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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA FLUMINENSE CAMPUS CAMPOS CENTRO GRADUAÇÃO EM TECNOLOGIA EM SISTEMAS DE TELECOMUNICAÇÕES DANUSA DOS SANTOS RODRIGUES DOUGLAS BENTO FARIA JONATHAN PESSANHA DE ALMEIDA AZEVEDO TELEFONIA MÓVEL: EVOLUÇÃO E DEPENDÊNCIA CAMPOS DOS GOYTACAZES, RJ Abril de 2015 INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA FLUMINENSE CAMPUS CAMPOS CENTRO GRADUAÇÃO EM TECNOLOGIA EM SISTEMAS DE TELECOMUNICAÇÕES DANUSA DOS SANTOS DOUGLAS BENTO FARIA JONATHAN PESSANHA DE ALMEIDA AZEVEDO TELEFONIA MÓVEL: EVOLUÇÃO E DEPENDÊNCIA Monografia apresentada ao Instituto Federal Fluminense - IFF Campus Campos Centro como requisito parcial para conclusão do curso Superior de Tecnologia em Sistemas de Telecomunicações. Orientadora: Suélly Lima dos Santos M.Sc. CAMPOS DOS GOYTACAZES, RJ Abril de 2015 TELEFONIA MÓVEL: EVOLUÇÃO E DEPENDÊNCIA Monografia apresentada ao Instituto Federal Fluminense - IFF Campus Campos Centro como requisito parcial para conclusão do curso Superior de Tecnologia em Sistemas de Telecomunicações. Aprovada em 09 de abril de 2015. BANCA EXAMINADORA Profª. Suélly Lima dos Santos, MSc (Orientadora) Instituto Federal Fluminense-IFF/Campos Campus Centro Profª. Claudia Boechat Seufitelli, MSc Instituto Federal Fluminense - IFF/Campos Campus Centro ___________________________________________________________________ Prof. Wilton do Nascimento Ribeiro Instituto Federal Fluminense - IFF/Campos Campus Centro ___________________________________________________________________ Profª. Cintia de Lima Rangel, MSc Instituto Federal Fluminense - IFF/Campos Campus Centro CAMPOS DOS GOYTACAZES, RJ 2015 iv AGRADECIMENTO Agradecemos, Ao nosso Deus a quem podemos contar sempre. Ao Instituto Federal Fluminense (IFF), pela infraestrutura e apoio na nossa formação. À professora e coordenadora do curso Suélly Lima dos Santos, pelo convívio, pelo apoio, pela compreensão e pela amizade. A todos os professores do curso, que foram tão importantes nas nossas vidas acadêmicas e no desenvolvimento desta monografia. Aos colegas de curso pelo convívio e apoio, neste período de estudo, e por incentivo para continuar até a conclusão do curso. A todos os que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste trabalho. Aos familiares e amigos pelo incentivo e pelo apoio constantes. Nosso agradecimento e profundo respeito a todos. v O homem nasce livre e em toda parte ele é acorrentado. Muitas vezes um homem acredita ser o mestre de outros, o que o torna nada mais que um escravo. Como esta mudança ocorreu? Eu não sei. Como posso legitimá-la? Para esta questão eu espero conseguir dar uma resposta. Rousseau, O Contrato social. vi RESUMO O processo evolutivo da telefonia móvel transformou a comunicação. Além da própria internet, a tecnologia móvel é a base da principal revolução tecnológica do século XXI. Ao permitir ao usuário se comunicar a qualquer momento em praticamente todo lugar, a mobilidade modifica a maneira de interação dos seres humanos, suas relações sociais, familiares, afetivas e profissionais. O objetivo desta monografia é apresentar os efeitos causados pela dependência do telefone celular devido à grande quantidade de recursos disponibilizados refletindo, às vezes, no convívio social, portanto, para realização desta pesquisa que identificará essa realidade, o resultado foi apoiado em forma de questionário fechado para usuários de telefonia móvel. Para obter informações a respeito do grau de utilização e dependência do serviço móvel celular, os resultados obtidos deste estudo servem de base de conhecimento e colaboram com o entendimento das características evolutivas da telefonia móvel e o impacto nas relações sociais dos usuários de forma mais abrangente, sendo verificado que grande parte dos usuários são afetados pela dependência chamada nomofobia, que trata-se da dependência excessiva do dispositivo móvel celular e Internet. Palavras-chave: Telefonia móvel celular. Evolução tecnológica. Dependência tecnológica. Mobilidade. vii ABSTRACT The evolutionary process of mobile telephony has made communication. Besides its own internet, mobile technology is the basis of the principal technological revolution of the XXI century. By allowing the user to communicate at any time just about everywhere, mobility changes the way of interaction of human beings, their social, family, emotional and professional. The purpose of this monograph is to present the effects caused by cell phone dependence due to the large amount of available resources reflecting sometimes in social life, so for this research will identify this reality, the result was supported in a closed questionnaire for mobile phone users. For information about the degree of use and dependence of mobile services, the results of this study are the basis of knowledge and collaborate with the understanding of evolutionary features of mobile telephony and the impact on social relations of users more widely, and found that most users are affected by addiction called nomofobia, that it is the dependence on mobile phone and Internet. Keywords: Mobile telephony. Technological developments. Technological dependence. Mobility viii LISTA DE FIGURAS FIGURA 01: Comunicação entre a ERB e a EM ...................................................... 34 FIGURA 02: Quantidade de aparelhos que os entrevistados possuem ................... 55 FIGURA 03: Frequência de chamadas realizadas diariamente ............................... 55 FIGURA 04: Quantidade de mensagens de texto (SMS) enviadas diariamente ..... 56 FIGURA 05: Frequência de acesso à Internet diariamente pelo aparelho ............... 56 FIGURA 06: Frequência de atualização de informações nas redes sociais ............ 57 FIGURA 07: Frequência de tempo sem acesso à Internet no aparelho ................... 57 FIGURA 08: Frequência de acesso à Internet no dispositivo em locais públicos ... 58 FIGURA 09: Frequência anual de troca de aparelho ............................................... 58 FIGURA 10: Frequência de incômodo quando não é possível utilizar o aparelho.. 59 FIGURA 11: Utilização do aparelho para apoio no ambiente escolar ...................... 59 FIGURA 12: Utilização do aparelho para apoio no ambiente profissional .............. 60 FIGURA 13: Importância de suporte à instalação de aplicativos no aparelho ........ 60 ix LISTA DE TABELAS TABELA 01: Principais funções dos aparelhos móveis ............................................ 36 TABELA 02: Tipos de fobia ....................................................................................... 43 x LISTA DE SIGLAS 1G - Primeira geração de telefonia móvel. 2G - Segunda geração de telefonia móvel. 2,5G - Geração intermediária de telefonia móvel. 3G - Terceira geração de telefonia móvel. 4G - Quarta geração de telefonia móvel. 5G - Quinta geração de telefonia móvel. AMPS - Advanced Mobile PhoneServices – Sistema Avançado de Telefonia Móvel. ANATEL - Agência Nacional de Telecomunicações. ARFCN - Absolute Radio Frequency Channel Number - Número Absoluto de Canal de Radiofrequência. DAMPS - Digital Advanced Mobile Phone System - Sistema Avançado de Telefonia Móvel Digital. EDGE - Enhanced Data Rates for GSM Evolution - Taxas de Dados Ampliados para Evolução Global. GPS - Global Positioning System – Sistema de Posicionamento Global. GSM - Global System for Mobile Communications – Sistema Global para Comunicações Móveis). IMT-2000 - International Mobile Telecommunications2000 - Telecomunicação Móvel Internacional 2000. JTACS - Japan Total Access Communications Systems - Sistema de Comunicação de Acesso Total do Japão. PDA - Personal Digital Assistant – Assistente Digital Pessoal. MMS - MultimediaMessaging Service – Serviço de Mensagem Multimídia. NMT - Nordic Mobile Telephones system – Sistema Nórdico de Telefones Móveis. SMS - Short Message Service – Serviço de Mensagem Curta. TACS - Total Access Communication System – Sistema de Comunicação de AcessoTotal. TDMA - Time Division Multiple Access – Acesso Múltiplo por Divisão de Tempo. UIT - União Internacional de Telecomunicações. xi SUMÁRIO AGRADECIMENTO....................................................................................................iv EPÍGRAFE.................................................................................................................v RESUMO....................................................................................................................vi ABSTRACT.................................................................................................................vii LISTA DE FIGURAS .................................................................................................viii LISTA DE TABELAS .................................................................................................ix LISTA DE SIGLAS......................................................................................................x CAPÍTULO I INTRODUÇÃO ...............................................................................................14 1.1.1 Objetivo Geral ..................................................................................15 1.1.2 Objetivo Específico ..........................................................................15 1.2 JUSTIFICATIVA ..................................................................................15 1.3 METODOLOGIA .................................................................................16 1.4 CONSIDERAÇÕES INICIAS...............................................................16 1.5 DESCRIÇÃO DO PROBLEMA............................................................17 1.6 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO .......................................................17 CAPÍTULO II TELEFONIA MÓVEL CELULAR......................................................................19 2.1 EVOLUÇÃO DA TELEFONIA MÓVEL CELULAR................................19 2.2 PRIMEIRA GERAÇÃO DE TELEFONIA MÓVEL (1G)....................... 