSUAL 
PROFESSOR: PEDRO IVO 
 
No Processo Penal brasileiro, os princípios representam os postulados 
fundamentais da política processual penal do Estado e, como refletem as 
características de determinado momento histórico, sofrem oscilações de acordo 
com as alterações do regime político. 
Como se vive sob a égide de um regime democrático, os princípios que regem o 
Processo Penal devem estar em consonância com a liberdade individual, valor tido 
como absoluto pela Carta Magna de 1988. 
Os inúmeros princípios que norteiam o Processo Penal brasileiro encontram-se 
determinados tanto pela Constituição Federal quanto pelo Código de Processo 
Penal e serão agora tratados com suas principais características. 
 
 1.2.1 PRINCÍPIO DA VERDADE REAL 
 
No processo penal, o Juiz tem a obrigação de colher o maior número de provas 
possíveis a fim de determinar efetivamente como ocorreu o fato concreto. 
Segundo o STJ: “A busca pela verdade real constitui princípio que rege o 
Direito Processual Penal. A produção de provas, porque constitui garantia 
constitucional, pode ser determinada, inclusive pelo Juiz, de ofício, quando 
julgar necessário”. 
Desta forma, para ficar bem claro, imaginemos a seguinte situação: 
Tício mata Mévio e, durante o processo penal, o pai de Tício assume a culpa do 
feito, exigindo, assim, que seu filho seja liberado. Será que o Juiz é obrigado a 
aceitar o que esta sendo dito? 
A resposta é negativa, pois, como já dissemos, caberá ao judiciário, através da 
colheita de informações, objetivar a verdade REAL e decidir através da livre 
apreciação das provas. 
Contudo, este princípio não é absoluto, pois há determinadas situações que 
constituem ressalvas à verdade real, como, por exemplo, as provas obtidas 
por meios ilícitos, as limitações ao depoimento de algumas testemunhas que 
têm conhecimento do fato em virtude da profissão, ofício, função ou ministério 
(art. 208, CPP) e a impossibilidade de apresentação de provas que não tiverem 
sido juntadas aos autos com antecedência mínima de três dias (veremos estes 
temas nas próximas aulas). 
Diante do exposto, se em um processo penal é apresentado ao Juiz uma 
interceptação telefônica ilegal, na qual o réu diz “EU MATEI” e, 
concomitantemente, o depoimento de um padre, o qual tem o dever de 
silêncio em razão do ofício, que diz que no mesmo dia do homicídio o réu se 
confessou e contou tudo, nada dissoservirá como prova. 
CURSO ON-LINE – PROCESSO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS - MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 13
CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – MPU 
ANALISTA PROCESSUAL 
PROFESSOR: PEDRO IVO 
 
Ainda dentro do mesmo processo, imaginemos que, como nos filmes, no 
momento em que o Juiz ia proferir a decisão apareceu um cinegrafista 
amador com imagens do momento do homicídio para apresentar. Isso servirá 
como prova? 
A resposta é negativa (impossibilidade de apresentação de provas que não 
tiverem sido juntadas aos autos com antecedência mínima de três dias) e a 
autoridade judicial terá que se basear somente nos autos, pois, neste caso, ”o 
que não está nos autos, não está no mundo”. 
 
 1.2.2 PRINCÍPIO DA INICIATIVA DAS PARTES 
 
O princípio da iniciativa das partes é assinalado pelos axiomas latinos nemo 
judex sine actore e ne procedat judex ex officio (estas expressões aparecem 
em prova, atenção a elas), ou seja, não há juiz sem autor, ou o juiz não pode 
dar início ao processo de ofício sem a provocação da parte interessada. 
O CPP prevê expressamente o aludido princípio quando, por intermédio dos 
arts. 24 e 30, dispõe que a ação penal pública deve ser promovida pelo 
Ministério Público, através da denúncia, e que a ação penal privada deve ser 
promovida pelo ofendido ou por quem caiba representá-lo, mediante queixa. 
 
Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por 
denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o 
exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do 
ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. 
Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-lo 
caberá intentar a ação privada. 
 
Tais dispositivos podem ser confirmados pelo art. 28 do mesmo diploma legal, 
o qual dispõe que, nos casos em que o órgão do Ministério Público deixa de 
oferecer a denúncia para requerer o arquivamento do inquérito policial, ainda 
que o Juiz não concorde com as alegações do MP, não poderá dar início à ação 
penal ex officio, devendo remeter os autos ao Procurador Geral para que esse 
tome as providencias que julgar cabíveis. 
 
 1.2.3 PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA 
 
Prevê a Constituição Federal que: 
 
CURSO ON-LINE – PROCESSO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS - MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 14
CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – MPU 
ANALISTA PROCESSUAL 
PROFESSOR: PEDRO IVO 
 
Art. 5º 
[...] 
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado 
de sentença penal condenatória; 
 
Consoante o texto constitucional, existe uma presunção de inocência do 
acusado da prática de uma infração penal até que haja uma sentença 
condenatória irrecorrível que o declare culpado, ou seja, é assegurado a todo e 
qualquer indivíduo um prévio estado de inocência, que só pode ser afastado se 
houver prova plena do cometimento de um delito. 
Nos termos dos ensinamentos trazidos pelo jurista Antônio Magalhães GOMES 
FILHO, o princípio em estudo não se limita a uma garantia política do estado 
de inocência dos cidadãos, devendo também ser analisado sob o enfoque 
técnico jurídico como regra de julgamento a ser adotada sempre que houver 
dúvida sobre fato relevante para a decisão do processo, quando a presunção 
de inocência confunde-se com o princípio in dubio pro reo (na dúvida, em 
favor do réu). 
Ademais, a mencionada norma deve orientar o tratamento do acusado ao 
longo de todo o processo, impedindo que ele seja equiparado ao culpado. 
É importante ressaltar que este princípio não impede medidas coercitivas 
previstas em lei como, por exemplo, a prisão temporária e provisória. 
Entenderemos melhor isto quando tratarmos sobre as formas de prisão. 
 
