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Jurisdição e Competência no Direito Processual Penal

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DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 1 
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
ANALISTA - MPU 
PROFESSOR: PEDRO IVO 
 
AULA 03 – JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA 
 
Olá, Pessoal!!! 
 
Hoje trataremos de dois temas importantíssimos que estão interligados, a 
JURISDIÇÃO E A COMPETÊNCIA. 
Até agora já entendemos os princípios, o inquérito e a ação penal, mas ainda não 
sabemos quem é realmente a autoridade competente para julgar. 
Imaginemos uma situação em que Mévio sequestra Tícia no Rio de Janeiro, vai 
para São Paulo, permanece por dois meses na capital paulista e, posteriormente, 
foge para Minas Gerais onde mata a vítima. Neste caso onde Mévio deverá ser 
julgado? MG, SP ou RJ? Ao final desta aula você estará apto a responder a esta e 
muitas outras questões. 
Enfatizo que o assunto “jurisdição e competência” é bastante exigido pelas 
bancas e, não raras vezes, me deparo com alunos que sabem muito sobre o 
inquérito policial e a ação penal, mas que erram questões fáceis sobre este tema. 
Assim, ATENÇÃO TOTAL para mais esta aula que, sem dúvida, fará diferença na 
hora da sua PROVA. 
Durante esta aula, vocês verão alguns quadros com o título “CAIU EM PROVA”. 
Trata-se de um espaço destinado a questões simples que servirão para a fixação 
dos principais pontos. É uma forma de ressaltar o que de principal foi tratado. 
Ao final da aula, aí sim vocês terão a oportunidade de testar o aprendizado e 
verificar quais as dúvidas que devem ser sanadas no fórum. Procurem sempre 
iniciar com as questões sem gabarito e, somente após, confiram os comentários. 
 
Dito isto... Vamos agregar conhecimento. 
 
Bons estudos!!! 
***************************************************************** 
3.1 JURISDIÇÃO 
 
Para iniciar este tópico é importante o conhecimento da origem etimológica da 
palavra jurisdição que provém do latim júris (direito) e dictio (dizer), que significa 
a função de dizer o direito. 
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Para Pedroso, Jurisdição "é o poder de proclamar e aplicar o Direito, estendendo 
as normas, leis e princípios jurídicos cabíveis às hipóteses ocorrentes, dirimindo-
se os litígios e restabelecendo-se a harmonia social". 
Manzini aduz que, "jurisdição é a função soberana, que tem por escopo 
estabelecer, por provocação de quem tem o dever ou o interesse respectivo, se, 
no caso concreto, é aplicável uma determinada norma jurídica: função garantida, 
mediante a reserva do seu exercício, exclusivamente aos órgãos do Estado, 
instituídos com as garantias da independência e da imparcialidade (juízes) e da 
observância de determinadas formas (processo, coação indireta)". 
EM RESUMO � A jurisdição nada mais é do que o poder atribuído com 
EXCLUSIVIDADE ao Judiciário de aplicar o Direito no caso concreto, através do 
devido processo legal. Ao instituir a jurisdição, o Estado objetiva garantir aos 
indivíduos a correta aplicação do Direito através de quem tem a obrigação de 
conhecê-lo. 
 
 3.1.1 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS 
 
A jurisdição possui diversas características e em cada livro você encontrará 
algumas diferentes. O que esta divergência doutrinária importa para você? 
ABSOLUTAMENTE NADA, pois o que é importante é o que as bancas de prova 
exigem. Desta forma, seguem as características importantes para a sua 
PROVA: 
 
• SUBSTITUTIVIDADE � A vontade das partes é substituída pela 
vontade do órgão jurisdicional que declara o Direito ao caso 
concreto. 
Assim, por exemplo, se Tício inicia uma ação penal privada contra 
Mévio pelo crime de injúria, solicitando ao Juiz a aplicação de pena 
máxima, e Mévio nega o fato solicitando a total absolvição, o Juiz 
não precisará optar por um dos pedidos, podendo aplicar uma pena 
inferior à solicitada sem proclamar a absolvição. 
 
• DEFINITIVIDADE � A decisão proclamada pela autoridade 
judicial torna-se imutável quando do encerramento do processo. 
 
 3.1.2 PRINCÍPIOS 
 
Rege-se a Jurisdição pelos seguintes princípios: 
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• PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL ��� Vimos este princípio aplicado 
ao Processo Penal na AULA 00 e aqui, para a jurisdição, valem os 
mesmos conceitos. Relembrando: 
Consagrado pela CF/88, em seu art. 5º, LIII, o princípio do Juiz 
natural estabelece que ninguém será sentenciado senão pela 
autoridade competente, representando a garantia de um órgão 
julgador técnico e isento, com competência estabelecida na própria 
Constituição e nas leis de organização judiciária de cada Estado. 
Juiz natural é, assim, aquele previamente conhecido, segundo 
regras objetivas de competência estabelecidas anteriormente à 
infração penal, investido de garantias que lhe assegurem absoluta 
independência e imparcialidade. 
 
• PRINCÍPIO DA INVESTIDURA ��� A jurisdição só pode ser 
desempenhada por quem está investido no cargo de Juiz e no 
exercício de suas funções. Regra geral, tal investidura ocorre 
mediante concurso público. 
Assim, se cair na sua prova a seguinte questão: “Segundo o 
princípio da investidura, a jurisdição SÓ pode ser exercida por juiz 
legalmente investido através de Concurso Público” você dirá que a 
assertiva está........INCORRETA! Pois encontramos exceção no 
chamado QUINTO CONSTITUCIONAL previsto no art. 94 da 
Constituição Federal nos seguintes termos: 
 
Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais 
Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e 
Territórios será composto de membros, do Ministério 
Público, com mais de dez anos de carreira, e de 
advogados de notório saber jurídico e de reputação 
ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade 
profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de 
representação das respectivas classes. (grifo nosso). 
 
• PRINCÍPIO DA INDECLINABILIDADE DA PRESTAÇÃO 
JURISDICIONAL ��� Nenhum Juiz pode retirar de si, “abrir mão”, 
da função jurisdicional (normalmente o termo utilizado em prova 
para este princípio é “o Juiz não poderá subtrair-se da função 
jurisdicional”) e nem a lei excluirá da apreciação do Judiciário lesão 
ou ameaça ao direito (Art. 5º, XXXV da CF). 
 
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• PRINCÍPIO DA INÉRCIA DE JURISDIÇÃO (NE PROCEDAT 
JUDEX EX OFFICIO) ��� Você lembra quando falamos na aula 00 
do princípio da iniciativa das partes? Por favor, não diga que não... 
rsrs 
Então, o princípio da inércia de jurisdição contém exatamente o 
mesmo conceito, ou seja, o órgão jurisdicional depende da 
iniciativa das partes para poder dar início à ação, não podendo 
proceder ex officio (diretamente, sem manifestação das partes). 
Perceba que aqui só temos uma mudança de denominação. 
 
• PRINCÍPIO DA INDELEGABILIDADE ��� Decorrente do princípio 
do Juiz Natural, traz a garantia de que nenhum Magistrado poderá 
delegar a Jurisdição a outro órgão. 
 
• PRINCÍPIO DA IMPRORROGABILIDADE ��� Salvo em casos 
excepcionais que encontram previsão LEGAL, um Juiz não poderá 
invadir a competênciade outro. 
 
• PRINCÍPIO DA IRRECUSABILIDADE OU INEVITABILIDADE 
��� Imaginemos uma audiência onde ficará definida a divisão de 
bens de um casal por ocasião da separação judicial. Normalmente 
o homem prefere um Juiz ou uma Juíza? E a mulher? Alguns 
responderão tanto faz, mas, normalmente, até por questões 
culturais, o homem prefere ser “julgado” por um Juiz e a mulher 
por uma Juíza, neste supracitado caso. Exatamente para evitar 
escolhas de cunho pessoal, através do conceito deste princípio as 
partes não podem recusar o Juiz, salvo em casos excepcionais. 
 
• PRINCÍPIO DA RELATIVIDADE OU DA CORRELAÇÃO��� A 
sentença do Juiz deve corresponder ao pedido, guardando exata 
relação com o pedido incorporado na denúncia ou queixa. 
 