22 2.3 SEGUNDA GERAÇÃO DE TELEFONIA MÓVEL (2G)....................... 23 2.3.1TDMA ........................................................................................... 24 2.3.2CDMA .............................................................................................24 2.3.3GSM ............................................................................................. 25 2.4 GERAÇÃO INTERMEDIÁRIA (2,5G).................................................. 26 2.4.1GPRS............................................................................................ 26 2.4.2 EDGE ......................................................................................... 27 2.4.3 CDMA-2000 1X ........................................................................... 27 xii 2.5 TERCEIRA GERAÇÃO DE TELEFONIA MÓVEL (3G)...................... 28 2.5.1UMTS .......................................................................................... 29 2.5.2 CDMA 1XEV-DO......................................................................... 29 2.5.3 CDMA 1XEV-DV........................................................................... 29 2.5.4 HSDPA/HSUPA............................................................................ 30 2.6 QUARTA GERAÇÃO DE TELEFONIA MÓVEL (4G)........................... 30 2.7 QUINTA GERAÇÃO DE TELEFONIA MÓVEL (5G) ........................... 32 2.8 REDE DE TELEFONIA MÓVEL ......................................................... 32 2.8.1 Central de Comutação e Controle (CCC) ................................... 33 2.8.2 Estação Rádio Base (ERB) ........................................................ 33 2.8.3 Estação Móvel (EM) ................................................................... 33 CAPÍTULO III SERVIÇOS E FACILIDADES DO TELEFONE CELULAR ............................ 35 3.1 PRINCIPAIS SERVIÇOS DO TELEFONE CELULAR ........................ 35 3.2 CONVERGÊNCIA TECNOLÓGICA: MOBILIDADE E INTERATIVIDADE ............................................................................... 37 3.2.1 Mobilidade................................................................................... 37 3.2.2 Interatividade................................................................................ 38 3.3 MÍDIAS DIGITAIS E APRENDIZAGEM (M-LEARNING): APROPRIAÇÃO DE TELEFONES CELULARES PARA O ENSINO APRENDIZAGEM ............................................................................... 41 CAPÍTULO IV NOMOFOBIA: DEPENDÊNCIA EXCESSIVA DO TELEFONE CELULAR ................................................................................................................. 43 4.1 CONCEITO DE FOBIA ........................................................................ 43 4.2 CONCEITO DE VÍCIO ......................................................................... 44 4.3 NOMOFOBIA: DEPENDÊNCIA EXCESSIVA DO TELEFONE CELULAR ............................................................................................ 45 4.4 NATIVOS DIGITAIS X IMIGRANTES DIGITAIS .................................. 50 4.4.1 Nativos Digitais.............................................................................. 50 4.4.2 Imigrantes Digitais......................................................................... 51 CAPÍTULO V METODOLOGIA ............................................................................................... 53 xiii 5.1 METODOLOGIA APLICADA ................................................................. 53 5.2 RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................. 54 CAPÍTULO VI CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................... 63 6.2 CONCLUSÃO DO QUESTIONÁRIO................................................... 64 6.3 ESTUDO FUTURO.............................................................................. 67 CAPÍTULO VII REFERÊNCIAS ................................................................................................. 68 APÊNDICE A ..................................................................................................... 73 12 CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO Antigamente os telefones celulares eram utilizados apenas para comunicação por voz, pois possuíam poucos recursos e funções. Com a evolução da tecnologia foi incorporado nos dispositivos atuais novos recursos e serviços que permitem a utilização da Internet para troca dedados. O acesso aos serviços de telefonia móvel permite que as pessoas estejam conectadas virtualmente e tenham acesso às informações em todo canto do mundo. Como forma de romper barreiras nas transmissões de dados entre dispositivos que dispensem o uso de fios e cabos, surgem entre as chamadas Redes Sem Fio. Com a implantação e popularização da telefonia móvel, uma nova visão de mundo e comportamento foi definida, não apenas pela evolução que proporcionou, mas pela mudança na forma de se comunicar. A telefonia celular promoveu avanços que fazem parte do cotidiano das pessoas, tanto na comunicação, na disponibilização de serviços e na operabilidade e conforto que toda tecnologia proporciona (TAVARES, 2004). A constante evolução da telefonia móvel e disponibilização de novos recursos podem refletir numa dependência do uso do aparelho. Portanto este trabalho visa mostrar como o desenvolvimento dos sistemas de telefonia se tornou essencial à sociedade e o modo que a dependência da utilização do aparelho vem se tornando comum. Portanto, este trabalho explica o desenvolvimento da telefonia celular, de acordo com suas gerações, onde expõe alguns efeitos que podem desencadear uma dependência conhecida como nomofobia. 15 1.1OBJETIVOS 1.1.1 Objetivo Geral Identificar alguns efeitos que o aparelho celular pode oferecer à sociedade, em relação ao excesso de utilização. 1.1.2 Objetivos Específicos • Mostrar como a utilização excessiva do telefone celular influencia na vida dos usuários e; • Apontar como a evolução da telefonia móvel e seus recursos facilitam o cotidiano dos usuários através de diversos serviços. 1.2 JUSTIFICATIVA Com a evolução da telefonia móvel, as formas de comunicação são eficientes, sendo de grande valia para a disseminação de informações em escala global e de forma bastante ligeira. Em uma época de transformações, geradas pela crescente evolução tecnológica, é importante uma análise dos efeitos causados pelo crescimento da utilização da telefonia móvel e seus recursos. A comunicação móvel se reflete na sociedade, tornando-se um fenômeno de grande impacto social. Por estes motivos, o presente trabalho torna-se relevante, pois a escolha justifica-se pelo fato de as telecomunicações passarem pelo desafio de maximizar a contribuição com o desenvolvimento tecnológico, cultural e social. 16 1.3 METODOLOGIA De maneira geral, o trabalho de pesquisa se inicia pelo levantamento das bases bibliográficas para a coleta de informações, consultas em meios eletrônicos, periódicos técnicos, teses, dissertações, além de artigos científicos. Baseado numa análise qualitativa e quantitativa apoiada em questionários fechados (Apêndice A) com 40 usuários de telefone celular das operadoras Claro, Vivo, Tim, Oi que atuam na região Norte Fluminense, no qual a pesquisa foi realizada na cidade de Campos dos Goytacazes, RJ, com finalidade de identificar quais as facilidades e benefícios proporcionados e os possíveis efeitos que o dispositivo móvel pode gerar. Assim, a metodologia de um modo geral evoluiu de maneira significativa em relação aos critérios utilizados para a confecção desta pesquisa, uma vez que a mesma é um procedimento de aprendizagem e possui conjuntos de ações, que têm como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. 1.4 CONSIDERAÇÕES INICIAIS Com o propósito de verificar a necessidade da telefonia móvel no cotidiano das pessoas e a interação com os recursos disponibilizados, propôs-se a realização de pesquisa para levantamento de informações sobre a frequência de utilização do aparelho pelos usuários, a forma de interação, tipos de serviços e aplicações. Logo, o estudo de caso foi realizado por meio de observações feitas no próprio ambiente escolar. É nele que transparece boa parte da experiência adquirida no contato com os usuários, com os colegas de curso, e com a orientadora, enfim, com todos os que de alguma forma depositaram e ampliaram os conceitos utilizados para a confecção deste trabalho. 