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Telefonia Móvel Evolução e dependência

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA 
FLUMINENSE CAMPUS CAMPOS CENTRO 
GRADUAÇÃO EM TECNOLOGIA EM SISTEMAS DE TELECOMUNICAÇÕES 
 
 
 
 
 
DANUSA DOS SANTOS RODRIGUES 
DOUGLAS BENTO FARIA 
JONATHAN PESSANHA DE ALMEIDA AZEVEDO 
 
 
 
 
 
 
TELEFONIA MÓVEL: EVOLUÇÃO E DEPENDÊNCIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAMPOS DOS GOYTACAZES, RJ 
Abril de 2015 
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA 
FLUMINENSE CAMPUS CAMPOS CENTRO 
GRADUAÇÃO EM TECNOLOGIA EM SISTEMAS DE TELECOMUNICAÇÕES 
 
 
 
 
DANUSA DOS SANTOS 
DOUGLAS BENTO FARIA 
JONATHAN PESSANHA DE ALMEIDA AZEVEDO 
 
 
 
TELEFONIA MÓVEL: EVOLUÇÃO E DEPENDÊNCIA 
 
 
 
Monografia apresentada ao Instituto 
Federal Fluminense - IFF Campus 
Campos Centro como requisito parcial 
para conclusão do curso Superior de 
Tecnologia em Sistemas de 
Telecomunicações. 
 
 
 
 
 
 
Orientadora: Suélly Lima dos Santos M.Sc. 
 
 
 
 
 
 
 
CAMPOS DOS GOYTACAZES, RJ 
Abril de 2015 
 
 
 
TELEFONIA MÓVEL: EVOLUÇÃO E DEPENDÊNCIA 
 
 
 
 
Monografia apresentada ao Instituto 
Federal Fluminense - IFF Campus 
Campos Centro como requisito parcial 
para conclusão do curso Superior de 
Tecnologia em Sistemas de 
Telecomunicações. 
 
 
 
Aprovada em 09 de abril de 2015. 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
Profª. Suélly Lima dos Santos, MSc (Orientadora) 
Instituto Federal Fluminense-IFF/Campos Campus Centro 
 
 
 
 Profª. Claudia Boechat Seufitelli, MSc 
Instituto Federal Fluminense - IFF/Campos Campus Centro 
 
 
___________________________________________________________________ 
Prof. Wilton do Nascimento Ribeiro 
Instituto Federal Fluminense - IFF/Campos Campus Centro 
 
 
___________________________________________________________________ 
Profª. Cintia de Lima Rangel, MSc 
Instituto Federal Fluminense - IFF/Campos Campus Centro 
 
 
 
 
 
CAMPOS DOS GOYTACAZES, RJ 
2015 
iv 
 
 
 
AGRADECIMENTO 
 
 
 
Agradecemos, 
Ao nosso Deus a quem podemos contar sempre. 
Ao Instituto Federal Fluminense (IFF), pela infraestrutura e apoio na nossa formação. 
À professora e coordenadora do curso Suélly Lima dos Santos, pelo convívio, 
pelo apoio, pela compreensão e pela amizade. 
A todos os professores do curso, que foram tão importantes nas nossas vidas 
acadêmicas e no desenvolvimento desta monografia. 
Aos colegas de curso pelo convívio e apoio, neste período de estudo, e por incentivo 
para continuar até a conclusão do curso. 
A todos os que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste 
trabalho. 
Aos familiares e amigos pelo incentivo e pelo apoio constantes. 
Nosso agradecimento e profundo respeito a todos.
v 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O homem nasce livre e em toda parte 
ele é acorrentado. Muitas vezes um 
homem acredita ser o mestre de outros, 
o que o torna nada mais que um 
escravo. Como esta mudança ocorreu? 
Eu não sei. Como posso legitimá-la? 
Para esta questão eu espero conseguir 
dar uma resposta. 
 
Rousseau, O Contrato social.
vi 
 
 
RESUMO 
 
 
O processo evolutivo da telefonia móvel transformou a comunicação. Além da 
própria internet, a tecnologia móvel é a base da principal revolução tecnológica do 
século XXI. Ao permitir ao usuário se comunicar a qualquer momento em 
praticamente todo lugar, a mobilidade modifica a maneira de interação dos seres 
humanos, suas relações sociais, familiares, afetivas e profissionais. O objetivo desta 
monografia é apresentar os efeitos causados pela dependência do telefone celular 
devido à grande quantidade de recursos disponibilizados refletindo, às vezes, no 
convívio social, portanto, para realização desta pesquisa que identificará essa 
realidade, o resultado foi apoiado em forma de questionário fechado para usuários 
de telefonia móvel. Para obter informações a respeito do grau de utilização e 
dependência do serviço móvel celular, os resultados obtidos deste estudo servem de 
base de conhecimento e colaboram com o entendimento das características 
evolutivas da telefonia móvel e o impacto nas relações sociais dos usuários de forma 
mais abrangente, sendo verificado que grande parte dos usuários são afetados pela 
dependência chamada nomofobia, que trata-se da dependência excessiva do 
dispositivo móvel celular e Internet. 
 
Palavras-chave: Telefonia móvel celular. Evolução tecnológica. Dependência 
tecnológica. Mobilidade.
vii 
 
 
ABSTRACT 
 
 
The evolutionary process of mobile telephony has made communication. Besides 
its own internet, mobile technology is the basis of the principal technological 
revolution of the XXI century. By allowing the user to communicate at any time just 
about everywhere, mobility changes the way of interaction of human beings, their 
social, family, emotional and professional. The purpose of this monograph is to 
present the effects caused by cell phone dependence due to the large amount of 
available resources reflecting sometimes in social life, so for this research will identify 
this reality, the result was supported in a closed questionnaire for mobile phone 
users. For information about the degree of use and dependence of mobile services, 
the results of this study are the basis of knowledge and collaborate with the 
understanding of evolutionary features of mobile telephony and the impact on social 
relations of users more widely, and found that most users are affected by addiction 
called nomofobia, that it is the dependence on mobile phone and Internet. 
 
Keywords: Mobile telephony. Technological developments. Technological 
 dependence. Mobility
viii 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
FIGURA 01: Comunicação entre a ERB e a EM ...................................................... 34 
FIGURA 02: Quantidade de aparelhos que os entrevistados possuem ................... 55 
FIGURA 03: Frequência de chamadas realizadas diariamente ............................... 55 
FIGURA 04: Quantidade de mensagens de texto (SMS) enviadas diariamente ..... 56 
FIGURA 05: Frequência de acesso à Internet diariamente pelo aparelho ............... 56 
FIGURA 06: Frequência de atualização de informações nas redes sociais ............ 57 
FIGURA 07: Frequência de tempo sem acesso à Internet no aparelho ................... 57 
FIGURA 08: Frequência de acesso à Internet no dispositivo em locais públicos ... 58 
FIGURA 09: Frequência anual de troca de aparelho ............................................... 58 
FIGURA 10: Frequência de incômodo quando não é possível utilizar o aparelho.. 59 
FIGURA 11: Utilização do aparelho para apoio no ambiente escolar ...................... 59 
FIGURA 12: Utilização do aparelho para apoio no ambiente profissional .............. 60 
FIGURA 13: Importância de suporte à instalação de aplicativos no aparelho ........ 60
ix 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
 
TABELA 01: Principais funções dos aparelhos móveis ............................................ 36 
TABELA 02: Tipos de fobia ....................................................................................... 43
x 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
1G - Primeira geração de telefonia móvel. 
2G - Segunda geração de telefonia móvel. 
2,5G - Geração intermediária de telefonia móvel. 
3G - Terceira geração de telefonia móvel. 
4G - Quarta geração de telefonia móvel. 
5G - Quinta geração de telefonia móvel. 
AMPS - Advanced Mobile PhoneServices – Sistema Avançado de Telefonia 
Móvel. 
ANATEL - Agência Nacional de Telecomunicações. 
ARFCN - Absolute Radio Frequency Channel Number - Número Absoluto de 
Canal de Radiofrequência. 
DAMPS - Digital Advanced Mobile Phone System - Sistema Avançado de 
Telefonia Móvel Digital. 
EDGE - Enhanced Data Rates for GSM Evolution - Taxas de Dados Ampliados 
para Evolução Global. 
GPS - Global Positioning System – Sistema de Posicionamento Global. 
GSM - Global System for Mobile Communications – Sistema Global para 
Comunicações Móveis). 
IMT-2000 - International Mobile Telecommunications2000 - Telecomunicação 
Móvel Internacional 2000. 
JTACS - Japan Total Access Communications Systems - Sistema de 
Comunicação de Acesso Total do Japão. 
PDA - Personal Digital Assistant – Assistente Digital Pessoal. 
MMS - MultimediaMessaging Service – Serviço de Mensagem Multimídia. 
NMT - Nordic Mobile Telephones system – Sistema Nórdico de Telefones 
Móveis. 
SMS - Short Message Service – Serviço de Mensagem Curta. 
TACS - Total Access Communication System – Sistema de Comunicação de 
AcessoTotal. 
TDMA - Time Division Multiple Access – Acesso Múltiplo por Divisão de Tempo. 
UIT - União Internacional de Telecomunicações.
xi 
 
 
SUMÁRIO 
 
AGRADECIMENTO....................................................................................................iv 
EPÍGRAFE.................................................................................................................v 
RESUMO....................................................................................................................vi 
ABSTRACT.................................................................................................................vii 
LISTA DE FIGURAS .................................................................................................viii 
LISTA DE TABELAS .................................................................................................ix 
LISTA DE SIGLAS......................................................................................................x 
CAPÍTULO I 
INTRODUÇÃO ...............................................................................................14 
1.1.1 Objetivo Geral ..................................................................................15 
1.1.2 Objetivo Específico ..........................................................................15 
1.2 JUSTIFICATIVA ..................................................................................15 
1.3 METODOLOGIA .................................................................................16 
1.4 CONSIDERAÇÕES INICIAS...............................................................16 
1.5 DESCRIÇÃO DO PROBLEMA............................................................17 
1.6 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO .......................................................17 
 