Podemos resumir o que vimos até agora da seguinte forma: 
 
 
 
 
 
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3.2 COMPETÊNCIA 
 
Caro (a) aluno (a), até agora falamos da Jurisdição como o poder que detêm o 
Judiciário de dizer o Direito no caso concreto. 
Todavia, podemos dizer que todo Juiz pode julgar todas as causas (penais, 
eleitorais, civis, trabalhistas etc.)? Ou mesmo, podemos afirmar que um Juiz do 
RJ poderá julgar qualquer crime ocorrido em qualquer lugar? 
A resposta para as duas questões é NÃO, pois cada Magistrado possui uma 
competência, ou seja, uma parcela da Jurisdição. 
 
 
 
 
 
 
 
SIGNIFICADO 
PRINCÍPIOS 
CARACTERÍSTICAS 
FUNÇÃO DE DIZER O 
DIREITO 
1. JUIZ NATURAL 
2. INVESTIDURA 
3. INDECLINABILIDADE 
4. INÉRCIA DE JURISDIÇÃO 
5. INDELEGABILIDADE 
6. IMPRORROGABILIDADE 
7. IRRECUSABILIDADE 
8. CORRELAÇAO 
1. SUBSTITUTIVIDADE 
2. DEFINITIVIDADE 
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Competência, na doutrina tradicional, é o critério que define os limites 
jurisdicionais de cada órgão do Poder Judiciário. 
Nas palavras de THEODORO JÚNIOR citando JOSÉ FREDERICO MARQUES, hoje 
em dia não mais se confunde competência e jurisdição, pois aquela é "apenas a 
medida de jurisdição, isto é, a determinação da esfera de atribuições dos órgãos 
encarregados da função jurisdicional". 
 
 3.2.1 FATORES DETERMINANTES DA COMPETÊNCIA JURISDICIONAL 
 
Dispõe o Código de Processo Penal sobre a competência: 
 
 Art. 69. Determinará a competência jurisdicional: 
 I - o lugar da infração: 
 II - o domicílio ou residência do réu; 
 III - a natureza da infração; 
 IV - a distribuição; 
 V - a conexão ou continência; 
 VI - a prevenção; 
 VII - a prerrogativa de função. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Assim, podemos dizer que a competência pode ser analisada em razão do 
lugar (ratione loci), da pessoa (ratione personae), da natureza da infração 
(ratione materiae) e, nos casos em que a competência se estende por mais de 
uma jurisdição, pela prevenção, prerrogativa de função, distribuição e conexão 
ou continência. Vamos analisar os aspectos pertinentes a cada uma: 
 
 
**** A prerrogativa de função é um dos critérios utilizados para fixar 
a competência no processo penal. 
 
GABARITO: CORRETA 
 
CAIU EM PROVA! 
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3.2.1.1 PREVENÇÃO 
 
Começaremos tratando da definição da prevenção, pois este conhecimento 
será necessário em praticamente todos os outros tipos de competência 
jurisdicional. Observe: 
 
Art. 83. Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez 
que, concorrendo dois ou mais juízes igualmente 
competentes ou com jurisdição cumulativa, um 
deles tiver antecedido aos outros na prática de algum ato do 
processo ou de medida a este relativa, ainda que anterior ao 
oferecimento da denúncia ou da queixa. (grifo nosso). 
 
Do exposto, podemos resumir que a competência pela prevenção será 
aplicada para solucionar o caso quando dois Juízes forem igualmente 
competentes. Nas palavras de Fernando Capez, trata-se de uma prefixação 
da competência, que ocorre quando o Juiz toma conhecimento da prática de 
uma infração penal antes de qualquer outro igualmente competente. 
Exemplos de prevenção: Decretação da prisão preventiva, pedido de 
explicações em juízo, concessão de fiança etc. 
OBSERVAÇÂO IMPORTANTE � Não ocorre prevenção em pedido de 
habeas corpus e remessa de cópia de auto de prisão em flagrante, dentre 
outros. Assim, está INCORRETO afirmar que qualquer ato do Magistrado 
ocasiona a prevenção. 
 
 3.2.1.2 O LUGAR DA INFRAÇÃO 
 
O foro do lugar, como bem nos diz Pimenta Bueno, é sem dúvida o foro 
mais racional. Se naquele local o Direito foi violado, ali deverá ocorrer a 
ação social para punir o criminoso. O lugar da infração constitui a REGRA 
GERAL para a determinação da competência conforme o CPP: 
 
Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo 
lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, 
pelo lugar em que for praticado o último ato de execução. (grifo 
nosso) 
 
 
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O artigo 70 do Código de Processo Penal adota claramente a chamada 
Teoria do Resultado, segundo a qual o releva-se o lugar da produção do 
resultado. 
Em contrapartida, o Código Penal, ao definir o lugar do crime (art. 6°), 
estabelece que "considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a 
ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou 
deveria produzir-se o resultado", consagrando, para o Direito Penal, a 
Teoria da Ubiquidade. 
Sobre o tema, manifesta-se Mirabete asseverando que "a superveniência 
da Lei n° 7.209 de 11-7-84, que deu nova redação à Parte Geral do 
Código Penal, não alterou a regra do artigo 70, caput, do CPP, já que o 
artigo 6° daquele Estatuto refere-se ao lugar do crime para os efeitos de 
direito penal e não como regra de competência”. 
Assim, prevalece para a determinação da competência o lugar da 
consumação do crime, onde, em consonância com o artigo 14, inciso I, do 
próprio Código Penal, é possível reunir todos os elementos para a 
definição do delito. 
Nesse sentido, exemplificando, a Súmula 200 do STJ orienta que "o juízo 
federal competente para processar e julgar acusado de crime de uso de 
passaporte falso é o lugar onde o delito se consumou". 
 
 
 
**** No processo penal, a competência será determinada, de regra, 
pelo lugar da infração. 
 
GABARITO: CORRETA 
 
**** Em regra, a competência é determinada pelo lugar em que se 
consumar a infração; no caso de tentativa, pelo lugar onde foi 
praticado o primeiro ato de execução. 
 
GABARITO: ERRADA (último ato de execução) 
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Agora imaginemos a seguinte situação: Mévio envia uma carta injuriosa 
para Tícia, sua ex-namorada residente em Londres. Neste caso, temos um 
delito começando no território nacional e se consumando no 
exterior. Para essas situações em que temos delitos envolvendo o Brasil 
e outro país, dispõe o CPP: 
 
Art.70 
[...] 
§ 1o Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se 
consumar fora dele, a competência será determinada pelo lugar 
em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de 
execução. 
§ 2o Quando o último ato de execução for praticado fora do 
território nacional, será competente o juiz do lugar em que o 
crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir 
seu resultado. 
 
Do exposto, podemos resumir: 
 
 
****Tratando-se de competência territorial pelo lugar da 
infração, em regra, o CPP adotou a teoria da atividade. 
 
GABARITO: ERRADA (Teoria do Resultado) 
 
****Nos crimes qualificados pelo resultado, por força da teoria 
da atividade, adotada pelo CPP, o foro competente é o do local da 
prática da ação, independentemente do local em que se 
consumou o delito. 
 
GABARITO: ERRADA (Teoria do Resultado) 
 
CAIU EM PROVA! 
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Assim, se um sequestro tem início no RJ, depois o criminoso vai se 
esconder em SP e finalmente é descoberto pela polícia em MG, 
teremos o Juízo definido pela prevenção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exemplo prático e interessante: 
Finalizando este tópico, analise a situação: 
 
Tício, morador do Rio de Janeiro, resolveu viajar para São Paulo a fim 
de realizar compras na Rua 25 de março. Chegando ao local, emitiu 
um cheque no valor de R$5.000,00 sabendo que não detinha 
suficiente provisão de fundos. Neste caso, o foro competente para o 
julgamento do crime de estelionato será SP ou RJ? Observe o que nos 
diz o STF: 
SÚMULA 521 � O foro competente para o processo e julgamento 
dos crimes de estelionato, sob a modalidade da emissão dolosa de 
cheque sem provisão de fundos, é o do local onde se deu a recusa do 
pagamento pelo sacado. (No exemplo o RJ). 
Isso ocorre porque é no lugar em que é negado o pagamento do 
cheque (praça de origem) que irá se consumar o prejuízo da vítima, 
ou seja, não importa onde ele depositou o cheque e sim de onde o 
dinheiro deveria sair. 
 