17 1.5 DESCRIÇÃO DO PROBLEMA O tema telefonia móvel e sua influência nos parâmetros sociais é um assunto relevante e desafiador, uma vez que as características observadas como facilidade de comunicação, avanço tecnológico e convergência digital são bastante importantes. Neste âmbito, a comunicação atinge um nível que estimula as pessoas a aderirem à tecnologia e manter contato com mais frequência, interagindo de diversas maneiras, não somente com a conversa de voz e texto, mas também de forma multimídia. Logo, o problema deste trabalho é analisar os efeitos que o excesso do uso do aparelho móvel possa refletir no cotidiano do usuário aliado à necessidade de mobilidade e interatividade. 1.6 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO Até o presente momento, foi feita uma introdução para que o leitor possa situar-se com os objetivos aqui traçados. Para um melhor entendimento do assunto abordado neste trabalho, será descrita a seguir a sequência da pesquisa sobre o conteúdo de cada parte do Capítulo. Este primeiro Capítulo apresentou as considerações iniciais, a descrição do problema da pesquisa, os objetivos que ressaltam sua importância e os pontos de motivação, a justificativa do tema para o desenvolvimento da pesquisa, a metodologia empregada e, por fim, a estrutura da obra em estudo. O Capítulo 2 explorará o histórico da telefonia móvel, além dos elementos básicos que compõem uma rede de Comunicação Móvel Celular, será descrito também, características das tecnologias das cinco gerações da telefonia móvel. No Capítulo 3 será apresentado os principais serviços disponibilizados nos telefones celulares, frutos da evolução através das gerações e da convergência tecnológica. 18 O Capítulo 4 descreverá como a evolução dos serviços de telefonia móvel pode interferir no convívio social dos usuários, seja no cenário da educação ou no cotidiano. Também serão apresentadas as situações causadas pela dependência da utilização do telefone celular (nomofobia). O Capítulo 5 descreverá a elaboração, aplicação e resultados de entrevista apoiada no questionário fechado, realizada com usuários de telefonia celular. O Capítulo 6 foi reservado para as considerações finais, além de direcionar a discussão para uma reflexão de continuidade em pesquisas e estudos para trabalhos futuros. Também apresentará as referências estudadas para a elaboração deste trabalho. Apresenta-se, no Apêndice A, o questionário aplicado aos usuários de telefone celular, tendo como resultado fundamental a conclusão deste trabalho. 17 CAPÍTULO 2 TELEFONIA MÓVEL CELULAR Neste Capítulo serão descritos alguns acontecimentos que influenciaram o desenvolvimento da telefonia móvel celular, assim como, contribuíram para o surgimento da mesma. Será abordada também, a composição básica do Sistema Móvel Celular. 2.1 EVOLUÇÃO DA TELEFONIA MÓVEL CELULAR Desde os primórdios da civilização, como na Grécia antiga, com o uso de sinais de fumaça como forma de comunicação, observa-se o desejo de comunicar-se livre de fios e aparatos (DIAS, 2001). A era da telefonia celular teve seu início efetivo nos anos 1990, quando o usuário podia obter o aparelho portátil embora suas dimensões iniciais fossem grandes (DIAS, 2001). Para a obtenção da portabilidade do aparelho celular, foi desenvolvido um sistema móvel sem fio, que permitiu a utilizaçãodo serviço móvel celular em qualquer lugar. O espectro de frequências, que constitui o meio de transmissão das redes móveis sem fio, precisa ser compartilhado entre os vários usuários do sistema. É sob este espectro que as técnicas de acesso múltiplo ao meio operam, garantindo um acesso compartilhado e com equidade para todos os terminais móveis (DIAS, 2001). As principais técnicas responsáveis pela divisão dos recursos de frequência em vários canais não interferentes possibilitando o acesso múltiplo dos usuários são FDMA (Frequency Division Multiple Access – Divisão de Frequência por Múltiplo Acesso), TDMA (Time Division Multiple Access – Divisão de Tempo por Múltiplo Acesso) e CDMA (Code Division Multiple Access – Divisão de Código por Múltiplo Acesso). Vários padrões para a telefonia celular foram adotados em diferentes países e ficaram conhecidos como sistemas de 1ª Geração (1G), entre eles podem-se citar: o AMPS (Advanced Mobile Telephone System–Sistema 20 Avançado de Telefonia Móvel) nos Estados Unidos, o TACS (Total Access Communications System – Sistema de Comunicação de Acesso Total) no Reino Unido, o JTACS (Japan Total Access Communications Systems - Sistema de Comunicação de Acesso total do Japão) no Japão e o NMT (Nordic Mobile Telephones system – Sistema Nórdico de Telefones Móveis) nos países do norte europeu (Dinamarca, Finlândia, Suécia e Noruega). Os sistemas de 1G utilizam a transmissão de dados no modo analógico e a técnica de acesso ao meio utilizada é a FDMA. Os principais problemas com esses sistemas eram a baixa qualidade e capacidade dos canais de comunicação e a incompatibilidade entre os diversos sistemas existentes. Depois da primeira Geração de sistemas móveis veio a 2ª Geração (2G) numa tentativa de ampliar a capacidade dos sistemas existentes. O sistema AMPS evoluiu para o DAMPS (Digital Advanced Mobile Phone System - Sistema Avançado de Telefonia Móvel Digital) que utilizava TDMA, também conhecido por IS-54 (Interim Standard - 54- Padrão Interino - 54). Como uma alternativa ao IS-54 surgiu nos Estados Unidos o IS-95 (Interim Standard – 95 – Padrão Interino - 95), ainda na primeira metade da década de 90 e utilizava o CDMA, aumentando a capacidade em relação aos sistemas existentes. O IS-54 foi sucedido pelo IS-136 (Ínterim Standard - 136 - Padrão Interino - 136). Portanto, em meados da década de 90 dois sistemas móveis digitais competiam nas Américas na faixa de 800 MHz (DIAS, 2001). Com a 2ª Geração de celulares foram introduzidos novos serviços de comunicação de voz, com maior qualidade e capacidade de transmissão, possibilitando atender um maior número de usuários e, também, foram criados serviços de envio de dados como o SMS (Short Messages Service – Serviço de Mensagens Curtas) para transmissão de pequenos pacotes de dados. O SMS permite que o usuário envie e receba mensagens de texto de até 160 bytes1 (DIAS, 2001). Ainda no início da década de 90 surgiu a 3ª Geração (3G) dos sistemas celulares, como proposta para o padrão global das comunicações móveis, com a disponibilidade de altas taxas de transmissão de dados possibilitando o suporte 1 Bytes: Sequência constituída de um número fixo de bits adjacentes, considerada como a unidade básica de informação, e cujo comprimento geralmente é constituído de 8bits, chamado de octeto. 21 a aplicativos multimídia e acesso à Internet. O IMT-2000 (International Mobile Telecommunications 2000 – Telecomunicação Móvel Internacional para o ano 2000) está sendo desenvolvida pela ITU (International Telecommunication Union – União Internacional de Telecomunicações). Esses sistemas, que já se encontram em uso no Japão, disponibilizam serviços de voz, dados, e aplicações multimídia sobre as redes sem fio. A ideia é que o IMT-2000 especifique uma “família de padrões” que disponibilize pelo menos taxas de 2 Mbps (Mega bits por segundo) em ambientes indoor, 384 Kbps em ambientes de baixa mobilidade, 144 kbps (Kilo bits por segundo) em ambientes outdoor (DIAS,2001). Na Europa, no Japão e na América do Norte, os sistemas de terceira Geração já são fornecidos aos usuários. Já no Brasil, no início da década de 70 foi implantado em Brasília um serviço anterior à tecnologia celular, contando com apenas 150 terminais sem fio. Em 1984, deu-se início à análise de sistemas de tecnologia celular que culminou na escolha do padrão americano AMPS1 como modelo a ser introduzido (foi implantado, também, em todos os outros países do continente americano e em alguns países da Ásia e Austrália). A primeira cidade a usar o serviço foi o Rio de Janeiro, em 1990, seguido por Brasília. Em São Paulo, considerado o último dos grandes mercados do mundo, o serviço móvel celular foi inaugurado em 1993. O Brasil continuou com o AMPS até que, em 1998, modernizou sua rede com sistemas digitais TDMA e CDMA (ANATEL, 2005). O grande avanço dos sistemas de telecomunicações da Tecnologia da Informação (TI), juntamente com a utilização de um novo tipo de componente de hardware, os dispositivos móveis, trouxe ao mundo a tecnologia wireless2, denominada “comunicação sem fio”. E isso fez com que ocorresse em grandes inovações no setor wireless. De acordo com Amorim (2002), este tipo de tecnologia, com o passar dos anos e com as novas exigências do mercado, vem crescendo e possivelmente se tornará um dos meios mais utilizados, pois pode 2 Wireless: Sistemas de telecomunicações em que os sinais são transmitidos por ondas eletromagnéticas, dispensando o uso de fios proporcionado pela tecnologia wireless, as pessoas desfrutarão de informações adaptadas a seus hábitos e interesses. 