CAPÍTULO II 
TELEFONIA MÓVEL CELULAR......................................................................19 
2.1 EVOLUÇÃO DA TELEFONIA MÓVEL CELULAR................................19 
2.2 PRIMEIRA GERAÇÃO DE TELEFONIA MÓVEL (1G)....................... 22 
2.3 SEGUNDA GERAÇÃO DE TELEFONIA MÓVEL (2G)....................... 23 
2.3.1TDMA ........................................................................................... 24 
2.3.2CDMA .............................................................................................24 
2.3.3GSM ............................................................................................. 25 
2.4 GERAÇÃO INTERMEDIÁRIA (2,5G).................................................. 26 
2.4.1GPRS............................................................................................ 26 
2.4.2 EDGE ......................................................................................... 27 
2.4.3 CDMA-2000 1X ........................................................................... 27 
xii 
 
2.5 TERCEIRA GERAÇÃO DE TELEFONIA MÓVEL (3G)...................... 28 
 
2.5.1UMTS .......................................................................................... 29 
2.5.2 CDMA 1XEV-DO......................................................................... 29 
2.5.3 CDMA 1XEV-DV........................................................................... 29 
2.5.4 HSDPA/HSUPA............................................................................ 30 
2.6 QUARTA GERAÇÃO DE TELEFONIA MÓVEL (4G)........................... 30 
2.7 QUINTA GERAÇÃO DE TELEFONIA MÓVEL (5G) ........................... 32 
2.8 REDE DE TELEFONIA MÓVEL ......................................................... 32 
2.8.1 Central de Comutação e Controle (CCC) ................................... 33 
2.8.2 Estação Rádio Base (ERB) ........................................................ 33 
2.8.3 Estação Móvel (EM) ................................................................... 33 
CAPÍTULO III 
SERVIÇOS E FACILIDADES DO TELEFONE CELULAR ............................ 35 
3.1 PRINCIPAIS SERVIÇOS DO TELEFONE CELULAR ........................ 35 
3.2 CONVERGÊNCIA TECNOLÓGICA: MOBILIDADE E 
INTERATIVIDADE ............................................................................... 37 
3.2.1 Mobilidade................................................................................... 37 
3.2.2 Interatividade................................................................................ 38 
3.3 MÍDIAS DIGITAIS E APRENDIZAGEM (M-LEARNING): 
APROPRIAÇÃO DE TELEFONES CELULARES PARA O ENSINO 
APRENDIZAGEM ............................................................................... 41 
CAPÍTULO IV 
NOMOFOBIA: DEPENDÊNCIA EXCESSIVA DO TELEFONE 
CELULAR ................................................................................................................. 43 
4.1 CONCEITO DE FOBIA ........................................................................ 43 
4.2 CONCEITO DE VÍCIO ......................................................................... 44 
4.3 NOMOFOBIA: DEPENDÊNCIA EXCESSIVA DO TELEFONE 
 CELULAR ............................................................................................ 45 
4.4 NATIVOS DIGITAIS X IMIGRANTES DIGITAIS .................................. 50 
4.4.1 Nativos Digitais.............................................................................. 50 
4.4.2 Imigrantes Digitais......................................................................... 51 
CAPÍTULO V 
METODOLOGIA ............................................................................................... 53 
xiii 
 
5.1 METODOLOGIA APLICADA ................................................................. 53 
5.2 RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................. 54 
CAPÍTULO VI 
CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................... 63 
6.2 CONCLUSÃO DO QUESTIONÁRIO................................................... 64 
6.3 ESTUDO FUTURO.............................................................................. 67 
CAPÍTULO VII 
REFERÊNCIAS ................................................................................................. 68 
APÊNDICE A ..................................................................................................... 73 
12 
 
 
 
CAPÍTULO 1 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
Antigamente os telefones celulares eram utilizados apenas para 
comunicação por voz, pois possuíam poucos recursos e funções. Com a 
evolução da tecnologia foi incorporado nos dispositivos atuais novos recursos e 
serviços que permitem a utilização da Internet para troca dedados. 
O acesso aos serviços de telefonia móvel permite que as pessoas estejam 
conectadas virtualmente e tenham acesso às informações em todo canto do 
mundo. Como forma de romper barreiras nas transmissões de dados entre 
dispositivos que dispensem o uso de fios e cabos, surgem entre as chamadas 
Redes Sem Fio. 
Com a implantação e popularização da telefonia móvel, uma nova visão de 
mundo e comportamento foi definida, não apenas pela evolução que 
proporcionou, mas pela mudança na forma de se comunicar. A telefonia celular 
promoveu avanços que fazem parte do cotidiano das pessoas, tanto na 
comunicação, na disponibilização de serviços e na operabilidade e conforto que 
toda tecnologia proporciona (TAVARES, 2004). 
A constante evolução da telefonia móvel e disponibilização de novos 
recursos podem refletir numa dependência do uso do aparelho. Portanto este 
trabalho visa mostrar como o desenvolvimento dos sistemas de telefonia se 
tornou essencial à sociedade e o modo que a dependência da utilização do 
aparelho vem se tornando comum. Portanto, este trabalho explica o 
desenvolvimento da telefonia celular, de acordo com suas gerações, onde expõe 
alguns efeitos que podem desencadear uma dependência conhecida como 
nomofobia. 
 
15 
 
 
1.1OBJETIVOS 
 
 
1.1.1 Objetivo Geral 
 
Identificar alguns efeitos que o aparelho celular pode oferecer à sociedade, 
em relação ao excesso de utilização. 
 
 
1.1.2 Objetivos Específicos 
 
• Mostrar como a utilização excessiva do telefone celular influencia na vida 
dos usuários e; 
• Apontar como a evolução da telefonia móvel e seus recursos facilitam o 
cotidiano dos usuários através de diversos serviços. 
 
 
1.2 JUSTIFICATIVA 
 
Com a evolução da telefonia móvel, as formas de comunicação são 
eficientes, sendo de grande valia para a disseminação de informações em 
escala global e de forma bastante ligeira. 
Em uma época de transformações, geradas pela crescente evolução 
tecnológica, é importante uma análise dos efeitos causados pelo crescimento da 
utilização da telefonia móvel e seus recursos. A comunicação móvel se reflete na 
sociedade, tornando-se um fenômeno de grande impacto social. 
Por estes motivos, o presente trabalho torna-se relevante, pois a escolha 
justifica-se pelo fato de as telecomunicações passarem pelo desafio de 
maximizar a contribuição com o desenvolvimento tecnológico, cultural e social. 
16 
 
 
 
1.3 METODOLOGIA 
 
De maneira geral, o trabalho de pesquisa se inicia pelo levantamento das 
bases bibliográficas para a coleta de informações, consultas em meios 
eletrônicos, periódicos técnicos, teses, dissertações, além de artigos científicos. 
Baseado numa análise qualitativa e quantitativa apoiada em questionários 
fechados (Apêndice A) com 40 usuários de telefone celular das operadoras 
Claro, Vivo, Tim, Oi que atuam na região Norte Fluminense, no qual a pesquisa 
foi realizada na cidade de Campos dos Goytacazes, RJ, com finalidade de 
identificar quais as facilidades e benefícios proporcionados e os possíveis efeitos 
que o dispositivo móvel pode gerar. 
Assim, a metodologia de um modo geral evoluiu de maneira significativa em 
relação aos critérios utilizados para a confecção desta pesquisa, uma vez que a 
mesma é um procedimento de aprendizagem e possui conjuntos de ações, que 
têm como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. 
 
 
1.4 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
 
Com o propósito de verificar a necessidade da telefonia móvel no cotidiano 
das pessoas e a interação com os recursos disponibilizados, propôs-se a 
realização de pesquisa para levantamento de informações sobre a frequência de 
utilização do aparelho pelos usuários, a forma de interação, tipos de serviços e 
aplicações. 
Logo, o estudo de caso foi realizado por meio de observações feitas no 
próprio ambiente escolar. É nele que transparece boa parte da experiência 
adquirida no contato com os usuários, com os colegas de curso, e com a 
orientadora, enfim, com todos os que de alguma forma depositaram e ampliaram 
os conceitos utilizados para a confecção deste trabalho. 
 
17 
 
 
 
1.5 DESCRIÇÃO DO PROBLEMA 
 
O tema telefonia móvel e sua influência nos parâmetros sociais é um 
assunto relevante e desafiador, uma vez que as características observadas 
como facilidade de comunicação, avanço tecnológico e convergência digital são 
bastante importantes. Neste âmbito, a comunicação atinge um nível que 
estimula as pessoas a aderirem à tecnologia e manter contato com mais 
frequência, interagindo de diversas maneiras, não somente com a conversa de 
voz e texto, mas também de forma multimídia. Logo, o problema deste trabalho é 
analisar os efeitos que o excesso do uso do aparelho móvel possa refletir no 
cotidiano do usuário aliado à necessidade de mobilidade e interatividade. 
 