3.2.1.3 O DOMICÍLIO OU RESIDÊNCIA DO RÉU 
 
O CPP inicia o tratamento do assunto deixando bem claro o caráter 
subsidiário da definição de competência pelo domicílio ou residência do réu, 
observe: 
 
 
Tratando-se de crime permanente ou continuado, praticado 
em território de duas ou mais jurisdições, a competência, no 
processo penal, firmar-se-á pela prevenção. 
 
GABARITO: CORRETA 
 
CAIU EM PROVA! 
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Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a 
competência regular-se-á pelo domicílio ou residência do réu. 
(grifo nosso). 
 
 
 
 
 
 
 
Entretanto, este caráter subsidiário é extremamente atenuado a partir da 
aplicação da regra prevista no Art. 73 do CPP, item este IMPORTANTÍSSIMO 
PARA PROVA!!! Observe: 
 
Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante 
poderá preferir o foro de domicílio ou da residência do réu, 
ainda quando conhecido o lugar da infração. (grifo nosso). 
 
É óbvio, mas interessante ressaltar, que a regra acima não será aplicada no 
caso de ação penal privada subsidiária da pública e, muito menos, nas 
públicas condicionadas ou incondicionadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
****No processo penal, a competência será determinada, de 
regra, pelo lugar do domicílio do réu. 
 
GABARITO: ERRADA 
 
CAIU EM PROVA! 
 
****Pode o ofendido, em crime de ação penal privada, oferecer a 
queixa no foro do domicílio ou residência do réu, ou no lugar da 
infração, de acordo com a sua conveniência. 
 
GABARITO: CORRETA 
 
****A competência, no processo penal, será, quanto à ação penal 
privada subsidiária da pública, em qualquer caso, determinada 
pelo domicílio ou residência do réu. 
 
GABARITO: ERRADA 
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Finalizando, o CPP trata de duas importantes situações: 
 
1 - O RÉU POSSUÍ MAIS DE UMA RESIDÊNCIA � A competência é 
determinada pela prevenção. Observe: 
 
Art. 72. [...] 
§ 1o Se o réu tiver mais de uma residência, a competência 
firmar-se-á pela prevenção. 
 
2 - O RÉU POSSUI RESIDÊNCIA DESCONHECIDA � Será competente o 
juiz que primeiro tomar conhecimento do fato. Veja: 
 
Art. 72. [...] 
§ 2o Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu 
paradeiro, será competente o juiz que primeiro tomar 
conhecimento do fato. 
 
3.2.1.4 NATUREZA DA INFRAÇÃO 
 
Diz o Prof. Mirabete que, determinada a competência pelo lugar da infração 
ou, eventualmente, pelo domicílio ou residência do réu (ratione loci), é 
preciso fixá-la em razão da matéria (ratione materiae), ou seja, deve-se 
verificar se é da competência da Justiça Especial (Militar, Eleitoral etc.) ou da 
Justiça Comum (Federal ou Estadual). 
Dirimida essa questão referente à competência do Juízo, deve-se buscar, na 
hipótese de haver vários juízes, aquele competente em razão da natureza da 
infração, caso não tenham todos a competência plena (para todas as 
infrações), hipótese em que é ela determinada pela distribuição. 
Assim, podemos definir a competência em razão da matéria como o poder 
que tem Juiz ou Tribunal para conhecer de uma determinada infração, em 
razão da sua natureza ou da pena que a lei lhe comina. 
 
Sobre o assunto o Código de Processo Penal dispõe: 
 
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 Art. 74. A competência pela natureza da infração será 
regulada pelas leis de organização judiciária, salvo a 
competência privativa do Tribunal do Júri. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É a lei de organização judiciária (federal ou estadual) que vai determinar a 
competência do juiz, podendo estabelecer critérios variados para a divisão, 
tais como: a qualidade da pena principal (reclusão, detenção, multa); o 
elemento subjetivo (crimes dolosos e culposos); a natureza da infração penal 
(crimes, contravenções);o bem jurídico protegido (vida, integridade 
corporal, patrimônio, fé pública etc.); a espécie da lei penal (comum, 
especial) etc. 
Não obstante a margem de liberdade conferida às leis de organização 
judiciária, a Constituição Federal assegura para o Júri a competência para o 
julgamento dos crimes dolosos contra a vida, incluindo-se, portanto, o crime 
de genocídio. Observe como o CPP dispõe sobre o tema: 
 
Art. 74. [...] 
§ 1º Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes 
previstos nos arts. 121, §§ 1o e 2o, 122, parágrafo único, 123, 
124, 125, 126 e 127 do Código Penal, consumados ou tentados. 
 
Para finalizar este tópico, vamos tratar da hipótese de ocorrência da 
desclassificação do crime. Observe o disposto no CPP: 
 
Art. 74. 
[...] 
DICIONÁRIO DO CONCURSEIRO 
LEIS DE ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA 
Primeiramente, as normas de organização judiciária estão presentes na 
Constituição Federal. A Carta Magna é a maior responsável pela distribuição de 
competências para o exercício do poder do Estado; impõe normas referentes à 
competência para legislar em tema de organização judiciária. 
Em segundo lugar, considerando que cada Estado pode organizar a sua Justiça, 
o Código de Processo Civil, o Código de Organização Judiciária de cada Estado e 
o Regimento Interno do Tribunal de Justiça Estadual delinearão a estrutura do 
Poder Judiciário local. 
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§ 2o Se, iniciado o processo perante um juiz, houver 
desclassificação para infração da competência de outro, a este 
será remetido o processo, salvo se mais graduada for a 
jurisdição do primeiro, que, em tal caso, terá sua competência 
prorrogada. 
§ 3o Se o juiz da pronúncia desclassificar a infração para outra 
atribuída à competência de juiz singular, observar-se-á o 
disposto no art. 410; mas, se a desclassificação for feita pelo 
próprio Tribunal do Júri, a seu presidente caberá proferir a 
sentença (art. 492, § 2o). 
 
Existem determinadas situações em que, no decorrer do processo, é dado ao 
fato delituoso classificação diversa da prevista na inicial (denúncia ou 
queixa). 
Seria o caso, por exemplo, de um processo que inicialmente tratava de 
homicídio culposo e no seu decorrer verificou-se claramente a ocorrência de 
um homicídio doloso. 
Neste caso, deverá o magistrado remeter os autos ao Juiz competente para 
os processos que devem ser decididos pelo Júri. Todavia, deve-se atentar 
que o próprio texto do CPP traz uma exceção a esta regra, pois se a 
jurisdição do Juiz que desclassifica a infração for mais graduada que a do 
Juiz competente, terá ele sua competência prorrogada, continuando, 
assim, com o processo até o final. 
 
 
 
 
AATTEENNÇÇÃÃOO CCOOMM EESSTTEE IITTEEMM,, PPOOIISS AAPPAARREECCEE MMUUIITTOO EEMM 
PPRROOVVAA!!!!!! 
 
3.2.1.5 DISTRIBUIÇÃO 
 
Sobre este critério de definição da competência jurisdicional não há muito o 
que explicar, pois trata do caso em que, havendo mais de um Juiz 
competente no foro do processo, a distribuição do mesmo determinará qual 
Magistrado será o responsável. Observe: 
 
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Art. 75. A precedência da distribuição fixará a competência 
quando, na mesma circunscrição judiciária, houver mais de um 
juiz igualmente competente. 
 Parágrafo único. A distribuição realizada para o efeito da 
concessão de fiança ou da decretação de prisão preventiva ou 
de qualquer diligência anterior à denúncia ou queixa prevenirá a 
da ação penal. 
 
 
Exemplificando: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.2.1.6 CONEXÃO 
 
Existem determinadas situações em que em um delito temos fatos que 
guardam relação entre si. Para estes casos deve-se, preferencialmente, unir 
os processos a fim de primar pela celeridade processual e evitar decisões 
diferentes para o mesmo caso. 
JUIZ 01 JUIZ 02 
PROCESSO 
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Assim, imagine que em um jogo de futebol dez torcedores cometeram atos 
de vandalismo quebrando parte do estádio. É interessante que todos sejam 
julgados no mesmo processo pelas razões acima apresentadas. 
Sobre o tema, FERNANDO DA COSTA TOURINHO FILHO assinala, com 
precisão e segurança, que Conexão é sinônimo de relação, coerência, nexo. 
Logo, pode-se dizer que a conexão de que trata o Código de Processo Penal 
é o nexo, a relação recíproca que os fatos guardam entre si e, em face do 
vínculo existente entre eles, devem ser apreciados num só processo, 
possibilitando um só quadro probatório e, ao mesmo tempo, evitando 
decisões díspares ou conflitantes. 
 