1.2.4 PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA 
 
Dispõe a Carta Magna: 
 
Art. 5º 
[...] 
LV - Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos 
acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla 
defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; (grifo nosso). 
 
Trataremos primeiramente do contraditório, que nada mais é do que o direito 
que detêm as partes de terem conhecimento de todas as provas que a elas 
são imputadas para contradizê-las, contestá-las, enfim, preparar uma defesa. 
CURSO ON-LINE – PROCESSO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS - MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 15
CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – MPU 
ANALISTA PROCESSUAL 
PROFESSOR: PEDRO IVO 
 
Assim, não existe no processo penal prova secreta e muito menos aquele 
“salvador da pátria”, constantemente visto nos filmes, que aguarda o 
último segundo do julgamento para apresentar a prova que resolve tudo 
e prende o assassino...ESSE TIPO DE PROVA NA SUA PROVA NÃO 
EXISTE...SÓ MESMO EM HOLLYWOOD. 
 
A ampla defesa encontra correlação com o princípio do contraditório e é o 
dever que assiste ao Estado de facultar ao acusado a possibilidade de efetuar 
a mais completa defesa quanto à imputação que lhe foi realizada. 
 
1.2.5 PRINCÍPIO DA INADMISSIBILIDADE DAS PROVAS OBTIDAS POR 
MEIOS ILÍCITOS 
 
Este princípio está firmado no art. 5º, da Constituição Federal, nos seguintes 
termos: 
 
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios 
ilícitos; 
 
Observe que o art. 157 do CPP, alterado pela lei nº 11.690/2008, também 
discorre sobre o tema: 
 
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do 
processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação 
a normas constitucionais ou legais. 
 § 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, 
salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e 
outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte 
independente das primeiras. 
 
Perceba que o parágrafo primeiro do supracitado artigo cita as provas 
derivadas das ilícitas. Deste modo, será válido como prova a arma do crime 
cuja localização foi obtida por uma interceptação telefônica ilegal? 
A resposta é negativa, pois a arma, embora lícita por si, deriva de uma prova 
ilegal. 
Cabe, por fim, ressaltar que a jurisprudência majoritária tem admitido o uso 
de prova ilícita quando esta é o único meio do réu comprovar sua inocência. 
FUI 
EU!!! 
CURSO ON-LINE – PROCESSO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS - MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 16
CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – MPU 
ANALISTA PROCESSUAL 
PROFESSOR: PEDRO IVO 
 
Entenderemos melhor este tópico quadro tratarmos especificamente das 
provas. 
 
1.2.6 PRINCÍPIO DA OFICIALIDADE 
 
Segundo este princípio, a pretensão punitiva do Estado deve se fazer valer por 
órgãos públicos, ou seja, a autoridade policial, no caso do inquérito, e o 
Ministério Público, no caso da ação penal pública. 
 
1.2.7 PRINCÍPIO DA OFICIOSIDADE 
 
A autoridade policial e o Ministério Público, regra geral, tomando conhecimento 
da possível ocorrência de um delito, deverão agir ex officio (daí o nome 
princípio da oficiosidade), não aguardando qualquer provocação. 
Tal situação é excepcionada nos casos de ação penal privada, na qual, como 
veremos em nossa próxima aula, será necessária a provocação da vítima. 
 
1.2.8 PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL 
 
Vivemos em um Estado Democrático de Direito e, assim, a lei define um 
devido processo para que uma penalização possa ser aplicada a um indivíduo. 
A fim de evitar qualquer fuga por parte do Estado dos ritos procedimentais 
estabelecidos no nosso ordenamento jurídico, o texto constitucionalnos traz: 
 
Art. 5º 
[...] 
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o 
devido processo legal; 
Pode-se conceituar o princípio em estudo, de acordo com a lição do 
doutrinador Marcos Alexandre Coelho ZILLI, como sendo uma garantia 
constitucional, atualmente incorporada no campo dos direitos e garantias 
fundamentais, que visa assegurar às partes interessadas o estabelecimento e 
o respeito a um processo judicial instituído em lei e conduzido por um juiz 
natural, sendo que este deve ser dotado de independência e imparcialidade, 
resguardando-se o contraditório, a ampla defesa, a publicidade dos atos e a 
motivação das decisões ali proferidas. 
CURSO ON-LINE – PROCESSO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS - MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 17
CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – MPU 
ANALISTA PROCESSUAL 
PROFESSOR: PEDRO IVO 
 
1.2.9 PRINCÍPIO DO “FAVOR REI” 
 
Também conhecido como princípio do in dubio pro reo, o princípio do favor rei 
decorre do princípio da presunção de inocência anteriormente estudado. 
Baseia-se na predominância do direito de liberdade do acusado, quando 
colocado em confronto com o direito de punir do Estado, ou seja, na dúvida, 
sempre prevalece o interesse do réu. 
O mencionado princípio deve orientar, inclusive, as regras de interpretação, de 
forma que, diante da existência de duas interpretações antagônicas, deve-se 
escolher aquela que se apresenta mais favorável ao acusado. 
No processo penal, para que seja proferida uma sentença condenatória, é 
necessário que haja prova da existência de todos os elementos objetivos e 
subjetivos da norma penal e também da inexistência de qualquer elemento 
capaz de excluir a culpabilidade e a pena. 
 