 
 
1.6 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO 
 
Até o presente momento, foi feita uma introdução para que o leitor possa 
situar-se com os objetivos aqui traçados. Para um melhor entendimento do 
assunto abordado neste trabalho, será descrita a seguir a sequência da 
pesquisa sobre o conteúdo de cada parte do Capítulo. 
Este primeiro Capítulo apresentou as considerações iniciais, a descrição do 
problema da pesquisa, os objetivos que ressaltam sua importância e os pontos 
de motivação, a justificativa do tema para o desenvolvimento da pesquisa, a 
metodologia empregada e, por fim, a estrutura da obra em estudo. 
O Capítulo 2 explorará o histórico da telefonia móvel, além dos elementos 
básicos que compõem uma rede de Comunicação Móvel Celular, será descrito 
também, características das tecnologias das cinco gerações da telefonia móvel. 
No Capítulo 3 será apresentado os principais serviços disponibilizados nos 
telefones celulares, frutos da evolução através das gerações e da convergência 
tecnológica.
18 
 
 
O Capítulo 4 descreverá como a evolução dos serviços de telefonia móvel 
pode interferir no convívio social dos usuários, seja no cenário da educação ou 
no cotidiano. Também serão apresentadas as situações causadas pela 
dependência da utilização do telefone celular (nomofobia). 
O Capítulo 5 descreverá a elaboração, aplicação e resultados de entrevista 
apoiada no questionário fechado, realizada com usuários de telefonia celular. 
O Capítulo 6 foi reservado para as considerações finais, além de direcionar a 
discussão para uma reflexão de continuidade em pesquisas e estudos para 
trabalhos futuros. Também apresentará as referências estudadas para a 
elaboração deste trabalho. 
Apresenta-se, no Apêndice A, o questionário aplicado aos usuários de 
telefone celular, tendo como resultado fundamental a conclusão deste trabalho.
17 
 
 
 
CAPÍTULO 2 
 
TELEFONIA MÓVEL CELULAR 
 
Neste Capítulo serão descritos alguns acontecimentos que influenciaram o 
desenvolvimento da telefonia móvel celular, assim como, contribuíram para o 
surgimento da mesma. Será abordada também, a composição básica do 
Sistema Móvel Celular. 
 
 
2.1 EVOLUÇÃO DA TELEFONIA MÓVEL CELULAR 
 
Desde os primórdios da civilização, como na Grécia antiga, com o uso de 
sinais de fumaça como forma de comunicação, observa-se o desejo de 
comunicar-se livre de fios e aparatos (DIAS, 2001). A era da telefonia celular 
teve seu início efetivo nos anos 1990, quando o usuário podia obter o aparelho 
portátil embora suas dimensões iniciais fossem grandes (DIAS, 2001). Para a 
obtenção da portabilidade do aparelho celular, foi desenvolvido um sistema 
móvel sem fio, que permitiu a utilizaçãodo serviço móvel celular em qualquer 
lugar. 
O espectro de frequências, que constitui o meio de transmissão das redes 
móveis sem fio, precisa ser compartilhado entre os vários usuários do sistema. É 
sob este espectro que as técnicas de acesso múltiplo ao meio operam, 
garantindo um acesso compartilhado e com equidade para todos os terminais 
móveis (DIAS, 2001). As principais técnicas responsáveis pela divisão dos 
recursos de frequência em vários canais não interferentes possibilitando o 
acesso múltiplo dos usuários são FDMA (Frequency Division Multiple Access – 
Divisão de Frequência por Múltiplo Acesso), TDMA (Time Division Multiple 
Access – Divisão de Tempo por Múltiplo Acesso) e CDMA (Code Division 
Multiple Access – Divisão de Código por Múltiplo Acesso). 
Vários padrões para a telefonia celular foram adotados em diferentes países 
e ficaram conhecidos como sistemas de 1ª Geração (1G), entre eles podem-se 
citar: o AMPS (Advanced Mobile Telephone System–Sistema
 
20 
 
 
Avançado de Telefonia Móvel) nos Estados Unidos, o TACS (Total Access 
Communications System – Sistema de Comunicação de Acesso Total) no Reino 
Unido, o JTACS (Japan Total Access Communications Systems - Sistema de 
Comunicação de Acesso total do Japão) no Japão e o NMT (Nordic Mobile 
Telephones system – Sistema Nórdico de Telefones Móveis) nos países do norte 
europeu (Dinamarca, Finlândia, Suécia e Noruega). 
Os sistemas de 1G utilizam a transmissão de dados no modo analógico e a 
técnica de acesso ao meio utilizada é a FDMA. Os principais problemas com 
esses sistemas eram a baixa qualidade e capacidade dos canais de 
comunicação e a incompatibilidade entre os diversos sistemas existentes. 
Depois da primeira Geração de sistemas móveis veio a 2ª Geração (2G) 
numa tentativa de ampliar a capacidade dos sistemas existentes. O sistema 
AMPS evoluiu para o DAMPS (Digital Advanced Mobile Phone System - Sistema 
Avançado de Telefonia Móvel Digital) que utilizava TDMA, também conhecido 
por IS-54 (Interim Standard - 54- Padrão Interino - 54). Como uma alternativa ao 
IS-54 surgiu nos Estados Unidos o IS-95 (Interim Standard – 95 – Padrão 
Interino - 95), ainda na primeira metade da década de 90 e utilizava o CDMA, 
aumentando a capacidade em relação aos sistemas existentes. O IS-54 foi 
sucedido pelo IS-136 (Ínterim Standard - 136 - Padrão Interino - 136). Portanto, 
em meados da década de 90 dois sistemas móveis digitais competiam nas 
Américas na faixa de 800 MHz (DIAS, 2001). 
Com a 2ª Geração de celulares foram introduzidos novos serviços de 
comunicação de voz, com maior qualidade e capacidade de transmissão, 
possibilitando atender um maior número de usuários e, também, foram criados 
serviços de envio de dados como o SMS (Short Messages Service – Serviço de 
Mensagens Curtas) para transmissão de pequenos pacotes de dados. O SMS 
permite que o usuário envie e receba mensagens de texto de até 160 bytes1 
(DIAS, 2001). 
Ainda no início da década de 90 surgiu a 3ª Geração (3G) dos sistemas 
celulares, como proposta para o padrão global das comunicações móveis, com a 
disponibilidade de altas taxas de transmissão de dados possibilitando o suporte
 
1
Bytes: Sequência constituída de um número fixo de bits adjacentes, considerada como a unidade básica de 
informação, e cujo comprimento geralmente é constituído de 8bits, chamado de octeto. 
 
21 
 
 
a aplicativos multimídia e acesso à Internet. O IMT-2000 (International Mobile 
Telecommunications 2000 – Telecomunicação Móvel Internacional para o ano 
2000) está sendo desenvolvida pela ITU (International Telecommunication Union 
– União Internacional de Telecomunicações). Esses sistemas, que já se 
encontram em uso no Japão, disponibilizam serviços de voz, dados, e 
aplicações multimídia sobre as redes sem fio. A ideia é que o IMT-2000 
especifique uma “família de padrões” que disponibilize pelo menos taxas de 2 
Mbps (Mega bits por segundo) em ambientes indoor, 384 Kbps em ambientes de 
baixa mobilidade, 144 kbps (Kilo bits por segundo) em ambientes outdoor 
(DIAS,2001). 
Na Europa, no Japão e na América do Norte, os sistemas de terceira 
Geração já são fornecidos aos usuários. Já no Brasil, no início da década de 70 
foi implantado em Brasília um serviço anterior à tecnologia celular, contando com 
apenas 150 terminais sem fio. Em 1984, deu-se início à análise de sistemas de 
tecnologia celular que culminou na escolha do padrão americano AMPS1 como 
modelo a ser introduzido (foi implantado, também, em todos os outros países do 
continente americano e em alguns países da Ásia e Austrália). A primeira cidade 
a usar o serviço foi o Rio de Janeiro, em 1990, seguido por Brasília. Em São 
Paulo, considerado o último dos grandes mercados do mundo, o serviço móvel 
celular foi inaugurado em 1993. O Brasil continuou com o AMPS até que, em 
1998, modernizou sua rede com sistemas digitais TDMA e CDMA (ANATEL, 
2005). 
O grande avanço dos sistemas de telecomunicações da Tecnologia da 
Informação (TI), juntamente com a utilização de um novo tipo de componente de 
hardware, os dispositivos móveis, trouxe ao mundo a tecnologia wireless2, 
denominada “comunicação sem fio”. E isso fez com que ocorresse em grandes 
inovações no setor wireless. De acordo com Amorim (2002), este tipo de 
tecnologia, com o passar dos anos e com as novas exigências do mercado, vem 
crescendo e possivelmente se tornará um dos meios mais utilizados, pois pode
 
2
Wireless: Sistemas de telecomunicações em que os sinais são transmitidos por ondas eletromagnéticas, 
dispensando o uso de fios proporcionado pela tecnologia wireless, as pessoas desfrutarão de informações 
adaptadas a seus hábitos e interesses. 
 
22 
 
 
propiciar diversas funcionalidades. Tudo isso em qualquer lugar ou a qualquer 
hora, através de dispositivos móveis. 
Ainda Amorim (2002) cita que a tecnologia wireless disponibiliza a 
portabilidade e a praticidade da informação independente do lugar, necessárias 
aos equipamentos portáteis. Perdendo a dependência de objetos fixos e viagens 
físicas, se utilizará as redes wireless para acessar dados onde e quando for 
necessário. 
Enfim, a tecnologia sem fio é um suporte para a computação móvel, que 
explora diferentes tecnologias de comunicação que serão inseridas tanto em 
ambientes computacionais fixos como móveis. 
 