22 propiciar diversas funcionalidades. Tudo isso em qualquer lugar ou a qualquer hora, através de dispositivos móveis. Ainda Amorim (2002) cita que a tecnologia wireless disponibiliza a portabilidade e a praticidade da informação independente do lugar, necessárias aos equipamentos portáteis. Perdendo a dependência de objetos fixos e viagens físicas, se utilizará as redes wireless para acessar dados onde e quando for necessário. Enfim, a tecnologia sem fio é um suporte para a computação móvel, que explora diferentes tecnologias de comunicação que serão inseridas tanto em ambientes computacionais fixos como móveis. 2.2 PRIMEIRA GERAÇÃO DE TELEFONIA MÓVEL (1G) Implementada na década de 80, a primeira Geração de telefonia celular foi marcada pelo uso de sistemas analógicos para telefonia celular e utilizava a tecnologia FDMA (Frequency Division Multiple Access - Múltiplo Acesso por Divisão de Frequência) com operação em 800 MHz. A tecnologia FDMA é um método de acesso ao canal que baseia-se na divisão da banda de frequência disponibilizada em faixas de frequência relativamente estreitas, 30KHz cada, as quais são denominadas canais e que são alocadas exclusivamente a um usuário durante todo o tempo de sua conexão (chamada). No Brasil e nos Estados Unidos, foi implantada a tecnologia AMPS (Advanced Mobile Phone Services – Sistema Avançado de Telefonia Móvel). Era uma tecnologia com várias deficiências, que possibilitava somente realizar o tráfego de dados de voz e serviço de roaming3 entre diferentes provedores de serviço (AURIMAR; PEREIRA e ALVES, 2009). No AMPS, a banda era dividida em canais de RF (Radio Frequência), em que cada canal consiste em um par de frequências de 30 KHz de banda, em que ³Roaming: Sistema que permite o cliente de uma empresade telefonia móvel possa acessar e ser acessado pelo serviço móvel celular mesmo estando fora da área de abrangência da operadora. A operação ocorre automaticamente, sem que o usuário precise configurar o aparelho ou pedir o serviço à operadora. 23 uma faz a transmissão e a outra a recepção. Outra característica é que esse padrão utilizava modulação FM (Frequency Modulation – Modulação de frequência) e era composto por 416 canais, sendo 21 para controle e o restante para voz. Esse canal de voz, ao ser alocado, permanecia dedicado somente à chamada durante toda a chamada. A cobertura da rede 1G era restrita devido à baixa capacidade de transmissão e a necessidade de várias antenas para que seja razoável a qualidade do sinal, tornando, assim, dispendioso o uso desse sistema sob o ponto de vista econômico. A primeira geração possuía um funcionamento analógico e era constituída por aparelhos relativamente volumosos. Tratava-se principalmente dos padrões AMPS que apareceu nos Estados Unidos em 1976 e foi o primeiro padrão de rede celular. Teve também a versão européia que ficou conhecida como TAC (Total Access Communication System – Sistema de Comunicação de Acesso Total) e foi utilizado na Inglaterra, seguidamente na Ásia (Hong-Kong e Japão). As redes celulares de primeira Geração tornaram-se obsoletas com o surgimento de uma segunda Geração inteiramente numérica (TUDE, 2003). No Tópico 2.3 descreverá as tecnologias e técnicas da segunda Geração de telefonia móvel celular. 2.3 SEGUNDA GERAÇÃO DE TELEFONIA MÓVEL (2G) Com o sistema analógico chegando ao seu limite de capacidade, veio a necessidade de sistemas digitais. Dentre as vantagens sobre os analógicos destacam-se: a codificação digital de voz mais poderosa, maior eficiência espectral, melhor qualidade de voz, facilidade de comunicação de dados e a criptografia. O sinal passa a ser digital, mas a tecnologia de rede ainda é a comutação de circuitos, assim como na Primeira Geração. 24 2.3.1 TDMA (Time Division Multiple Access – Múltiplo Acesso por Divisão do Tempo) Cada portadora TDMA possui a largura de 30KHz. Tem como característica a operação na frequência de 800MHz; a divisão dos canais de frequência em até 6 intervalos de tempo diferentes e o controle de interferências, com cada usuário utilizando um espaço específico. 2.3.2 CDMA Code Division Multiple Access – Múltiplo Acesso por Divisão de Código) Diferente das tecnologias utilizadas até então, o CDMA defendia a técnica de espalhamento espectral (spread spectrum) na qual para um determinado canal, seria usada toda a largura de banda disponível (1,23MHz), muitas vezes maior do que necessária, a princípio, para a transmissão de um único sinal. Uma vantagem é que diversos assinantes podem utilizar a mesma banda simultaneamente, e a diferenciação entre cada assinante no sistema CDMA é feita por códigos especiais associados a cada transmissão, do Móvel para a Estação Base e da Estação Base para o Móvel. Cada ligação em andamento possui um código específico, não ocorrendo o uso do mesmo para ligações diferentes e permitindo a separação eficiente entre todas as chamadas que estão utilizando a mesma banda. A capacidade máxima alcançada depende, entre outros fatores, principalmente do controle de potência de cada chamada e dos sinais interferentes. Quanto menor a potência, maior é a capacidade (número de chamadas simultâneas) do sistema. Essa tecnologia opera nas frequências de 800 e 1900 MHz e compete diretamente com a Global System for Mobile Communications (Sistema Global para Comunicações Móveis). 25 2.3.3 GSM Foi desenvolvida na Europa e adotada em boa parte do mundo, seu diferencial é o uso de cartões de memória SIM4 (Subscriber Identity Module – Módulo de Identificação do Assinante) nos aparelhos, o que possibilita mobilidade terminal, ou seja, levar as características do assinante para outro aparelho ou rede GSM. Opera nas faixas de 850, 900, 1800 e 1900 MHz e utiliza uma combinação das técnicas de acesso FDMA e TDMA, onde uma portadora de Rádio Frequência do GSM – ARFCN (Absolute Radio Frequency Channel Number - Número Absoluto de Canal de Radiofrequência) possui largura de banda de 200kHz que, por meio da técnica TDMA, é subdividida em oito intervalos de tempo. Dessa forma, até 8 conversações simultâneas compartilham uma única portadora ou canal de 2 x 200kHz. Diversos serviços foram disponibilizados com a tecnologia GSM. Dentre eles: SMS para mensagens de texto, GPRS (General Packet Radio Service – Serviço de Rádio de Pacote Geral) para transmissão de pacotes de dados, encaminhamento de chamadas, bloqueio de chamadas recebidas ou efetuadas, chamada em espera, teleconferência e restrição da identificação da chamada (MOTA, 2009). São diversos os benefícios e a revolução que as tecnologias de segunda Geração proporcionaram ao mundo. No entanto, elas ainda estavam longe do que se realmente objetivava. No Tópico 2.4 será mostrado o surgimento das tecnologias digitais, na segunda Geração e meia, onde realmente passam a surtir efeitos e o verdadeiro sentido da comunicação móvel passa a ser entendido. 4 SIM: É um chip que carrega as informações da linha telefônica no aparelho celular GSM. O cartão SIM também identifica quem faz a chamada junto ao operador da rede móvel. 26 2.4 GERAÇÃO INTERMEDIÁRIA (2,5G) Neste Tópico, serão abordados os principais fatores que contribuíram para que a evolução dos sistemas celulares retardasse uma terceira Geração e partissem para uma Geração chamada de intermediária ou Geração 2,5. Seu grande diferencial foi uma técnica avançada de modulação que permitia a comutação por pacotes ao invés de circuitos, a mesma técnica de transmissão adotada pelo IP (Internet Protocol – Protocolo de Internet) da arquitetura TCP/IP (Transmission Control Protocol/ Internet Protocol - Protocolo de Controle de Transmissão/ Protocolo de Internet). 2.4.1 GPRS É um serviço fornecido pelas operadoras que provê transmissão de pacotes, que oferece velocidades máximas de dados de 115kbps e um throughput (taxa de transferência) médio de 30 a 40kbps. Os dados são divididos em pacotes para transmissão, o que favorece os usuários, pois provê uma conexão permanente de dados e assim não há necessidade de entrarem no sistema cada vez que desejarem ter acesso a serviços de dados. A vantagem é que os usuários só pagam pelos dados e não pagam pelo tempo de permanência no ar em que se faz a conexão e nem pelo tempo de carregamento. O funcionamento do GPRS consiste no uso de canais TDMA inutilizados para transmissão de dados. Por utilizar comutação de pacotes, usuários podem utilizar o mesmo canal. Para multiplexação, utilizam-se para atribuição do canal, as técnicas FDMA e FDD (Frequency Division Duplex - Divisão de Frequência Duplex); para a comutação de pacotes, uma multiplexação estatística no domínio do tempo. Cada pacote tem tamanho constante (correspondente ao slot GSM). Para acesso ao meio, utiliza-se, para downlink, um protocolo que distribui os pacotes na ordem em que chegam a Estação Base; para uplink, utiliza-se o 27 protocolo S-ALOHA para reservar o canal durante a fase de contenção e o protocolo utilizado no downlink para transmissão dos dados. O padrão suporta conexões IPv4 e PPP (Point-to-Point Protocol), embora esta última geralmente não esteja disponibilizada pelas operadoras.O GPRS que permite a conexão da maior parte dos smartphones e celulares à Internet e atualmente, é o padrão que oferece a maior cobertura móvel para aparelhos de mão com acesso à Internet. 