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Economia da Tecnologia Prof. Eduardo Gonçalves 1 Economia da Tecnologia eduardo.goncalves@ufjf.edu.br Economia da Tecnologia Prof. Eduardo Gonçalves 2 Determinantes da Inovação: Internos à Firma � Inovação exige diferentes combinações de fontes de tecnologia, informação e conhecimento: � Internas: • Atividades de P&D; • Programas de qualidade; • Treinamento de recursos humanos; • Aprendizado organizacional. � Externas: • Aquisição de informações codificadas (livros, revistas técnicas, manuais, software, vídeos etc.); • Consultorias especializadas; • Obtenção de licenças de fabricação de produtos; • Tecnologia e conhecimento embutido em máquinas e equipamentos. Fonte: TIGRE, Gestão da Inovação3 Determinantes da Inovação: Internos à Firma Economia da Tecnologia Prof. Eduardo Gonçalves 4 Determinantes da Inovação: Internos à Firma � P&D � Pesquisa Básica: avanço científico. • Resultados a longo prazo. • Incerteza. • Podem gerar saltos tecnológicos → financiadas pelo Estado. � Pesquisa Aplicada: solução de problemas práticos. • Projeto básico é transformado em produto comercial. • Etapas finais possuem menor incerteza. � Desenvolvimento Experimental: geração de produtos, serviços e processos. Economia da Tecnologia Prof. Eduardo Gonçalves 5 Determinantes da Inovação: Internos à Firma Características gerais do processo de P&D � Atividades de P&D é gerada em sua maior parte nas empresas nos países desenvolvidos. � Atividades de P&D é gerada em sua maior parte nas empresas nos países desenvolvidos. � Papel do Estado: gerar conhecimento básico, financiar e criar incentivos para inovação (atividades de P&D e compras governamentais). � Cooperação universidade-empresa. � Atividades de P&D dependem de características organizacionais. � Engenharia reversa • Vai além de uma simples cópia, exige capacitação tecnológica para entender e modificar tecnologia original, substituição de peças patenteadas. Economia da Tecnologia Prof. Eduardo Gonçalves 6 Determinantes da Inovação: Internos à Firma Características gerais do processo de P&D � Estímulos do mercado (demand-pull) ou de áreas técnicas da empresas que buscam oportunidades tecnológicas (technology-push). � Cooperação em P&D • Maior complexidade científica. • Convergência tecnológica (eletrônica). • Altos custos das atividades de P&D. • Nenhuma empresa consegue reunir sozinha todas as competências para inovar. • Alianças: complementar competências, dividir custos e riscos da inovação. • Tendência recente de multinacionais de integrar subsidiárias em outros países no processo de geração de novas tecnologias. Economia da Tecnologia Prof. Eduardo Gonçalves 7 Determinantes da Inovação: Internos à Firma Características gerais do processo de P&D � Exemplo da EMBRAER: � Altos custos de P&D (design e tecnologia incorporada no produto). � Sistema de produção: partes ou subsistemas desenvolvidos por fornecedores independentes (motor, fuselagem, aviônicos – eletrônica a bordo de aviões). � Papel da Embraer: projetar a aeronave e especificar exigências do projeto. Economia da Tecnologia Prof. Eduardo Gonçalves 8 Determinantes da Inovação: Internos à Firma Características gerais do processo de P&D � Exemplo da EMBRAER: � Projeto ERJ 145: 4 parceiros de risco • espanhola Gamesa: asas, naceles dos motores e portas dos trens de pouso; • belga Sonaca: parte de fuselagens, portas principais e peças de motores; • chilena ENAER: estabilizador vertical e horizontal e os elevadores; • americana C&D Aerospace: interiores das cabines e compartimentos de carga. � Jatos EMBRAER 170/190: • 16 parceiros responsáveis pelo desenvolvimento, produção, certificação do componente e interface com outros componentes do avião. Economia da Tecnologia Prof. Eduardo Gonçalves 9 Determinantes da Inovação: Internos à Firma Características gerais do processo de P&D � Exemplo de internacionalização das atividades de P&D da Intel e Motorola: � Intel: unidades para design em Israel. � Motorola: China, Índia, Brasil. • Jaguariúna (SP): cem engenheiros no projeto de módulo de chips. Economia da Tecnologia Prof. Eduardo Gonçalves 10 Determinantes da Inovação: Internos à Firma Características gerais do processo de P&D � Esforço de P&D: recursos despendidos variam em função da (o): � Estratégia tecnológica da empresa. � Setor de atividade da empresa. • Aeronáutica, farmacêutico, microeletrônica são mais intensivos em P&D. � Porte da empresa. • Grandes empresas e empresas de base tecnológica. • Algumas empresas precisam ter estrutura organizacional adequada para suportar os custos da pesquisa. • Ex.: novas moléculas na indústria farmacêutica podem demorar até 10 anos para dar retornos financeiros. Fonte: PINTEC (2009)11 Fonte: PINTEC (2009)12 Fonte: PINTEC (2009)13 Economia da Tecnologia Prof. Eduardo Gonçalves 14 Determinantes da Inovação: Internos à Firma Transferência de Tecnologia � Contratos de assistência técnica; � Licenças de fabricação de produtos já comercializados por outras empresas; � Mais facilmente obteníveis na fase madura do ciclo do produto. � Plantas petroquímicas oferecidas (projeto ou montagem da fábrica) em regime de turn-key. � Licenças para uso de marcas registradas; � Aquisição de serviços técnicos e de engenharia. Economia da Tecnologia Prof. Eduardo Gonçalves 15 Determinantes da Inovação: Internos à Firma Transferência de Tecnologia � Licenciamento não pode vir sem esforço interno: � Adaptação às condições locais (disponibilidade e custos de fatores, necessidades dos clientes, escala produtiva e cultura organizacional). � Absorção e aperfeiçoamento da tecnologia para melhorar produtividade e qualidade. • Ex.: Proteção alfandegária pode acomodar a firma, que passa a operar passivamente a tecnologia adquirida. • Ex.: Lei brasileira incentiva a compra de tecnologia e a capacitação através de incentivos fiscais: abatimento do gasto com compra de tecnologia no IRPJ se a empresa comprovar dobro de gasto com tecnologia própria. Economia da Tecnologia Prof. Eduardo Gonçalves 16 Determinantes da Inovação: Internos à Firma Transferência de Tecnologia � Exemplos de licenciamento com baixo nível de participação da empresa recipiente: � Importação de componentes para montagem local de produtos - pacote completo para montagem local: CKD (completely knocked down) ou SKD (semi knocked down). • Conhecimento de montagem e manutenção, mas nenhuma capacidade de desenvolver o projeto do produto. � Exemplo de alto nível de participação da empresa recipiente: � Tecnologia licenciada é incorporada ao processo de P&D. Economia da Tecnologia Prof. Eduardo Gonçalves 17 Determinantes da Inovação: Internos à Firma Transferência de Tecnologia � Universidades � Envolve investimentos em P&D de ambas as partes: universidades e empresas. � Ex.: o caso do BIPHOR da UNICAMP • BIPHOR: pigmento branco para tintas criado a partir de nanotecnologia. • BIPHOR é baseado em fosfato de alumínio: não é tóxico e representa redução de custos de 10 a 20% do preço do produto final. • Inovação radical: rota tecnológica alternativa ao dióxido de titânio (único pigmento branco disponível) • Mercado do dióxido de titânio: US$ 11 bilhões (representa 40 a 50% do preço da tinta). • Transferência para empresa Bung através da Agência de Inovação da Unicamp. • Acordo de licenciamento: UNICAMP recebe 1,5% do faturamento bruto da empresa com o produto. Economia da Tecnologia Prof. Eduardo Gonçalves 18 Determinantes da Inovação: Internos à Firma Transferência incorporada em bens de capitale insumos � Absorção de novas tecnologias de processo: ampliação da escala de produção, redução de custos, lançamento de novos produtos. � Processo de aprendizado depende dos esforços dos usuários. � Principal fonte de tecnologia para vários setores usuários de tecnologia. � Debate sobre a tecnologia apropriada. Economia da Tecnologia Prof. Eduardo Gonçalves 19 Determinantes da Inovação: Internos à Firma Conhecimento Tácito e Codificado � Codificado � Informação, manuais, livros, revistas técnicas, software, fórmulas matemáticas, documentos de patentes, bancos de dados. � Codificação permite transmissão, manipulação, armazenamento e reprodução. � Tácito � Habilidades, experiências, caráter subjetivo. � Dificilmente passível de transmissão objetiva e não pode ser transformado em informação facilmente. � Constitui vantagem competitiva única da empresa. � Aquisição via experiência e contratação de profissionais experientes de outras empresas. Economia da Tecnologia Prof. Eduardo Gonçalves 20 Determinantes da Inovação: Internos à Firma Aprendizado Cumulativo o Processo de aprendizado busca desenvolver: o Capacitação produtiva. o Capacitação organizacional. o Dominar recursos produtivos com determinado nível de eficiência. o Uso de equipamentos. o Desenvolvimento de rotinas. o Métodos e sistemas organizacionais. o Capacidade de combinação de insumos. o Capacitação tecnológica. o Habilidades técnicas. o Conhecimento individual e coletivo. o Experiência tácita. Economia da Tecnologia Prof. Eduardo Gonçalves 21 Determinantes da Inovação: Internos à Firma Aprendizado Cumulativo o Processo de aprendizado ocorre em todas as esferas de atividades da firma: o Produção. o Engenharia. o Manutenção. o P&D. o Organização. o Marketing. o Fontes internas de conhecimento: o Estratégia de monitoramento e aperfeiçoamento de suas operações (monitorar qualidade, resultados, treinamento sistemático, sugestões de trabalhadores, atividade de P&D, organização em células de produção). Economia da Tecnologia Prof. Eduardo Gonçalves 22 Determinantes da Inovação: Internos à Firma Aprendizado Cumulativo o Fontes externas de conhecimento: o Fornecedores. o Clientes. o Contratação de trabalhadores experientes. o Universidades. Economia da Tecnologia Prof. Eduardo Gonçalves 23 Determinantes da Inovação: Internos à Firma Aprendizado Cumulativo o Taxonomia dos processos de aprendizado: o Aprender fazendo (Learning-by-doing): interno à firma e relacionado ao processo produtivo. o Aprender usando (Learning-by-using): interno à firma e relacionado ao uso de insumos, equipamentos e software. o Aprender procurando (Learning-by-searching): interno à firma e relacionado a atividades formalizadas (P&D) e busca de informações. o Aprender interagindo (Learning-by-interacting): externo à firma e relacionado a fontes a montante (fornecedores) e a jusante (clientes) da cadeia produtiva ou à cooperação com outras firmas no setor. o Aprender com transbordamentos interindustriais (Learning from inter- industry spillovers): externo à firma e relacionado com o que competidores e outras firmas no setor estão fazendo. o Aprender com o avanço da ciência (Learning from advances in science and technology): externo à firma e relacionado à absorção de novos desenvolvimentos em C&T. Economia da Tecnologia Prof. Eduardo Gonçalves 24 Propriedade Industrial � Regime de proteção conferido às (aos): � Invenções � Requisitos: novidade, atividade inventiva, aplicação industrial. � Modelos de Utilidade � Detalhe de funcionamento ou de utilização. � Dispositivo ou forma nova conferida a um objeto conhecido. � Ex.: nova engrenagem em um isqueiro ou novo dispositivo para abertura de lata. Economia da Tecnologia Prof. Eduardo Gonçalves 25 Propriedade Industrial � Desenhos Industriais � Bem imaterial � Forma, disposição de linhas e cores. � Marcas � Conferem identidade ao produto. � Requer investimentos em propaganda e marketing. � Direito autoral (copyrights) � Criações literárias, artísticas e científicas. Economia da Tecnologia Prof. Eduardo Gonçalves 26 Aspectos Setoriais do Esforço Tecnológico � Setores possuem dinâmicas tecnológicas próprias � Padrões de competição distintos. � Condições heterogêneas de acesso a recursos técnicos. � Ramos industriais: � i) produtores de commodities; � ii) setores tradicionais; � iii) produtores de bens duráveis; � iv) setores difusores de progresso técnico. � Serviços Economia da Tecnologia Prof. Eduardo Gonçalves 27 Aspectos Setoriais do Esforço Tecnológico � Setores com maiores taxas de inovação no Brasil: � > 60% • Maquinas para escritório, componentes eletrônicos, aparelhos e equipamentos de informática e comunicações, equipamentos de instrumentação médico-hospitalares, instrumentos de precisão e ópticos, equipamentos para automação industrial e cronômetros e relógios. � 45% • Produtos farmacêuticos, máquinas e equipamentos, aparelhos e materiais elétricos e equipamentos de transporte. � <30% • Alimentos e bebidas, metais não-ferrosos, móveis e madeiras, produção têxtil. Economia da Tecnologia Prof. Eduardo Gonçalves 28 Aspectos Setoriais do Esforço Tecnológico � Setores com gastos em P&D maiores ou iguais do que a média da OCDE: � Aeronaves, papel e celulose, refino de petróleo, madeira • Predomínio do capital nacional com autonomia para estratégias tecnológicas. � Setores com gastos em P&D pouco maiores que média da OCDE: � Alimentos e bebidas, produtos têxteis, siderurgia, produtos de metal, máquinas e equipamentos, materiais elétricos e móveis • Predomínio de capital nacional. • Pequena intensidade em P&D (exceto máquinas e material elétrico). • Tecnologia madura e obtida via licenciamento. • Especialização da economia brasileira em segmentos tecnologicamente menos avançados. • Ex.: siderurgia (produtos semi-acabados) exige menos P&D que aços especiais. Economia da Tecnologia Prof. Eduardo Gonçalves 29 Aspectos Setoriais do Esforço Tecnológico � Setores com gastos em P&D inferiores à média da OCDE: � Química, farmacêutica, borracha e plásticos, metais não- ferrosos, veículos, informática, eletrônica e comunicações. • Predomínio de empresas estrangeiras com P&D na matriz.
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