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Direito Empresarial 1 Aula VII - 05.09.2016 Auxiliares do empresário É o auxiliar da atividade empresarial, com ou sem vínculo de emprego, que não tem interesse nas atividades do empresário e não assume o risco do negócio. Os empresários não realizam todas as tarefas da empresa sozinhos, necessitando do auxilio de pessoas capacitadas que venham a integrar a atividade lucrativa. Estes auxiliares podem ser dependentes diretamente da empresa e nela estarem vinculados mediante subordinação jurídica, tal como ocorre com os comerciários, industriários, bancários e funcionários em geral; ou INDEPENDENTES, que atuam para o objetivo final da empresa, mas dela estão desvinculados, agindo como terceiros, tal como ocorre com os corretores, leiloeiros, comissários, despachantes de alfândega, empresários de transporte e de armazéns gerais e os representantes comerciais. Preposto É qualquer auxiliar do empresário que exerce direitos e assume obrigações em nome do empresário; é seu representante, seus atos produzem efeitos sobre o patrimônio da empresa. - Em se tratando de sociedades empresariais, os administradores ou sócios, definidos no contrato social são prepostos naturais, estando, portanto, dispensados da apresentação da carta de preposição. (art. 10.13e 1.015 CC). O Código Civil estabelece como prepostos naturais, além dos sócios ou administradores, os gerentes e os contabilistas. Mas ainda, além do gerente e do contabilista, pode o empresário nomear outras pessoas, como prepostos para atos específicos, desde que os autorize expressamente para tanto. DELEGAÇÃO DE PODERES O preposto não tem o direito de delegar suas funções a outrem sem expressa autorização do empresário preponente: Art. 1.169 " O prepostos não pode, sem autorização escrita, fazer-se substituir no desempenho da preposição, sob pena de responder pessoalmente pelos atos do substituto e pelas obrigações por ele contraídas". Isto significa que o preposto não pode ser substituído no desempenho da preposição, ou seja, não pode substabelecer, e se o fizer responde pessoalmente pelos atos do substituto e pelas obrigações por ele contraídas. Dependentes ou subordinados Independentes ou Autônomos Mediante salário Pagamento por serviços prestados Sob poder hierárquico Não há subordinação Podem ser interno ou externos Atividades Autônomas Regras de Direito Trabalhista Regras do Direito Empresarial gerente - Responsáveis pelos atos ocorridos na sede da empresa ou em qualquer de suas agências, sucursais ou filiais (Art. 1.172 CC) Contabilista - Responsável pel escrituração dos livros empresariais (art. 1.177 CC) Direito Empresarial 2 Deste modo, se o empresário não autorizou o preposto a repassar seus poderes a outrem, terá o direito de regresso contra o preposto e contra o terceiro delegado. Porém, se o preposto agiu com DOLO OU CULPA, é ele solidariamente responsável com o empresário perante terceiros. CJF Enunciado 44 - art. 934: na hipótese do art. 934, o empregador e o comitente somente poderão agir regressivamente contra o empregado ou preposto se estes tiverem causado dano com dolo ou culpa. PREPOSÇÃO JUDICIAL - Quando o empresário atua em juízo, se ele não quiser ou não puder comparecer pessoalmente aos atos processuais, necessita delegar poderes para este fim a um ou mais prepostos, que agirão em seu nome. - Esta representação é instrumentalizada na carta de preposição; devendo constar expressamente a sua finalidade (art. 1.169 CC); � O depoimento pessoal o preposto é um direito processual do outro litigante (art. 343CC), e o desconhecimento dos fatos pode gerar a confissão (art. 345 CC); � Na Justiça Comum tem-se admitido preposto externo aos quadros funcionais; � Os Juizados Especiais a Lei 12.137 de 18.12.2009, admitiu preposto credenciando sem qualquer vínculo empregatício;(Lei 9.099/1995 art. 9 parágrafo 4.); � cabe esclarecer que a Turma recursal dos Juizados Especiais do Paraná, entendia que hão havendo vínculo de direito, deverá o preposto confirmar vínculo de fato, conhecendo o assunto e sabendo esclarecê-lo corretamente: 1 � Na Justiça do Trabalho, com exceção da microempresas e de ações envolvendo empregados domésticos, o preposto precisar ser, necessariamente empregado da empresa representada. � por ser infração Ética é defeso ao advogado funcionar no mesmo processo, simultaneamente, como patrono e preposto do empregador ou cliente (art. 23, Código de Ética) GERENTE É o preposto permanente no exercício da empresa, na sede, em sucursal, filial ou agência, que possui maior qualificação e responsável pelo estabelecimento. 