2.4.2 EDGE (Enhanced Data Rates for GSM Evolution - Taxas de Dados Ampliados para Evolução Global) A EDGE utiliza esquemas de modulação e correção de erros diferentes, possibilitando uma taxa de transmissão de dados maior (com limite teórico de 473,6 kbps utilizando 8slots - conector) e uma conexão mais confiável e robusta. EDGE possibilita a comutação de pacotes, ou seja, pode prover conexão a Internet. A implantação do sistema EDGE em infraestruturas GSM e GPRS é simples. O subsistema de rede não precisa de nenhuma alteração de software ou hardware; a Estação Base requer algumas atualizações e a instalação de transceivers5 compatíveis com o padrão; os aparelhos, no entanto, precisam ser trocados. 2.4.3 CDMA-2000 1X É a evolução do CDMA One. Esta tecnologia abriu mercado para as altas taxas de velocidade de dados, hoje, disponíveis em todo o mundo e que oferecem aos consumidores e profissionais total conectividade sem fio. Sua velocidade teórica é de 153,6 Kbps. A nomenclatura CDMA diz respeito apenas à técnica de modulação usada na interface aérea de sistemas celulares e não 5 Transceiver: É um dispositivo que combina um transmissor e um receptor utilizando componentes de circuito comuns para ambas funções num só aparelho. Se esses componentes não forem comuns, esse aparelho designa-se transmissor-receptor. 28 quer dizer que sejam totalmente compatíveis entre si. Na maioria dos casos, os sistemas 2,5G são implementados diretamente sobre as redes 2G existentes. Como resultado, um sistema 2,5G não é uma rede comutada a pacotes “pura”. Na verdade, pacotes de dados são transmitidos sobre redes de circuitos comutados (DUSSAUX, 2010). A Geração intermediária apresentou o que os sistemas digitais móveis eram capazes, e o que poderia se esperar para a terceira Geração e para o futuro dessas tecnologias. A terceira Geração é mais complexa e marca de forma expressiva os recursos das tecnologias digitais, que serão abordadas no Tópico 2.5. 2.5 TERCEIRA GERAÇÃO DE TELEFONIA MÓVEL (3G) Essa Geração de redes celulares tem como objetivo oferecer serviços de dados com altas taxas de transmissão e trazem enormes evoluções frente aos sistemas anteriores. As especificações IMT-2000 (International Mobile Telecommunications for the year 2000 - Telecomunicação Móvel Internacional para o ano 2000) da União Internacional das Telecomunicações (UIT), definem as características do 3G e tem um elevado débito de transmissão, compatibilidade dos serviços móveis de terceira Geração com as redes de segunda, alto nível de transmissão de vídeo, videoconferência ou acesso à Internet. A qualidade de voz foi mais aprimorada, diversos serviços simultâneos foram aplicados como Serviço de Localização Global (GPS), a criptografia que é mais um obstáculo para as fraudes de chamadas, permite a transferência simultânea de voz e de dados numéricos a elevado débito e a autenticação de cada usuário (ALBERNAZ, 2011). 29 2.5.1 UMTS (Universal Mobile Telecommunications Service – Serviço de Telecomunicações Móvel Universal) É baseada em IP e suporta voz e dados em pacotes oferecendo taxas máximas de transmissão de dados de até 2 Mbps e velocidades médias de 220- 320 kbps em movimento. É uma tecnologia Tecnologia desenvolvida para prover serviços com altos níveis de consumo de banda, como streaming, transferência de grandes arquivos e videoconferências para uma grande variedade de aparelhos como telefones celulares, PDAs (Personal Digital Assistant – Assistente Digital Pessoal) e laptops. A UMTS é compatível com a EDGE e a GPRS permitindo ao usuário sair de uma área de cobertura UMTS e ser automaticamente transferido para uma rede EDGE ou GPRS, dependendo de fatores como disponibilidade de rede e o consumo de banda do aplicativo (TUDE, 2004). 2.5.2 CDMA 1XEV-DO CDMA 1xEV-DO (Evolution, Data-Optimized – Evolução, Otimização de Dados) é a tecnologia 3G do CDMA, que possui alta performance para transmissão de dados com picos de até 2,4 Mbps. A taxa de transmissão de dados teórica é de 24Mbps e taxa de transmissão média de 300 a 500kbps. Opera em 800 e 1900 MHz. Portadoras distintas são necessárias para dados e voz neste sistema. O enlace de subida permanece praticamente inalterado em comparação com o CDMA2000, mas no enlace de descida os usuários são multiplexados em tempo. 2.5.3 CDMA 1XEV-DV CDMA 1xEV-DV (Evolution, Data and Voice – Evolução, Dados e Voz) é a segunda etapa na evolução do CDMA 1xEV, onde uma mesma portadora pode ser utilizada para voz e dados. A primeira, o 1xEV-DO, uma portadora de 1,25 MHZ é dedicada apenas para dados. 30 2.5.4 HSDPA/HSUPA O HSDPA (High Speed Downlink Packet Access – Pacote de Acesso de Descarregamento de Alta Velocidade) e HSUPA (High Speed Uplink Packet Access - Pacote de Acesso de carregamento de Alta Velocidade) permite que as pessoas enviem e recebam e-mails com grandes anexos, joguem interativamente em tempo real, recebam e enviem imagens e vídeos de alta resolução, façam download de conteúdos de vídeo e de música ou permaneçam conectados sem fio a seus PCs no escritório – tudo usando o mesmo dispositivo móvel. HSDPA refere-se à velocidade com a qual as pessoas podem receber arquivos de dados, o downlink. HSUPA refere-se à velocidade com qual as pessoas podem enviar arquivos de dados, o uplink (OLIVEIRA, 2006). No Tópico 2.6 serão abordadas as vantagens e tecnologias referentes à quarta Geração (4G). 2.6 QUARTA GERAÇÃO DE TELEFONIA MÓVEL (4G) Oferece diversos recursos e as principais vantagens da conexão 4G são as altas taxas de transferência de dados, que terão velocidade que atingem a casa das dezenas de megabits. Tem melhor qualidade do serviço, no sentido de que, mesmo em movimento, por exemplo, o sinal de Internet que uma pessoa receberá em seu smartphone ou modem não será “drasticamente” reduzido. “As duas características básicas de uma rede 4G são o uso do Internet Protocol (IP) – de modo que cada equipamento estará conectado à Internet – e velocidades maiores”, explicou Jesper Rhode, diretor de inovação em novos negócios da Ericsson para a América Latina. Ainda Jesper Rhode, a empresa, em testes já atingiu a banda de 160 Mbps em redes 4G. Mas, a princípio, a banda para o usuário final deve variar entre 20 Mbps e 40 Mbps (TAGIAROLI, 2010). Os usuários podem navegar pela Internet ou enviar e-mails usando notebooks com Pacote de Acesso de Download de Alta Velocidade (HSPA) integrado, substituir seus modems DSL (Digital Subscriber Line - Linha de Assinante Digital) fixos por modems HSPA e enviar e receber vídeo ou música usando terminais 3G. Com o LTE (Long Term Evolution - Evolução de Longo Prazo), a experiência do 31 usuário será ainda melhor, pois acrescentará novas aplicações, como Televisão interativa, blogs de vídeo móvel, jogos avançados e serviços profissionais. Nos itens sobre benefícios dos telefones celulares 4G com tecnologia LTE serão visto as facilidades disponibilizadas pelos telefones celulares 4G com tecnologia LTE. O LTE oferece vários benefícios para os consumidores e operadores, tais como: Desempenho e capacidade: fornecer taxas de pico downlink de pelo menos 100Mbit/s. A tecnologia permite velocidades acima de 200Mbit/se a Ericsson já demonstrou taxas acima de 150Mbit/s. Além disso, a latência deverá ser inferior a 10ms. Efetivamente, isso significa que o LTE mais do que qualquer outra tecnologia já atende aos principais requisitos de 4G. · Simplicidade: Suporta portadoras com largura de banda flexível, de menos 5MHz até 20MHz nos modos FDD (Frequency Division Duplex – Duplexação por Divisão de Frequência) o TDD (Time Division Duplex – Duplexação por Divisão de Tempo). Dez faixas de espectro pareadas e quatro não-pareadas foram, até o momento, identificadas pelo 3GPP (3rd Generation Partnership Project – Terceira Geração de Parceria de Projeto) de para LTE e há mais faixas em discussão a serem adicionadas em breve. Assim, uma operadora pode introduzir LTE em faixas ‘novas’, onde for mais fácil posicionar portadoras de 10MHz ou 20MHz e, assim, implementar o LTE em todas as faixas. Em segundo lugar, produtos LTE terão diversos aspectos que simplificam a construção e gerenciamento das redes de próxima Geração. Por exemplo, aspectos como instalação plug-and-play (conexão e funcionamento automático), autoconfiguração e auto-otimização simplificarão e reduzirão o custo de implantação e gerenciamento da rede. Em terceiro lugar, o LTE será implementado em paralelo com redes de transporte e núcleo baseado em IP simplificados, nos quais a construção, manutenção e introdução de serviços são mais fáceis. · Ampla variedade de terminais: além dos telefones móveis, computadores e dispositivos eletrônicos incorporarão módulos LTE. Como o LTE suporta handover e roaming para redes móveis existentes, todos 32 esses dispositivos podem ter cobertura de banda larga móvel onipresente desde o primeiro dia. Em resumo, as operadoras podem introduzir a flexibilidade do LTE para ir ao encontro dos objetivos de suas redes existentes, espectro e negócios para banda larga móvel e serviços multimídia (ALMEIDA, 2009). No Tópico 2.7 será vista a quinta Geração (5G) em desenvolvimento para futura implementação. 