 
 
2.2 PRIMEIRA GERAÇÃO DE TELEFONIA MÓVEL (1G) 
 
Implementada na década de 80, a primeira Geração de telefonia celular foi 
marcada pelo uso de sistemas analógicos para telefonia celular e utilizava a 
tecnologia FDMA (Frequency Division Multiple Access - Múltiplo Acesso por 
Divisão de Frequência) com operação em 800 MHz. A tecnologia FDMA é um 
método de acesso ao canal que baseia-se na divisão da banda de frequência 
disponibilizada em faixas de frequência relativamente estreitas, 30KHz cada, as 
quais são denominadas canais e que são alocadas exclusivamente a um usuário 
durante todo o tempo de sua conexão (chamada). 
No Brasil e nos Estados Unidos, foi implantada a tecnologia AMPS 
(Advanced Mobile Phone Services – Sistema Avançado de Telefonia Móvel). 
Era uma tecnologia com várias deficiências, que possibilitava somente 
realizar o tráfego de dados de voz e serviço de roaming3 entre diferentes 
provedores de serviço (AURIMAR; PEREIRA e ALVES, 2009). 
No AMPS, a banda era dividida em canais de RF (Radio Frequência), em 
que cada canal consiste em um par de frequências de 30 KHz de banda, em que
 
³Roaming: Sistema que permite o cliente de uma empresade telefonia móvel possa acessar e ser acessado 
pelo serviço móvel celular mesmo estando fora da área de abrangência da operadora. A operação ocorre 
automaticamente, sem que o usuário precise configurar o aparelho ou pedir o serviço à operadora. 
 
23 
 
 
uma faz a transmissão e a outra a recepção. Outra característica é que esse 
padrão utilizava modulação FM (Frequency Modulation – Modulação de 
frequência) e era composto por 416 canais, sendo 21 para controle e o restante 
para voz. Esse canal de voz, ao ser alocado, permanecia dedicado somente à 
chamada durante toda a chamada. 
A cobertura da rede 1G era restrita devido à baixa capacidade de 
transmissão e a necessidade de várias antenas para que seja razoável a 
qualidade do sinal, tornando, assim, dispendioso o uso desse sistema sob o 
ponto de vista econômico. A primeira geração possuía um funcionamento 
analógico e era constituída por aparelhos relativamente volumosos. Tratava-se 
principalmente dos padrões AMPS que apareceu nos Estados Unidos em 1976 e 
foi o primeiro padrão de rede celular. Teve também a versão européia que ficou 
conhecida como TAC (Total Access Communication System – Sistema de 
Comunicação de Acesso Total) e foi utilizado na Inglaterra, seguidamente na 
Ásia (Hong-Kong e Japão). 
As redes celulares de primeira Geração tornaram-se obsoletas com o 
surgimento de uma segunda Geração inteiramente numérica (TUDE, 2003). 
No Tópico 2.3 descreverá as tecnologias e técnicas da segunda Geração de 
telefonia móvel celular. 
 
 
 
2.3 SEGUNDA GERAÇÃO DE TELEFONIA MÓVEL (2G) 
 
Com o sistema analógico chegando ao seu limite de capacidade, veio a 
necessidade de sistemas digitais. Dentre as vantagens sobre os analógicos 
destacam-se: a codificação digital de voz mais poderosa, maior eficiência 
espectral, melhor qualidade de voz, facilidade de comunicação de dados e a 
criptografia. 
O sinal passa a ser digital, mas a tecnologia de rede ainda é a comutação de 
circuitos, assim como na Primeira Geração. 
24 
 
 
2.3.1 TDMA (Time Division Multiple Access – Múltiplo Acesso por 
Divisão do Tempo) 
 
Cada portadora TDMA possui a largura de 30KHz. Tem como característica 
a operação na frequência de 800MHz; a divisão dos canais de frequência em até 
6 intervalos de tempo diferentes e o controle de interferências, com cada usuário 
utilizando um espaço específico. 
 
 
 
2.3.2 CDMA Code Division Multiple Access – Múltiplo Acesso por 
Divisão de Código) 
 
Diferente das tecnologias utilizadas até então, o CDMA defendia a técnica 
de espalhamento espectral (spread spectrum) na qual para um determinado 
canal, seria usada toda a largura de banda disponível (1,23MHz), muitas vezes 
maior do que necessária, a princípio, para a transmissão de um único sinal. 
Uma vantagem é que diversos assinantes podem utilizar a mesma banda 
simultaneamente, e a diferenciação entre cada assinante no sistema CDMA é 
feita por códigos especiais associados a cada transmissão, do Móvel para a 
Estação Base e da Estação Base para o Móvel. Cada ligação em andamento 
possui um código específico, não ocorrendo o uso do mesmo para ligações 
diferentes e permitindo a separação eficiente entre todas as chamadas que 
estão utilizando a mesma banda. A capacidade máxima alcançada depende, 
entre outros fatores, principalmente do controle de potência de cada chamada e 
dos sinais interferentes. Quanto menor a potência, maior é a capacidade 
(número de chamadas simultâneas) do sistema. 
 Essa tecnologia opera nas frequências de 800 e 1900 MHz e compete 
diretamente com a Global System for Mobile Communications (Sistema Global 
para Comunicações Móveis). 
25 
 
 
2.3.3 GSM 
 
Foi desenvolvida na Europa e adotada em boa parte do mundo, seu 
diferencial é o uso de cartões de memória SIM4 (Subscriber Identity Module – 
Módulo de Identificação do Assinante) nos aparelhos, o que possibilita 
mobilidade terminal, ou seja, levar as características do assinante para outro 
aparelho ou rede GSM. 
Opera nas faixas de 850, 900, 1800 e 1900 MHz e utiliza uma combinação 
das técnicas de acesso FDMA e TDMA, onde uma portadora de Rádio 
Frequência do GSM – ARFCN (Absolute Radio Frequency Channel Number - 
Número Absoluto de Canal de Radiofrequência) possui largura de banda de 
200kHz que, por meio da técnica TDMA, é subdividida em oito intervalos de 
tempo. Dessa forma, até 8 conversações simultâneas compartilham uma única 
portadora ou canal de 2 x 200kHz. 
Diversos serviços foram disponibilizados com a tecnologia GSM. Dentre 
eles: SMS para mensagens de texto, GPRS (General Packet Radio Service – 
Serviço de Rádio de Pacote Geral) para transmissão de pacotes de dados, 
encaminhamento de chamadas, bloqueio de chamadas recebidas ou efetuadas, 
chamada em espera, teleconferência e restrição da identificação da chamada 
(MOTA, 2009). 
São diversos os benefícios e a revolução que as tecnologias de segunda 
Geração proporcionaram ao mundo. No entanto, elas ainda estavam longe do 
que se realmente objetivava. 
No Tópico 2.4 será mostrado o surgimento das tecnologias digitais, na 
segunda Geração e meia, onde realmente passam a surtir efeitos e o verdadeiro 
sentido da comunicação móvel passa a ser entendido. 
 
4
SIM: É um chip que carrega as informações da linha telefônica no aparelho celular GSM. O cartão SIM 
também identifica quem faz a chamada junto ao operador da rede móvel. 
26 
 
 
2.4 GERAÇÃO INTERMEDIÁRIA (2,5G) 
 
 
Neste Tópico, serão abordados os principais fatores que contribuíram para 
que a evolução dos sistemas celulares retardasse uma terceira Geração e 
partissem para uma Geração chamada de intermediária ou Geração 2,5. 
Seu grande diferencial foi uma técnica avançada de modulação que permitia 
a comutação por pacotes ao invés de circuitos, a mesma técnica de transmissão 
adotada pelo IP (Internet Protocol – Protocolo de Internet) da arquitetura TCP/IP 
(Transmission Control Protocol/ Internet Protocol - Protocolo de Controle de 
Transmissão/ Protocolo de Internet). 
 
 
 
2.4.1 GPRS 
 
É um serviço fornecido pelas operadoras que provê transmissão de pacotes, 
que oferece velocidades máximas de dados de 115kbps e um throughput (taxa 
de transferência) médio de 30 a 40kbps. 
Os dados são divididos em pacotes para transmissão, o que favorece os 
usuários, pois provê uma conexão permanente de dados e assim não há 
necessidade de entrarem no sistema cada vez que desejarem ter acesso a 
serviços de dados. A vantagem é que os usuários só pagam pelos dados e não 
pagam pelo tempo de permanência no ar em que se faz a conexão e nem pelo 
tempo de carregamento. 
 O funcionamento do GPRS consiste no uso de canais TDMA inutilizados 
para transmissão de dados. Por utilizar comutação de pacotes, usuários podem 
utilizar o mesmo canal. Para multiplexação, utilizam-se para atribuição do canal, 
as técnicas FDMA e FDD (Frequency Division Duplex - Divisão de Frequência 
Duplex); para a comutação de pacotes, uma multiplexação estatística no 
domínio do tempo. Cada pacote tem tamanho constante (correspondente ao slot 
GSM). 
Para acesso ao meio, utiliza-se, para downlink, um protocolo que distribui os 
pacotes na ordem em que chegam a Estação Base; para uplink, utiliza-se o
27 
 
 
protocolo S-ALOHA para reservar o canal durante a fase de contenção e o 
protocolo utilizado no downlink para transmissão dos dados. O padrão suporta 
conexões IPv4 e PPP (Point-to-Point Protocol), embora esta última geralmente 
não esteja disponibilizada pelas operadoras.O GPRS que permite a conexão da maior parte dos smartphones e celulares 
à Internet e atualmente, é o padrão que oferece a maior cobertura móvel para 
aparelhos de mão com acesso à Internet. 
 
 
 2.4.2 EDGE (Enhanced Data Rates for GSM Evolution - Taxas de Dados 
Ampliados para Evolução Global) 
 
A EDGE utiliza esquemas de modulação e correção de erros diferentes, 
possibilitando uma taxa de transmissão de dados maior (com limite teórico de 
473,6 kbps utilizando 8slots - conector) e uma conexão mais confiável e robusta. 
EDGE possibilita a comutação de pacotes, ou seja, pode prover conexão a 
Internet. 
A implantação do sistema EDGE em infraestruturas GSM e GPRS é simples. 
O subsistema de rede não precisa de nenhuma alteração de software ou 
hardware; a Estação Base requer algumas atualizações e a instalação de 
transceivers5 compatíveis com o padrão; os aparelhos, no entanto, precisam ser 
trocados. 
 