1 Turma Recursal única dos Juizados especiais do Paraná: Enunciado 13.4 - preposto - ausência de vínculo de fato e/ou de direito: O preposto deve comprovar vinculo de fato ou de direito com a empresa que representa, sob pena de revelia. Sócio Tem poderes de representação, exceto vedação no contrato social (art. 1.013 CC) Administrador ou Diretor Representação deve constar no contrato social (não precisa ser sócio e nem de carta (art. 1013 CC) Gerente Preposto permanente. Não necessita de carta de preposição (art. 1.172 3 1.173 CC) Preposto Nomeado para cada ato através da carta de preposição do sócio o administrador (art. 1.169 CC) poderes de gerente sob empregados e bens disciplina direção comando fiscalização controle Direito Empresarial 3 CONTABILISTA É responsável pelos lançamentos nos assentos nos livros ou fichas da empresa, possuindo o mesmo valor como se lançados pelo próprio empresário.(art. 1.177 - 1.178 CC) EMPREGADOS É toda a pessoa física que presta serviços de natureza não eventual a empregador, sob dependência e mediante salário. ALIENAÇÃO O nome empresarial, em algumas hipóteses representa grande valor financeiro às empresas, chegando a ser o bem de maior valia da empresa, como geralmente ocorre com as grandes companhias. Sobre a possibilidade de alienação há 03 correntes a ser estudadas: 1) Leonardo Araújo Marques: o nome empresarial , por ser a identificação da empresa,, não pode dela se dissociar, sendo, portanto um direito personalíssimo e, desta forma, inalienável e intransmissível. Vale lembrar que esta corrente, encabeçada por José Maria Leni, está calcada em bases morais já superadas pelo direito atual. 2) Corrente adotada na Europa Ocidental: está corrente admite a alienação do nome, isto porque, conforme já delineado, é o nome empresarial, em algumas vezes, o maior patrimônio da empresa, e em outro, o único. Neste caso a alienação pode se tratar de direito patrimonial, deve ser possível de alienação e transmissão. 3) esta corrente concilia as duas anteriores: é possível a alienação do nome empresarial, mas desde que seja formado por denominação, também conhecido como elemento de fantasia. Assim, a firma individual /razão social, é inalienável, pois incorpora em sua estrutura o nome de seus sócios, pessoas naturais. • O nome da pessoa natural é direito personalíssimo (art. 16 e 17, CC) e nestes termos, intransmissível e irrenunciável (art. 11 CC); • Também , a alienação do nome empresarial formado por firma, fere o principio da veracidade. • O CC adotou a 3 corrente, considerada uma corrente mista OBS: o artigo 1.164 do CC, proíbe a alienação do nome empresarial, mas permite o uso por terceiro, desde que o princípioda veracidade seja respeitado, acrescentando o nome do adquirente ao nome empresarial do alienante, desde que este seja formado por firma. No entanto o CNJ entendeu que o artigo 1.164 não deve ser utilizado, pois fere a liberdade de negociação, de criação e do direito de propriedade. (CJF enunciado 72 art. 1.164 suprimir o art. 1.164 do novo CC). Portanto a junção necessária entre os dois artigos conjeturem em "o nome empresarial não pode ser objeto de alienação, quando se referir a direitos da personalidade". Dai a razão do nome ser inalienável nos casos em que se tratar de firma e alienável tratando-se de denominação. firma Não é possivel a alienação Direito da personalidade Será firma se tiver o nome do titular denominação É possível a alienação Direito empresarial Será denominação se não possuir nome dos sócios Direito Empresarial 4 AVIAMENTO Entende-se por aviamento, todos os bens juntos, organizados, que criam uma expectativa de lucros futuros, indicando uma mais valia do