Podemos classificar a conexão em: 
 
a) CONEXÃO INTERSUBJETIVA, que se subdivide em: 
• Intersubjetiva por simultaneidade � Definida no Art. 76, I 
(primeira parte) do CPP: 
 
Art. 76. A competência será determinada pela conexão: 
I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido 
praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas 
[...] 
 
Exemplo: Imaginemos uma final de campeonato brasileiro, 
Corinthians e Avaí no Pacaembu e o empate favorecendo o time 
da casa. 
Aos 48 minutos do segundo tempo, o árbitro apita um pênalti 
para o Avaí, que converte a cobrança. 
A torcida do Corinthians, revoltada, impulsivamente e sem 
ajuste prévio, começa a destruir o estádio. 
Neste caso, é interessante que todos os infratores sejam 
julgados no mesmo processo, configurando a conexão 
intersubjetiva por simultaneidade. 
 
• Intersubjetiva por concurso � Definida no Art. 76, I 
(segunda parte) do CPP: 
 
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I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido 
praticadas, [...] por várias pessoas em concurso, embora 
diverso o tempo e o lugar [...] 
 
Exemplo: Pensemos em uma quadrilha que efetua um 
seqüestro. Um indivíduo é responsável pelo planejamento, 
outro pela execução, um terceiro fica só vigiando o local no 
momento do delito, outro fica responsável pela negociação do 
resgate e assim por diante. 
Nesta situação, todos deverão compor o mesmo processo penal, 
configurando conexão intersubjetiva por concurso. 
 
• Intersubjetiva por reciprocidade � Definida no Art. 76, I 
(parte final) do CPP: 
 
I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido 
praticadas, [...] por várias pessoas, umas contra as outras; 
 
Exemplo: Briga entre dois grupos rivais, ocasionando lesões 
corporais recíprocas. 
 
b) CONEXÃO OBJETIVA � Prevista no Art. 76, II do CPP nos seguintes 
termos: 
 
Art. 76. A competência será determinada pela conexão: 
[...] 
II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para 
facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou 
vantagem em relação a qualquer delas; 
 
Exemplo 01: Tício mata Mévia, sua esposa. No momentoem que 
estava retirando o corpo da casa, aparece a melhor amiga de Mévia e 
Tício a mata visando garantir sua impunidade. 
Exemplo 02: Caio, vendedor de livros e DVDs piratas, mata um 
policial a fim de garantir a venda dos produtos aos clientes. Tal delito 
foi cometido visando facilitar a execução de outro, caracterizando a 
conexão objetiva. 
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c) CONEXÃO INSTRUMENTAL OU PROBATÓRIA � Prevista no Art. 
76, III do CPP: 
 
III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas 
circunstâncias elementares influir na prova de outra infração. 
 
Exemplo: Tício furtou o relógio de Caio. Mévio comprou o relógio 
tendo conhecimento de que era roubado (delito de receptação). Neste 
caso, podemos falar em conexão probatória, pois a prova do furto 
influi na prova da receptação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
****Ocorre a conexão intersubjetiva concursal quando duas ou mais 
infrações tiverem sido praticadas ao mesmo tempo e por várias pessoas 
reunidas, ainda que sem liame subjetivo entre as condutas. 
 
GABARITO: INCORRETA 
 
****Ocorre a conexão probatória quando a infração é praticada para 
facilitar ou ocultar outra, ou ainda para conseguir impunidade ou 
vantagem em relação a qualquer uma delas. 
 
GABARITO: INCORRETA 
 
****A competência é determinada pela conexão material ou lógica 
quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias 
influir na prova de outra. 
 
 
GABARITO: INCORRETA 
 
CAIU EM PROVA! 
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3.2.1.7 CONTINÊNCIA 
 
Falamos bastante sobre conexão e dissemos que ela ocorre quando do nexo 
entre ações ou provas. 
Tratamos, como exemplo da conexão, da tão comum briga de torcida e 
neste ponto cabe um importante questionamento: É possível aplicar um 
processo para cada indivíduo? 
A resposta é SIM, pois eles podem ser individualizados. É claro que, como 
vimos, é melhor que os processos sejam unidos para não haver, por 
exemplo, divergência nas penas. Todavia, não é por isso que podemos 
afirmar que o processo não é passível de separação. 
Neste ponto reside a principal diferença entre a conexão e a continência, 
pois nesta última (continência) um delito está CONTIDO no outro, não 
sendo possível a separação. Vamos começar a compreender... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caros companheiros de estudo, até 
aqui tudo tranquilo? 
Sei que o assunto é cheio de 
detalhes, mas são eles que farão 
diferença na hora da prova. 
Assim, beba uma água, respire 
fundo e vamos em frente que todo 
esforço será recompensado em 
breve!!! 
 
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O CPP traz em seu texto as seguintes hipóteses de continência: 
 
Art. 77. A competência será determinada pela continência 
quando: 
 
I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração; 
 
II - no caso de infração cometida nas condições previstas nos 
arts. 51, § 1o, 53, segunda parte, e 54 do Código Penal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No primeiro caso trazido pelo CPP, temos um único crime (uma 
única conduta) e várias pessoas sendo acusadas dele. Exemplo claro 
é o crime de rixa, no qual ocorre uma briga entre três ou mais pessoas, em 
que é impossível identificar a existência de grupos distintos. Trata-se de 
uma briga desordenada, de todos contra todos. 
Aqui, caro aluno, deve estar surgindo o questionamento: Mas professor, 
aqui não é o mesmo caso da conexão intersubjetiva por reciprocidade? 
E a resposta é NÂO, pois no caso da briga entre grupos rivais temos o delito 
de lesão corporal ou até homicídio, que pode ser individualizado (dois ou 
mais delitos sendo cometidos). Diferentemente, quando falamos da rixa não 
temos grupos rivais e sim três ou mais indivíduos brigando, sem ser 
possível identificar grupos. 
Neste caso, os brigões terão obrigatoriamente que estar em um mesmo 
processo para ser caracterizada a RIXA. Há um só crime praticado, 
NECESSARIAMENTE por três ou mais agentes (co-autores de um MESMO 
DELITO). 
 
****A competência será determinada pela continência quando 
duas ou mais pessoas forem acusadas pelo mesmo crime. 
 
GABARITO: CERTA 
 
CAIU EM PROVA! 
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No segundo caso, o artigo 77 diz que a competência é determinada pela 
continência "no caso de infração cometida nas condições previstas nos art. 
51, § 1°, 53, segunda parte, e 54 do Código Penal". 
A referência é feita a dispositivos originais do Código Penal, agora 
substituídos pelos art. 70, 73 e 74 da nova Parte Geral. Podemos então 
dizer que o inciso II do art. 77 garante a aplicação da continência aos 
seguintes casos: 
 
1 - AO CONCURSO FORMAL DE CRIMES EM QUE, COM UMA MESMA 
CONDUTA, O AGENTE PRATICA DOIS OU MAIS CRIMES (ART. 70); 
 
Exemplo: Um indivíduo dirigindo com um velocidade 50% acima da 
permitida perde o controle do veículo e atropela 05 pessoas � Uma 
conduta gerando 05 homicídios culposos. 
 
2 - AO ERRO NA EXECUÇÃO (ABERRATIO ICTUS) EM QUE, POR 
ACIDENTE OU ERRO NO USO DOS MEIOS DE EXECUÇÃO, O AGENTE, 
ALÉM DE ATINGIR A PESSOA QUE PRETENDIA OFENDER LESA 
OUTRA (ART. 73, 2ª PARTE); 
 
Exemplo: Tício dispara contra Mévio e, além dele, acerta Caio que passava 
pelo local. 
 
3- AO RESULTADO DIVERSO DO PRETENDIDO (ABERRATIO 
CRIMINIS) EM QUE, FORA DA HIPÓTESE ANTERIOR, O AGENTE 
ALÉM DO RESULTADO PRETENDIDO, CAUSA OUTRO (ART. 74, 2ª 
PARTE). 
 