1.2.10 PRINCÍPIO DA IMPARCIALIDADE DO JUIZ 
 
Quando da determinação de um Juiz para um processo, a atuação 
deste deve ser completamente imparcial, ou seja, desprovida de 
qualquer interesse pessoal. 
Imaginemos um julgamento em que o Juiz decidirá pela prisão ou não 
de sua mãe e sua esposa... Ou de sua sogra (ai complica...)... Será 
que podemos garantir que ele será completamente neutro? 
Realmente é difícil responder a esta pergunta e, exatamente por isso, o nosso 
ordenamento jurídico trouxe hipóteses em que, obrigatoriamente, o Juiz 
deverá alegar sua impossibilidade de realizar o julgamento e outras situações 
em que as partes poderão solicitar a mudança da autoridade julgadora. 
São as hipóteses de impedimentos e suspeições presentes nos arts. 254, 255 e 
256 do Código de Processo Penal. Veremos mais detalhadamente este tema ao 
tratarmos dos sujeitos processuais. 
 
1.2.11 PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE 
 
CURSO ON-LINE – PROCESSO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS - MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 18
CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – MPU 
ANALISTA PROCESSUAL 
PROFESSOR: PEDRO IVO 
 
A adoção desse princípio proíbe a paralisação injustificada da investigação 
policial ou seu arquivamento pela autoridade policial. Também não permite 
que o Ministério Público desista da ação. 
Como garantia do aludido princípio, a lei processual penal traz diversos 
dispositivos, como, por exemplo, a determinação dos prazos para a conclusão 
do inquérito policial (art. 10) e, ainda, a proibição da autoridade policial de 
formular pedido de arquivamento. Observe o texto legal: 
 
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de 
inquérito. 
 
 
É importante ressaltar que a indisponibilidade encontra hoje ressalva na lei nº 
9.099/1995 que permite a transação penal nos crimes de menor potencial 
ofensivo (contravenções e infrações cuja pena máxima não ultrapasse dois 
anos de prisão, cumulada ou não com multa). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.2.12 PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL E DO PROMOTOR NATURAL 
 
Consagrado pela CF/88, em seu art. 5º, LIII, o princípio do Juiz natural 
estabelece que ninguém será sentenciado senão pela autoridade competente, 
representando a garantia de um órgão julgador técnico e isento, com 
competência estabelecida na própria Constituição e nas leis de organização 
judiciária de cada Estado. 
Juiz natural é, assim, aquele previamente conhecido, segundo regras objetivas 
de competência estabelecidas anteriormente à infração penal, investido de 
garantias que lhe assegurem absoluta independência e imparcialidade. 
DICIONÁRIO DO CONCURSEIRO 
 
TRANSAÇÃO PENAL ��� EM TERMOS BASTANTE SIMPLÓRIOS: É UM 
"ACORDO" QUE O MINISTÉRIO PÚBLICO PROPÕE AO INFRATOR DE 
QUE NÃO SERÁ DADA CONTINUIDADE AO PROCESSO CRIMINAL, 
DESDE QUE ELE CUMPRA DETERMINADAS CONDIÇÕES IMPOSTAS 
PELO PRÓPRIO MP (EX.: PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE, 
PAGAMENTO DE CESTAS BÁSICAS, ETC.). DESTA FORMA, NESTA 
HIPÓTESE, TEMOS A DISPONIBILIDADE DO PROCESSO, PODENDO 
SER EXTINTO EM CASO DE ACORDO. 
CURSO ON-LINE – PROCESSO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS - MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 19
CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – MPU 
ANALISTA PROCESSUAL 
PROFESSOR: PEDRO IVO 
 
Decorre desse princípio a proibição de criação de juízos ou tribunais de 
exceção, insculpida no art. 5º, XXXVII, que impõe a declaração de nulidade de 
qualquer ato judicial emanado de um juízo ou tribunal que houver sido 
instituído após a prática de determinados fatos criminosos, especificamente 
para processar e julgar determinadas pessoas. 
Faz-se necessário esclarecer que a proibição da constituição de tribunais de 
exceção não significa impedimento à criação de justiça especializada ou de 
vara especializada, já que, nesse caso, apenas são reservados a determinados 
órgãos, inseridos na estrutura judiciária fixada na própria Constituição, o 
julgamento de matérias específicas. 
No mesmo sentido, o princípio do Promotor natural também encontra amparo 
no art. 5º, LIII, da CF/88, ao determinar que ninguém será processado senão 
por autoridade competente. 
O mencionado dispositivo deve ser interpretado em consonância com o art. 
127 e 129 da Carta Magna, ou seja, ninguém poderá ser processado 
criminalmente senão pelo órgão do Ministério Público, dotado de amplas 
garantias pessoais e institucionais de absoluta independência e liberdade de 
convicção e com atribuições previamente fixadas e conhecidas. 
A garantia do promotor natural consagra a independência do órgão de 
acusação pública. Representa, ainda, uma garantia de ordem individual, já que 
limita a possibilidade de persecuções criminais pré-determinadas ou a escolha 
de promotores específicos para a atuação em certas ações penais. 
 