2.7 QUINTA GERAÇÃO DE TELEFONIA MÓVEL (5G) A quinta geração está apenas no estágio de desenvolvimento e pesquisa para ser implementada futuramente. O grande objetivo da tecnologia não é apenas aumentar a velocidade da conexão, mas melhorar todo o sistema para oferecer uma experiência mais fluida para os usuários. Com isso, mais aparelhos poderão se conectar à rede, que deverá ser muito mais rápida que o 4G atual. Barbosa (2013) afirma que o engenheiro de comunicações Mike Short informou que a rede 5G ainda vai demorar alguns anos para começar a ser utilizada comercialmente. Assim, espera que os primeiros aparelhos equipados para utilizar a tecnologia comecem a ser vendidos em 2022 no Reino Unido e até 2024 em outros países. Contudo, isso não significa que as redes 3G e 4G serão deixadas de “lado”, mas sim que novas opções passarão a ser utilizadas em longo prazo. 2.8 REDE DE TELEFONIA MÓVEL Uma rede de telefonia celular é composta basicamente de três elementos, Central de Comutação e Controle (CCC), Estação Rádio Base (ERB) e Estação Móvel (EM). 33 2.8.1 Central de Comutação e Controle (CCC) A Central de Comutação e Controle (CCC) interliga um conjunto de células, e é responsável, também, por gerenciar e controlar equipamentos das bases, fornecendo tecnologias de acesso e funções de processamento de chamadas e tarifação. O número de células cobertas por uma central varia de acordo com a necessidade. 2.8.2 Estação Rádio Base (ERB) São responsáveis pela alocação de canais e realização de chamadas entre os dispositivos de telefonia móvel e para isso, utilizam uma central de comutação. São formadas por um conjunto de transmissores, receptores, torres, antenas e pelo conjunto de controle, consistindo de uma unidade com microprocessador que controla e supervisiona as chamadas entre os telefones móveis. É também responsável por monitorar os níveis de sinais e o controle de handoff6. 2.8.3 Estação Móvel (EM) É o terminal utilizado pelo assinante, onde a estação móvel é identificada por um MIN (Mobile Identification Number - Número de Identificação Móvel). O equipamento dispõe ainda de um Número de Série Eletrônico (ESN - Eletronic Serial Number). Na Figura 1 será ilustrado, de maneira simples, uma comunicação entre a Estação Rádio Base com o aparelho celular (Estação Móvel). 6 Handoff: É a passagem do controle de um assinante de uma ERB para outra conforme ele se movimenta. Associado a troca de ERB, ocorre a troca de canal pelo qual o assinante vai continuar sua conversa. 34 Figura 1: Comunicação entre a ERB e a EM. Fonte: Comunidade Wireless Brasil (2000). As estações móveis possuem transceptores (TX e RX) de voz e dados que se comunicam com as ERB’s, através dos links direto e reverso por onde são trocadas mensagens como: pedido da EM para acessar um canal, confirmação de alocação do canal, mensagens de handoff da ERB para que a EM troque de canal, entre outros. Neste Capítulo foram vistos as 5 Gerações da telefonia móvel celular juntamente com sua estrutura física. O Capítulo 3 abordará os principais serviços e vantagens do telefone celular, bem como suas facilidades. CAPÍTULO 3 SERVIÇOS E FACILIDADES DOS DISPOSITIVOS MÓVEIS Neste Capítulo serão descritos os principais serviços do telefone celular bem como suas facilidades de forma a mostrar a importância dos mesmos para a nova geração tecnológica. Devido à praticidade dos recursos da telefonia celular, a convergência tecnológica está cada vez mais presente no mundo, agregando recursos e reduzindo a quantidade de dispositivos no cotidiano das pessoas. 3.1 PRINCIPAIS SERVIÇOS DO TELEFONE CELULAR Segundo Cortoni (2006), os fabricantes não só estão criando produtos cada vez mais modernos e sofisticados, como também estão agregando recursos de outros equipamentos e mídias ao celular, o que vem sendo chamado de “convergência tecnológica”. Por meio do celular, além do conceito básico que é “falar”, também é possível enviar mensagens, jogar, assistir a programas de TV, tirar fotos, filmar, ouvir rádio, receber notícias, acessar Internet, entre outros. Portanto, com a chegada de uma geração tecnológica, esses recursos certamente serão ainda mais ampliados. Até alguns anos atrás as pessoas queriam o celular realmente para facilitar o contato entre aqueles que estavam distantes ou não, atualmente o celular é muito mais do que um simples meio de comunicação, e passou a ser para os usuários um meio de entretenimento também. A praticidade e a mobilidade são alguns dos atrativos do celular, como também a facilidade de compra e possibilidade de aproximação entre as pessoas, através várias formas de comunicação oferecidas pelo aparelho. Centenas de modelos e marcas são comercializadas e estão sempre evoluindo. Os aparelhos antigos se restringiam apenas a receber e originar chamadas, hoje com o avanço da tecnologia estes se tornaram uma ferramenta útil e 36 indispensável para a maioria da população. Os modelos mais recentes possuem convergência tecnológica de mídias digitais em um único dispositivo, além das aplicações básicas de um aparelho celular, acumula também diversos serviços de outros dispositivos como câmera, TV, tablet e ainda possui sistema operacional semelhante a um computador. Algumas das principais funções dos dispositivos móveis são vistos na Tabela 1. Tabela 1:Principais funções dos aparelhos móveis. SERVIÇOS FUNÇÕES SMS (Short Message Service): Disponibilidade para telefones celulares digitais enviar mensagens curtas. Quando se deseja apenas dar um recado, sendo assim se gasta menos do que efetuar uma ligação. Bluetooth: Provê uma maneira de conectar e trocar informações entre dispositivos a curta distância. Troca de dados em alta velocidade sem tarifação. MP3 player: Compressão de áudio com perdas imperceptíveis ao ouvido humano. Possibilidade de ouvir músicas através do celular, ocupando pouco espaço na memória. GPS: Conjunto de satélites para o posicionamento do cliente, conta com um sistema de informação eletrônico que fornece a um aparelho receptor móvel a posição do mesmo. Possibilidade de localização própria e de outras pessoas que possuem o mesmo serviço. Conforme visto na Tabela 1, com o avanço da tecnologia móvel, foram incorporadas mais funções aos aparelhos, além da comunicação por voz. Almeida (2011) afirma que atualmente existe a constante necessidade de agregar serviços e em uma menor quantidade de equipamentos, de forma que seja possível realizar diversas atividades com um único dispositivo. Com o processo de convergência tecnológica, diversos recursos estão sendo agregados ao telefone celular de forma a expandir sua funcionalidade e reduzindo a quantidade de dispositivos necessários para cada função, facilitando o cotidiano dos usuários. 37 No Tópico 3.2 será visto como a mobilidade e interatividade provenientes da convergência tecnológica podem promover novas experiências no campo da comunicação e relações interpessoais. 3.2 CONVERGÊNCIA TECNOLÓGICA: MOBILIDADE E INTERATIVIDADE 3.2.1 Mobilidade Desde a década de 90, a convergência dos recursos multimídias, oriunda da evolução da tecnologia digital, possibilitou a integração de texto, áudio, imagem e números numa mesma plataforma. Naquela época, devido ao crescimento do consumo de informações multimídia, a convergência tecnológica passou pela implantação e digitalização das informações. Desta forma, foi possível a integração de vários serviços e recursos na plataforma da telefonia móvel (SQUIRRA, 2005). Squirra (2005) afirma que convergência é a integração tecnológica em uma base comum, uma vez que mesmo os tipos da tecnologia serem distintos, elas permitem um princípio simples que é a comunicação direta entre usuários através de um conjunto de conexões em um meio não físico e sistemas de disponibilização e interpretações de informações. Desta forma, permitem trocas de grandes volumes de dados a partir de grande conjunto de interfaces que possibilitam o acesso à informação em tempo real, como acessar a internet no telefone celular. Sendo assim, entende-se que a convergência refere-se a mudanças no campo da tecnologia, no mercado, na cultura e na sociedade. Atualmente, o telefone celular é um aparelho de entretenimento multifuncional. Os dispositivos incorporaram imagem, música, vídeo, texto, e- mail, GPS e acesso à Internet o que permite aos usuários terem acesso à diversos recursos e manterem contato com outros usuários mesmo em movimento, devido à mobilidade proporcionada por este dispositivo (MANTOVANI, 2006). 38 O dispositivo móvel permite aos usuários usufruírem dos recursos disponibilizados com mobilidade, seja em casa, escola, trabalho ou andando nas ruas. O telefone celular faz parte do cotidiano de executivos e outros profissionais que necessitam de acesso às informações importantes constantemente e comunicação instantânea através de diversos recursos, além da conversação por voz, mas também a comunicação por e-mail, mensageiros instantâneos e redes sociais, por exemplo (JENKINS, 2009). Assim, a vida pessoal e profissional dos usuários está sendo impactada direta ou indiretamente. O telefone celular tornou-se um dos principais dispositivos móveis que possibilita suporte à Internet móvel. A participação dos usuários sofreu além de um aumento, uma mudança que possibilitou novas formas de comunicação além dos serviços básicos já utilizados como a conversação por voz e mensagem de texto (SMS) (JENKINS, 2009). 