Exemplo: Mévio joga uma pedra visando quebrar a janela de sua vizinha. A 
janela quebra e a pedra acerta Tícia que passava naquele momento por ela. 
 
Até aqui podemos resumir o assunto Conexão e Continência da seguinte 
forma: 
 
 
 
 
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CONEXÃO 
INTERSUBJETIVA 
OBJETIVA 
INSTRUMENTAL 
OU PROBATÓRIA 
POR SIMULTANEIDADE 
POR CONCURSO 
POR RECIPROCIDADE 
NEXO ENTRE 
DUAS OU MAIS 
INFRAÇÕES 
(PLURALIDADE 
DE CONDUTAS) 
CONTINÊNCIA 
DUAS OU MAIS 
PESSOAS + UMA 
INFRAÇÃO 
EM RAZÃO DE 
CONCURSO FORMAL 
ABERRATIO ICTUS 
ABERRATIO DELICTI 
O FATO É O 
MESMO OU A 
CONDUTA É 
UMA SÓ 
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3.2.1.8 REGRAS ESPECIAIS DA CONEXÃO E CONTINÊNCIA 
 
A reunião dos processos poderá ocasionar uma prorrogação de 
competências em relação a um dos crimes. 
 
“Mas, como assim, professor?” 
 
Vamos exemplificar: Imaginemos que um furto qualificado ocorreu em SP e 
a receptação foi consumada em MG. Aqui temos um exemplo de conexão, 
concorda? 
Mas qual será o juízo competente, SP ou MG ? Exatamente para dirimir este 
tipo de dúvida dispõe da seguinte forma o CPP: 
 
Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou 
continência, serão observadas as seguintes regras: 
I - no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão 
da jurisdição comum, prevalecerá a competência do júri; 
Il - no concurso de jurisdições da mesma categoria: 
a) preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a 
pena mais grave; 
b) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior 
número de infrações, se as respectivas penas forem de igual 
gravidade; 
c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros casos; 
III - no concurso de jurisdições de diversas categorias, 
predominará a de maior graduação; 
IV - no concurso entre a jurisdição comum e a especial, 
prevalecerá esta. 
 
Podemos resumir da seguinte forma: 
 
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Visto o quadro, já podemos responder à pergunta do início do tópico. Será 
competente MG ou SP? 
Como são jurisdições de mesma categoria, teremos que seguir os critérios 
de desempate, ou seja, será competente o estado no qual foi praticado o 
delito com a pena mais grave. No exemplo, SP. 
TIME 01 TIME 02 VENCEDOR 
 
Competência do 
Júri 
 
X 
 
Jurisdição Comum 
 
 
JÚRI 
 
JURISDIÇÃO 01 
 
X 
 
JURISDIÇÃO 02 
 
 
EMPATE 
CRITÉRIOS DE 
DESEMPATE: 
1-Pena mais grave 
2-Maior número de 
infrações 
3-Prevenção 
 
JURISDIÇÃO–
SÉRIE A 
 
 
X 
 
JURISDIÇÃO–
SÉRIE B 
 
 
JURISDIÇÃO – SÉRIE A 
(MAIOR GRADUAÇÃO) 
 
JURISDIÇÃO 
COMUM 
 
 
X 
 
JURISDIÇÃO 
ESPECIAL 
 
JURISDIÇÃO ESPECIAL 
MESMA CATEGORIA 
OBSERVAÇÃO – SÚMULA 122 DO STJ 
COMPETE À JUSTIÇA FEDERAL O PROCESSO E JULGAMENTO UNIFICADO DOS 
CRIMES CONEXOS DE COMPETÊNCIA FEDERAL E ESTADUAL, NÃO SE APLICANDO 
A REGRA DO ART. 78, II, "A", DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. 
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OBSERVAÇÂO PARA ACALMAR: É claro que você não precisa saber a 
penalização para todos os crimes. Se a banca exigir a utilização dos 
critérios de desempate ela deixará bem claro qual delito tem uma 
penalização maior. UFAAAA!!! 
 
3.2.1.9 SEPARAÇÃO DOS PROCESSOS 
 
No Direito, praticamente nenhum conceito é absoluto e com relação à 
conexão e à continência não será diferente. Vimos até agora que nos 
citados casos a regra é a unidade do processo, mas o CPP traz algumas 
exceções. Observe: 
 
 Art. 79. A conexão e a continência importarão unidade de 
processo e julgamento, salvo: 
I - no concurso entre a jurisdição comum e a militar; 
 
 
 
II - no concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de 
menores. 
 
 
 
 
 [...] 
 
Art. 80. Será facultativa a separação dos processos quando as 
infrações tiverem sido praticadas em circunstâncias de tempo 
ou de lugar diferentes, ou, quando pelo excessivo número de 
acusados e para não Ihes prolongar a prisão provisória, ou por 
outro motivo relevante, o juiz reputar conveniente a 
separação. (grifo nosso). 
 
 
 
 
OBS: REGRA GERAL, O MILITAR SERÁ JULGADO NA JUSTIÇA 
MILITAR E O CIVIL, NA COMUM 
OBS: DEVIDO À INIMPUTABILIDADE DO MENOR DE 18 ANOS FICA 
EVIDENTE A NECESSIDADE DE SEPARAÇÃO DOS PROCESSOS. 
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3.2.1.10 COMPETÊNCIA POR PRERROGATIVA DA FUNÇÃO 
 
Existem no nosso ordenamento jurídico determinados cargos que gozam do 
chamado foro privilegiado, ou seja, quando cometem um delito, os 
ocupantes destes cargos não serão julgados segundo as regras de 
competência aplicadas à maioria dos cidadãos. 
Segundo Mirabete, “Fala-se em competência ratione personae (em razão da 
pessoa), quando o Código deixa bem claro que a competência é ditada pela 
função da pessoa, tendo em vista a dignidade do cargo exercido e não do 
indivíduo que o exerce. É usual também o nome de foro privilegiado, agora 
mais aceitável, já que a Constituição Federal de 1988 não menciona 
proibição ao "foro privilegiado", mas apenas a "juízo ou tribunal de 
exceção" (art. 5°, XXXVII).” 
 
Agregando à definição de Mirabete, observe os seguintes julgados: 
 
 
****Ocorrendo um crime de competência da Justiça Militar e 
outro de competência da Justiça Comum, será competente a 
Justiça Militar para o julgamento dos dois crimes. 
 
GABARITO: ERRADA 
CAIU EM PROVA! 
OBS: PERCEBA QUE SÃO TRÊS POSSIBILIDADES DE SEPARAÇÃO 
FACULTATIVA PREVISTAS NO ART. 80: 
1-QUANDO AS INFRAÇÕES TIVEREM SIDO PRATICADAS EM 
CIRCUNSTÂNCIAS DE TEMPO OU DE LUGAR DIFERENTES; 
2-QUANDO PELO EXCESSIVO NÚMERO DE ACUSADOS E PARA NÃO IHES 
PROLONGAR A PRISÃO PROVISÓRIA; 
3 - MOTIVO RELEVANTE. 
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O Código de Processo Penal trata do tema afirmando que a competência por 
prerrogativa de função é do STF, STJ, dos TRF e dos TJ dos Estados e do 
Distrito Federal relativamente às pessoas que devam responder perante 
eles por crimes comuns e de responsabilidade. Observe: 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 84. A competência pela prerrogativa de função é do 
Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça, dos 
Tribunais Regionais Federais e Tribunais de Justiça dos Estados 
e do Distrito Federal, relativamente às pessoas que devam 
responder perante eles por crimes comuns e de 
responsabilidade 
 
STJ, HC 99.773/RJ, DJ 03.03.2008 
O foro especial por prerrogativa funcional não é privilégio pessoal do 
seu detentor, mas garantia necessária ao pleno exercício de funções 
públicas, típicas do Estado Democrático de Direito. É técnica de proteção 
da pessoa que o detém, em face de dispositivo da Carta Magna, 
significando que o titular se submete a investigação, processo e 
julgamento por órgão judicial previamente designado, não se confundindo, 
de forma alguma, com a idéia de impunidade do agente. 
STF, AgR Inq. 2.268/DF, DJ 15.06.2007, Informativo 471 
Com a perda do mandato eletivo pelo investigado, querelado ou 
denunciado, cessa a competência penal originária do STF para apreciar e 
julgar autoridades dotadas de prerrogativa de foro ou função. 
STF, Inq. 2.295/MG, DJE 05.06.2009 
Uma vez iniciado ojulgamento de Parlamentar no STF, a superveniência 
do término do mandato eletivo não desloca a competência para outra 
instância. 
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Regra interessante é a prevista no Art. 85 nos seguintes termos: 
 
Art. 85. Nos processos por crime contra a honra, em que forem 
querelantes as pessoas que a Constituição sujeita à jurisdição 
do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais de Apelação, 
àquele ou a estes caberá o julgamento, quando oposta e 
admitida a exceção da verdade. 
 