1.2.13 PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE 
 
O princípio constitucional da publicidade, como já tratamos, é característica 
fundamental do sistema processual acusatório. 
Mirabete coloca que a publicidade: 
 
"Trata-se de garantia para obstar arbitrariedades e violências contra o 
acusado e benéfica para a própria Justiça, que, em público, estará mais livre 
de eventuais pressões, realizando seus fins com mais transparência. 
Esse princípio da publicidade inclui os direitos de assistência, pelo público em 
geral, dos atos processuais, a narração dos atos processuais e a reprodução 
dos seus termos pelos meios de comunicação e a consulta dos autos e 
obtenção de cópias, extratos e certidões de quaisquer deles” 
 
 
CURSO ON-LINE – PROCESSO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS - MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 20
CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – MPU 
ANALISTA PROCESSUAL 
PROFESSOR: PEDRO IVO 
 
1.2.14 PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO 
 
O princípio do duplo grau de jurisdição visaassegurar ao litigante vencido, 
total ou parcialmente, o direito de submeter a matéria decidida a uma nova 
apreciação jurisdicional, no mesmo processo, desde que atendidos 
determinados pressupostos específicos, previstos em lei. 
Todo ato decisório do juiz que possa prejudicar um direito ou um interesse da 
parte deve ser recorrível, como meio de evitar ou emendar os erros e falhas 
que são inerentes aos julgamentos humanos; e, também, como atenção ao 
sentimento de inconformismo contra julgamento único, que é natural em todo 
indivíduo. 
A doutrina diverge em considerar o duplo grau de jurisdição como um princípio 
de processo inserido na Constituição Federal, já que inexiste a sua previsão 
expressa no texto constitucional. 
Todavia, a doutrina majoritária acredita que o duplo grau de jurisdição é um 
princípio processual constitucional. Os doutrinadores fundamentam este 
posicionamento na competência recursal estabelecida na Constituição Federal. 
Observe alguns exemplos desta previsão implícita do duplo grau de jurisdição 
inserido na Carta Magna: 
 
Art. 5º[...] 
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos 
acusados em geral são assegurados o contraditório e a ampla 
defesa, com os meios e recursos a ela inerentes. 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a 
guarda da Constituição, cabendo-lhe:[...] 
II - julgar, em recurso ordinário: 
III - julgar, mediante recurso extraordinário (...); 
 
Diante disso, apesar de não constar de forma expressa na Constituição 
Federal, pode-se dizer que o duplo grau de jurisdição ou garantia de reexame 
das decisões proferidas pelo Poder Judiciário, pode ser incluído no estudo 
acerca dos princípios de processo penal inseridos no texto constitucional. 
 
Por fim, vamos resumir os princípios apresentados: 
 
CURSO ON-LINE – PROCESSO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS - MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 21
CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – MPU 
ANALISTA PROCESSUAL 
PROFESSOR: PEDRO IVO 
 
PPRRIINNCCÍÍPPIIOO CCOOMMEENNTTÁÁRRIIOOSS 
DA VERDADE REAL 
CABERÁ AO JUDICIÁRIO, ATRAVÉS DA 
COLHEITA DE INFORMAÇÕES, ATINGIR A 
VERDADE REAL E DECIDIR ATRAVÉS DA 
LIVRE APRECIAÇÃO DAS PROVAS. 
 
DA INICIATIVA DAS PARTES 
 
O JUIZ NÃO PODE DAR INÍCIO AO 
PROCESSO DE OFÍCIO, SEM A 
PROVOCAÇÃO DA PARTE INTERESSADA. 
 
DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA 
 
NINGUÉM SERÁ CONSIDERADO CULPADO 
ATÉ O TRÂNSITO EM JULGADO DE 
SENTENÇA PENAL CONDENATÓRIA. 
 
DO CONTRADITÓRIO 
TER CONHECIMENTO DE TODAS AS 
PROVAS PARA EXERCER O DIREITO DE 
CONTRADIZÊ-LAS. 
DA AMPLA DEFESA 
 
POSSIBILIDADE DE APRESENTAR TODO 
TIPO (LÍCITO) DE PROVAS PARA PROVAR 
O QUE AFIRMA. 
 
DA INADMISSIBILIDADE DAS PROVAS 
OBTIDAS POR MEIOS ILÍCITOS 
 
SÃO INADMISSÍVEIS, DEVENDO SER 
DESENTRANHADAS DO PROCESSO, AS 
PROVAS ILÍCITAS, ASSIM ENTENDIDAS 
AS OBTIDAS EM VIOLAÇÃO A NORMAS 
CONSTITUCIONAIS OU LEGAIS. 
 
 
DA OFICIALIDADE 
 
A PRETENSÃO PUNITIVA DO ESTADO 
DEVE SE FAZER VALER POR ÓRGÃOS 
PÚBLICOS. 
DA OFICIOSIDADE 
A AUTORIDADE POLICIAL E O 
MINISTÉRIO PÚBLICO, REGRA GERAL, 
TOMANDO CONHECIMENTO DA POSSÍVEL 
OCORRÊNCIA DE UM DELITO, DEVERÃO 
AGIR EX OFFICIO. 
 