 
2.4.3 CDMA-2000 1X 
 
É a evolução do CDMA One. Esta tecnologia abriu mercado para as altas 
taxas de velocidade de dados, hoje, disponíveis em todo o mundo e que 
oferecem aos consumidores e profissionais total conectividade sem fio. Sua 
velocidade teórica é de 153,6 Kbps. A nomenclatura CDMA diz respeito apenas 
à técnica de modulação usada na interface aérea de sistemas celulares e não
 
5
Transceiver: É um dispositivo que combina um transmissor e um receptor utilizando componentes de 
circuito comuns para ambas funções num só aparelho. Se esses componentes não forem comuns, esse 
aparelho designa-se transmissor-receptor. 
28 
 
 
quer dizer que sejam totalmente compatíveis entre si. Na maioria dos casos, os 
sistemas 2,5G são implementados diretamente sobre as redes 2G existentes. 
Como resultado, um sistema 2,5G não é uma rede comutada a pacotes “pura”. 
Na verdade, pacotes de dados são transmitidos sobre redes de circuitos 
comutados (DUSSAUX, 2010). 
A Geração intermediária apresentou o que os sistemas digitais móveis eram 
capazes, e o que poderia se esperar para a terceira Geração e para o futuro 
dessas tecnologias. 
A terceira Geração é mais complexa e marca de forma expressiva os 
recursos das tecnologias digitais, que serão abordadas no Tópico 2.5. 
 
 
 
2.5 TERCEIRA GERAÇÃO DE TELEFONIA MÓVEL (3G) 
 
Essa Geração de redes celulares tem como objetivo oferecer serviços de 
dados com altas taxas de transmissão e trazem enormes evoluções frente aos 
sistemas anteriores. 
As especificações IMT-2000 (International Mobile Telecommunications for the 
year 2000 - Telecomunicação Móvel Internacional para o ano 2000) da União 
Internacional das Telecomunicações (UIT), definem as características do 3G e tem 
um elevado débito de transmissão, compatibilidade dos serviços móveis de terceira 
Geração com as redes de segunda, alto nível de transmissão de vídeo, 
videoconferência ou acesso à Internet. 
A qualidade de voz foi mais aprimorada, diversos serviços simultâneos foram 
aplicados como Serviço de Localização Global (GPS), a criptografia que é mais um 
obstáculo para as fraudes de chamadas, permite a transferência simultânea de voz 
e de dados numéricos a elevado débito e a autenticação de cada usuário 
(ALBERNAZ, 2011). 
29 
 
 
2.5.1 UMTS (Universal Mobile Telecommunications Service – Serviço de 
Telecomunicações Móvel Universal) 
 
É baseada em IP e suporta voz e dados em pacotes oferecendo taxas 
máximas de transmissão de dados de até 2 Mbps e velocidades médias de 220-
320 kbps em movimento. 
É uma tecnologia Tecnologia desenvolvida para prover serviços com altos 
níveis de consumo de banda, como streaming, transferência de grandes arquivos e 
videoconferências para uma grande variedade de aparelhos como telefones 
celulares, PDAs (Personal Digital Assistant – Assistente Digital Pessoal) e laptops. 
A UMTS é compatível com a EDGE e a GPRS permitindo ao usuário sair de 
uma área de cobertura UMTS e ser automaticamente transferido para uma rede 
EDGE ou GPRS, dependendo de fatores como disponibilidade de rede e o 
consumo de banda do aplicativo (TUDE, 2004). 
 
 
2.5.2 CDMA 1XEV-DO 
 
CDMA 1xEV-DO (Evolution, Data-Optimized – Evolução, Otimização de Dados) 
é a tecnologia 3G do CDMA, que possui alta performance para transmissão de 
dados com picos de até 2,4 Mbps. A taxa de transmissão de dados teórica é de 
24Mbps e taxa de transmissão média de 300 a 500kbps. Opera em 800 e 1900 
MHz. 
Portadoras distintas são necessárias para dados e voz neste sistema. O enlace 
de subida permanece praticamente inalterado em comparação com o CDMA2000, 
mas no enlace de descida os usuários são multiplexados em tempo. 
 
 
2.5.3 CDMA 1XEV-DV 
 
CDMA 1xEV-DV (Evolution, Data and Voice – Evolução, Dados e Voz) é a 
segunda etapa na evolução do CDMA 1xEV, onde uma mesma portadora pode ser 
utilizada para voz e dados. A primeira, o 1xEV-DO, uma portadora de 1,25 MHZ é 
dedicada apenas para dados. 
30 
 
 
2.5.4 HSDPA/HSUPA 
 
O HSDPA (High Speed Downlink Packet Access – Pacote de Acesso de 
Descarregamento de Alta Velocidade) e HSUPA (High Speed Uplink Packet Access 
- Pacote de Acesso de carregamento de Alta Velocidade) permite que as pessoas 
enviem e recebam e-mails com grandes anexos, joguem interativamente em tempo 
real, recebam e enviem imagens e vídeos de alta resolução, façam download de 
conteúdos de vídeo e de música ou permaneçam conectados sem fio a seus PCs 
no escritório – tudo usando o mesmo dispositivo móvel. 
HSDPA refere-se à velocidade com a qual as pessoas podem receber arquivos 
de dados, o downlink. HSUPA refere-se à velocidade com qual as pessoas podem 
enviar arquivos de dados, o uplink (OLIVEIRA, 2006). 
No Tópico 2.6 serão abordadas as vantagens e tecnologias referentes à quarta 
Geração (4G). 
 
 
2.6 QUARTA GERAÇÃO DE TELEFONIA MÓVEL (4G) 
Oferece diversos recursos e as principais vantagens da conexão 4G são as 
altas taxas de transferência de dados, que terão velocidade que atingem a casa 
das dezenas de megabits. Tem melhor qualidade do serviço, no sentido de que, 
mesmo em movimento, por exemplo, o sinal de Internet que uma pessoa receberá 
em seu smartphone ou modem não será “drasticamente” reduzido. “As duas 
características básicas de uma rede 4G são o uso do Internet Protocol (IP) – de 
modo que cada equipamento estará conectado à Internet – e velocidades maiores”, 
explicou Jesper Rhode, diretor de inovação em novos negócios da Ericsson para a 
América Latina. Ainda Jesper Rhode, a empresa, em testes já atingiu a banda de 
160 Mbps em redes 4G. Mas, a princípio, a banda para o usuário final deve variar 
entre 20 Mbps e 40 Mbps (TAGIAROLI, 2010). 
Os usuários podem navegar pela Internet ou enviar e-mails usando notebooks 
com Pacote de Acesso de Download de Alta Velocidade (HSPA) integrado, 
substituir seus modems DSL (Digital Subscriber Line - Linha de Assinante Digital) 
fixos por modems HSPA e enviar e receber vídeo ou música usando terminais 3G. 
Com o LTE (Long Term Evolution - Evolução de Longo Prazo), a experiência do
31 
 
 
usuário será ainda melhor, pois acrescentará novas aplicações, como Televisão 
interativa, blogs de vídeo móvel, jogos avançados e serviços profissionais. Nos 
itens sobre benefícios dos telefones celulares 4G com tecnologia LTE serão visto 
as facilidades disponibilizadas pelos telefones celulares 4G com tecnologia LTE. 
O LTE oferece vários benefícios para os consumidores e operadores, tais 
como: 
Desempenho e capacidade: fornecer taxas de pico downlink de pelo menos 
100Mbit/s. A tecnologia permite velocidades acima de 200Mbit/se a Ericsson 
já demonstrou taxas acima de 150Mbit/s. Além disso, a latência deverá ser 
inferior a 10ms. Efetivamente, isso significa que o LTE mais do que qualquer 
outra tecnologia já atende aos principais requisitos de 4G. 
 
· Simplicidade: Suporta portadoras com largura de banda flexível, de 
menos 5MHz até 20MHz nos modos FDD (Frequency Division Duplex – 
Duplexação por Divisão de Frequência) o TDD (Time Division Duplex – 
Duplexação por Divisão de Tempo). Dez faixas de espectro pareadas e 
quatro não-pareadas foram, até o momento, identificadas pelo 3GPP (3rd 
Generation Partnership Project – Terceira Geração de Parceria de 
Projeto) de para LTE e há mais faixas em discussão a serem adicionadas 
em breve. Assim, uma operadora pode introduzir LTE em faixas ‘novas’, 
onde for mais fácil posicionar portadoras de 10MHz ou 20MHz e, assim, 
implementar o LTE em todas as faixas. Em segundo lugar, produtos LTE 
terão diversos aspectos que simplificam a construção e gerenciamento 
das redes de próxima Geração. Por exemplo, aspectos como instalação 
plug-and-play (conexão e funcionamento automático), autoconfiguração e 
auto-otimização simplificarão e reduzirão o custo de implantação e 
gerenciamento da rede. Em terceiro lugar, o LTE será implementado em 
paralelo com redes de transporte e núcleo baseado em IP simplificados, 
nos quais a construção, manutenção e introdução de serviços são mais 
fáceis. 
 
· Ampla variedade de terminais: além dos telefones móveis, 
computadores e dispositivos eletrônicos incorporarão módulos LTE. Como 
o LTE suporta handover e roaming para redes móveis existentes, todos
32 
 
 
 esses dispositivos podem ter cobertura de banda larga móvel onipresente 
desde o primeiro dia. 
Em resumo, as operadoras podem introduzir a flexibilidade do LTE 
para ir ao encontro dos objetivos de suas redes existentes, espectro e 
negócios para banda larga móvel e serviços multimídia (ALMEIDA, 2009). 
No Tópico 2.7 será vista a quinta Geração (5G) em desenvolvimento 
para futura implementação. 
 