Vamos compreender o supracitado artigo: Digamos que Tício diz a um 
Ministro de Estado que ele é corrupto. 
O ministro resolve, então, ingressar com uma ação contra Tício por crime 
contra a honra. 
Como Tício não goza de foro privilegiado, a ação será proposta na Justiça 
comum. 
Entretanto, se Tício conseguir provar o que está dizendo, obviamente não 
será condenado. Assim, no decurso do processo, o réu pode opor a exceção 
da verdade, ou seja, comprovar aquilo que disse. Neste caso, o julgamento 
caberá ao juízo competente para julgar o querelante (ofendido), pois a 
comprovação de Tício poderá dar ensejo até mesmo a uma ação penal 
contra o Ministro. 
 
Podemos resumir a competência pela prerrogativa de função da seguinte 
forma: 
Autoridade Crime 
comum 
Crime de 
responsabilidade 
Presidente da República STF Senado Federal 
Vice-Presidente STF Senado Federal 
Deputados Federais e 
Senadores 
STF Casa respectiva 
a que pertence 
Ministros do STF STF Senado Federal 
Procurador Geral da República STF Senado Federal 
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Ministros de Estado e 
Comandantes da Marinha, 
Exército e Aeronáutica 
STF STF 
Se conexo com 
o Presidente: 
Senado Federal 
Advogado-Geral da União STF Senado Federal 
Ministros de Tribunais 
Superiores 
(STJ, TSE, STM e TST) 
STF STF 
Chefes de missão diplomática 
de caráter permanente 
STF STF 
Embaixador brasileiro STF STF 
Ministros do TCU 
 
STF STF 
Membros de TRT, TRE, TCE, 
TCM e TRF’s 
STJ STJ 
Desembargadores Federais e 
Estaduais 
STJ STJ 
Juízes Federais TRF TRF 
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Caro(a) aluno(a), 
 
Chegamos ao final de mais uma aula e posso dizer, sem dúvida, que após o 
estudo cuidadoso e consequente entendimento do que aqui foi exposto você terá 
um verdadeiro diferencial para a prova. 
Como conversamos no início da aula, muita gente não dá a atenção necessária ao 
tema Jurisdição e Competência e, por isso mesmo, é um assunto explorado 
constantemente pelas bancas (conforme demonstrado durante a aula com 
exercícios de provas anteriores). 
Sendo assim consolide e complemente o aprendizado com os exercícios e garanta 
importantes pontos em sua PROVA. 
 
Abraços, bons estudos e até a próxima aula, 
 
Pedro Ivo 
pedro@pontodosconcursos.com.br 
 
"Grandes realizações não são feitas por impulso, 
mas por uma soma de pequenas realizações”. 
 
(Vincent Van Gogh) 
 
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PRINCIPAIS ARTIGOS TRATADOS NA AULA 
 
DA COMPETÊNCIA 
Art. 69. Determinará a competência jurisdicional: 
I - o lugar da infração: 
II - o domicílio ou residência do réu; 
III - a natureza da infração; 
IV - a distribuição; 
V - a conexão ou continência; 
VI - a prevenção; 
VII - a prerrogativa de função. 
 
DA COMPETÊNCIA PELO LUGAR DA INFRAÇÃO 
Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se 
consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o 
último ato de execução. 
§ 1o Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora 
dele, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no 
Brasil, o último ato de execução. 
§ 2o Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, 
será competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha 
produzido ou devia produzir seu resultado. 
§ 3o Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando 
incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de 
duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção. 
Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em 
território de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção. 
 
DA COMPETÊNCIA PELO DOMICÍLIO OU RESIDÊNCIA DO RÉU 
Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á 
pelo domicílio ou residência do réu. 
§ 1o Se o réu tiver mais de uma residência, a competência firmar-se-á pela 
prevenção. 
§ 2o Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu paradeiro, será 
competente o juiz que primeiro tomar conhecimento do fato. 
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Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro 
de domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração. 
 
DA COMPETÊNCIA PELA NATUREZA DA INFRAÇÃO 
Art. 74. A competência pela natureza da infração será regulada pelas leis de 
organização judiciária, salvo a competência privativa do Tribunal do Júri. 
§ 2o Se, iniciado o processo perante um juiz, houver desclassificação para 
infração da competência de outro, a este será remetido o processo, salvo se mais 
graduada for a jurisdição do primeiro, que, em tal caso, terá sua competência 
prorrogada. 
 
DA COMPETÊNCIA POR DISTRIBUIÇÃO 
Art. 75. A precedência da distribuição fixará a competência quando, na mesma 
circunscrição judiciária, houver mais de um juiz igualmente competente. 
Parágrafo único. A distribuição realizada para o efeito da concessão de fiança ou 
da decretação de prisão preventiva ou de qualquer diligência anterior à denúncia 
ou queixa prevenirá a da ação penal. 
 
DA COMPETÊNCIA POR CONEXÃO OU CONTINÊNCIA 
Art. 76. A competência será determinada pela conexão: 
I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo 
tempo, por várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora 
diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras; 
II - se, no mesmo caso, houverem sidoumas praticadas para facilitar ou ocultar 
as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer 
delas; 
III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias 
elementares influir na prova de outra infração. 
Art. 77. A competência será determinada pela continência quando: 
I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração; 
II - no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51, § 1o, 53, 
segunda parte, e 54 do Código Penal. 
Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou continência, serão 
observadas as seguintes regras: 
I - no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição 
comum, prevalecerá a competência do júri; 
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 Il - no concurso de jurisdições da mesma categoria: 
a) preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a pena mais grave; 
b) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior número de infrações, 
se as respectivas penas forem de igual gravidade; 
c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros casos; 
III - no concurso de jurisdições de diversas categorias, predominará a de maior 
graduação; 
IV - no concurso entre a jurisdição comum e a especial, prevalecerá esta. 
Art. 79. A conexão e a continência importarão unidade de processo e 
julgamento, salvo: 
I - no concurso entre a jurisdição comum e a militar; 
II - no concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de menores. 
§ 1o Cessará, em qualquer caso, a unidade do processo, se, em relação a algum 
co-réu, sobrevier o caso previsto no art. 152. 
§ 2o A unidade do processo não importará a do julgamento, se houver co-réu 
foragido que não possa ser julgado à revelia, ou ocorrer a hipótese do art. 461. 
Art. 80. Será facultativa a separação dos processos quando as infrações tiverem 
sido praticadas em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes, ou, quando 
pelo excessivo número de acusados e para não Ihes prolongar a prisão provisória, 
ou por outro motivo relevante, o juiz reputar conveniente a separação. 
 Art. 81. Verificada a reunião dos processos por conexão ou continência, ainda 
que no processo da sua competência própria venha o juiz ou tribunal a proferir 
sentença absolutória ou que desclassifique a infração para outra que não se 
inclua na sua competência, continuará competente em relação aos demais 
processos. 
Parágrafo único. Reconhecida inicialmente ao júri a competência por conexão ou 
continência, o juiz, se vier a desclassificar a infração ou impronunciar ou absolver 
o acusado, de maneira que exclua a competência do júri, remeterá o processo ao 
juízo competente. 
Art. 82. Se, não obstante a conexão ou continência, forem instaurados processos 
diferentes, a autoridade de jurisdição prevalente deverá avocar os processos que 
corram perante os outros juízes, salvo se já estiverem com sentença definitiva. 
Neste caso, a unidade dos processos só se dará, ulteriormente, para o efeito de 
soma ou de unificação das penas. 
 
