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Implantação de Sorgo

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Instituto Federal do Espírito Santo
Dimensionamento e orçamento para implantação do sorgo forrageiro no sistema de plantio convencional e direto
Alexandre Morais Borges
Projeto de implantação de sistema de cultivo de plantio direto e convencional, apresentado no Instituto Federal do Espirito Santo, como exigência da disciplina Mecanização Agrícola sob orientação do Porfessor Dsc Élcio Larceda. 
Santa Teresa - 2014
Introdução
O Brasil atualmente é considerado o segundo maior produtor de carne bovina (Embrapa 2009), obtendo cerca de 18% do rebanho mundial. O Brasil ainda se configura como o terceiro maior produtor de leite do mundo ficando somente atrás de Estados Unidos e Índia, e ainda apresenta uma taxa anual de crescimento de 6%, superando todos os países que detém os primeiros lugares. 
Para abastecer a demanda alimentar desse rebanho se faz necessário o cultivo em larga escala de vários tipos de forragens, entre esses tipos se destaca o sorgo ( Sorghum vulgare Pers) que tem como centro de origem no continente Africano, no qual é um produto da intervenção do homem onde, a partir da domesticação desta espécie por séculos, a submeteu a mudanças a fim de atender as exigências e demandas do ser humano. A alta eficiência da cultura do sorgo na transformação de água e nutrientes absorvidos em fotoassimilados torna-o excepcionalmente interessante para as regiões com restrição pluviométricas e com alta temperatura, sendo desta forma mais adaptado a condições adversas do que outras culturas, como o milho por exemplo. 
Ambos os sistemas de plantio (direto e convencional) são adotados para a implantação da cultura do sorgo no Brasil atualmente. O plantio direto possui as suas vantagens que são o baixo custo com a preparação inicial do solo, possui a característica de evita o máximo possível à mobilização do solo, permitindo que o mesmo mantenha os seus atributos físicos, resultando-o uma melhor conservação da umidade, controle da erosão e melhoria de condições fitossanitárias. O plantio convencional se caracteriza por fazer a mobilização total das partículas do solo, criando assim uma condição inicial satisfatória para o desenvolvimento da cultura, onde diferentemente do plantio direto que necessita de Matéria Orgânica na área para ser implantado, o plantio convencional não possui essas restrições.
Justificativa
Haja vista que o sorgo forrageiro é uma cultura de extrema importância para a agropecuária brasileira, se faz necessário, trabalhos como este para realizar o comparativo de custos de produção entre o sistema de plantio convencional e sistema de plantio direto a fim de elucidar e descrever todas as vantagens e desvantagens presentes nos ambos os sistemas de cultivo.
Objetivo
Geral: Verificar o custo de implantação da cultura do sorgo forrageiro no sistema de plantio direto e convencional.
Especifico: Projetar o dimensionamento de arados, grades, semeadoras e pulverizadores.
Selecionar um trator que atende aos implementos utilizados nos dois sistemas de cultivo
Revisão de literatura
A área cultivada com sorgo no Brasil deu um salto extraordinário, a partir do inicio dos anos 90. O Centro Oeste é a principal região de cultivo de sorgo granífero, enquanto o Rio Grande do Sul e Minas Gerais, de sorgos forrageiros. O sorgo forrageiro é cultivado, sob três sistemas de produção. No Rio Grande do Sul, planta-se sorgo na primavera e colhe-se no outono. No Brasil Central, a semeadura é feita em sucessão às culturas de verão, principalmente a soja. No nordeste, a cultura é plantada na estação das chuvas (TEIXEIRA & TEIXEIRA, 2004).