 
 
2.7 QUINTA GERAÇÃO DE TELEFONIA MÓVEL (5G) 
A quinta geração está apenas no estágio de desenvolvimento e pesquisa 
para ser implementada futuramente. 
O grande objetivo da tecnologia não é apenas aumentar a velocidade da 
conexão, mas melhorar todo o sistema para oferecer uma experiência mais 
fluida para os usuários. Com isso, mais aparelhos poderão se conectar à rede, 
que deverá ser muito mais rápida que o 4G atual. 
Barbosa (2013) afirma que o engenheiro de comunicações Mike Short 
informou que a rede 5G ainda vai demorar alguns anos para começar a ser 
utilizada comercialmente. Assim, espera que os primeiros aparelhos equipados 
para utilizar a tecnologia comecem a ser vendidos em 2022 no Reino Unido e 
até 2024 em outros países. Contudo, isso não significa que as redes 3G e 4G 
serão deixadas de “lado”, mas sim que novas opções passarão a ser utilizadas 
em longo prazo. 
 
 
2.8 REDE DE TELEFONIA MÓVEL 
 
Uma rede de telefonia celular é composta basicamente de três elementos, 
Central de Comutação e Controle (CCC), Estação Rádio Base (ERB) e Estação 
Móvel (EM). 
33 
 
 
2.8.1 Central de Comutação e Controle (CCC) 
 
A Central de Comutação e Controle (CCC) interliga um conjunto de células, 
e é responsável, também, por gerenciar e controlar equipamentos das bases, 
fornecendo tecnologias de acesso e funções de processamento de chamadas e 
tarifação. O número de células cobertas por uma central varia de acordo com a 
necessidade. 
 
 
 
2.8.2 Estação Rádio Base (ERB) 
 
São responsáveis pela alocação de canais e realização de chamadas entre 
os dispositivos de telefonia móvel e para isso, utilizam uma central de 
comutação. São formadas por um conjunto de transmissores, receptores, torres, 
antenas e pelo conjunto de controle, consistindo de uma unidade com 
microprocessador que controla e supervisiona as chamadas entre os telefones 
móveis. É também responsável por monitorar os níveis de sinais e o controle de 
handoff6. 
 
 
 
2.8.3 Estação Móvel (EM) 
 
É o terminal utilizado pelo assinante, onde a estação móvel é identificada por 
um MIN (Mobile Identification Number - Número de Identificação Móvel). O 
equipamento dispõe ainda de um Número de Série Eletrônico (ESN - Eletronic 
Serial Number). 
Na Figura 1 será ilustrado, de maneira simples, uma comunicação entre a 
Estação Rádio Base com o aparelho celular (Estação Móvel). 
 
6
Handoff: É a passagem do controle de um assinante de uma ERB para outra conforme ele se movimenta. 
Associado a troca de ERB, ocorre a troca de canal pelo qual o assinante vai continuar sua conversa. 
34 
 
 
 
 
Figura 1: Comunicação entre a ERB e a EM. 
Fonte: Comunidade Wireless Brasil (2000). 
 
 
 
As estações móveis possuem transceptores (TX e RX) de voz e dados que 
se comunicam com as ERB’s, através dos links direto e reverso por onde são 
trocadas mensagens como: pedido da EM para acessar um canal, confirmação 
de alocação do canal, mensagens de handoff da ERB para que a EM troque de 
canal, entre outros. 
Neste Capítulo foram vistos as 5 Gerações da telefonia móvel celular 
juntamente com sua estrutura física. 
O Capítulo 3 abordará os principais serviços e vantagens do telefone celular, 
bem como suas facilidades. 
 
 
 
CAPÍTULO 3 
 
 
SERVIÇOS E FACILIDADES DOS DISPOSITIVOS MÓVEIS 
 
Neste Capítulo serão descritos os principais serviços do telefone celular bem 
como suas facilidades de forma a mostrar a importância dos mesmos para a 
nova geração tecnológica. Devido à praticidade dos recursos da telefonia 
celular, a convergência tecnológica está cada vez mais presente no mundo, 
agregando recursos e reduzindo a quantidade de dispositivos no cotidiano das 
pessoas. 
 
3.1 PRINCIPAIS SERVIÇOS DO TELEFONE CELULAR 
Segundo Cortoni (2006), os fabricantes não só estão criando produtos cada 
vez mais modernos e sofisticados, como também estão agregando recursos de 
outros equipamentos e mídias ao celular, o que vem sendo chamado de 
“convergência tecnológica”. Por meio do celular, além do conceito básico que é 
“falar”, também é possível enviar mensagens, jogar, assistir a programas de TV, 
tirar fotos, filmar, ouvir rádio, receber notícias, acessar Internet, entre outros. 
Portanto, com a chegada de uma geração tecnológica, esses recursos 
certamente serão ainda mais ampliados. 
Até alguns anos atrás as pessoas queriam o celular realmente para facilitar 
o contato entre aqueles que estavam distantes ou não, atualmente o celular é 
muito mais do que um simples meio de comunicação, e passou a ser para os 
usuários um meio de entretenimento também. 
A praticidade e a mobilidade são alguns dos atrativos do celular, como 
também a facilidade de compra e possibilidade de aproximação entre as 
pessoas, através várias formas de comunicação oferecidas pelo aparelho. 
Centenas de modelos e marcas são comercializadas e estão sempre evoluindo. 
Os aparelhos antigos se restringiam apenas a receber e originar chamadas, hoje 
com o avanço da tecnologia estes se tornaram uma ferramenta útil e
36 
 
 
indispensável para a maioria da população. Os modelos mais recentes possuem 
convergência tecnológica de mídias digitais em um único dispositivo, além das 
aplicações básicas de um aparelho celular, acumula também diversos serviços 
de outros dispositivos como câmera, TV, tablet e ainda possui sistema 
operacional semelhante a um computador. Algumas das principais funções dos 
dispositivos móveis são vistos na Tabela 1. 
 
Tabela 1:Principais funções dos aparelhos móveis. 
SERVIÇOS FUNÇÕES 
SMS (Short Message Service): 
 Disponibilidade para telefones 
 celulares digitais enviar mensagens 
 curtas. 
Quando se deseja apenas dar um 
recado, sendo assim se gasta menos 
do que efetuar uma ligação. 
Bluetooth: Provê uma maneira de 
conectar e trocar informações entre 
dispositivos a curta distância. 
Troca de dados em alta velocidade 
sem tarifação. 
MP3 player: Compressão de áudio 
com perdas imperceptíveis ao ouvido 
humano. 
Possibilidade de ouvir músicas através 
do celular, ocupando pouco espaço na 
memória. 
GPS: Conjunto de satélites para o 
posicionamento do cliente, conta com 
um sistema de informação eletrônico 
que fornece a um aparelho receptor 
móvel a posição do mesmo. 
Possibilidade de localização 
 própria e de outras pessoas que 
possuem o mesmo serviço. 
 
Conforme visto na Tabela 1, com o avanço da tecnologia móvel, foram 
incorporadas mais funções aos aparelhos, além da comunicação por voz. 
Almeida (2011) afirma que atualmente existe a constante necessidade de 
agregar serviços e em uma menor quantidade de equipamentos, de forma que 
seja possível realizar diversas atividades com um único dispositivo. 
Com o processo de convergência tecnológica, diversos recursos estão 
sendo agregados ao telefone celular de forma a expandir sua funcionalidade e 
reduzindo a quantidade de dispositivos necessários para cada função, facilitando 
o cotidiano dos usuários. 
 37 
 
 
 
No Tópico 3.2 será visto como a mobilidade e interatividade provenientes da 
convergência tecnológica podem promover novas experiências no campo da 
comunicação e relações interpessoais. 
 
 
3.2 CONVERGÊNCIA TECNOLÓGICA: MOBILIDADE E 
 INTERATIVIDADE 
 
3.2.1 Mobilidade 
Desde a década de 90, a convergência dos recursos multimídias, oriunda da 
evolução da tecnologia digital, possibilitou a integração de texto, áudio, imagem 
e números numa mesma plataforma. Naquela época, devido ao crescimento do 
consumo de informações multimídia, a convergência tecnológica passou pela 
implantação e digitalização das informações. Desta forma, foi possível a 
integração de vários serviços e recursos na plataforma da telefonia móvel 
(SQUIRRA, 2005). 
Squirra (2005) afirma que convergência é a integração tecnológica em uma 
base comum, uma vez que mesmo os tipos da tecnologia serem distintos, elas 
permitem um princípio simples que é a comunicação direta entre usuários 
através de um conjunto de conexões em um meio não físico e sistemas de 
disponibilização e interpretações de informações. Desta forma, permitem trocas 
de grandes volumes de dados a partir de grande conjunto de interfaces que 
possibilitam o acesso à informação em tempo real, como acessar a internet no 
telefone celular. Sendo assim, entende-se que a convergência refere-se a 
mudanças no campo da tecnologia, no mercado, na cultura e na sociedade. 
Atualmente, o telefone celular é um aparelho de entretenimento 
multifuncional. Os dispositivos incorporaram imagem, música, vídeo, texto, e-
mail, GPS e acesso à Internet o que permite aos usuários terem acesso à 
diversos recursos e manterem contato com outros usuários mesmo em 
movimento, devido à mobilidade proporcionada por este dispositivo 
(MANTOVANI, 2006). 
 38 
 
 
O dispositivo móvel permite aos usuários usufruírem dos recursos 
disponibilizados com mobilidade, seja em casa, escola, trabalho ou andando nas 
ruas. O telefone celular faz parte do cotidiano de executivos e outros 
profissionais que necessitam de acesso às informações importantes 
constantemente e comunicação instantânea através de diversos recursos, além 
da conversação por voz, mas também a comunicação por e-mail, mensageiros 
instantâneos e redes sociais, por exemplo (JENKINS, 2009). 
Assim, a vida pessoal e profissional dos usuários está sendo impactada 
direta ou indiretamente. O telefone celular tornou-se um dos principais 
dispositivos móveis que possibilita suporte à Internet móvel. A participação dos 
usuários sofreu além de um aumento, uma mudança que possibilitou novas 
formas de comunicação além dos serviços básicos já utilizados como a 
conversação por voz e mensagem de texto (SMS) (JENKINS, 2009). 
 