DO DEVIDO PROCESSO LEGAL 
 
NINGUÉM SERÁ PRIVADO DA LIBERDADE 
OU DE SEUS BENS SEM O DEVIDO 
PROCESSO LEGAL. 
CURSO ON-LINE – PROCESSO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS - MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 22
CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – MPU 
ANALISTA PROCESSUAL 
PROFESSOR: PEDRO IVO 
 
 
DO “FAVOR REI” 
 
IN DUBIO PRO REO – OU SEJA – NA 
DÚVIDA ENTRE PRIVILEGIAR A 
PRETENSÃO PUNITIVA DO ESTADO OU O 
RÉU, PREVALECE ESTE ÚLTIMO. 
DA IMPARCIALIDADE DO JUIZ 
A ATUAÇÃO DO JUIZ DEVE SER 
COMPLETAMENTE IMPARCIAL, OU SEJA, 
DESPROVIDA DE QUALQUER INTERESSE 
PESSOAL. (HIPÓTESES DE SUSPEIÇÃO E 
IMPEDIMENTOS). 
DA INDISPONIBILIDADE 
ASSIM COMO O MP NÃO PODE DEIXAR DE 
OFERECER A DENÚNCIA QUANDO DA 
EXISTÊNCIA DE CRIME QUE SE APURA 
MEDIANTE AÇÃO PENAL PÚBLICA, 
TAMBÉM NÃO PODE DESISTIR DELA APÓS 
TÊ-LA INTERPOSTO. TAL PRECEITO 
TAMBÉM É APLICADO À AUTORIDADE 
POLICIAL NA FASE DO INQUÉRITO. 
DO JUIZ NATURAL E DO 
 
 
NINGUÉM SERÁ PROCESSADO NEM 
SENTENCIADO SENÃO PELA AUTORIDADE 
COMPETENTE. 
 
PROMOTOR NATURAL 
PUBLICIDADE 
OS ATOS PROCESSUAIS DEVEM SER 
PÚBLICOS 
DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO 
O LITIGANTE VENCIDO, TOTAL OU 
PARCIALMENTE, TEM O DIREITO DE 
SUBMETER A MATÉRIA DECIDIDA A UMA 
NOVA APRECIAÇÃO JURISDICIO-NAL 
 
1.3 LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO 
 
A norma processual penal possui uma eficácia (aptidão para produzir efeitos) que 
não é absoluta, encontrando limitação em determinados fatores, tais como: 
1 – FATORES DE ORDEM ESPACIAL � Impõem à norma a produção de seus efeitos 
em determinados lugares e em outros não. 
 
2 – FATORES DE ORDEM TEMPORAL � Impõem à norma a produção de seus efeitos 
em determinados períodos de tempo. 
CURSO ON-LINE – PROCESSO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS - MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 23
CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – MPU 
ANALISTA PROCESSUAL 
PROFESSOR: PEDRO IVO 
 
Diante do exposto, vamos analisar cada um destes fatores no processo penal 
brasileiro. 
 
1.3.1 LEI PROCESSUAL PENAL NO ESPAÇO 
 
Dispõe o Código de Processo Penal: 
 
Art. 1o O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, 
por este Código, ressalvados: 
I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional; 
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos 
ministros de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da 
República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes 
de responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2o, e 100); 
III - os processos da competência da Justiça Militar; 
 
O CPP traz para o processo penal o princípio da TTEERRRRIITTOORRIIAALLIIDDAADDEE,, 
segundo o qual a lei processual penal aplica-se a todas as infrações cometidas 
em território brasileiro. 
Apesar de deixar claro que a regra é a territorialidade, o próprio art. 1º do CPP 
traz algumas exceções à territorialidade do Código de Processo Penal. Vamos 
conhecê-las: 
 
A) OS TRATADOS, AS CONVENÇÕES E REGRAS DE DIREITO INTERNACIONAL; 
 
 
 
 
 
B) AS PRERROGATIVAS CONSTITUCIONAIS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA, 
DOS MINISTROS DE ESTADO, NOS CRIMES CONEXOS COM OS DO PRESIDENTE 
DA REPÚBLICA, E DOS MINISTROS DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, NOS 
CRIMES DE RESPONSABILIDADE (CF/88, ARTS. 86, 89, § 2O, E 100); 
 
 
 
 
DETERMINADAS CONDUTAS, POR QUESTÃO DE POLÍTICA CRIMINAL, 
NÃO SÃO JULGADAS PELO JUDICIÁRIO, MAS PELO LEGISLATIVO. NO 
CASO EM TELA, TRATA-SE DE COMPETÊNCIA DO SENADO FEDERAL. 
A SUBSCRIÇÃO PELO BRASIL DE TRATADO OU CONVENÇÃO AFASTA A 
JURISDIÇÃO CRIMINAL BRASILEIRA, FAZENDO COM QUE 
DETERMINADOS CRIMES SEJAM APRECIADOS POR TRIBUNAIS 
ESTRANGEIROS. 
 
CURSO ON-LINE – PROCESSO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS - MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 24
CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – MPU 
ANALISTA PROCESSUAL 
PROFESSOR: PEDRO IVO 
 
C) OS PROCESSOS DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA MILITAR. 
 
 
 
 
 
1.3.2 LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO 
 
Este tema encontra-se definido no CPP da seguinte forma: 
 
Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo 
da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior. 
 
Antes de compreendermos a abrangência do referido artigo, precisamosentender alguns conceitos. Vamos a eles: 
 
� ATIVIDADE � Período situado entre a entrada em vigor e a revogação 
de uma lei durante o qual ela está produzindo efeitos. 
 
� EXTRATIVIDADE � É a incidência de uma lei fora do seu período de 
vigência. Cabe ressaltar que se atinge atos anteriores à sua entrada em 
vigor atribuímos o nome RETROATIVIDADE. Diferentemente, caso 
produza efeitos após sua revogação, damos o nome de ULTRATIVIDADE. 
 