Comparado com outros cereais o sorgo requer menos água para se desenvolver, sendo que, seu período mais crítico à falta de água é o florescimento. A planta de sorgo se adapta a vários ambientes, principalmente a condições hídricas desfavoráveis e, portanto, a cultura esta apta a se desenvolver em regiões em que a distribuição de chuvas é irregular (SANTOS et al.,1996).
O princípio básico do plantio direto é a obtenção de uma boa cobertura morta ou palhada (Vedoato, 1985). A falta de palha na superfície do solo era o fator limitante mais destacado para o plantio direto e, quando se buscavam as razões da falta de palha, descobriu-se que a ausência de cultura de inverno outono causada por falta de chuva foi o maior problema para estabelecimento de boas palhadas. Para a adoção do sistema de plantio direto em regiões quentes e secas, faz-se necessário a manutenção da cobertura permanente do solo (Gassen 2000). 
Em sistemas de cultivo convencional, a estrutura do solo é construída e destruída a cada ciclo cultural. Por outro lado, a implantação das culturas pode, em um curto período de tempo, alterar a estabilidade de agregados e a porosidade do solo, como demonstrado por Francis e Kemp (1990) a partir da análise micromorfológica do solo sob pastagens implantadas há dois anos. Nessas pastagens recém-implantadas, há um incremento de agentes ligantes e aumento na macroporosidade do solo.
Materiais e Métodos
O projeto será implantando na cidade de Unaí-MG, no qual essa região apresenta topografia plana e precipitação pluviométrica ideal para o cultivo do sorgo. A área a ser utilizada é de 130 hectares, para ambos os cultivos, apresentando um solo de textura média. Onde a densidade de plantio é de 150000 plantas por hectare. Para o cultivo de plantio convencional foi estabelecido o limite máximo de 60 dias para o preparo da área, e para o cultivo de plantio convencional foram estabelecidos 40 dias para a implantação do cultura. 
Os equipamentos necessários para a realização do projeto são os seguintes:
Plantio Convencional
1300 Kg Sementes de Sorgo Forrageiro BRS610 
01 Arado Reversível Hidráulico BALDAN( ARH) de 5 discos de 30 polegadas de 150 CV
01 Grade Niveladora BALDAN NV, de 20 discos de ataque e 20 discos de 150 CV
01 Victória Top 4500 com 7 linhas de plantio com espaçamento de 0,7 m; com a capacidade de 50 kg de sementes por linha de 143 CV
01 Pulverizador Jacto ADVANCE 3000 AM24, barra de 24m, bitola ajustável, com tanque de 3000l, 150l por minuto de 100 CV
01 Valtra Linha BH145, modelo: AGCO POWER 620DS com motor de 153CV
Plantio Direto
1300 Kg Sementes de Sorgo Forrageiro BRS610 
01 Victória Top 4500 com 7 linhas de plantio com espaçamento de 0,7 m; com a capacidade de 50 kg de sementes por linha de 143 CV
01 Pulverizador Jacto ADVANCE 3000 AM24, barra de 24m, bitola ajustável, com tanque de 3000l, 150l por minuto de 100 CV
01 Valtra Linha BH145, modelo: AGCO POWER 620DS com motor de 153CV
Resultados e Discussões
Plantio convencional:
2/3 do tempo destinado para o preparo inicial. 
f: 0,7. Com tempo máximo de preparo de 60 dias.
Área: 130 ha 
Arado:
Velocidade de trabalho: 6 Km h-1 
40 8 = 214 horas/8 horas dia -1= 27 dias 
 L= 1.45 m/0,30m = 4,83 discos
Logo será utilizado um arado Arado Reversível Hidráulico BALDAN( ARH) de 5 discos de 30 polegadas de diâmetro possuindo uma largura de trabalho de 1,600m necessitando uma potência de 150 cV.
Logo refazendo os cálculos para a nova grade encontrada no mercado de 1,6 m de largura de corte é de: 
 