 
 
3.2.2 Interatividade 
 
Segundo Antunes (2011) interatividade refere-se a instâncias mais 
concretas, que podem ser a demonstração e o manejo de um equipamento, 
como um microcomputador e também dimensões mais complexas como a 
relação do indivíduo com o meio e o objeto do foco. Em linhas gerais, está ligada 
às novidades tecnológicas da informação, principalmente quando existem no 
procedimento de comunicação com o dispositivo e sua interface. 
Desta forma, com o relacionamento entre os usuários do serviço móvel 
celular é possível estabelecer através do aparelho, uma comunicação que 
agrega vários elementos da participação presencial, pois há a possibilidade de 
manipular a voz, o som do ambiente e a imagem dos envolvidos. Como mídia de 
socialização, em relação aos elementos que são inseridos nas mensagens, tais 
como: o tom de voz, a possibilidade de intervenção, apropriação e inserção 
(imagens, sons, vídeos, documentos, caracteres de expressão). Assim, 
configura-se uma interatividade de troca de experiências de cunho emocional, 
por exemplo, reforçado por recursos podem intensificar as emoções e
 39 
 
 
sentimentos, utilizando recursos audiovisuais como imagens e vídeos. 
(MANTOVANI, 2006). 
Straubhaar e LaRose (2004) afirmam que a tecnologia é um agente 
transformador e ocasiona impactos sociais. Do ponto de vista filosófico e 
tecnológico, uma corrente de teoria que busca entender a tecnologia indo além 
da necessidade como um estilo de vida, que ganha força com sua utilidade, 
onde possibilita relacionar a industrialização da telefonia móvel, com o 
pensamento de Aristóteles sobre a tecnologia, como ferramenta para o ser 
humano se realizar de forma plena. 
Merije (2012) afirma que o formato (design) e aplicações dos aparelhos 
celulares tiveram evoluções, como a reprodução de toques polifônicos e no 
formato digital MP3 com voz e instrumentos musicais simultaneamente, bem 
como o aumento do tamanho da tela e qualidade de resolução com milhões de 
cores e touchscreen (tela com sensibilidade ao toque). Com o avanço das 
gerações da telefonia móvel houve um crescimento das taxas de troca de dados, 
aumento e melhoria das conexões e velocidade de navegação na Internet e 
aparelhos com mais recursos. 
Segundo Sakfo & Brake (2010), foram acrescidos mais recursos de modo 
que a comunicação de dados, tais como: 
 
Os telefones celulares atuais possuem outras características além de 
fazer uma simples chamada telefônica. Os aparelhos celulares agora 
podem enviar mensagens de texto; realizar navegação na Internet; 
reproduzir música MP3; gravar memorandos; organizar informações 
pessoais, contatos e calendários; enviar e receber e-mails e 
mensagens instantâneas; gravar, enviar, receber e assistir a imagens e 
vídeos usando câmeras e filmadoras embutidas; executar diferentes 
toques, jogos e rádio; realizar push-to-talk (PTT); utilizar infravermelho 
e conectividade Bluetooth; realizar vídeo-chamadas e servir como um 
modem sem fio para um PC (SAFKO & BRAKE, 2010, p.266). 
 
 
Ferreira (2012) afirma que levando em consideração a diversidade de 
serviços e a convergência, os aparelhos celulares ofertam uma gama de 
recursos para o aprendizado. Possibilita o compartilhamento de ideias e 
informações, experiências, acesso a uma diversidade de serviços úteis e 
complementos didáticos audiovisuais, e até jogos. 
Segundo Merije (2012) a combinação de serviçosdos telefones móveis e 
smartphones com os recursos da Internet possibilitaram acessar e compartilhar 
40 
conteúdo digital, que permite uma nova forma de aprendizado. Assim, os setores 
de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) desenvolvem recursos como 
softwares para uma adaptação de didática de conteúdo escolar através de 
dispositivos móveis. 
Fedoce e Squirra (2011) afirmam que as escolas de forma geral necessitam 
atentar-se para as inovações, uma vez que as formas de ensino e aprendizado 
passam por mudanças muito significativas, sendo que novas tendências estão 
determinando e concebendo os paradigmas pedagógicos, alterações 
relacionadas à difusão da Tecnologia da Informação (TI). 
Mülbert e Pereira (2011) afirmam que a inovação da tecnologia proveniente 
da evolução das telecomunicações vem possibilitando acesso a diversas formas 
de aprendizado. Assim, tornou-se possível a utilização de aparelhos móveis 
como os smartphones e tablets que possibilitam mobilidade para os mecanismos 
de educação ao invés de um microcomputador. Desta forma são criadas 
circunstâncias para o progresso de exercícios de ensino-aprendizagem com 
equipamentos móveis e portáteis. Tarouco (2004) elucida o método de ensino e 
aprendizagem, escolas e professores utilizam principalmente smartphones para 
apoio pedagógico no aprendizado móvel. 
A Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) junto à telefonia móvel 
está num processo contínuo de mudanças e isso reflete na alteração do 
cotidiano de vários segmentos na sociedade. Sendo assim, o segmento 
educacional também vem se adaptando a estas tecnologias, e desta forma 
ocorre o crescimento da interatividade e acessibilidade à informação 
(FONSECA, 2013). 
O Tópico 3.3 abordará como a inserção da tecnologia e mídias digitais 
aliadas aos telefones celulares e smartphones colabora para o processo de 
ensino-aprendizagem de forma e gerar novas experiências e intensificação do 
aprendizado, tornado o educando mais ativo neste processo.
41 
 
 
3.3 MÍDIAS DIGITAIS E APRENDIZAGEM (M-LEARNING): 
 APROPRIAÇÃO DE TELEFONES CELULARES 
 PARA O ENSINO APRENDIZAGEM 
 
M-learnig ou mobile learning (aprendizado móvel) como concepção do 
aprendizado entregue ou suportado por aparelhos manuais portáteis 
smartphones, PDAs (Personal Digital Assistant) e diversos outros equipamentos 
portáteis que operam com o carregamento e manipulação de informação 
(MÜLBERT e PEREIRA, 2011). 
Para Fedoce e Squirra (2011) a difusão das mídias e tecnologias digitais foi 
capaz de conceber novas experiências na área da educação, como uma viagem 
virtual a uma cidade histórica ou um famoso museu de arte contemporânea, por 
exemplo, e desta forma as instituições escolares ganham novos recursos para a 
propagação do conhecimento. A forma de ensino onde o professor detém a 
informação e passa aos alunos esse conhecimento os quais recebem de forma 
passiva, logo abre espaço para o padrão de aprendizado, onde o aluno tem 
maior participação na própria formação, e muitas vezes buscam informações 
que lhe interessam por conta própria e compartilham com os educadores e os 
outros alunos da classe. 
Segundo Merije (2012), os aparelhos celulares e smartphones são os mais 
adequados para apoio no ensino escolar, sendo assim são mais acessíveis e 
não representam custos para as instituições escolares, pois são dispositivos de 
uso comum e que todos os alunos utilizam em locais diversos. 
Fonseca (2013) descreve o projeto Minha Vida Mobile – MVMob idealizado 
por Wagner Merije e que está em desenvolvimento desde 2005, o qual qualifica 
alunos e professores para produzirem material audiovisual com a utilização de 
celulares e smartphones, gerando imagens e áudio. Segundo o realizador do 
projeto, Merije, as atribuições da proposta produzem atividades de interpretação, 
associação, classificação, ordenação, relação coletiva, emancipação, 
inventividade, em uma metodologia de combinação visual com o conhecimento 
do desempenho social dos aprendizes. Para esta finalidade, o projeto prepara 
oficinas de criação de vídeos, fotos, áudios e sinopse a partir do telefone celular,
42 
 
 
contempla e coordena exposições dos trabalhos realizados, da mesma forma 
gera instruções e materiais de apoio pedagógico. Para Merije (2012), esta forma 
de aprendizado demonstra ser mais agradável e conveniente para os alunos, 
porque utiliza o telefone celular, que faz parte do cotidiano deles. 
Fonseca (2012) afirma que a tecnologia é tida como forma de progresso 
quando comparada ao passado do ensino-aprendizagem e há inovações quando 
é acrescentada tecnologia no processo de aprendizado. 
Para Fedoce e Squirra (2011) a telefonia móvel é capaz de convergir com 
outros métodos e mídias de forma a ser um complemento para os métodos de 
aprendizagem e têm potencial para completar as práticas de estudo, 
possibilitando a expansão do ambiente educacional, contribuindo para a 
comunidade inteiramente. Fedoce e Squirra (2011) citam Martín Restrepo, 
fundador da editora Editacuja, o qual afirma que está se adentrando numa época 
em que a tecnologia tende a convergir, onde, telefone celular não deve ter o uso 
proibido no ambiente escolar, mas sim ser incentivado, pois é um dispositivo que 
agrega muito valor para os alunos, no âmbito educacional. 
Fedoce e Squirra (2011) afirmam que com base na fusão de três campos 
aparentemente isolados numa abrangência com finalidade em salientar 
potenciais e tendências da tecnologia e da comunicação para a metodologia de 
ensino-aprendizagem, surgem três atributos essenciais da área do 
conhecimento: convergência, interatividade e mobilidade. O conhecimento vai 
além da instituição educacional e amplifica a interatividade com o meio social e 
universal, a mobilidade possibilita a prática do ensino-aprendizagem em 
qualquer momento e local e em diversas plataformas multimídias, sendo a mais 
presente o telefone celular e smartphones, uma vez que a referência presencial 
e as distâncias tendem a convergir num exemplo de aprendizagem sempre mais 
multimídia. 
Neste Capítulo foram vistos os principais serviços disponibilizados nos 
telefones celulares, frutos da evolução através das gerações e da convergência 
tecnológica e a maneira que o aparelho celular pode contribuir para o 
aprendizado no ambiente escolar. 
O Capítulo 4 abordará o estudo de caso deste trabalho, identificando os 
pontos negativos e positivos do uso do aparelho móvel. 
42 
 
 
CAPÍTULO 4 
 
NOMOFOBIA 
 
Com a expansão da telefonia móvel, diversos recursos são agregados ao 
aparelho, desde uma simples chamada e conexão com a web até as redes 
sociais. Com a utilização cada vez mais frequente do telefone celular, muitas 
pessoas passam a ter uma dependência excessiva do aparelho. Neste Capítulo, 
serão abordados alguns fatores que podem levar as pessoas a ficarem 
dependentes do aparelho celular. 
 