RESUMINDO: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O ART. 124 DA CF/88 DEFINE QUE CABE A JUSTIÇA MILITAR JULGAR OS 
CRIMES MILITARES. ESSES DELITOS VÃO SER APURADOS DE ACORDO 
COM O CÓDIGO DE PROCESSO PENAL MILITAR E NÃO CONFORME O 
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. 
CURSO ON-LINE – PROCESSO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS - MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 25
CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – MPU 
ANALISTA PROCESSUAL 
PROFESSOR: PEDRO IVO 
 
Entendidos os conceitos, podemos iniciar a análise do art. 2º, segundo o qual, 
conforme vimos, “a lei processual aplicar-se-á DESDE LOGO, sem prejuízo 
dos atos realizados sob a vigência da lei anterior”. 
Quando lemos este artigo, fica claro que o legislador adotou o princípio da 
aplicação imediata das normas processuais, aplicando aos fatos a lei que 
estiver em vigor no dia em que ele foi praticado (tempus regit actum). 
Assim, pergunto: 
Se a lei processual penal é mais benéfica para o réu, ela vai retroagir??? 
Se você respondeu “SIM, claro, isso está na Constituição”, a resposta 
estááááá....INCORRETA!!! O que encontramos na Carta Magna é: 
 
Art. 5º 
[...] 
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; (grifo 
nosso). 
 
Perceba que a CF/88 fala da retroação da lei penal e não da processual penal. 
A retroatividade existe, no entanto, sob outro aspecto. As normas processuais 
penais serão aplicadas aos processos em andamento, ainda que o fato tenha 
ocorrido antes de sua entrada em vigor e mesmo que seja em prejuízo do 
réu. 
Podemos exemplificar esta situação da seguinte forma: Tício praticou um 
crime hediondo e, na data do fato havia a possibilidade de concessão de fiança 
e liberdade provisória. Após alguns meses, durante o processo penal de Tício, 
veio lei estabelecer que para crimes hediondos não será possível os dois 
institutos anteriormente citados. 
Conforme dito, a nova lei atingirá o processo de Tício, mesmo sendo em 
prejuízo do réu... ou seja... no caso de questões em prova que exijam o 
conhecimento da aplicação da lei processual penal no tempo em processos que 
estejam em andamento, se ela prejudica o Réu, AZAR o dele!!! 
 
Assim, as conseqüências para o ordenamento jurídico da regra instituída pelo 
Art. 2º são: 
 
� OS ATOS PROCESSUAIS PRATICADOS NO PERÍODO DE VIGÊNCIA DA LEI 
REVOGADA NÃO ESTARÃO INVALIDADOS EM VIRTUDE DO ADVENTO DE NOVA 
LEI, AINDA QUE IMPORTE ESTA EM BENEFÍCIO AO ACUSADO. 
CURSO ON-LINE – PROCESSO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS - MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 26
CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – MPU 
ANALISTA PROCESSUAL 
PROFESSOR: PEDRO IVO 
 
� A NOVA NORMA PROCESSUAL TERÁ APLICAÇÃO IMEDIATA, NÃO IMPORTANDO, 
ABSOLUTAMENTE, SE O FATO OBJETO DO PROCESSO CRIMINAL FOI PRATICADO 
ANTES OU DEPOIS DE SUA VIGÊNCIA 
 
Observe o esquema: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.4 INTERPRETAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL 
 
De acordo com Alberto Marques: “... a interpretação é a operação intelectual que 
determina o sentido e o alcance da norma jurídica. Determinar o alcance da 
norma significa determinar a que casos ela se aplica. Determinar o sentido da 
norma significa apurar qual a solução que a norma preconiza para o caso em 
exame”. 
O tema interpretação é tratado pelo Código de Processo Penal nos seguintes 
termos: 
Art. 3o A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e 
aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais 
de direito 
 
Vamos agora desmembrar o Art. 3º e entendê-lo: A lei processual penal admitirá: 
 
NORMA 01 
NORMA 02 (APLICAÇÃO) 
PPRROOCCEESSSSOO PPEENNAALL EEMM AANNDDAAMMEENNTTOO 
CURSO ON-LINE – PROCESSO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS - MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 27
CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – MPU 
ANALISTA PROCESSUAL 
PROFESSOR: PEDRO IVO 
 
� INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA ��� Ocorre quando o intérprete percebe 
que a letra escrita da lei ficou aquém de sua vontade, ou seja, a lei disse 
menos do que queria e a interpretação vai ampliar seu significado. 
Vejamos o seguinte julgado do STJ em que encontramos um exemplo 
claro de interpretação extensiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
� APLICAÇÃO ANALÓGICA ��� A analogia consiste em aplicar a uma 
hipótese não prevista em lei a disposição relativa a um caso semelhante. 
Exemplo: O legislador, através da lei A, regulou o fato B. O julgador 
precisa decidir o fato C. Procura e não encontra no direito positivo uma 
lei adequada a esse fato. Percebe, porém, que há pontos de semelhança 
entre o fato B (regulado) e o fato C (não regulado). Então, através da 
analogia, aplica ao fato C a lei A. 
 
� SUPLEMENTO DOS PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO � Na lição de 
Carlos Roberto Gonçalves, “são regras que se encontram na consciência 
dos povos e são universalmente aceitas, mesmo que não escritas.” 
 