DA COMPETÊNCIA POR PREVENÇÃO 
Art. 83. Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, concorrendo 
dois ou mais juízes igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa, um 
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deles tiver antecedido aos outros na prática de algum ato do processo ou de 
medida a este relativa, ainda que anterior ao oferecimento da denúncia ou da 
queixa (arts. 70, § 3o, 71, 72, § 2o, e 78, II, c). 
 
DA COMPETÊNCIA PELA PRERROGATIVA DE FUNÇÃO 
 
Art. 84. A competência pela prerrogativa de função é do Supremo Tribunal 
Federal, do Superior Tribunal de Justiça, dos Tribunais Regionais Federais e 
Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, relativamente às pessoas 
que devam responder perante eles por crimes comuns e de responsabilidade 
Art. 85. Nos processos por crime contra a honra, em que forem querelantes as 
pessoas que a Constituição sujeita à jurisdição do Supremo Tribunal Federal e dos 
Tribunais de Apelação, àquele ou a estes caberá o julgamento, quando oposta e 
admitida a exceção da verdade. 
Art. 86. Ao Supremo Tribunal Federal competirá, privativamente, processar e 
julgar: 
I - os seus ministros, nos crimes comuns; 
II - os ministros de Estado, salvo nos crimes conexos com os do Presidente da 
República; 
III - o procurador-geral da República, os desembargadores dos Tribunais de 
Apelação, os ministros do Tribunal de Contas e os embaixadores e ministros 
diplomáticos, nos crimes comuns e de responsabilidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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EEXXEERRCCÍÍCCIIOOSS 
 
1. (CESPE / Analista Judiciário - TRE-MT / 2010) A competência é, de 
regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no 
caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de 
execução. 
 
GABARITO: CERTA 
COMENTÁRIOS: Reproduz o art. 70 do CPP. 
 
2. (CESPE / Analista Judiciário - TRE-MT / 2010) Não sendo conhecido o 
lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio ou 
residência da vítima. 
 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: Segundo o art. 72 do CPP, "não sendo conhecido o lugar da 
infração, a competência regular-se-á pelo domicílio ou residência do RÉU." 
 
3. (CESPE / Procurador - PGM-RR / 2010) Não sendo conhecido o lugar 
da infração, a competência será firmada pelo domicílio da vítima. 
 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: De acordo com o art. 72, não sendo conhecido o lugar da 
infração, a competência regular-se-á pelo domicílio ou residência do réu. 
 
4. (CESPE / Promotor - MPE-RN / 2009) Caso determinada autoridade do 
estado do Rio Grande do Norte, detentora de foro especial por 
prerrogativa de função no TJRN, cuja previsão encontra-se apenas na 
respectiva constituição estadual, cometa crime doloso contra a vida, a 
competência para processá-la e julgá-la deve ser do tribunal do júri. 
 
GABARITO: CERTA 
COMENTÁRIOS: A competência do Tribunal do Júri haurida diretamente da 
Constituição Federal, prevalece sobre competência estabelecida por Constituição 
Estadual. 
 
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5. (CESPE / Promotor - MPE-RN / 2009) Por se tratar de hipótese de 
competência criminal absoluta, verificada a ocorrência de conexão entre 
delitos diversos, deve ser determinada a reunião dos processos, ainda 
que um deles já tenha sido julgado, sob pena de nulidade, que pode ser 
alegada a qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição. 
 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: Segundo o art. 82 do CPP, se, não obstante a conexão ou 
continência, forem instaurados processos diferentes, a autoridade de jurisdição 
prevalente deverá avocar os processos que corram perante os outros juízes, salvo 
se já estiverem com sentença definitiva. Neste caso, a unidade dos processossó 
se dará, ulteriormente, para o efeito de soma ou de unificação das penas. 
 
6. (CESPE / Promotor - MPE-RN / 2009) Tratando-se de competência 
territorial pelo lugar da infração, em regra, o CPP adotou a teoria da 
atividade. 
 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: O CPP adotou, em regra, a teoria do resultado: 
 
Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em 
que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em 
que for praticado o último ato de execução. 
 
7. (CESPE / Analista Judiciário - TJ-DF / 2008) Caso o lugar da infração 
seja desconhecido, a competência será regulada pelo domicílio ou 
residência do réu. 
 
GABARITO: CERTA. 
COMENTÁRIOS: Conforme constatamos pela leitura do art. 72 do CPP, não 
sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio ou 
residência do réu. 
 
8. (CESPE / Analista Judiciário - TJ-DF / 2008) Para a determinação da 
competência em matéria processual penal, o CPP adotou a teoria da 
atividade, de modo que a competência será determinada pelo local da 
ação ou da omissão, ainda que outro seja o local do resultado. 
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GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: A assertiva está incorreta, pois a regra geral, aplicada aos 
crimes consumados, é que a competência será determinada pelo local do 
resultado (teoria do resultado). Já quanto aos crimes tentados, o CPP adotou a 
teoria da atividade (art. 70, caput, parte final, do CPP). 
 
9. (CESPE / Analista Judiciário - TJ-DF / 2008) Verificada a reunião dos 
processos por conexão ou continência, ainda que no processo da sua 
competência própria venha o juiz ou tribunal a proferir sentença 
absolutória ou que desclassifique a infração para outra que não se inclua 
na sua competência, continuará competente em relação aos demais 
processos. 
 
GABARITO: CERTA. 
COMENTÁRIOS: Reproduz o art. 81 do CPP: 
 
Art. 81. Verificada a reunião dos processos por conexão ou 
continência, ainda que no processo da sua competência própria 
venha o juiz ou tribunal a proferir sentença absolutória ou que 
desclassifique a infração para outra que não se inclua na sua 
competência, continuará competente em relação aos demais 
processos. 
 
Em um breve aprofundamento do tema, trata-se do princípio da "perpetuatio 
jurisdictionis" previsto no art. 81 do CPP. 
Pacelli faz uma observação interessante sobre esse princípio: segundo ele, a 
"perpetuatio" guarda relação com o princípio da identidade física do juiz, ou seja, 
o juiz que participou de toda a instrução probatória e no final absolve o réu ou 
desclassifica infração que determinou a conexão dos processos, por uma questão 
lógica e para evitar o descarte dos atos processuais já praticados, deve continuar 
sendo competente para julgar as causas conexas. 
 
10. (CESPE / Procurador - PGE-CE / 2008) Tratando-se de infração 
continuada ou permanente, praticada em território de duas ou mais 
jurisdições, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido 
praticado o último ato de execução. 
 
GABARITO: ERRADA 
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COMENTÁRIOS: Nos termos do art. 71, será determinada pela prevenção. 
 
11. (CESPE / Procurador - PGE-CE / 2008) Não sendo conhecido o lugar 
da infração, a competência será firmada pela prevenção. 
 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: Nos termos do art. 72, será firmada pelo domicílio ou residência 
do réu. 
 
12. (CESPE / Procurador - PGE-CE / 2008) A competência será 
determinada pela conexão quando duas ou mais pessoas forem acusadas 
pela mesma infração. 
 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: Trata-se da continência e não da conexão. 
 
13. (CESPE / Procurador - PGE-CE / 2008) A distribuição realizada para o 
efeito da concessão de fiança ou da decretação de prisão preventiva ou 
de qualquer diligência anterior à denúncia ou queixa não torna o juízo 
prevento para a futura ação penal relativa a tais diligências. 
 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: Nos termos do parágrafo único do art. 75, todas essas 
providências tornam prevento o juízo. 
 
14. (CESPE / Procurador - PGE-CE / 2008) Verificada a reunião dos 
processos por conexão ou continência, ainda que, no processo da sua 
competência própria, o juiz profira sentença absolutória ou que 
desclassifique a infração para outra que não se inclua na sua 
competência, ele continuará competente em relação aos demais 
processos. 
 
GABARITO: CERTA. 
COMENTÁRIOS: A questão reproduz o art. 81 do CPP. 
 
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15. (CESPE / OAB / 2007) Com a perda do mandato eletivo pelo 
investigado, querelado ou denunciado, não cessa a competência penal 
originária do STF para apreciar e julgar autoridades dotadas de 
prerrogativa de foro ou função. 
 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: Contraria o atual entendimento do STF segundo o qual a perda 
do mandato eletivo pelo investigado, querelado ou denunciado, cessa a 
competência penal originária do STF para apreciar e julgar autoridades dotadas 
de prerrogativa de foro ou função (STF, AgR Inq. 2.268/DF, DJ 15.06.2007, 
Informativo 471). 
 