3.2.2 Interatividade Segundo Antunes (2011) interatividade refere-se a instâncias mais concretas, que podem ser a demonstração e o manejo de um equipamento, como um microcomputador e também dimensões mais complexas como a relação do indivíduo com o meio e o objeto do foco. Em linhas gerais, está ligada às novidades tecnológicas da informação, principalmente quando existem no procedimento de comunicação com o dispositivo e sua interface. Desta forma, com o relacionamento entre os usuários do serviço móvel celular é possível estabelecer através do aparelho, uma comunicação que agrega vários elementos da participação presencial, pois há a possibilidade de manipular a voz, o som do ambiente e a imagem dos envolvidos. Como mídia de socialização, em relação aos elementos que são inseridos nas mensagens, tais como: o tom de voz, a possibilidade de intervenção, apropriação e inserção (imagens, sons, vídeos, documentos, caracteres de expressão). Assim, configura-se uma interatividade de troca de experiências de cunho emocional, por exemplo, reforçado por recursos podem intensificar as emoções e 39 sentimentos, utilizando recursos audiovisuais como imagens e vídeos. (MANTOVANI, 2006). Straubhaar e LaRose (2004) afirmam que a tecnologia é um agente transformador e ocasiona impactos sociais. Do ponto de vista filosófico e tecnológico, uma corrente de teoria que busca entender a tecnologia indo além da necessidade como um estilo de vida, que ganha força com sua utilidade, onde possibilita relacionar a industrialização da telefonia móvel, com o pensamento de Aristóteles sobre a tecnologia, como ferramenta para o ser humano se realizar de forma plena. Merije (2012) afirma que o formato (design) e aplicações dos aparelhos celulares tiveram evoluções, como a reprodução de toques polifônicos e no formato digital MP3 com voz e instrumentos musicais simultaneamente, bem como o aumento do tamanho da tela e qualidade de resolução com milhões de cores e touchscreen (tela com sensibilidade ao toque). Com o avanço das gerações da telefonia móvel houve um crescimento das taxas de troca de dados, aumento e melhoria das conexões e velocidade de navegação na Internet e aparelhos com mais recursos. Segundo Sakfo & Brake (2010), foram acrescidos mais recursos de modo que a comunicação de dados, tais como: Os telefones celulares atuais possuem outras características além de fazer uma simples chamada telefônica. Os aparelhos celulares agora podem enviar mensagens de texto; realizar navegação na Internet; reproduzir música MP3; gravar memorandos; organizar informações pessoais, contatos e calendários; enviar e receber e-mails e mensagens instantâneas; gravar, enviar, receber e assistir a imagens e vídeos usando câmeras e filmadoras embutidas; executar diferentes toques, jogos e rádio; realizar push-to-talk (PTT); utilizar infravermelho e conectividade Bluetooth; realizar vídeo-chamadas e servir como um modem sem fio para um PC (SAFKO & BRAKE, 2010, p.266). Ferreira (2012) afirma que levando em consideração a diversidade de serviços e a convergência, os aparelhos celulares ofertam uma gama de recursos para o aprendizado. Possibilita o compartilhamento de ideias e informações, experiências, acesso a uma diversidade de serviços úteis e complementos didáticos audiovisuais, e até jogos. Segundo Merije (2012) a combinação de serviçosdos telefones móveis e smartphones com os recursos da Internet possibilitaram acessar e compartilhar 40 conteúdo digital, que permite uma nova forma de aprendizado. Assim, os setores de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) desenvolvem recursos como softwares para uma adaptação de didática de conteúdo escolar através de dispositivos móveis. Fedoce e Squirra (2011) afirmam que as escolas de forma geral necessitam atentar-se para as inovações, uma vez que as formas de ensino e aprendizado passam por mudanças muito significativas, sendo que novas tendências estão determinando e concebendo os paradigmas pedagógicos, alterações relacionadas à difusão da Tecnologia da Informação (TI). Mülbert e Pereira (2011) afirmam que a inovação da tecnologia proveniente da evolução das telecomunicações vem possibilitando acesso a diversas formas de aprendizado. Assim, tornou-se possível a utilização de aparelhos móveis como os smartphones e tablets que possibilitam mobilidade para os mecanismos de educação ao invés de um microcomputador. Desta forma são criadas circunstâncias para o progresso de exercícios de ensino-aprendizagem com equipamentos móveis e portáteis. Tarouco (2004) elucida o método de ensino e aprendizagem, escolas e professores utilizam principalmente smartphones para apoio pedagógico no aprendizado móvel. A Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) junto à telefonia móvel está num processo contínuo de mudanças e isso reflete na alteração do cotidiano de vários segmentos na sociedade. Sendo assim, o segmento educacional também vem se adaptando a estas tecnologias, e desta forma ocorre o crescimento da interatividade e acessibilidade à informação (FONSECA, 2013). O Tópico 3.3 abordará como a inserção da tecnologia e mídias digitais aliadas aos telefones celulares e smartphones colabora para o processo de ensino-aprendizagem de forma e gerar novas experiências e intensificação do aprendizado, tornado o educando mais ativo neste processo. 41 3.3 MÍDIAS DIGITAIS E APRENDIZAGEM (M-LEARNING): APROPRIAÇÃO DE TELEFONES CELULARES PARA O ENSINO APRENDIZAGEM M-learnig ou mobile learning (aprendizado móvel) como concepção do aprendizado entregue ou suportado por aparelhos manuais portáteis smartphones, PDAs (Personal Digital Assistant) e diversos outros equipamentos portáteis que operam com o carregamento e manipulação de informação (MÜLBERT e PEREIRA, 2011). Para Fedoce e Squirra (2011) a difusão das mídias e tecnologias digitais foi capaz de conceber novas experiências na área da educação, como uma viagem virtual a uma cidade histórica ou um famoso museu de arte contemporânea, por exemplo, e desta forma as instituições escolares ganham novos recursos para a propagação do conhecimento. A forma de ensino onde o professor detém a informação e passa aos alunos esse conhecimento os quais recebem de forma passiva, logo abre espaço para o padrão de aprendizado, onde o aluno tem maior participação na própria formação, e muitas vezes buscam informações que lhe interessam por conta própria e compartilham com os educadores e os outros alunos da classe. Segundo Merije (2012), os aparelhos celulares e smartphones são os mais adequados para apoio no ensino escolar, sendo assim são mais acessíveis e não representam custos para as instituições escolares, pois são dispositivos de uso comum e que todos os alunos utilizam em locais diversos. Fonseca (2013) descreve o projeto Minha Vida Mobile – MVMob idealizado por Wagner Merije e que está em desenvolvimento desde 2005, o qual qualifica alunos e professores para produzirem material audiovisual com a utilização de celulares e smartphones, gerando imagens e áudio. Segundo o realizador do projeto, Merije, as atribuições da proposta produzem atividades de interpretação, associação, classificação, ordenação, relação coletiva, emancipação, inventividade, em uma metodologia de combinação visual com o conhecimento do desempenho social dos aprendizes. Para esta finalidade, o projeto prepara oficinas de criação de vídeos, fotos, áudios e sinopse a partir do telefone celular, 42 contempla e coordena exposições dos trabalhos realizados, da mesma forma gera instruções e materiais de apoio pedagógico. Para Merije (2012), esta forma de aprendizado demonstra ser mais agradável e conveniente para os alunos, porque utiliza o telefone celular, que faz parte do cotidiano deles. Fonseca (2012) afirma que a tecnologia é tida como forma de progresso quando comparada ao passado do ensino-aprendizagem e há inovações quando é acrescentada tecnologia no processo de aprendizado. Para Fedoce e Squirra (2011) a telefonia móvel é capaz de convergir com outros métodos e mídias de forma a ser um complemento para os métodos de aprendizagem e têm potencial para completar as práticas de estudo, possibilitando a expansão do ambiente educacional, contribuindo para a comunidade inteiramente. Fedoce e Squirra (2011) citam Martín Restrepo, fundador da editora Editacuja, o qual afirma que está se adentrando numa época em que a tecnologia tende a convergir, onde, telefone celular não deve ter o uso proibido no ambiente escolar, mas sim ser incentivado, pois é um dispositivo que agrega muito valor para os alunos, no âmbito educacional. Fedoce e Squirra (2011) afirmam que com base na fusão de três campos aparentemente isolados numa abrangência com finalidade em salientar potenciais e tendências da tecnologia e da comunicação para a metodologia de ensino-aprendizagem, surgem três atributos essenciais da área do conhecimento: convergência, interatividade e mobilidade. O conhecimento vai além da instituição educacional e amplifica a interatividade com o meio social e universal, a mobilidade possibilita a prática do ensino-aprendizagem em qualquer momento e local e em diversas plataformas multimídias, sendo a mais presente o telefone celular e smartphones, uma vez que a referência presencial e as distâncias tendem a convergir num exemplo de aprendizagem sempre mais multimídia. Neste Capítulo foram vistos os principais serviços disponibilizados nos telefones celulares, frutos da evolução através das gerações e da convergência tecnológica e a maneira que o aparelho celular pode contribuir para o aprendizado no ambiente escolar. O Capítulo 4 abordará o estudo de caso deste trabalho, identificando os pontos negativos e positivos do uso do aparelho móvel. 