conjunto em relação aos bens individualizados. Segundo (Marques, 2003, p.41) "Aviamento é o valor agregado dos bens que guarnecem o estabelecimento em razão da excelência de sua organização, de sua capacidade de produzir lucro. É a qualidade, atributo em razão da capacidade que o estabelecimento tem de produzir lucro; quanto mais estruturado, eficiente, e produtivo, maior será o valor agregado". O aviamento é o valor que os bens reunidos podem adquirir. Ou seja, a projeção de lucro dos bens organizados. Corresponde a potencialidade do estabelecimento empresarial de gerar lucro (quanto maior a clientela maior o lucro) exemplo: enquanto uma impressora profissional, uma guilhotina e uma maquina encadernadora de livros, todas usadas, isolada possuem pequeno valor comercial, estes bens reunidos tem maior valor agregado, por constituírem equipamentos de industria gráfica, logo, constituem uma hipótese de aviamento. + + Trespasse Chama-se trespasse a transferência onerosa do estabelecimento empresarial. Não se trata simplesmente de um contrato de compra e venda, mas da transferência do estabelecimento com o aviamento. Como o estabelecimento empresarial é um complexo de bens ao qual se atribui certa organização, é variável o objeto da cessão (trespasse) . Nos casos mais simples é a loja: a livraria, o restaurante, o supermercado. exemplo: Uma Instituição financeiro estrangeira que deixa de atuar no Brasil pode trespassar toda a sua operação (agências, postos de atendimento bancário, centrais de compensação) para outra instituição financeira. equipamentos produtos clientela possibilidade de lucro Direito Empresarial 5 O trespasse difere-se da cessão de quotas, pois no trespasse todo estabelecimento é transferido, e na cessão de quotas ocorre à substituição de um ou vários sócios por outros (1.057, CC). • Com o trespasse, tanto o ativo como o passivo são transferidos ao adquirente; • O Objeto da venda é os bens corpóreos e os incorpóreos; - Cumpre enfatizar que a empresa possui uma função social, em que toda a coletividade, ainda que não identificada, possui interesses sobre sua alienação. • Não é exigida nenhuma forma especial para que trespasse entre alienante e adquirente se efetive, ou seja, o registro público é dispensável.(enunciado 393). • O trespasse do estabelecimento só produzirá efeitos perante terceiros após cautelas especificas que visem proteger os credores (art. 1.144 CC): a) averbação no Registro Público de Empresas Mercantis e b) publicação na imprensa oficial. c) O trespasse do estabelecimento só produzirá efeitos perante terceiros após cautelas especificas que visem proteger os credores (art. 1.144) tais como: c1) averbação no registro público de empresas mercantis e c2) publicação na imprensa oficial. d) No caso da falta de outros bens, o empresário insolvente deve primeiramente pagar todos os credores ou obter consentimento expresso ou tácito, notificando-os da alienação com prazo de 30 dias para impugnação. e) Todos os contratos do alienante se transferem automaticamente ao adquirente (art. 1.148 CC). f) O novo adquirente responderá por todos os débitos do estabelecimento, desde que devidamente contabilizados. g) O alienante será solidariamente responsável por todos os débitos anteriores à transferência do estabelecimento, pelo prazo de 01 ano a contar da transferência ou do vencimento da divida. (art. 1.146). h) o Adquirente sempre responderá solidariamente pelas dividas anteriores, independentemente de quando foi alienado o estabelecimento, desde que se trate de:débitos trabalhistas (art. 10 e 448 CLT), administrativos, tributários ou com disposição contratual especifica. i) salvo autorização expressa, o alienante não poderá fazer concorrência com o adquirente nos 05 anos subsequentes a transferência do estabelecimento. CJF - Enunciado 233 - art. 1.142: A sistemática do contrato de trespasse delineada pelo Código Civil nos arts. 1.142 e ss., especialmente seus efeitos obrigacionais, aplica- se somente quando o conjunto de bens transferidos importar a transmissão da funcionalidade do estabelecimento empresarial.
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