 
 
LEP (Lei de Execuções Penais) Lei nº 7210/84 
Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semi-aberto poderá remir, 
pelo trabalho, parte do tempo de execução da pena. (grifo nosso) 
 
STJ – HC 58926/SP - DJ 16.10.2006 
1. A Lei de Execução Penal busca a reinserção do recluso no convívio social e evidencia, nos 
termos de seu art. 28, a importância do trabalho para o alcance de tal objetivo. 
2. O art. 126, caput, da referida Lei, integra essa concepção de incentivo ao trabalho, uma vez 
que, além de sua finalidade educativa e ressocializadora, tem outro aspecto importante que é o 
da atenuação de parte da pena privativa de liberdade através da redução que é feita à razão de 
um dia de pena por três dias de trabalho (remição da pena). 
3. A interpretação extensiva do vocábulo 'trabalho', para alcançar também a atividade 
estudantil, não afronta o art. 126 da Lei de Execução Penal. É que a legislação, com o 
objetivo de ressocializar o condenado para o fim de remição da pena, abrange o estudo, em face 
da sua inegável relevância para a recuperação social dos encarcerados. 
4. Ordem concedida para assegurar ao paciente o direito à remição da pena em relação aos dias 
de estudo efetivamente cursados. 
 
CURSO ON-LINE – PROCESSO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS - MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 28
CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – MPU 
ANALISTA PROCESSUAL 
PROFESSOR: PEDRO IVO 
 
Por enquanto é “só”! 
 
Espero revê-lo (a) em nossa primeira aula. 
 
Abraços e bons estudos, 
 
Pedro Ivo 
 
“Sonhar é preciso, agir na direção da realização de um 
sonho é fundamental.” 
 
 
********************************************************************************************************** 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO ON-LINE – PROCESSO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS - MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 29
CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – MPU 
ANALISTA PROCESSUAL 
PROFESSOR: PEDRO IVO 
 
PPRRIINNCCIIPPAAIISSAARRTTIIGGOOSS TTRRAATTAADDOOSS NNAA AAUULLAA 
 
Art. 1o O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este 
Código, ressalvados: 
I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional; 
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de 
Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros 
do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade (Constituição, arts. 
86, 89, § 2o, e 100); 
III - os processos da competência da Justiça Militar; 
 
Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade 
dos atos realizados sob a vigência da lei anterior. 
 
Art. 3o A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação 
analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO ON-LINE – PROCESSO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS - MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 30
CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – MPU 
ANALISTA PROCESSUAL 
PROFESSOR: PEDRO IVO 
 
EEXXEERRCCÍÍCCIIOOSS 
 
1. (CESPE / Analista - STM / 2011) Os efeitos causados pelo princípio 
constitucional da presunção de inocência no ordenamento jurídico 
nacional incluem a inversão, no processo penal, do ônus da prova para o 
acusador. 
 
GABARITO: CERTA 
COMENTÁRIOS: O princípio da presunção de inocência, também conhecido como 
princípio do estado de inocência ou da não culpabilidade, está inserido no art. 5º, 
LVII, da Constituição Federal. Segundo o citado dispositivo, presume-se inocência 
e, portanto, cabe a quem acusa comprovar a culpa do acusado. 
 
2. (CESPE / Agente - PM-DF / 2010) A regra geral estabelecida no 
ordenamento jurídico brasileiro, no que diz respeito a provas, é a 
inadmissibilidade das provas ilícitas no processo penal, assim entendidas 
as obtidas com violação das normas constitucionais ou legais. As provas 
ilícitas devem, portanto, ser desentranhadas dos autos do processo. 
 
GABARITO: CERTA 
COMENTÁRIOS: Como vimos, a Constituição Federal veda imperiosamente a 
possibilidade de provas ilícitas no processo, constituindo tal preceito um princípio 
do processo penal. Cabe relembrar que a jurisprudência vem aceitando a 
utilização de prova ilícita quando é a única para que o réu comprove sua 
inocência. 
 
3. (CESPE / Analista - TRE-MT / 2010) O MP poderá desistir da ação 
penal, desde que verifique estarem ausentes os pressupostos relativos à 
justa causa. 
 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: O princípio da indisponibilidade garante que o Ministério Público 
não poderá desistir da ação penal. 
 
4. (CESPE / Analista - TJ-AP / 2009) Segundo o princípio do juiz natural, 
ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade 
competente. 
CURSO ON-LINE – PROCESSO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS - MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 31
CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – MPU 
ANALISTA PROCESSUAL 
PROFESSOR: PEDRO IVO 
 
 
GABARITO: CERTA 
COMENTÁRIOS: O enunciado define de forma correta o princípio do Juiz natural. 
 
5. (CESPE / Analista Legislativo / 2008) Segundo o princípio do devido 
processo legal, ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o 
devido processo legal. 
 
GABARITO: CERTA 
COMENTÁRIOS: Enuncia o princípio do devido processo legal. 
 
6. (CESPE / Juiz Substituto – TJ-MS / 2008) o princípio da presunção de 
inocência recomenda que em caso de dúvida o réu seja absolvido. 
 
GABARITO: CERTA 
COMENTÁRIOS: Está em perfeita consonância com a idéia do in dubio pro reo. 
 
7. (CESPE / Juiz Substituto – TJ-MS / 2008) o princípio da presunção de 
inocência recomenda que processos criminais em andamento não sejam 
considerados como maus antecedentes para efeito de fixação de pena. 
 
GABARITO: CERTA 
COMENTÁRIOS: Como ninguém pode ser considerado culpado antes da 
sentença judicial condenatória transitado em julgado, durante a fase processual 
parte-se do princípio que o réu é inocente, não configurando maus antecedentes. 
 