 
4.1 CONCEITO DE FOBIA 
 
Segundo Louzã Neto (2010), fobia é uma palavra grega Phobos que significa 
medo. Ela consiste em um distúrbio de ansiedade, onde a pessoa que sofre 
dessa fobia tenta evitar objetos e situações que levam a sentir esse medo 
excessivo. Por causa dessa condição, aqueles que sofrem dessa doença 
mudam totalmente a sua rotina de vida como trabalho e lugares aos quais vão 
frequentar. Na Tabela 2 serão vistos três tipos principais de fobia. 
 
Tabela 2: Tipos de Fobia. 
Agorafobia: medo de espaços abertos, multidões, etc. Neste caso a pessoa 
tem medo de sair de casa, entrar em lugares cheios como shoppings e lojas e 
tem medo de viajarem sozinhos. 
Fobia social: medo de ficarem expostas que ficam emmeio a pequenos 
grupos, isso acontece em reuniões, restaurantes, ou lugares que a pessoa tenha 
que de alguma forma expor o seu íntimo para aqueles que estão a sua volta. 
Fobias específicas: são fobias estritas a algum objeto ou uma situação 
específica, tais como animas inofensivos (zoofobia), altura (acrofobia), trovões e 
relâmpagos (astrofobia), voar, espaços fechados (claustrofobia), doenças 
(nosofobia), entre outros. 
 
44 
 
 
 
A fobia geralmente causa desconforto e danos psicológicos à pessoa que 
sofre da mesma. Em muitos casos, o acompanhamento e tratamento por um 
profissional se faz necessário para reduzir e até curar a pessoa afetada pelo 
problema. 
No Tópico 4.2 será visto o vício e os fatores que levam a desenvolver e 
adquirir o mesmo. 
 
 
4.2 CONCEITO DE VÍCIO 
 
Oliveira (2014) conceitua o vício sendo um comportamento repetitivo que 
degrada ou gera algum prejuízo ao usuário e aos que estão a sua volta. Pode 
ser caracterizado como uma disposição para prática de algum mal. 
De acordo com Gigliotti (2011), atualmente há uma grande oferta de 
substâncias e situações que causam o vício. Não se trata mais somente do 
consumo de substâncias químicas, mas também de vários comportamentos, 
como a compulsão pelo uso da internet ou compras. 
O vício é em parte inato e adquirido. Inato, quando encontra em nós uma 
predisposição, às vezes até genética ou hereditária, seja para a prática do bem 
seja para a prática do mal. Adquirido em decorrência de muito esforço; o vício, 
que também cria raízes profundas e até dependência física, por concessões 
nossas e influências externas ou do ambiente (OLIVEIRA, 2010). 
Segundo Romanzoti (2011), para o campo da medicina foi criada uma nova 
definição de vício pela Sociedade Americana de Medicina do Vício (ASAM), que 
é uma desordenação cerebral crônica e não somente um distúrbio 
comportamental que refere-se a drogas, álcool e sexo, por exemplo. 
A Sociedade Americana de Medicina do Vício (ASAM) afirma que no seu 
fundamento, o vício não é somente um problema social, moral ou criminal. É um 
problema cerebral cujas condutas se apresentam em todas essas outras áreas. 
Esta definição da mesma forma explica o vício como uma doença primária, 
significando que não resulta de outras circunstâncias, como desordens de cunho 
emocional ou psiquiátrico. Como doenças cardiovasculares e diabetes, o vício é
45 
 
 
caracterizado como uma enfermidade crônica, e desta forma deve ser cuidado e 
monitorado (MILLER; HAJELA, 2011). 
Romanzoti (2011) ainda afirma que pesquisas evidenciaram que o vício 
acomete os circuitos de compensação do cérebro, de modo que as lembranças 
de experiências precedentes com drogas, sexo ou jogos, por exemplo, ativam o 
desejo e demais comportamentos de dependência. 
O vício afeta também pessoas ligadas diretamente à utilização da 
tecnologia, como os usuários de dispositivos móveis, que através da mobilidade 
oferecida pelos aparelhos, podem usar os mesmos em demasia para interagir 
com o mundo virtual, podendo adquirir um vício, caracterizado pela dependência 
dos aparelhos móveis. 
No Tópico 4.3 será mostrado como a utilização excessiva do telefone celular 
pode causar uma dependência aos usuários, a nomofobia7. 
 
 
4.3 NOMOFOBIA: DEPENDÊNCIA EXCESSIVA DO TELEFONE CELULAR 
 
Segundo Sartorelli (2010) o telefone celular se tornou indispensável no 
cotidiano. Existem pessoas que possuem mais de um aparelho e o vício faz com 
que queiram utilizar o celular quase todo o tempo, em todos os lugares, como 
sala de aula e aviões. A dependência do telefone celular e a angústia de não 
poder utilizá-lo em determinadas situações caracteriza a nomofobia. 
Os sintomas são variados. Há uma grande preocupação com o telefone 
celular como não deixá-lo com bateria descarregada e preferir carregar o 
aparelho em mãos que carregá-lo no bolso. Os principais sintomas são tremor, 
sudorese excessiva, falta de ar, vertigem, náuseas, taquicardia, dor de cabeça e, 
em casos mais extremos, depressão e até mesmo síndrome do pânico. Em 
casos mais graves, o vício pode provocar mudança de humor, respiração, 
taquicardia, ansiedade e nervosismo (LEMES, 2010). 
Ainda Sartorelli (2010) afirma que, no ponto de vista do psicólogo Cristiano 
Nabuco, coordenador do Grupo de Dependentes de Internet do Instituto de 
Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP, em alguns casos o celular acaba
 
7 Nomofobia: O nome é formado a partir da expressão “no mobile”, ou seja, medo de ficar sem o celular, 
problema ligado também à abstinência de Internet. 
46 
 
 
funcionando como escape, porque serve para aplacar a ansiedade. Há reações 
físicas extremas semelhantes à privação por álcool, mas os sintomas são mais 
identificados em nível psicológico. Não é sempre que quem é portador da 
nomofobia consegue perceber os sintomas. É normal que alguém próximo alerte 
sobre hábitos exagerados. Esse tipo de situação é comum quando jovens não 
deixam o celular. Geralmente se adaptam melhor às novas tecnologias e 
produtos de última Geração – a adolescência é fase em que a nomofobia é mais 
evidente. 
Segundo Medeiros (2011), o vício gera um impacto severo na qualidade de 
vida: 
 
A pessoa não tem outras fontes de prazer, passa a se desinteressar 
por atividades sociais, afetivas e de lazer que anteriormente gostava. 
Ela tem uma relação exclusiva com o objeto de sua dependência e 
passa a gastar cada vez mais horas do seu dia a determinada situação. 
A psicóloga lembra que, no caso da dependência por celular ou 
Internet, o problema pode ser camuflado, já que a sociedade aceita o 
uso abusivo dessas tecnologias. A nomofobia pode acometer pessoas 
bem-adaptadas, que trabalham, estudam ou são casadas. Por isso, o 
problema não chama a atenção, são poucos sinais visíveis que 
denunciam a dependência (MEDEIROS, 2011, p.1). 
 
Medeiros (2011) ainda afirma que os alvos frequentes desse tipo de distúrbio 
são os adolescentes e os adultos com mais de 40 anos, e na visão da psicóloga 
Juliana de Bizeto o fator de risco para que a dependência se desenvolva é 
quando acontece um evento traumático, como um divórcio, a perda de emprego 
ou a morte de um ente querido. O abuso funciona como a única válvula de 
escape da pessoa, que passa a ter uma vida empobrecida e um campo de 
atuação muito restrito. A psicóloga lembra que os critérios de diagnóstico se 
apoiam na presença de três traços: exclusividade, tolerância e abstinência. 
Exclusividade, porque a tecnologia é a única fonte de prazer; tolerância, 
porque a pessoa passa a gastar um tempo cada vez maior com essa tecnologia; 
e abstinência, porque a pessoa apresenta sintomas desagradáveis quando está 
sem o aparelho, como irritabilidade, agitação e taquicardia. 
Medeiros (2011) afirma que o instituto francês de pesquisas de mercado 
IPSOS publicou um estudo sobre o impacto do celular na vida cotidiana e 
mostrou como esse aparelho mudou a vida dos usuários. A empresa realizou as 
mil entrevistas com pessoas de ambos os sexos, de todas as classes sociais e
47 
 
 
com mais de 16 anos de idade, em 70 cidades e 09 regiões metropolitanas. Os 
resultados revelaram que 18% dos brasileiros admitiram ter dependência dos 
seus aparelhos. 
Oliveira (2013) afirma que em países do Oriente como China, Coréia do Sul 
e Japão é considerada questão de saúde pública o vício em tecnologia. O 
governo desses países criaram programas para tentar resolver o problema. No 
Japão, o Ministério da Educação criou um projeto que irá atender a 5 mil 
adolescentes. Será utilizada psicoterapia e os jovens terão que ter um convívio

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