16. (CESPE / OAB / 2009) Compete ao STF processar e julgar 
originariamente o presidente da República nas infrações penais comuns. 
 
GABARITO: CERTA 
COMENTÁRIOS: Essa questão exige o conhecimento das competências por 
prerrogativa de função definidas na Constituição Federal. Ver quadro apresentado 
na aula. 
 
17. (CESPE / Analista Judiciário - TJ-ES / 2011) Caso diversas infrações 
sejam praticadas por diversas pessoas, umas contra as outras, 
configurar-se-á conexão intersubjetiva por reciprocidade. 
 
GABARITO: CERTA 
COMENTÁRIOS: Fala-se em conexão intersubjetiva quando houver 
necessariamente vários crimes E vários agentes, pouco importando se esses se 
uniram em concurso, reciprocidade ou simultaneidade. 
a) Conexão intersubjetiva por concurso: duas ou mais infrações penais praticadas 
por várias pessoas em concurso; 
b) Conexão intersubjetiva por reciprocidade: duas ou mais infrações penais 
cometidas por duas ou mais pessoas, umas contra as outras; 
 
18. (CESPE / Perito - PC-ES / 2011) Entre juízes igualmente 
competentes, ou com competência cumulativa, a competência será fixada 
por prevenção, definida pela prática anterior de qualquer ato ou medida, 
ainda que na fase pré-processual ou de inquérito. 
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GABARITO: CERTA 
COMENTÁRIOS: Questão baseada no artigo 83 do CPP. Veja: 
 
Art. 83. Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, 
concorrendo dois ou mais juízes igualmente competentes ou com 
jurisdição cumulativa, um deles tiver antecedido aos outros na 
prática de algum ato do processo ou de medida a este relativa, 
ainda que anterior ao oferecimento da denúncia ou da queixa (arts.70, § 3o, 71, 72, § 2o, e 78, II, c). 
 
19. (CESPE / Juiz - TJ-AL / 2008) Tratando-se de infração permanente, 
praticada no território de duas ou mais jurisdições, a competência será 
determinada pelo local da prática do último ato de execução. 
 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: Contraria o art. 71, do CPP, segundo o qual, tratando-se de 
infração continuada ou permanente, praticada em território de duas ou mais 
jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção. 
 
20. (CESPE / Juiz - TJ-SE / 2008) Viola as garantias do juiz natural, da 
ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência do 
processo do co-réu ao foro por prerrogativa de função do outro 
denunciado. 
 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: Contraria a súmula 704 do STF: Não viola as garantias do juiz 
natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou 
conexão do processo do co-réu ao foro por prerrogativa de função de um dos 
denunciados. 
 
21. (CESPE / Juiz - TJ-SE / 2008) A competência constitucional do 
tribunal do júri não prevalece sobre o foro por prerrogativa de função 
estabelecida exclusivamente pela Constituição estadual. 
 
GABARITO: ERRADA 
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COMENTÁRIOS: Contraria a súmula 721 do STF: A competência constitucional 
do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido 
exclusivamente pela Constituição estadual. 
 
22. (CESPE / Juiz - TJ-SE / 2008) O processo e julgamento dos crimes 
conexos de competência federal, eleitoral e estadual compete à justiça 
federal, uma vez que prevalece a justiça especial em relação à comum. 
 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: A Justiça Federal não é justiça especial, mas sim comum. A 
Justiça Eleitoral é especial. 
 
23. (CESPE / Juiz - TJ-PI / 2007) Ocorre conexão intersubjetiva por 
simultaneidade quando vários agentes cometem crimes, uns contra os 
outros. 
 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: A hipótese de vários agentes que cometem crimes, uns contra 
os outros, enquadra-se na conexão intersubjetiva por reciprocidade, e não 
simultaneidade. 
 
24. (CESPE / Juiz - TJ-PI / 2007) Em caso de crimes continuados ou 
permanentes, cuja execução se prolonga no tempo, podendo atingir o 
território de mais de uma jurisdição, a competência será da justiça 
federal. 
 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada 
em território de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela 
prevenção. 
 
25. (CESPE / Juiz - TJ-PI / 2007) Em caso de conexão entre crime de 
competência do juizado especial criminal e crime de competência do 
juízo comum, prevalecerá a competência deste último, que deverá aplicar 
os institutos da transação penal e da composição dos danos civis. 
 
GABARITO: CERTA 
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COMENTÁRIOS: Quando houver conexão de crime de menor potencial ofensivo, 
de competência do juizado especial, e outro crime mais grave, de competência de 
vara criminal, prevalece a competência desta última. No entanto, nada impede, 
que este juízo aplique as regras da Lei nº 9.099/95 ao crime de menor potencial 
ofensivo, dentre elas a transação penal e a composição de danos civis. 
 
26. (CESPE / Perito - PC-ES / 2011) A competência territorial se fixa 
prioritariamente pelo local em que se consumou a infração, sendo que, 
no caso de crimes continuados ou permanentes, praticados em mais de 
uma jurisdição, será competente o titular da jurisdição sobre o último, ou 
mais recente, local de execução. 
 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada 
em território de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela 
prevenção (art. 71 do CPP). 
 
27. (CESPE / Perito - PC-ES / 2011) Será competente por conexão o juízo 
sob cuja jurisdição territorial for cometido o crime ao qual for cominada a 
pena mais grave, quando, havendo duas ou mais infrações consumadas 
em locais diversos, para as quais sejam isoladamente competentes 
diferentes juízos de uma mesma categoria, estas houverem sido umas 
praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir 
impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas. 
 
GABARITO: CERTA 
COMENTÁRIOS: Conforme o art. 76, II, do CPP, a competência será 
determinada pela conexão se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas 
para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em 
relação a qualquer delas (é a chamada conexão objetiva, material, teleológica ou 
finalista) 
Complementando, dispõe o art. 78, do CPP, que na determinação da competência 
por conexão ou continência, serão observadas as seguintes regras: 
I - no concurso de jurisdições da mesma categoria: 
a) preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a pena mais grave; 
 
28. (CESPE / Analista Judiciário - TRE-ES / 2011) Conforme 
entendimento sumulado do STF, quando o foro por prerrogativa de 
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função for estabelecido exclusivamente pela constituição estadual, 
prevalecerá o juízo natural previsto na CF, ou seja, a competência do 
tribunal do júri, para os crimes dolosos contra a vida, por exemplo. 
 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: Conforme já analisamos, a competência constitucional do 
tribunal do júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função, estabelecido 
exclusivamente pela constituição estadual (STF, súmula 721). 
 
29. (CESPE / Analista - TJ-AC / 2012) Admite-se a fixação da 
competência ratione loci pelo domicílio ou pela residência do réu quando 
não for conhecido o lugar da infração ou nos casos de exclusiva ação 
privada, em que o querelante poderá preferir o foro do domicílio ou da 
residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração. 
 
GABARITO: CERTA 
COMENTÁRIOS: Questão que exige o conhecimento dos arts. 72 e 73, do CPP: 
Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência 
regular-se-á pelo domicílio ou residência do réu. 
Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá 
preferir o foro de domicílio ou da residência do réu, ainda quando 
conhecido o lugar da infração. 
 
30. (CESPE / Analista - TRE-RJ / 2012) A competência será determinada 
pela prevenção se houver dois ou mais juízes competentes e um deles 
tiver antecedido aos outros na prática de alguma medida relativa ao 
processo, ainda que em fase anterior ao oferecimento da denúncia ou da 
queixa. 
GABARITO: CERTA 
COMENTÁRIOS: De acordo com o art. 83, do CPP, verificar-se-á a competência 
por prevenção toda vez que, concorrendo dois ou mais juízes igualmente 
competentes ou com jurisdição cumulativa, um deles tiver antecedido aos outros 
na prática de algum ato do processo ou de medida a este relativa, ainda que 
anterior ao oferecimento da denúncia ou da queixa (arts. 70, § 3º, 71, 72, § 2º, e 
78, II, c). 
Assim, a prevenção nada mais é do que a fixação de competência por meio de um 
ato concreto antecipado aos demais, ou seja, é a fixação de competência entre

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