Grade:
Será utilizado 1/3 do tempo de preparo do solo para efetuar as duas gradagens necessária. Onde a mesma será realizada com de Velocidade de Trabalho 8Km/h e com a eficiência de f = 0,8.
 passada 
Nº de discos de ataque que a grade deve obter:
 A Grade Niveladora BALDAN NV, de 20 discos de ataque e 20 discos niveladores, com largura de trabalho 3,9 m. Potência exigida. 
Dimensionamento da semeadora:
É indicado utiliza-se um estande de 150000 plantas. para o cultivo de sorgo forrageiro, o espaçamento recomendado entre linhas é de 0,7 metros. No qual a pureza das sementes (P): 98%; O poder germinativo das sementes (G): 97%; e índice é de sobrevivência (V): 95%.
Nº de sementes por hectare: 
Número de linhas por hectare:
Número de sementes por metro:
Nº Kg de semente por hectare:
Sendo
que 1Kg = :
 
 kg de semente.
A semeadora a ser usada será a Victória Top 4500 com 7 linhas de plantio com espaçamento de 0,7 m; com a capacidade de 50 kg de sementes por linha, exigindo uma potência de 143 cv trabalhando numa velocidade de 6 km * h-1
Nº de horas para semeio da área total: 
Autonomia de trabalho:
Dimensionamento do pulverizador:
Pulverizador Jacto ADVANCE 3000 AM24, barra de 24m, bitola ajustável, potência requerida de 100cv com tanque de 3000l, 150l por minuto.
Nº de horas para pulverização da área total: 
Autonomia de trabalho
O volume de calda para o herbicida adotado é 4 .
Plantio direto
No plantio direto irá ser realizada uma semeadura e uma ou mais pulverizações para controle da vegetação espontânea.
Dimensionamento da semeadora:
É indicado utiliza-se um estande de 150000 plantas. para o cultivo de sorgo forrageiro, o espaçamento recomendado entre linhas é de 0,7 metros. No qual a pureza das sementes (P): 98%; O poder germinativo das sementes (G): 97%; e índice é de sobrevivência (V): 95%.
Nº de sementes por hectare: 
Número de linhas por hectare:
Número de sementes por metro:
Nº Kg de semente por hectare:
Sendo que 1Kg = :
 
 kg de semente.
A semeadora a ser usada será a Victória Top 4500 com 7 linhas de plantio com espaçamento de 0,7 m; com a capacidade de 50 kg de sementes por linha, exigindo uma potência de 143 cv trabalhando numa velocidade de 6 km * h-1
Nº de horas para semeio da área total: 
Autonomia de trabalho:
Dimensionamento do pulverizador:
Pulverizador Jacto ADVANCE 3000 AM24, barra de 24m, bitola ajustável, potência requerida de 100cv com tanque de 3000l, 150l por minuto.
Nº de horas para pulverização da área total: 
Autonomia de trabalho
O volume de calda para o herbicida adotado é 4 .
Trator 
O trator utilizado para atender a demanda dos implementos ( grade, arado, semeadora e pulverizador) é um Valtra Linha BH145, modelo: AGCO POWER 620DS com motor de 153CV, transmissão Heavy Duty - Engrenamento Constante, Capacidade de levante: 7000 kgf. Capacidade do tanque: 357l.
Tabela 01: Informações técnicas e equipamentos para calcular custo horário.
	Informações Técnicas /Equipamentos
	Arado
	Grade
	Semeadora
	Pulverizador
	Trator
	Valor aquisição (R$)
	20000,00
	30500,00
	50500,00
	52000,00
	205000,00
	Vida útil (anos)
	10,0
	10,0
	9,0
	9,0
	9,0
	Trabalho anual (h)
	200,0
	200,0
	200,0
	200,0
	1000,0
	Taxa juros anual (%)
	10,0
	10,0
	10,0
	10,0
	10,0
	Potência nominal (CV)
	-------------
	------------------
	---------------
	----------------
	153,0
	Potência na TDP (CV)
	-------------
	------------------
	---------------
	----------------
	1320
	Salário Mínimo (R$)
	-------------
	------------------
	---------------
	----------------
	724,00
	Óleo diesel (R$)
	-------------
	------------------
	---------------
	----------------
	2,77
	Óleo lubrificante (R$)
	-------------
	------------------
	---------------
	----------------
	23,00
	Graxa (R$)
	16,00
	16,00
	16,00
	16,00
	16,00
	Manutenção (%)
	5,0
	5,0
	5,0
	5,0
	100,0
	Manutenção (%)
	5,0
	5,0
	5,0
	5,0
	100,0
Plantio convencional:
Arado: Custo Fixo
Custo Variável
Grade: Custo Fixo
Custo Variável
Semeadora: Custo Fixo
Custo Variável
Pulverizador: Custo Fixo
Custo Variável
Trator: Custo Fixo
Custo Variável
Plantio direto
Semeadora: Custo Fixo
Custo Variável
Pulverizador: Custo Fixo
Custo Variável
Trator: Custo Fixo
Custo Variável
Sementes
Sementes de Sorgo Forrageiro BRS610 - Embalagem 10 kg , custa R$129,16 , logo serão utilizados 1300KG para a semeadura de toda área (130ha). Onde serão utilizados 130 sacos de 10kg, totalizando um custo de R$16.790,8.
Comparativo dos custos horários e tempo gasto para implantar a cultura do sorgo em sistema de Plantio Convencional e Plantio Direto.
	Item
	Plantio Convencional (R$. h-1)
	Plantio Direto (R$. h-1)
	Dias para preparo
	
	
	
	SPC
	SPD
	ARADO
	18.,8
	-
	24
	0
	GRADE
	28.23
	-
	14
	0
	SEMEADORA
	48,76
	48,76
	5
	5
	PULVERIZADOR
	50,2
	50,2
	1
	1
	TRATOR
	123,07
	123,07
	-
	-
	TOTAL
	269,06
	222,03
	44
	6
	
Conclusão
Com os valores obtidos no projeto, observa-se que o sistema de implantação da cultura do sorgo forrageiro em 130 hectares em sistema de plantio direto obteve custo de produção superior ao sistema de plantio direto. Logo o sistema de cultivo direto se demonstrou viavelmente mais econômico ao ser comparado com sistema de plantio convencional.
Referências
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUARIA – EMBRAPA MILHO E SORGO. Disponível em:http://www.cnpms.embrapa.br/publicacoes/publonline.php#. Acesso em: 23 de junho de 2014. 
TEIXEIRA, P. E. G.; TEIXEIRA, P. P. M. Potencial nutritivo da silagem de sorgo. In: In: WORKSHOP SOBRE PRODUÇÃO DE SILAGEM NA AMAZÔNIA, 1.,:2004, Belém. Anais ... Belém : Universidade Federal Rural, 2004 p. 83-100
SANTOS, F.G.; COSTA, E.F.; RODRIGUES, J.A.S.; LEITE, C.E.P.; SCHAFFERT, R.E. Avaliação do comportamento de genótipos de sorgo para resistência à seca. In: CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO, 21., Londrina, 1996. Resumos... Londrina: IAPAR, 1996. p.32.
VEDOATO, R.A. Princípios Básicos do Plantio Direto. In: Atualização em Plantio Direto, Coordenado por Antônio Luiz Francelli, Pablo Vidal Torrado e Joaquim Machado. Campinas, Fundação Cargill, 1985. vii, 343p
GASSEN, D. A palha e as pragas desafiam oplantio direto nos cerrados. Revista PlantioDireto. Passo Fundo, n. 56, p. 22-23, maio/jun. 2000.
FRANCIS, G. S.; KEMP, R. A. Morphological and hydraulic properties of a silt loam soil in New Zealand as affected by cropping history. Soil Use and Management, London, v. 6, n. 3, p. 145-151, 1990.
HAYNES, R. J.; FRANCIS, G. S. Effects of mixed cropping farming systems on changes in soil properties on the Canterbury Plains. New Zealand Journal of Ecology, Lincoln, v. 14, p. 73-82, 1990.

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