42 CAPÍTULO 4 NOMOFOBIA Com a expansão da telefonia móvel, diversos recursos são agregados ao aparelho, desde uma simples chamada e conexão com a web até as redes sociais. Com a utilização cada vez mais frequente do telefone celular, muitas pessoas passam a ter uma dependência excessiva do aparelho. Neste Capítulo, serão abordados alguns fatores que podem levar as pessoas a ficarem dependentes do aparelho celular. 4.1 CONCEITO DE FOBIA Segundo Louzã Neto (2010), fobia é uma palavra grega Phobos que significa medo. Ela consiste em um distúrbio de ansiedade, onde a pessoa que sofre dessa fobia tenta evitar objetos e situações que levam a sentir esse medo excessivo. Por causa dessa condição, aqueles que sofrem dessa doença mudam totalmente a sua rotina de vida como trabalho e lugares aos quais vão frequentar. Na Tabela 2 serão vistos três tipos principais de fobia. Tabela 2: Tipos de Fobia. Agorafobia: medo de espaços abertos, multidões, etc. Neste caso a pessoa tem medo de sair de casa, entrar em lugares cheios como shoppings e lojas e tem medo de viajarem sozinhos. Fobia social: medo de ficarem expostas que ficam emmeio a pequenos grupos, isso acontece em reuniões, restaurantes, ou lugares que a pessoa tenha que de alguma forma expor o seu íntimo para aqueles que estão a sua volta. Fobias específicas: são fobias estritas a algum objeto ou uma situação específica, tais como animas inofensivos (zoofobia), altura (acrofobia), trovões e relâmpagos (astrofobia), voar, espaços fechados (claustrofobia), doenças (nosofobia), entre outros. 44 A fobia geralmente causa desconforto e danos psicológicos à pessoa que sofre da mesma. Em muitos casos, o acompanhamento e tratamento por um profissional se faz necessário para reduzir e até curar a pessoa afetada pelo problema. No Tópico 4.2 será visto o vício e os fatores que levam a desenvolver e adquirir o mesmo. 4.2 CONCEITO DE VÍCIO Oliveira (2014) conceitua o vício sendo um comportamento repetitivo que degrada ou gera algum prejuízo ao usuário e aos que estão a sua volta. Pode ser caracterizado como uma disposição para prática de algum mal. De acordo com Gigliotti (2011), atualmente há uma grande oferta de substâncias e situações que causam o vício. Não se trata mais somente do consumo de substâncias químicas, mas também de vários comportamentos, como a compulsão pelo uso da internet ou compras. O vício é em parte inato e adquirido. Inato, quando encontra em nós uma predisposição, às vezes até genética ou hereditária, seja para a prática do bem seja para a prática do mal. Adquirido em decorrência de muito esforço; o vício, que também cria raízes profundas e até dependência física, por concessões nossas e influências externas ou do ambiente (OLIVEIRA, 2010). Segundo Romanzoti (2011), para o campo da medicina foi criada uma nova definição de vício pela Sociedade Americana de Medicina do Vício (ASAM), que é uma desordenação cerebral crônica e não somente um distúrbio comportamental que refere-se a drogas, álcool e sexo, por exemplo. A Sociedade Americana de Medicina do Vício (ASAM) afirma que no seu fundamento, o vício não é somente um problema social, moral ou criminal. É um problema cerebral cujas condutas se apresentam em todas essas outras áreas. Esta definição da mesma forma explica o vício como uma doença primária, significando que não resulta de outras circunstâncias, como desordens de cunho emocional ou psiquiátrico. Como doenças cardiovasculares e diabetes, o vício é 45 caracterizado como uma enfermidade crônica, e desta forma deve ser cuidado e monitorado (MILLER; HAJELA, 2011). Romanzoti (2011) ainda afirma que pesquisas evidenciaram que o vício acomete os circuitos de compensação do cérebro, de modo que as lembranças de experiências precedentes com drogas, sexo ou jogos, por exemplo, ativam o desejo e demais comportamentos de dependência. O vício afeta também pessoas ligadas diretamente à utilização da tecnologia, como os usuários de dispositivos móveis, que através da mobilidade oferecida pelos aparelhos, podem usar os mesmos em demasia para interagir com o mundo virtual, podendo adquirir um vício, caracterizado pela dependência dos aparelhos móveis. No Tópico 4.3 será mostrado como a utilização excessiva do telefone celular pode causar uma dependência aos usuários, a nomofobia7. 4.3 NOMOFOBIA: DEPENDÊNCIA EXCESSIVA DO TELEFONE CELULAR Segundo Sartorelli (2010) o telefone celular se tornou indispensável no cotidiano. Existem pessoas que possuem mais de um aparelho e o vício faz com que queiram utilizar o celular quase todo o tempo, em todos os lugares, como sala de aula e aviões. A dependência do telefone celular e a angústia de não poder utilizá-lo em determinadas situações caracteriza a nomofobia. Os sintomas são variados. Há uma grande preocupação com o telefone celular como não deixá-lo com bateria descarregada e preferir carregar o aparelho em mãos que carregá-lo no bolso. Os principais sintomas são tremor, sudorese excessiva, falta de ar, vertigem, náuseas, taquicardia, dor de cabeça e, em casos mais extremos, depressão e até mesmo síndrome do pânico. Em casos mais graves, o vício pode provocar mudança de humor, respiração, taquicardia, ansiedade e nervosismo (LEMES, 2010). Ainda Sartorelli (2010) afirma que, no ponto de vista do psicólogo Cristiano Nabuco, coordenador do Grupo de Dependentes de Internet do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP, em alguns casos o celular acaba 7 Nomofobia: O nome é formado a partir da expressão “no mobile”, ou seja, medo de ficar sem o celular, problema ligado também à abstinência de Internet. 46 funcionando como escape, porque serve para aplacar a ansiedade. Há reações físicas extremas semelhantes à privação por álcool, mas os sintomas são mais identificados em nível psicológico. Não é sempre que quem é portador da nomofobia consegue perceber os sintomas. É normal que alguém próximo alerte sobre hábitos exagerados. Esse tipo de situação é comum quando jovens não deixam o celular. Geralmente se adaptam melhor às novas tecnologias e produtos de última Geração – a adolescência é fase em que a nomofobia é mais evidente. Segundo Medeiros (2011), o vício gera um impacto severo na qualidade de vida: A pessoa não tem outras fontes de prazer, passa a se desinteressar por atividades sociais, afetivas e de lazer que anteriormente gostava. Ela tem uma relação exclusiva com o objeto de sua dependência e passa a gastar cada vez mais horas do seu dia a determinada situação. A psicóloga lembra que, no caso da dependência por celular ou Internet, o problema pode ser camuflado, já que a sociedade aceita o uso abusivo dessas tecnologias. A nomofobia pode acometer pessoas bem-adaptadas, que trabalham, estudam ou são casadas. Por isso, o problema não chama a atenção, são poucos sinais visíveis que denunciam a dependência (MEDEIROS, 2011, p.1). Medeiros (2011) ainda afirma que os alvos frequentes desse tipo de distúrbio são os adolescentes e os adultos com mais de 40 anos, e na visão da psicóloga Juliana de Bizeto o fator de risco para que a dependência se desenvolva é quando acontece um evento traumático, como um divórcio, a perda de emprego ou a morte de um ente querido. O abuso funciona como a única válvula de escape da pessoa, que passa a ter uma vida empobrecida e um campo de atuação muito restrito. A psicóloga lembra que os critérios de diagnóstico se apoiam na presença de três traços: exclusividade, tolerância e abstinência. Exclusividade, porque a tecnologia é a única fonte de prazer; tolerância, porque a pessoa passa a gastar um tempo cada vez maior com essa tecnologia; e abstinência, porque a pessoa apresenta sintomas desagradáveis quando está sem o aparelho, como irritabilidade, agitação e taquicardia. Medeiros (2011) afirma que o instituto francês de pesquisas de mercado IPSOS publicou um estudo sobre o impacto do celular na vida cotidiana e mostrou como esse aparelho mudou a vida dos usuários. A empresa realizou as mil entrevistas com pessoas de ambos os sexos, de todas as classes sociais e 47 com mais de 16 anos de idade, em 70 cidades e 09 regiões metropolitanas. Os resultados revelaram que 18% dos brasileiros admitiram ter dependência dos seus aparelhos. Oliveira (2013) afirma que em países do Oriente como China, Coréia do Sul e Japão é considerada questão de saúde pública o vício em tecnologia. O governo desses países criaram programas para tentar resolver o problema. No Japão, o Ministério da Educação criou um projeto que irá atender a 5 mil adolescentes. Será utilizada psicoterapia e os jovens terão que ter um convívio
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