8. (CESPE / Juiz Substituto – TJ-MS / 2008) O princípio da vedação de 
provas ilícitas não é absoluto, sendo admissível que uma prova ilícita 
seja utilizada quando é a única disponível para a acusação e o crime 
imputado seja considerado hediondo. 
 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: O princípio da vedação de provas ilícitas só é excepcionado em 
favor do RÉU, quando for a única prova existente para que este comprove sua 
inocência. 
CURSO ON-LINE – PROCESSO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS - MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 32
CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – MPU 
ANALISTA PROCESSUAL 
PROFESSOR: PEDRO IVO 
 
 
9. (CESPE / Polícia Civil – PC-TO / 2008) Prevê a Constituição Federal o 
princípio de que ninguém será considerado culpado senão após o trânsito 
em julgado da sentença penal condenatória. No processo penal, a 
aplicação desse princípio é absoluta, pois busca-se a verdade real. 
 
GABARITO: CERTA 
COMENTÁRIOS: Esta questão associa dois princípios: o princípio da presunção 
de inocência e o da verdade real. 
É correto afirmar que a presunção da inocência é um princípio absoluto no sentido 
de que a verdade real sempre deve ser objetivada. Caso pese dúvidas sobre a 
real VERDADE, absolvido será o réu. 
 
10. (CESPE / Procurador / 2009) A garantia do juiz natural e a vedação 
constitucional dos tribunais de exceção afastam do ordenamento jurídico 
brasileiro o instituto do foro especial ou privilegiado. 
 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: Consagrado pela CF/88, em seu art. 5º, LIII, o princípio do Juiz 
natural estabelece que ninguém será sentenciado senão pela autoridade 
competente, representando a garantia de um órgão julgador técnico e isento, 
com competência estabelecida na própria Constituição e nas leis de organização 
judiciária de cada Estado. 
Decorre desse princípio a proibição de criação de juízos ou tribunais de exceção, 
insculpida no art. 5º, XXXVII, que impõe a declaração de nulidade de qualquer 
ato judicial emanado de um juízo ou tribunal que houver sido instituído após a 
prática de determinados fatos criminosos, especificamente para processar e julgar 
determinadas pessoas. 
Apesar do exposto, a própria Constituição Federal prevê a ocorrência do chamado 
foro especial ou privilegiado, situação em que, em virtude do cargo, determinada 
pessoa é julgada de forma diferente das demais. Exemplo: O Presidente da 
República, dependendo da infração, é julgado pelo STF ou Senado Federal, não 
sendo cabível o juízo singular. 
O foro privilegiado, por ser uma garantia e não uma penalização, além de ter 
previsão legal, não constitui afronta ao princípio do Juiz Natural. 
 
 
 
CURSO ON-LINE – PROCESSO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS - MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 33
CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – MPU 
ANALISTA PROCESSUAL 
PROFESSOR: PEDRO IVO 
 
 
LISTA DAS QUESTÕES APRESENTADAS 
 
1. (CESPE / Analista - STM / 2011) Os efeitos causados pelo princípio 
constitucional da presunção de inocência no ordenamento jurídico 
nacional incluem a inversão, no processo penal, do ônus da prova para o 
acusador. 
 
2. (CESPE / Agente - PM-DF / 2010) A regra geral estabelecida no 
ordenamento jurídico brasileiro, no que diz respeito a provas, é a 
inadmissibilidade das provas ilícitas no processo penal, assim entendidas 
as obtidas com violação das normas constitucionais ou legais.As provas 
ilícitas devem, portanto, ser desentranhadas dos autos do processo. 
 
3. (CESPE / Analista - TRE-MT / 2010) O MP poderá desistir da ação 
penal, desde que verifique estarem ausentes os pressupostos relativos à 
justa causa. 
 
4. (CESPE / Analista - TJ-AP / 2009) Segundo o princípio do juiz natural, 
ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade 
competente. 
 
5. (CESPE / Analista Legislativo / 2008) Segundo o princípio do devido 
processo legal, ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o 
devido processo legal. 
 
6. (CESPE / Juiz Substituto – TJ-MS / 2008) o princípio da presunção de 
inocência recomenda que em caso de dúvida o réu seja absolvido. 
 
7. (CESPE / Juiz Substituto – TJ-MS / 2008) o princípio da presunção de 
inocência recomenda que processos criminais em andamento não sejam 
considerados como maus antecedentes para efeito de fixação de pena. 
 
8. (CESPE / Juiz Substituto – TJ-MS / 2008) O princípio da vedação de 
provas ilícitas não é absoluto, sendo admissível que uma prova ilícita 
seja utilizada quando é a única disponível para a acusação e o crime 
imputado seja considerado hediondo. 
CURSO ON-LINE – PROCESSO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS - MPU 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 34
CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – MPU 
ANALISTA PROCESSUAL 
PROFESSOR: PEDRO IVO 
 
 
9. (CESPE / Polícia Civil – PC-TO / 2008) Prevê a Constituição Federal o 
princípio de que ninguém será considerado culpado senão após o trânsito 
em julgado da sentença penal condenatória. No processo penal, a 
aplicação desse princípio é absoluta, pois busca-se a verdade real. 
 
10. (CESPE / Procurador / 2009) A garantia do juiz natural e a vedação 
constitucional dos tribunais de exceção afastam do ordenamento jurídico 
brasileiro o instituto do foro especial ou privilegiado. 
 
GABARITO 
1-C 2-C 3-E 
4-C 5-C 6-C 
7-C 8-E 9-C 
10-E *********** ***********

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes