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RELATORIO FINAL PSICANALISE 2º SEMESTRE 2016.odt

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UNIVERSIDADE PAULISTA 
INSTITUTO DE CIENCIAS HUMANAS 
CURSO: PSICOLOGIA 
CAMPUS: ARARAQUARA
ATENDIMENTO CLINICO DE ORIENTAÇÃO PSICANALÍTICA
RELATORIO FINAL DO SEMESTRE
I - Identificação:
Autora/Relatora Talita de Cássia Azzen Loureiro Volpato
Interessado: Centro de Psicologia Aplicada (CPA)
Assunto: RELATÓRIO FINAL DO ESTÁGIO REDIGIDO EM 17/11/2016
NÚMERO DE PRONTUÁRIO: 1882
II- Descrição da demanda
	No início do ano, a avó da adolescente procurou o Centro de Psicologia Aplicada – CPA queixando de sua neta J, ela dizia que a adolescente era muito chorona por conta de ter sido abandonada pela mãe, além de possuir alguns problemas na fala, quando teria que fazê-la em voz alta com mais pessoas lhe observando. Durante o primeiro semestre foram feitas as sessões buscando compreender a demanda trazida pela avó. Ao final do primeiro semestre foi feita uma sessão onde avó e paciente participaram, nela a estagiária conversou com a avó sobre novas demandas possíveis, que talvez não tivessem sido trazidas pela paciente. A avó dizia que a paciente deixara de chorar tanto, porém estaria sempre querendo convencer a avó a deixá-la sair a noite, dormir na casa de amigas, além de estar sempre em conflito com sua tia. Durante a sessão a estagiária pontuou algumas atitudes e conversa que avó e paciente poderiam ter e assim buscar um acordo entre elas. Apesar das pontuações feitas foi decidido que J deveria continuar com as sessões.
	O foco das sessões nesse semestre esteve ligada a identificação da figura materna na vida de J e quem ocupa esse papel sua avó ou sua mãe, além de auxiliar no direcionamento na formação da identidade que já estava sendo feito desde o início das sessões.
III- Procedimento
	Foram realizadas 13 sessões de 10 de agosto de 2016 a 09 de novembro de 2016 com periodicidade semanal. 
	Durante as sessões foi utilizada a escuta e em uma sessão a escrita, visto que em outras sessões a paciente teve dificuldade para se adaptar a outros meios de atividades, e sempre dizia não gostar delas, apesar de realizá-las.
	Zimmeram (2008) diz que o terapeuta tem que se atentar as sensações de confusão existentes na fase da adolescência, em relação ao sentimento de identidade de níveis grupal, social e sexual. 
	A estagiária tem trabalhado durante todo o ano essa formação de identidade, visto que a paciente encontra-se nessa fase de confusão e formação, tendo vários referenciais de família e do que é certo e errado, lembrando que a maioria das suas amigas possuem um ambiente familiar diferente do da paciente, e possuem comportamentos sociais que não condizem com o que a paciente acredita ser correto para si.
	Além da formação da identidade, as sessões possuíam o foco de trabalhar o uso da negação e da racionalização como mecanismos de defesa da paciente para falar sobre sua mãe. 
	Seron et. al. (2009) diz que os adolescentes passam por movimentos progressivos e regressivos, onde buscam sua identidade, a qual se apoia em vínculos familiares. A nova identidade acontece quando o adolescente consegue organizar todas as mudanças que lhe ocorreram. 
No caso de J, com a utilização dos mecanismos de defesa utilizados para falar da mãe, J tem dificuldade em organizar todas as mudanças que lhe ocorrem e assim dificulta a formação de sua identidade.
	Seron et al. (2009) em um artigo diz que para a construção feminina da identidade, a adolescente tem que ter todas as partes do componentes organizadas num todo e a relação com a mãe é muito importante nesse desenvolvimento, tanto nas mudanças hormonais e sociais como responsabilidades e cobranças, nessa fase a adolescente usa o referencial materno para ser modelo. No caso de J era necessário identificar o referencial materno ao qual ela usa como modelo, para assim poder compreender seus comportamentos em relação a formação de sua identidade.
IV- Análise 
	No início do semestre foi suposto que a figura que estava sendo utilizada como referencial materno não seria a avó, por mais que o papel de mãe seja executado por ela. 	
	Foi considerado que esse referencial materno, teria como figura a mãe biológica da paciente.
	Jordão (2008) cita que a história de um sujeito se da, pela memória do passado no presente como uma construção simbólica, onde alguns fatos são silenciados, existe neste momento a necessidade da agressividade, que serve para diferenciar-se e elaborar o ideal narcísico dos pais, fazendo assim a conquista da autonomia. 
	No caso da paciente, se o seu referencial materno fosse a mãe, este seria falho, visto que sua mãe a teria abandonado, além de fazer o uso excessivo de drogas, com essa informação, criou-se a teoria de que o referencial materno deveria ou poderia ser a avó, mas com as confusões apresentadas na formação da identidade da adolescente foi notado que é possível que ela tenha utilizado, inconscientemente, sua tia como figura materna, já que esta é alguém que também participou de todo seu crescimento e esta sempre em contato com sua vida, dizendo o que J pode ou não fazer. J possui comportamentos parecidos com os de sua tia na adolescência, e esta busca orientar J o caminho que ela deve percorrer em sua vida, para não ter arrependimento. Em algumas sessões J mostra muito claramente a afeição que tem por sua tia, por mais que sempre diga que ela deveria cuidar da própria vida e não ficar “dando palpites” na vida de J, já que ela fez coisas “muito piores” do que a adolescente. 
	Durante o processo terapêutico deste semestre a mãe de J retornou para a cidade e buscou contato com a filha, foi de muita importância que esta mãe retornou enquanto a paciente estava em terapia, para que assim ela pudesse trazer seus sentimentos com esse retorno e com as promessas que o acompanharam, J estava convicta da índole da mãe, não confiando muito nas promessas e falas da mesma, mantendo a distância e sempre evitando ser contra o que sua avó e sua tia dizem ser correto de fazer, por mais que a mãe insiste com o argumento de ser sua mãe. Neste período J foi apresentada a alguns fatos desconhecidos por ela sobre sua adoção pela avó, sua mãe afirmou que não a abandonou, apenas a deixou para que ela pudesse refazer sua vida, e posteriormente voltaria para buscá-la. Neste momento J mostrou-se um pouco abalada pela fala da mãe, porém conseguiu sozinha pensar em divergências na história contada por sua mãe, mostrando uma maturidade em relação ao assunto. 
	Quando foi pedido para J falasse de seus sentimentos em relação a sua mãe, ela apresentou uma postura muito fria e distante, porém a estagiária interviu mostrando a ela que sua fala não deveria ser essa, até mesmo por se tratar de sua mãe, e foi neste momento que a paciente se sentiu a vontade para escrever o que sente por esta mãe. 
	J teve um desenvolvimento positivo durante todo o ano de psicoterapia breve, mostrou-se mais madura e consciente das ações que deveria tomar, mas calma para se propor a conversas quando as situações não saem como o desejado. Próximo do encerramento das sessões a paciente não possuía mais assuntos trazidos por ela, competentes para uma sessão de terapia, quando questionada sobre os assuntos já tratados trazia respostas rápidas e sem muito conteúdo, com isso foi exposto para ela a possibilidade de alta, lembrando sempre que a estagiária acredita que ainda existem assuntos a serem tratados, porém por se tratar de uma clínica escola, o tempo ali era um pouco escasso e a paciente teria que ter um tempo para elaborar consigo outros temas para serem tratados, a alta não significaria uma melhora total, mas sim, um tempo para que ela pudesse se encontrar e encontrar o que mais ela gostaria de trabalhar, sendo assim poderia se inscrever novamente no projeto de estágio do CPA. 
	Anterior a notícia da alta, J em cerca de três sessões pedia sempre para continuar sendo atendida pela a estagiária atual no próximo ano, dizia não saber se conseguiria se adaptar a outro estagiário, não sabia se conseguiria criar um novo vínculo, visto que ela demorara a criar vínculo com a atualestagiária; esta porém sempre dizia que J deveria permanecer tranquila, que se houvesse a necessidade da continuidade, tudo seria passado para o outro estagiário, com o intuito de buscar o melhor atendimento para ela. 
	Por mais uma vez, com a noticía da alta, J se ausentou da última sessão, que seria feita com ela e com sua avó, para que pudesse ser passado o motivo da alta e as melhoras que foram vistas durante o período de atendimento, sua justificativa foi apenas não poder comparecer a sessão.
V- Conclusão
	Foi visto durante todo o processo uma maior autonomia por parte da paciente, além de uma maior segurança para as tomadas de decisões, principalmente em relação a propostas por parte de sua mãe, Outeiral (2000) em um artigo sobre o trabalho de Winnicott com adolescentes, diz que é na adolescencia que são trazidas as mudanças, rapazes e moças chegam nesta fase com mudanças relacionadas a complexo pré edípico e edípico, que trazem padrões pré determinados que são referentes a infância, o autor traz como fato que muito do que permanece no inconsciente é desconhecido porque ainda não foi experimentado.
	J trouxe novas experiencias neste período, principalmente relacionadas a mãe e com isso pode elaborar um pouco mais suas mudanças nesta fase adolescente. 
	N última sessão em J compareceu ela se mostrou desinterassada em falar com a estagiária, mostrando sua afronta em relação a alta, por mais que em suas falas ela dizia compreender e posteriormente insistia para que a estagiária possuísse um consultório próximo a sua casa para continuar a atende-la no próximo ano. Como justificativa desta afronta, J novamente não compareceu a sessão de encerramento, como havia feito no semestre anterior, nem ela nem sua avó para que pudesse ser dada a devolutiva das sessões.
VI – Encaminhamento
	Durante todo o processo de psicoterapia breve, não foi encontrada a necessidade de encaminhar a paciente para outros profissionais.
Referências:
JORDÃO, A.B. Vínculos familiares na adolescência: nuances e vicissitudes na clínica psicanalítica com adolescentes. Aletheis, n 27. Canoas. Jun/2008
OUTEIRAL, J. As ideias de Donald Winnicott sobre a adolescência. São Paulo, 2000.
SERON, C. PRETTE, A.D. MILANI, R,G. A construção da identidade feminina na adolescência: um enfoque na relação mãe e filha. Psicologia Teoria e Prática, vol 13, n 1. Sao Paulo, 2011.
Zimmerman, David E. Terapia Psicanalítica com adolescentes e púberes. Manual de técnicas psicanalítica: uma re-visão. Porto Alegre. Artmed, 2008.
Araraquara, 21 de novembro de 2016.
________________________________
Estagiária: Talita de Cassia Azzen Loureiro Volpato
R.A.: T 17095-8
_______________________________
Professora Orientadora. 
Selma Ap. Geraldo Benzoni
 CRP: 06/40823-1

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